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Retratos de Mulher

Audiência Pública da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sergipe. Assembleia Legislativa de Sergipe, Aracaju, 14 de maio de 2010. (Apresentação exibida por Regina Norma, assistente social e mestre em Arqueologia/UFRJ).

Audiência Pública da Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Sergipe. Assembleia Legislativa de Sergipe, Aracaju, 14 de maio de 2010. (Apresentação exibida por Regina Norma, assistente social e mestre em Arqueologia/UFRJ).

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  1. 1. Gênero e raça na construção de estereótipos
  2. 2. Na religião... <ul><li>Oh! se a gente preta, tirada das brenhas da sua Etiópia e passada ao Brasil conhecera bem quanto deve a Deus e a sua Santíssima Mãe por este que pode parecer desterro, cativeiro e desgraça, e não é senão milagre, e grande milagre? Dizei-me: vossos pais, que nasceram nas trevas da gentilidade, e nela vivem e acabam a vida sem lume da fé nem conhecimento de Deus, aonde vão depois da morte? Todos, como credes e confessais, vão ao inferno, e lá estarão ardendo e arderão por toda a eternidade” </li></ul><ul><li>Padre Antonio Vieira, Sermão XIV do Rosário”, janeiro de 1633 em Sermões v. XI, p.301 </li></ul>
  3. 3. <ul><li>O jesuíta, confessor do rei Dom João IV e da rainha D. Luísa de Gusmão, gozou de muito poder e fama no século XVII. </li></ul><ul><li>Afirma, em consulta sobre o Quilombos dos Palmares, em que “ sendo rebelados e cativos, estão e perseveram em pecado contínuo e atual, de que não podem ser absoltos , nem receber a graça de Deus, sem se restituírem ao serviço e obediência de seus senhores, o que de modo nenhum hão de fazer” . Assim, argumenta pela total destruição do quilombo e o extermínio dos seus habitantes. </li></ul>
  4. 4. <ul><li>Em “ O cortiço ”, de Álvares de Azevedo, dentre as personagens femininas - Bertoleza– a escrava africana trabalha e sustenta sua casa de cômodos, é enganada pelo companheiro português , obrigada a retornar ao cativeiro, se suicida. </li></ul>
  5. 5. <ul><li>Em outro pólo, a Rita Baiana, apresentada como “ aquela mulata onde estava o grande mistério, síntese das impressões que recebeu quando chegou aqui(...)era a luz ardente do meio dia; o calor vermelho das festa da fazenda; o aroma quente dos trevos e da baunilha, que o atordoara nas matas brasileiras(...) era o veneno e o açúcar gostoso; o sapoti mais doce que o mel(...) acordando-lhe as fibras embambecidas pela saudade da terra (...)(75) </li></ul><ul><li>“ o português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; (...) perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído só por ela, só por ela e mais ninguém. (175) </li></ul>
  6. 6. <ul><li>No romance, que inaugura o Naturalismo no Brasil são evidenciadas as sobrevivências da estrutura colonial e o grande problema dos aglomerados urbanos, como no caso do Rio de Janeiro, com um numeroso contingente de indivíduos que precisavam morar em cortiços, casas de pensão, quase todos pretos, alforriados ou não, que buscavam solução individual para a questão da moradia, e vai redundar nas favelas; </li></ul><ul><li>É digno de nota ainda o fato de que o discurso literário assume, em lugar de atividade de entretenimento, o compromisso com a verdade. O discurso científico então, confere a estas obras, o estatuto de realidade legitima. </li></ul>Na literatura...
  7. 7. <ul><li>Em Os Sertões , Euclides da Cunha demonstra o contexto intelectual de finais do século XIX, idéias racistas em voga num país que precisava argumentar sobre a identidade nacional e discutir sobre uma república recém-inaugurada; </li></ul><ul><li>Depois de analisar os 300 anos de formação do Brasil conclui com um libelo contra o mestiço, chamado de desequilibrado, histérico, sofrendo de hibridez moral, dispersivo, dissolvente, fruto de relação perniciosa da miscigenação. </li></ul>
  8. 8. Nas ciências... <ul><li>Na obra Cultura e opulência no Brasil , de 1711, que fala sobre a economia colonial, o padre André João Antonil, reconhece a centralidade de escravos para os engenhos, sendo “mãos e pés do senhor de engenho”, e alerta quanto ao que seria perdição manifesta libertar mulatas, porque, em geral, conseguem a liberdade à custa do corpo, de repetidos pecados e mesmo depois de livres as negras libertas continuam a ser a ruína de muitos. </li></ul>
  9. 9. <ul><li>O índio seria incapaz de compreender “as mais simples concepções de um estado mental superior”. </li></ul><ul><li>O negro não consegue alçar-se ao nível intelectual médio do indo-europeu, escreve Euclides da Cunha. </li></ul>
  10. 10. Nas ciências...ou na religião... <ul><li>Os castigos devem ser moderados e, na opinião do religioso, é necessário permitir-se os folguedos, porque assim sentirão alivio do cativeiro “para evitar o desconsolo e a melancolia que, muitas vezes os levam à morte”; </li></ul>
  11. 11. <ul><li>Ao analisar as atividades de mineração do ouro no Brasil, Antonil observa que muito dessa produção é desviada: passa em pó e em moeda “reinos estranhos”e o ouro que se gasta em cordões e brincos, que são dados às mulatas ‘ de mau viver’ mais adornadas que as senhoras. </li></ul>
  12. 12. NAS CIÊNCIAS... <ul><li>No clássico Casa Grande & Senzala, de 1933, Gilberto Freire define as relações sexuais entre o português e índios e, posteriormente com africanas, como “confraternização entre vencedores e vencidos” , que diminuiu a distância entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e a senzala”, contribuindo para a “democratização social”. </li></ul><ul><li>Pela via da miscigenação, os extremos são abrandados. </li></ul>
  13. 13. <ul><li>As relações entre senhor branco/negra escrava, sinhozinho/moleque, sinhá/mucama, relações marcadas pelo sadismo dos primeiros e masoquismo dos segundos. </li></ul><ul><li>A inovação da obra de Freire é, na análise sobre a formação da sociedade brasileira, constar o elemento africano como colonizador, argumentando pela igualdade racial. </li></ul><ul><li>Ainda segundo Freire, o objetivo do empreendimento escravista colonial português, era, o lado da necessidade de prover braços para o trabalho, mas também a necessidade de resolver a falta de mulheres brancas </li></ul>Nas ciências...
  14. 14. <ul><li>A mucama exerce forte ação na educação das crianças, ao incutir hábitos de vida, crendices, modo de falar, há um “amolecimento” que caracterizaria nossas falas e modo de vida. </li></ul>
  15. 15. <ul><li>Estas afirmações de Freire fundam uma perspectiva de democracia racial. Um mundo absolutamente integrado, em que não haveria diferenças de oportunidades para brancos e negros; </li></ul><ul><li>Esta é uma imagem falsa, mas absolutamente poderosa, que dá uma idéia de que a ordem social brasileira está aberta a todos em igualdade de condições; </li></ul>
  16. 16. <ul><li>O mito da democracia racial é francamente rechaçado pelo movimento negro em especifico, porque enfatiza o aspecto benevolente da escravidão brasileira, e das mulheres negras como personagens poderosas por exercerem uma sexualidade que não seria permitida às mulheres de “boa família”. Não se pode confundir estupro com exercício livre da sexualidade. </li></ul>
  17. 17. <ul><li>Miscigenação não é democratização. Enquanto o primeiro termo refere-se a um fato biológico, e o outro a um fato sociopolítico. </li></ul><ul><li>Uma grave conseqüência advinda da crença nesse continuum seria a noção de que para ser bem sucedido na sociedade brasileira, é necessário que o individuo seja mais aceito na medida em que se aproxime dos padrões brancos, pela miscigenação. </li></ul>Miscigenação # Democratização
  18. 18. Nas ciências... <ul><li>Em Formação do Brasil Contemporâneo , escrito em 1942, Caio Prado Jr. repete na análise do povoamento da colônia, a predisposição sexual, apresentado por Gilberto Freire; </li></ul><ul><li>De formação marxista, diferencia escravo e negro. E imputa à escravidão o feito de anular, esterilizar o que havia de positivo no negro, enquanto a falta de organização social (organização fundamental do país ) atingiu negros e índios gerando lascívia, ociosidade, inorganicidade. Daí a degeneração das raças envolvidas na colonização. </li></ul>
  19. 19. <ul><li>“ os escravos eram terríveis elementos de corrupção no seio da família. As negras e as mulatas viviam na prática de todos os vícios. Desde crianças começavam a corromper os senhores moços dando-lhe as primeiras lições de libertinagem(...)Da promiscuidade surgia toda sorte de crimes. Senhores amasiavam-se com escravas, desprezando as esposas legitimas, e em proveito de descendência bastarda; outros não casavam, agarrados ao vício de alguma harpia que os seqüestrava,ciumenta e degradante, por uma vida toda; eclesiásticos constituíam famílias com negras e mulatas, com inúmeros filhos, a quem deixavam heranças mais belas propriedades da terra.” Retrato do Brasil, de Paulo Prado, modernista , </li></ul>Nas ciências
  20. 20. <ul><li>Há um mercado consumidor de imagens , cuja ênfase , é a do exótico.Imagens como essas eram comercializadas principalmente para pessoas que iriam para a Europa. </li></ul><ul><li>Nos anúncios nos jornais, a imagem é absolutamente estereotipada: bruxas, inadequação, alcoolismo, lascívia. Por outro lado, quando a intenção era vender a “peça”, não faltavam elogios pela falta de vícios , pela boa saúde, cordialidade. As amas aparecem muito freqüentemente, sendo valorizadas pela “disposição de corpo e beleza” </li></ul>No olhar externo
  21. 21. <ul><li>Este contexto histórico, social, cultural e político francamente desfavorável às mulheres negras, estudos mais apurados e mais preocupados com a questão de gênero e raça, dão conta da existência de ações, levadas a cabo individual ou coletivamente, que desafiavam a imagem de mulheres hipersexualizadas, mudas, “tolas e molengas”, responsáveis por desregramento social e máquinas de sexo inconseqüente. </li></ul>
  22. 22. <ul><li>Sonia Giacomini (1988)as mulheres cativas, apesar de estarem inseridas como os homens em atividades produtivas, tinham a função de reprodutoras, não tinham direito a uma vida própria. </li></ul><ul><li>Freqüentemente destinadas a necessidades e serviços da casa-grande, servindo, entre outras atribuições, como ama-de-leite, e objeto sexual. </li></ul>
  23. 23. <ul><li>Numa sociedade patriarcal, marcada pela desigualdade, em que o senhor de engenho submete às suas vontades, toda a unidade familiar: esposa, filhos, escravaria, agregados; </li></ul><ul><li>O poder e a vontade masculina se impuseram de todos as maneiras: na submissão de escravos e escravas que eram forçadas a satisfazer a libido do senhor, dos seus filhos. </li></ul><ul><li>Por sua vez, as senhoras sentiam-se ameaçadas por essa proximidade entre senhores e escravas, e infligiam muitos castigos corporais; </li></ul>
  24. 24. <ul><li>Estudos mais recentes, indicam, por exemplo, que Francisca da Silva, ou Chica da Silva, como ficou conhecida na história brasileira. </li></ul><ul><li>A despeito da fama de “devoradora de homens”, entre 1755 e 1770 teve 13 filhos e agiu como “qualquer senhora da elite local”, amealhou enorme fortuna e influência, casando os filhos com outros membros da elite, participando de diversas irmandades. </li></ul>Auto retratos
  25. 25. Auto-retratos <ul><li>Em 06 de Setembro 1770, Esperança Garcia, escrava que vivia no Piauí. Escreve uma carta ao governador, onde reclama de maus-tratos: “ há grandes trovoadas de pancadas em um filho meu, sendo uma criança, que faz extrair sangue pela boca, em mim, não posso explicar, que sou colchão de pancadas, tanto que uma vez caí sobrado abaixo; por misericórdia de Deus escapei...me mande aonde ele me tirou para eu viver com o meu marido e batizar minha filha... </li></ul><ul><li>A raridade de um documento escrito por uma escrava que se dirige diretamente ao governador, nos toca pelo insólito, mas sem duvida, não há seduções e meneios, o arbítrio dos senhores era absoluto; </li></ul>
  26. 26. <ul><li>Custódia Machado de Barros, viveu em Salvador, no século XIX, era vendedora ambulante nas ruas da cidade. Em 1814, comprou sua liberdade. Duas décadas mais tarde, possuía duas casas e seis escravos; </li></ul><ul><li>Em 16 de julho de 1811, a forra Eva Maria do Bonsucesso, quituteira, ao armar seu tabuleiro, uma cabra comeu sua mercadoria. Ao tentar recuperar a penca de bananas, bateu no animal, o que provocou a indignação do senhor branco que tomava conta do animal. Confusão feita, foram parar na Justiça, e a quitandeira conseguiu colocar na cadeia o seu agressor. </li></ul>Auto-retratos
  27. 27. <ul><li>Germana vivia em Salvador com o marido, escravo forro, conseguiram juntar o valor referente para depositar como pecúlio para a alforria de Germana. Em 1819, com 60 anos entrou na Justiça para obter sua liberdade, apesar da idade – sofria castigos físicos. Doente e com uma idade avançada, já havia produzido “quinze crias”. </li></ul><ul><li>Luisa Mahin foi uma das cabeças na Revolução dos Malês,em 1835, em Salvador. </li></ul>Auto-retratos
  28. 28. Mulheres em movimento <ul><li>Os legados da escravidão no Brasil em termos de dominação racial e de gênero e as desigualdades da sociedade pós-abolição demonstram a diversidade das experiências sociais das mulheres negras e brancas: questões relativamente comuns , como sexualidade, saúde reprodutiva a, trabalho, remuneração, significaram diferenças para mulheres negras e brancas. Esta percepção foi demonstrada um sem-número de vezes no seio do movimento feminista geral e no movimento negro; </li></ul><ul><li>Mulheres negras como Lélia González (MNU), Alzira Rufino, Benedita da Silva entre outras constituíram sua especificidade e teorizaram, espaços de ação, militam, e militaram pelo respeito à trajetória histórica de suas ancestrais. </li></ul>
  29. 29. <ul><li>A história do trabalho feminino era contada a partir dos anos 60/70, quando houve a entrada em massa dos trabalhadoras no mercado de trabalho industrial. Falácia: as mulheres negras estão desde sempre no mercado de trabalho. Viemos para o Brasil, para cumprir atividades produtivas na sociedade escravista; </li></ul><ul><li>Em 1975, o Ano Internacional da Mulher – Divulgada carta das mulheres negras contando sua história de opressão. Vários grupos surgem a partir desta momento, como Casa de Cultura Dandará (MG), o Coletivo de Mulheres Negras da Bahia(Ba), Grupo de Mulheres Mãe Andrezza (Ma), Aqualtune, Luiza Mahin , posteriormente, Grupo de Mulheres Negras do Rio de Janeiro (1982). </li></ul>
  30. 30. <ul><li>O Nzinga Coletivo de Mulheres Negras (1983); </li></ul><ul><li>Coletivo de Mulheres Negras em São Paulo (1983); </li></ul><ul><li>Coletivo de Mulheres Negras da Baixada, em Santos (1986); </li></ul><ul><li>Sociedade Afrosergipana de Estudos e Cidadania, em Aracaju (1986); </li></ul><ul><li>Geledés Instituto da Mulher Negra, em São Paulo(1988); </li></ul><ul><li>Casa de Cultura da Mulher Negra de Santos (1990); </li></ul><ul><li>Crioula, no Rio de Janeiro (1992) </li></ul><ul><li>Fala Preta! Organização de Mulheres Negras, em São Paulo (1997). </li></ul>
  31. 31. <ul><li>122 anos depois da assinatura da abolição da escravatura, a sociedade brasileira conserva a mesma hierarquia: homens brancos, mulheres brancos, homens negros, mulheres negras; Ainda falta muito por ser feito em termos da população negra. </li></ul><ul><li>A maior parte da população negra mora em submoradias, um Brasil branco e um Brasil negro , com melhor expectativa de vida, mais acesso à saúde, menor número de filhos, mais acesso a educação, acesso aos melhores empregos, maior rendimento </li></ul><ul><li>A história das mulheres negras só passa a ser contada, a partir do momento em que desafiando os estereótipos, as mulheres negras constituíram junto com outras mulheres, e com os homens negros, processos de aliança e singularidade; </li></ul>
  32. 32. <ul><li>Em conformidade com outros movimentos sociais progressistas da sociedade brasileira, o feminismo esteve, também, por longo tempo, prisioneiro da visão eurocêntrica e universalizante das mulheres. A conseqüência disso foi a incapacidade de reconhecer as diferenças e desigualdades presentes no universo feminino, a despeito da identidade biológica. </li></ul>
  33. 33. <ul><li>Assim, segundo a feminista negra Suely Carneiro, “as vozes silenciadas e os corpos estigmatizados de mulheres vítimas de outras formas de opressão além do, sexismo, continuaram no silêncio e na invisibilidade.” </li></ul><ul><li>Como no caso das mães–de-santo, que a despeito de todo o preconceito e discriminação de que foram vitimas, são absolutamente fundamentais na manutenção de laços de solidariedade, na consolidação de uma ponte entre as comunidades de religião de origem africana e a sociedade envolvente. </li></ul>
  34. 34. <ul><li>“ Mulheres negras e livres saíram da senzala para os cortiços, continuaram dignamente cozinhando, alimentando, costurando, bordando, plantando, colhendo, lavando, passando , limpando, esfregando, criando, cuidando, abençoando, curando, sambando, cantando e gerando com dor e alegria novas esperanças para seus descendentes” Theodoro (2000), p.443 </li></ul>Auto-retrato

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