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                                                Fundamentos de Lubrificação




    Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                   R




Introdução

              O objetivo desta apostila é ressaltar a importância dos lubrificantes para o bom desempenho dos veículos e
              máquinas, assim como apresentar as novas especificações dos lubrificantes, visando sua correta aplicação, contri-
              buindo para o aumento da vida útil das peças que o utilizam. Além disso, oferecer uma melhor familiarização para
              os profissionais envolvidos com a área de manutenção em relação aos aspectos básicos da lubrificação das máqui-
              nas e equipamentos utilizados nos diversos segmentos automotivos e industriais, permitindo uma compreensão
              melhor das funções importantes dos atuais lubrificantes.




              Este material foi elaborado pelo Departamento de Tecnologia da Texaco Brasil LTDA. e não pode ser reproduzido,
              integralmente ou parcialmente, sem autorização prévia do mesmo.

              Emissão: Junho de 2005
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Índice
1 PETRÓLEO .................................................................................................................................................... 5
              1.1      Origem do petróleo ........................................................................................................................... 5
              1.2      Composição química do petróleo ....................................................................................................... 5


2 ÓLEOS BÁSICOS ............................................................................................................................................ 6
              2.1      Descrição .......................................................................................................................................... 6
              2.2      Processo de produção de óleos básicos ............................................................................................... 6
              2.3      Propriedades dos grupos de básicos .................................................................................................... 7
              2.4      Dúvida freqüente sobre básicos: Os óleos básicos do grupo III são sintéticos? ....................................... 8


3 ADITIVOS ..................................................................................................................................................... 9
              3.1     Anticorrosivos .................................................................................................................................... 9
              3.2     Antidesgaste ..................................................................................................................................... 9
              3.3     Antiespumante .................................................................................................................................. 9
              3.4     Antioxidantes .................................................................................................................................... 9
              3.5     Detergentes ...................................................................................................................................... 9
              3.6     Dispersantes ...................................................................................................................................... 9
              3.7     Extrema Pressão ................................................................................................................................ 9
                3.7.1     Four Ball ..................................................................................................................................... 10
                3.7.2 Timken ...................................................................................................................................... 11
              3.8     Melhoradores do Índice de Viscosidade ............................................................................................ 12
              3.9     Rebaixadores do Ponto de Fluidez .................................................................................................... 12
              3.10 Modificadores de atrito .................................................................................................................... 12
              3.11 Outros aditivos ................................................................................................................................. 12


4 ÓLEOS LUBRIFICANTES ................................................................................................................................. 13
              4.1    Produção de lubrificantes ................................................................................................................. 13
              4.2    Propriedades dos óleos lubrificantes ................................................................................................. 13
                4.2.1 Viscosidade ................................................................................................................................ 13
                4.2.2 Índice de Viscosidade (IV) ........................................................................................................... 14
                4.2.3 Ponto de fluidez ......................................................................................................................... 14
                4.2.4 Ponto de fulgor .......................................................................................................................... 15
                4.2.5 Cor ............................................................................................................................................ 15
                4.2.6 Densidade .................................................................................................................................. 16
                4.2.7 Outras propriedades ................................................................................................................... 16


5 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE .............................................................................................. 17
              5.1      Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J300 para Óleos de Motor .............................................. 17
              5.2      Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J306 para Óleos de Transmissão Manual e Diferencial .................. 1 9

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Fundamentos de Lubrificação                                                                                                                                               R




              5.3      Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais ..................................................... 20
              5.4      Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais ................................................ 20
              5.5      Outras classificações de viscosidade .................................................................................................. 21


6 CLASSIFICAÇÕES DE DESEMPENHO ............................................................................................................... 22
              6.1     Classificações americanas ................................................................................................................. 22
                6.1.1    Classificação API para óleos de motores a gasolina ....................................................................... 22
                6.1.2    Classificação ILSAC para óleos de motores a gasolina ................................................................... 23
                6.1.3    Classificação API para óleos de motores a diesel ........................................................................... 24
                6.1.4    Programa de certificação da API .................................................................................................. 25
              6.2     Classificações Européias ................................................................................................................... 26
                6.2.1 Classificação ACEA para óleos de motores a gasolina e diesel leve ................................................ 26
                6.2.2 Classificação ACEA para óleos de motores a diesel pesado ............................................................ 27
              6.3     Classificações de fabricantes automotivos ......................................................................................... 30
                6.3.1 Ford ........................................................................................................................................... 30
                6.3.2 Mercedes ................................................................................................................................... 30
                6.3.3 Volkswagen ................................................................................................................................ 31
                6.3.4 Volvo ......................................................................................................................................... 31
              6.4     Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a ar ...................................................................... 32
              6.5     Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a água ................................................................. 32
              6.6     Classificação API para óleos de transmissões manuais e eixos ............................................................. 33
              6.7     Classificações de óleos de transmissões automáticas ......................................................................... 34
                6.7.1    Dexron (GM) .............................................................................................................................. 34
                6.7.2 Allison ........................................................................................................................................ 34
                6.7.3 Caterpillar .................................................................................................................................. 35
                6.7.4 ZF .............................................................................................................................................. 35
                6.7.5 Classificações de fluidos para freios ............................................................................................. 36
              6.8     Classificação AGMA ......................................................................................................................... 37
              6.9     Especificações DIN para óleos industriais ........................................................................................... 38
              6.10 Classificações de fabricantes industriais ............................................................................................. 42


7 GRAXAS LUBRIFICANTES ............................................................................................................................... 44
              7.1     Definição ........................................................................................................................................ 44
              7.2     Aplicação de Graxa .......................................................................................................................... 44
              7.3     Fabricação ....................................................................................................................................... 44
              7.4     Tipos de Graxas ............................................................................................................................... 45
                7.4.1    Tabela de compatibilidade de graxas ........................................................................................... 47
              7.5     Propriedades ................................................................................................................................... 48
                7.5.1    Consistência ............................................................................................................................... 48
                7.5.2 Ponto de gota ............................................................................................................................. 50
                7.5.3 Bombeabilidade ......................................................................................................................... 50
              7.6     Classificação para graxas .................................................................................................................. 52
                7.6.1    Sistema de classificação de graxas da NLGI .................................................................................. 52
                7.6.2 Especificações DIN para graxas .................................................................................................... 53

Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                                                         3
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8 MÓDULO AUTOMOTIVO .............................................................................................................................. 55
              8.1    Motores a gasolina, álcool e Gás Natural ........................................................................................... 55
              8.2    Motores diesel ................................................................................................................................. 56
              8.3    Transmissões Manuais ...................................................................................................................... 58
              8.4    Transmissões Automáticas ................................................................................................................ 58
              8.5    Diferenciais Convencionais .............................................................................................................. 59
              8.6    Diferenciais Autoblocantes ............................................................................................................... 60
              8.7    Direções Hidráulicas ........................................................................................................................ 60
              8.8    Sistemas de Freio ............................................................................................................................ 61
              8.9    Sistema de Arrefecimento ............................................................................................................... 63
                8.9.1 Aplicação ................................................................................................................................... 63
                8.9.2 Tipos de inibidores / Vantagens do inibidor do tipo carboxilato ..................................................... 63
              8.10 Graxas Automotivas ......................................................................................................................... 64
                8.10.1 Cubos de roda ............................................................................................................................ 64
                8.10.2 Suspensão .................................................................................................................................. 64
                8.10.3 Quinta Roda ............................................................................................................................... 64


9 MÓDULO INDUSTRIAL .................................................................................................................................. 65
              9.1    Compressores ................................................................................................................................. 65
              9.2    Compressores de ar ......................................................................................................................... 65
              9.3    Compressores de refrigeração .......................................................................................................... 66
              9.4    Compressores para Gases Industriais ................................................................................................. 66
              9.5    Redutores ........................................................................................................................................ 66
                9.5.1 Tipos de lubrificantes para redutores ........................................................................................... 67
              9.6    Sistema Hidráulico ........................................................................................................................... 68
                9.6.1 Tipos de lubrificantes para sistemas hidráulicos ............................................................................ 68
              9.7    Graxas Industriais ............................................................................................................................. 69


10 GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................ 70




4                                                                                     Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                   R




1 Petróleo
1.1 Origem do petróleo
              Pela teoria orgânica, o petróleo, tal como é encontrado hoje na natureza, resultou da matéria orgânica depositada
              em conjunto com partículas rochosas durante a formação das rochas sedimentares milhões de anos atrás.


1.2 Composição química do petróleo
              O petróleo é constituído quase inteiramente por carbono e hidrogênio em várias combinações químicas (hidrocar-
              bonetos). Dependendo dos tipos de hidrocarbonetos predominantes em sua composição, o petróleo pode ser
              classificado em base parafínica e base naftênica. No caso de não haver predominância de um tipo de composto
              sobre o outro, o petróleo é classificado como base mista.

              Certas características físico-químicas do petróleo, como fluidez, cor e odor, podem variar em função de sua
              composição e do local extraído.

              A figura abaixo classifica os derivados de petróleo, de acordo com o número de carbonos.




                                                                  Número de hidrocarbonetos

                                                    1         6         11         16   21   26   31   36   41   46   51


                                   C1 - C5 Gases



                               C5 - C11 Gasolina



                           C11 - C15 Querosene



                                C20 - C40 Diesel



                        C22 - C48 Óleos básicos
                                      minerais


                            C40 + Combustíveis
                                     pesados



              Figura 1.1


Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                             5
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2 Óleos básicos
2.1 Descrição
         Nas refinarias, o petróleo é processado e uma grande quantidade de subprodutos é obtida. Algumas das refinarias
         possuem unidades especiais para tratamento e processamento destes subprodutos que depois de tratados serão
         denominados “óleos básicos”.

         Os óleos básicos são a matéria-prima principal para a produção dos diversos tipos de lubrificantes.

         Os básicos obtidos do petróleo são classificados conforme abaixo:

                                                                                                                        Algumas
                      Tipo                                      Ligação
                                                                                                                       Aplicações
                                                                  CH3

                                                                            CH3
                                                                                                                      Extensores e
                  Óleos                                                                                              emolientes na
                 Básicos                                                          CH3                                 indústria de
               Aromáticos                                                                                              borracha.



                                                         H 3C
                                                                                   CH3                                 Óleos para
                                                                                                                   transformadores,
                 Óleos
                                                                                                                   compressores de
                Básicos
                                                                                                                     refrigeração e
               Nafténicos
                                                                                                                     compressores
                                                                                                                          de ar.


                                                                        CH3

                                                                                                                   Óleos de motor,
                 Óleos                                                                                             óleos hidráulicos
                Básicos            H 3C                                                                CH3
                                                                                                                      e óleos de
               Parafínicos                                                                                          engrenagens.
                                              CH3                                        CH3



         Figura 2.1


2.2 Processo de produção de óleos básicos
         O tratamento dos básicos está em constante evolução, com o objetivo de melhorar suas propriedades e diferenciar
         os mesmos comercialmente.

         Na figura 3, uma visão simplificada de como os diferentes grupos de básicos são obtidos e quais são processos que
         afetam diretamente as suas propriedades físico-químicas finais.
6                                                               Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                                                          R




                                                        GLP                                                                                    = Processos

                                                                                                                                               = Produtos
                                                        Nafta


                                                      Gasolina                  Extração              Desparafinação
                                                                                                       Extração                                      Grupo I
                                                                                                                          Hidrotratamento          Óleo Mineral
                                                                              por Solvente           por Solvente
                                                                                                        por Solvente
                                  Torre de                                                                                                         Convencional
                                 Destilação a        Querosene
                                   Vácuo
                                                                                                                                                      Grupo II
                                                                               Hidrocraquamento                                                   Óleo Mineral não
                                                       Diesel                 de Baixa Temperatura
                                                                                                                                                   Convencional
                                                                                                         Desparafinação
                                                                                                           Catalítica        Hidroacabamento
                                                     Lubrificante                                                                                     Grupo III
                                                     Destilado e                Hidrocraquamento                                                  Óleo Mineral não
                    Petróleo                          Gás-Óleo                 de Alta Temperatura                                                 Convencional


                                                     Combustíveis
                                                       Pesados


                                                                    Craqueamento                                                                      Grupo IV
                                                                                      Eteno          Síntese    Deceno        Polimerização
                                                                       da Nafta                                                                   Sintéticos (PAO)




                   Gás Natural                  Reação Fischer - Tropsch      Hidroprocessamento               Desparafinação Catalítica         Óleo Básico GTL




              Figura 2.2


2.3 Propriedades dos grupos de básicos
              Para permitir que os diferentes grupos de básicos possam ser comparáveis comercialmente e substituíveis no
              processo de produção de lubrificantes, os óleos básicos foram classificados em grupos que levam em considera-
              ção as propriedades abaixo:

              • Índice de viscosidade (I.V.)
              • Percentual de saturados
              • Teor de enxofre

              Estas propriedades serão vistas mais adiante nesta apostila e também estão detalhadas no glossário.

              Algumas das especificações mais modernas de óleos de motor e de transmissão têm limites tão severos que o
              uso de básicos de maior qualidade passa a ser obrigatório. Os básicos de melhor qualidade também possuem
              melhores características de Ponto de fluidez, Resistência à oxidação e Volatilidade.




Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                                                     7
R
                                                                                                        Fundamentos de Lubrificação




                                     Enxofre,                                         Saturados, %
                   Grupo                                                                                                   I.V.
                                      % peso                                            volume
                        I              > 0,03                 e/ou                          < 90                        80-119
                       II              < 0,03                    e                          > 90                        80-119
                       III             < 0,03                    e                          > 90                         > 120
                       IV                                    Todas polialfaolefinas (PAOs)
                       V         Todos os básicos não incluídos nos grupos de I a IV (Nafténicos e sintéticos não PAOs)
                       VI                                      Poli-interna-olefinas (PIOs)
          Figura 2.3



2.4 Dúvida freqüente sobre básicos: os óleos básicos do grupo III são sintéticos?
          Segundo o parecer da Corte de Apelação Americana de 1999 (National Appeals Division - NAD), os óleos dos
          grupos III podem ser chamados de sintéticos. Isto é válido para todo o mundo, exceto Alemanha.

          A Chevron, por exemplo, faz uso do termo “formulado com ISOSYN” para diversos produtos fabricados nos EUA
          com básicos do grupo III, como indicação de uso de básico de melhor qualidade.




8                                                           Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                    R




3 Aditivos
              Os aditivos são compostos químicos que melhoram ou atribuem propriedades aos óleos básicos que serão
              usados na fabricação de lubrificantes e graxas.
              Esses aditivos químicos têm diferentes funções e normalmente pertencem a uma das categorias descritas abaixo.


3.1 Anticorrosivos
              Estes aditivos protegem as superfícies metálicas lubrificadas do ataque químico pela água ou outros contaminantes.


3.2 Antidesgaste
              Estes aditivos formam um filme protetor nas superfícies metálicas, evitando o rompimento da película lubrifican-
              te, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. A formação deste filme ocorre a temperaturas pontuais de até
              300°C.


3.3 Antiespumantes
              Têm a propriedade de fazer com que esta espuma formada na circulação normal do óleo se desfaça o mais rápido
              possível.


3.4 Antioxidantes
              Têm a propriedade de aumentar a resistência à oxidação do óleo. Retardam a reação com o oxigênio presente no
              ar, evitando a formação de ácidos e borras e, conseqüentemente, prolongando a vida útil do óleo. Evitando a
              oxidação, minimizam o aumento da viscosidade e o espessamento do óleo.


3.5 Detergentes
              Têm a propriedade de manter limpas as partes do motor. Também têm basicidade para neutralizar os ácidos
              formados durante a combustão.


3.6 Dispersantes
              Têm a propriedade de impedir a formação de depósitos de produtos de combustão (fuligem) e oxidação (borra)
              nas superfícies metálicas de um motor, mantendo estes produtos indesejáveis em suspensão de modo que sejam
              facilmente retidos nos filtros ou removidos quando da troca do óleo.


3.7 Extrema Pressão
              Estes aditivos reagem com o metal das superfícies sob pressão superficial muito elevada, formando um compos-
              to químico que reduz o atrito entre as peças. Minimizam o contato direto entre as partes, evitando o rompimento
              da película lubrificante, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. Esta reação se dá a temperaturas pontuais
              elevadas (cerca de 500°C). Estes aditivos são comumente utilizados em lubrificantes de engrenagens automoti-
              vas e industriais e também em graxas.
Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                              9
R
                                                                                                              Fundamentos de Lubrificação



          Existem dois ensaios principais para avaliar a capacidade de um óleo lubrificante de suportar cargas elevadas em
          serviço. A capacidade EP de um óleo depende quase que integralmente dos aditivos de Extrema Pressão adicio-
          nados ao produto.


3.7.1 Four Ball
          O método Four Ball ASTM D-2783 é um ensaio que avalia as propriedades de extrema pressão do lubrificante,
          utilizando uma esfera de aço que gira na parte superior a 1760 rpm sobre 3 outras esferas que estão imóveis em
          uma cuba de teste recoberta com o óleo. Os testes são feitos aumentando a carga até ocorrer a soldagem.


                                     A esfera de
                                     cima gira a
                                     1.800 RPM




                                                   Amostra do
                                                   Lubrificante

                                                                  Força da Carga


          Figura 3.1 a



          O método Four Ball ASTM D-4172 é um ensaio que avalia as propriedades antidesgastes do lubrificante, seme-
          lhante ao ASTM D-2783, porém, neste caso, após o ensaio, mede-se o diâmetro das escariações sofridas pelas
          esferas, em mm.




                                                   o teste é concluído quando
                                                   ocorre a solda


          Figura 3.1 b


10                                                                Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                   R




                                                               os diâmetros das marcas de
                                                               desgastes são medidos
                                                               horizontalmente e verticalmente


              Figura 3.1 c



              Para graxas os ensaios são ligeiramente diferentes e são, portanto, definidos por outros métodos:

              • O método Four Ball ASTM D-2596 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa até ocorrer a soldagem.

              • O método Four Ball ASTM D-2266 avalia as propriedades de antidesgaste da graxa, medindo o diâmetro das
                escariações.


3.7.2 Timken
              Este teste para óleos lubrificantes é feito sob o método ASTM D-2782. É um ensaio que avalia as propriedades de
              extrema pressão do lubrificante.

              Um anel de aço gira contra um bloco de aço. São colocados pesos (libras), fazendo com que o anel exerça pressão
              sobre o bloco que está imóvel. Ao final, avalia-se o bloco, ou seja, se a aditivação presente no óleo não se rom-
              peu, danificando o bloco.




                                                                                         O detalhe mostra
                                                                                         como o copo de
                                                                                         teste fricciona
                                                                                         de encontro ao
                                                                                         bloco de teste




              Figura 3.2
Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                            11
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                                                                                                        Fundamentos de Lubrificação



         Para graxas o ensaio é ligeiramente diferente e, portanto, definido por outro método:

         • O método Timken ASTM D-2509 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa, observando os danos
           causados no bloco de teste.


3.8 Melhoradores do Índice de Viscosidade
         Têm a função de reduzir a tendência dos óleos lubrificantes variarem a sua viscosidade com a variação da
         temperatura.


3.9 Rebaixadores do Ponto de Fluidez
         Melhoram a fluidez dos óleos quando submetidos a baixas temperaturas, evitando a formação de cristais que
         restringem o fluxo dos mesmos.


3.10 Modificadores de Atrito
         Os aditivos modificadores de atrito reduzem a energia necessária para deslizar partes móveis entre si, formando
         uma película que se rompe com o movimento, mas que se recompõe automaticamente. São empregados em
         óleos de motores (para aumento de eficiência), em sistemas de freio úmido, direções hidráulicas e diferenciais
         autoblocantes (para diminuição de ruídos), em transmissões automáticas (para melhorar o acionamento das
         embreagens e engrenagens) e também em graxas para Juntas Homocinéticas (para o aumento de eficiência).
         Podem ser substâncias orgânicas (teflon), inorgânicas (grafite, bissulfeto de molibdênio) ou organometálicas (a
         base de molibdênio ou boro).


3.11 Outros Aditivos
         Além destes tipos de aditivos, existem vários outros de uso corrente como corantes, agentes de adesi-
         vidade, etc.




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4 Óleos lubrificantes
4.1 Produção de lubrificantes
              Os óleos lubrificantes apresentam certas características próprias que lhes são conferidas pela sua composição
              química (resultante do petróleo bruto), pelo tipo de refino, pelos tratamentos adicionais realizados e pelos
              aditivos utilizados.

              Abaixo esquema simplificado da produção de óleos lubrificantes:



                                 Óleo Básico 1



                                                                               Misturador em Linha
                                                                                                        Óleo
                                 Óleo Básico 2                                         ou
                                                                                                     Lubrificante
                                                                                Tacho de Mistura



                                    Aditivos




                                 = Componentes

                                 = Processo

                                 = Produto


              Figura 4.1



4.2 Propriedades dos óleos lubrificantes


4.2.1 Viscosidade
              A viscosidade é a resistência ao movimento (fluxo) que um fluido apresenta a uma determinada temperatura.

              O método de medição mais empregado atualmente é o de viscosidade cinemática. Neste método, é medido o
              tempo que um volume de líquido gasta para fluir (sob ação da gravidade) entre dois pontos de um tubo de vidro
              capilar calibrado. A unidade de viscosidade cinemática é expressa em centistokes (cSt) ou em mm2/s, conforme
              o sistema métrico internacional.




Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                        13
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                                                                                                          Fundamentos de Lubrificação




                                               Tubo de Viscosidade Cinemática
                                                                         Sucção do fluido até a
                                                                         marca do início




                                                                         Marca do início




                                                                         Marca do fim




                                                                         Seção capilar




                                                                      Segundos




          Figura 4.2



          Outros métodos de cálculo de viscosidade cinemática ainda muito citados em manuais e literatura técnica em
          geral são SSU (Saybolt Segundo Universal) e Engler.

          A viscosidade é uma das propriedades mais importantes a serem consideradas na seleção de um lubrificante, pois
          este deve ser suficientemente viscoso para manter uma película protetora entre as peças em movimento relati-
          vo, e também não ser tão viscoso que ofereça resistência excessiva ao movimento entre as peças.


4.2.2 Índice de Viscosidade (IV)
          É um número empírico que expressa a taxa de variação da viscosidade com a variação da temperatura. Quanto
          mais alto o IV de um óleo lubrificante, menor é a variação de sua viscosidade ao se variar a temperatura. De um
          modo geral, os óleos parafínicos possuem um IV maior que os óleos naftênicos. (Veja mais detalhes no glossário)


4.2.3 Ponto de fluidez
          É a menor temperatura em que um óleo flui livremente, sob condições preestabelecidas de ensaio. Esta carac-
          terística é bastante variável, e depende de diversos fatores como: origem do óleo cru, tipo de óleo e processo de
          fabricação. (Veja mais detalhes no glossário)
14                                                            Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                   R




4.2.4 Ponto de fulgor
              É a menor temperatura na qual um óleo desprende vapores que, em presença do ar, provocam um lampejo ao
              aproximar-se de uma pequena chama da superfície do óleo. Este ensaio permite estabelecer a máxima tempe-
              ratura de utilização de um produto, evitando riscos de incêndio e/ou explosão.


4.2.5 Cor
              Dentre vários métodos empregados para a determinação de cor, o mais usual é o ASTM - 1500.
              Neste método, uma amostra líquida é colocada no recipiente de teste e, utilizando uma fonte de luz, esta
              amostra é comparada com discos de vidro colorido, que variam em valor de 0,5 a 8,0. Quando não é encontrada
              uma equivalência exata e a cor da amostra fica entre duas cores padrão, relata-se a mais alta. Assim, um óleo que
              tenha a cor entre 2,5 e 3,0 será reportado L3,0.

              A cor dos óleos não tem relação direta com as características lubrificantes e nem com a viscosidade, um óleo mais
              claro não é necessariamente menos viscoso.

              Qual a importância da cor em um lubrificante?

              1) Identificação de vazamentos. Por esta razão muitas vezes são adicionados corantes nos óleos para facilitar a
                 identificação dos mesmos.

              2) Atrativo comercial. Óleos mais claros ou coloridos artificialmente podem dar uma idéia de produtos de maior
                 qualidade.

              3) Facilitar a visualização das peças (nos casos de produtos para usinagem).

              4) Não interferir na cor do produto final quando o óleo fizer parte da composição do mesmo.

              A tabela a seguir é apenas uma referência de cores para uso didático, não pode ser utilizada como padrão
              de cores.


                                                                   Color Conversion Table
                                                                       (ASTM D 1500)




              Figura 4.3
Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                            15
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4.2.6 Densidade
         É a relação entre o peso do volume do óleo medido a uma determinada temperatura e o peso de igual volume
         de água destilada. Também é conhecida como massa específica.

         A maior parte dos produtos líquidos de petróleo são manipulados e vendidos por volume, porém, em alguns
         casos, é necessário conhecer o peso do produto. Conhecendo-se a densidade, é possível converter volume para
         peso e vice-versa.


4.2.7 Outras propriedades
         Além das propriedades detalhadas acima, existem outras como:

         • Ponto de anilina

         • Volatilidade

         • Ponto de inflamação

         • Ponto de congelamento




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5 Sistemas de classificação de viscosidade
              Existem várias classificações de viscosidade para óleos lubrificantes. Para escolher o óleo adequado, o usuário
              deve levar em consideração a viscosidade correta do óleo para cada aplicação.


5.1 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J300 para Óleos de Motor
              A SAE desenvolveu a Classificação de Viscosidade para Óleos de Motor SAE J300, que tem sido modificada com
              o passar dos anos e estabelece 11 diferentes graus de viscosidade do óleo de motor, conforme tabela abaixo.

              Classificação de viscosidade para óleos de motor

                                                                      SAE J300 Janeiro 2001a
                                             Viscosidades a Baixas Temperaturas                 Viscosidades a Altas Temperaturas
                   Grau de
                                                                                                 Viscosidaded
                 Viscosidade                Viscosidade                      Viscosidade                                 Viscosidadee
                                                                                                 (cSt a 1000C)
                     SAE                    máximab (cP)                     máximac (cP)                                (cP a 1500C)
                                                                                               Mínimo     Máximo
                       0W                  6.200 até -350C                 60.000 até -400C     3,8           -
                       5W                  6.600 até -300C                 60.000 até -350C     3,8           -
                                                            0                           0
                      10W                  7.000 até -25 C                 60.000 até -30 C     4,1           -
                      15W                  7.000 até -200C                 60.000 até -250C     5,6           -
                      20W                  9.500 até -150C                 60.000 até -200C     5,6           -
                      25W                 13.000 até -100C                 60.000 até -150C     9,3           -
                        20                           -                             -            5,6         < 9,3              2,6
                        30                           -                             -            9,3        < 12,5              2,9
                        40                           -                             -            12,5       < 16,3              2,9f
                        40                           -                             -            12,5       < 16,3             3,7g
                        50                           -                             -            16,3       < 21,9              3,7
                        60                           -                             -            21,9       < 26,1              3,7
               Reimpresso com a permissão da SAE J300 © 2004 Society of Automotive Engineers, Inc.
               a) 1cP = 1m Pa. s; 1cST = 1 mm2/s
               b) Viscosidade aparente utilizando o Simulador de partida a frio (CCS) - Método ASTM D 5293.
               c) Viscosidade aparente utilizando o Viscosímetro rotativo (MRV) - Método ASTM D 4684.
               d) Viscosidade cinemática utilizando Viscosímetro capilar - Método ASTM D 445.
               e) Viscosidade após cisalhamento de 10-6s, e temperatura de 150ºC utilizando o Viscosímetro simulador de rolamento
                  selado - Método ASTM D 4683.
               f ) Para óleos SAE 0W40, 5W40 e 10W40.
               g) Para óleos SAE 15W40, 20W40, 25W40 e 40.

              Figura 5.1

Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                        17
R
                                                                                                                        Fundamentos de Lubrificação



         O desenvolvimento dos aditivos melhoradores de índice de viscosidade possibilitou a fabricação dos óleos de
         múltipla graduação. Esses óleos também chamados de multiviscosos ou multigraus, como o SAE 5W-30 e SAE
         15W-40, são largamente usados porque são fluidos o bastante em baixas temperaturas, para permitir uma partida
         mais fácil do motor, e suficientemente espessos a altas temperaturas, para terem um desempenho satisfatório.
         No gráfico a seguir, podemos observar o comportamento da viscosidade de um óleo multigrau comparado com
         óleos monograus.

         Gráfico comparativo entre óleos monograus e multigraus

                                               1000




                                                            SAE 40
                Viscosidade Cinemática (cSt)




                                                100         SAE 30

                                                           SAE 10W


                                                                                                                           SAE 15W40
                                                 10




                                                  1
                                                      10             40                70                            100
                                                                          Temperatura (ºC)


         Figura 5.2


         Com a ajuda do gráfico, torna-se simples concluir porque um motor trabalha melhor com um óleo multigrau do
         que com um monograu.

         • A viscosidade em baixa temperatura (por exemplo, 5W ou 10W) indica a rapidez com que um motor fará a
           partida no inverno e a facilidade com que o óleo fluirá para lubrificar as peças críticas do motor em baixa
           temperatura. Quanto mais baixo for o número, mais facilmente o motor poderá fazer a partida no tempo frio.

         • A viscosidade em alta temperatura (por exemplo, 30 ou 40) proporciona a formação de película adequada para
           uma boa lubrificação em temperaturas operacionais (motor quente).

         Nossa orientação, quanto ao grau de viscosidade do óleo, é seguir as recomendações dos fabrican-
         tes de veículos para a viscosidade do óleo de cárter mais apropriada para o projeto do seu veículo.




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Fundamentos de Lubrificação                                                                                                           R




5.2 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J306 para Óleos de Transmissão Manual e
    Diferencial
              A SAE também desenvolveu uma Classificação de Viscosidade para Óleos de Diferencial e de Transmissão
              Manual SAE J306, que tem sido modificada com o passar dos anos. Hoje estabelece nove diferentes graus de
              viscosidade do óleo de diferencial.

              Existe uma proposta para que sejam acrescidos mais dois graus de viscosidades (SAE 110 e 190) e também
              alterados os limites das viscosidades SAE 90 e SAE 140 para representar melhor a diferença entre os produtos que
              estão no mercado.

              Classificação de viscosidade para óleos de caixas de mudanças e diferenciais:

                                      SAE J306 Junho 1998                                             Proposta de Mudança

                                       Temperatura                  Viscosidade
                                                                                                                  Viscosidade
                   Grau de             Máxima para                 Cinemática de              Grau de         Cinemática a 1000C,
                 Viscosidade            Viscosidade                   1000C, cSt            Viscosidade          cSt (ou mm2/s)
                     SAE                de 150.000                   (ou mm2/s)                 SAE
                                        mPa.sec, 0C            Mínimo              Máximo                   Mínimo          Máximo

                      70W                     -55                  4,1               -         70W            4,1             -
                      75W                     -40                  4,1               -         75W            4,1             -
                      80W                     -26                  7,0               -         80W            7,0             -
                      85W                      -12                11,0               -         85W            11,0            -
                       80                       -                  7,0             < 11,0       80            7,0           < 11,0
                       85                       -                 11,0             < 13,5       85            11,0          < 13,5
                       90                       -                 13,5             < 24,0       90           13,5           < 18,5
                                                -                                              110           18,5           < 24,0
                      140                       -                 24,0             < 41,0      140           24,0           < 32,5
                                                -                                              190           32,5           < 41,0
                      250                       -                 41,0               -         250            41,0            -
               Reimpresso com a permissão da SAE J306 © 2004 Society of Automotive Engineers, Inc.

              Figura 5.3



              Este sistema tem função análoga ao sistema para óleos de motor. Aqui também o sufixo “W” indica graus de
              viscosidade destinados a uso em baixas temperaturas ambiente (locais de clima muito frio).

              A medida de viscosidade para baixa temperatura de engrenagens é feita através do ensaio de viscosidade
              dinâmica Brookfield porque representa melhor as propriedades de fluidez dos óleos de engrenagens (do que
              ensaios de ponto de fluidez, por exemplo).

              Estudos comprovam a excelente correlação entre a temperatura em que ocorre a lubrificação de um eixo
              automotivo na partida em baixa temperatura e falhas por lubrificação inadequada em óleos acima 150.000 cP.


Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                     19
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                                                                                                        Fundamentos de Lubrificação



5.3 Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais
          O sistema de classificação ISO é mais simples e leva em consideração apenas a viscosidade do produto à 400C.


                  Grau de         Ponto Médio da                Limites da Viscosidade                               Unidades
                Viscosidade        Viscosidade,                 Cinemática, cSt à 400C                              Equivalentes
                    ISO             cSt à 400C              Mínimo                       Máximo                       em SUS

                        2               2,2                   1,98                         2,42                           32
                        3               3,2                   2,88                         3,52                           36
                        5               4,6                   4,14                         5,06                           40
                        7               6,8                   6,12                         7,48                           50
                       10               10                      9                            11                           60
                       15               15                    13,5                         16,5                           75
                       22               22                    19,8                         24,2                          105
                       32               32                    28,8                         35,2                          150
                       46               46                    41,4                         50,6                          215
                       68               68                    61,2                         74,8                          315
                       100              100                    90                           110                          465
                       150              150                   135                           165                          700
                       220              220                   198                           242                         1000
                       320              320                   288                           352                         1500
                       460              460                   414                           506                          2150
                       680              680                   612                           748                          3150
                   1000                1000                   900                          1100                         4650
                   1500                1500                  1350                          1650                         7000
          Figura 5.4



5.4 Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais
          O sistema de classificação AGMA classifica os lubrificantes para engrenagens abertas ou fechadas, levando em
          consideração não só a viscosidade dos óleos, mas também a aditivação dos produtos.
          A AGMA classifica os óleos como:

          • R&O (inibidores de ferrugem e corrosão)

          • EP (Antidesgaste / Extrema Pressão)

          • CP (Óleos compostos - com 3 a 10% de gordura mineral ou sintética - freqüentemente empregados em
            engrenagens do tipo coroa / sem-fim)

          • R (residuais - freqüentemente empregados em engrenagens abertas)

          • S (sintéticos)
20                                                          Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                               R




              A classificação AGMA estabelece também diversos limites. Dentre eles:
              • Viscosidade máxima de 150.000 cP (a 5 graus abaixo da temperatura de partida do equipamento)
              • Valores mínimos de índice de viscosidade
              • Valores máximos de formação de espuma

              É importante ressaltar que na classificação atual (emitida em 2002) houve uma mudança significa-
              tiva nas viscosidades dos números AGMA 10, 11 e 12 para poderem alinhar com os graus de visco-
              sidade ISO.
              Para equipamentos antigos, deve-se conferir a viscosidade adequada especificada pelo fabricante
              (não se deve ater apenas ao número AGMA quando da recomendação de lubrificantes).

              ANSI / AGMA 9005-E02 1

                                                 Viscosidade2                        Limites de Viscosidade2
                                                                                     Cinemática a 400C (cSt)            Número
                           ISO                   Média a 400C
                                                                                                                         AGMA
                                                     (cSt)
                                                                                   Mínimo              Máximo
                     ISO VG 32                           32                         28,8                35,2                0
                     ISO VG 46                           46                         41,4                50,6                1
                     ISO VG 68                           68                         61,2                 74,8               2
                     ISO VG 100                         100                         90,0                 110                3
                     ISO VG 150                         150                         135                  165                4
                    ISO VG 220                          220                         198                  242                5
                    ISO VG 320                          320                         288                  352                6
                    ISO VG 460                          460                         414                  506                7
                    ISO VG 680                          680                         612                  748                8
                    ISO VG 1000                        1000                         900                 1100               8A
                    ISO VG 1500                        1500                         1350                1650                9
                    ISO VG 2200                        2200                         1980                2420               10
                    ISO VG 3200                        3200                         2880                3520               11
               1) Revisão da ANSI/AGMA 9005-D94.
               2) A unidade usual para a viscosidade cinemática é o centistoke (cSt), que é equivalente a mm2/s
                  Extraído da ANSI/AGMA 9005-02, lubrificação de engrenagens industriais, com a permissão da emitente, a American Gear
                  Manufacturers Association, 500 Montgomery Street, Suite 350, Alexandria, Virginia, USA, ZIP Code 22314

              Figura 5.5



5.5 Outras classificações de viscosidade
              Existem outras classificações de viscosidade específicas para máquinas operatrizes (como as normas ASLE). Entre
              em contato, se necessário.




Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                         21
R
                                                                                                                                 Fundamentos de Lubrificação




6 Classificações de desempenho
          Os fabricantes de equipamentos e a indústria petrolífera vêm desenvolvendo várias maneiras de classificar e
          descrever os lubrificantes, tentando atender as evoluções dos equipamentos, as condições operacionais, qualida-
          de e tipos de combustíveis empregados e, mais recentemente, legislações ambientais (atuais e futuras), princi-
          palmente relativas a emissões.

          Na área automotiva, as classificações são:
          • por tipo de ciclo de motor: Otto (gasolina, álcool, gás natural ) e diesel
          • por tipo de veículo: leve (automóveis, pick-ups e utilitários) e pesados (caminhões, ônibus e equipamentos
            pesados)
          • por revoluções de funcionamento: 2 tempos e 4 tempos
          • por área geográfica : americanas, européias e asiáticas


6.1 Classificações americanas


6.1.1 Classificação API para óleos de motores a gasolina
          A letra “S” seguida de outra letra (por exemplo, SL) refere-se a óleo adequado para motores a gasolina. Segundo
          a API, “S” é uma categoria para serviço de uso pessoal (service).
          Por coincidência, “S” pode representar “spark ignition” (ignição por centelha), que é a forma da combustão nos
          motores a gasolina.
          A segunda letra é atribuída alfabeticamente na ordem de desenvolvimento.


                       Especificações vigentes
                                                                                                                                                          SM
                       Especificações obsoletas                                                                                                          2004


                       Comercialização proibida pela ANP                                                                                       SL
                                                                                                                                           2001 - 2004


                                                                                                                                 SJ
                                                                                                                             1996 - 2001

                                                                                                                   SH
                                                                                                               1993 - 1996

                                                                                                     SG
                                                                                                 1988 - 1993

                                                                                       SF
                                                                                   1979 - 1988
                                                                         SE
                                                                     1971 - 1979
                                                           SD
                                                       1967 - 1971
                                             SC
                               SB        1963 - 1967
                   SA      1930 - 1963
               1920 - 1930



          Figura 6.1
22                                                                                 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                                          R




              Abaixo um comparativo entre as classificações mais recentes:

                                                                                    Oxidação




                                    Estabilidade ao Cisalhamento                                                 Depósitos




                                          Depósito no Pistão                                                         Ferrugem




                                                                      Desgaste                        Corrosão

                                                        API SL           API SJ      API SH          API SG          API SF

              Figura 6.2


6.1.2 Classificação ILSAC para óleos de motores a gasolina
              A API criou também um sistema de certificação de fácil visualização (apenas os produtos que atendem a última
              especificação podem receber o símbolo conhecido como “Starburst” nas suas embalagens). Os óleos têm correla-
              ção direta com os óleos da classificação API, mas atendem a testes de performance mais severos, entre eles o
              de economia de combustível. As classificações são na seqüência histórica GF-1(SH), GF-2(SJ), GF-3(SL), GF-4(SM) .

              A ILSAC (International Lubricant Standardization and Approval Committee) compreende os fabricantes america-
              nos (AAMA) e japoneses (JAMA).


                                                               Controle de Depósito nos Pistões




                   Desgaste do comando de válvulas                                                   Consumo de óleo (Volatilidade) e proteção
                                                                                                     dos sistemas de emissões (limites p/P e S)




                   Espessamento do óleo e controle
                                                                                                     Economia de combustível (inicial e retenção)
                   de depósitos de alta temperatura




                                                            Controle de borra de baixa temperatura

                                                          GF-4/SM              GF-3/SL      GF-2/SJ

              Figura 6.3
Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                                    23
R
                                                                                                             Fundamentos de Lubrificação



6.1.3 Classificação API para óleos de motores a diesel
          A letra “C” seguida de outra letra (por exemplo CF) refere-se a óleo adequado para motores diesel. Segundo a
          API, “C” é uma categoria para uso comercial (commercial).
          Por coincidência, a letra “C” representa “Compression Ignition” (ignição por compressão), que é a forma de
          ignição dos motores diesel.
          A segunda letra também é atribuída alfabeticamente na ordem de desenvolvimento.

          Como pode ser visto no gráfico, há uma subdivisão na categoria API para motores a diesel para atender os
          segmentos de motores diesel de dois tempos (principalmente ferroviários), motores diesel grandes (com foco
          nos motores marítimos que consomem combustíveis de alto teor de enxofre) e motores “rodoviários” (onde
          estão incluídas as especificações mais modernas para motores de caminhões e ônibus).


                                                                                                                           CI-4
                                                                                                                          2004
                                                                    CF-2                                              Quatro tempos
                                                                    1994                                                Multigrau
                                                                 Dois tempos                                      Recirculação de gases
                                                                  Monograu                                      de escape (EGR) e controle
                                                                                                                       de desgaste
                                                                                                             CH-4
                                                                                      CF                     1998
                                                                                    1994                      Quatro tempos
                                                                               Quatro tempos                     Multigrau
                                                                                  Monograu          Melhor comportamento em presença
                                                                                Enxofre > 0,5%              de fuligem elevada
                                                                                               CG-4
                                                                                               1994
                                                                                          Quatro tempos
                                                      CD-II                                  Multigrau
                                                      1985                                Enxofre < 0,05%
                                                   Dois tempos
                                                    Monograu                    CF-4
                                                                               1990
                                                                           Quatro tempos
                                                                             Multigrau
                                                                           Injeção direta
                                                               CE
                                                              1985
                                                          Quatro tempos
                                                            Multigrau



                                          CD
                                         1955
                                   CC
                            CB    1951                                         Especificações vigentes
                        CA 1950
                       1940
                                                                               Especificações obsoletas

                                                                               Comercialização proibida pela ANP


          Figura 6.4




24                                                               Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                                       R




              Abaixo um comparativo entre as classificações mais recentes:

                                                                            Depósito nos Pistões

                                         Estabilidade ao Cisalhamento                              Corrosão



                                          Aeração do Óleo                                                     Espessamento por Fuligem




                                             Oxidação                                                            Desgaste no Comando de Válvula




                       Bombeabilidade do Óleo Usado                                                           Desgaste nos anéis e Camisas



                                       Entupimento do Filtro de Óleo                               Consumo de Lubrificante

                                                                                   Borra

                                            API CI-4            API CH-4           API CG-4        API CF-4           API CF

              Figura 6.5



6.1.4 Programa de certificação da API
              Este programa define, certifica e monitora o desempenho do óleo de motor que os fabricantes de veículos e
              motores consideram necessário para a vida e o desempenho satisfatórios do equipamento. O sistema inclui um
              processo de auditoria anual para verificar se os produtos licenciados no mercado cumprem os termos do acordo
              de licenciamento da API.



                                   TROLEUM
                                 PE                                          RVICE __/_                                RVICE CI-4
                                                                           SE                                       SE
                           N




                                                 IN




                                                                                                                                  /S
                                                                                        _,
                        MERICA




                                                                                                                I
                                                                        I




                                                                                                              AP
                                                                      AP
                                                    S




                                                                                          __




                                                                                                                                    L
                                                     TITUTE •




                                                                              SAE                                      SAE
                                                                             xxW-yy                                   15W-40
                           •A




                                                                      EN




                                                                                           G
                                                                                        IN




                                 CE                                       RG        V
                                                                        E




                                                                            Y CONSER                                 CI- 4
                                      R TI F I E D                                                                         PLUS

                           API® Certification Mark                     API® Service Symbol                API® Service Symbol “Donut”
                                 “Starburst”                                 “Donut”                             with CI-4 PLUS

                      (1) Starburst: produtos com este símbolo atendem a especificação ILSAC vigente.
                      (2) Nível de Desempenho: “S” para motores a gasolina e “C” para motores a diesel.
                      (3) Classificação de Viscosidade SAE.
                      (4) Energy Conserving: produto que auxilia na redução do consumo de combustível.
                      (5) Exemplo de um produto que atende a especificação CI-4 Plus.


              Figura 6.6


Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                              25
R
                                                                                                                                Fundamentos de Lubrificação



6.2 Classificações Européias


6.2.1 Classificação ACEA para óleos de motores a gasolina e diesel leve
          Em 2004 a ACEA unificou as duas classificações que historicamente eram distintas: A classificação ACEA A”X” para
          motores a gasolina e a classificação ACEA B”X” para motores a diesel de veículos leves. Isto faz bastante sentido
          na Europa porque praticamente todos os veículos estão disponíveis nas duas motorizações.

          Em 2004 foi criada uma classificação específica para os veículos equipados com catalizadores especiais para
          redução de poluentes. Estes óleos ACEA C”X” têm um nível de desempenho equivalente a um ACEA A5/B5, mas
          com limites químicos bastante mais restritivos.




                               Carros de passageiros e pick-ups                                                                        C3-04
                        2004
                                Motores a gasolina e a diesel
                                                                                                                               C2-04

                                                                                                                                               Baixa emissão
                                                   A1/B1-04       A3/B3-04           A3/B4-04         A5/B5-04         C1-04




                        2002   A1-02    A2-96       A3-02     A5-02          B1-02     B2-98     B3-98      B4-02      B5-02
                                         ISSUE 3                                       ISSUE 2   ISSUE 2
                 ACEA




                        1998   A1-98    A2-96       A3-98                    B1-98     B2-98     B3-98      B4-98
                                         ISSUE 2




                        1996   A1-96    A2-96       A3-96                    B1-96     B2-96     B3-96
                 CCMC




                        1990              G4          G5                                          PD2            PD1

                               Carros de passageiros e pick-ups              Carros de passageiros e pick-ups
                                     Motores a gasolina                              Motores a diesel




                           Especificações vigentes

                           Especificações obsoletas

                           Especificações obsoletas com limites mais severos



          Figura 6.7




26                                                                               Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                             R




                                                                         Carros de passageiros e pick-ups
                                                                           Motores a diesel e gasolina




                                               Economia de Combustível     A1/B1-04                        A5/B5-04




                                                                                        A3/B3-04

                                                                                        A3/B4-04




                                                                                Maior Intervalo de Troca


              Figura 6.8



6.2.2 Classificação ACEA para óleos de motores a diesel pesado
              Em 2004 foi criada uma classificação específica para os veículos equipados com catalizadores especiais para
              redução de poluentes. Estes óleos ACEA E6 têm um nível de desempenho equivalente a um ACEA E7, mas limites
              químicos bastante mais restritivos.




Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                      27
R
                                                                                                          Fundamentos de Lubrificação




                                                                                                            E6-04



                                         E2-96                 E4-99                                            Baixa emissão
                        2004             ISSUE 5               ISSUE 3
                                                                                           E7-04




                                         E2-96      E3-96      E4-99            E5-02
                        2002             ISSUE 4    ISSUE 4    ISSUE 2




                        1999             E2-96      E3-96      E4-99            E5-99
                                         ISSUE 3    ISSUE 3
                 ACEA




                               E1-96     E2-96      E3-96      E4-98
                        1998   ISSUE 2   ISSUE 2    ISSUE 2




                        1996   E1-96     E2-96      E3-96
                 CCMC




                                                                           Especificações vigentes
                        1990    D4                    D5
                                                                           Especificações obsoletas
                                         Veículos pesados                  Especificações obsoletas com limites mais severos
                                         Motores a diesel


         Figura 6.9




28                                                            Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                                            R




                                                                                     Veículos pesados
                                                                                     Motores a diesel


                                                                                                                  E6 – Baixa emissão
                                                                                                          E6

                                                                                                          E7
                                     Severidade do Serviço




                                                                                                  E4 - Injeção direta
                                                                                          E4




                                                                         E2




                                                                               Maior Intervalo de Troca


              Figura 6.10




                                                                                        Depósito no Pistão



                                                             Consumo de Óleo                                        Corrosão




                                 Polimento da Camisa                                                                       Espassamento p/ Fuligem




                                                                       Borra                                        Desgaste do Comando de Válvulas



                                                                                    Desgaste de Anéis e Pistões

                            ACEA E5                           ACEA E3/MB 228.3                  ACEA E2/MB 228.1               ACEA E1/MB 227.1

              Figura 6.11


Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                                      29
R
                                                                                                            Fundamentos de Lubrificação



6.3 Classificação de fabricantes automotivos


6.3.1 Ford


                                                                                                2001 WSS-M2C-913B

                                                                                                Resistência à oxidação (Seq IIIE) é
                                                                                                4 vezes mais severa do que a 913A




                                                                          1998 WSS-M2C-913A

                                                                          Resistência à oxidação (Seq IIIE)
                                                                          é 2 vezes mais severa do que em
                                                                          ACEA A1-96

                                                1996 WSS-M2C-912A1

                                                Requisito mínimo ACEA A1/B1
                                                mais ILSAC GF-2
               1995 WSS-M2C153-F
               Requisito mínimo ILSAC GF-1
               (licenciado)


          Figura 6.12



6.3.2 Mercedes

                                                       MERCEDES BENZ
                                                     Motores Diesel Pesado
                                     Monograu                                                      Multigrau
                                        -                                                             228.5
                                        -                                                             228.3
                                      228.2                                                           228.1
                                      227.0*                                                          227.1




           *classificação obsoleta

          Figura 6.13




30                                                              Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                     R




6.3.3 Volkswagen

                                                                           VOLKSWAGEN
                            Características                             Gasolina, Álcool e GNV   Diesel Leve
                            Motores turbo                                           503.1          506.1
                      Longo período de troca                                       503.00          506.00
                                Sintético                                          502.00             -
                                                                                                   505.01
                                                                                                   505.00
                     Economia de combustível                                       500.00*        501.01*




               *classificações obsoletas



              Figura 6.14



6.3.4 Volvo




                                                                                                 VDS-3



                                                                                     VDS-2
                                        VDS

              Figura 6.15




Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                               31
R
                                                                                                       Fundamentos de Lubrificação



6.4 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a ar

                                      Classificação Motores 2 Tempos (refrigerados a ar)
                           API                              JASO                                               ISO
                                                                                                               GD
                                                              FC                                               GC
                                                              FB                                               GB
                             -                               FA*                                                 -
                           TC*
                           TB*
                           TA*




          *classificações obsoletas

         Figura 6.16



6.5 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a água




                                                                                                                       TC-W R



                                                                                        TC-W III



                                                         TC-W II


                        TC-W

         Figura 6.17




32                                                         Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
Fundamentos de Lubrificação                                                                                                               R




6.6 Classificação API para óleos de transmissões manuais e eixos




                              GL-1                        GL-2                       GL-3        GL-4                  GL-5

              Figura 6.18

              Designação                                                           Aplicação                                     Status
                                 Lubrificantes para transmissões manuais. São óleos lubrificantes de base mineral sem
                 API GL-1        aditivos de extrema pressão e modificadores de atrito. Podem eventualmente ter aditiva-
                                 ção antioxidante, anti-espumante e depressora de ponto de fluidez para melhorar suas
                                 características de serviço.
                                 Lubrificantes para transmissões manuais e alguns diferenciais convencionais operando
                 API GL-4        em serviço leve ou moderado. São óleos lubrificantes de base mineral ou sintética com
                                 aditivos de extrema pressão.
                                 Lubrificantes para diferenciais convencionais operando em serviço severo. São óleos
                                 lubrificantes de base mineral ou sintética com aditivos de extrema pressão específicos
                 API GL-5                                                                                                Vigentes
                                 para lubrificação de engrenagens hipóides. Em diferenciais não convencionais, de tra-
                                 ção positiva ou de deslizamento limitado, aditivos modificadores de fricção são defini-
                                 dos pelos fabricantes de diferenciais ou eixos.
                                 Lubrificantes para transmissões manuais não sincronizadas utilizadas em caminhões e ôni-
                                 bus, principalmente nos Estados Unidos. São óleos lubrificantes de base mineral ou sintética
                 API MT-1        estáveis termicamente (ou seja, com maior resistência a oxidação) e com maior capacidade de
                                 proteção contra o desgaste e menor degradação dos selos de vedação. Estas características
                                 dos óleos MT-1 são complementares às categorias API GL-1, GL-4 e GL-5.

                 API GL-2        Lubrificantes destinados para diferenciais com engrenagens “sem-fim”, não atendidas pela
                                 API GL-1.
                                 Lubrificantes destinados para transmissões manuais e diferenciais com engrenagens cônicas
                 API GL-3
                                 helicoidais, sob condições de serviço moderadamente severo.
                                                                                                                                Obsoletas
                                 Lubrificantes indicados para engrenagens projetadas com um pinhão de haste longa. Tais
                                 configurações típicamente requerem proteção contra o excesso de contato metal-metal, o
                 API GL-6
                                 que é obtido com o uso de um óleo API GL-5. Uma substituição dos pinhões de haste longa
                                 mais simples e a obsolescência do equipamento de prova original e procedimentos API GL-6,
                                 tem sido reduzido grandemente o uso comercial dos lubrificantes para engrenagens API GL-6.
              Figura 6.19
Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação                                                       33
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Apostila de fundamentos de lubrificação

  • 1. R Fundamentos de Lubrificação Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 2. Fundamentos de Lubrificação R Introdução O objetivo desta apostila é ressaltar a importância dos lubrificantes para o bom desempenho dos veículos e máquinas, assim como apresentar as novas especificações dos lubrificantes, visando sua correta aplicação, contri- buindo para o aumento da vida útil das peças que o utilizam. Além disso, oferecer uma melhor familiarização para os profissionais envolvidos com a área de manutenção em relação aos aspectos básicos da lubrificação das máqui- nas e equipamentos utilizados nos diversos segmentos automotivos e industriais, permitindo uma compreensão melhor das funções importantes dos atuais lubrificantes. Este material foi elaborado pelo Departamento de Tecnologia da Texaco Brasil LTDA. e não pode ser reproduzido, integralmente ou parcialmente, sem autorização prévia do mesmo. Emissão: Junho de 2005 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 1
  • 3. R Fundamentos de Lubrificação Índice 1 PETRÓLEO .................................................................................................................................................... 5 1.1 Origem do petróleo ........................................................................................................................... 5 1.2 Composição química do petróleo ....................................................................................................... 5 2 ÓLEOS BÁSICOS ............................................................................................................................................ 6 2.1 Descrição .......................................................................................................................................... 6 2.2 Processo de produção de óleos básicos ............................................................................................... 6 2.3 Propriedades dos grupos de básicos .................................................................................................... 7 2.4 Dúvida freqüente sobre básicos: Os óleos básicos do grupo III são sintéticos? ....................................... 8 3 ADITIVOS ..................................................................................................................................................... 9 3.1 Anticorrosivos .................................................................................................................................... 9 3.2 Antidesgaste ..................................................................................................................................... 9 3.3 Antiespumante .................................................................................................................................. 9 3.4 Antioxidantes .................................................................................................................................... 9 3.5 Detergentes ...................................................................................................................................... 9 3.6 Dispersantes ...................................................................................................................................... 9 3.7 Extrema Pressão ................................................................................................................................ 9 3.7.1 Four Ball ..................................................................................................................................... 10 3.7.2 Timken ...................................................................................................................................... 11 3.8 Melhoradores do Índice de Viscosidade ............................................................................................ 12 3.9 Rebaixadores do Ponto de Fluidez .................................................................................................... 12 3.10 Modificadores de atrito .................................................................................................................... 12 3.11 Outros aditivos ................................................................................................................................. 12 4 ÓLEOS LUBRIFICANTES ................................................................................................................................. 13 4.1 Produção de lubrificantes ................................................................................................................. 13 4.2 Propriedades dos óleos lubrificantes ................................................................................................. 13 4.2.1 Viscosidade ................................................................................................................................ 13 4.2.2 Índice de Viscosidade (IV) ........................................................................................................... 14 4.2.3 Ponto de fluidez ......................................................................................................................... 14 4.2.4 Ponto de fulgor .......................................................................................................................... 15 4.2.5 Cor ............................................................................................................................................ 15 4.2.6 Densidade .................................................................................................................................. 16 4.2.7 Outras propriedades ................................................................................................................... 16 5 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO DE VISCOSIDADE .............................................................................................. 17 5.1 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J300 para Óleos de Motor .............................................. 17 5.2 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J306 para Óleos de Transmissão Manual e Diferencial .................. 1 9 2 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 4. Fundamentos de Lubrificação R 5.3 Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais ..................................................... 20 5.4 Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais ................................................ 20 5.5 Outras classificações de viscosidade .................................................................................................. 21 6 CLASSIFICAÇÕES DE DESEMPENHO ............................................................................................................... 22 6.1 Classificações americanas ................................................................................................................. 22 6.1.1 Classificação API para óleos de motores a gasolina ....................................................................... 22 6.1.2 Classificação ILSAC para óleos de motores a gasolina ................................................................... 23 6.1.3 Classificação API para óleos de motores a diesel ........................................................................... 24 6.1.4 Programa de certificação da API .................................................................................................. 25 6.2 Classificações Européias ................................................................................................................... 26 6.2.1 Classificação ACEA para óleos de motores a gasolina e diesel leve ................................................ 26 6.2.2 Classificação ACEA para óleos de motores a diesel pesado ............................................................ 27 6.3 Classificações de fabricantes automotivos ......................................................................................... 30 6.3.1 Ford ........................................................................................................................................... 30 6.3.2 Mercedes ................................................................................................................................... 30 6.3.3 Volkswagen ................................................................................................................................ 31 6.3.4 Volvo ......................................................................................................................................... 31 6.4 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a ar ...................................................................... 32 6.5 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a água ................................................................. 32 6.6 Classificação API para óleos de transmissões manuais e eixos ............................................................. 33 6.7 Classificações de óleos de transmissões automáticas ......................................................................... 34 6.7.1 Dexron (GM) .............................................................................................................................. 34 6.7.2 Allison ........................................................................................................................................ 34 6.7.3 Caterpillar .................................................................................................................................. 35 6.7.4 ZF .............................................................................................................................................. 35 6.7.5 Classificações de fluidos para freios ............................................................................................. 36 6.8 Classificação AGMA ......................................................................................................................... 37 6.9 Especificações DIN para óleos industriais ........................................................................................... 38 6.10 Classificações de fabricantes industriais ............................................................................................. 42 7 GRAXAS LUBRIFICANTES ............................................................................................................................... 44 7.1 Definição ........................................................................................................................................ 44 7.2 Aplicação de Graxa .......................................................................................................................... 44 7.3 Fabricação ....................................................................................................................................... 44 7.4 Tipos de Graxas ............................................................................................................................... 45 7.4.1 Tabela de compatibilidade de graxas ........................................................................................... 47 7.5 Propriedades ................................................................................................................................... 48 7.5.1 Consistência ............................................................................................................................... 48 7.5.2 Ponto de gota ............................................................................................................................. 50 7.5.3 Bombeabilidade ......................................................................................................................... 50 7.6 Classificação para graxas .................................................................................................................. 52 7.6.1 Sistema de classificação de graxas da NLGI .................................................................................. 52 7.6.2 Especificações DIN para graxas .................................................................................................... 53 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 3
  • 5. R Fundamentos de Lubrificação 8 MÓDULO AUTOMOTIVO .............................................................................................................................. 55 8.1 Motores a gasolina, álcool e Gás Natural ........................................................................................... 55 8.2 Motores diesel ................................................................................................................................. 56 8.3 Transmissões Manuais ...................................................................................................................... 58 8.4 Transmissões Automáticas ................................................................................................................ 58 8.5 Diferenciais Convencionais .............................................................................................................. 59 8.6 Diferenciais Autoblocantes ............................................................................................................... 60 8.7 Direções Hidráulicas ........................................................................................................................ 60 8.8 Sistemas de Freio ............................................................................................................................ 61 8.9 Sistema de Arrefecimento ............................................................................................................... 63 8.9.1 Aplicação ................................................................................................................................... 63 8.9.2 Tipos de inibidores / Vantagens do inibidor do tipo carboxilato ..................................................... 63 8.10 Graxas Automotivas ......................................................................................................................... 64 8.10.1 Cubos de roda ............................................................................................................................ 64 8.10.2 Suspensão .................................................................................................................................. 64 8.10.3 Quinta Roda ............................................................................................................................... 64 9 MÓDULO INDUSTRIAL .................................................................................................................................. 65 9.1 Compressores ................................................................................................................................. 65 9.2 Compressores de ar ......................................................................................................................... 65 9.3 Compressores de refrigeração .......................................................................................................... 66 9.4 Compressores para Gases Industriais ................................................................................................. 66 9.5 Redutores ........................................................................................................................................ 66 9.5.1 Tipos de lubrificantes para redutores ........................................................................................... 67 9.6 Sistema Hidráulico ........................................................................................................................... 68 9.6.1 Tipos de lubrificantes para sistemas hidráulicos ............................................................................ 68 9.7 Graxas Industriais ............................................................................................................................. 69 10 GLOSSÁRIO ................................................................................................................................................ 70 4 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 6. Fundamentos de Lubrificação R 1 Petróleo 1.1 Origem do petróleo Pela teoria orgânica, o petróleo, tal como é encontrado hoje na natureza, resultou da matéria orgânica depositada em conjunto com partículas rochosas durante a formação das rochas sedimentares milhões de anos atrás. 1.2 Composição química do petróleo O petróleo é constituído quase inteiramente por carbono e hidrogênio em várias combinações químicas (hidrocar- bonetos). Dependendo dos tipos de hidrocarbonetos predominantes em sua composição, o petróleo pode ser classificado em base parafínica e base naftênica. No caso de não haver predominância de um tipo de composto sobre o outro, o petróleo é classificado como base mista. Certas características físico-químicas do petróleo, como fluidez, cor e odor, podem variar em função de sua composição e do local extraído. A figura abaixo classifica os derivados de petróleo, de acordo com o número de carbonos. Número de hidrocarbonetos 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 C1 - C5 Gases C5 - C11 Gasolina C11 - C15 Querosene C20 - C40 Diesel C22 - C48 Óleos básicos minerais C40 + Combustíveis pesados Figura 1.1 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 5
  • 7. R Fundamentos de Lubrificação 2 Óleos básicos 2.1 Descrição Nas refinarias, o petróleo é processado e uma grande quantidade de subprodutos é obtida. Algumas das refinarias possuem unidades especiais para tratamento e processamento destes subprodutos que depois de tratados serão denominados “óleos básicos”. Os óleos básicos são a matéria-prima principal para a produção dos diversos tipos de lubrificantes. Os básicos obtidos do petróleo são classificados conforme abaixo: Algumas Tipo Ligação Aplicações CH3 CH3 Extensores e Óleos emolientes na Básicos CH3 indústria de Aromáticos borracha. H 3C CH3 Óleos para transformadores, Óleos compressores de Básicos refrigeração e Nafténicos compressores de ar. CH3 Óleos de motor, Óleos óleos hidráulicos Básicos H 3C CH3 e óleos de Parafínicos engrenagens. CH3 CH3 Figura 2.1 2.2 Processo de produção de óleos básicos O tratamento dos básicos está em constante evolução, com o objetivo de melhorar suas propriedades e diferenciar os mesmos comercialmente. Na figura 3, uma visão simplificada de como os diferentes grupos de básicos são obtidos e quais são processos que afetam diretamente as suas propriedades físico-químicas finais. 6 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 8. Fundamentos de Lubrificação R GLP = Processos = Produtos Nafta Gasolina Extração Desparafinação Extração Grupo I Hidrotratamento Óleo Mineral por Solvente por Solvente por Solvente Torre de Convencional Destilação a Querosene Vácuo Grupo II Hidrocraquamento Óleo Mineral não Diesel de Baixa Temperatura Convencional Desparafinação Catalítica Hidroacabamento Lubrificante Grupo III Destilado e Hidrocraquamento Óleo Mineral não Petróleo Gás-Óleo de Alta Temperatura Convencional Combustíveis Pesados Craqueamento Grupo IV Eteno Síntese Deceno Polimerização da Nafta Sintéticos (PAO) Gás Natural Reação Fischer - Tropsch Hidroprocessamento Desparafinação Catalítica Óleo Básico GTL Figura 2.2 2.3 Propriedades dos grupos de básicos Para permitir que os diferentes grupos de básicos possam ser comparáveis comercialmente e substituíveis no processo de produção de lubrificantes, os óleos básicos foram classificados em grupos que levam em considera- ção as propriedades abaixo: • Índice de viscosidade (I.V.) • Percentual de saturados • Teor de enxofre Estas propriedades serão vistas mais adiante nesta apostila e também estão detalhadas no glossário. Algumas das especificações mais modernas de óleos de motor e de transmissão têm limites tão severos que o uso de básicos de maior qualidade passa a ser obrigatório. Os básicos de melhor qualidade também possuem melhores características de Ponto de fluidez, Resistência à oxidação e Volatilidade. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 7
  • 9. R Fundamentos de Lubrificação Enxofre, Saturados, % Grupo I.V. % peso volume I > 0,03 e/ou < 90 80-119 II < 0,03 e > 90 80-119 III < 0,03 e > 90 > 120 IV Todas polialfaolefinas (PAOs) V Todos os básicos não incluídos nos grupos de I a IV (Nafténicos e sintéticos não PAOs) VI Poli-interna-olefinas (PIOs) Figura 2.3 2.4 Dúvida freqüente sobre básicos: os óleos básicos do grupo III são sintéticos? Segundo o parecer da Corte de Apelação Americana de 1999 (National Appeals Division - NAD), os óleos dos grupos III podem ser chamados de sintéticos. Isto é válido para todo o mundo, exceto Alemanha. A Chevron, por exemplo, faz uso do termo “formulado com ISOSYN” para diversos produtos fabricados nos EUA com básicos do grupo III, como indicação de uso de básico de melhor qualidade. 8 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 10. Fundamentos de Lubrificação R 3 Aditivos Os aditivos são compostos químicos que melhoram ou atribuem propriedades aos óleos básicos que serão usados na fabricação de lubrificantes e graxas. Esses aditivos químicos têm diferentes funções e normalmente pertencem a uma das categorias descritas abaixo. 3.1 Anticorrosivos Estes aditivos protegem as superfícies metálicas lubrificadas do ataque químico pela água ou outros contaminantes. 3.2 Antidesgaste Estes aditivos formam um filme protetor nas superfícies metálicas, evitando o rompimento da película lubrifican- te, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. A formação deste filme ocorre a temperaturas pontuais de até 300°C. 3.3 Antiespumantes Têm a propriedade de fazer com que esta espuma formada na circulação normal do óleo se desfaça o mais rápido possível. 3.4 Antioxidantes Têm a propriedade de aumentar a resistência à oxidação do óleo. Retardam a reação com o oxigênio presente no ar, evitando a formação de ácidos e borras e, conseqüentemente, prolongando a vida útil do óleo. Evitando a oxidação, minimizam o aumento da viscosidade e o espessamento do óleo. 3.5 Detergentes Têm a propriedade de manter limpas as partes do motor. Também têm basicidade para neutralizar os ácidos formados durante a combustão. 3.6 Dispersantes Têm a propriedade de impedir a formação de depósitos de produtos de combustão (fuligem) e oxidação (borra) nas superfícies metálicas de um motor, mantendo estes produtos indesejáveis em suspensão de modo que sejam facilmente retidos nos filtros ou removidos quando da troca do óleo. 3.7 Extrema Pressão Estes aditivos reagem com o metal das superfícies sob pressão superficial muito elevada, formando um compos- to químico que reduz o atrito entre as peças. Minimizam o contato direto entre as partes, evitando o rompimento da película lubrificante, quando o óleo é submetido a cargas elevadas. Esta reação se dá a temperaturas pontuais elevadas (cerca de 500°C). Estes aditivos são comumente utilizados em lubrificantes de engrenagens automoti- vas e industriais e também em graxas. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 9
  • 11. R Fundamentos de Lubrificação Existem dois ensaios principais para avaliar a capacidade de um óleo lubrificante de suportar cargas elevadas em serviço. A capacidade EP de um óleo depende quase que integralmente dos aditivos de Extrema Pressão adicio- nados ao produto. 3.7.1 Four Ball O método Four Ball ASTM D-2783 é um ensaio que avalia as propriedades de extrema pressão do lubrificante, utilizando uma esfera de aço que gira na parte superior a 1760 rpm sobre 3 outras esferas que estão imóveis em uma cuba de teste recoberta com o óleo. Os testes são feitos aumentando a carga até ocorrer a soldagem. A esfera de cima gira a 1.800 RPM Amostra do Lubrificante Força da Carga Figura 3.1 a O método Four Ball ASTM D-4172 é um ensaio que avalia as propriedades antidesgastes do lubrificante, seme- lhante ao ASTM D-2783, porém, neste caso, após o ensaio, mede-se o diâmetro das escariações sofridas pelas esferas, em mm. o teste é concluído quando ocorre a solda Figura 3.1 b 10 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 12. Fundamentos de Lubrificação R os diâmetros das marcas de desgastes são medidos horizontalmente e verticalmente Figura 3.1 c Para graxas os ensaios são ligeiramente diferentes e são, portanto, definidos por outros métodos: • O método Four Ball ASTM D-2596 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa até ocorrer a soldagem. • O método Four Ball ASTM D-2266 avalia as propriedades de antidesgaste da graxa, medindo o diâmetro das escariações. 3.7.2 Timken Este teste para óleos lubrificantes é feito sob o método ASTM D-2782. É um ensaio que avalia as propriedades de extrema pressão do lubrificante. Um anel de aço gira contra um bloco de aço. São colocados pesos (libras), fazendo com que o anel exerça pressão sobre o bloco que está imóvel. Ao final, avalia-se o bloco, ou seja, se a aditivação presente no óleo não se rom- peu, danificando o bloco. O detalhe mostra como o copo de teste fricciona de encontro ao bloco de teste Figura 3.2 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 11
  • 13. R Fundamentos de Lubrificação Para graxas o ensaio é ligeiramente diferente e, portanto, definido por outro método: • O método Timken ASTM D-2509 avalia as propriedades de extrema pressão da graxa, observando os danos causados no bloco de teste. 3.8 Melhoradores do Índice de Viscosidade Têm a função de reduzir a tendência dos óleos lubrificantes variarem a sua viscosidade com a variação da temperatura. 3.9 Rebaixadores do Ponto de Fluidez Melhoram a fluidez dos óleos quando submetidos a baixas temperaturas, evitando a formação de cristais que restringem o fluxo dos mesmos. 3.10 Modificadores de Atrito Os aditivos modificadores de atrito reduzem a energia necessária para deslizar partes móveis entre si, formando uma película que se rompe com o movimento, mas que se recompõe automaticamente. São empregados em óleos de motores (para aumento de eficiência), em sistemas de freio úmido, direções hidráulicas e diferenciais autoblocantes (para diminuição de ruídos), em transmissões automáticas (para melhorar o acionamento das embreagens e engrenagens) e também em graxas para Juntas Homocinéticas (para o aumento de eficiência). Podem ser substâncias orgânicas (teflon), inorgânicas (grafite, bissulfeto de molibdênio) ou organometálicas (a base de molibdênio ou boro). 3.11 Outros Aditivos Além destes tipos de aditivos, existem vários outros de uso corrente como corantes, agentes de adesi- vidade, etc. 12 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 14. Fundamentos de Lubrificação R 4 Óleos lubrificantes 4.1 Produção de lubrificantes Os óleos lubrificantes apresentam certas características próprias que lhes são conferidas pela sua composição química (resultante do petróleo bruto), pelo tipo de refino, pelos tratamentos adicionais realizados e pelos aditivos utilizados. Abaixo esquema simplificado da produção de óleos lubrificantes: Óleo Básico 1 Misturador em Linha Óleo Óleo Básico 2 ou Lubrificante Tacho de Mistura Aditivos = Componentes = Processo = Produto Figura 4.1 4.2 Propriedades dos óleos lubrificantes 4.2.1 Viscosidade A viscosidade é a resistência ao movimento (fluxo) que um fluido apresenta a uma determinada temperatura. O método de medição mais empregado atualmente é o de viscosidade cinemática. Neste método, é medido o tempo que um volume de líquido gasta para fluir (sob ação da gravidade) entre dois pontos de um tubo de vidro capilar calibrado. A unidade de viscosidade cinemática é expressa em centistokes (cSt) ou em mm2/s, conforme o sistema métrico internacional. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 13
  • 15. R Fundamentos de Lubrificação Tubo de Viscosidade Cinemática Sucção do fluido até a marca do início Marca do início Marca do fim Seção capilar Segundos Figura 4.2 Outros métodos de cálculo de viscosidade cinemática ainda muito citados em manuais e literatura técnica em geral são SSU (Saybolt Segundo Universal) e Engler. A viscosidade é uma das propriedades mais importantes a serem consideradas na seleção de um lubrificante, pois este deve ser suficientemente viscoso para manter uma película protetora entre as peças em movimento relati- vo, e também não ser tão viscoso que ofereça resistência excessiva ao movimento entre as peças. 4.2.2 Índice de Viscosidade (IV) É um número empírico que expressa a taxa de variação da viscosidade com a variação da temperatura. Quanto mais alto o IV de um óleo lubrificante, menor é a variação de sua viscosidade ao se variar a temperatura. De um modo geral, os óleos parafínicos possuem um IV maior que os óleos naftênicos. (Veja mais detalhes no glossário) 4.2.3 Ponto de fluidez É a menor temperatura em que um óleo flui livremente, sob condições preestabelecidas de ensaio. Esta carac- terística é bastante variável, e depende de diversos fatores como: origem do óleo cru, tipo de óleo e processo de fabricação. (Veja mais detalhes no glossário) 14 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 16. Fundamentos de Lubrificação R 4.2.4 Ponto de fulgor É a menor temperatura na qual um óleo desprende vapores que, em presença do ar, provocam um lampejo ao aproximar-se de uma pequena chama da superfície do óleo. Este ensaio permite estabelecer a máxima tempe- ratura de utilização de um produto, evitando riscos de incêndio e/ou explosão. 4.2.5 Cor Dentre vários métodos empregados para a determinação de cor, o mais usual é o ASTM - 1500. Neste método, uma amostra líquida é colocada no recipiente de teste e, utilizando uma fonte de luz, esta amostra é comparada com discos de vidro colorido, que variam em valor de 0,5 a 8,0. Quando não é encontrada uma equivalência exata e a cor da amostra fica entre duas cores padrão, relata-se a mais alta. Assim, um óleo que tenha a cor entre 2,5 e 3,0 será reportado L3,0. A cor dos óleos não tem relação direta com as características lubrificantes e nem com a viscosidade, um óleo mais claro não é necessariamente menos viscoso. Qual a importância da cor em um lubrificante? 1) Identificação de vazamentos. Por esta razão muitas vezes são adicionados corantes nos óleos para facilitar a identificação dos mesmos. 2) Atrativo comercial. Óleos mais claros ou coloridos artificialmente podem dar uma idéia de produtos de maior qualidade. 3) Facilitar a visualização das peças (nos casos de produtos para usinagem). 4) Não interferir na cor do produto final quando o óleo fizer parte da composição do mesmo. A tabela a seguir é apenas uma referência de cores para uso didático, não pode ser utilizada como padrão de cores. Color Conversion Table (ASTM D 1500) Figura 4.3 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 15
  • 17. R Fundamentos de Lubrificação 4.2.6 Densidade É a relação entre o peso do volume do óleo medido a uma determinada temperatura e o peso de igual volume de água destilada. Também é conhecida como massa específica. A maior parte dos produtos líquidos de petróleo são manipulados e vendidos por volume, porém, em alguns casos, é necessário conhecer o peso do produto. Conhecendo-se a densidade, é possível converter volume para peso e vice-versa. 4.2.7 Outras propriedades Além das propriedades detalhadas acima, existem outras como: • Ponto de anilina • Volatilidade • Ponto de inflamação • Ponto de congelamento 16 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 18. Fundamentos de Lubrificação R 5 Sistemas de classificação de viscosidade Existem várias classificações de viscosidade para óleos lubrificantes. Para escolher o óleo adequado, o usuário deve levar em consideração a viscosidade correta do óleo para cada aplicação. 5.1 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J300 para Óleos de Motor A SAE desenvolveu a Classificação de Viscosidade para Óleos de Motor SAE J300, que tem sido modificada com o passar dos anos e estabelece 11 diferentes graus de viscosidade do óleo de motor, conforme tabela abaixo. Classificação de viscosidade para óleos de motor SAE J300 Janeiro 2001a Viscosidades a Baixas Temperaturas Viscosidades a Altas Temperaturas Grau de Viscosidaded Viscosidade Viscosidade Viscosidade Viscosidadee (cSt a 1000C) SAE máximab (cP) máximac (cP) (cP a 1500C) Mínimo Máximo 0W 6.200 até -350C 60.000 até -400C 3,8 - 5W 6.600 até -300C 60.000 até -350C 3,8 - 0 0 10W 7.000 até -25 C 60.000 até -30 C 4,1 - 15W 7.000 até -200C 60.000 até -250C 5,6 - 20W 9.500 até -150C 60.000 até -200C 5,6 - 25W 13.000 até -100C 60.000 até -150C 9,3 - 20 - - 5,6 < 9,3 2,6 30 - - 9,3 < 12,5 2,9 40 - - 12,5 < 16,3 2,9f 40 - - 12,5 < 16,3 3,7g 50 - - 16,3 < 21,9 3,7 60 - - 21,9 < 26,1 3,7 Reimpresso com a permissão da SAE J300 © 2004 Society of Automotive Engineers, Inc. a) 1cP = 1m Pa. s; 1cST = 1 mm2/s b) Viscosidade aparente utilizando o Simulador de partida a frio (CCS) - Método ASTM D 5293. c) Viscosidade aparente utilizando o Viscosímetro rotativo (MRV) - Método ASTM D 4684. d) Viscosidade cinemática utilizando Viscosímetro capilar - Método ASTM D 445. e) Viscosidade após cisalhamento de 10-6s, e temperatura de 150ºC utilizando o Viscosímetro simulador de rolamento selado - Método ASTM D 4683. f ) Para óleos SAE 0W40, 5W40 e 10W40. g) Para óleos SAE 15W40, 20W40, 25W40 e 40. Figura 5.1 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 17
  • 19. R Fundamentos de Lubrificação O desenvolvimento dos aditivos melhoradores de índice de viscosidade possibilitou a fabricação dos óleos de múltipla graduação. Esses óleos também chamados de multiviscosos ou multigraus, como o SAE 5W-30 e SAE 15W-40, são largamente usados porque são fluidos o bastante em baixas temperaturas, para permitir uma partida mais fácil do motor, e suficientemente espessos a altas temperaturas, para terem um desempenho satisfatório. No gráfico a seguir, podemos observar o comportamento da viscosidade de um óleo multigrau comparado com óleos monograus. Gráfico comparativo entre óleos monograus e multigraus 1000 SAE 40 Viscosidade Cinemática (cSt) 100 SAE 30 SAE 10W SAE 15W40 10 1 10 40 70 100 Temperatura (ºC) Figura 5.2 Com a ajuda do gráfico, torna-se simples concluir porque um motor trabalha melhor com um óleo multigrau do que com um monograu. • A viscosidade em baixa temperatura (por exemplo, 5W ou 10W) indica a rapidez com que um motor fará a partida no inverno e a facilidade com que o óleo fluirá para lubrificar as peças críticas do motor em baixa temperatura. Quanto mais baixo for o número, mais facilmente o motor poderá fazer a partida no tempo frio. • A viscosidade em alta temperatura (por exemplo, 30 ou 40) proporciona a formação de película adequada para uma boa lubrificação em temperaturas operacionais (motor quente). Nossa orientação, quanto ao grau de viscosidade do óleo, é seguir as recomendações dos fabrican- tes de veículos para a viscosidade do óleo de cárter mais apropriada para o projeto do seu veículo. 18 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 20. Fundamentos de Lubrificação R 5.2 Sistema de Classificação de Viscosidade SAE J306 para Óleos de Transmissão Manual e Diferencial A SAE também desenvolveu uma Classificação de Viscosidade para Óleos de Diferencial e de Transmissão Manual SAE J306, que tem sido modificada com o passar dos anos. Hoje estabelece nove diferentes graus de viscosidade do óleo de diferencial. Existe uma proposta para que sejam acrescidos mais dois graus de viscosidades (SAE 110 e 190) e também alterados os limites das viscosidades SAE 90 e SAE 140 para representar melhor a diferença entre os produtos que estão no mercado. Classificação de viscosidade para óleos de caixas de mudanças e diferenciais: SAE J306 Junho 1998 Proposta de Mudança Temperatura Viscosidade Viscosidade Grau de Máxima para Cinemática de Grau de Cinemática a 1000C, Viscosidade Viscosidade 1000C, cSt Viscosidade cSt (ou mm2/s) SAE de 150.000 (ou mm2/s) SAE mPa.sec, 0C Mínimo Máximo Mínimo Máximo 70W -55 4,1 - 70W 4,1 - 75W -40 4,1 - 75W 4,1 - 80W -26 7,0 - 80W 7,0 - 85W -12 11,0 - 85W 11,0 - 80 - 7,0 < 11,0 80 7,0 < 11,0 85 - 11,0 < 13,5 85 11,0 < 13,5 90 - 13,5 < 24,0 90 13,5 < 18,5 - 110 18,5 < 24,0 140 - 24,0 < 41,0 140 24,0 < 32,5 - 190 32,5 < 41,0 250 - 41,0 - 250 41,0 - Reimpresso com a permissão da SAE J306 © 2004 Society of Automotive Engineers, Inc. Figura 5.3 Este sistema tem função análoga ao sistema para óleos de motor. Aqui também o sufixo “W” indica graus de viscosidade destinados a uso em baixas temperaturas ambiente (locais de clima muito frio). A medida de viscosidade para baixa temperatura de engrenagens é feita através do ensaio de viscosidade dinâmica Brookfield porque representa melhor as propriedades de fluidez dos óleos de engrenagens (do que ensaios de ponto de fluidez, por exemplo). Estudos comprovam a excelente correlação entre a temperatura em que ocorre a lubrificação de um eixo automotivo na partida em baixa temperatura e falhas por lubrificação inadequada em óleos acima 150.000 cP. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 19
  • 21. R Fundamentos de Lubrificação 5.3 Sistema de Classificação de Viscosidade ISO para Óleos Industriais O sistema de classificação ISO é mais simples e leva em consideração apenas a viscosidade do produto à 400C. Grau de Ponto Médio da Limites da Viscosidade Unidades Viscosidade Viscosidade, Cinemática, cSt à 400C Equivalentes ISO cSt à 400C Mínimo Máximo em SUS 2 2,2 1,98 2,42 32 3 3,2 2,88 3,52 36 5 4,6 4,14 5,06 40 7 6,8 6,12 7,48 50 10 10 9 11 60 15 15 13,5 16,5 75 22 22 19,8 24,2 105 32 32 28,8 35,2 150 46 46 41,4 50,6 215 68 68 61,2 74,8 315 100 100 90 110 465 150 150 135 165 700 220 220 198 242 1000 320 320 288 352 1500 460 460 414 506 2150 680 680 612 748 3150 1000 1000 900 1100 4650 1500 1500 1350 1650 7000 Figura 5.4 5.4 Sistema de Classificação de Viscosidade AGMA para Óleos Industriais O sistema de classificação AGMA classifica os lubrificantes para engrenagens abertas ou fechadas, levando em consideração não só a viscosidade dos óleos, mas também a aditivação dos produtos. A AGMA classifica os óleos como: • R&O (inibidores de ferrugem e corrosão) • EP (Antidesgaste / Extrema Pressão) • CP (Óleos compostos - com 3 a 10% de gordura mineral ou sintética - freqüentemente empregados em engrenagens do tipo coroa / sem-fim) • R (residuais - freqüentemente empregados em engrenagens abertas) • S (sintéticos) 20 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 22. Fundamentos de Lubrificação R A classificação AGMA estabelece também diversos limites. Dentre eles: • Viscosidade máxima de 150.000 cP (a 5 graus abaixo da temperatura de partida do equipamento) • Valores mínimos de índice de viscosidade • Valores máximos de formação de espuma É importante ressaltar que na classificação atual (emitida em 2002) houve uma mudança significa- tiva nas viscosidades dos números AGMA 10, 11 e 12 para poderem alinhar com os graus de visco- sidade ISO. Para equipamentos antigos, deve-se conferir a viscosidade adequada especificada pelo fabricante (não se deve ater apenas ao número AGMA quando da recomendação de lubrificantes). ANSI / AGMA 9005-E02 1 Viscosidade2 Limites de Viscosidade2 Cinemática a 400C (cSt) Número ISO Média a 400C AGMA (cSt) Mínimo Máximo ISO VG 32 32 28,8 35,2 0 ISO VG 46 46 41,4 50,6 1 ISO VG 68 68 61,2 74,8 2 ISO VG 100 100 90,0 110 3 ISO VG 150 150 135 165 4 ISO VG 220 220 198 242 5 ISO VG 320 320 288 352 6 ISO VG 460 460 414 506 7 ISO VG 680 680 612 748 8 ISO VG 1000 1000 900 1100 8A ISO VG 1500 1500 1350 1650 9 ISO VG 2200 2200 1980 2420 10 ISO VG 3200 3200 2880 3520 11 1) Revisão da ANSI/AGMA 9005-D94. 2) A unidade usual para a viscosidade cinemática é o centistoke (cSt), que é equivalente a mm2/s Extraído da ANSI/AGMA 9005-02, lubrificação de engrenagens industriais, com a permissão da emitente, a American Gear Manufacturers Association, 500 Montgomery Street, Suite 350, Alexandria, Virginia, USA, ZIP Code 22314 Figura 5.5 5.5 Outras classificações de viscosidade Existem outras classificações de viscosidade específicas para máquinas operatrizes (como as normas ASLE). Entre em contato, se necessário. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 21
  • 23. R Fundamentos de Lubrificação 6 Classificações de desempenho Os fabricantes de equipamentos e a indústria petrolífera vêm desenvolvendo várias maneiras de classificar e descrever os lubrificantes, tentando atender as evoluções dos equipamentos, as condições operacionais, qualida- de e tipos de combustíveis empregados e, mais recentemente, legislações ambientais (atuais e futuras), princi- palmente relativas a emissões. Na área automotiva, as classificações são: • por tipo de ciclo de motor: Otto (gasolina, álcool, gás natural ) e diesel • por tipo de veículo: leve (automóveis, pick-ups e utilitários) e pesados (caminhões, ônibus e equipamentos pesados) • por revoluções de funcionamento: 2 tempos e 4 tempos • por área geográfica : americanas, européias e asiáticas 6.1 Classificações americanas 6.1.1 Classificação API para óleos de motores a gasolina A letra “S” seguida de outra letra (por exemplo, SL) refere-se a óleo adequado para motores a gasolina. Segundo a API, “S” é uma categoria para serviço de uso pessoal (service). Por coincidência, “S” pode representar “spark ignition” (ignição por centelha), que é a forma da combustão nos motores a gasolina. A segunda letra é atribuída alfabeticamente na ordem de desenvolvimento. Especificações vigentes SM Especificações obsoletas 2004 Comercialização proibida pela ANP SL 2001 - 2004 SJ 1996 - 2001 SH 1993 - 1996 SG 1988 - 1993 SF 1979 - 1988 SE 1971 - 1979 SD 1967 - 1971 SC SB 1963 - 1967 SA 1930 - 1963 1920 - 1930 Figura 6.1 22 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 24. Fundamentos de Lubrificação R Abaixo um comparativo entre as classificações mais recentes: Oxidação Estabilidade ao Cisalhamento Depósitos Depósito no Pistão Ferrugem Desgaste Corrosão API SL API SJ API SH API SG API SF Figura 6.2 6.1.2 Classificação ILSAC para óleos de motores a gasolina A API criou também um sistema de certificação de fácil visualização (apenas os produtos que atendem a última especificação podem receber o símbolo conhecido como “Starburst” nas suas embalagens). Os óleos têm correla- ção direta com os óleos da classificação API, mas atendem a testes de performance mais severos, entre eles o de economia de combustível. As classificações são na seqüência histórica GF-1(SH), GF-2(SJ), GF-3(SL), GF-4(SM) . A ILSAC (International Lubricant Standardization and Approval Committee) compreende os fabricantes america- nos (AAMA) e japoneses (JAMA). Controle de Depósito nos Pistões Desgaste do comando de válvulas Consumo de óleo (Volatilidade) e proteção dos sistemas de emissões (limites p/P e S) Espessamento do óleo e controle Economia de combustível (inicial e retenção) de depósitos de alta temperatura Controle de borra de baixa temperatura GF-4/SM GF-3/SL GF-2/SJ Figura 6.3 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 23
  • 25. R Fundamentos de Lubrificação 6.1.3 Classificação API para óleos de motores a diesel A letra “C” seguida de outra letra (por exemplo CF) refere-se a óleo adequado para motores diesel. Segundo a API, “C” é uma categoria para uso comercial (commercial). Por coincidência, a letra “C” representa “Compression Ignition” (ignição por compressão), que é a forma de ignição dos motores diesel. A segunda letra também é atribuída alfabeticamente na ordem de desenvolvimento. Como pode ser visto no gráfico, há uma subdivisão na categoria API para motores a diesel para atender os segmentos de motores diesel de dois tempos (principalmente ferroviários), motores diesel grandes (com foco nos motores marítimos que consomem combustíveis de alto teor de enxofre) e motores “rodoviários” (onde estão incluídas as especificações mais modernas para motores de caminhões e ônibus). CI-4 2004 CF-2 Quatro tempos 1994 Multigrau Dois tempos Recirculação de gases Monograu de escape (EGR) e controle de desgaste CH-4 CF 1998 1994 Quatro tempos Quatro tempos Multigrau Monograu Melhor comportamento em presença Enxofre > 0,5% de fuligem elevada CG-4 1994 Quatro tempos CD-II Multigrau 1985 Enxofre < 0,05% Dois tempos Monograu CF-4 1990 Quatro tempos Multigrau Injeção direta CE 1985 Quatro tempos Multigrau CD 1955 CC CB 1951 Especificações vigentes CA 1950 1940 Especificações obsoletas Comercialização proibida pela ANP Figura 6.4 24 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 26. Fundamentos de Lubrificação R Abaixo um comparativo entre as classificações mais recentes: Depósito nos Pistões Estabilidade ao Cisalhamento Corrosão Aeração do Óleo Espessamento por Fuligem Oxidação Desgaste no Comando de Válvula Bombeabilidade do Óleo Usado Desgaste nos anéis e Camisas Entupimento do Filtro de Óleo Consumo de Lubrificante Borra API CI-4 API CH-4 API CG-4 API CF-4 API CF Figura 6.5 6.1.4 Programa de certificação da API Este programa define, certifica e monitora o desempenho do óleo de motor que os fabricantes de veículos e motores consideram necessário para a vida e o desempenho satisfatórios do equipamento. O sistema inclui um processo de auditoria anual para verificar se os produtos licenciados no mercado cumprem os termos do acordo de licenciamento da API. TROLEUM PE RVICE __/_ RVICE CI-4 SE SE N IN /S _, MERICA I I AP AP S __ L TITUTE • SAE SAE xxW-yy 15W-40 •A EN G IN CE RG V E Y CONSER CI- 4 R TI F I E D PLUS API® Certification Mark API® Service Symbol API® Service Symbol “Donut” “Starburst” “Donut” with CI-4 PLUS (1) Starburst: produtos com este símbolo atendem a especificação ILSAC vigente. (2) Nível de Desempenho: “S” para motores a gasolina e “C” para motores a diesel. (3) Classificação de Viscosidade SAE. (4) Energy Conserving: produto que auxilia na redução do consumo de combustível. (5) Exemplo de um produto que atende a especificação CI-4 Plus. Figura 6.6 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 25
  • 27. R Fundamentos de Lubrificação 6.2 Classificações Européias 6.2.1 Classificação ACEA para óleos de motores a gasolina e diesel leve Em 2004 a ACEA unificou as duas classificações que historicamente eram distintas: A classificação ACEA A”X” para motores a gasolina e a classificação ACEA B”X” para motores a diesel de veículos leves. Isto faz bastante sentido na Europa porque praticamente todos os veículos estão disponíveis nas duas motorizações. Em 2004 foi criada uma classificação específica para os veículos equipados com catalizadores especiais para redução de poluentes. Estes óleos ACEA C”X” têm um nível de desempenho equivalente a um ACEA A5/B5, mas com limites químicos bastante mais restritivos. Carros de passageiros e pick-ups C3-04 2004 Motores a gasolina e a diesel C2-04 Baixa emissão A1/B1-04 A3/B3-04 A3/B4-04 A5/B5-04 C1-04 2002 A1-02 A2-96 A3-02 A5-02 B1-02 B2-98 B3-98 B4-02 B5-02 ISSUE 3 ISSUE 2 ISSUE 2 ACEA 1998 A1-98 A2-96 A3-98 B1-98 B2-98 B3-98 B4-98 ISSUE 2 1996 A1-96 A2-96 A3-96 B1-96 B2-96 B3-96 CCMC 1990 G4 G5 PD2 PD1 Carros de passageiros e pick-ups Carros de passageiros e pick-ups Motores a gasolina Motores a diesel Especificações vigentes Especificações obsoletas Especificações obsoletas com limites mais severos Figura 6.7 26 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 28. Fundamentos de Lubrificação R Carros de passageiros e pick-ups Motores a diesel e gasolina Economia de Combustível A1/B1-04 A5/B5-04 A3/B3-04 A3/B4-04 Maior Intervalo de Troca Figura 6.8 6.2.2 Classificação ACEA para óleos de motores a diesel pesado Em 2004 foi criada uma classificação específica para os veículos equipados com catalizadores especiais para redução de poluentes. Estes óleos ACEA E6 têm um nível de desempenho equivalente a um ACEA E7, mas limites químicos bastante mais restritivos. Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 27
  • 29. R Fundamentos de Lubrificação E6-04 E2-96 E4-99 Baixa emissão 2004 ISSUE 5 ISSUE 3 E7-04 E2-96 E3-96 E4-99 E5-02 2002 ISSUE 4 ISSUE 4 ISSUE 2 1999 E2-96 E3-96 E4-99 E5-99 ISSUE 3 ISSUE 3 ACEA E1-96 E2-96 E3-96 E4-98 1998 ISSUE 2 ISSUE 2 ISSUE 2 1996 E1-96 E2-96 E3-96 CCMC Especificações vigentes 1990 D4 D5 Especificações obsoletas Veículos pesados Especificações obsoletas com limites mais severos Motores a diesel Figura 6.9 28 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 30. Fundamentos de Lubrificação R Veículos pesados Motores a diesel E6 – Baixa emissão E6 E7 Severidade do Serviço E4 - Injeção direta E4 E2 Maior Intervalo de Troca Figura 6.10 Depósito no Pistão Consumo de Óleo Corrosão Polimento da Camisa Espassamento p/ Fuligem Borra Desgaste do Comando de Válvulas Desgaste de Anéis e Pistões ACEA E5 ACEA E3/MB 228.3 ACEA E2/MB 228.1 ACEA E1/MB 227.1 Figura 6.11 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 29
  • 31. R Fundamentos de Lubrificação 6.3 Classificação de fabricantes automotivos 6.3.1 Ford 2001 WSS-M2C-913B Resistência à oxidação (Seq IIIE) é 4 vezes mais severa do que a 913A 1998 WSS-M2C-913A Resistência à oxidação (Seq IIIE) é 2 vezes mais severa do que em ACEA A1-96 1996 WSS-M2C-912A1 Requisito mínimo ACEA A1/B1 mais ILSAC GF-2 1995 WSS-M2C153-F Requisito mínimo ILSAC GF-1 (licenciado) Figura 6.12 6.3.2 Mercedes MERCEDES BENZ Motores Diesel Pesado Monograu Multigrau - 228.5 - 228.3 228.2 228.1 227.0* 227.1 *classificação obsoleta Figura 6.13 30 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 32. Fundamentos de Lubrificação R 6.3.3 Volkswagen VOLKSWAGEN Características Gasolina, Álcool e GNV Diesel Leve Motores turbo 503.1 506.1 Longo período de troca 503.00 506.00 Sintético 502.00 - 505.01 505.00 Economia de combustível 500.00* 501.01* *classificações obsoletas Figura 6.14 6.3.4 Volvo VDS-3 VDS-2 VDS Figura 6.15 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 31
  • 33. R Fundamentos de Lubrificação 6.4 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a ar Classificação Motores 2 Tempos (refrigerados a ar) API JASO ISO GD FC GC FB GB - FA* - TC* TB* TA* *classificações obsoletas Figura 6.16 6.5 Classificações para Motores 2 tempos refrigerados a água TC-W R TC-W III TC-W II TC-W Figura 6.17 32 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação
  • 34. Fundamentos de Lubrificação R 6.6 Classificação API para óleos de transmissões manuais e eixos GL-1 GL-2 GL-3 GL-4 GL-5 Figura 6.18 Designação Aplicação Status Lubrificantes para transmissões manuais. São óleos lubrificantes de base mineral sem API GL-1 aditivos de extrema pressão e modificadores de atrito. Podem eventualmente ter aditiva- ção antioxidante, anti-espumante e depressora de ponto de fluidez para melhorar suas características de serviço. Lubrificantes para transmissões manuais e alguns diferenciais convencionais operando API GL-4 em serviço leve ou moderado. São óleos lubrificantes de base mineral ou sintética com aditivos de extrema pressão. Lubrificantes para diferenciais convencionais operando em serviço severo. São óleos lubrificantes de base mineral ou sintética com aditivos de extrema pressão específicos API GL-5 Vigentes para lubrificação de engrenagens hipóides. Em diferenciais não convencionais, de tra- ção positiva ou de deslizamento limitado, aditivos modificadores de fricção são defini- dos pelos fabricantes de diferenciais ou eixos. Lubrificantes para transmissões manuais não sincronizadas utilizadas em caminhões e ôni- bus, principalmente nos Estados Unidos. São óleos lubrificantes de base mineral ou sintética API MT-1 estáveis termicamente (ou seja, com maior resistência a oxidação) e com maior capacidade de proteção contra o desgaste e menor degradação dos selos de vedação. Estas características dos óleos MT-1 são complementares às categorias API GL-1, GL-4 e GL-5. API GL-2 Lubrificantes destinados para diferenciais com engrenagens “sem-fim”, não atendidas pela API GL-1. Lubrificantes destinados para transmissões manuais e diferenciais com engrenagens cônicas API GL-3 helicoidais, sob condições de serviço moderadamente severo. Obsoletas Lubrificantes indicados para engrenagens projetadas com um pinhão de haste longa. Tais configurações típicamente requerem proteção contra o excesso de contato metal-metal, o API GL-6 que é obtido com o uso de um óleo API GL-5. Uma substituição dos pinhões de haste longa mais simples e a obsolescência do equipamento de prova original e procedimentos API GL-6, tem sido reduzido grandemente o uso comercial dos lubrificantes para engrenagens API GL-6. Figura 6.19 Palavras marcadas em cinza têm sua descrição no glossário no final da publicação 33