3. a. C. – Gréciaa. C. – Grécia
O período de consolidação da
“civilização helenística”
(fusão da cultura grega com a dos
povos conquistados – egípcios e
persas - nas campanhas de
Alexandre pelo Oriente Médio)
enseja a democracia,
simbolizando a construção do
Estado, onde o “poder da
violência” (barbárie) é substituído
pela “força do argumento”
(civilização).
Aristóteles
Autor:Autor:
AristótelesAristóteles
(384-322(384-322
a.C.)a.C.)
Obra: ArteObra: Arte
RetóricaRetórica
4. d.C. – Romad.C. – Roma
Em conjuntura da mesma natureza –Em conjuntura da mesma natureza –
a “pax romana” (resultante doa “pax romana” (resultante do
expansionismo que alarga osexpansionismo que alarga os
domínios de Roma do Orientedomínios de Roma do Oriente
Médio à Península Ibérica) propicia aMédio à Península Ibérica) propicia a
codificação do Direito Romano,codificação do Direito Romano,
demandando competência retórica pordemandando competência retórica por
parte dos homens públicos, o queparte dos homens públicos, o que
justifica a instituição da primeirajustifica a instituição da primeira
Cátedra de Retórica do Ocidente.Cátedra de Retórica do Ocidente.
Autor: Quintiliano (30-96 d.C.)Autor: Quintiliano (30-96 d.C.)
Obra:Obra: Sobre a Formação do OradorSobre a Formação do Orador (4(4
vols.)vols.)
Quintiliano
6. Século XVII – AlemanhaSéculo XVII – Alemanha
A Universidade de Leipzig estimula aA Universidade de Leipzig estimula a
observação sistemática sobre oobservação sistemática sobre o
emergente fenômeno jornalístico,emergente fenômeno jornalístico,
tomando como ponto de referência atomando como ponto de referência a
circulação do “jornal diário” ecirculação do “jornal diário” e
focalizando seu impacto na formação dafocalizando seu impacto na formação da
“opinião pública”.“opinião pública”.
Autor: Tobias PeucerAutor: Tobias Peucer
Obra: Os Relatos Jornalísticos (1690).Obra: Os Relatos Jornalísticos (1690).
Tobias Peucer
7. Século XVIII – FrançaSéculo XVIII – França
A Enciclopédia Francesa (1751)A Enciclopédia Francesa (1751)
registra o estágio em que seregistra o estágio em que se
encontrava a “ciência daencontrava a “ciência da
comunicação das idéias”,comunicação das idéias”,
incluindo os seguintes ramos:incluindo os seguintes ramos:
Gramática, Retórica,Gramática, Retórica,
Crítica, Pedagogia e Filologia.Crítica, Pedagogia e Filologia.
Autores: D´Alembert eAutores: D´Alembert e
BaconBacon
Bacon
Obra: “Discurso Preliminar’ eObra: “Discurso Preliminar’ e
“Explicação Detalhada”“Explicação Detalhada”
8. Início do Século XIX –Início do Século XIX –
Alemanha e BrasilAlemanha e Brasil
A Universidade de Breslau (1806)A Universidade de Breslau (1806)
oferece curso pioneiro deoferece curso pioneiro de
““ciência da imprensa”ciência da imprensa”
A Enciclopédia Der BrockhaussA Enciclopédia Der Brockhauss
publica verbetes dospublica verbetes dos
professores Benzenberg e Krugprofessores Benzenberg e Krug
sobre jornais, liberdade desobre jornais, liberdade de
imprensa e opinião pública.imprensa e opinião pública.
Tais verbetes são registrados porTais verbetes são registrados por
Hipólito José da Costa eHipólito José da Costa e
sintetizados no “Correiosintetizados no “Correio
Braziliense” (anos 1810).Braziliense” (anos 1810).
Hipólito Costa
Benzenberg
9. Fim do Século XIX – Estados Unidos,Fim do Século XIX – Estados Unidos,
Suíça, França, ItáliaSuíça, França, Itália
O campo da comunicação incorpora-se àO campo da comunicação incorpora-se à
universidade, através da fundação deuniversidade, através da fundação de
cursos sobre ciência da imprensa e docursos sobre ciência da imprensa e do
jornalismo:jornalismo:
Washington College (1869)Washington College (1869)
Universidade de Besle, Suiça (1884)Universidade de Besle, Suiça (1884)
Ecole Superieur de Journalisme, Paris,Ecole Superieur de Journalisme, Paris,
França (1899)França (1899)
Filósofos sociais como Gabriel TardeFilósofos sociais como Gabriel Tarde
fazem reflexões sobre o impactofazem reflexões sobre o impacto
social da imprensa diária.social da imprensa diária.
Gabriel Tarde
11. Início do século XX – Alemanha e EstadosInício do século XX – Alemanha e Estados
Unidos na vanguarda do ensino e da pesquisaUnidos na vanguarda do ensino e da pesquisa
em comunicação.em comunicação.
Karl D`Esther (1907) defende tese sobreKarl D`Esther (1907) defende tese sobre
Zeitungswisenchaft na Universidade deZeitungswisenchaft na Universidade de
Munster, Alemanha.Munster, Alemanha.
Walter Williams (1908) funda a Escola deWalter Williams (1908) funda a Escola de
Jornalismo da Universidade de Missouri, EUAJornalismo da Universidade de Missouri, EUA
Max WeberMax Weber (1910) propõe o estudo da mídia(1910) propõe o estudo da mídia
impresa pelos sociólogos, inspirando Ottoimpresa pelos sociólogos, inspirando Otto
Groth, que escreve um tratado sobre a matéria.Groth, que escreve um tratado sobre a matéria.
12. Joseph PulitzerJoseph Pulitzer (1904) defende a(1904) defende a
necessidade da formação universitária dosnecessidade da formação universitária dos
jornalistas e faz doação à Universidade dejornalistas e faz doação à Universidade de
Columbia, enquanto Walter Williams fundaColumbia, enquanto Walter Williams funda
a Escola de Jornalismo da Universidade dea Escola de Jornalismo da Universidade de
Missouri (1908).Missouri (1908).
Começa a circular a primeira revista científicaComeça a circular a primeira revista científica
da área - Journalism Quartely - (1924),da área - Journalism Quartely - (1924),
enquanto a Universidade de Munich cria aenquanto a Universidade de Munich cria a
primeira Cátedra de Zeitungswisenchaft,primeira Cátedra de Zeitungswisenchaft,
ocupada por Karl D´Esther.ocupada por Karl D´Esther.
13. Metade do século XX – França eMetade do século XX – França e
América LatinaAmérica Latina
A UNESCO estimula a criação de umaA UNESCO estimula a criação de uma
comunidade mundial de ciências dacomunidade mundial de ciências da
comunicação. Funda-se em 1957, emcomunicação. Funda-se em 1957, em
Paris, a IAMCR – InternationalParis, a IAMCR – International
Association for Mass CommunicationAssociation for Mass Communication
Research.Research.
Na mesma conjuntura, a UNESCO incentivaNa mesma conjuntura, a UNESCO incentiva
a criação do CIESPAL – Centroa criação do CIESPAL – Centro
Internacional de Estudios Superiores deInternacional de Estudios Superiores de
PeriodismoPeriodismo
para América Latina (1959),para América Latina (1959), locuslocus inicialinicial
da Escola Latino-Americana deda Escola Latino-Americana de
Comunicação (ELACOM).Comunicação (ELACOM).
14. A IAMCR realiza congressos, pela primeira vez,A IAMCR realiza congressos, pela primeira vez,
na América Latina – Buenos Aires (1970) ena América Latina – Buenos Aires (1970) e
Caracas (1980).Caracas (1980).
Funda-se em Caracas (1978) a AsociaciónFunda-se em Caracas (1978) a Asociación
Latino-Americana de Investigadores de laLatino-Americana de Investigadores de la
Comunicación.Comunicación.
Fim do século XX – Expansão mundial dasFim do século XX – Expansão mundial das
ciências da comunicaçãociências da comunicação
Criam-se sociedades científicas da área emCriam-se sociedades científicas da área em
vários países, que passam a ser agrupadas pelavários países, que passam a ser agrupadas pela
International Federation of CommunicationInternational Federation of Communication
Associations – IFCA (1989).Associations – IFCA (1989).
O Brasil sedia em 1992 o I Congresso Latino-O Brasil sedia em 1992 o I Congresso Latino-
Americano de Ciências da Comunicação –Americano de Ciências da Comunicação –
ALAIC e o Congresso Bienal da IAMCR (SãoALAIC e o Congresso Bienal da IAMCR (São
Paulo), evento que volta a ocorrer em territórioPaulo), evento que volta a ocorrer em território
nacional em 2004 (Porto Alegre).nacional em 2004 (Porto Alegre).
16. Estados UnidosEstados Unidos
Everett RogersEverett Rogers –– A History of Communication Study.A History of Communication Study.
New York: The Free Press, 1994New York: The Free Press, 1994
Everette DennisEverette Dennis and Ellen Wartella – Americanand Ellen Wartella – American
Communication Research, the remembered History.Communication Research, the remembered History.
New Jersey: Lawrence, 1996New Jersey: Lawrence, 1996
WilburWilbur SchrammSchramm–– The Beginnings of CommunicationThe Beginnings of Communication
Study in AmericaStudy in America . Oaks: Sage, 1997. Oaks: Sage, 1997
A consolidação da área se reflete no resgateA consolidação da área se reflete no resgate
histórico que começa a ocorrer em várias partes dohistórico que começa a ocorrer em várias partes do
mundo, o que corresponde também a uma estratégiamundo, o que corresponde também a uma estratégia
de auto-legitimação.de auto-legitimação.
17. FrançaFrança
Daniel BougnouxDaniel Bougnoux –– Sciences de lSciences de l
´Information´Information
et de la Communicationet de la Communication . Paris: Larousse,. Paris: Larousse,
19931993
ArmandArmand et Michelle Mattelart –et Michelle Mattelart – Histoire desHistoire des
theories de la communicationtheories de la communication . Paris: La. Paris: La
Decouverte, 1995Decouverte, 1995
Didier Georgakakis et Jean-Michel Uthard –Didier Georgakakis et Jean-Michel Uthard –
Sciences des media: jalons por une histoireSciences des media: jalons por une histoire
politique.politique. Paris: L´Hamartin, 2001Paris: L´Hamartin, 2001
18. PensamentoPensamento
Comunicacional EuropeuComunicacional Europeu
Idéias fundadoras –Idéias fundadoras –
Emile Durkheim:Emile Durkheim:
Emile Durkheim
““os fenômenos sociaisos fenômenos sociais
determinam os atosdeterminam os atos
comunicacionais, com oscomunicacionais, com os
quais se articulamquais se articulam
funcionalmente”funcionalmente”
19. Gabriel Tarde:Gabriel Tarde:
““a natureza subjetivaa natureza subjetiva
das interações sociaisdas interações sociais
como requisito paracomo requisito para
compreender ascompreender as
influências da imprensainfluências da imprensa
nas conversaçõesnas conversações
interpessoais”interpessoais”
20. Sigmund FreudSigmund Freud
““o conceito deo conceito de
libido como chavelibido como chave
para entender apara entender a
essência da almaessência da alma
das massas”das massas”
21. Georg Simmel:Georg Simmel:
““as relações e açõesas relações e ações
recíprocas entrerecíprocas entre
indivíduos comoindivíduos como
vetores das redes devetores das redes de
afiliações”afiliações”
22. Scipio Sigele: “A massaScipio Sigele: “A massa
criminosa”criminosa”
““as formas de sugestãoas formas de sugestão
cultivadas pela imprensacultivadas pela imprensa
hipnotizam a multidão,hipnotizam a multidão,
induzindo à violênciainduzindo à violência
coletiva da plebe – oscoletiva da plebe – os
deixando-à-própria-deixando-à-própria-
sorte”sorte”
23. Gustav Le Bon: “PsicologiaGustav Le Bon: “Psicologia
das multidões”das multidões”
““o sonambulismo daso sonambulismo das
multidões manipuladomultidões manipulado
pela imprensa constituipela imprensa constitui
um retrocessoum retrocesso
civilizatório”civilizatório”
24. Idéias contemporâneasIdéias contemporâneas
Mattelart & MattelartMattelart & Mattelart
Mattelart
As múltiplas
implicações da
comunicação em
tempo real, a
incorporação de
pequenas sociedades
em outras maiores, e a
redefinição cada vez
mais constante de
fronteiras físicas,
intelectuais e mentais
25. Teoria CríticaTeoria Crítica
Escola de FrankfurtEscola de Frankfurt
Adorno
Horkheimer
Não dá para observar um fenômeno
social, como um determinado
comportamento em relação aos mcm,
isolando-o da realidade. É preciso
inseri-lo no contexto como fenômeno
que interage com fatores estruturais.
26. Reflita sobre issoReflita sobre isso
O individualismo e a busca incessanteO individualismo e a busca incessante
pelo sucesso são fenômenos sociaispelo sucesso são fenômenos sociais
resultantes de razões estruturais, como oresultantes de razões estruturais, como o
capitalismo selvagem, que impõe aocapitalismo selvagem, que impõe ao
sujeito a ideologia da competição e dosujeito a ideologia da competição e do
consumo como valores fundamentais,consumo como valores fundamentais,
mas que por trás atendem aos interessesmas que por trás atendem aos interesses
de sobrevivência do capital.de sobrevivência do capital.
28. O estruturalismo de FerdinandO estruturalismo de Ferdinand
Saussure ocupou-se do estudoSaussure ocupou-se do estudo
sincrônico da língua, e, mesmo nãosincrônico da língua, e, mesmo não
tendo usado a nomenclatura,tendo usado a nomenclatura,
Estruturalismo, deixou valioso estudoEstruturalismo, deixou valioso estudo
sobre a estrutura da língua a quesobre a estrutura da língua a que
chamou de sistema.chamou de sistema.
29. BarthesBarthes (1915-1980)(1915-1980)
LLer é desejar a obra, é pretender ser aer é desejar a obra, é pretender ser a
obra, escreveu Roland Barthes no livroobra, escreveu Roland Barthes no livro
Crítica e Verdade.Crítica e Verdade.
Para ele, o autor de um texto não podePara ele, o autor de um texto não pode
prever a leitura que cada pessoa fará doprever a leitura que cada pessoa fará do
que ele escreveu e é aí que reside “oque ele escreveu e é aí que reside “o
prazer do texto”. Leitor e escritor deprazer do texto”. Leitor e escritor de
“fragmentos”, Barthes conheceu o“fragmentos”, Barthes conheceu o
estruturalismo por Saussure e Greimas eestruturalismo por Saussure e Greimas e
o ampliou para os recônditos da literatura,o ampliou para os recônditos da literatura,
sempre buscando os significados “ocultos”sempre buscando os significados “ocultos”
nos deleites do texto.nos deleites do texto.
30. Discorreu ainda sobre semiótica,Discorreu ainda sobre semiótica,
fotografia, moda, gastronomia e cinema,fotografia, moda, gastronomia e cinema,
chegando até a interpretar um papel nochegando até a interpretar um papel no
filme As irmãs Brontë. Assim “teceu”filme As irmãs Brontë. Assim “teceu”
textos com prazer para serem “fruídos”textos com prazer para serem “fruídos”
também com prazer – “saber com sabor”,também com prazer – “saber com sabor”,
como ele próprio definia.como ele próprio definia.
Barthes só atinge maior popularidade comBarthes só atinge maior popularidade com
o título Fragmentos de um discursoo título Fragmentos de um discurso
amoroso (1977), sua publicação maisamoroso (1977), sua publicação mais
conhecida no Brasil.conhecida no Brasil.
32. Louis AlthusserLouis Althusser (1918-1990)(1918-1990)
Foi o primeiro teórico marxista a propor que a ideologiaFoi o primeiro teórico marxista a propor que a ideologia
seria um elemento onipresente, trans-histórico e eternoseria um elemento onipresente, trans-histórico e eterno
na história humana: ela não existiria apenas em funçãona história humana: ela não existiria apenas em função
da sociedade de classes. Com isso vai propor umada sociedade de classes. Com isso vai propor uma
teoria da ideologia em geral, assim como Freud teriateoria da ideologia em geral, assim como Freud teria
realizado uma teoria do inconsciente em geral.realizado uma teoria do inconsciente em geral.
Com isso ele chega a duas conclusões gerais sobre aCom isso ele chega a duas conclusões gerais sobre a
ideologia. Primeiro, em todas as sociedades, divididasideologia. Primeiro, em todas as sociedades, divididas
ou não em classes, a ideologia tem a função primordialou não em classes, a ideologia tem a função primordial
de assegurar a coesão social, regulamentando a relaçãode assegurar a coesão social, regulamentando a relação
dos indivíduos com suas tarefas. Segundo, a ideologia édos indivíduos com suas tarefas. Segundo, a ideologia é
o contrário da ciência.o contrário da ciência.
33. Em sua teoria geral da ideologia, seria naEm sua teoria geral da ideologia, seria na
ideologia que os homens representam oideologia que os homens representam o
mundo para si mesmos, porém estemundo para si mesmos, porém este
nunca é tal como ele existe efetivamente,nunca é tal como ele existe efetivamente,
mas sim um mundo marcado pelamas sim um mundo marcado pela
intervenção humana. O que é neleintervenção humana. O que é nele
representado é sua relação com asrepresentado é sua relação com as
condições reais de existência, e não ascondições reais de existência, e não as
condições reais de existênciacondições reais de existência
efetivamente.efetivamente.
34. Pierre Bourdieu (Pierre Bourdieu (1930-2002)
A educação, a cultura, a literatura e a arteA educação, a cultura, a literatura e a arte
foram os seus primeiros objectos deforam os seus primeiros objectos de
estudo. Nos últimos anos, Bourdieu vinha-estudo. Nos últimos anos, Bourdieu vinha-
se dedicando ao estudo dos meios dese dedicando ao estudo dos meios de
comunicação e da política.comunicação e da política.
35. Autor de uma sofisticada teoria dos campos deAutor de uma sofisticada teoria dos campos de
produção simbólica, o sociólogo procurouprodução simbólica, o sociólogo procurou
mostrar que as relações de força entre osmostrar que as relações de força entre os
agentes sociais apresenta-se sempre na formaagentes sociais apresenta-se sempre na forma
transfigurada de relações de sentido.transfigurada de relações de sentido.
A violência simbólica, outro tema central da suaA violência simbólica, outro tema central da sua
obra, não era considerada por ele como umobra, não era considerada por ele como um
puro e simples instrumento ao serviço da classepuro e simples instrumento ao serviço da classe
dominante, mas como algo que se exercedominante, mas como algo que se exerce
também através do jogo entre os agentestambém através do jogo entre os agentes
sociais.sociais.
37. Georges Friedmann (1902 -
1977)
Ele diz que se Durkheim tivesse vivido para perceber a
posterior divisão do trabalho, “teria sido forçado a
considerar ‘anormais’ muitas das formas assumidas pelo
trabalho na sociedade moderna, tanto na indústria como
na administração, e mesmo, mais recentemente, no
comércio”.
Foi professor em várias instituições do ensino superior,
lecionando, entre outras, a cadeira de História do
Trabalho.
Analisando a organização do trabalho na sociedade
industrial, Friedmann demonstrou a submissão à mesma
lógica das condições técnicas de produção por parte de
operários de estatuto tão diferente como os soviéticos
ou os norte-americanos.
38. Nos seus trabalhos valorizou o factor humano e
a situação dos operários confrontados com um
trabalho parcelar e monótono.
A obra de Friedmann deslocou a perspectiva de
análise do ponto de vista das empresas para o
ponto de vista das relações humanas no seio da
estrutura social e teve em conta a questão da
permanente mudança em que se encontra a
sociedade actual.
Os seus estudos prestaram um valioso
contributo para a definição de um conceito tão
rico como é o de "sociedade industrial".
39. Indústria Cultural para MorinIndústria Cultural para Morin
A necessidade da IC em atingir qualidade paraA necessidade da IC em atingir qualidade para
um espectador médio leva-a ao sincretismo:um espectador médio leva-a ao sincretismo:
tendência de homogeneizar a diversidade dostendência de homogeneizar a diversidade dos
conteúdos sob um determinador comum.conteúdos sob um determinador comum.
Sincretismo: leva a notícia a adquirir um relevoSincretismo: leva a notícia a adquirir um relevo
de fato comum enquanto a ficção se tinge dede fato comum enquanto a ficção se tinge de
realismo. Ou seja, é a mistura de gêneros, arealismo. Ou seja, é a mistura de gêneros, a
contaminação do real e do imaginário.contaminação do real e do imaginário.
40. Morin, a cultura de massa tem:Morin, a cultura de massa tem:
1) uma dinâmica entre a estandardização e a1) uma dinâmica entre a estandardização e a
inovação;inovação;
2) sincretismo e a contaminação entre real e2) sincretismo e a contaminação entre real e
imaginárioimaginário
A cultura de massa oferece de uma forma
fictícia tudo aquilo que é suprimido da vida real.
Também contribui para enfraquecer todas as
instituições intermediárias – desde a família até
a classe social – para se constituir em um
aglomerado de indivíduos – a massa – a serviço
da máquina social.
41. Segundo Morin, a cultura de massaSegundo Morin, a cultura de massa
oferece de uma forma fictícia tudooferece de uma forma fictícia tudo
aquilo que é suprimido da vida real.aquilo que é suprimido da vida real.
Também contribui para enfraquecerTambém contribui para enfraquecer
todas as instituições intermediárias –todas as instituições intermediárias –
desde a família até a classe social –desde a família até a classe social –
para se constituir em um aglomeradopara se constituir em um aglomerado
de indivíduos – a massa – a serviçode indivíduos – a massa – a serviço
da máquina social.da máquina social.
42. (...) a proposta de Morin não(...) a proposta de Morin não
considera a segmentação de público,considera a segmentação de público,
públicos mutáveis que se sobrepõem,públicos mutáveis que se sobrepõem,
experiências diferentes entreexperiências diferentes entre
receptores e emissores.receptores e emissores.
43. Abrahan MOLESAbrahan MOLES
Trata a cultura como um mosaico, no qualTrata a cultura como um mosaico, no qual
fragmentos de conhecimento formam umfragmentos de conhecimento formam um
depósito deixado pelos MCM no cérebro dosdepósito deixado pelos MCM no cérebro dos
indivíduos.indivíduos.
MCM exercem domínio total do homemMCM exercem domínio total do homem
moderno, que se revolta apenas de formamoderno, que se revolta apenas de forma
utópica.utópica.
Para o indivíduo, a fonte de idéias é a suaPara o indivíduo, a fonte de idéias é a sua
cultura – um mosaico – fragmentado.cultura – um mosaico – fragmentado.
44. McLuhanMcLuhan
Na visão de Mcluhan, as transformações doNa visão de Mcluhan, as transformações do
homem são introduzidas pela tecnologia, pelahomem são introduzidas pela tecnologia, pela
inovação dos MCM, que influenciam a percepção.inovação dos MCM, que influenciam a percepção.
““Os meios são extensão do homem’ ; “O meio é aOs meios são extensão do homem’ ; “O meio é a
mensagem”; “ Os MCM transformaram o mundomensagem”; “ Os MCM transformaram o mundo
em uma aldeia global”, dizia o teórico.em uma aldeia global”, dizia o teórico.
45. McLuhanMcLuhan
Foi muito criticado em sua época, anosFoi muito criticado em sua época, anos
em que o rádio e a TV surgem e aos quaisem que o rádio e a TV surgem e aos quais
ele atribui o poder de retribalização doele atribui o poder de retribalização do
homem (a volta à oralidade). Daí ohomem (a volta à oralidade). Daí o
conceito de “ aldeia global” .conceito de “ aldeia global” .
46. Esboça-se na Inglaterra, anos 1950/60 oEsboça-se na Inglaterra, anos 1950/60 o
Centro de Estudos Contemporâneos deCentro de Estudos Contemporâneos de
BirminghamBirmingham
Interesse central: “atribuição de sentido àInteresse central: “atribuição de sentido à
realidade, à evolução de uma cultura, derealidade, à evolução de uma cultura, de
práticas sociais partilhadas, de uma áreapráticas sociais partilhadas, de uma área
comum de significados.”comum de significados.”
47. Cultura: não é uma prática, nem aCultura: não é uma prática, nem a
soma dos hábitos e costumes desoma dos hábitos e costumes de
uma sociedade. Passa por todas asuma sociedade. Passa por todas as
práticas sociais e é a soma daspráticas sociais e é a soma das
suas inter-relações.suas inter-relações.
49. 1932, Umberto Eco construiu sólida carreira como1932, Umberto Eco construiu sólida carreira como
professor de semiótica na Universidade de Bolonha.professor de semiótica na Universidade de Bolonha.
Ensaísta de renome mundial, dedicou-se a temas comoEnsaísta de renome mundial, dedicou-se a temas como
estética, semiótica, filosofia da linguagem, teoria daestética, semiótica, filosofia da linguagem, teoria da
literatura e da arte e sociologia da cultura. Autor deliteratura e da arte e sociologia da cultura. Autor de
artigos de opinião nos jornais Espresso e La Repubblica,artigos de opinião nos jornais Espresso e La Repubblica,
estreou como romancista com O Nome da Rosa, emestreou como romancista com O Nome da Rosa, em
1980.1980.
Depois do imenso sucesso colhido na Itália e em todo oDepois do imenso sucesso colhido na Itália e em todo o
mundo, escreveu O Pêndulo de Foucault (1988), A Ilhamundo, escreveu O Pêndulo de Foucault (1988), A Ilha
do Dia Anterior (1994) e Baudolino (2000).do Dia Anterior (1994) e Baudolino (2000).
Entre suas obras ensaísticas destacam-se Obra AbertaEntre suas obras ensaísticas destacam-se Obra Aberta
(1962), Apocalípticos e Integrados (1964), A Estrutura(1962), Apocalípticos e Integrados (1964), A Estrutura
Ausente (1968), As Formas do Conteúdo (1971),Ausente (1968), As Formas do Conteúdo (1971),
Tratado Geral de Semiótica (1975), Seis Passeios pelosTratado Geral de Semiótica (1975), Seis Passeios pelos
Bosques da Ficção (1994) e Sobre a Literatura (2003).Bosques da Ficção (1994) e Sobre a Literatura (2003).
51. HallHall
Num país onde a Crítica da Razão
Dialética de Sartre demorou quarenta
anos para ser traduzida, em um mundo
intelectual que não conta sequer com as
obras completas de Platão e Aristóteles,
não é de estranhar que só agora
tenhamos um livro Stuart Hall, o principal
expoente da linha de pesquisa conhecida
como Estudos Culturais.
Da Diáspora, editado pela Universidade
Federal de Minas Gerais (2003, R$ 49),
traz textos que cobrem a produção de Hall
durante as décadas de 70-90.
52. Fica bastante clara a preocupação de StuartFica bastante clara a preocupação de Stuart
Hall em dar uma base comum aos estudos semHall em dar uma base comum aos estudos sem
perder ou negar nenhuma contribuição queperder ou negar nenhuma contribuição que
possa ser utilizada. "O fato é que nenhumapossa ser utilizada. "O fato é que nenhuma
concepção única e não problemática de culturaconcepção única e não problemática de cultura
se encontra aqui", adverte Hall. Os Estudosse encontra aqui", adverte Hall. Os Estudos
Culturais são, de certa maneira, a execução daCulturais são, de certa maneira, a execução da
idéia de "obra aberta" definida por Umberto Eco.idéia de "obra aberta" definida por Umberto Eco.
Estão em permanente construção, agregandoEstão em permanente construção, agregando
idéias, teorias e métodos – para compreender,idéias, teorias e métodos – para compreender,
não para fechar o assunto.não para fechar o assunto.
53. Hoggart, Williams, Thompson
Três textos que surgiram nos final dos anos 50, sãoTrês textos que surgiram nos final dos anos 50, são
identificados como as fontes dos Estudos Culturais: Richardidentificados como as fontes dos Estudos Culturais: Richard
Hoggart com The Uses of Literacy (1957), RaymondHoggart com The Uses of Literacy (1957), Raymond
Williams com Culture and Society (1958) e E. P. ThompsonWilliams com Culture and Society (1958) e E. P. Thompson
com The Making of the English Working-class (1963).com The Making of the English Working-class (1963).
O primeiro é em parte autobiográfico e em parte históriaO primeiro é em parte autobiográfico e em parte história
cultural do meio do século XX.cultural do meio do século XX.
O segundo constrói um histórico do conceito de cultura,O segundo constrói um histórico do conceito de cultura,
culminando com a idéia de que a "cultura comum ouculminando com a idéia de que a "cultura comum ou
ordinária" pode ser vista como um modo de vida emordinária" pode ser vista como um modo de vida em
condições de igualdade de existência com o mundo dascondições de igualdade de existência com o mundo das
Artes, Literatura e Música.Artes, Literatura e Música.
E o terceiro reconstrói uma parte da história da sociedadeE o terceiro reconstrói uma parte da história da sociedade
inglesa de um ponto de vista particular - a história "dos deinglesa de um ponto de vista particular - a história "dos de
baixo".baixo".
54. Jesus Martín-BarberoJesus Martín-Barbero
Foi o teórico latino-americano queFoi o teórico latino-americano que
desenvolveu uma nova perspectiva dosdesenvolveu uma nova perspectiva dos
EC na América Latina.EC na América Latina.
A teoria básica é de perspectivaA teoria básica é de perspectiva
ideológica: os mcm vêm do sistemaideológica: os mcm vêm do sistema
dominantedominante
55. A mensagem transmitida não é somenteA mensagem transmitida não é somente
representante do poder de onde serepresentante do poder de onde se
origina, pois precisa ganhar a adesão daorigina, pois precisa ganhar a adesão da
audiência...audiência...
Por isso, os conteúdos dos mcm passamPor isso, os conteúdos dos mcm passam
por um processo de mediação entre opor um processo de mediação entre o
conteúdo que o sistema deseja passar e oconteúdo que o sistema deseja passar e o
conteúdo que é extraído desta mensagemconteúdo que é extraído desta mensagem
pelo receptor. O resultado é a mestiçagempelo receptor. O resultado é a mestiçagem
cultural.cultural.
56. Há um embate entre culturas do emissor eHá um embate entre culturas do emissor e
receptor, sendo que o receptor se esforçareceptor, sendo que o receptor se esforça
para entender a mensagem. Nessepara entender a mensagem. Nesse
esforço ele faz mediações de acordo comesforço ele faz mediações de acordo com
a sua cultura, sendo então criador dea sua cultura, sendo então criador de
significados.significados.
Exemplo simples: um abajour para osExemplo simples: um abajour para os
ocidentais tem uma utilidade: iluminar umocidentais tem uma utilidade: iluminar um
ambiente. Para o indígena pode apenasambiente. Para o indígena pode apenas
servir de adorno. Ou seja, o significado éservir de adorno. Ou seja, o significado é
negociado de acordo com a cultura.negociado de acordo com a cultura.
57. Quer seja a cultura de massa de Morin, ouQuer seja a cultura de massa de Morin, ou
a cultura fragmentada de Moles, ou aa cultura fragmentada de Moles, ou a
cultura tecnológica de Mcluhan.cultura tecnológica de Mcluhan.
Quer sejam os Estudos Culturais ingleses,Quer sejam os Estudos Culturais ingleses,
nos quais tanto a produção quanto anos quais tanto a produção quanto a
recepção são resultantes de processosrecepção são resultantes de processos
culturais; ou a proposta de Martín-Barbero,culturais; ou a proposta de Martín-Barbero,
colombiano que propõe uma perspectivacolombiano que propõe uma perspectiva
ideológica dos EC, nos quais a mestiçagemideológica dos EC, nos quais a mestiçagem
cultural é resultante do processo decultural é resultante do processo de
recepção da mensagem.recepção da mensagem.
58. América LatinaAmérica Latina
Raul Fuentes Navarro –Raul Fuentes Navarro – Un campoUn campo
cargado de futuro: el estudio de lacargado de futuro: el estudio de la
comunicación en América Latina.comunicación en América Latina. Mexico:Mexico:
Coneicc, 1992Coneicc, 1992
Luis Ramiro BeltránLuis Ramiro Beltrán –– Investigación sobreInvestigación sobre
Comunicación en América Latina.Comunicación en América Latina. La Paz:La Paz:
Plural, 2000Plural, 2000
José Marques de MeloJosé Marques de Melo –– PensamientoPensamiento
Comunicacional Latinoamericano: entre elComunicacional Latinoamericano: entre el
saber y el poder.saber y el poder. Quito: CIESPAL, 2006Quito: CIESPAL, 2006
59. Fonte dessas transparências: Material de aula do PósGraduação
ministrada pelo professor JMM, em São Paulo – ano de 2006, Livro
historia do pensamento comunicacional e material de aulas
(transparências) do professor José Marques de Melo.