Este documento apresenta as diretrizes da política pública de turismo de Minas Gerais. Ele descreve a visão do governo estadual para o desenvolvimento do turismo de forma planejada, organizada e sustentada, orientando as ações com base em objetivos, metas e programas definidos. O documento também serve como ferramenta de gestão para as políticas públicas de turismo no estado.
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Diretrizes Turismo MG
1. Este livro apresenta as Diretrizes da Política
Pública de Minas Gerais elaboradas para
o desenvolvimento turístico do Estado.
Diretrizes são como os trilhos dos trens que
serpenteiam pelas montanhas de Minas.
Elas nos guiam por caminhos traçados
previamente, evitando os trechos mais
tortuosos e ultrapassando obstáculos
aparentemente intransponíveis.
As diretrizes levam nossos planos e
projetos aos seus objetivos, assim como
uma autêntica Maria-fumaça leva seus
passageiros pelos destinos de Minas: com
procedimentos, orientações e normas, mas
sem perder sua bela e tranquila essência
mineira.
1
2. Gruta Rei do Mato - Sete Lagoas - MG/ Foto: Sérgio Mourão - Acervo Setur-MG Flor em São Gonçalo do Rio das Pedras – MG/ Foto: Xará – Acervo MTur Caminho para a Gruta do Salitre - Diamantina - MG/ Foto: Márcio Carvalho
Governo de
Minas Gerais
Antonio Anastasia Jussara Maria Rocha Coordenação Técnica e Conteúdo: Apoio e Colaboração:
Governador do Estado de Minas Gerais Superintendente de Políticas de Turismo Isabela Rosa Sette Angela Maris
Marcela Pimenta Campos Coutinho Denise Menezes
Érica Campos Drumond Simone Araújo Mauro Werkema Geórgia Caetano
Secretária de Estado de Turismo de Minas Gerais Superintendente de Estruturas do Turismo Gláucia Beatriz Oliveira Borba
Diretores: Nathália Farah Laranjo
Maurílio Soares Guimarães Tânia Mara Domingos Ângelo Luis Rezende Silvana Nascimento
Secretário Adjunto Superintendente de Planejamento, Gestão e Finanças Claudia Maria Moreira de Assis Rocha Warley Silva
Claudia Macedo Gil
Cynthia Lanna de Miranda FICHA TÉCNICA
Daniel Anilton Duarte Marques
Chefe de Gabinete Coordenação Geral:
Fernanda Heloíse Fonseca Quadros
Jussara Maria Rocha
Isabela Rosa Sette
Leonardo Bruno Nunes Menezes
Rafael Almeida de Oliveira
Ruy Felipe Filho
2 3
3. Apresentação
Sumário
05 APRESENTAÇÃO
08 CENÁRIOS DO TURISMO
18 O PLANO MINEIRO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO (PMDI) E O TURISMO
26 DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO MINEIRO
30 O SISTEMA MINEIRO DE GESTÃO DO TURISMO
36 PLANO DE MARKETING TURÍSTICO DE MINAS GERAIS
50 MACROPROGRAMAS, PROGRAMAS E PROJETOS
82 RESULTADOS ALCANÇADOS
Foto: Evandro Rodney - Acervo IEF Artesanato em Capim Dourado/ Foto: Xará - Acervo Setur-MG
4 5
4. Apresentação
Minas Gerais vive um momento de extraordinárias transformações, não apenas no modelo de gestão implementado de lazer, em meados do ano, que registra bons índices de ocupação na rede hoteleira e nos estabelecimentos de
no Estado, que já demonstra resultados de eficiência e qualidade administrativa, mas também na realidade, na bares e restaurantes. Precisamos trabalhar unidos com a iniciativa privada, a fim de buscarmos o equilíbrio desta
vida das comunidades. Minas avança em inúmeras áreas. E, nesses últimos anos, avançou também para o turismo sazonalidade.
– demonstrando crescimento e amadurecimento do setor, que hoje trabalha articulado e ordenado na execução e
Também demos um salto de qualidade no segmento do Turismo de Negócios, através de ações para fortalecer a
direcionamento da política pública estadual do turismo.
cadeia de prestação de serviços e propiciar o desenvolvimento econômico do Estado. Hoje, Belo Horizonte já se
O turismo mineiro conquistou lugar de destaque nos cenários nacional e internacional. Os mais atrativos produtos configura como a quinta cidade brasileira na recepção de grandes eventos internacionais. Também de maneira
turísticos do Estado estão sendo ofertados e comercializados pelas principais agências e operadores de turismo estruturada e planejada, estão em plena atividade os Conventions Bureaux do interior do Estado.
nacionais e também nos mercados internacionais prioritários, que são os mais representativos emissores de
Portanto, motivados por esta série de ações, preparamos as “Diretrizes da Política Pública de Turismo de Minas
turistas para o Brasil. Os agentes de receptivos mineiros, que ofertam nossos produtos para o público final, estão
Gerais”. Esse documento foi elaborado por meio de diretrizes e macroprogramas com o objetivo de orientar o
capacitados e trabalhando com vistas ao fortalecimento ao mercado mineiro de turismo. A malha aérea regional de
desenvolvimento turístico do Estado, contribuindo para integrar a política socioeconômica de Minas Gerais de
Minas Gerais está robusta e alcança todas as pontas desse Estado de dimensões continentais. Ampliamos as divisas
forma planejada, organizada e sustentada. É, por sua vez, uma ferramenta de gestão das políticas públicas do
mineiras com o mundo. Hoje, a capital do Estado – Belo Horizonte - está interligada, diretamente, com Lisboa, na
turismo mineiro e apresenta uma visão sistêmica, que reúne objetivos, metas e ações, amparados pelos princípios da
Europa, com Miami, nos Estados Unidos e com a Cidade do Panamá, na América Central e já sinaliza um crescimento
parceria, sustentabilidade, conhecimento, competitividade e qualidade.
duradouro dos números de desembarques internacionais no Aeroporto Internacional Tancredo Neves.
A Política Pública de Turismo de Minas Gerais está alinhada ao Plano Nacional de Turismo 2007-2010 e às diretrizes
Em forma de Associações de Circuitos Turísticos, e seguindo o Macroprograma de Regionalização do Turismo, Minas
do Plano de Governo de Minas Gerais, além de exprimir os anseios da sociedade civil organizada, por meio das
Gerais possui um mosaico de regiões, que, de maneira organizada e descentralizada, são os braços de execução da
Associações de Circuitos, do Conselho Estadual de Turismo e da Federação de Circuitos Turísticos Mineiros.
política pública do turismo, alcançando mais de 400 municípios mineiros.
Este instrumento constitui-se ainda como consequência de políticas implementadas e construídas desde a criação
Nosso foco agora é incentivar o mineiro a viajar por Minas, incrementando assim o fluxo turístico interno no
desta Secretaria. Esperamos que esse documento possa ser um meio de indução e norteador de ações para o
Estado. Temos atrativos históricos e culturais extraordinários. Temos natureza exuberante, fazendas centenárias e
desenvolvimento da atividade turística em nosso Estado.
atrativos que atendem às mais variadas opções. E o turismo interno, em todo o mundo, é fonte de vitalidade para
manter este setor econômico em pleno vapor. Hoje, em Minas Gerais, temos bem definida a nossa alta temporada
Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais
6 7
5. Rio São Francisco de Assis – MG/ Foto: Sérgio Mourão Fogão a lenha – MG/ Foto: Xará – Acervo MTur Congado – MG/ Foto: Márcio Carvalho
Perspectivas do Turismo Mundial
O crescimento substancial da atividade turística fez do turismo um dos mais notáveis fenômenos econômicos e
sociais do século passado. As motivações de viagem são diversas, o que possibilitou a segmentação da atividade e
sua maior abrangência.
De acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), o volume de negócios relacionados com a atividade
turística é igual ou superior aos negócios vinculados à exportação de petróleo, alimentos ou automóveis, gerando,
anualmente, U$ 4 trilhões ao redor do mundo. Esses dados indicam que o turismo é responsável por 10% do PIB
mundial e emprega 200 milhões de pessoas, fazendo com que a atividade represente uma das principais fontes de
Cenários
rendimento para muitos países1 .
A receita internacional do turismo representou em 2003 aproximadamente 6% das exportações mundiais de bens
do Turismo
e serviços (expressadas em US$). Quando consideramos exclusivamente as exportações de serviços, a parte das
exportações do turismo aumenta para perto de 30%2.
1 BRASIL. Ministério do Turismo, 2006, p. 21.
2 OMT, Facts & Figures – Information, analysis and know-how – Tourism and the world economy.
8 9
6. Em relação ao número de chegadas internacionais de turistas, o mesmo se mostrou em evolução. Em 1950, Essa perspectiva faz com que os destinos turísticos, além de se tornarem mais competitivos entre si, se preocupem
foi registrada uma movimentação de 25 milhões de turistas, enquanto que, em 2008, o número de chegadas cada vez mais com uma gestão que preserve seus recursos naturais de forma sustentável. Caberá aos governantes
internacionais de turistas chegou a atingir 922 milhões, correspondendo a um crescimento anual próximo de 6,5%3. a prática de uma gestão responsável para que o turismo não se torne uma atividade vulnerável e suscetível aos
Durante esse período, novos destinos foram descobertos pelos turistas, havendo uma desconcentração do fluxo problemas de degradação e fragmentação que, em última instância, poderão comprometer seu desenvolvimento.
internacional de turistas através dessas novas rotas.
As estimativas da OMT com relação aos números do turismo em 2020 preveem um crescimento do fluxo de turistas
no globo, atingindo 1,6 bilhão. Também estima-se que haverá uma melhor distribuição de turistas nas diferentes
O Turismo Brasileiro
regiões do mundo. Atualmente, as três regiões que recebem mais turistas internacionais são a Europa, o Leste
O número de entrada de turistas no Brasil oscilou seguindo as tendências do turismo mundial. Entretanto, mostrou-
Asiático e Pacífico e as Américas - com destaque para a América Central e do Sul -, seguidos do Oriente Médio e África.
se em recuperação a partir do ano de 2004, como definido na tabela.
Em 2020 os três primeiros lugares serão mantidos, seguidos de África e Oriente Médio, conforme mostra o gráfico a
Tabela 1 – Entrada de turistas no Brasil entre 2000 e 2008
seguir:
Ano Turistas
Gráfico 01 – Perspectiva de evolução do turismo para 2020 nos continentes
2000 5.313.463
1.600
ATUAL FUTURO 2001 4.772.575
1.400
2002 43.784.898
1.200 Europa
Américas 2003 4.132.703
1.000 Pacífico
2004 4.793.703
África
800 Oriente Médio 2005 5.358.170
Ásia
600 2006 5.018.991
400
2007 5.025.834
2008 5.050.099
200
Fonte: Adaptado de BRASIL, Ministério de Turismo. Embratur. Anuário Estatístico da EMBRATUR. V34. Brasília, 2007.
0
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
O crescimento do turismo interno, expresso em viagens domésticas entre os anos de 2001 e 2005, foi de 13,5%6,
Fonte: Adaptado de ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO. Tourism Highlights. [s.l.], [s.n.]. 2007, p. 11
segundo dados do Ministério do Turismo.
De acordo com as análises da Organização Mundial do Turismo, calcula-se ser o turismo interno dez vezes maior4
Nos últimos quatro anos, a utilização do transporte aéreo no Brasil se popularizou e apresentou um crescimento
que o volume de turismo internacional. De acordo com a pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo sobre o
excepcional. De 2003 a 2006, foram registrados 156,7 milhões de desembarques domésticos no País, o que significa
mercado doméstico , esse índice é bem maior para o Brasil, o que aponta para uma perspectiva de consolidação da
5
um aumento de 23% em relação ao quadriênio anterior (1999/2002)7 .
atividade no País, gerando melhoria da qualidade dos serviços prestados e contribuindo para o desenvolvimento
equilibrado do conjunto da economia.
3 OMT, Facts & Figures – Information, analysis and know-how – Historical perspective of world tourism. 6 Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil 2002 e 2006 - MTUR.
4 OMT, Proyecto de Libro Branco – Una mirada al futuro del turismo de la mano de la Organización Mundial del Turismo, outubro de 2004. 7 Plano Nacional de Turismo – 2007-2010.
5 MTUR/FPE, Caracterização e Dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil, 2006.
10 11
7. Diamantina – MG/ Foto: Xará – Acervo MTur Café Especial – MG/ Foto: Acervo Setur-MG Artesanato - Conceição do Mato Dentro – MG/ Foto: Xará – Acervo MTur
O crescimento da atividade turística no PIB brasileiro, assim como sua potencial capacidade de gerar trabalho, De acordo com o Estudo do Impacto do Turismo nas Finanças Municipais nas Regiões Turísticas do Brasil, elaborado
ocupação e renda, são aspectos positivos resultados da gestão turística estabelecida no País, principalmente após a pela Fundação João Pinheiro em 2009, a importância do turismo como atividade econômica geradora de riqueza
criação do Ministério do Turismo. O gasto de turistas estrangeiros evoluiu no ano de 2003 de 2.479 para 5.785 milhões merece destaque. Tal estudo cita que em 2001 o setor respondeu por cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB),
de dólares em 2008, como esboçado no gráfico abaixo: segundo o estudo da Conta Satélite do Turismo desenvolvido pela FIPE (2002) para a EMBRATUR. Sendo assim, o
estudo destaca que com uma participação desta grandeza, o setor figura entre os 15 maiores geradores de renda
Gastos de turistas estrangeiros no Brasil em u$ milhões - 2003/ 2008
no Brasil. De acordo com dados do Sistema de Contas Nacionais do IBGE e da Conta Satélite do Turismo para 2001, o
setor estaria à frente de setores importantes como siderurgia, metalurgia, fabricação de automóveis e indústria de
5.785
vestuário (Salgado, 2007, p. 267)8 .
4.953
4.316 Minas Gerais segue o ritmo de crescimento brasileiro mostrando qualidade na gestão, promoção e apoio à
3.861 comercialização dos destinos turísticos. O Estado busca consolidar a atividade de forma responsável e fazer de
3.222 Minas o melhor e mais visitado destino turístico do Brasil.
2.479
O Turismo em Minas Gerais
Minas Gerais nasceu ao final do século dezessete, advinda da heroica e histórica aventura dos paulistas, que
2008 2007 2006 2005 2004 2003 com suas Bandeiras e Entradas desbravaram pioneiramente o território interior brasileiro e plantaram entre as
montanhas uma nova civilização.
Fonte: BC/ DPF
Maior e mais tradicional estado minerador, Minas Gerais responde por 44% do valor da produção mineral do País
8 Impacto do turismo nas finanças municipais nas regiões turísticas do Brasil/ Fundação João Pinheiro.
12 13
8. e é também responsável por 35,3% da produção total brasileira de aço bruto. O Estado é o segundo maior polo
MUNICÍPIOS COM MUNICÍPIOS
ESTADO
automotivo do País, responsável por 25,8% da produção nacional de veículos, e é o único estado fabricante de POTENCIAL TURÍSTICO INDUTORES
helicópteros em toda a América do Sul. O Estado também possui o maior polo nacional de biotecnologia e é o Minas Gerais 494 4
terceiro estado do Brasil na produção de cana-de-açúcar, com a marca de 32,2 milhões de toneladas9. Espírito Santo 78 1
Rio de Janeiro 91 5
O turismo é uma atividade importante para o desenvolvimento econômico do Estado, cujos investimentos estão São Paulo 640 2
sendo constantemente ampliados. Segundo dados da EMBRATUR, o Estado de Minas Gerais recebe 10% do fluxo de Paraná 399 3
turismo doméstico e 6% do turismo internacional, quando comparado a outros estados do Brasil. Santa Catarina 293 3
Rio Grande do Sul 389 4
Dentre os estados que mais crescem no Brasil, Minas vem despontando com características singulares por ser Mato Grosso do Sul 78 3
um território mediterrâneo, com 853 municípios e um PIB maior que o do Chile. De acordo informações do MTUR, Mato Grosso 2
o Estado de Minas Gerais se destaca quando considerado o número de municípios com potencial turístico e Goiás e Brasília 243 5
municípios indutores, por Unidade da Federação. Como pode ser verificado na tabela abaixo, Minas Gerais é o 2º TOTAL 3.666 67
estado do Brasil com maior número de municípios com potencial turístico, além de possuir 4 municípios indutores,
Fonte: Dados básicos: BRASIL, Ministério do Turismo. Plano Nacional do Turismo e Programa de Regionalização do Turismo. Roteiros do Brasil.
estando atrás apenas do Estado de São Paulo. 2003/ 2007 Brasília/ DF 2003. Disponível em: <http://www.turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008.
Secretaria Nacional de Políticas do Turismo. Segmentação do Turismo: Marcos Conceituais. Brasília/ DF. 2004. Disponível em: <http://www.
turismo.gov.br/>. Acesso em: 24 out. 2008. Elaboração: Fundação João Pinheiro (FJP). Centro de Estudos de Políticas Públicas (CEPP).
TABELA 2: Número de municípios com potencial turístico e municípios indutores, por unidade da Federação
A atividade turística acompanha a gestão inovadora do Estado e desde 2007 vem implementando uma política
MUNICÍPIOS COM MUNICÍPIOS
ESTADO
POTENCIAL TURÍSTICO INDUTORES que, por meio de processo de planejamento, visa obter a descentralização da gestão e dos recursos, além de maior
Rondônia 27 1 agilidade e melhores resultados para o setor.
Amazonas
74 5
(Acre + Roraima + Amapá)
Esse Estado rico por sua natureza exuberante, com uma herança cultural e histórica, oferece ao turista hospitalidade
Pará 33 3
e gastronomia ímpar e uma experiência singular e autêntica, onde é possível vivenciar a tradição cultural em
Tocantins 50 2
harmonia com a modernidade, permeada por uma infinidade de atrativos que transformam Minas Gerais em síntese
Maranhão 21 2
do Brasil.
Piauí 120 3
Ceará 103 4
De acordo com dados do Instituto Estrada Real (IER), a oferta de meios de hospedagem do Estado de MG
Rio Grande do Norte 80 3
corresponde a 10% da oferta nacional, sendo responsável pela geração de cerca de 27 mil empregos diretos. Isso
Paraíba 57 1
significa um aumento, desde 2003, de cerca de 26% do número de empregos diretos, como indica a tabela 3.
Pernambuco 52 3
Alagoas 102 2
Sergipe 75 1
Bahia 137 5
9 INDI – Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais.
14 15
9. Tabela 3 – Número de empregos no setor de turismo em Minas Gerais e na Estrada Real Mapa da Regionalização do Turismo – Minas Gerais
2003 2008
Segmentos/ Anos MINAS ESTRADA Part % MINAS ESTRADA Part %
GERAIS REAL ER/MG GERAIS REAL ER/MG
Hotéis e similares 20.967 4.717 22,5 27.337 6.549 24
Restaurantes e
66.700 11.131 16,7 98.537 16.261 16,5
similares
Transporte de
9.275 2.223 24 16.264 2.562 15,8
passageiros
Agências de viagens e
2.762 430 15,6 3.412 275 8,1
similares
Aluguel de bens
e equipamentos
1.756 166 9,5 4.280 381 8,9
de transporte de
passageiros
Serv. culturais
desportivos e de 21.642 3.168 14,6 17.069 2.519 14,8
outros serv. de lazer
TOTAL 123.102 21.835 17,7 166.899 28.547 17,1
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS/ IER/FIEMG
O Turismo vem exigindo cada vez mais uma oferta de produtos vivenciais e autênticos, focados na experiência e no
protagonismo do turista no ambiente visitado. Essa tendência vem se contrapondo aos grandes tours de lugares e
pessoas, o que transforma Minas Gerais em um destino diferenciado e único.
Esse diferencial competitivo do Estado se reflete nas ações, programas e projetos que esta Secretaria vem
desenvolvendo, levando oportunidade para que profissionais e empresários possam ampliar conhecimento, trocar
experiências e gerar novos negócios.
Tendo em vista a dimensão territorial do Estado, com realidades diferentes de desenvolvimento, a Secretaria de
Estado de Turismo de Minas Gerais entendeu e reafirmou a necessidade de aplicar uma política descentralizada,
através do incentivo à organização de instâncias de governanças regionais, que transformou o mapa da
regionalização em Minas Gerais – conforme detalhado no capítulo Sistema Mineiro de Gestão do Turismo. Fonte: SETUR/MG
Minas Gerais consolida sua Política Pública de Turismo e utiliza a cultura, a natureza e a hospitalidade, matérias-
primas básicas para o desenvolvimento do turismo vivencial, como ferramentas de posicionamento turístico do
Estado no mercado.
16 17
10. O Plano Mineiro
O Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), lançado em 2003 no horizonte 2003-2020, é um Plano
Estratégico indicativo para o Estado de Minas Gerais, consolidando um conjunto de grandes escolhas que orientam
a construção do futuro do Estado em um horizonte de longo prazo e sob condições de incerteza. O processo de
de Desenvolvimento
revisão do PMDI, desenvolvido na segunda metade de 2006, estabelece o horizonte de 2023 (2007-2023) e mantém
seu compromisso de “Tornar Minas Gerais o Melhor Estado para se Viver”. Tal plano foi elaborado pelo Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social, enriquecido e aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, sob a
Integrado (PMDI)
forma da Lei 17.007/2007.
O Governo do Estado de Minas Gerais pretende, com o PMDI, aprofundar a diretriz “Choque de Gestão” e seu
conjunto de medidas, com o objetivo de introduzir no aparato estatal a concepção de um estado que gasta menos
e o Turismo com a máquina e cada vez mais com o cidadão.
A Estratégia de Desenvolvimento é formada por seis estratégias setoriais, que formam o núcleo propulsor do
processo de transformação de Minas Gerais:
Vapor Benjamim Guimarães – MG/ Foto: Paradiso Turismo Grupo Corpo – MG/ Foto: Henry Yu – Acervo Belotur Igreja São Francisco de Assis – BH – MG/ Foto: Marcelo Rosa – Acervo Belotur
18 19
11. Integração
Territorial Cada Área de Resultados será alvo da intervenção de, pelo menos, um Grupo de Projetos Estruturadores, visando
Competitiva
obter as transformações planejadas. Tais grupos serão concebidos de forma a viabilizar uma intervenção sistêmica e
combinada na Área de Resultados.
Sustentabilidade Equidade e
Ambiental Bem-estar
O turismo se enquadra dentro do PMDI, na sétima Área de Resultado: Rede de Cidades e Serviços, que busca o
Perspectiva
Integrada do desenvolvimento de uma rede urbana equilibrada e requer o fortalecimento da capacidade de polarização das
Capital
Humano
cidades, através da prestação de serviços públicos e privados para as demandas oriundas de seu entorno regional.
Investimento Rede de
e Negócios Cidades O desafio é generalizar esse processo de crescimento econômico concentrado na região metropolitana, formando
uma rede de cidades e serviços organizada e sinérgica, que colabore para o desenvolvimento das regiões menos
Estado para dinâmicas, que reverta a tendência de “inchamento” da Região Metropolitana de Belo Horizonte e que assegure a
Resultados
provisão de serviços públicos de qualidade em todos os pontos do território.
Diretamente alinhado com o PMDI está o Projeto Estruturador – Destinos Turísticos Estratégicos, da Secretaria de
A concretização dessa estratégia em um rol de ações e produtos esperados se fez mediante a definição de 11 Áreas
Estado de Turismo, tendo como macroações:
de Resultados. Cada Área de Resultados agrega os principais desafios, objetivos e metas para a administração
pública, bem como iniciativas essenciais para transformarmos a estratégia em resultados efetivos. A interligação
das Áreas de Resultados com as estratégias de Governo e Desenvolvimento e, por fim, com a Visão de Futuro, está 1) Gestão e Promoção do Espaço Minas Gerais
representada a seguir: O Espaço Minas Gerais foi constituído para se tornar um centro de referência na captação, articulação e dinamização
de negócios para divulgação, promoção e apoio à comercialização dos Destinos Turísticos Mineiros, além de ser mais
uma ferramenta de fomento ao Turismo de Negócios de Minas Gerais.
MINAS - O MELHOR ESTADO PARA SE VIVER
PLANO MINEIRO DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO 2007/2023 Apresentar Minas Gerais como o melhor estado para se viver, visitar, investir e fazer negócios é a mensagem-chave,
Perspectiva Integração
Investimento Equidade e Sustentabilidade sustentada no tripé Turismo, Cultura e Desenvolvimento Econômico.
Integrada do Territorial Rede de Cidades
e Negócios Bem-estar Ambiental
Capital Humano Competitiva
Através do Espaço Minas Gerais em São Paulo, a Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais busca integrar
culturas e potencializar o intercâmbio de negócios, além de promover as potencialidades econômicas, turísticas e
ESTADO PARA RESULTADOS
culturais do nosso Estado.
ÁREA DE RESULTADOS
Educação Investimento e Valor Desenvolvimento Qualidade
QUALIDADE E INOVAÇÃO
de Qualidade Agregado de Produção do Norte de Minas, Ambiental O Espaço Minas Gerais foi instalado em local estratégico da capital de São Paulo, na Rua Minas Gerais, esquina com a
EM GESTÃO PÚBLICA
QUALIDADE FISCAL
Jequitinhonha, Mucuri
e Rio Doce Av. Paulista, e tem presença marcante por sua elegância e originalidade.
Protagonismo Inovação Tecnológica
Defesa Social
Juvenil e Qualidade
Redução da Pobreza Os objetivos do Espaço Minas Gerais são apresentar, representar e refletir o Estado no maior mercado da América
Vida Logística de Integração e Inclusão Produtiva Rede de Cidade
Saudável e Desenvolvimento e Serviços Latina (São Paulo) e fortalecer sua presença no cenário nacional e internacional, construindo a imagem de um
estado plural, dinâmico, bem-estruturado e inovador, que oferece amplas e diversas oportunidades de turismo e de
DESTINATÁRIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS negócios.
Pessoas instruídas, Empresas
Jovens Cidades seguras Equidade entre
qualificadas dinâmicas e
protagonistas e bem-cuidadas pessoas e regiões
e saudáveis inovadoras
20 21
12. O espaço está equipado com salas de reunião e virtual offices, sala multiuso para cursos e treinamentos, portal 4) Desenvolvimento do Destino Turístico Lago de Furnas
de informações e material de divulgação, além de exposições que irão apresentar e fomentar o desenvolvimento A ação teve início com a elaboração de um estudo compilando todas as informações já existentes sobre a região
de diversas áreas e setores da economia mineira ligadas ao turismo, como Artesanato, Moda, Agronegócio, Saúde do Lago de Furnas. Após a validação das informações levantadas e tabuladas pelas instâncias de governança locais
(excelência médica), Energia, Construção, Mineração e Metalurgia, Tecnologia da Informação e Comunicação, dentre elaborou-se um plano estratégico participativo e orientado pela Fundação Dom Cabral, definindo procedimentos de
outros. gestão e macroações, responsabilidades e recursos necessários à sua execução. O recorte dessa ação está baseado
nos municípios lindeiros ao Lago de Furnas participantes da ALAGO – cogestora do projeto junto à Secretaria de
Estado de Turismo de Minas Gerais.
2) Estruturação e Promoção da Estrada Real
A Estrada Real é uma rota turística que abrange 198 municípios, sendo 168 pertencentes ao Estado de Minas Gerais.
Ações de capacitação dos gestores locais, roteirização e promoção, com foco no turismo de pesca e turismo náutico
O Projeto Estrada Real se configura como uma inovação no turismo brasileiro e tem sido apontado como o maior
foram priorizadas.
programa em execução de desenvolvimento turístico em todo o país.
As estratégias e ações do Projeto são desenvolvidas e implementadas pela Secretaria de Estado de Turismo e o 5) Promoção do Turismo de Negócios no Brasil e no Exterior
Instituto Estrada Real num modelo de gestão compartilhada. Esse modelo envolve diversas linhas de ação como a O objetivo dessa ação é contribuir para a dinamização da economia mineira por meio do Turismo de Negócios,
profissionalização da rede de serviços, capacitação e qualificação profissional, pesquisas de conhecimento do perfil em cinco linhas de ação: aumentar o número de encontros, congressos e eventos realizados no Estado; estruturar
do consumidor e nichos de demanda, desenvolvimento de produtos, promoção e apoio à comercialização, melhorias e articular a cadeia produtiva para a captação de eventos; fomentar a inserção nacional e internacional de
na infraestrutura, segurança pública e sinalização turística rodoviária. setores econômicos nos quais o Estado possui condição de excelência; inserir os destinos turísticos do Estado
no mercado internacional por meio de viagens de incentivo e captar investimentos imobiliários direcionados ao
desenvolvimento dos destinos turísticos do Estado.
3) Estruturação de Destinos Turísticos
Trata-se de um programa de desenvolvimento regional por meio do turismo, visando a estruturação de diversas
Para sua dinamização, em 2008 o Governo do Estado assinou com o Banco Interamericano de Desenvolvimento
regiões do Estado com foco no mercado, transformando-as em destinos diferenciados e qualificados para a
(BID), convênio para financiar um conjunto de ações que irão promover o turismo de negócios em Belo Horizonte,
atividade.
especialmente para a atração de eventos internacionais. Dentre as atividades desse convênio já está implantada
uma rede de entidades públicas e privadas ligadas ao turismo da capital mineira para a estruturação do segmento e
A ação prevê a ampliação e a inovação da oferta de produtos e roteiros qualificados, além do estímulo ao aumento
captação conjunta de eventos empresariais para Minas Gerais.
do capital social e o desenvolvimento sustentável das comunidades beneficiadas. O objetivo é oportunizar a geração
de ocupação e renda, decorrentes do crescimento do fluxo turístico nas regiões trabalhadas, favorecendo o seu
Paralelamente, no interior do Estado, dentro das ações do Estruturador foram selecionados cinco polos referência
desenvolvimento econômico e social.
para a captação de eventos de grande porte. São eles: Uberlândia, Uberaba, Juiz de Fora, Araxá e Ouro Preto. Esses
municípios estão trabalhando, com agendas articuladas, por meio de um banco de eventos e software on-line, em
Na ação Desenvolvimento e Promoção dos Destinos Estratégicos, a Secretaria de Estado de Turismo realiza diversas
que seus Conventions Bureaux fazem captação conjunta de eventos.
atividades com parceiros estratégicos e as Associações de Circuitos Turísticos, mapeamento da oferta, estudos de
mercado e roteirização, qualificação da rede de fornecedores, organização dos receptivos e operadores, qualificando
esses destinos para a estruturação do turismo, refletindo em seus atrativos a identidade, a diversidade e a 6) Informação e Estatísticas do Turismo
autenticidade cultural e natural do ambiente trabalhado, em harmonia com os desejos dos consumidores. Para tal A formatação e a implantação de um Sistema de Informações e Estatísticas do Turismo é um projeto prioritário da
estudo, foram selecionadas algumas regiões. Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais e visa suprir uma grande carência de dados capazes de suportar e
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13. permitir, com maior racionalidade e adequação quantitativa, todo o processo de planejamento do setor turístico, 7) Promoção e Apoio à Comercialização dos Destinos Turísticos Estratégicos no Brasil e no
seja da área pública ou das entidades do setor privado que atuam na liderança dos diversos segmentos do turismo Exterior/ Copa 2014
mineiro e em parceria com o Governo do Estado. Esta ação está diretamente ligada à necessidade de promoção do destino Minas Gerais nos mercados nacional e
internacional e está alinhada às estratégias de promoção efetivadas pelo Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR)
Para a condução deste trabalho, foi criado na Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais o “Núcleo de
através dos Planos Cores e Aquarela. Esse macroprograma visa promover e fomentar a inserção dos destinos
Informação e Estatística do Turismo”, com o intuito de levantar e sistematizar as diversas fontes de dados da
turísticos estratégicos mineiros nos principais mercados emissores, aumentando a comercialização de produtos
atividade, além de gerar relatórios confiáveis e realizar pesquisas de fluxo e demanda do turismo. As pesquisas
turísticos mineiros, tendo como foco a realização da Copa do Mundo de 2014.
apontam dados relativos ao fluxo de turistas estrangeiros e domésticos, características de sua composição,
motivação de viagem, permanência média, tipologias de meios de transporte e hospedagem utilizados, principais As ações compreendem estudos de mercado, definição da estratégia de posicionamento, identificação de
destinos demandados, avaliação da cadeia econômica de serviços, dentre outros que são essenciais ao processo de operadores e parceiros, ações de relações públicas e assessoria de imprensa, elaboração de material promocional,
planejamento global e servem como subsídio ao desenvolvimento e implementação de projetos estratégicos. consolidação de rede de contatos, representação turística do Estado no País, realização de famtrips e presstrips,
inserção em mídia e participação da Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais e parceiros comerciais em
Ressalta-se, também, na área de pesquisa, o levantamento da oferta hoteleira em Minas Gerais, além das pesquisas
ações promocionais para público final, como workshops, roadshows, feiras, blitz, dentre outras.
de perfil do consumidor e avaliação de eventos que têm como objetivo traçar o perfil dos participantes dos
principais eventos de turismo do Brasil e o posicionamento de Minas Gerais em relação aos outros destinos
nacionais.
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Mercado Central – BH – MG/ Foto: Henry Yu – Acervo Belotur Estandartes – Milho Verde – MG/ Foto: Márcio Carvalho Belo Horizonte – MG/ Foto: Acervo Setur-MG
14. Paraglyder – Serra da Canastra – MG/ Foto: Divulgação Doce de Leite – MG/ Foto: Henry Yu – Acervo Belotur Tear – MG/ Foto: Divulgação
Minas Gerais reúne uma multiplicidade de atrativos dificilmente encontrados em um só destino. O Estado possui 853
municípios e mais de cinco mil distritos e povoados, repletos de riquezas históricas e culturais, além de diversidade
ímpar na paisagem e em seus ambientes naturais.
Portanto, a estratégia para conseguir capilaridade e eficiência na gestão de todo esse contexto foi a
descentralização com foco em todas as regiões do Estado. Esse é um dos principais eixos temáticos da política
pública do turismo em Minas Gerais. Caracterizados como instâncias de governança regional, as Associações de
Circuitos Turísticos reúnem um conjunto de municípios de uma mesma região, com afinidades culturais, sociais e
Diretrizes para o econômicas, unidos para organizar e desenvolver a atividade turística de forma autônoma e sustentável. O trabalho
das Associações de Circuitos Turísticos se dá por meio da integração contínua dos municípios dos atores públicos e
privados, buscando consolidar uma identidade regional.
Desenvolvimento A política de turismo do Estado está em conformidade com a LEI DELEGADA 129 2007 de 25/01/2007, que dispõe das
atribuições da Secretaria Estadual de Turismo e preconiza que a essa organização tem por finalidade e competência
do Turismo Mineiro
planejar, coordenar e fomentar as ações do negócio de turismo, objetivando a sua expansão, a melhoria da
qualidade de vida das comunidades, a geração de emprego e renda e a divulgação do potencial turístico do Estado,
competindo-lhe:
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