As orientações construtivistas enfatizam que os alunos constroem ativamente o significado, em contraste com as orientações behavioristas que veem o ensino como transmitir estímulos e respostas. O documento também discute diferentes abordagens para o ensino de ciências, incluindo ensino por redescoberta e ensino como investigação.
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Orientações behavioristas e orientações construtivistas
1. ORIENTAÇÕES BEHAVIORISTAS E ORIENTAÇÕES
CONSTRUTIVISTAS
Campos, Maria Cristina da Cunha & Nigro, Rogério Gonçalves. 1999.
Didática de ciências: o ensino-aprendizagem como investigação. São
Paulo: FTD.190p.
Princípios básicos do construtivismo:
É de grande importância aquilo que a pessoa já sabe ou pensa a respeito de
determinado assunto.
Encontrar um sentido supõe estabelecer relações: o que está na memória não são
coisas isoladas, mas coisas que guardam relações com outras em nossa mente.
Quem aprende constrói ativamente significados.
Os estudantes são responsáveis por sua própria aprendizagem.
Princípios básicos do behavioristas:
O ensino é uma tarefa que se limita a desenvolver a resposta do aluno a determinado
estímulos.
Os alunos não têm idéias próprias para explicar os fatos e os fenômenos.
Resumindo:
Orientação behaviorista Orientação construtivista
Aprendizagem reflete uma
resposta apropriada a um estímulo.
Pode ocorrer somente por
memorização.
Aprendizagem envolve intensa
atividade mental do aluno. Deve
ser significativa, e não baseada
exclusivamente na memorização.
Leva à manifestação de
determinado comportamento.
Leva ao desenvolvimento de
significados e à construção de
conhecimento.
O professor transmite a
informação.
O professor propicia oportunidade
para o desenvolvimento de idéias,
conceitos, relações entre fatos e
idéias.
2. O que os professores de Ciências devem conhecer e saber fazer
Concepção dos professores sobre a natureza do pensamento científico
O conhecimento está na realidade. A ciência é o reflexo correto da realidade
(realismo).
Há um método único e universal para chegar ao conhecimento.
Esse método não é influenciado pela subjetividade, ou seja, uma observação não
é guiada pelas teorias prévias (objetivismo).
Esse método inclui seguintes etapas: observação, elaboração de hipóteses,
experimentação e enunciado de teorias (indutivismo).
Os conhecimentos científicos têm caráter absoluto e universal.
O conhecimento científico é uma forma superior de conhecimento.
A ciência é estática, anistórica e aproblemática (portanto, é muito mais um
produto acabado de que um processo de construção de teorias).
A ciência é neutra.
Em conseqüência dessa visão de ciência, os professores crêem no seguinte:
Existe um conhecimento único, verdadeiro e definitivo, que o aluno deve
aprender.
Os alunos não têm idéias prévias sobre os assuntos que serão estudados. Se
têm, elas não são relevantes no processo de ensino-aprendizagem.
O conhecimento escolar é só uma reprodução simplificada das verdadeiras
científicas.
3. O ensino por redescoberta
Equivocado, mas teve o mérito de romper com a tradição do ensino de Ciências por
transmissão-recepção.
Além disso, tentou aproximar os alunos da atividade científica e da própria história
das ciências.
Idéia- os alunos vivenciarem o método científico. Acreditava-se que isso era
possível por meio de observações, experimentos e generalizações semelhantes
(ou até mesmo idênticas) àquelas feitas por alguns cientistas do passado.
Na prática, não funcionou. Os professores conceberam que o desenvolvimento de
um conhecimento científico se dava, somente, à medida que se encaminhava em
um método, rígido e indutivo.
Muitos professores acreditava que o seu papel se limitava a propor detreminada
atividades e fornecer os alunos o material necessário para realiza-las e ao alunos
aprenderiam naturalmente.
Mudança conceitual consistia:
Identificar as idéias prévias dos alunos.
Propor conflitos cognitivos.
Introduzir novas idéias capazes de esclarecer o conflito.
Proporcionar aos alunos oportunidades de aplicar as novas idéias em
situações diferentes.
Essas orientações mostrou-se insuficiente para o ensino de ciências da natureza.
Nem tudo o que era para o professor uma evidência contrária ao modelo
explicativo, era visto do mesmo modo pelo aluno. Na prática, nenhum conflito
cognitivo ocorria.
Hoje sabemos que, muitas vezes, diante de situações de conflito cognitivo, os
alunos não alteram os seus sistemas explicativos, mas adaptam a interpretação das
observações ou dos resultados experimentais às suas explicações prévias.
Orientação para o ensino como investigação estabelece:
Propor situações-problemas.
Propor o estudo qualitativo das situações-problema e a formulação das primeiras
hipóteses explicativas.
Tratar cientificamente o problema a ser investigado, pela:
o Validação e reformulação das primeiras hipóteses explicativas;
o Elaboração e realização de experimentos;
o Análise dos resultados experimentais à luz das hipóteses explicativas (o
que se pode converter em situação de conflito cognitivo).
Lidar com as informações obtidas, formulando novas hipóteses,
sínteses e novos problemas a serem investigados.