PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO E MONITORAMENTO DE PAVIMENTO AEROPORTUÁRIO COM BASE NA MEDIÇÃO DE ATRITO E MACROTEXTURA - Apresentar a natureza dos processos que envolvem a gestão e manutenção do pavimento aeroportuário, salientando sua importância na operacionalidade do aeródromo e na segurança dos procedimentos de pouso e decolagem.
Apresentação TCC Fatec sp - Procedimentos de manutenção e monitoramento de pavimento aeroportuário
1. PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO E
MONITORAMENTO DE PAVIMENTO
AEROPORTUÁRIO COM BASE NA
MEDIÇÃO DE ATRITO E MACROTEXTURA
Faculdade de Tecnologia de São Paulo
Tecnologia em Construção Civil - Movimento de Terra e Pavimentação
Professor Josué Alves Roso
Aluna: Deise Cristina Barbosa
São Paulo, Junho 2011
2. OBJETIVO
Apresentar a natureza dos processos que envolvem a gestão e
manutenção do pavimento aeroportuário, salientando sua
importância na operacionalidade do aeródromo e na segurança na
dos procedimentos de pouso e decolagem.
3. METODOLOGIA
Os métodos utilizados para este trabalho estão divididos em duas
etapas: a primeira em forma de pesquisa bibliográfica e a segunda
em forma de pesquisa de campo, com o estudo de caso do
Aeroporto Internacional de São Paulo / Guarulhos – Governador
André Franco Montoro.
5. SEGURANÇA OPERACIONAL
Conceito segundo a ICAO (1994):
“…o estado no qual o risco de lesões às pessoas ou danos às
propriedades são reduzidos ou mantidos a um nível aceitável,
mediante um processo contínuo de identificação de perigos e
gerenciamento de riscos.”
6. SEGURANÇA OPERACIONAL
Conceito segundo a ICAO (1994):
“…o estado no qual o risco de lesões às pessoas ou danos às
propriedades são reduzidos ou mantidos a um nível aceitável,
mediante um processo contínuo de identificação de perigos e
gerenciamento de riscos.”
7. ACIDENTE AERONÁUTICO
Rodrigues (2006) aponta quatro elementos que constituem os
acidentes aeronáuticos:
•Condições meteorológicas;
•O homem;
•O avião;
•Infra-estrutura.
8. PISTA
As pistas de pouso e decolagem têm função de estabelecer
conexão entre a fase de vôo e a fase terrestre, permitindo-se
acelerar e desacelerar com segurança além de permitir que a
aeronave taxie.
9. PISTA
Os pavimentos aeroportuários devem possuir, as seguintes
características de qualidade operacional:
•Resistência estrutural;
•Condição de rolamento;
•Integridade estrutural;
•Resistência à derrapagem.
10. TEXTURA SUPERFICIAL
A textura da superfície do pavimento aeroportuário é caracterizada
pela microtextura e pela macrotextura.
A Microtextura é caracterizada pelo grau de rugosidade ou aspereza
individual da superfície das partículas do agregado que compõem a
mistura asfáltica e está diretamente ligada ao atrito.
A Macrotextura é caracterizada pelo tamanho do agregado, pela faixa
de granulométrica e pelos vazios existentes na mistura e está
diretamente ligada a drenagem superficial do pavimento.
11. MICRO E MACRO TEXTURA
Situação ideal para o pavimento aeroportuário:
12. HIDROPLANAGEM
A hidroplanagem é o fenômeno que ocorre quando os pneus da
aeronave perdem totalmente o contato com a superfície do
pavimento, devido a presença de uma lâmina de água que se
interpõe entre ambos.
Nestas condições o atrito é praticamente nulo e insuficiente para
manter a roda girando fazendo com que a sua rotação diminua
gradualmente até cessar e tornando o controle direcional das
rodas e o procedimento de frenagem completamente ineficaz.
14. REGULAMENTAÇÃO
.
O monitoramento do atrito da textura superficial macrotextura do
pavimento é executado em atendimento às exigências da Agência
Reguladora (ANAC) seguindo a seguinte regulamentação vigente:
•Instrução de Aviação Civil - IAC 4302 de 28.05.2001, do
Departamento de Aviação Civil (DAC) ;
•Resolução 88 de 11.05.2009, da Agência Nacional de Aviação
Civil (ANAC) ;
•Resolução 58 de 24.10.2008 (ANAC) – Altera a Resolução 25
de 25.04.2008 (ANAC) ;
•No âmbito INFRAERO, MP – 22.04 (MNT) de 30/10/2007 da,
para todos os Aeroportos da Rede INFRAERO.
15. MEDIÇÃO DE ATRITO
.
As medições de Atrito das Pistas devem ser realizadas com o
equipamento de medida contínua de atrito, dotado de um sistema
de espargimento com lâmina d’água de 1,00mm. Os
equipamentos Medidores de Atrito devem ser aqueles
homologados e aceitos por organismos.
As medições deverão ser realizadas em toda a extensão da pista,
em ambos os sentidos, distantes a 3m e/ou 6 m de cada lado do
eixo, conforme a classe de referência das aeronaves que operam
e numa velocidade constante de 65 Km/h.
17. MEDIÇÃO DE ATRITO
.
Efetuadas com a seguinte periodicidade (teste de monitoramento):
# Pousos diários de aeronaves na pista Freqüência mínima de medições de atrito
[1] [2] [3]
1 Menos de 15 Cada 12 meses
2 16 a 30 Cada 6 meses
3 31 a 90 Cada 3 meses
4 91 a 150 Cada 30 dias
5 151 a 210 Cada 15 dias
6 Mais de 210 Cada 7 dias
18. MEDIÇÃO DE ATRITO
.
Parâmetros de referência para realização do ensaio em cada
equipamento e classificação do nível de segurança das pistas.
Equipamento
Pneu
Velocidade
de teste
(km/h)
Espessura
da lâmina de
água (mm)
Coeficiente de atrito mínimo
Tipo
Pressão
(kPa)
Paviment
os novos
Nível de
Manuten
ção
Nível
aceitáv
el
[1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8]
Mu-meter
A 70 65 1 0,72 0,52 0,42
A 70 95 1 0,66 0,38 0,26
Skiddometer
B 210 65 1 0,82 0,6 0,5
B 210 95 1 0,74 0,47 0,34
Surface friction
tester vehicle
B 210 65 1 0,82 0,6 0,5
B 210 95 1 0,74 0,47 0,34
Runway friction
tester vehicle
B 210 65 1 0,82 0,6 0,5
B 210 95 1 0,74 0,54 0,41
Tatra
B 210 65 1 0,76 0,57 0,48
B 210 95 1 0,67 0,52 0,42
Runar
B 210 65 1 0,69 0,52 0,45
B 210 95 1 0,63 0,42 0,32
Grip Tester
C 140 65 1 0,74 0,53 0,43
C 140 95 1 0,64 0,36 0,24
19. MEDIÇÃO DE ATRITO
.
Classificação das Pistas de Pouso e Decolagem
Pista Nova
Pista Segura Não-Supervisionada: Sempre que o teste de
monitoramento indicar um atrito igual ou superior Nível de Manutenção
Pista Segura Supervisionada: Sempre que o teste de
monitoramento indicar um coeficiente de atrito menor Nível de
Manutenção e igual ou superior ao Nível Aceitável;
Pista Insegura: A PPD será considerada insegura para operação de
aeronaves e objeto de FISCALIZAÇÃO e MULTA, conjugada com a
emissão de NOTAM, sempre que o teste de monitoramento indicar um
coeficiente de atrito inferior ao Nível Aceitável.
20. ENSAIO DE MACROTEXTURA
.
A medição da textura superficial do pavimento – medição da macrotextura
é verificada através do ensaio da mancha de areia ou mancha de graxa
conforme estabelecido na IAC 4302.
A profundidade média da macrotextura do pavimento de uma pista de
pouso e decolagem não deverá ser inferior a 0,50 mm para pista existente,
e 1,00 mm para o pavimento novo.
O valor da textura ≤ 0,40 mm, caracteriza nível de manutenção para o
pavimento, devido ao risco de aquaplanagem dinâmica.
21. ENSAIO DE MACRO-TEXTURA
.
Procedimento de Medição de Macrotextura (Método Mancha de Areia)
•Cilindro de metal com volume interno de 24 cm³;
• Areia graduada (passa na peneira # 50 e é retida na # 100);
• Carimbo espalhador;
• Régua de aço, com escala de 600 mm.
As medições deverão ser realizadas a cada 100 metros de pista, em pontos
localizados a 3 metros do eixo, alternadamente à esquerda e a direita deste,
distando o primeiro ponto a 100 metros de uma das cabeceiras e deverá ser
repetido 03 (três) vezes por área demarcada.
22. ENSAIO DE MACRO-TEXTURA
.
Parâmetros de classificação da textura conforme a profundidade:
Volume da Areia
Profundidade da textura (T) = _________________________
Área da mancha
Classificação Profundidade média (T)
Muito fechada T ≤ 0,20 mm
Fechada 0,20 mm < T ≤ 0,40 mm
Média 0,40 mm < T ≤ 0,80 mm
Aberta 0,80 mm < T ≤ 1,20 mm
Muito aberta T > 1,20 mm
24. GROOVING
.
São ranhuras com profundidade, largura e espaçamento uniformes e
têm a função de melhorar a drenagem superficial. Por meio desses
canais criados na superfície, evita-se a formação de lâmina d’água
conduzindo a água para as laterais da pista rapidamente.
25. GROOVING
Em função do grande número de pousos e decolagens, ocorre o
processo de acúmulo por borracha, que reduz significativamente a
profundidade da macrotextura, e o estrangulamento das aberturas
das ranhuras do grooving.
26. REMOÇÃO DE BORRACHA
Em função do grande número de pousos e decolagens, ocorre o
processo de acúmulo por borracha, que reduz significativamente a
profundidade da macrotextura, e o estrangulamento das aberturas
das ranhuras do grooving.
É uma ação de manutenção periódica, programada e realizada com o
objetivo de manter e restabelecer nível de atrito adequado às
operações de aeronaves no solo sob condições meteorológicas
normais e adversas.
A periodicidade deste processo está estreitamente ligada ao
monitoramento da medição de atrito, que é estabelecida em função
do número de pousos.
27. REMOÇÃO DE BORRACHA
As técnicas reconhecidas e recomendadas são:
•Remoção com produtos químicos (solventes);
•Hidrojateamento de alta pressão de água com produtos químicos ;
•Hidrojateamento com alta pressão de água;
•Ar comprimido quente.
30. ESTUDO DE CASO
Pista 09R/27L
Pousos diários: aproximadamente 356 (abril 2012)
Frequência de monitoramento: 7 (sete) dias
Tipo de revestimento: CBUQ
Tratamento superficial (Grooving): em toda sua extensão com largura
de 30,00 m
Comprimento Total da Pista: 3000m
FIGURA A
09R
27L
Zona de Toque: 600m Zona de Toque: 600m
Comprimento Medido: 2700m
31. ESTUDO DE CASO
Pista 09L/27R
Pousos diários: aproximadamente 8 (abril 2012)
Frequência de monitoramento: 12 meses / 6 meses
Tipo de revestimento: CBUQ
Tratamento superficial (Grooving): em toda sua extensão com largura
de 45 m
Comprimento Total da Pista: 3700m
09L
27R
Zona de Toque: 600m Zona de Toque: 600m
Comprimento Medido: 3400m
35. CONCLUSÃO
1. A microtextura e a macrotextura são fatores de extrema importância para
a segurança do tráfego aéreo.
2. A diminuição do índice de atrito, por acúmulo de borracha, ocorre com
maior incidência nas zonas de toque da pista 09R/27L.
3. O movimento operacional é fator determinante para o planejamento das
ações de manutenção do pavimento das pistas.
4. A diminuição de tempo entre os intervalos de intervenções de
desemborrachamento indicam que este procedimento causa desgaste no
pavimento.