O documento resume o movimento literário do Simbolismo no início do século 20. O Simbolismo surgiu na França em reação ao materialismo e cientificismo da época e se espalhou para outros países incluindo o Brasil. O documento discute características estéticas do Simbolismo como o uso de poemas e símbolos e apresenta exemplos da obra de autores Simbolistas brasileiros como Cruz e Souza e Afonso Guimarães.
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Simbolismo
1. Edição de junho 2007
SIMBOLISMO:
CONTEXTO
ESTÉTICA
AUTORES
E MUITO
MAIS!
2. Editorial
A literatura, desde que se criou a escrita, passou
por muitos períodos, e cada uma deles teve
características específicas. Na edição dessa
semana, o simbolismo é o período de destaque,
que teve em seu contexto, início do século XX, o
avanço da ciência e a explosão da 1° guerra
mundial, sendo posterior ao período crítico que foi
o realismo/naturalismo. Um show de cultura.
3. Simbolismo foi nomeado um
momento da literatura, ao qual
os autores reagiam ao
materialismo e cientificismo
do século xx. Ocorria também
nessa época a 1° guerra
mundial.
O movimento surgiu na
França e depois tomou outros
países, chegando ao Brasil na
mesma época.
4. Estética
• Os simbolistas adoravam escrever em formas de
poemas. Eles tinham uma forma bem planejada,
uma métrica constante, sinestesia e aliterações,
com um eu lírico para si.
• Os autores procuravam inspiração em símbolos,
bem como astros físicos, pois procuravam neles a
intuição para uma reflexão da vida.
5. João da Cruz e Souza nasceu em Santa Catarina.
Sofreu muito preconceito por ser negro, sendo
uma vez despedido de seu emprego por esse
motivo. Foi um dos mais importantes escritores
simbolistas. Muitos críticos chegam a afirmar
que se não fosse a sua presença, a estética
Simbolista não teria existido no Brasil. Sua obra
apresenta diversidade e riqueza. De um lado,
encontram-se aspectos noturnos, herdados do
Romantismo como por exemplo o culto da noite,
certo satanismo, pessimismo, angústia morte. Já
de outro, percebe-se uma certa preocupação
formal, como o gosto pelo soneto, o uso de
vocábulos refinados, a força das imagens.
6. Poemas de Cruz e Souza
Sorriso Interior A morte
O ser que é ser e que jornais vacila Oh! Que doce tristeza e que ternura
Nas guerras imortais entra sem susto, No olhar ansioso, aflito dos que morrem...
Leva consigo esse brasão augusto De que âncoras profundas se socorrem
Do grande amor, da nobre fé tranqüila. Os que penetram nessa noite escura!
Os abismos carnais da triste argila Da vida aos frios véus da sepultura
Ele os vence sem ânsias e sem custo... Vagos momentos trêmulos decorrem...
Fica sereno, num sorriso justo, E dos olhos as lágrimas escorrem
Enquanto tudo em derredor oscila. Como faróis da humana Desventura.
Ondas interiores de grandeza Descem então aos golfos congelados
Dão-lhe essa glória em frente à Natureza, Os que na terra vagam suspirando,
Esse esplendor, todo esse largo eflúvio. Como os velhos corações tantalizados.
O ser que é ser transforma tudo em flores... Tudo negro e sinistro vai rolando
E para ironizar as próprias dores Báratro abaixo, aos ecos soluçados
Canta por entre as águas do Dilúvio! Do vendaval da Morte ondeando, uivando.
7. Afonso Henrique da Costa
Guimarães
Conhecido como Alphonsus de
Guimaraens, Afonso nasceu em Minas
Gerais. A sua poesia é marcadamente
mística e envolvida com religiosidade
católica. Explora o sentido da morte, do
amor impossível, da solidão e da não
adaptação ao mundo
8. Poemas de Afonso Guimarães
Ossa Mea Pulchra Ut Luna
Mãos de finada, aquelas mãos de neve, Celeste... É assim, divina, que te chamas.
De tons marfíneos, de ossatura rica, Belo nome tu tens, Dona Celeste...
Pairando no ar, num gesto brando e leve, Que outro terias entre humanas damas,
Que parece ordenar mas que suplica. Tu que embora na terra do céu vieste?
Erguem-se ao longe como se as eleve Celeste... E como tu és do céu não amas:
Alguém que ante os altares sacrifica: Forma imortal que o espírito reveste
Mãos que consagram, mãos que partem breve, De luz, não temes sol, não temes chamas,
Mas cuja sombra nos meus olhos fica... Porque és sol, porque és luar, sendo celeste.
Mãos de esperança para as almas loucas, Incoercível como a melancolia,
Brumosas mãos que vêm brancas, distantes, Andas em tudo: o sol no poente vasto
Fechar ao mesmo tempo tantas bocas... Pede-te a mágoa do findar do dia.
Sinto-as agora, ao luar, descendo juntas, E a lua, em meio à noite constelada,
Grandes, magoadas, pálidas, tateantes, Pede-te o luar indefinido e casto
Cerrando os olhos das visões defuntas... Da tua palidez de hóstia sagrada.
9. Paul Gauguin,
autor das obras ao
lado, foi um dos
pintores que se
revelou no
simbolismo.
Gauguin deixa-se influenciar
pelas pinturas japonesas que
aparecem na Europa,
provocando verdadeiro
choque cultural. Pinta formas
Bidimensionais e objetos
(símbolos).