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Universidade Federal de Pelotas Instituto de Ciências Humanas Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis Disciplina de Iconografia e Iconologia Professora Luíza Neitzke Fábio Zündler
OBRA:  AS MENINAS Autor: Diego Rodríguez de Silva y Velázquez Data:  Finalizado em 1656 Local: Real Alcázar de Madrid –  Espanha (Residência da Família Real Espanhola) Período: Barroco Técnica: Óleo sobre tela Dimensões: 3,18 m x 2,76 m Onde se encontra hoje: Museu Nacional do Prado Fonte: http://www.eeweems.com/goya/
AUTOR: Diego  Rodríguez de Silva y  Velázquez  (Sevilha, 6 de Junho de 1599 -  Madrid, 6 de Agosto de 1660) foi um importante pintor espanhol do século 17. Destacou-se na pintura de retratos, principalmente de integrantes da nobreza espanhola. Fez parte do movimento artístico conhecido como barroco. Começa como discípulo de Francisco de Herrera “o velho” e como aprendiz de Francisco Pacheco. Seus primeiros trabalhos possuem traços do naturalismo e exploram contrastes de luz e sombra. Em 1622 viaja para Madri para retratar o rei Filipe IV, feito que consegue um ano depois por intermédio do ministro real, o conde Olivares, que se torna seu protetor. Diego Velázquez é nomeado pintor da Corte. Une o realismo e a idealização de retratos e figuras feitas em tons claro-escuros que lembram a influência de Caravaggio.   Fonte: girafamania.com.br
Em 1628 conhece o pintor Peter Paul Rubens e vai para a Itália estudar os mestres venezianos, como Tiziano e Tintoretto. Dessa época se destaca O Crucificado (1630-1631), de representação realista tipicamente espanhola. Em 1631 volta para Madri. Sua obra é dividida em cenas de gênero (As Fiandeiras, o primeiro quadro da história da arte dedicado ao trabalho, Forja de Vulcano, Os Bêbados, As Lanças, A Rendição de Brera); retratos (Caça Real de Filipe IV) e obras isoladas (Vênus ao Espelho). Em 1649 viaja para a Itália a fim de adquirir quadros para a coleção real. Retorna para a Espanha em 1651, onde produz os melhores trabalhos, entre os quais “As Meninas”. Em 1660 Velasquez tinha o encargo da sua última e maior cerimônia - o casamento da Infanta Maria Teresa. Este foi um dos trabalhos mais elaborados. Desgastado por esses trabalhos, Velasquez contraiu uma febre que lhe fez morrer a 6 de agosto de 1660 em Madrid.  Fonte: http://www.discoverartists.info/DiegoVelazquez/
ALGUMAS OBRAS: Velázquez pintou cerca de cem quadros, obras de grande valor. O seu naturalismo barroco permitiu-lhe captar, como ninguém, o que via. Atingiu um conjunto de conquistas que não encontraria semelhança até ao século 19. Altivo, inteligente, conhecedor da história da arte, o retratista da família real alcançou as honras de cavaleiro da Ordem de Santiago por sua fidelidade à Coroa.  As Fiandeiras   Os bêbados O crucificado As lanças Forja de Vulcano
As meninas Em espanhol  "Las Meninas" , vocábulo de origem portuguesa, que designava as acompanhantes e damas de companhia das Infantas.  Segundo a historiadora de arte  Wendy Beckett, n esta obra encontramos o mundo íntimo da corte, apresentado obliquamente, em ordem inversa de importância. Pintada para os aposentos de verão de Felipe IV, essa obra é tanto um retrato da filha do rei quanto um tributo sofisticado e inovador ao próprio monarca. Capta um único momento, em que cada uma das figuras reage à entrada do rei. Para Gombrich, Velásquez fixou um momento real de tempo, muito antes da invenção da máquina fotográfica.
ANÁLISE DA OBRA: Uma jovem (Margarita Teresa), está cercada por sua pequena corte de aias e empregados. Ao fundo da sala, em uma pequena porta aberta, vê-se a silhueta de um homem de roupa preta, abrindo a cortina (José Nieto Velázquez), chefe da tapeçaria da rainha, que mais tarde passou a ser o chefe da hospedaria. Ao lado da porta existe um espelho e dois grandes quadros. Na perspectiva, quadros colocados em balcões; na parede da direita, a primeira janela joga uma luz viva sobre o grupo de jovens. Quase todos os personagens nos olham de frente. Do lado esquerdo estão o Rei e a Rainha, que supomos ser as figuras refletidas no espelho. Uma outra jovem se encontra ajoelhada (Maria Augustina Sarmiento) perante a primeira jovem em sinal de respeito; do lado oposto vemos a outra menina (Dona Isabel de Velasco), que se inclina com cerimônia. Ao seu lado há uma figura de cabeça volumosa, elegantemente vestida, (Maria-Bárbola). À direita, quase tocando a janela aberta, um jovem talvez com dez anos (Nicolasito Pertusato), tenta brincar com um cão que está sentado e tranquilo. Atrás de todos, na penumbra, há a presença de dois empregados à disposição da jovem, a camareira (Marcela de Ulloa) que fala alguma coisa com o guarda-costas da jovem (talvez Diego Ruiz Azcona). Mais atrás, com um lenço no pescoço, pincel em riste e envolvido na pintura a figura do próprio Diego Velázquez.
 
A infanta  Margarida Teresa , a primogênita dos reis, é a figura principal. Tem cinco anos e está acompanhada pelas damas de companhia. Esta vestida com uma guardainfante, saia cinza e creme. É a alegria dos seus pais como única sobrevivente dos vários filhos que foram nascendo e falecendo. A infanta Margarida foi a pessoa da família real mais retratada por Velázquez. Conservam-se dela vários retratos no Museu Kunsthistorisches de Viena. Pintou-a pela primeira vez antes de fazer dois anos de idade, tal quadro encontra-se em Viena e é considerado como uma das joias da pintura infantil.
Dona  Isabel de Velasco , filha do conde de Fuensalida que contraiu matrimônio com o Duque de Arcos, é a outra criança ao lado de Margarida Teresa, a direita do observador e em pé, vestida com uma saia e guardainfante, em atitude também de fazer uma reverência.
Dona  Maria Agustina Sarmiento de Sotomayor , criança da infanta, filha do conde de Salvatierra e herdeira do Ducado de Abrantes por via materna de sua mãe Catalina de Alencastre, que contrairia matrimônio mais tarde com o conde de Peñaranda. A Infanta pediu água para beber e D. Maria Agustina ofereceu-lhe a água sobre uma bandeja em um jarro de argila. A criança inicia o gesto de se reclinar frente da real pessoa, gesto próprio do protocolo de palácio.
Os bufões   (Bobos da corte) Nicolasito Pertusato , italiano, foi um anão a serviço da corte espanhola, está ao lado de Mari-Bárbola e aparece batendo com o seu pé em um cachorro com ar tranquilo. Mari-Bárbola  é a anã hidrocéfala que vemos a baixo. Entrou no palácio em 1651, ano em que nasceu a infanta e era sua acompanhante sempre. A anã usa um vestido escuro e simples e possui traços grosseiros, contrastando com a delicadeza e beleza da Infanta Margarida.
Dona Marcela de Ulloa  está a esquerda atrás de Dona Isabel de Velasco. Era a Camareira-Mor (ou guarda-mor da princesa) viúva de Dom Diego de Portocarrero e mãe do famoso Cardeal Portocarrero e antes serviu à Condessa de Olivares. Ao lado de Dona Marcela a direita, em meio a penumbra, um guarda-damas, dizem ser  Dom Diego Ruiz Azcona , basco de família fidalga que fora Bispo de Pamplona e Arcebispo de Burgos, ostentando o cargo de Aio dos Infantes. Há duas interpretações para as figuras postadas atrás das meninas. Alguns estudiosos acreditam que sejam uma freira e um padre, e sua presença representaria o poder da Igreja na Espanha, que na época era o país mais católico da Europa.
Dom José Nieto Velázquez  (talvez parente do pintor) é a personagem que se vê ao fundo do quadro, na parte luminosa, atravessando o corredor por um vão cuja porta aberta nos mostra os típicos quarterões tão de moda naqueles tempos. Este senhor foi chefe da tapeçaria e aposentador da rainha. Como diz o crítico de arte Harriet Stone não se pode estar seguro se a sua intenção é sair ou entrar na sala.
Para alguns historiadores essa moldura não seria um espelho, mas uma outra pintura na parede. Essa idéia é reforçada pela convicção de que, se o artista realmente estivesse pintando o casal, ele não usaria uma tela tão grande.  Uma moldura parecendo ser de um espelho que reflete o casal real  Filipe IV  e  Mariana de Áustria , que estariam de frente para o pintor, ou seja, estão no mesmo ponto de onde os observadores enxergam a pintura e estariam posando para Velázquez.
À esquerda e diante duma grande tela, o espectador vê ao autor da obra,  Velázquez . Está de pé e mantém nas suas mãos a paleta e o pincel, numa atitude pensativa, como se examinasse aos seus modelos antes de aplicar outra pincelada, ao fundo as amplas cópias de pinturas de Rubens são diminuídas (existe ironia nisso) pelas sombras.  Velázquez usa uma condecoração real, a cruz da Ordem de São Tiago, mas esse símbolo só foi acrescentado na pintura em 1660, após a morte do pintor e quatro anos depois da finalização da obra. A mudança foi ordenada pelo rei Felipe IV. O pintor recebeu a condecoração a menos de um mês de sua morte. A Ordem de Santiago era uma ordem religiosa-militar que tinha no símbolo uma espada em forma crucífera ou uma cruz de forma espatária, dependendo do ponto de vista. Para isso verificaram sua “pureza de sangue” (sem antepassados judeus ou moros) e que nunca havía pintado por dinheiro e sim por cortesia ao rei.
Ainda na obra, apenas a parte de trás de uma tela está visível, podemos apenas imaginar o que Velázquez estaria pintando. Alguns acreditam que o pintor retratava o rei e a rainha que aparecem refletidos no espelho ao fundo da tela, enquanto outros especulam que o artista estaria pintando a si mesmo pintando "As Meninas". Luz e espaço: A luz estaria entrando na sala pelo lado direito do quadro, onde há a representação de uma janela, e pela porta do fundo. Observe ainda o jogo de luz e sombra que Velázquez faz com as tintas nessa parede lateral, criando uma ilusão de profundidade. A luz é trabalhada em focos e são três principais: a infanta Margarida, o pintor e o casal real ao fundo. A profundidade ainda é acentuada pelas molduras na parede da direita, pela armação da tela à esquerda e pelos dois suportes de candeeiros vazios no teto. Cenário: Essa é a sala principal dos aposentos ocupados pelo príncipe Baltazar Carlos. Quando este morreu, em 1646, Velázquez foi autorizado a usá-la e lá instalou seu ateliê e escritório. A austeridade da sala, evidenciada pelo amplo teto sem ornamentos, além dos suportes de candeeiros vazios e a ausência de móveis provavelmente não correspondia à realidade, mas serve para valorizar o grupo retratado.
Quadros: Na parede de trás da sala, podemos ver alguns quadros. Entre eles há uma versão de "Pallas e Arachne", do pintor Rubens, uma grande influência para Velázquez, e uma reprodução de "O casal Arnolfini", de Van Eyck. Essa sala era decorada com 40 quadros, a maioria cópia de obras de Rubens e outros pintores flamengos. O restante era original, pintado pelo artista Mazo. Uma pintura controversa, objeto de culto e vários estudos, recriada por pintores tais como Picasso (1957), Witkin (1982), Salteiro (2004), Salvador Dali (1973). Foucault dedicou-lhe um ensaio de referência (As Palavras e as Coisas). Foi chamada Teologia da Pintura (Lucas Jordan, séc.17). É uma das obras mais fascinantes da Arte Ocidental.
A partir da década de 1950, Picasso decidiu reinterpretar de todas as formas imagináveis algumas obras que o obcecaram durante toda a vida. A mais célebre é certamente a série de 44 pinturas baseadas em “As Meninas”, de Velázquez. Picasso; 1957
Picasso; 1957
Ilídio Salteiro; 2004 Joel Peter Witkin; 1887 Goya:(1780-1785)
A direita a obra “As meninas”, exposta no Museu nacional do Prado ao lado de uma obra de seu seguidor John Singer Sargent (As filhas da família Boit, 1882),  abaixo a tela de Velazquez sendo observada pelo público no mesmo museu. Fonte: blogs.estadao.com.br Fonte: v.i.uol.com.br/image/nyt_prado_560.jpg “ Eu sempre gostaria mais de ser o primeiro pintor das coisas comuns do que um pintor de segundo plano da arte maior”  (Velásquez)
Referências bibliográficas : - Livro: Iconografia, Diego Velazquez: Las meninas o la família de Feleipe IV, 1656; El final de los austrias em Madrid; pag: 417 a 421. - Livro: Los secretos de las obras de arte; Del tapiz de bayeux a los murales de Diego Rivera – Tomo II; Rose-Marie & Rainer Hagen 2005. - Livro: História da pintura, pag:194 a 196 Texto: Velazquez: O gênio espanhol, O barroco espanhol; Wendy Beckett; 1997 - Revista Galileu online: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT816452-3434-1,00.html - Livro: Mestres da pintura – Valazquez; Abril cultural; 1977. (leitura) - http://www.algosobre.com.br/biografias/diego-velazquez.html - Revista da Faculdade de Letras;  CIÊNCIAS E TÉCNICAS DO PATRIMÓNIO, Porto 2007; I Série vol. V-VI, pp. 363-389 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez - http://allaboutarts.com.br
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Trabalho de iconografia sobre "As meninas" de Diego Velazquez

  • 1. Universidade Federal de Pelotas Instituto de Ciências Humanas Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis Disciplina de Iconografia e Iconologia Professora Luíza Neitzke Fábio Zündler
  • 2. OBRA: AS MENINAS Autor: Diego Rodríguez de Silva y Velázquez Data: Finalizado em 1656 Local: Real Alcázar de Madrid – Espanha (Residência da Família Real Espanhola) Período: Barroco Técnica: Óleo sobre tela Dimensões: 3,18 m x 2,76 m Onde se encontra hoje: Museu Nacional do Prado Fonte: http://www.eeweems.com/goya/
  • 3. AUTOR: Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (Sevilha, 6 de Junho de 1599 - Madrid, 6 de Agosto de 1660) foi um importante pintor espanhol do século 17. Destacou-se na pintura de retratos, principalmente de integrantes da nobreza espanhola. Fez parte do movimento artístico conhecido como barroco. Começa como discípulo de Francisco de Herrera “o velho” e como aprendiz de Francisco Pacheco. Seus primeiros trabalhos possuem traços do naturalismo e exploram contrastes de luz e sombra. Em 1622 viaja para Madri para retratar o rei Filipe IV, feito que consegue um ano depois por intermédio do ministro real, o conde Olivares, que se torna seu protetor. Diego Velázquez é nomeado pintor da Corte. Une o realismo e a idealização de retratos e figuras feitas em tons claro-escuros que lembram a influência de Caravaggio. Fonte: girafamania.com.br
  • 4. Em 1628 conhece o pintor Peter Paul Rubens e vai para a Itália estudar os mestres venezianos, como Tiziano e Tintoretto. Dessa época se destaca O Crucificado (1630-1631), de representação realista tipicamente espanhola. Em 1631 volta para Madri. Sua obra é dividida em cenas de gênero (As Fiandeiras, o primeiro quadro da história da arte dedicado ao trabalho, Forja de Vulcano, Os Bêbados, As Lanças, A Rendição de Brera); retratos (Caça Real de Filipe IV) e obras isoladas (Vênus ao Espelho). Em 1649 viaja para a Itália a fim de adquirir quadros para a coleção real. Retorna para a Espanha em 1651, onde produz os melhores trabalhos, entre os quais “As Meninas”. Em 1660 Velasquez tinha o encargo da sua última e maior cerimônia - o casamento da Infanta Maria Teresa. Este foi um dos trabalhos mais elaborados. Desgastado por esses trabalhos, Velasquez contraiu uma febre que lhe fez morrer a 6 de agosto de 1660 em Madrid. Fonte: http://www.discoverartists.info/DiegoVelazquez/
  • 5. ALGUMAS OBRAS: Velázquez pintou cerca de cem quadros, obras de grande valor. O seu naturalismo barroco permitiu-lhe captar, como ninguém, o que via. Atingiu um conjunto de conquistas que não encontraria semelhança até ao século 19. Altivo, inteligente, conhecedor da história da arte, o retratista da família real alcançou as honras de cavaleiro da Ordem de Santiago por sua fidelidade à Coroa. As Fiandeiras Os bêbados O crucificado As lanças Forja de Vulcano
  • 6. As meninas Em espanhol "Las Meninas" , vocábulo de origem portuguesa, que designava as acompanhantes e damas de companhia das Infantas. Segundo a historiadora de arte Wendy Beckett, n esta obra encontramos o mundo íntimo da corte, apresentado obliquamente, em ordem inversa de importância. Pintada para os aposentos de verão de Felipe IV, essa obra é tanto um retrato da filha do rei quanto um tributo sofisticado e inovador ao próprio monarca. Capta um único momento, em que cada uma das figuras reage à entrada do rei. Para Gombrich, Velásquez fixou um momento real de tempo, muito antes da invenção da máquina fotográfica.
  • 7. ANÁLISE DA OBRA: Uma jovem (Margarita Teresa), está cercada por sua pequena corte de aias e empregados. Ao fundo da sala, em uma pequena porta aberta, vê-se a silhueta de um homem de roupa preta, abrindo a cortina (José Nieto Velázquez), chefe da tapeçaria da rainha, que mais tarde passou a ser o chefe da hospedaria. Ao lado da porta existe um espelho e dois grandes quadros. Na perspectiva, quadros colocados em balcões; na parede da direita, a primeira janela joga uma luz viva sobre o grupo de jovens. Quase todos os personagens nos olham de frente. Do lado esquerdo estão o Rei e a Rainha, que supomos ser as figuras refletidas no espelho. Uma outra jovem se encontra ajoelhada (Maria Augustina Sarmiento) perante a primeira jovem em sinal de respeito; do lado oposto vemos a outra menina (Dona Isabel de Velasco), que se inclina com cerimônia. Ao seu lado há uma figura de cabeça volumosa, elegantemente vestida, (Maria-Bárbola). À direita, quase tocando a janela aberta, um jovem talvez com dez anos (Nicolasito Pertusato), tenta brincar com um cão que está sentado e tranquilo. Atrás de todos, na penumbra, há a presença de dois empregados à disposição da jovem, a camareira (Marcela de Ulloa) que fala alguma coisa com o guarda-costas da jovem (talvez Diego Ruiz Azcona). Mais atrás, com um lenço no pescoço, pincel em riste e envolvido na pintura a figura do próprio Diego Velázquez.
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  • 9. A infanta Margarida Teresa , a primogênita dos reis, é a figura principal. Tem cinco anos e está acompanhada pelas damas de companhia. Esta vestida com uma guardainfante, saia cinza e creme. É a alegria dos seus pais como única sobrevivente dos vários filhos que foram nascendo e falecendo. A infanta Margarida foi a pessoa da família real mais retratada por Velázquez. Conservam-se dela vários retratos no Museu Kunsthistorisches de Viena. Pintou-a pela primeira vez antes de fazer dois anos de idade, tal quadro encontra-se em Viena e é considerado como uma das joias da pintura infantil.
  • 10. Dona Isabel de Velasco , filha do conde de Fuensalida que contraiu matrimônio com o Duque de Arcos, é a outra criança ao lado de Margarida Teresa, a direita do observador e em pé, vestida com uma saia e guardainfante, em atitude também de fazer uma reverência.
  • 11. Dona Maria Agustina Sarmiento de Sotomayor , criança da infanta, filha do conde de Salvatierra e herdeira do Ducado de Abrantes por via materna de sua mãe Catalina de Alencastre, que contrairia matrimônio mais tarde com o conde de Peñaranda. A Infanta pediu água para beber e D. Maria Agustina ofereceu-lhe a água sobre uma bandeja em um jarro de argila. A criança inicia o gesto de se reclinar frente da real pessoa, gesto próprio do protocolo de palácio.
  • 12. Os bufões (Bobos da corte) Nicolasito Pertusato , italiano, foi um anão a serviço da corte espanhola, está ao lado de Mari-Bárbola e aparece batendo com o seu pé em um cachorro com ar tranquilo. Mari-Bárbola é a anã hidrocéfala que vemos a baixo. Entrou no palácio em 1651, ano em que nasceu a infanta e era sua acompanhante sempre. A anã usa um vestido escuro e simples e possui traços grosseiros, contrastando com a delicadeza e beleza da Infanta Margarida.
  • 13. Dona Marcela de Ulloa está a esquerda atrás de Dona Isabel de Velasco. Era a Camareira-Mor (ou guarda-mor da princesa) viúva de Dom Diego de Portocarrero e mãe do famoso Cardeal Portocarrero e antes serviu à Condessa de Olivares. Ao lado de Dona Marcela a direita, em meio a penumbra, um guarda-damas, dizem ser Dom Diego Ruiz Azcona , basco de família fidalga que fora Bispo de Pamplona e Arcebispo de Burgos, ostentando o cargo de Aio dos Infantes. Há duas interpretações para as figuras postadas atrás das meninas. Alguns estudiosos acreditam que sejam uma freira e um padre, e sua presença representaria o poder da Igreja na Espanha, que na época era o país mais católico da Europa.
  • 14. Dom José Nieto Velázquez (talvez parente do pintor) é a personagem que se vê ao fundo do quadro, na parte luminosa, atravessando o corredor por um vão cuja porta aberta nos mostra os típicos quarterões tão de moda naqueles tempos. Este senhor foi chefe da tapeçaria e aposentador da rainha. Como diz o crítico de arte Harriet Stone não se pode estar seguro se a sua intenção é sair ou entrar na sala.
  • 15. Para alguns historiadores essa moldura não seria um espelho, mas uma outra pintura na parede. Essa idéia é reforçada pela convicção de que, se o artista realmente estivesse pintando o casal, ele não usaria uma tela tão grande. Uma moldura parecendo ser de um espelho que reflete o casal real Filipe IV e Mariana de Áustria , que estariam de frente para o pintor, ou seja, estão no mesmo ponto de onde os observadores enxergam a pintura e estariam posando para Velázquez.
  • 16. À esquerda e diante duma grande tela, o espectador vê ao autor da obra, Velázquez . Está de pé e mantém nas suas mãos a paleta e o pincel, numa atitude pensativa, como se examinasse aos seus modelos antes de aplicar outra pincelada, ao fundo as amplas cópias de pinturas de Rubens são diminuídas (existe ironia nisso) pelas sombras. Velázquez usa uma condecoração real, a cruz da Ordem de São Tiago, mas esse símbolo só foi acrescentado na pintura em 1660, após a morte do pintor e quatro anos depois da finalização da obra. A mudança foi ordenada pelo rei Felipe IV. O pintor recebeu a condecoração a menos de um mês de sua morte. A Ordem de Santiago era uma ordem religiosa-militar que tinha no símbolo uma espada em forma crucífera ou uma cruz de forma espatária, dependendo do ponto de vista. Para isso verificaram sua “pureza de sangue” (sem antepassados judeus ou moros) e que nunca havía pintado por dinheiro e sim por cortesia ao rei.
  • 17. Ainda na obra, apenas a parte de trás de uma tela está visível, podemos apenas imaginar o que Velázquez estaria pintando. Alguns acreditam que o pintor retratava o rei e a rainha que aparecem refletidos no espelho ao fundo da tela, enquanto outros especulam que o artista estaria pintando a si mesmo pintando "As Meninas". Luz e espaço: A luz estaria entrando na sala pelo lado direito do quadro, onde há a representação de uma janela, e pela porta do fundo. Observe ainda o jogo de luz e sombra que Velázquez faz com as tintas nessa parede lateral, criando uma ilusão de profundidade. A luz é trabalhada em focos e são três principais: a infanta Margarida, o pintor e o casal real ao fundo. A profundidade ainda é acentuada pelas molduras na parede da direita, pela armação da tela à esquerda e pelos dois suportes de candeeiros vazios no teto. Cenário: Essa é a sala principal dos aposentos ocupados pelo príncipe Baltazar Carlos. Quando este morreu, em 1646, Velázquez foi autorizado a usá-la e lá instalou seu ateliê e escritório. A austeridade da sala, evidenciada pelo amplo teto sem ornamentos, além dos suportes de candeeiros vazios e a ausência de móveis provavelmente não correspondia à realidade, mas serve para valorizar o grupo retratado.
  • 18. Quadros: Na parede de trás da sala, podemos ver alguns quadros. Entre eles há uma versão de "Pallas e Arachne", do pintor Rubens, uma grande influência para Velázquez, e uma reprodução de "O casal Arnolfini", de Van Eyck. Essa sala era decorada com 40 quadros, a maioria cópia de obras de Rubens e outros pintores flamengos. O restante era original, pintado pelo artista Mazo. Uma pintura controversa, objeto de culto e vários estudos, recriada por pintores tais como Picasso (1957), Witkin (1982), Salteiro (2004), Salvador Dali (1973). Foucault dedicou-lhe um ensaio de referência (As Palavras e as Coisas). Foi chamada Teologia da Pintura (Lucas Jordan, séc.17). É uma das obras mais fascinantes da Arte Ocidental.
  • 19. A partir da década de 1950, Picasso decidiu reinterpretar de todas as formas imagináveis algumas obras que o obcecaram durante toda a vida. A mais célebre é certamente a série de 44 pinturas baseadas em “As Meninas”, de Velázquez. Picasso; 1957
  • 21. Ilídio Salteiro; 2004 Joel Peter Witkin; 1887 Goya:(1780-1785)
  • 22. A direita a obra “As meninas”, exposta no Museu nacional do Prado ao lado de uma obra de seu seguidor John Singer Sargent (As filhas da família Boit, 1882), abaixo a tela de Velazquez sendo observada pelo público no mesmo museu. Fonte: blogs.estadao.com.br Fonte: v.i.uol.com.br/image/nyt_prado_560.jpg “ Eu sempre gostaria mais de ser o primeiro pintor das coisas comuns do que um pintor de segundo plano da arte maior” (Velásquez)
  • 23. Referências bibliográficas : - Livro: Iconografia, Diego Velazquez: Las meninas o la família de Feleipe IV, 1656; El final de los austrias em Madrid; pag: 417 a 421. - Livro: Los secretos de las obras de arte; Del tapiz de bayeux a los murales de Diego Rivera – Tomo II; Rose-Marie & Rainer Hagen 2005. - Livro: História da pintura, pag:194 a 196 Texto: Velazquez: O gênio espanhol, O barroco espanhol; Wendy Beckett; 1997 - Revista Galileu online: http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT816452-3434-1,00.html - Livro: Mestres da pintura – Valazquez; Abril cultural; 1977. (leitura) - http://www.algosobre.com.br/biografias/diego-velazquez.html - Revista da Faculdade de Letras; CIÊNCIAS E TÉCNICAS DO PATRIMÓNIO, Porto 2007; I Série vol. V-VI, pp. 363-389 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Diego_Vel%C3%A1zquez - http://allaboutarts.com.br