4. NATIVAS
Forrageiras que já estavam aqui à época do descobrimento
NATURALIZADAS
Forrageiras introduzidas e que se reproduzem
consistentemente e sustentam populações por mais de
uma geração sem a intervenção humana (ou apesar dela)
EXÓTICAS
Provenientes de outros países ou regiões, não existiam
naturalmente na zona onde foram introduzidas. Como não
têm inimigos naturais nos locais onde são plantadas,
podem tornar-se invasoras, deslocando as nativas
5. Área de pastagens em Goiás:
• Naturais - 3.149.576 ha
– Áreas de gramíneas nativas ou naturalizadas, que
não foram cultivadas
• Cultivadas - 11.736.102 ha
– Áreas de gramíneas exóticas ou naturalizadas que
foram intencionalmente introduzidas na fazenda
• Total – 14.885.678 ha
IBGE, dados atualizados do Ceno-Agro 2006.
Taxa média de
lotação
0,5 UA/ha
6. Uma das formas de se elevara a taxa
de lotação é introduzir leguminosas no
sistema
Aumentam a oferta e forragem em algumas épocas do ano
Melhoram a qualidade nutricional das pastagens
Reduzem a variação anual de oferta de forragem
Aumentam a produtividade animal
Aumentam a diversidade da pastagem
Recuperam áreas degradadas
Reduzem pressão ambiental (fertilizantes químicos).
PLANTAS DE CICLO C3
FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE
NITROGÊNIO
7. Leguminosas
Plantas de ciclo C3
Menor taxa de fotossíntese líquida,
Temperatura ótima para fotossíntese em torno de 25o
C,
Alto consumo de água – 450-1000 g H2O/g MS
Alto valor nutritivo
6,5-7,5% de N na folha para atingir fotossíntese máxima
Capazes de se associar a organismos diazotróficos
(bactérias do gênero Rhizobium)
Fixação Biológica de Nitrogênio
8. Nitrogênio
• O nitrogênio é o nutriente exigido em maior
quantidade nas plantas cultivadas;
– Cerca de 2 a 5 % da matéria seca vegetal
• É constituinte de enzimas, proteínas, DNA,
RNA, clorofilas e precursor de hormônios;
• É o nutriente que mais limita a produção
vegetal.
(MALAVOLTA; MORAES, 2007)
9. Fixação do Nitrogênio
• Atmosfera (78% de N)
– Di-nitrogênio (N2) que, em decorrência da força de
ligação entre os átomos da molécula, é uma forma
inerte para a maioria dos seres vivos
• Para que o N atmosférico seja disponibilizado
para a biosfera, é necessário que a ligação tripla
entre os dois átomos de N seja quebrada e o N2
seja reduzido, à amônia (NH3), processo
denominado de fixação, que pode ocorrer por
meio atmosférico, industrial e biológico
10. • A fixação por via atmosférica ocorre pela ação de
raios, que em razão da elevada energia, separa os
átomos de N da molécula de N2. Assim, o N se
liga como oxigênio presente na atmosfera,
formando óxidos de N, transportados para os
ecossistemas terrestres juntamente com a água
da chuva:
• Este processo responde por aproximadamente
15% do N adicionado anualmente aos sistemas
produtivos.
N N
11. • O meio industrial é um processo com alto
custo energético, que se utiliza de altas
temperaturas e pressão para realizar a fixação.
Envolve combustíveis fósseis, como gás
natural e petróleo.
• Processo de Haber-Bosch:
– Em temperaturas entre 300-500oC e a 300 atm., a
ligação é quebrada e o N se junta ao hidrogênio.
• Aproximadamente 25% do N incorporado
anualmente aos sistemas produtivos derivam
daí.
12. Fixação Biológica de Nitrogênio
• Realizada pelos micro-organismos diazotróficos:
– Rhizobium (simbiótico); Azotobacter, Clostridium (vida
livre)
– Complexo enzimático NITROGENASE
• Ferro-proteína
• Ferro-Molibdênio-proteína
• Responsável por 60% do N utilizado nos sistemas
produtivos anualmente.
13. Planta de soja colonizada por Rhizobium
Rhizobium colonizando raiz de trevo
14. • Transferência Indireta:
– Morte e mineralização de folhas, plantas e nódulos
• Transferência direta:
– Excreção de produtos nitrogenados pelas raízes das
leguminosas;
– Interconexão de raízes leguminosas e gramíneas
15. FOMAS DE UTILIZAÇÃO
CONSÓRCIO BANCO DE PROTEÍNA
Capim-Massai e estilosantes Campo Grande Banco de proteína de estilosantes Mineirão
16. Consórcio
Estratégia eficiente e barata de introduzir N ao
sistema;
Aumenta o valor nutritivo da gramínea;
Aumenta a reciclagem do N, devido à melhor
relação C:N das leguminosas;
Manejo mais complicado:
Atenção à composição botânica da pastagem
Espécies de ciclos fenológicos diferentes,
Competição entre espécie C4 e C3
Baixo número de pesquisas sobre a
compatibilidade das espécies
18. Consórcio gramínea + leguminosa:
A leguminosa deve ser tolerante ao sombreamento;
Adequação da leguminosa e gramínea às condições de
clima e solo da região;
Bom potencial de produção de sementes de ambas
forrageiras;
Utilização de leguminosa de cultivar precoce;
Manutenção de níveis adequados de fertilidade,
notadamente de micronutrientes;
Adequação do manejo aos hábitos de crescimento das
forrageiras, com ênfase para a leguminosa;
Determinação de épocas oportunas de diferimento do
pastejo para possibilitar o florescimento e
ressemeadura natural das forrageiras.
19. Banco de Proteína
Fácil manejo:
Restringir o acesso dos animais
Os benefícios não são transmitidos às
gramíneas;
Atenção à aceitabilidade;
GRAMÍNEA LEGUMINOSA
21. Arachis pintoi; A. glabrata; A. repens
amendoim forrageiro
• Nativo do Brasil;
• Boa capacidade de
consorciação;
• Alta aceitabilidade;
• Sem toxicidade;
• Tolerante ao
sombreamento;
22. Amendoim forrageiro
• Porte baixo – até 40cm
• Crescimento estolonífero
• Solos de média a alta
fertilidade (tolera acidez
leve)
PMS (t ha-1) PB (% da MS) DIVMS (%) FBN (kg ha-1)
5 – 13 13 – 25 60 – 70 60 – 150
• Já é utilizado em mais de 60 países de todos
os continentes
23. Cultura
Produção de Matéria Seca (t/ha)
2008-09 2009-10 2010-11 Total Média
Mulato 15.64 b 18.07 b 12.87 b 46.58 b 15.53 b
Amendoim 6.11 c 5.70 c 5.38 c 17.19 c 5.73 c
Consórcio 1:1 20.35 a 16.38 a 14.20 a 50.92 a 16.97 a
Cultura
Produção de Proteína (t/ha)
2008-09 2009-10 2010-11 Total Média
Mulato 2.19 b 2.53 a 1.80 b 6.52 b 2.17 b
Amendoim 1.27 c 1.19 c 1.12 c 3.58 c 1.19 c
Consórcio 1:1 2.93 a 2.36 a 2.05 a 7.33 a 2.44 a
Cultura
Produção de Proteína Digestível (t/ha)
2008-09 2009-10 2010-11 Total Média
Mulato 1.43 b 1.25 a 0.86 b 3.54 b 1.18 b
Amendoim 0.81 c 0.57 c 0.41 c 1.79 c 0.60 c
Consórcio 1:1 1.72 a 1.20 a 0.96 a 3.88 a 1.29 a
Parâmetros quantitativos da braquiária Mulato, do Amendoim Forrageiro e do consórcio
Adaptado de (Rahetlah et al., 2012)
24. Cajanus cajan
feijão-guandu
• Nativo da Ásia, África
e América;
• Planta arbustiva de
crescimento ereto;
• Semi-perene;
• Baixa aceitabilidade;
• Tolera solos ácidos e
de baixa fertilidade
25. Feijão-guandu
• Não recomendado como
banco de proteína;
• Dura de 3 a 5 anos;
PMS (t ha-1) FBN (kg ha-1)
9 – 20 90 – 170
• Suas raízes fortes e profundas são capazes de
regenerar solos compactados;
• É alimento para os seres humanos e o maior
produtor mundial é a Índia (90% da produção)
26. GAMA et al., 2009 avaliaram o feijão-guandu
Produção em um ano
– 16,4 t MS ha-1
– 8,4 t de material comestível
– 51,2% folhas e hastes finas
Nutrientes (% da MS)
PB FDN DIVMS
Folhas Hastes Folhas Hastes Folhas Hastes
20,57 7,15 60,82 68,25 46,25 35,65
27. Carneiros com acesso ao banco de
proteína por 1 hora/dia durante a
seca
(SOUZA; ESPÍNDOLA, 2000)
28. A (4 anim/ha)
C (10 anim/ha)
B (6 anim/ha)
Evolução do peso vivo dos carneiros para as
taxas de lotação de 4 (A), 6 (B) ou 10 (C)
animais/ha. Fonte: (SOUZA; ESPÍNDOLA, 2000)
31. • Nativo das 3 américas;
• Tolerante a solos ácidos
com alta saturação de Al;
• Erva perene, de
crescimento estolonífero
rasteiro ou trepador;
• Em precipitações abaixo
de 1.000 mm apresenta
comportamento anual;
Calopogonium mucunoides
calopogônio
34. Efeitos sobre a produção
Médias para as pastagens de Brachiaria decumbens e
B. brizantha durante 3 anos.
Adaptado de (EUCLIDES et al., 1998).
4,8 p.p.
Nãosealteraduranteoano
7,1 p.p. 2,2 p.p.
35. Centrosema molle; C. pubescens
centrosema
• Planta herbácea, perene,
de raiz pivotante que se
adapta a solos ácidos;
• Indicada para solos
sujeitos a encharcamento;
• Pode ser usada em
consórcio ou banco de
proteínas;
• Boa aceitabilidade pelos
animais
36. Centrosema
• Altamente tolerante ao
sombreamento
PMS (t ha-1) FBN (kg ha-1)
5 – 15 70 – 280
• Possui raiz pivotante, que lhe permite sobreviver
a longos períodos de seca;
37. Valor baixo, comparado
à outras leguminosas;Como banco de proteínas, deve ser
usada, principalmente no período
seco;
Em consórcio, transmitirá benefícios às
gramíneas e será consumida quando a
gramínea perder qualidade.
38. Boa fonte de minerais
O consórcio fornece
mais minerais com
maior aproveitamento
Ex.: Fósforo
Se o animal ingerisse 10 kg de forragem
Consumo
MS (kg)
Consumo
MM (g)
Consumo
P (g)
Aproveitamento
P (g)
P 2,83 50,94 3,68 0,95
P + C 3,53 82,95 20,83 7,91
39. Stylosanthes spp., S. guianensis, S.
macrocephala, S. capitata
estilosantes
• Originário das 3 Américas;
• Planta de porte herbáceo-
subarbustivo, de crescimento
ereto, semiprostrado ou
prostrado;
• Maioria das espécies são
perenes;
• Tolerantes a solos ácidos e
arenosos;
40. Estilosantes
• Baixa aceitabilidade
durante a época das
chuvas;
• Sua aceitabilidade
aumenta à medida
que as gramíneas
perdem qualidade
PMS (t ha-1) FBN (kg ha-1)
5 – 20 90 – 120
41. Baixos teores de fatores
antinutricionais
-inibidores de protease
-lecitinas
-taninos
-inibidores de alfa-amilase
43. Adaptado de (PACIULLO et al., 2003)
Mês Monocultura Consórcio
Janeiro – 2001 2.034 a 2.737 b
Março – 2001 1.543 a 2.426 b
Maio – 2001 1.645 a 2.561 b
Outubro – 2001 271 a 1.207 b
Dezembro – 2001 1.698 a 2.011 b
Janeiro – 2002 1.697 a 2.007 b
Massa de forragem (kg/ha de matéria seca) de monocultura
de capim-Braquiária e do consórcio com estilosantes
Mineirão
44. Variável
Proporção de leguminosa na pastagem (%)
24 34 45 52
TApF (folha dia-1) 0,042 b 0,051 a 0,055 a 0,057 a
Filocrono (dias) 30 a 23 b 21 b 20 b
TAlF (cm dia-1) 2,0 2,5 3,1 2,9
TAlC (cm dia-1) 0,01 b 0,027 ab 0,046 a 0,052 a
TSeF (cm dia-1) 0,174 0,167 0,245 0,170
NFV 4,7 4,8 4,8 5,1
DVF (dias) 129 99 88 104
CFF (cm) 16,87 17,92 15,63 17,54
CC (cm) 17,09 22,44 21,48 21,09
Lotação (UA/ha) 4,33 b 4,77 ab 4,94 ab 5,16 a
TApF - taxa de aparecimento de folhas; TAlF - taxa de alongamento foliar; TSeF - taxa de
senescência foliar; NFV - nº de folhas vivas; DFV - duração de vida das folhas; CFF -
comprimento final da folha; CC - comprimento final do colmo.
Adaptado de (MENEZES, 2012)
Efeito da proporção de estilosantes Mineirão na pastagem de capim-Xaraés
Menor
filocrono
Maior
lotação
54. Porém, faltam estudos de longo
prazo. Estudos que apontem o
efeito das leguminosas sobre as
propriedades químicas e físicas
dos solos e o consequente
impacto econômico desses
efeitos.
55. (NASCIMENTO et al., 2003)
(NASCIMENTO et al., 2003)
Plantio de leguminosas em área degradada.
Usada durante dez anos para o plantio de cana,
feijão, mandioca, milho e gergelim em sistema de
rotação, sem uso de corretivos ou de adubação.
Estudo de dois anos:
56. Impactos Ambientais
Menor emissão de gases de efeito estufa
Menor pressão sobre os ecossistemas naturais
Efeitos sobre a população da macrofauna do solo
57. Considerações Finais
A introdução de leguminosas nativas do Cerrado
pode incrementar a produção animal
Aumento da produção das pastagens
Aumento do valor nutritivo da dieta
Aumento da rentabilidade
O uso de leguminosas traz benefícios ambientais
Quebra da monocultura
Aumento da biodiversidade
Redução do uso de insumos
Adubos químicos
Suplementos alimentares
58. Considerações Finais
São necessários estudos de longo prazo:
Qual consórcio mais eficiente?
Qual o manejo ideal para cada consórcio?
Qual leguminosa funciona melhor em
determinada região?
Solo
Micro-clima
Melhoramento genético:
Produção de sementes
Competitividade com as gramíneas
EQUIPES
MULTIDISCIPLINARES
Agronomia
Zootecnia
Veterinária
Biologia
Química
Geografia...