1. PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELO
Marco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do
antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeira
realização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de Le
Corbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso de
anteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; no
entanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se uma
equipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta com
Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernâni
Vasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistas
tecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquiteto
suíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura moderna
no mundo, no desenvolvimento do partido.
Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica e
espacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovação
radical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de três
corpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. O
bloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamento
diferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte,
com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquanto
o lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência da
modulação estrutural e da disposição das circulações verticais nas
extremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes de
trabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura.
A complementação foi entregue a artistas de destaque na época:
Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel de
azulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi,
Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício,
permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como solução
exemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado à
rigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagem
arquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque na
história da arquitetura moderna brasileira.
ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇA
SALGADO FILHO
O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concurso
público realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-se
vencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldades
econômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes no
projeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944.
É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesar
do que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara.
Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar de
projetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato,
pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade.
Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneiros
da aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correr
dos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a
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2. uma restauração integral, restituindo-lhe a primazia dentre os aeroportos
brasileiros para aviação comercial nacional.
O jardim da praça fronteira foi projetado por Roberto Burle Marx e
constituiu-se em sua primeira experiência com plantas tropicais, tendo sido um
ensaio para a obra paisagística do Aterro do Flamengo, vinte anos depois.
CENTRO CULTURAL DA AERONÁUTICA - CASTELO
Em 1936 a extinta empresa aérea PANAIR abriu concurso público para o
projeto de sua nova estação de hidro-aviões. Sagrou-se vencedor o arquiteto
Atílio Correa Lima, com um desenho de linhas moderas, inspirado na Ville
Savoie, do arquiteto suíço Le Corbusier. Dois anos depois estava inaugurada.
Sua finalidade era servir de estação para os hidro-aviões.
Possui dois pisos, ligados por elegante escada em espiral, de concreto, amplos
salões e dependências para passageiros. Com a evolução da aviação
comercial e o abandono dos hidro-aviões, o prédio foi cedido em 1941 para o
Ministério da Aeronáutica, que ali instalou o seu clube. Com a construção do
novo edifício do clube da aeronáutica, nos anos 80, ao lado, foi a histórica
construção convertida em Restaurante e, depois de algum tempo, em Centro
Cultural da Aeronáutica, com farta biblioteca e arquivo, maquetes, comendas,
medalhas e lembranças diversas, documentando a história da aviação no
Brasil.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA - R ARAÚJO PORTO ALEGRE
Projeto dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto, escolhido em concurso
nacional de anteprojetos (1936) e que, após sua conclusão (1938), tornou-se a
primeira obra de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil.
Solução de grande inovação e impacto para a época, utiliza o quebra-sol (brise
soleil) vertical como elemento principal de revestimento das fachadas na
esquina ensolarada.
Os espaços internos são protegidos por uma superfície envidraçada com
esquadrias de madeira que estabelece uma circulação secundária e uma zona
de dispersão do calor entre ela e a superfície externa. O hall no térreo é amplo,
livre e direto e no coroamento do edifício localizam-se um restaurante e
terraço-jardim de autoria de Burle Marx.
O revestimento externo é todo em mármore travertino importado e os
quebra-sóis verticais, projetados inicialmente em duralumínio, foram
executados em concreto pré-moldado com base de cimento branco, para
oferecer aspecto mais homogêneo à fachada.
O prédio é tombado pelo IPHAN.
PALÁCIO DA JUSTIÇA - AV. ERASMO BRAGA C/ RUA DOM MANUEL
Reunindo todas as atividades do judiciário, antes espalhadas por
diversos edifícios, o Palácio da Justiça, inaugurado em 08 de dezembro de
1974, abriga os cartórios e varas cíveis e criminais, ofícios de tabelionato, o
juizado de família, os tribunais de instância superior do Estado do Rio de
Janeiro, bem como a Escola da Magistratura.
Do lado da avenida Erasmo Braga, estão as três estátuas da Justiça, Lei
e Equidade, inauguradas em 25 de novembro de 1964, quando o prédio ainda
estava incompleto, obras do artista Diocleciano Martins de Oliveira,
desembargador e escultor.
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3. CONSULADO DOS ESTADOS UNIDOS – AV. PRESIDENTE WILSON –
CASTELO – CENTRO
Edifício de arquitetura moderna e linhas sóbrias, foi projetado em 1948
pelo arquiteto americano Harrison Abramovitch, um dos mais conceituados
profissionais daquele país. Concluído em 1952. Substituiu a antiga embaixada
americana, que funcionava num pavilhão remanescente da Exposição de 1922.
Funcionou como embaixada por vinte anos. Com a transferência do
embaixador para Brasília, passou a sediar o consulado daquele país. O edifício
possui paredes reforçadas e vidros à prova de balas, com barreira de aço na
garagem e segurança ostensiva. Nos anos 60 e 70, sofreu apedrejamentos da
massa estudantil inconformada com a política norte-americana e até uma
tentativa de incêndio. Presentemente o governo norte americano estuda a
transferência do Consulado para outro imóvel, haja vista a diminuição de sua
representação no Rio de Janeiro.
CENTRO EMPRESARIAL INTERNACIONAL RIO - AV. RIO BRANCO 1
Projetado pelos arquitetos Édison e Edmundo Musa em 1989, este
edifício de 71 mil m2, destinado a abrigar o centro de comércio internacional do
Rio, encontra-se implantado em lote de 3 mil m2 junto à Praça Mauá,
tradicional zona portuária da cidade. São 18 pavimentos-tipo com 2 mil m2
cada, térreo, sobreloja e dez pavimentos de garagens, com capacidade de 740
vagas.
Além das salas para escritórios e lojas, o edifício conta com pavilhão de
convenções, restaurantes, salas de reunião, biblioteca e clube de executivos
com cabeleireiro, ginástica e outros serviços. Visando a racionalização e
funcionalidade que caracterizam o empreendimento, foram incorporados às
instalações os recursos tecnológicos mais avançados, como sistemas
automatizados para supervisão e controle predial, com diversos graus de
complexidade.
Formalmente, a solução explora uma imagem nitidamente identificada
com o repertório “pós-moderno” das grandes metrópoles norte-americanas,
expressando o poder econômico que o edifício está preparado para concentrar.
É conhecido popularmente como “RB1”, pelos cariocas.
EDIFÍCIO SEDE DO BANERJ - AV. NILO PEÇANHA
O projeto dos arquitetos associados Henrique Mindlin e Giancarlo
Palanti, construído em 1963/66, procurou responder às necessidades de
complexidade funcional e, sobretudo, à posição de destaque que a instituição
assumia a partir daquele momento na economia do recém criado Estado da
Guanabara (originalmente o edifício era sede do BEG/Banco do Estado da
Guanabara). A solução, monumental e imponente, tem por base a extrema
racionalização dos espaços e da construção.
Ao fundo do terreno concentraram-se todos os serviços, torres de
infraestrutura e de elevadores que, articulados com dois grandes pilares
frontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural do prédio,
conferindo-lhe seu caráter e aparência final. Esse sistema proporciona um
grande salão com frente para três ruas, livre de qualquer apoio ou divisão, com
grande economia de área para circulação e de divisões funcionais, propiciando
total flexibilidade em sua organização.
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4. Com a venda do BANERJ em fins dos anos noventa, o prédio passou a
sediar diversas secretarias de estado e, eventualmente, o gabinete do
governador.
EDIFÍCIO-SEDE CITIBANK - R. DA ASSEMBLÉIA/R. GONÇALVES DIAS
O edifício, projetado em 1979 por Davino Pontual, Paulo de Souza Pires,
Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro, se insere em terreno de esquina,
no coração da cidade, junto ao Largo da Carioca. Para atender às exigências
da empresa, voltadas para a qualidade dos serviços prestados a seus clientes,
buscou-se a tecnologia mais avançada aplicável à construção civil, segurança
predial e bancária, optando por materiais e arranjos espaciais dentro de um
contexto de máxima flexibilidade.
Estabeleceu-se como critério tratar com independência os componentes
de durabilidade diferente, de modo a facilitar eventuais modificações. Assim, os
elementos de acabamento e instalações são autônomos em relação à
estrutura; no entanto, a modulação de todo o edifício, de 1,25m, permite a
integração de todos os projetos. Estruturalmente, a solução garante
flexibilidade no remanejamento dos espaços, através da eliminação de pilares
internos, com vigas e lajes protendidas vencendo vãos de 15m.
A fachada, em painéis de alumínio anodizado, isolados com manta de lã
de vidro e janelas de vidro “float” laminado, foi estudada para funcionar como
isolante térmico e acústico, além de dotar o edifício de expressão singular na
paisagem urbana. Por sua aparência, recebeu a alcunha popular de
“marmitão”.
SHOPPING AVENIDA CENTRAL - AV. RIO BRANCO C/ RUA SÃO JOSÉ
Na época de sua construção, em 1957/61, o edifício distinguiu-se por
uma série de características peculiares, não só com relação ao projeto
arquitetônico de Henrique E. Mindlin, mas sobretudo à técnica construtiva e
equipamentos utilizados. Localizada em terreno trapezoidal de 4.200m2, a
edificação cobre a totalidade da quadra apenas nos três primeiros pavimentos,
além dos dois subsolos. O aproveitamento comercial do embasamento permitiu
a redução da taxa de ocupação para 40% na torre de escritórios, sem
comprometer o equilíbrio econômico do empreendimento.
A opção pela estrutura mista, pilares e vigas em aço e lajes em concreto
armado, estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos.
Para liberar as salas de escritórios dos elementos estruturais, os pilares foram
localizados na face externa das fachadas, e revestidos por peças de alumínio
especialmente projetadas, como medida de proteção contra corrosão e fogo.
Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, cabe
destacar os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central de
ar condicionado e sistema pneumático de distribuição de água.
HENRIQUE EPHIM MINDLIN – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto modernista. Nasceu em São Paulo a 1o. de fevereiro de 1911,
filho de Joseph Mindlin, rico empresário judeu russo e irmão do conhecido
megaempresário José Mindlin. Formado em 1932 pela Escola de Engenharia
Mackenzie, de São Paulo. Construiu muito em São Paulo, Minas Gerais e no
Rio de Janeiro. Autor do conjunto residencial para a Companhia Siderúrgica
Mannesmann, em Barreiros, Minas Gerais (1955). No Rio, ganhou o 1o. Prêmio
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5. do concurso público para o projeto do novo prédio do Ministério das Relações
Exteriores, (1942, não construído); Hotel na Praia Vermelha, Urca, (1946, não
construído); Casa de campo de George Hime, Bom Clima, Petrópolis
(1949/52); depois projetou o Edifício Avenida Central, hoje Shopping Avenida
Central, na Av. Rio Branco, Centro (1957/61); Edifício do Banco do Estado da
Guanabara, hoje BANERJ, na Av. Nilo Peçanha, Castelo (1963/6); Sinagoga da
Associação Religiosa Israelita, na Rua General Severiano, Botafogo (1958/68);
Edifício Sede do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, São Cristóvão (1966/9); Centro
Social do Congresso Israelita, na Rua Antônio Carlos, São Paulo (1953);
Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (1964); Hotel Rio Sheraton, na Av.
Niemeyer, Praia do Vidigal (1968); Hotel Intercontinental, na Praia da Gávea,
São Conrado (1968/71), e muitos outros.
Autor do livro “Modern Architecture in Brazil, editado no Brasil e na
Holanda, pela Colibris (1956)”.
Henrique Mindlin faleceu em 1971.
ESTAÇÃO DO METRÔ - LARGO DA CARIOCA
As estações do Metrô tiveram em comum um critério de valorização dos
espaços públicos, através do dimensionamento das áreas de circulação, claro
direcionamento dos fluxos e da utilização de materiais resistentes e de fácil
manutenção. A estação Largo da Carioca, projetada em 1968 e entregue onze
anos depois, sob concepção de Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal, não
difere das demais, embora seja uma das maiores, com previsão de tráfego
futuro bastante intenso.
Dada sua importância dentro da cidade e da rede, os arquitetos optaram
por torná-la um marco urbano, aflorando-a do solo e realçando-a com uma
cobertura de grande efeito plástico, que deixa transparecer evidente influência
do projeto de Niemeyer para o Iate Clube da Pampulha, em Belo Horizonte, de
1961.
O projeto para o Metrô/Rio foi premiado pelo IAB-RJ em 1968.
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - AV. RIO BRANCO/LGO DA CARIOCA
Desde 1944 lutava a Caixa Econômica por erguer sua sede própria.
Fundada em 1861, funcionara inicialmente no pavimento térreo da antiga
Câmara dos Deputados, no sobrado da Cadeia Velha, onde hoje está o Palácio
Tiradentes. Em 1887, mudou-se para um palacete erguido na rua Dom Manuel,
mas sua crescente expansão logo o tornou pequeno. Em 1940 passou a Caixa
para um prédio na rua 13 de Maio, mas o sonho da nova sede nunca
esmoreceu. Em 1951 foi comprado o velho palacete do Liceu de Artes e
Ofícios, inaugurado em 1911 na avenida Rio Branco, ocupando toda a quadra
entre esta avenida, a av. Almirante Barroso, rua Bittencourt da Silva e Largo da
Carioca, um dos pontos mais nobres da cidade.
Em 1955 foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, projetado
pelos arquitetos Ney Gonçalves Fontes, Paulo Cardoso Mourão e João Alfredo
Ortigão Tiedmann. Quando tudo estava já muito adiantado, ocorreu em março
de 1964 o Golpe de Estado, resultando no afastamento de toda a diretoria por
motivos políticos e a suspensão das concorrências, tendo sido todas as obras
paradas por cinco anos. Foi o edifício parcialmente inaugurado em 1970.
Mereceu especiais estudos sua caixa-forte, com mil metros quadrados, portas
de 25 toneladas e fechaduras com 100 milhões de combinações, executada
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6. pela mesma empresa que fez a caixas-fortes do Forte Knox, do Manhatann e
do Federal Reserve Bank, nos Estados Unidos.
Este magnífico imóvel, que levou vinte anos para ser concluído, foi presa
de um incêndio em 1974 que destruiu-lhe toda a loja e vários pavimentos,
sendo reconstruído em 1976. Foi batizado de “Palácio da Economia”.
EDIFÍCIO-SEDE DO BNDES - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
Projeto de 1974 feito por uma equipe paranaense participante habitual
de concursos de arquitetura, formada por Alfred Willer, Joel Ramalho Jr., José
Sanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene, e que reflete
a conciliação de várias condicionantes. Por um lado, atendimento ao programa;
por outro, restrições estabelecidas pela proximidade de um monumento
histórico, Convento de Santo Antônio, pela legislação local, que exige
proporcionalidade entre as áreas para estacionamento e escritórios.
Esta conciliação tornou-se possível com o partido adotado:
aproveitamento integral do terreno ao nível do subsolo para fins de
estacionamento e instalação de serviços específicos, e concentração dos
escritórios em uma torre de base quadrada sobre embasamento em forma de
tronco de pirâmide que abriga o saguão de entrada, acessos principais e
algumas áreas destinadas à utilização especial.
O teto do embasamento forma uma cobertura ajardinada, que constitui
uma continuação visual do morro do convento e da estação Carioca do Metrô.
Devido ao revestimento em vidro fumê, que economiza a aparelhagem de ar
condicionado, recebeu este edifício a alcunha popular de “Idi Amin”, em
lembrança ao ex-ditador ugandense.
EDIFÍCIO-SEDE DO BNH - AV. CHILE - CENTRO
As atividades administrativas do Banco Nacional da Habitação, extinto
em 1986, foram distribuídas em dois prismas de área interna livre, conjugados
a um terceiro, central, onde concentram-se circulações verticais, sanitários,
áreas de apoio e de serviço. Este corpo é totalmente revestido de concreto, e
os laterais são envoltos em cortinas de vidro intercaladas por montantes
contínuos, contribuindo para a acentuada verticalidade da composição, que se
completa com um teatro (Nelson Rodrigues), implantado junto a espelho
d`água no piso de acesso.
Projetou o prédio em 1968 os arquitetos Haroldo Cardoso de Oliveira e
Rogério Marques de Oliveira. Integram-se ao conjunto arquitetônico os painéis,
esculturas e luminárias de Carybé, Freda Cavalcante Jardim, Ernani Macedo,
Ion Muresanu, Roberto Sá e Pedro Correa de Araújo. É deste último o painel
em mármore aplicado sobre a parede externa do teatro.
O povo carioca, sempre afeito à galhofa, cunhou ao prédio o apelido de
“casa própria”.
EDIFÍCIO SEDE DA PETROBRÁS - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
Projeto vencedor de concurso nacional em 1968 por um grupo de
arquitetos formados em São Paulo e estabelecido em Curitiba, formado por
Roberto Luiz Gandolfi, José H. Sanchotene, Abraão Assad e Luiz Fortes Netto,
todos com participação sistemática em concursos de arquitetura. O programa
surgiu da necessidade de concentrar toda administração central da empresa,
em terreno de 10 mil m2, na Esplanada de Santo Antônio, área central de
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7. ocupação recente cuja principal característica é a escala monumental das
edificações.
Contrariando a solução tradicional, que corresponderia a uma lâmina
vertical, os arquitetos conceberam uma estrutura quadrangular, guardando
considerável distância em relação às edificações vizinhas. Basicamente, o
projeto pode ser dividido em quatro setores: subsolos, embasamento, torre e
coroamento. Nos dois subsolos estão garagem e serviços gerais, no
embasamento, térreo 1o. e 2o. pavimentos, recepção e espaços culturais e, no
coroamento, salas da diretoria e presidência e equipamentos de
telecomunicações.
Os 21 pavimentos para escritórios correspondem à superposição de
plantas em cruz ou em “H”, intercaladas por pavimentos quadrangulares. Os
vazios decorrentes, para ventilação e iluminação dos ambientes, receberam
tratamento paisagístico por Burle Marx. No núcleo central, única parte em
alvenaria, estão concentradas circulações e serviços: sanitários, copas, 25
elevadores, escadas, prumadas de instalações.
A estrutura projetada por Emílio Baumgart é modulada, com intercolúnio
de 12,5m e pilares em cruz, envolvidos por chapas de aço. Brises móveis de
alumínio foram dispostos de acordo com a orientação solar: horizontais na
fachada norte, e verticais, nas fachadas leste e oeste.
O formato inusual do prédio foi motivo para que o povo o alcunhasse de
“colméia”.
CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO - AV. REPÚBLICA DO CHILE
Desde o século XVIII a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes
provisórias, haja vista a ruína da Igreja do morro do Castelo. Perambulou o
cabido sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e
1734/37), São José (1704/34), Rosário (1737/1808) e Carmo (1808/1976). Em
1953 intentou-se construir a nova Catedral no Atêrro do Flamengo, mas, em
seu lugar, construiu-se o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado à
Mitra um extenso lote na esplanada de Santo Antônio, confirmada pelo
Governador Carlos Lacerda em 1963. Neste mesmo ano, são feitas as plantas
pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamental
lançada em 1964 pelo Cardeal e o Governador Lacerda.
A construção propriamente dita começou ano seguinte, pela firma
Severo e Villares. O formato cônico da Catedral exigiu fundações custosas e
estruturas em concreto e aço muito complexas, demorando assim a construção
doze anos. Com cem metros de base, noventa de altura e capacidade para
mais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Neste ano, o
arquiteto Padre Paulo O.S.B., projetou todo o interior, sacristia e pia batismal
alterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca.
A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no Segundo
Concílio Vaticano, de 1960, sugerindo que as novas igrejas não deveriam
privilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. A
decoração interna é simples e ainda incompleta, ressaltando-se porém os
quatro belos vitrais versando sobre as virtudes da Igreja Católica e os belos
painéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo em
1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensa
sobre o altar. No subsolo, funciona um ossuário com 20 mil gavetas e capela,
um ossuário Episcopal, Museu de Arte Sacra, Arquivo da Arquidiocese, Banco
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8. da Providência, Sedes de Pastorais, estacionamentos e escritórios, bem como
outras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foi
inaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativa
do tricentenário do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita ao Brasil do
Papa João Paulo II, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração.
Em 1985 inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão.
EDIFÍCIO SEDE DO BANCO BOAVISTA - PRAÇA PIO X/R. DA QUITANDA
Implantado em lote de esquina no centro da cidade, este projeto de
Oscar Niemeyer, de 1946, apresenta solução de grande criatividade ao atender
à legislação vigente, que exigia o recuo do pavimento térreo visando a criação
de galerias dos dois lados da av. Presidente Vargas.
O edifício compreende subsolo, térreo, mezanino e mais dez
pavimentos-tipo, com planta livre. A estrutura é modulada e independente da
fachada e a circulação vertical foi concebida em dois blocos, para atender
independentemente ao banco e aos pavimentos destinados a aluguel.
Elemento fundamental na composição é a parede de fechamento do térreo, em
tijolos de vidro, de desenho sinuoso e elegante que valoriza a volumetria do
edifício e enriquece o ambiente interno da agência bancária.
As três fachadas receberam tratamento diferenciado: a fachada sul
(frontal), sobre a qual praticamente não incide sol, é inteiramente envidraçada;
a oeste(lateral) foi tratada com quebra-sol vertical de madeira, ajustável à
mudança de angulação de incidência solar conforme a época do ano; e a
norte(posterior) foi resolvida com brises horizontais estruturados em placas
fixas de concreto. O painel em mosaico no pórtico de entrada é de autoria de
Paulo Werneck e o mural no mezanino, de Cândido Portinari.
O prédio é tombado pelo Estado.
EDIFÍCIO SEDE DO BANCO ALIANÇA (HOJE ITAÚ) - PRAÇA PIO X, 99
Prédio singelo projetado por Lúcio Costa em 1960, que busca superar as
condições desfavoráveis do lote urbano com solução de grande simplicidade e
adequação plástica e funcional.
Na fachada nota-se a reinterpretação de elementos tradicionais de
arquitetura no Brasil, como a treliça e o azulejo, ajustando-os às exigências e
comportamentos contemporâneos, e com função de amenização do impacto
solar no posicionamento do lote.
No coroamento do edifício há liberação de uma área frontal com
introdução de terraço-jardim de grande efeito para as áreas internas
adjacentes.
BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL - AV. PRES. VARGAS - CENTRO
Fruto de tumultuado concurso público nacional, vencido em 1985 pelo
arquiteto Glauco Campello, a Biblioteca respondeu ao objetivo de proporcionar
um ambiente aberto e confortável aos interessados em leitura, pesquisa e
estudos. Durante o desenvolvimento do projeto, o arquiteto decidiu
compatibilizá-lo à estrutura montada pela administração estadual para
construção dos CIEPs, empregando peças pré-fabricadas em concreto que,
quando articuladas, originam um arcabouço capaz de ser construído em curto
prazo.
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9. Os espaços arquitetônicos são definidos pela própria estrutura: no nível
semi-enterrado estão os serviços de apoio, pequeno auditório e salas de usos
múltiplos, e no térreo grandes salões para sistemas de comunicação não
convencionais, espaços para exposições e biblioteca. A parte superior, à qual
se tem acesso por rampa ou escada, é totalmente destinada à leitura, e recebe
iluminação através da cobertura. O espaço é amplo e generoso e os
compartimentos(salas de leitura e vídeo) tem divisórias à meia-altura, para não
comprometer a continuidade espacial. Há previsão para um bloco anexo,
destinado à administração.
CENTRO DE CONTROLE OPER. E DE MANUTENÇÃO DO METRÔ
Conjunto destinado a abrigar o setor administrativo, centro de controle
operacional e de manutenção do Metrô. Na ocupação da área, um amplo
terreno na av. Presidente Vargas, próximo à Praça XI, a equipe da IESA -
Internacional Engenharia S. A ., que o projetou em 1981, considerou as
construções existentes ao longo da av. Presidente Vargas e o viaduto São
Sebastião, que corta o terreno no sentido transversal.
Embora projetadas independentemente, nota-se a preocupação em
dotar as unidades de ritmos complementares, ainda que com tratamento
bastante diferenciado. O centro de controle, localizado num dos extremos do
terreno, é o volume dominante do conjunto, com sua fachada movimentada por
elementos de concreto e vidro. Já os galpões do centro de manutenção, com
garagens e oficinas para reparo de trens e equipamentos, têm cobertura de
abóbadas de concreto. As edificações complementares: refeitório, posto de
abastecimento, almoxarifado, etc., constituem unidades autônomas,
organizadas ao longo do eixo longitudinal do terreno.
CENTRO EDUCACIONAL CALOUSTE GULBENKIAN - PRAÇA XI
O programa objetivava a criação de uma escola para monitores e
especialização de professores de artes plásticas, cênicas e musicais. A parte
prática seria exercida em pequena escola anexa, atendendo a alunos de jardim
de infância e primário, a ser integrada à rede de ensino estadual. O projeto foi
desenvolvido em 1968 pelas arquitetas Rizza Paes Conde e Cleia Braga, na
Secretaria de Educação, a partir de extensa discussão com professores
especializados que, posteriormente, viriam a fazer parte do corpo docente da
escola.
Atendendo posturas urbanísticas da área e, simultaneamente, visando
simplicidade na construção e uso, adotou-se solução horizontal, com três
pavimentos, que abrigam espaços organizados de acordo com as afinidades
entre cursos. O conforto térmico-ambiental é garantido por dois pátios internos,
circulações cruzadas de ar, controláveis nos diversos ambientes, varandas e
“brise-soleil” nas fachadas ensolaradas. Concreto e tijolos aparentes são os
materiais predominantes.
PASSARELA DO SAMBA - R. MARQUÊS DE SAPUCAÍ - CATUMBI/PÇA XI
Os trabalhos mais recentes de Oscar Niemeyer, em oposição a seus
trabalhos iniciais, caracterizam-se pela escala monumental, e são sempre
ponto focal de polêmicas acirradas. A Passarela do Samba, primeira obra
dessas proporções no Rio, veio substituir o tradicional monta-desmonta das
arquibancadas para o carnaval. Além da passarela, o “Sambódromo” inclui
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10. escolas para 16 mil alunos, Museu do Carnaval e Praça da Apoteose,
introduzida como inovação nos desfiles, com espaço para festivais e atividades
culturais.
A configuração peculiar do terreno interferiu no partido e na definição da
implantação: de um lado da avenida foi implantado um longo bloco de
camarotes e, do outro, as arquibancadas, separadas em seis blocos de 30m
sobre pilotis para permitir ao povo acompanhar o desfile em toda sua
extensão(na verdade, este espaço passou a ser ocupado por cadeiras, de
comercialização garantida). O final da passarela se abre numa grande praça, a
Apoteose, coroada com um arco que assinala o fecho da composição e
sustenta o equipamento de som.
O concreto, elemento fundamental na arquitetura de Niemeyer, foi
adotado em elementos pré-fabricados, viabilizando prazos reduzidos de
execução. No caso em questão, a obra foi inaugurada em princípios de março
de 1985, depois de apenas 120 dias de construção. A pista de desfiles mede
50m x 700m, totalizando 35 mil m2. A Praça da Apoteose possui 300m de
extensão e 24 mil m2 de área. As arquibancadas podem conter um máximo de
86 mil pessoas sentadas. A área total de construção atinge a 65 mil m2. A
altura máxima das estruturas atinge 18m(altura de um prédio de seis andares).
10 mil pessoas são necessárias para mantê-la funcionando nos quatro dias de
carnaval. 16 ruas são fechadas nessa ocasião. Quatro passarelas de pedestres
são retiradas para passarem os carros alegóricos. Quatro meses de
preparação são necessários para funcionar os quatro dias de carnaval. Os
cabos elétricos para iluminação da pista atingem 17km se enfileirados. Foi
calculista da obra o engenheiro José Carlos Sussekind.
Dirigiu a construção o engenheiro Luís Otávio Brizola. A construção foi
executada sob consórcio de várias empresas, em especial a Mendes Júnior,
Carioca, Erevan e Presidente.
OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO - DADOS BIOGRÁFICOS
Nasceu no Rio de Janeiro em 1907, filho de pais abastados, com
tradição de grandes engenheiros na família. Arquiteto, diplomou-se em 1934
pela Escola Nacional de Belas Artes. Trabalhou inicialmente no escritório de
Lúcio Costa, como desenhista. Fez parte da equipe que, à partir de 1936,
projetou o prédio do Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, partindo
de um estudo de Le Corbusier. Chefiou essa equipe a partir de 1939, em
substituição a Lúcio Costa, com quem projetou, no mesmo ano, o Pavilhão do
Brasil na Feira Mundial de Nova York, tendo colaborado nesse projeto o
arquiteto Paul Wiener. Executou os projetos para o bairro da Pampulha, em
Belo Horizonte: Capela, Cassino, Casa de Bailes e Iate Clube, entre 1942 e
1943. Projetou o Grande Hotel de Ouro Preto (1940) e o Colégio de Diamantina
(1943), para o SPHAN, numa tentativa ousada de combinar o mais precioso
conjunto de arquitetura colonial com a construção moderna. O arrojo da
plástica e a originalidade da concepção já eram, então, características
marcantes da obra de Niemeyer.
Projetou e executou o Hospital da Sulamérica (1949); sua casa nas
Canoas (1951); conjunto do Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951/54), para
as comemorações do IV Centenário da capital paulista; Museu de Arte
Moderna, em Caracas (1953); Quarteirão Hansa, em Berlin (1955); além de
muitíssimos outros projetos no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Foi o autor dos
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11. grandes conjuntos de Brasília: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,
Supremo Tribunal Federal, Palácio do Congresso, Ministérios, Palácio
Itamaraty, Catedral, Universidade, Teatro Nacional, blocos residenciais, etc.,
(1957-1967); e, em época mais recente, o Memorial JK, em 1983.
Impedido de trabalhar pelo regime militar, auto-exilou-se na Europa em fins dos
anos sessenta, tornando, por sua vez, sua obra universal, com construções na
União Soviética, França, Itália, Argélia, Angola, Israel, Portugal, etc.
Retornando ao Brasil na década de setenta, recebeu muitas encomendas,
principalmente no Estado do Rio de Janeiro: CIEPs (1983-92), com mais de
cem construídos; Sambódromo (1983-84); bem como projetos menores, casas,
monumentos, o belíssimo Museu de Arte Contemporânea, de Niterói (1995-97),
considerado por ele mesmo sua obra prima; e o Memorial da América Latina,
em São Paulo (1996-98), onde expõe, no concreto sem revestimento, de
maneira artística e crítica e na cidade mais rica da América Latina, toda a
opressão sofrida por este continente em séculos de colonialismo e exploração.
É considerado pela crítica mundial como o maior arquiteto vivo do
ocidente, bem como possuidor de obra mais vasta. É também refinado escritor,
artista plástico, designer e desenhista. Em suas obras, justifica a falta de
funcionalidade em alguns projetos informando ser a criação da beleza a
principal função da arquitetura. Ainda trabalha muito, não poucas vezes sem
cobrar, principalmente se o projeto possui cunho social.
ARQUIVO GERAL DA CIDADE - RUA AMOROSO LIMA, 15 - PRAÇA XI
A construção de um novo prédio para o arquivo geral do Rio de Janeiro,
obra de 1977 feita por Édison e Edmundo Musa, surgiu da necessidade de
recolher em local adequado toda a documentação espalhada pelas repartições
municipais.
Seguindo o programa elaborado pela prefeitura, a edificação foi
projetada respeitando com folga os afastamentos e resultou numa planta
retangular que obedece à modulação 1,25m x 1,25m, com prumada de
circulação vertical e instalação em corpo anexo. A solução estrutural adotou
pilares periféricos e lajes protendidas que garantem salões livres de
obstáculos. Em todos os andares onde há salas para armazenamento, as quais
não possuem janelas para evitar incidência de luz sobre os documentos,
existem também locais de consulta pública.
Por medida de segurança, foram localizadas em andares alternados
salas de estar especialmente para fumantes, dotadas de exaustão própria.
Existe previsão para acréscimo de um segundo bloco, semelhante ao
executado, em lote anexo.
URBANIZAÇÃO DO PARQUE DO FLAMENGO - ATERRO DO FLAMENGO
Proposta urbanística de reorganização viária e paisagística da orla da
cidade, entre o centro e a zona sul. A área, com cerca de 1.200 mil m2, foi
conquistada ao mar entre 1954-65 com material proveniente do desmonte do
morro de Santo Antônio, na área central. O projeto elaborado em 1962 tira
partido da situação privilegiada que reúne ao mesmo tempo o cenário das
montanhas e o mar. A proposta do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que na
época exercia a direção do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, era criar
um grande parque urbano, cortado por vias expressas de ligação centro-zona
sul. No plano original, parcialmente executado, estavam previstos locais e
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12. instalações adequadas para prática de esportes, espetáculos diversos,
piqueniques, restaurantes, etc., beneficiando várias faixas etárias. A segurança
dos pedestres foi assegurada por passagens subterrâneas e passarelas
dispostas ao longo do parque. A concepção paisagística foi entregue a Burle
Marx, e em muito contribuiu para o enriquecimento do conjunto, já que a área
ajardinada corresponde a mais de 900m2. Foi inaugurado a 12 de outubro de
1965 e até 1980 era o maior parque urbano do mundo. O Parque Governador
Carlos Lacerda e Brigadeiro Eduardo Gomes, nomenclaturas corretas do
logradouro, apresenta ao longo de sua área importantes atrativos turísticos,
entre os quais:
MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO
HISTÓRICO
Fundado no Rio de Janeiro em 1948 por um grupo de intelectuais,
destacando-se entre eles Niomar Muniz Sodré e Raymundo de Castro Maya, o
MAM surgiu humilde, num salão do segundo andar do Palácio Gustav
Capanema. Com o crescimento do acervo, se impôs a necessidade de uma
moderna sede. Foi então contratado o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que
apresentou um projeto de vanguarda em 1953, para ser edificado no Aterro do
Flamengo, o qual apenas existia em projeto. Iniciado em 1955, foi entregue ao
público em 1967, três anos após a morte do arquiteto e faltando erguer o
teatro, o que se mantém até hoje (2.005).
A CONTRIBUIÇÃO
Lugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo
no país, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro viu nascer parte
considerável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossos
artistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeira
turma de adultos de Ivan Serpa no MAM, ao Neoconcretismo (1959); do Ateliê
de Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelas
exposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972)
aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à Área
Experimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que pelo
MAM passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para o
florescimento de suas obras.
O PRÉDIO
A dinâmica do programa incentivou o arquiteto Affonso Eduardo Reidy
na busca de soluções extremamente criativas e avançadas para a época
(1953), o que resultou numa das obras fundamentais da arquitetura moderna
brasileira. Foi critério básico do projeto evitar que a implantação do edifício, em
área aterrada, perturbasse a harmonia do entorno, composta pela Baía de
Guanabara e pela silhueta do Pão de Açúcar. Este respeito à paisagem
motivou solução predominantemente horizontal, em contraposição ao perfil
movimentado pelas montanhas. Organizou-se o conjunto em três blocos:
museu, escola e teatro (não concluído). O corpo do museu se impõe aos
anexos por suas dimensões e pela volumetria marcante, com solução estrutural
semelhante a adotada por Reidy para o projeto do colégio Paraguai-Brasil. Este
bloco, concluído em 1967, foi concebido de forma a manter livre o pavimento
térreo, permitindo à visão atravessá-lo sem obstáculos. Especial atenção foi
dada à galeria de exposições, projetada com área de aproximadamente 3.400
m2, livre de pilares, com total flexibilidade na utilização de espaços. Seu piso
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13. repousa sobre uma das pontas do pilar em “V”, enquanto a laje de teto é
suspensa por tirantes de aço até a viga transversal que, unida aos pilares
laterais, forma o arco predominante em toda a composição. Os jardins que
circundam o edifício, bem como o terraço-jardim situado na cobertura do bloco-
escola são de Burle Marx.
A TRAGÉDIA
Em 1978, um incêndio destruiu o bloco de exposições e o acervo, de
valor incalculável, tendo como conseqüência a perda de 950 peças, entre as
quais obras de Picasso, Salvador Dali, René Magritte, Jackson Pollock, Torres
Garcia, Portinari e Di Cavalcanti.
RECONSTRUÇÃO
Imediatamente após o trágico acidente que chocou o meio cultural de
todo o mundo, começaram as manifestações de solidariedade sob a forma de
doações de artistas, instituições e mesmo de governos - como o da França,
que enviou ao obras como a de Pierre Soulages - mas os esforços de
reconstrução do acervo foram largamente prejudicados por crises sucessivas
da economia brasileira. Foi necessário um longo período de pequenas adições
para que a coleção do Museu voltasse a ocupar seu lugar de destaque.
Atualmente, com cerca de onze mil obras, ela dispõe de esculturas e pinturas
de artistas de renome internacional como Fernand Léger, Alberto Giacometti,
Jean Arp, Henry Moore, Barry Flanaghan, Bourdelle, Poliakov, Henri Laurens,
Marino Marini, Max Bill, César, Lipchitz, Carlo Carrà e Lucio Fontana. Além da
coleção internacional, há um grupo notável de artistas latino-americanos, entre
eles Joaquim Torres García, Cruz Díez, Jorge de la Vega, Romulo Macció, Xul
Solar, Antonio Seguí e Guillermo Kuitca, além de brasileiros como Bruno
Giorgi, Maria Martins, Di Cavalcanti e, naturalmente, representantes do
neoconcretismo como Lygia Clark, Helio Oiticica, Franz Weissmann, Amílcar de
Castro e Wyllis de Castro.
A DOAÇÃO CHATEAUBRIAND
Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de
comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto
Chateaubriand, internacionalmente conhecida como o mais completo conjunto
de arte moderna e contemporânea brasileira, e cujas cerca de quatro mil peças
compõem um impressionante painel do período em um só museu do País. A
coleção tem trabalhos pioneiros da década de 10, como os de Anita Malfatti
(duas paisagens de 1912 e O Farol, de 1915), e prossegue através do
modernismo de Tarsila do Amaral (o Urutu, de 1928), Lasar Segall, Di
Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e
Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 50 entre
geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova
Figuração dos anos 60 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas
que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas
surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente
todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a
arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman,
Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur
Barrio, Antônio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela
Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados (são cerca
de 400 artistas no total). Renovada através de aquisições que o colecionador
faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não
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14. consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre
apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do
Museu, mas igualmente através de exposições itinerantes dentro e fora do
País.
Somado a esta coleção por si só impressionante, o Museu de Arte
Moderna abriga, ainda, um terceiro conjunto igualmente expressivo, com cerca
de quatro mil obras de fotógrafos brasileiros, que compõem um terceiro acervo,
adquirido em parte graças a uma dotação especial da White Martins. A coleção
de fotografia do MAM, ainda em fase de tratamento museológico, está sendo
preparada para ser brevemente apresentada ao público em ciclos de
exposições temáticas.
O PRESENTE
Dotado de um arquivo que remonta a milhares de documentos,
cinemateca e uma extensa programação de cursos, palestras e exposições, o
MAM é um museu vivo, que soube superar as adversidades e enfrentar o
século XXI como um dos mais ativos centros culturais do Rio de Janeiro.
MONUMENTO NACIONAL AOS MORTOS DA 2A. GUERRA MUNDIAL
Localizado na Avenida Infante Dom Henrique, no Parque do Flamengo,
na Glória, em frente à Praça Paris. Teve sua construção iniciada graças ao
Marechal Mascarenhas de Moraes, em 24 de junho de 1957, terminando
exatamente três anos depois e sendo inaugurado a 05 de agosto de 1960. Seu
projeto de construção foi de autoria dos arquitetos Hélio Ribas Marinho e
Marcos Konder Netto, escolhido em concurso público nacional. O monumento,
com 6.850 m2, custou 115 milhões de cruzeiros. Está situado numa praça
ajardinada, com 10 mil metros quadrados (Praça Pistóia) e é constituído de três
planos: sub-solo, patamar e plataforma. No sub-solo, com 1.600m2, estão
localizados o Mausoléu, a Administração e os Alojamentos da Guarda.
O Mausoléu, pavimentado com granito de Ouro Preto, com as paredes
laterais revestidas em quartzito verde e as do topo com granito preto, lustrado e
mármore floresta serrado. Este Mausoléu acha-se dividido em duas partes
distintas, estando numa delas, 468 jazigos, agrupados em 11 quadras
alternadas, divididas por uma floreira de alumínio anodizado, em negro,
revestidos de granito preto e com lápides de mármore de Carrara. Destes 468
jazigos (4 marinheiros, 7 aviadores e 457 soldados), 15 não possuem
identificação, achando-se vazios 2 deles e 13 com a seguinte inscrição: “Aqui
jaz um herói da FEB - Deus sabe seu nome”. Na parede lateral esquerda,
encimando o quartzito verde, estão gravados em mármore, os nomes dos
1.121 mortos da Marinha Mercante e da Marinha de Guerra, vítimas de
torpedeamento e os soldados do Exército não identificados na Campanha da
Itália. O mais velho contava 40 anos e o mais moço 19. Os soldados Antenor
Ghirlanda (SP), Attílio Pífer (SP) e Constantino Maroqui (PR), foram os
primeiros a falecer em ação, a 21 de setembro de 1944, quinze dias após o
início das operações de guerra.
No patamar estão: o museu, jardim interior, lago artificial, 01 conjunto de
mastros e 02 enormes painéis de cerâmica, feitos pelo artista Anísio Medeiros
para homenagear as marinhas de guerra e mercante.
A plataforma, de concreto armado, a 03 metros do solo, é atingida por
monumental escadaria, com 30 metros de largura e 26 degraus. Tem o formato
de um “L” maiúsculo e nela são encontrados: o pórtico monumental, inspirado
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15. nos monumentos funerários da pré-história; o painel metálico, de autoria de
Júlio Catelli Filho, representando a Força Aérea Brasileira; o túmulo do Soldado
Desconhecido, com a pira eterna; a pirâmide triangular, com os nomes dos
realizadores do Monumento; e, finalmente, o grupo escultórico, de autoria de
Bruno Giorgi, homenageando as três Forças Armadas.
Este Monumento é guardado pelas três Forças Armadas do País, que se
revezam às 12:00h do dia 1o. de cada mês, numa “rendição da guarda”, que se
constitui num dos mais belos espetáculos cívico-militares da cidade.
Visitado diariamente por centenas de pessoas, do País e do Exterior,
não passando em momento algum a idéia de que seja um monumento aos
mortos, e sim à vida eterna.
HÉLIO RIBAS MARINHO – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Graduado pela
Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1948. Autor,
em colaboração com Marcos Konder Netto, do projeto do Monumento Nacional
aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo (1955/60).
Projetou o Banco da Amazônia em Belém, Pará. Autor de muitos projetos de
albergues para imigrantes no Vale do São Francisco. Projetou e construiu
muitas residências na Cidade do Rio de Janeiro e em Correias, Petrópolis.
Professor da Faculdade Nacional, da Universidade Santa Úrsula e de outras
instituições.
Durante o regime militar foi proibido de exercer o magistério.
MARCOS KONDER NETTO – DADOS BIOGRÁFICOS.
Arquiteto, nascido em Santa Catarina em 1927. Formou-se em 1950
pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e trabalhou
com Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Wladimir Bernardes. Em 1955 foi
vencedor, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, do Concurso Nacional
para a escolha do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra
Mundial, construído no Parque do Flamengo em 1955/60. Vencedor e
classificado em vários concursos nacionais, obteve, em 1961, Menção Honrosa
na VI Bienal de São Paulo e, em 196, Menção Honrosa (em colaboração com
Ulisses Burlamaqui) no Concurso Peugeot, de âmbito internacional, e realizado
na Argentina. Ocupou a Presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil –
Departamento da ex-Guanabara, no período de 1965/7.
É arquiteto do Serviço Público desde 1952 e Professor Assistente da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro desde 1955. No período 1950/60, foi um dos responsáveis pelo
movimento de reação, entre os jovens arquitetos, contra o caráter
excessivamente racionalista da arquitetura brasileira de então. Entre suas
obras podem ser citadas: o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda
Guerra Mundial, mencionado acima; Pôsto de observação de corridas de
lanchas, na Ilha do Governador; Conjunto da Estação do Oleoduto Rio-Belo
Horizonte da Petrobrás, em Caxias; Centro de Formação Profissional do SENAI
– Serviço Nacional da Indústria, em Fortaleza; Centro Social e Desportivo do
SESI – Serviço Social da Indústria, em Barra do Ceará; residência Nunes
Sumares em Petrópolis; Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova,
Rio (1976/8). Restaurante Porção Rio`s, no Parque do Flamengo (1978, em
colaboração com Hélio Ribas Marinho), e muitas outras mais.
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16. ANÍSIO DE ARAÚJO MEDEIROS – DADOS BIOGRÁFICOS
Arquiteto, desenhista, pintor e cenógrafo, Anísio Medeiros nasceu no
Piauí, em 1922. Realizou sua primeira exposição de pinturas em 1944.
Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1948. Conquistou o
prêmio de viagem ao estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna (1956).
Premiado na VIII Bienal de São Paulo com um trabalho de cenografia (1966).
Autor dos três painéis (dois trabalhos em cerâmica sobre as marinhas de
guerra e civil, e um grande afresco sobre a guerra e a paz) no Monumento
Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960). Exerceu o magistério
de artes na Universidade Santa Úrsula (1977).
Já é falecido.
EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DO PARQUE DO FLAMENGO
Dentro da proposta urbanística de reorganização viária e paisagística,
estabelecida pelo projeto para o Aterro do Flamengo, enquadram-se os
equipamentos comunitários de requintada concepção arquitetônica, do próprio
arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Os dois pavilhões de recreação, o coreto, e a
pista de espetáculos ao ar livre, foram projetados em concreto armado, com
linguagens plásticas semelhantes. Houve a preocupação de valorizar cada
equipamento com um volume significativo, coerente com o conjunto de obras
do entorno. Integra ainda o plano de Reidy o viaduto em frente ao Museu de
Arte Moderna, obra viária das mais elegantes, cuja estrutura em concreto
protendido (100m de comprimento, 10m de largura e 50m de vão) se lança
suavemente em curva sobre a pista e pousa entre os jardins de Burle Marx.
MARINA DA GLÓRIA - AV. INFANTE D. HENRIQUE S/NO. - PQ. DO FLAM.
A ampla área criada com o aterro do Parque do Flamengo foi destinada
à construção de espaços para lazer com diversos equipamentos comunitários,
restaurantes e marina, esta última projetada por Amaro Machado em 1976-78,
e implantada em frente à enseada da Glória. O nível do aterro existente, com
5m acima da maré média, foi considerado inadequado à finalidade do
programa, tendo sido a cota geral reduzida para 2m. Neste nível foi implantada
a sede, num só pavimento, com dependências para administração,
treinamento, serviços de apoio e comercialização de artigos náuticos e
depósito para 144 barcos de diversas categorias até 18 pés. Sua cobertura é
um terraço-jardim que se prolonga pela praça, determinando uma interação
com o meio, o que traduz o cuidado do arquiteto em não agredir a paisagem.
Foram projetados ancoradouros para 200 barcos de vários tamanhos, cada um
com instalações independentes de água e luz. Dentre os barcos ali amarrados,
são atrações turísticas: o Iate Lady Laura III, de Roberto Carlos; o Iate
Casablanca, da Saveiro`s Tour, e outros. Possui estacionamento próprio.
RESTAURANTE PORCÃO RIO`S - AV. INFANTE D. HENRIQUE, S/N.
O restaurante integra-se ao projeto de urbanização para o Parque do
Flamengo, tombado pelo IPHAN. Na elaboração do projeto, em 1978, a falta de
um programa definido levou o arquiteto Marcos Konder Netto a uma concepção
que admitisse grande flexibilidade de uso. Assim, foram previstos restaurante,
salão de banquetes e recepções e bar. O terreno plano, debruçado sobre a
Baía de Guanabara, induziu a um partido que favorecesse o desfrute da vista.
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17. Para reforçar tal objetivo, o piso do restaurante foi elevado 1,20m em relação
ao nível do terreno, permitindo a criação de um nível semi-enterrado onde se
localizam os serviços de apoio. A cozinha foi estrategicamente localizada no
centro do prédio, de modo a servir a todos os setores, sem cruzamento de
circulações. Uma vez que o prazo de execução era um fator fundamental,
optou-se por uma solução estrutural modulada, com vãos de 5m x 5m, em
concreto aparente. Elemento marcante no conjunto, a cobertura em “cascas”
de concreto armado, tipo abóbada de aresta, fechadas lateralmente por placas
translúcidas em tom avermelhado, cria internamente uma atmosfera atraente, e
compõe com as vigas perimetrais, em arco abatido, que delimitam as varandas.
O volume cilíndrico do castelo d`água, em concreto aparente, aflora do teto do
restaurante em contraposição à horizontalidade dominante.
MONUMENTO A ESTÁCIO DE SÁ - MORRO DA VIÚVA - FLAMENGO
Inaugurado em 01o. de março de 1973, todo em pedra do Rio de
Janeiro, tendo sido projetado pelo arquiteto Lúcio Costa. Possui dois níveis. No
inferior, está uma cópia do marco de fundação da cidade e a réplica da campa
mortuária de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro (1542-1567). No andar
superior, o marco comemorativo em forma de pirâmide, sendo que um dos
vértices aponta para o morro Cara-de-Cão, local histórico da fundação. Era
para também servir de mausoléu ao fundador, mas os Padres Capuchinhos,
guardiães das relíquias do primeiro Governador, não cederam os restos
mortais, alegando ser disposição testamentária de Estácio ser sepultado
naquele solo sagrado.
CIEP PRESIDENTE TANCREDO NEVES - RUA DO CATETE, S/NO. - CAT.
Os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública, ou “brizolões”,
como são conhecidos, fazem parte do Programa Especial de Educação
lançado pelo Governo do Estado durante a gestão de Leonel Brizola, que
previa expandir a rede pública através da construção de 500 unidades em todo
o Estado, além das “Casas da Criança”. Trata-se de projeto de Oscar
Niemeyer, concebido em 1986 para atender a programa ambicioso: não
apenas instruir mas dar apoio ao desenvolvimento das crianças e toda a
comunidade local. Desse propósito, surgiu a idéia de agrupar no térreo serviços
que pudessem ser utilizados independentemente da escola: refeitório, cozinha,
gabinete médico/dentário, além de ginásio e biblioteca em dois volumes
autônomos. Nos dois pavimentos superiores alinham-se 20 salas de aula com
capacidade para 30 alunos cada. A intenção de conciliar economia,
funcionalidade e rapidez na execução guiou a concepção e o detalhamento das
peças pré-fabricadas em concreto armado que compõem todo o corpo da
edificação. O peso e a dimensão dos elementos, cada pilar-viga alcança a
altura total do prédio, dificultam o acesso deste sistema a certos locais
peculiares do Rio, como morros e favelas.
EDIFÍCIO SEDE DA MANCHETE - RUA DO RUSSEL, 804 - GLÓRIA
Trata-se de edifício construído em duas etapas (1966 e 1976), para
sediar a Bloch Editores, concebido por Oscar Niemeyer a nível de estudo
preliminar e desenvolvido pelo departamento de arquitetura da empresa. O
projeto procurou adaptar o programa ambicioso ao terreno exíguo, definindo
um bloco principal, com 12 pavimentos e subsolo que ocupa toda a testada do
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18. terreno, e um teatro situado nos fundos, ao qual se tem acesso pelo
terraço/jardim ao nível do 3o. piso. A estrutura do bloco principal corresponde
basicamente a três linhas de pilares, que configuram andares corridos
organizados por divisórias de madeira e vidro. Em relação aos materiais
empregados, o cliente fez questão de escolher todos os acabamentos, sem
restrições econômicas.
EDIFÍCIO GUARABIRA – PRAIA DO FLAMENGO, 92 –
FLAMENGO
Grande edifício de apartamentos projetado em 1953 pelos Irmãos
Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), esse prédio de linguagem moderna,
incorpora uma fachada articulada, marca registrada dos projetos dos Irmãos
Roberto no período, bem como elementos de plástico no fechamento dos vãos
que dão para a rua. Foi o último projeto do famoso trio de arquitetos, que ficaria
desfalcado com a morte de Milton naquele ano.
COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO – RUA COSME VELHO, 241 – COSME
VELHO
Fundado pelos Padres Lazaristas da Congregação da Missão. O prédio,
em si, é um marco da arquitetura moderna, projetado em 1956 pelos arquitetos
Rolf Hüther e Paulo Machado. O terreno com 16.500 m2 e topografia
acidentada, com acesso direto à Rua Cosme Velho, foi adquirido com a dupla
finalidade de abrigar a residência dos Padres Lazaristas – construída na
encosta – e colégio, na área plana. A área destinada ao colégio, com cerca de
2.400 m2, determinou o partido longitudinal em vários pavimentos, visando
deixar o máximo de espaço livre para recreação. Foram localizadas nos dois
primeiros pavimentos as salas de aula convencionais, de uso mais freqüente;
no terceiro, as de uso eventual, como laboratórios, desenho e história natural; e
no último, o auditório, de uso esporádico. O ruído constante do tráfego definiu a
orientação das salas de aula para o interior do terreno, ficando a circulação
mais exposta à rua, e protegida por painéis de cerâmica vazada, que atendem
ao mesmo tempo à iluminação e ventilação dos ambientes. No geral, foram
adotados materiais que mantivessem seu aspecto original com manutenção
mínima, como revestimento plástico nas paredes e pisos, cerâmicas e pastilhas
nas fachadas.
CLUBE HEBRAICA – RUA DAS LARANJEIRAS, 346 – LARANJEIRAS
A Hebraica, Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa foi fundada em
1954, na Rua das Laranjeiras. Sua sede, bastante moderna, foi projetada pelo
arquiteto Henrique Mindlin, sendo inaugurada em 1960. É o maior centro
cultural-recreativo fundado pelos judeus no Rio de Janeiro, animando
consideravelmente a vida social do bairro.
EDIFÍCIOS NOVA CINTRA/BRISTOL/CALEDÔNIA – RUA GAGO
COUTINHO, 66 E RUA PAULO CÉSAR DE ANDRADE, 70 E 106 – PARQUE
GUINLE – LARANJEIRAS
Conjunto Residencial do Parque Guinle, composto por três edifícios
projetados por Lúcio Costa em 1947 e construídos de 1949 a 1954. destacam-
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19. se na paisagem por sua concepção plástica arrojada e o uso de combogós nas
fachadas atingidas pela insolação da tarde. Nas outras, o arquiteto usou
materiais plásticos e concreto.
O conjunto é tombado pelo IPHAN desde 1986.
CONSULADO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA – RUA
PRESIDENTE CARLOS DE CAMPOS, 417 - ESQUINA DE RUA PINHEIRO
MACHADO – LARANJEIRAS
Construção moderna sob pilotis e grande balanço, projetada em 1952
pelo arquiteto alemão Erich Marchio, mas, por fatores diversos, só completada
em 1965. Na mesma ocasião, o Governador Carlos Lacerda inaugurou em
frente à Escola Estadual Anne Frank, o que causou certo constrangimento.
ESTAÇÃO DO METRÔ – RUA NELSON MANDELA – BOTAFOGO
Inaugurada em 1o. de setembro de 1981, pelo Presidente João Batista
de Oliveira Figueiredo, o Ministro dos Transportes Mário David Andreazza e o
Governador Antônio de Pádua Chagas Freitas. O projeto da estação, cuja
construção se arrastou por dez anos, é muito pobre e ainda hoje incompleta, é
do arquiteto Sabino Barroso. Por mais de 15 anos foi a estação terminal do
Metrô Zona Sul, até ser inaugurada a Estação Cardeal Arcoverde, em
Copacabana. Ainda em 1981, logo depois de inaugurar a linha 1 do metrô, com
56 km de extensão, o então Presidente Figueiredo teve um princípio de enfarto,
necessitando ser internado às pressas.
COLÉGIO PEDRO II – RUA HUMAITÁ, 80 – HUMAITÁ
A primeira iniciativa para se fundar uma unidade do tradicional Colégio
Pedro II na Zona Sul surgiu em 1937, quando o Ministro da Educação, Cultura
e Saúde Pública, Dr. Gustavo Capanema, determinou a instalação de uma
nova unidade pedagógica nos terrenos do antigo Hospício de D. Pedro II, hoje
UFRJ. O novo colégio seria erguido exatamente onde hoje está a casa de
espetáculos “Canecão”. O Presidente Getúlio Vargas chegou a lançar a pedra
fundamental da nova sede em dezembro de 1938, mas a eclosão da Segunda
Guerra Mundial encareceu a construção civil a tal ponto que a obra foi de todo
abandonada.
Somente em 1951 o assunto voltou à tona, mas o lugar escolhido para o
colégio mudou, indo para o bairro do Humaitá. A 2 de dezembro de 1952,
Getúlio Vargas, agora Presidente eleito, inaugurava a nova sede, em
arquitetura moderna. Em fins do século XX, mais uma unidade foi criada no
Humaitá, na Rua João Afonso, 51, denominada Humaitá 1. A velha sede é o
atual Humaitá 2.
EDIFÍCIO JOÃO M. MAGALHÃES – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 127 –
BOTAFOGO
Grande edifício residencial de linguajar moderno, com oito pavimentos e
148 apartamentos de diversas tipologias. Foi projetado em 1950 pelos Irmãos
Roberto (Marcelo, Maurício e Milton), e construído, com alterações, de 1950 a
55 pela Construtora Graça Couto. Os jardins são de Carlos Perry.
AGÊNCIA DO BANCO BRADESCO – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 225
– BOTAFOGO
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20. Projeto minimalista do arquiteto Paulo Hamilton Casé, famoso por
grandes obras, como o Hotel Le Meridien, no Leme. A fachada simétrica foi
uma tentativa de interpretação pessoal do pós-modernismo arquitetônico.
Construção datada de 1985.
EDIFÍCIO-SEDE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - PRAIA DE
BOTAFOGO, 190 - BOTAFOGO
A solução inicial previa dois blocos paralelos dispostos transversalmente
à praia e ligados por um bloco baixo ao nível do 2o. pavimento, sobre pilotis. O
projeto de 1955 de Oscar Niemeyer permaneceu incompleto e o único bloco
construído foi o esquerdo, destinado a abrigar as atividades da Fundação. O
bloco oposto seria dividido em pequenas salas para comercialização e no
corpo de ligação estariam salões destinados a exposições, cinema e auditório.
Na ocasião, o arquiteto lançou mão deste projeto a fim de apresentar uma
proposta urbanística para a praia de Botafogo, segundo a qual, em toda a
beira-mar deveriam ser executados edifícios semelhantes paralelos,
eqüidistantes e com a mesma altura, visando a preservação da silhueta dos
morros ao fundo e da paisagem natural circundante.
CENTRO EMPRESARIAL REPÚBLICA ARGENTINA - PRAIA DE
BOTAFOGO, 228 - BOTAFOGO
O empreendimento de 1978 procura atender a empresas de médio
porte, com pavimentos de 2 mil m2 de área e pilares periféricos, permitindo
aproveitamento máximo dos espaços internos. A localização em terreno de 8
mil m2, onde se situava o antigo palácio da família Guinle, e em sua fase final a
Embaixada Argentina, sugeriu o agenciamento dos volumes ao redor de uma
esplanada, para colocar em destaque as 15 palmeiras reais existentes. É
marcante o desenvolvimento vertical do prédio principal: a partir da “plaza”
foram projetados cinco pavimentos de garagem que compõem o
embasamento, terminando com um pavimento de convenções que serve de
ligação ao corpo do prédio, projetado por Cláudio Fortes e Roberto Victor, com
restaurante, auditório, salas de reuniões, bares e áreas de apoio. Acima deste
nível existem 17 pavimentos-tipo e o coroamento do prédio, onde se localizam
os equipamentos mecânicos. A necessidade de estacionamento foi suprida
pelo edifício-garagem em corpo anexo, com tratamento uniforme em “curtain-
wall”.
EDIFÍCIO-SEDE DA CAEMI - PRAIA DE BOTAFOGO, 300 - BOTAFOGO
Edifício-sede das empresas do Grupo Caemi com 35.300m2 de área
construída, sendo cerca de 2/3 para escritórios e 1/3 para garagens. O projeto,
de 1982 executado pelos irmãos arquitetos Edison e Edmundo Musa,
caracteriza-se pela concentração de todos os serviços em um núcleo central,
que reúne prumadas de instalações, circulações verticais, sanitários e copas,
ao redor do qual se desenvolve o salão em espaços modulados de 1,50m x
1,50m, com grandes vãos estruturais. Foi adotado um sistema de platibandas
horizontais de 1,50m, dispostas em todo o perímetro do edifício, que protegem
o interior da insolação direta, servindo ainda como proteção corta-fogo e
acústica.
EDIFÍCIO DO BANCO DO BRASIL – PRAIA DE BOTAFOGO, 384 –
BOTAFOGO
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21. Projeto de 1965 de Marcelo Accioli Fragelli, de linguagem modernista,
com requintado acabamento na fachada em mármore branco. Durante muitos
anos o arquiteto travou intensa batalha judicial com o Banco do Brasil, para que
o edifício fosse construído respeitando o desenho original, o que foi conseguido
a muito custo.
CENTRO EMPRESARIAL MOURISCO – PRAIA DE BOTAFOGO, 501 -
BOTAFOGO
Edifício Comercial localizado na Praia de Botafogo nº 501, constituído de
7 pavimentos, de aproximadamente 4.000m2 e 580 vagas, perfazendo uma
área total construída de 42.749,61 m2 e área total privativa de 25.905,64 m2.
O lançamento do Empreendimento ocorreu em dezembro de 1995.
O Empreendimento foi entregue em agosto de 1998.
CONDOMÍNIO RESIDENCIAL CASA ALTA – PRAIA DE BOTAFOGO, 528 –
BOTAFOGO
Concebido em 1959 por Sérgio Bernardes como “loteamento vertical”, o
projeto para o Condomínio Casa Alta representa proposta arrojada de
concepção de espaços destinados à moradia, e foi elaborado para permitir total
liberdade na organização dos espaços em função das características
individuais de cada proprietário. Assim, a criação de lajes duplas, como
plataformas autônomas, permite que cada unidade habitacional seja totalmente
flexível. O conjunto arquitetônico está implantado sobre o pequeno Morro do
Pasmado e compreende duas torres de base quadrangular com núcleo de
circulação central, cuja acentuada verticalidade encontra contraponto no
terceiro bloco, de predominância horizontal, com prumadas de circulação
deslocadas para a periferia. O esquema de circulação de automóveis foi
estudado de forma a interferir o mínimo possível no deslocamento de pedestres
e na dinâmica do conjunto.
ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - RUA. GENERAL SEVERIANO, 170
– BOTAFOGO
A Associação Religiosa Israelita foi fundada na década de trinta, no Rio
de Janeiro, por judeus centro-europeus que para cá haviam migrado quando
das perseguições engendradas contra sua gente, principalmente na Alemanha
(1933). Inicialmente, faziam suas reuniões em acomodações provisórias,
dentre elas, o velho Pavilhão Mourisco, na Praia de Botafogo, um curioso
prédio de linhas islâmicas e que inicialmente foi destinado a ser um
restaurante. Com a demolição do edifício em início da década de 50 para a
abertura do túnel do Pasmado (1952), os associados se uniram para adquirir
um terreno e construir uma sede definitiva, se possível, próximo da anterior.
Com muito custo, conseguiram um terreno na rua General Severiano, onde até
então existia uma pequena escola pública.
O conjunto, projetado em 1958 pelo arquiteto Henrique Mindlin,
compreende sinagoga, capela, salão para reuniões e festas, salas de aula,
serviços administrativos e áreas de apoio. Localiza-se em área pouco
adensada, em terreno de aproximadamente 1.300m2, com acesso por dois
logradouros, havendo entre estes um desnível de cerca de 10m. com estas
características do terreno e peculiaridades do programa, o arquiteto optou por
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22. dividir o corpo principal em dois níveis: no 1o. pavimento se localiza a sinagoga,
com capacidade para 600 pessoas, e no nível inferior, salão de festas, para
400 pessoas. Concentram-se os demais serviços em bloco de seis pavimentos
ao longo da fachada posterior, acessível por rampas laterais. Este bloco, em
conjunto com a colunata do pórtico, cria os elementos estruturais que
sustentam a cobertura em cabos de aço que, na sua curvatura, evoca as
tendas das primitivas tribos judaicas.
A construção contou com o apoio da empresária Regine Feigl, dona do
então edifício Avenida Central, na av. Rio Branco, projetado e construído em
1958/61 pelo mesmo arquiteto. Aliás, conta-se que a sinagoga foi erguida com
as “sobras” dessa obra.
O mirante do morro do Pasmado, ao fundo da obra, foi recentemente
batizado de Parque Itzak Rabin, em homenagem ao famoso líder israelita
assassinado por extremistas.
RIO SUL SHOPPING CENTER - RUA LAURO MULLER, 116 – ESQUINA DE
AVENIDA LAURO SODRÉ - BOTAFOGO
Projeto elaborado pelo arquiteto Ulisses Burlamaqui, vencedor de
concurso privado realizado em 1975 para implantação do primeiro “shopping
center” urbano da cidade. O partido consiste em um embasamento, para
comércio e estacionamentos, conjugado a uma torre de escritórios de planta
quadrangular, como os volumes vizinhos. O sistema estrutural compõe-se de
núcleo central (circulação vertical, dutos, lixo, sanitários, etc.) e oito apoios
periféricos que abrigam equipamentos de ar condicionado, interligados em
andares alternados por treliças em concreto protendido moldadas “in loco”. A
profundidade dessas treliças, conjugada com as passarelas externas, reduz a
carga térmica nas fachadas e proporciona proteção corta-fogo entre pisos. O
sistema viário em torno do terreno foi estudado, e optou-se por dividir o
estacionamento em diferentes níveis com entradas e saídas próprias e ligações
internas. O tratamento externo do embasamento evidencia o apelo visual
desejado: as fachadas foram tratadas como veículo de comunicação,
sinalizando os acessos principais e informando sobre os eventos do shopping.
O estabelecimento foi inaugurado em 1981.
TEATRO VILLA-LOBOS - AV. PRINCESA ISABEL, 440 - COPACABANA
Iniciativa da Funterj-Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro,
este empreendimento de 1977 se implantou em terreno doado pelo governo do
Estado durante a gestão Faria Lima. Dadas as limitações físicas, o programa
foi resolvido pelo arquiteto Raphael Matheus Peres em patamares: a partir do
nível da rua amplas escadarias conduzem às bilheterias, destas ao foyer e daí
à platéia, que comporta 500 pessoas. No subsolo, cujo nível foi determinado
pela existência de instalações subterrâneas, foi implantada a escola de balé,
que compreende espaços para ensaio e aquecimento, vestiários, camarins,
serviço médico e administração. Para atender aos artistas, o teatro dispõe
ainda de um bloco de quatro pavimentos com camarins individuais e coletivos,
salas de ensaios e preparação e cantina. Durante a execução da obra, foi
incorporado um pequeno terreno anexo para o qual o arquiteto projetou um
teatro de marionetes, integrado ao conjunto por pequenos arcos que
acompanham o ritmo da fachada principal.
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23. HOTEL MERIDIEN - AV. ATLÂNTICA, 1020/AV PRINCESA ISABEL - LEME
O projeto dos arquitetos Paulo Casé e Luís Acioli, de 1973, beneficiou-
se da legislação especial surgida na época que, sob alegação de incentivo ao
turismo, liberou o gabarito de edificações destinadas a instalações hoteleiras.
Assim, numa faixa litorânea de gabarito máximo fixado em 12 pavimentos foi
inserido um edifício três vezes mais alto. Este hotel de alto padrão compreende
535 unidades e 33.500m2 de área construída. Os acessos foram localizados
em função das características das vias que circundam o terreno, com entradas
independentes para o público em geral, hóspedes, banhistas e serviço. A torre
de apartamentos foi projetada e localizada de modo a atender à necessária
concentração de serviços e liberar a maior parte do terreno para piscina e
restaurantes, situados no embasamento. A implantação da piscina na esquina
das avenidas Atlântica e Princesa Isabel favorece a visão global da praia e
permite insolação durante a maior parte do dia. A exiguidade do terreno
determinou a construção de um edifício-garagem privativo a 100m do hotel.
Devido à limitação de altura, a caixa d`água superior foi substituída por uma
cisterna, que comporta 1,5 milhão de litros, estudada volumetricamente para
dar estabilidade à estrutura do prédio. As fachadas reafirmam a verticalidade
do edifício, valorizando os elementos estruturais, revestidos de mármore, que
se destacam sobre as superfícies envidraçadas. Apesar de não serem
permitidas por lei, as aberturas na divisa lateral foram liberadas por serem fixas
e indevassáveis. Também levou-se em consideração ser esta solução mais
apropriada que a tradicional, que seria “colar” o prédio no vizinho.
POSTOS DE SALVAMENTO – AVENIDAS ATLÂNTICA/VIEIRA
SOUTO/DELFIM MOREIRA – COPACABANA/IPANEMA/LEBLON
Em 1924, o Prefeito Alaôr Prata mandou edificar postos de salvamento
na orla marítima da cidade, principalmente nas praias oceânicas. Colocados
em intervalos regulares de 900 metros, acabaram por demarcar áreas
específicas das praias, além, é claro, de cumprirem suas funções originais. Os
banhistas marcavam encontros usando os postos como balizas. Em 1975,
esses postos, em estilo art-déco, estavam já tecnologicamente superados e
muito danificados, o que impôs sua substituição. Os novos postos foram
projetados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Wladimir Bernardes, e foram
colocados em toda a orla oceânica, inclusive nas novas praias da Barra da
Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Mantendo o mesmo espaçamento, são de
formato aerodinâmico, em concreto aparente, possuindo sanitários e chuveiros
para banhistas, além das instalações para salva vidas.
POSTOS DE ABASTECIMENTO DA AV. ATLÂNTICA - COPACABANA
Concebido pela mesma equipe de arquitetos e na mesma época em que
foi realizado o Posto Catacumba (1968, Dilson Gestal Pereira, Waldyr A .
Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos), este projeto segue a
intenção promocional do anterior. Planejado em quatro pontos ao longo do
canteiro central da av. Atlântica, segundo idéia do Governo do Estado da
Guanabara, de viabilizar as obras de alargamento da avenida através da venda
dos terrenos à Petrobrás Distribuidora S.A . Extremamente polêmico, devido a
sua situação particular, o projeto procurou se integrar à paisagem minimizando
o atrito visual. A solução encontrada demonstra a preocupação dos arquitetos
em amenizar o contraste com a paisagem, mantendo em destaque a praia de
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24. Copacabana, cartão postal do Rio de Janeiro. Novamente a cobertura domina
a composição. Seu desenho surgiu da idéia de um cálice, ou uma papoula, e
evoluiu para quatro pétalas em fibra de vidro que, ao se tocarem, dão rigidez à
estrutura. O encontro dessas pétalas é marcado por uma cúpula de vidro
translúcido. A continuidade visual foi assegurada pela solução para áreas de
escritório e vendas, localizada numa caixa de vidro transparente, e as
dependências de depósito e serviço, num pavimento enterrado, com iluminação
zenital.
HOTEL INTERNACIONAL RIO - AV. ATLÂNTICA, 1500 - COPACABANA
O hotel foi construído em terreno reduzido de 400m2, num projeto de
1986 elaborado por Cláudio Fortes e Roberto Victor. Projetado inicialmente
como hotel-residência, foi modificado para uso hoteleiro, o que incentivou os
arquitetos a lhe conferir uma personalidade marcante que caracterizasse sua
nova função, destacando a edificação do conjunto de prédios da av. Atlântica.
O volume é composto por um corpo de 13 pavimentos sobre embasamento e
recebeu tratamento em vidos bronze e esquadrias pintadas de vermelho em
composição com os pilares cilíndricos externos ao edifício revestidos em
granito marrom-avermelhado. Em vista da proposta, inédita no Rio, de dar
atenção especial aos executivos em viagens de negócios, foram criadas
condições especiais para garantir funcionalidade no atendimento e na
prestação de serviços extras. Além de restaurante, bares, piscina, sauna e
garagem, o hotel tem salões de convenções, serviço de secretária bilíngüe,
escritórios para hóspedes e todo apoio tecnológico mais avançado.
HOTEL RIO OTHON PALACE - AV. ATLÂNTICA, 3.264 - COPACABANA
A liberação do gabarito para edificações destinadas a serviços de
hotelaria favoreceu a implantação desse edifício na av. Atlântica. O anteprojeto,
elaborado por Arthur Lício Pontual, vencedor de concurso privado em 1968, foi
retomado no período 1971-72, após sua morte, por uma equipe de arquitetos
encabeçada por seu irmão Davino Pontual. Dadas as dimensões exíguas do
terreno, de 1.600m2, o partido adotado foi o de uma torre de 28 pavimentos
afastada das divisas; sobre embasamento com sete pavimentos, onde estão
serviços gerais e garagem, com ocupação integral do lote. A disposição do
pavimento-tipo em “U”, abraçando a garagem vertical, possibilitou a liberação
de três subsolos, construídos simultaneamente com a superestrutura, para
instalação de todos os equipamentos e serviços de apoio. No térreo, a criação
de uma rua interna facilita a circulação de hóspedes e visitantes.
Externamente, o edifício harmoniza o emprego de elementos estruturais em
concreto aparente com um jogo volumétrico de sacadas e superfícies brancas.
EDIFÍCIO JUSTUS WALLERSTEIN – AVENIDA ATLÂNTICA, 3.958 –
COPACABANA
Projeto moderno de Sérgio Bernardes, datado de 1960. houve especial
cuidado do arquiteto com desenho dos elementos pré-fabricados.
CONGREGAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA SINAGOGA BETH-EL – RUA
BARATA RIBEIRO, 489 – COPACABANA
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