O documento discute a Mídia Ninja, um grupo de jornalismo cidadão que cobriu manifestações no Brasil em 2013. A Mídia Ninja tem cerca de 2000 membros amadores e se concentra em pautas específicas, como meio ambiente e educação, usando principalmente o Facebook. Ela assume sua parcialidade e fornece uma perspectiva diferente dos grandes meios de comunicação.
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
Apresentacao midia ninja
1. Mídia Ninja e Tradicional:
quem está fora do eixo?
Um estudo sobre a participação da Mídia Ninja nas
manifestações ocorridas no Brasil em Junho de 2013
5. Propósito: Cobertura midiática de pautas espefíficas
Principal Canal: Facebook
Principais Características:
• Amadorismo na produção do material midiático, pois a grande maioria dos partipantes do grupo é composta de
cidadãos que não são profissionais da área de jornalismo ou estão ingressando na área.
• Ao vivo e sem cortes.
• Ótica muitas vezes não alcançada pela grande mídia.
• Grande aceitação pelas redes sociais.
• Assume sua parcialidade.
#AGROTÓXICO MATA
#MARCO CIVIL
#CINELÂNDIA CITIADA
#PINK BLOC
#BLACK BLOCS
# 1 MILHÃO PELA EDUCAÇÃO
#DESMILITARIZA JÁ
#MACHISMO
#MOBILIZAÇÃO INDÍGENA
#OCUPA USP
#SOMOS TODOS AMARILDO
7. LÓGICA DOS BITS
Lógica de
átomos
Lógica de
bits
Segundo Negroponte (1995) a mídia deve ser pensada de acordo com a lógica dos bits.
8. DEFINIÇÃO DO JORNALISMO CIDADÃO
De acordo com Flew (2005), existem três elementos cruciais que podem nos ajudar a identificar o jornalismo cidadão:
• publicação aberta
• edição colaborativa
• distribuição do conteúdo
Kelly (2009) complementa esse posicionamento versando que o jornalismo cidadão pode ser resumido em uma frase:
Envolvimento dos leitores em ambos os processos: produção e uso da notícia.
9.
10. O JORNALISMO CIDADÃO E A TECNOLOGIA
Avanço da tecnologia:
•
•
•
Aumento da banda larga
Crescimento do número de lares com acesso a Internet
Popularização dos aplicativos mobile.
Consolidação do jornalismo cidadão em grandes centros cosmopolitas.
Dinamismo informacional
11. Gráfico de tecnologias emergentes Hype Cycle, produzido pelo Grupo Gartner em Agosto de 2013.
Entre 2 há 5 anos todos os tipos
de dispositivos móveis acessarão
as informações que estarão
hospedadas na nuvem.
Também terão baterias de longa
duração, entre outros avanços, o
que permitirá que qualquer
pessoa possa ter sua autonomia
tecnológica.
12.
13. DIFERENÇA ENTRE JORNALISMO CIDADÃO E PARTICIPATIVO
Jornalismo Cidadão
Jornalismo Participativo
No jornalismo cidadão, o cidadão
não está envolto e pressionado
por
nenhuma
regra
préestabelecida pelos veículos, no
quesito formato ou modo de
exibição e coleta de imagens. Ele
pode publicar a notícia sem
necessariamente precisar passar
por um processo de autorização
ou edição daquela mensagem.
A informação publicada pelo
veículo pode ser analisada,
coletada, reportada,
disseminada, reutilizada. O
cidadão também pode em uma
exemplificação hipotética,
produzir um novo conteúdo
baseado no conteúdo já
existente, no entanto, ele fica a
mercê das regras daquele
veículo. Exemplo: comentário de
cunho informativo em uma
matéria jornalistítica em um site.
15. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO RECONHECIMENTO
Três correntes básicas se fazem presentes
entre as razões que movem a atividade de
um cidadão-repórter:
• O desejo de pertencimento a
uma coletividade;
• Aprimoramento de
habilidades individuais
• Mera resposta à solicitação
da atividade.
(BRAMBILLA, 2006))
16. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO RECONHECIMENTO
AMOR
DIREITO
SOLIDARIEDADE
“Como um meio social a partir do qual as propriedades diferenciais dos
seres humanos venham à tona de forma genérica, vinculativa e
intersubjetiva.” (SOUZA e MATTOS, 2007)
17. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO RECONHECIMENTO
Para reforçar sua teoria, Honneth utiliza-se do ex negativo (aus negatum em
latim), ou seja, para cada exemplo de reconhecimento ele propôs um relativo
negativo.
“A forma de reconhecimento da solidariedade corresponde uma forma de
desrespeito da degradação moral (Entwürdigung em alemão) e da injúria
(Beleidigung em alemão). Honneth entende que a dimensão da personalidade
ameaçada é aquela da dignidade (Würde em alemão).
A experiência de desrespeito deve ser encontrada na degradação da
autoestima (Selbstschätzung em alemão), ou seja, a pessoa aqui é privada da
possibilidade de desenvolver uma estima positiva de si mesma.” (ROSENFIELD
e SAAVEDRA, 2013)
18. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO RECONHECIMENTO
Para esclarecer as formas de desrespeito Honneth adota o conceito psicanalítico de
patologia. Dessa forma, somente as experiências de injustiça que acarretam
fenômenos patológicos devem ser consideradas fenômenos de desrespeito.
(SOUZA e MATTOS, 2007)
“O surgimento de um movimento social deve ser explicado a partir da
existência de uma semântica coletiva que permita a interpretação das
experiências individuais de injustiça, de forma que não se trate mais aqui de
uma experiência isolada de um indivíduo, mas sim de um círculo
intersubjetivo de sujeitos que sofrem da mesma patologia social.” (SOUZA e
MATTOS, 2007)
19. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO RECONHECIMENTO
A motivação dos Ninjas dar-se-á
pela busca de autoestima e como
resposta ao desrespeito social.
21. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO
Diálogo deliberativo entre os indivíduos
Emancipação humana
22. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO
MUNDO DA VIDA
SISTEMA
Processo de
comunicação se
desenvolve
Organização
política,
econômica e
estratégica
Esfera
Pública
Esfera
Privada
Assuntos de
interesse
coletivo
Família =
autoridade
livre
Opinião
Pública
Emancipação humana
23. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO
Habermas destaca que devido a modernização de nossa
sociedade, cada vez mais, o mundo da vida vê-se distante
do mundo do sistema.
O autor assevera que a sociedade civil compõe-se de
movimentos sociais, organizações livres não estatais e
não econômicas, os quais captam os problemas sociais
que ressoam na esfera privada e o transmitem para a
esfera pública política. (OLIVEIRA e FERNANDES, 2013)
24. MÍDIA NINJA À LUZ DA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO
Podemos assegurar que o Mídia Ninja atua justamente
nesse contexto.
Através do jornalismo cidadão é possível levar para a esfera
pública discussões de interesse privado sem a interferência
da mídia tradicional (ou de massa) que segundo Habermas
atuou na decadência da esfera pública, pois o jornalismo
acabou por substituir a necessidade de discussões,
transformando este em mercadoria.
26. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• O Mídia Ninja surge como resposta ao desrespeito social.
• Através de aparatos tecnológicos, jornalistas cidadãos são capazes de praticar um
jornalismo cidadão, online, ativista e político.
• Essa nova mídia assume a sua parcialidade em nome da transparência.
• Está intimamente ligado as manifestações sociais, pois ele também trata-se de uma
manifestação social.
• Sua pauta é focada em recortes que personificam a problemática social.
• Sem cortes e sem edição, sem muito profissionalismo, o Mídia Ninja cumpre o papel
mais importante: o de promover a emancipação humana.
27. QUESTIONAMENTOS
• É possível manter a isenção mediante influência de poderes externos?
• O jornalismo cidadão pode complementar ou substituir o jornalismo tradicional?
• ???
• ???
Começar contando a história de como surgiu a ideia para escrever o artigo. Dizer que era muito pequena quando ocorreu as manifestações Diretas Já e Caras Pintadas. Dizer que superficialmente as manifestações podem parecer homogêneas, no entanto, existem muitas características novas e divergentes e estudar essas características me chamou a atenção. Dizer que “nós”, eu e o Roberto Gondo nos empenhamos em estudar esse novo elemento, o Mídia Ninja.
Falar a respeito do grupo Fora do Eixo. Explicar seu conceito. Não esquecer de falar que 2 mil membros são externos e internos.
Introdução: Sendo o Mídia Ninja uma mídia que utiliza-se do jornalismo cidadão como principal meio de expressão comunicativa, é preciso entender o jornalismo cidadão para que a atuação do Mídia Ninja possa ser explicada nesse contexto. Segundo Negroponte (1995) a mídia deve ser pensada de acordo com a lógica dos bits que enfatiza a possibilidade de personalização da informação, de acordo com os interesses de cada ser humano. O autor ainda acredita que em uma era de pós-informação o modelo econômico de comunicação das mídias de massa mudará na medida em que o usuário optar por pagar por uma informação mais personalizada e com dispensa a publicidade. Este é um modelo baseado na encomenda da informação. O usuário não pagará mais pelos bits transmitidos, mas sim, pela informação recebida. Dizer que o Mídia Ninja respeita esse modelo, pois segundo Pablo Capilé no Roda Viva, eles tem intenção de implementar esse modelo.
O jornalismo cidadão não nasceu online. Navisão de Gilmor (12004), a prática ganhou maior repercussão nos Estados Unidos durante os eventos ocorridos em 11 de Setembro de 2001Tom Paine que publicou uma série de 85 artigos (que no conjunto da obra ficou conhecido como “O Federalista”) sobre a Constituição Federal dos Estados Unidos, no século XVIII. Os artigos, em sua maioria, foram publicados por autores anônimos e influenciaram diretamente a política daquele país.Já em tempos mais atuais, alguns vídeos do assassinato do presidente estadunidense John F. Kennedy, ou então do espancamento por policiais a Rodhey King, taxista afro-descendente, também nos Estados Unidos, podem ser considerados jornalismo cidadão, pois os vídeos foram filmados e divulgados por cidadãos comuns que estavam presenciando as cenas citadas.outros eventos de grande importância também foram pautas para ações realizadas por jornalistas cidadãos, tais como autores que publicavam em seus blogs notícias da Guerra do Iraque, ou então, mais tarde, em 2005, quando várias fotos dos atentados de Londres, em 7 de Julho de 2005
BYOD = traga seu próprio dispositivo.
Habermas é um estudioso que representa a segunda geração da Escola de Frankfurt. É conhecido principalmente por romper com as ideias centrais de Adorno, Horkheimer e Marcuse. Filósofo e sociólogo alemão. Honneth foi assistente de Habermas entre 1984 e 1990, hoje é o estudioso mais destacado do que pode ser considerada a terceira geração da Escola de Frankfurt.