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Leishmanioses
Leishmania sp.
Classificação :
Filo
Sarcomastigophora
Sub-filo
Mastigophora
Ordem
Kinetoplastida
Família
Trypanosomatidae
Gênero
Leishmania
Características gerais
Protozoário flagelado
Dois hospedeiros obrigatórios (igual ao T. cruzi /brucei ),
heteroxénico
Habitat:
- Vetor: lúmen do trato digestivo
(Subgenus Leishmania: intestino anterior/médio)
(Subgenus Viannia: intestino anterior/médio/posterior)
- Hospedeiro vertebrado : células do sistema mononuclear
fagocitário (SMF), principalmente macrófagos
Leishmaniose: Aspectos históricos e sociais
• Doença benigna ou mortal, na forma cutânea deixa cicatrizes grandes
(“botão do oriente”), doença conhecida na America do Sul antes da
chegada dos espanhóis
• Agente etiológico descrito primeiramente por Borovsky em 1898 em um
paciente no Usbequistão
• Leishman e Donovan (1903) descreveram o parasita independentemente em um caso de calazar da Índia
• Ross (quem descreveu o cíclo de vida do plasmódio) batizou o parasita
em 1903 Leishmania donovani, e Wright denominou um parasita vindo de
uma criança da Armênia (forma cutânea) Leishmania tropica
• Em 1909, Lindenberg, Paranhos & Carini demonstraram a presença dos
parasitos em lesões de pacientes brasileiros, Gaspar Vianna denominouos Leishmania braziliensis e detectou em 1912 a ação curativa do tártaro
emético
• Em 1987, Lainson e Shaw sugerem um novo subgênero de Leishmania:
o subgênero Viannia, que inclui espécies das Americas
•Polimórfico: Promastigota
Paramastigota

Inseto

Promastigota metacíclico
Amastigota
• Reprodução por divisão binária

Macrófago com
amastigotas

Hospedeiro mamífero
• Organização celular

- Genoma com 36 chromossomos (L. major, Projeto genoma
completo), 8305 genes identificados (4/2005)
- K(C)inetoplasto, trans-splicing
Ciclo de vida
Formas promastigotas metacíclicas regurgitadas por mosquitos
são depositadas na dermis, onde são fagocitados por macrófagos

• Vetores (Diptera, Phlebotomidae: Lutzomiya, Phlebotomus), no
território brasileiro: Lutzomiya longipalpis, L. wellcomei e outros
Promastigotas dentro do fagolisossomo se transformam em
amastigotas, que se multiplicam no macrófago. A célula
hospedeira é rompida liberando amastigotas que são fagocitados
por outros macrófagos

MΦ
Macrófagos infectados com Leishmanias do subgênero
Viannia (espécies das Américas) contém menos
parasitas
em vários vacúolos parasitóforos (ajuda no diagnóstico
por microscopia)
MΦ

Subgênero Leishmania

MΦ

Subgênero Viannia
Macrófagos infectados são ingeridos por Lutzomiya

MΦ
Após ingestão, amastigotas se transformam em promastigotas
e se multiplicam dentro de uma membrana formada pelo vetor

Trato digestivo

Membrana peritrófica
Promastigotas se desenvolvem para paramastigotas
que aderem em pontos diferentes no trato digestivo
(critério da localização: subgenênero de Leishmania),
a proliferação é estimulada se a fêmea ingere sucos
vegetais
Após 3-5 dias, promastigotas metacíclicos migram ativamente
para partes anteriores do tubo digestivo

Assim, o parasita parece interferir ativamente com a
capacidade de ingestão do hospedeiro mosquito! A
saliva do flebotomíneo é muito importante para a
infecciosidade da Leishmania
Somente promastigotas metacíclicos são infecciosos
para os hospedeiro vertebrado!
Patogenia e interação parasita-hospedeiro

Após deposição de promastigotas na pele complemento
liga à superfície do parasita mas a clivagem de C3b em iC3b
não permite ligação do complexo lítico

C3b
iC3b
Proteína gp63 cliva o fator do complemento C3b para iC3b.
Complemento ajuda na aderência das promastigotas
nos macrófagos (receptor principal CR3). Interação de LPGs
e gp63 com fibronectina também ocorre. Esta via de internalização
não leva a produção radicais de oxigênio ou NO (“silent entry”)
Receptor de complemento

R3 c1)
C a
(M

iC3b

CR1
MΦ
Porque uma célula profissional do sistema fagocitário não
consegue eliminar um parasita dentro do fagossomo?
1. A sinalização para ativação do macrófago está impedido
por ação de LPG: Tradução de sinais, mobilização de cálcio,
ativação de Proteina kinase C.
MΦ
2. Indução de resposta disfuncional: inibição da produção de
radicais de OH e NO
Falha na apresentação em MHC2 após estimulação com IFN
γ
Fosfoglicanos bloqueiam produção de IL-12

IFN γ

?

MΦ
3. Proteina tirosina quinases também são bloqueados
Secreção de EF1α da Leishmania
para o citossol
Ativação de SHP-1
(uma Phosphotirosina
fosfatase)
Inativação da
Fosfotirosinaquinase:
reação atenuada a IFN γ

MΦ
A espécie infectante é importante para o fenótipo da
patologia desenvolvida em indivíduos imunocompetentes

(Leishmanias que ocorrem no Brasil)
A expressão diferencial ou presença/ausência de genes
provavelmente causa as diferenças nas patologias observadas
Os diferentes tipos de Leishmaniose na clínica
• Visceral ou Calazar ( L. donovani, L. infantum , no Brasil
causada por L. chagasi ):
- Enfermidade crônica
- Caracterizada por:
• febre irregular e de longa duração
• hepatoesplenomegalia
• linfoadenopatia
• Anemia com leucopenia
• Hipergamaglobulinemia
• Emagrecimento
• Edema
• Caquexia e morte se não for tratado, dentro de 2 anos
- Formas clínicas calazar: assintomática,
oligossintomática, aguda e crônica
•Tegumentaria:
a) Cutânea:
- Infecção confinada na derme, com epidermis ulcerada
- Velho mundo, L. tropica, L. major e L. aethiopica
- Novo mundo, leishmanias do complexo mexicana e
braziliensis

- no Brasil:

L. braziliensis, L. guyanensis
L. chagasi, L. lainsoni
Leishmaniose cutânea (“oriental sore”
“botão do oriente”, “Úlcera de Bauru”
b) Muco-cutânea:
- Infecção na derme (ulceras), invasão de mucosa e
destruição da cartilagem
- No novo mundo: L. braziliensis, L. guyanensis, L.
mexicana (“espundia”), no Sudão/Etiópia L. major, L. tropica
c) Cutânea difusa:
- Infecção confinada na derme, formando nódulos não
ulcerados. Disseminação por todo o corpo
- Associado a deficiência imunológica do paciente
- Novo mundo, L. pifanoi, L. amazonensis
- Velho mundo, L. aethiopica
Responsável pela patologia é o estado imunológico do hospedeiro
predominância de resposta celular (Th1) leva a imunidade e cura,
resposta humoral (Th2) leva às formas crônicas
IFNγ, TNFα, IL-2
Th1

I
MHC
MΦ

II

Células T helper
Th2
IL 4-6, IL-10, TGFβ
indução da atividade
policlonal de células B
No modelo L. major e camundongo

Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
Quais são os motivos
patologia da infecção?

para

tanta

diversidade

da

- Na forma cutânea, há uma inflamação ativa. Células
dentríticas apresentam antígenos em MHC2 e expressam
ICAM-1. Ativação de Th1 por IFNγ e TNFβ resulta no
recrutamento de células T CD8+ para a região infectada. Cura.
- Na forma mucocutânea, pouco envolvimento ou destruição
de células Langerhans, mas há apresentação em MHC2 e
células com ICAM1, mas TH1 e Th2 estão ativados. IL10
promove o decréscimo da apresentação de antígenos e de
produção de IFNγ. Pode ter hiperprodução de IL1, TNFα e
ICAM1, resultado é um estado pró-inflamatório e destruição
sucessiva de tecido.
- Na forma visceral , não há resposta Th1 e nem aumento
de atividade Th2. Fatores parecem ser do próprio
macrófago infectado. Possivelmente, lipofosfoglicanos da
Leishmania estão envolvidos.
Diagnóstico:
As Leishmanias são vistas nas formas amastigotas
Diagnóstico

Leishmaniose Tegumentaria
• Clínico
Caraterísticas da lesão e dados epidemiológicos
• Laboratorial
- Exame direto de esfregaços corados (Romanowsky, Giemsa ou
Leishman)
- Exame histológico
- Cultura
- Inóculo em animais
- PCR (reação em cadeia da polimerase, permite a identificação da
espécie infectante)
• Importante para exclusão de tuberculose cutânea,
hanseníase,
infecções por fungos, úlcera tropical, neoplasmas
Diagnóstico

Leishmaniose Tegumentaria
• Imunológicos
- Teste de Montenegro (teste da resposta contra formas
promastigostas mortas do parasita, resposta celular)
- Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (resposta
humoral)
- Hemaglutinação indireta
Diagnóstico
Leishmaniose visceral ( Calazar)
• Clínico:
sintomas baixa recorrente, envolvimento linfohepático,
- Febre

esplenomegalia, caquexia e dados epidemiológicos

• Laboratorial:
1. Exames Parasitológicos
a) Demonstração direta do parasita
Esfregaços corados com Giemsa ou Leishman de:
- Material obtido por punção de medula óssea, fígado ou baço
- Biopsia (menos eficiente ~ 50%)
- Fase aguda 80-90% de positividade
- Fase sub-clínica 10%
- Co-infectados com HIV recomendado exame de medula
óssea
- Aspirado esplênico 100 %, sangue periférica 30%
b) Isolamento em cultivo in vitro
Aspirado ou biopsia
LIT, MEM, Schneider’s e Evans (Meio monofásico) a 26ºC
Exame microscópico
( 2x semana/4 semanas)
c ) Isolamento em cultivo in vivo
• Inoculação em animais
- Hamsters ou camundongos isogênicos (BALB/c)
- Cepas dermatotrópicas: pata ou tocinho dos animais
(positivo após 2 a 4 semanas)
- Cepas vicerotrópicas via intraperitoneal (positivo após 6 meses)
- Recomendado para o isolamento do parasita nas formas subclínicas
• Xenodiagnóstico
- Flebótomos
- Usado em pacientes com AIDS portadores de Leishmaniose
visceral
2. Testes Imunológicos
a) Teste de Montenegro
b) Testes serológicos
•Antígenos (parasitas inteiros, inativados)
- Reação de aglutinação direta
Cave: Reatividade cruzada com Chagas e tuberculose
Visualiza títulos até de 1:51.200
Leishmaniose visceral título > 1:1.600 (sensibilidade
100%) no Brasil o título > 1:6.400
c) Detecção do antigeno rK39 na urina
3. Análise do DNA de material recolhido
a) Por reação em cadeia da polimerase (PCR)
Usa oligonucleotídeos espécie-específicos do DNA dos
minicírculos do DNA do cinetoplasto
100% sensível e mais específico que sorologia
b) Possibilita discriminação de espécies
Tratamento Leishmaniose Tegumentaria
1. Quimioterapia
• Antimoniais
Tártaro emético
antimonial trivalente
Glucantime (antimoniato de N-metil-glucamina)
antimonial pentavalente
Pentostan (estibogluconato de sodio)
- antimonial pentavalente
- inibe glicolise e síntese
- administração intramuscular ou
intravenosa absorção rápida
- Excreção rápida e pela urina, vida media 24 horas
- Droga recomendada para os três tipos de leishmaniose
Glucose
Glucose 6-phosphate
Fructose 6-phosphate

Pentose
Phosphate Pathway

Fructose 1,6-bisphosphate
Dihydroxyacetone
Glyceraldehyde 3-phosphate
Phosphate
1,3-Diphosphoglycerate
3-Phosphoglycerate
2- Phosphoglycerate
Phophoenolpyruvate
*
PK
Pyruvate
Acetyl- CoA
Krebs
Cycle

Antimoniais
• Pentamidina

- liga ao DNA, inibindo a replicação
- Inibe a dihidrofolate reductase, interfere
com o metabolismo de poliaminas
- Administração intramuscular
- Excretado lentamente, é seqüestrado nos
tecidos (tem uso profilático contra tripanossomiase)
- Produz hipo- ou hiperglicemia
•Anfotericina B
- lipofílico

- Liga a esterois (ergosterol) da membrana
formando poros. Funciona como um ionóforo
- 2-5% excretado na urina
- 90% ligado a proteínas do plasma
- Meia vida 18 horas
Continuação tratamento Leishmaniose Tegumentaria
2. Imunoterapia
Leishvacin® seriado
Leishvacin® associado ao BCG
Leishvacin® seriado associado ao BCG
Leishvacin® associado ao BCG com Glucantime ®
Interferon gamma humano recombinante (Rhifn-γ)
anti-IL10-receptor
Tratamento Leishmaniose visceral

1. Quimioterapia
• Antimoniais
Tártaro emético
Glucantime
• Pentamidina
• Anfotericina B
• Miltefosin
2. Imunoterapia
Interferon gamma recombinante (Rhifn-γ)
Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
Medidas de prevenção

• Identificação de focos de Leishmania (animais
infectados em proximidade a domicílios:
silvestres e domésticos: erradicação
• Imunização em massa de cachorros (Leishvaccin)
• Vacinas para seres humanos?
• Componentes da saliva de Phlebotomíneos como vacina?
Ecologia dos Phlebotomíneos:
Desenvolvimento e comportamento
• 40-70 ovos por desova, agrupados em lugares
humidos, eclodem depois 6-17 dias
• Larvas se nutrem de matéria orgânica por
mais 15-70 dias, depois pupa (7-14 dias)
• Adultos são ativos no crepúsculo ou a noite,
durante o dia permanecem em lugares
tranquilos: tocas, arvores ocas, currais,
moradias
• Não sobrevivem bem em ambientes que não
tenham pelo menos um mes T acima de 20°C
“Mosquito palha”

fêmea

macho
Medidas de prevenção

• Uso de repelentes, telas de proteção
• Borrifação frequente de ambientes
• Tratamento de sintomáticos e
assintomáticos em regiões com alta
incidência de flebotomíneos
• Tratamento/exterminação de animais
domesticos infectados
Dentistas:
Atenção na hora do tratamento de pacientes em área
endêmica: eventuais lesões na boca
Med. oral patol. oral cir.bucal (Internet) v.12 n.4  Madrid ago. 2007
Literatura:
L. Rey: Parasitologia
Markell´s & Voge´s Medical Parasitology
Links interessantes:
http://www.hhmi.ucla.edu/parasite_course/Default.htm
http://www.genedb.org/genedb/leish/index.jsp
http://www.leishmaniasis.info/
Uma revisão muito interessante:
Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
1. Cita uma espécie de cada Leishmania causadora para
leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral, que ocorre no
Brasil.
2. Associe as formas amastigota, paramastigota e promastigota
metacíclico de Leishmania aos seus habitats (célula/tecido) de
ocorrência.
3. No humano, em qual tipo de célula ocorre a proliferação de
Leishmania?
4. Explique as diferenças morfológicas entre o processos da
infecção do humano por Anopheles/Plasmodium e
Flebotomíneo/Leishmania
5. O que é necessário para se infectar acidentalmente no
tratamento odontológico de um portador de Leishmania
braziliensis com lesão nos lábios?

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Leishmanioses: Doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania

  • 2. Leishmania sp. Classificação : Filo Sarcomastigophora Sub-filo Mastigophora Ordem Kinetoplastida Família Trypanosomatidae Gênero Leishmania Características gerais Protozoário flagelado Dois hospedeiros obrigatórios (igual ao T. cruzi /brucei ), heteroxénico Habitat: - Vetor: lúmen do trato digestivo (Subgenus Leishmania: intestino anterior/médio) (Subgenus Viannia: intestino anterior/médio/posterior) - Hospedeiro vertebrado : células do sistema mononuclear fagocitário (SMF), principalmente macrófagos
  • 3. Leishmaniose: Aspectos históricos e sociais • Doença benigna ou mortal, na forma cutânea deixa cicatrizes grandes (“botão do oriente”), doença conhecida na America do Sul antes da chegada dos espanhóis • Agente etiológico descrito primeiramente por Borovsky em 1898 em um paciente no Usbequistão • Leishman e Donovan (1903) descreveram o parasita independentemente em um caso de calazar da Índia • Ross (quem descreveu o cíclo de vida do plasmódio) batizou o parasita em 1903 Leishmania donovani, e Wright denominou um parasita vindo de uma criança da Armênia (forma cutânea) Leishmania tropica
  • 4. • Em 1909, Lindenberg, Paranhos & Carini demonstraram a presença dos parasitos em lesões de pacientes brasileiros, Gaspar Vianna denominouos Leishmania braziliensis e detectou em 1912 a ação curativa do tártaro emético • Em 1987, Lainson e Shaw sugerem um novo subgênero de Leishmania: o subgênero Viannia, que inclui espécies das Americas
  • 5. •Polimórfico: Promastigota Paramastigota Inseto Promastigota metacíclico Amastigota • Reprodução por divisão binária Macrófago com amastigotas Hospedeiro mamífero
  • 6. • Organização celular - Genoma com 36 chromossomos (L. major, Projeto genoma completo), 8305 genes identificados (4/2005) - K(C)inetoplasto, trans-splicing
  • 8. Formas promastigotas metacíclicas regurgitadas por mosquitos são depositadas na dermis, onde são fagocitados por macrófagos • Vetores (Diptera, Phlebotomidae: Lutzomiya, Phlebotomus), no território brasileiro: Lutzomiya longipalpis, L. wellcomei e outros
  • 9. Promastigotas dentro do fagolisossomo se transformam em amastigotas, que se multiplicam no macrófago. A célula hospedeira é rompida liberando amastigotas que são fagocitados por outros macrófagos MΦ
  • 10. Macrófagos infectados com Leishmanias do subgênero Viannia (espécies das Américas) contém menos parasitas em vários vacúolos parasitóforos (ajuda no diagnóstico por microscopia) MΦ Subgênero Leishmania MΦ Subgênero Viannia
  • 11. Macrófagos infectados são ingeridos por Lutzomiya MΦ
  • 12. Após ingestão, amastigotas se transformam em promastigotas e se multiplicam dentro de uma membrana formada pelo vetor Trato digestivo Membrana peritrófica
  • 13. Promastigotas se desenvolvem para paramastigotas que aderem em pontos diferentes no trato digestivo (critério da localização: subgenênero de Leishmania), a proliferação é estimulada se a fêmea ingere sucos vegetais
  • 14. Após 3-5 dias, promastigotas metacíclicos migram ativamente para partes anteriores do tubo digestivo Assim, o parasita parece interferir ativamente com a capacidade de ingestão do hospedeiro mosquito! A saliva do flebotomíneo é muito importante para a infecciosidade da Leishmania Somente promastigotas metacíclicos são infecciosos para os hospedeiro vertebrado!
  • 15. Patogenia e interação parasita-hospedeiro Após deposição de promastigotas na pele complemento liga à superfície do parasita mas a clivagem de C3b em iC3b não permite ligação do complexo lítico C3b iC3b
  • 16. Proteína gp63 cliva o fator do complemento C3b para iC3b. Complemento ajuda na aderência das promastigotas nos macrófagos (receptor principal CR3). Interação de LPGs e gp63 com fibronectina também ocorre. Esta via de internalização não leva a produção radicais de oxigênio ou NO (“silent entry”) Receptor de complemento R3 c1) C a (M iC3b CR1 MΦ
  • 17. Porque uma célula profissional do sistema fagocitário não consegue eliminar um parasita dentro do fagossomo? 1. A sinalização para ativação do macrófago está impedido por ação de LPG: Tradução de sinais, mobilização de cálcio, ativação de Proteina kinase C. MΦ
  • 18. 2. Indução de resposta disfuncional: inibição da produção de radicais de OH e NO Falha na apresentação em MHC2 após estimulação com IFN γ Fosfoglicanos bloqueiam produção de IL-12 IFN γ ? MΦ
  • 19. 3. Proteina tirosina quinases também são bloqueados Secreção de EF1α da Leishmania para o citossol Ativação de SHP-1 (uma Phosphotirosina fosfatase) Inativação da Fosfotirosinaquinase: reação atenuada a IFN γ MΦ
  • 20. A espécie infectante é importante para o fenótipo da patologia desenvolvida em indivíduos imunocompetentes (Leishmanias que ocorrem no Brasil) A expressão diferencial ou presença/ausência de genes provavelmente causa as diferenças nas patologias observadas
  • 21. Os diferentes tipos de Leishmaniose na clínica • Visceral ou Calazar ( L. donovani, L. infantum , no Brasil causada por L. chagasi ): - Enfermidade crônica - Caracterizada por: • febre irregular e de longa duração • hepatoesplenomegalia • linfoadenopatia • Anemia com leucopenia • Hipergamaglobulinemia • Emagrecimento • Edema • Caquexia e morte se não for tratado, dentro de 2 anos
  • 22. - Formas clínicas calazar: assintomática, oligossintomática, aguda e crônica
  • 23. •Tegumentaria: a) Cutânea: - Infecção confinada na derme, com epidermis ulcerada - Velho mundo, L. tropica, L. major e L. aethiopica - Novo mundo, leishmanias do complexo mexicana e braziliensis - no Brasil: L. braziliensis, L. guyanensis L. chagasi, L. lainsoni
  • 24. Leishmaniose cutânea (“oriental sore” “botão do oriente”, “Úlcera de Bauru”
  • 25. b) Muco-cutânea: - Infecção na derme (ulceras), invasão de mucosa e destruição da cartilagem - No novo mundo: L. braziliensis, L. guyanensis, L. mexicana (“espundia”), no Sudão/Etiópia L. major, L. tropica
  • 26.
  • 27.
  • 28. c) Cutânea difusa: - Infecção confinada na derme, formando nódulos não ulcerados. Disseminação por todo o corpo - Associado a deficiência imunológica do paciente - Novo mundo, L. pifanoi, L. amazonensis - Velho mundo, L. aethiopica
  • 29. Responsável pela patologia é o estado imunológico do hospedeiro predominância de resposta celular (Th1) leva a imunidade e cura, resposta humoral (Th2) leva às formas crônicas IFNγ, TNFα, IL-2 Th1 I MHC MΦ II Células T helper Th2 IL 4-6, IL-10, TGFβ indução da atividade policlonal de células B
  • 30. No modelo L. major e camundongo Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
  • 31. Quais são os motivos patologia da infecção? para tanta diversidade da - Na forma cutânea, há uma inflamação ativa. Células dentríticas apresentam antígenos em MHC2 e expressam ICAM-1. Ativação de Th1 por IFNγ e TNFβ resulta no recrutamento de células T CD8+ para a região infectada. Cura. - Na forma mucocutânea, pouco envolvimento ou destruição de células Langerhans, mas há apresentação em MHC2 e células com ICAM1, mas TH1 e Th2 estão ativados. IL10 promove o decréscimo da apresentação de antígenos e de produção de IFNγ. Pode ter hiperprodução de IL1, TNFα e ICAM1, resultado é um estado pró-inflamatório e destruição sucessiva de tecido.
  • 32. - Na forma visceral , não há resposta Th1 e nem aumento de atividade Th2. Fatores parecem ser do próprio macrófago infectado. Possivelmente, lipofosfoglicanos da Leishmania estão envolvidos.
  • 33. Diagnóstico: As Leishmanias são vistas nas formas amastigotas
  • 34. Diagnóstico Leishmaniose Tegumentaria • Clínico Caraterísticas da lesão e dados epidemiológicos • Laboratorial - Exame direto de esfregaços corados (Romanowsky, Giemsa ou Leishman) - Exame histológico - Cultura - Inóculo em animais - PCR (reação em cadeia da polimerase, permite a identificação da espécie infectante) • Importante para exclusão de tuberculose cutânea, hanseníase, infecções por fungos, úlcera tropical, neoplasmas
  • 35. Diagnóstico Leishmaniose Tegumentaria • Imunológicos - Teste de Montenegro (teste da resposta contra formas promastigostas mortas do parasita, resposta celular) - Reação de imunofluorescência indireta (RIFI) (resposta humoral) - Hemaglutinação indireta
  • 36. Diagnóstico Leishmaniose visceral ( Calazar) • Clínico: sintomas baixa recorrente, envolvimento linfohepático, - Febre esplenomegalia, caquexia e dados epidemiológicos • Laboratorial: 1. Exames Parasitológicos a) Demonstração direta do parasita Esfregaços corados com Giemsa ou Leishman de: - Material obtido por punção de medula óssea, fígado ou baço - Biopsia (menos eficiente ~ 50%)
  • 37. - Fase aguda 80-90% de positividade - Fase sub-clínica 10% - Co-infectados com HIV recomendado exame de medula óssea - Aspirado esplênico 100 %, sangue periférica 30% b) Isolamento em cultivo in vitro Aspirado ou biopsia LIT, MEM, Schneider’s e Evans (Meio monofásico) a 26ºC Exame microscópico ( 2x semana/4 semanas)
  • 38. c ) Isolamento em cultivo in vivo • Inoculação em animais - Hamsters ou camundongos isogênicos (BALB/c) - Cepas dermatotrópicas: pata ou tocinho dos animais (positivo após 2 a 4 semanas) - Cepas vicerotrópicas via intraperitoneal (positivo após 6 meses) - Recomendado para o isolamento do parasita nas formas subclínicas • Xenodiagnóstico - Flebótomos - Usado em pacientes com AIDS portadores de Leishmaniose visceral
  • 39. 2. Testes Imunológicos a) Teste de Montenegro b) Testes serológicos •Antígenos (parasitas inteiros, inativados) - Reação de aglutinação direta Cave: Reatividade cruzada com Chagas e tuberculose Visualiza títulos até de 1:51.200 Leishmaniose visceral título > 1:1.600 (sensibilidade 100%) no Brasil o título > 1:6.400 c) Detecção do antigeno rK39 na urina
  • 40. 3. Análise do DNA de material recolhido a) Por reação em cadeia da polimerase (PCR) Usa oligonucleotídeos espécie-específicos do DNA dos minicírculos do DNA do cinetoplasto 100% sensível e mais específico que sorologia b) Possibilita discriminação de espécies
  • 41. Tratamento Leishmaniose Tegumentaria 1. Quimioterapia • Antimoniais Tártaro emético antimonial trivalente Glucantime (antimoniato de N-metil-glucamina) antimonial pentavalente Pentostan (estibogluconato de sodio) - antimonial pentavalente - inibe glicolise e síntese - administração intramuscular ou intravenosa absorção rápida
  • 42. - Excreção rápida e pela urina, vida media 24 horas - Droga recomendada para os três tipos de leishmaniose Glucose Glucose 6-phosphate Fructose 6-phosphate Pentose Phosphate Pathway Fructose 1,6-bisphosphate Dihydroxyacetone Glyceraldehyde 3-phosphate Phosphate 1,3-Diphosphoglycerate 3-Phosphoglycerate 2- Phosphoglycerate Phophoenolpyruvate * PK Pyruvate Acetyl- CoA Krebs Cycle Antimoniais
  • 43. • Pentamidina - liga ao DNA, inibindo a replicação - Inibe a dihidrofolate reductase, interfere com o metabolismo de poliaminas - Administração intramuscular - Excretado lentamente, é seqüestrado nos tecidos (tem uso profilático contra tripanossomiase) - Produz hipo- ou hiperglicemia
  • 44. •Anfotericina B - lipofílico - Liga a esterois (ergosterol) da membrana formando poros. Funciona como um ionóforo - 2-5% excretado na urina - 90% ligado a proteínas do plasma - Meia vida 18 horas
  • 45. Continuação tratamento Leishmaniose Tegumentaria 2. Imunoterapia Leishvacin® seriado Leishvacin® associado ao BCG Leishvacin® seriado associado ao BCG Leishvacin® associado ao BCG com Glucantime ® Interferon gamma humano recombinante (Rhifn-γ) anti-IL10-receptor
  • 46. Tratamento Leishmaniose visceral 1. Quimioterapia • Antimoniais Tártaro emético Glucantime • Pentamidina • Anfotericina B • Miltefosin 2. Imunoterapia Interferon gamma recombinante (Rhifn-γ)
  • 47. Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
  • 48. Medidas de prevenção • Identificação de focos de Leishmania (animais infectados em proximidade a domicílios: silvestres e domésticos: erradicação • Imunização em massa de cachorros (Leishvaccin) • Vacinas para seres humanos? • Componentes da saliva de Phlebotomíneos como vacina?
  • 49. Ecologia dos Phlebotomíneos: Desenvolvimento e comportamento • 40-70 ovos por desova, agrupados em lugares humidos, eclodem depois 6-17 dias • Larvas se nutrem de matéria orgânica por mais 15-70 dias, depois pupa (7-14 dias) • Adultos são ativos no crepúsculo ou a noite, durante o dia permanecem em lugares tranquilos: tocas, arvores ocas, currais, moradias • Não sobrevivem bem em ambientes que não tenham pelo menos um mes T acima de 20°C
  • 50.
  • 52. Medidas de prevenção • Uso de repelentes, telas de proteção • Borrifação frequente de ambientes • Tratamento de sintomáticos e assintomáticos em regiões com alta incidência de flebotomíneos • Tratamento/exterminação de animais domesticos infectados
  • 53. Dentistas: Atenção na hora do tratamento de pacientes em área endêmica: eventuais lesões na boca
  • 54. Med. oral patol. oral cir.bucal (Internet) v.12 n.4  Madrid ago. 2007
  • 55. Literatura: L. Rey: Parasitologia Markell´s & Voge´s Medical Parasitology Links interessantes: http://www.hhmi.ucla.edu/parasite_course/Default.htm http://www.genedb.org/genedb/leish/index.jsp http://www.leishmaniasis.info/ Uma revisão muito interessante: Br Med Bull. 2006 Jul 17;75-76:115-30
  • 56. 1. Cita uma espécie de cada Leishmania causadora para leishmaniose cutânea, mucocutânea e visceral, que ocorre no Brasil. 2. Associe as formas amastigota, paramastigota e promastigota metacíclico de Leishmania aos seus habitats (célula/tecido) de ocorrência. 3. No humano, em qual tipo de célula ocorre a proliferação de Leishmania? 4. Explique as diferenças morfológicas entre o processos da infecção do humano por Anopheles/Plasmodium e Flebotomíneo/Leishmania 5. O que é necessário para se infectar acidentalmente no tratamento odontológico de um portador de Leishmania braziliensis com lesão nos lábios?