As etapas de moldagem e cimentação de laminados cerâmicos são cruciais para o resultado final do tratamento. A moldagem deve ser realizada com silicones para garantir precisão, enquanto a cimentação requer condicionamento das superfícies dentais e cerâmicas, aplicação de sistema adesivo e cimento resinoso fotoativado. Um protocolo correto nestas etapas é essencial para proporcionar estabilidade estética e funcional de longo prazo às restaurações cerâmicas.
Journal of investigative and clinical dentistry 2010
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Laminados cerâmicos – parte II:
moldagem e cimentação
Ceramic Veneers - part II: impression and luting
Eduardo Souza Junior1
Gustavo Bertholdo2
Letícia Helena Furtado Abreu3
Thays Bertoldo4
André Queiroz5
Resumo
Para a harmonização do sorriso com laminados cerâmicos, as etapas de moldagem e cimentação são muito importantes, já que podem comprometer o assentamento da restauração cerâmica.
É fundamental que o dentista conheça essas etapas a fundo, buscando aperfeiçoar os resultados
do tratamento. Dessa forma, o objetivo desse artigo é mostrar de forma segura as etapas de moldagem e cimentação de laminados cerâmicos, para um resultado final satisfatório do tratamento
conservador estético.
Descritores: Cimentação adesiva, cimento resinoso, moldagem, laminados cerâmicos.
Abstract
Proper luting and impression are especially important for smile harmonization process using
laminate veneers since these steps can compromise the placement of ceramic restoration. The
professional must have acknowledgement of these clinical steps in order to optimize the results
of the treatment. Thus the aim of this study was to present each step of impression and luting
procedures of ceramic laminates to get a satisfactory final outcome through conservative esthetic
treatment.
Abstract: Adhesive luting, resin cement, impression, laminated veneers.
Prof. de Prótese e Materiais Dentários – UNIVAG, Ms. em Clínica Odontológica (Dentística) – UNICAMP.
Prof. de Prótese – UNIVAG, Ms. em Prótese Dental – UNINGÁ.
Especialista em Periodontia – ACDC, Msd. em Periodontia – SL Mandic.
4
Acadêmica de Odontologia – UNIVAG/MT.
5
Técnico em Prótese Dentária.
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2
3
E-mail do autor: edujcsj@gmail.com
Recebido para publicação: 20/08/2013
Aprovado para publicação: 23/09/2013
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Introdução
Após a etapa de planejamento e preparações dentais, é realizada a moldagem funcional com intuito de
se obter com extrema fidelidade o que foi obtido em
boca para enviar ao ceramista. De maneira geral, essa
etapa é realizada com silicones polimerizados por adição, para garantir uma maior acurácia da moldagem1.
Podem-se usar fios afastadores de gengiva ou não,
entretanto, sabe-se que a utilização do fio (independente se pela técnica do fio único ou duplo fio) garante uma maior fidelidade da região de término cervical
do preparo, especialmente para casos de preparos a
nível gengival ou subgengivais1. Após essa etapa, o
ceramista inicia seu trabalho, confeccionando com
arte e conhecimento as peças cerâmicas. Essas peças
necessitam estar perfeitamente adaptadas durante a
prova seca em boca, para que evite quaisquer problemas durante a etapa de cimentação. Por fim, a etapa
de cimentação é extremamente importante, já que
será o fechamento de todo o trabalho minimamente
invasivo para laminados cerâmicos3. Devem-se fazer
dois tipos de prova dos laminados e coroas em boca:
a prova seca e a prova úmida, utilizando cimentos
de prova (try-in)2. Essa etapa minimiza as chances de
erro durante a cimentação. É importante salientar que
para laminados cerâmicos deve-se escolher um agente cimentante fotoativado, enquanto que para coroas
deve-se escolher materiais duais para fazer a cimentação. Isso ocorre devido à espessura dos laminados
cerâmicos, a qual permite uma maior passagem de luz
e uma maior garantia de polimerização efetiva do cimento resinoso2. Sendo assim, o objetivo desse artigo
é mostrar a etapa de moldagem e especialmente a
etapa de cimentação, apresentando um protocolo de
tratamento da peça e do substrato dental, com intuito de esclarecer e facilitar a utilização de restaurações
cerâmicas em dentes anteriores.
Figura 1 - Inserção do fio de afastamento gengival para realizar uma moldagem correta e precisa.
Figura 2 - Vista lateral direita das restaurações cerâmicas sem glaze.
Figura 3 - Vista frontal das restaurações
cerâmicas sem glaze.
Figura 4 - Vista lateral esquerda das restaurações cerâmicas sem glaze.
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Figura 6 - Vista frontal com fundo de contraste preto das restaurações cerâmicas glazeadas. Nota-se claramente o brilho de superfície
e uma maior naturalidade após o glaze, além de uma melhor visualização dos efeitos de policromia no bordo incisal dos incisivos.
Figura 7 - Laminados e coroas cerâmicas (e.max press, Ivoclar
Vivadent) finalizadas.
Figura 8 - Visão mais aproximada das restaurações cerâmicas
finalizadas. Observa-se a fina espessura dos laminados cerâmicos.
Figura 9 - Vista frontal do laminado cerâmico ultrafino. Observa-se a espessura de aproximadamente 0,3mm, com a possibilidade de
avaliação da translucidez da cerâmica.
Figura 10 - Vista lateral do laminado cerâmico ultrafino.
Figura 11 - Vista frontal do laminado cerâmico sob luz transmitida.
Souza Jr E, Bertholdo G, Abreu LHF, Bertoldo T, Queiroz A.
Figura 5 - Vista frontal com fundo de contraste preto das restaurações cerâmicas sem glaze. Nota-se claramente os efeitos de bordo incisal dos incisivos, além das texturas de superfície verticais e
laterais.
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Figura 12 - Condicionamento interno das peças cerâmicas com
ácido hidrofluorídrico a 10% por 20s. Esse procedimento cria microporosidades na superfície interna da cerâmica, o que facilita o
embricamento micromecânico tanto do sistema adesivo quanto do
cimento resinoso.
Figura 13 - Limpeza da superfície interna das cerâmicas com ácido fosfórico a 37% por 1 minuto. Este procedimento é realizado com
o intuito de remoção dos detritos que prejudicam a etapa de cimentação. Posteriormente as cerâmicas são lavadas abundantemente
em água corrente.
Figura 14 - Aplicação de silano na superfície interna da cerâmica
por 1 minuto, com posterior secagem com jato de ar quente para
uma correta volatilização do solvente e facilitar a união do material
resinoso com a estrutura policristalina e vítrea da cerâmica.
Figura 15 - Aplicação do sistema adesivo na superfície interna
da cerâmica, sem fotoativação para não proporcionar desadaptação
marginal durante o procedimento de cimentação.
Figura 16 - Proteção dos dentes adjacentes com fita teflon para
que haja somente condicionamento com ácido fosfórico a 37% dos
dentes a serem cimentados.
Figura 17 - Condicionamento com ácido fosfórico a 37% por 30s
dos dentes a serem cimentados.
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Figura 19 - Coroas cerâmicas do 21 e 22 imediatamente após a
cimentação.
Figura 20 - Coroas cerâmicas do 11 e 12 imediatamente após a
cimentação.
Figura 21 - Laminados e coroas cerâmicas imediatamente após
a cimentação.
Figura 22 - Visão aproximada dos incisivos superiores cimentados. É possível observar as características de policromia do bordo
incisal além de texturas de superfície.
Figura 23 - Lábio em repouso. Nota-se a integração dento-labial
das restaurações cerâmicas.
Souza Jr E, Bertholdo G, Abreu LHF, Bertoldo T, Queiroz A.
Figura 18 - Após a aplicação do sistema adesivo na estrutura dental, leva-se a cerâmica em posição para a cimentação. É importante
salientar que o eixo de inserção dos laminados cerâmicos é realizado
no sentido vestíbulo-palatino.
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Figura 24 - Vista frontal do sorriso da paciente imediatamente
após a cimentação das restaurações cerâmicas.
Figura 25 - Vista de meio-perfil direito do sorriso da paciente imediatamente após a cimentação das restaurações cerâmicas.
Figura 26 - Vista de meio-perfil direito do sorriso da paciente imediatamente após a cimentação das restaurações cerâmicas.
Figura 27 - Foto frontal de face da paciente após 6 meses da
cimentação das coroas e dos laminados cerâmicos. Nota-se a harmonia do sorriso com as restaurações cerâmicas cimentadas.
Figura 28 - Foto mais aproximada do sorriso da paciente após 6
meses.
Figura 29 - Integração dento-labial após 6 meses das coroas cerâmicas e.max cimentadas.
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Figura 30 - Vista de meio-perfil direito do sorriso da paciente 6
meses após a finalização do tratamento.
Figura 31 - Vista de meio-perfil esquerdo do sorriso da paciente 6
meses após a finalização do tratamento.
Figura 32 - Estética com laminados e coroas cerâmicas 6 meses após a cimentação.
Conclusão
Referências bibliográficas
O planejamento digital estético do sorriso garante uma previsibilidade do tratamento restaurador com restaurações cerâmicas. Sendo assim, para
garantir naturalidade e harmonia final no sorriso do
paciente, o cirurgião-dentista deve lançar mão de
um correto planejamento do caso, fazendo que os
laminados cerâmicos, desde a etapa de preparações
até a cimentação e acompanhamento, possuam uma
estabilidade estética e funcional satisfatórias.
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