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PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELO
                  Marco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do
           antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeira
           realização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de Le
           Corbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso de
           anteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; no
           entanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se uma
           equipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta com
           Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernâni
           Vasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistas
           tecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquiteto
           suíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura moderna
           no mundo, no desenvolvimento do partido.
                  Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica e
           espacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovação
           radical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de três
           corpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. O
           bloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamento
           diferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte,
           com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquanto
           o lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência da
           modulação estrutural e da disposição das circulações verticais nas
           extremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes de
           trabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura.
                  A complementação foi entregue a artistas de destaque na época:
           Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel de
           azulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi,
           Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício,
           permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como solução
           exemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado à
           rigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagem
           arquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque na
           história da arquitetura moderna brasileira.

               ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇA
                                          SALGADO FILHO
                  O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concurso
           público realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-se
           vencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldades
           econômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes no
           projeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944.
           É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesar
           do que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara.
                  Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar de
           projetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato,
           pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade.
           Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneiros
           da aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correr
           dos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a



                                                                                           1
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uma restauração integral, restituindo-lhe a primazia dentre os aeroportos
           brasileiros para aviação comercial nacional.
                  O jardim da praça fronteira foi projetado por Roberto Burle Marx e
           constituiu-se em sua primeira experiência com plantas tropicais, tendo sido um
           ensaio para a obra paisagística do Aterro do Flamengo, vinte anos depois.

                       CENTRO CULTURAL DA AERONÁUTICA - CASTELO
                   Em 1936 a extinta empresa aérea PANAIR abriu concurso público para o
           projeto de sua nova estação de hidro-aviões. Sagrou-se vencedor o arquiteto
           Atílio Correa Lima, com um desenho de linhas moderas, inspirado na Ville
           Savoie, do arquiteto suíço Le Corbusier. Dois anos depois estava inaugurada.
           Sua finalidade era servir de estação para os hidro-aviões.
           Possui dois pisos, ligados por elegante escada em espiral, de concreto, amplos
           salões e dependências para passageiros. Com a evolução da aviação
           comercial e o abandono dos hidro-aviões, o prédio foi cedido em 1941 para o
           Ministério da Aeronáutica, que ali instalou o seu clube. Com a construção do
           novo edifício do clube da aeronáutica, nos anos 80, ao lado, foi a histórica
           construção convertida em Restaurante e, depois de algum tempo, em Centro
           Cultural da Aeronáutica, com farta biblioteca e arquivo, maquetes, comendas,
           medalhas e lembranças diversas, documentando a história da aviação no
           Brasil.

             ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA - R ARAÚJO PORTO ALEGRE
                   Projeto dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto, escolhido em concurso
           nacional de anteprojetos (1936) e que, após sua conclusão (1938), tornou-se a
           primeira obra de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil.
           Solução de grande inovação e impacto para a época, utiliza o quebra-sol (brise
           soleil) vertical como elemento principal de revestimento das fachadas na
           esquina ensolarada.
                   Os espaços internos são protegidos por uma superfície envidraçada com
           esquadrias de madeira que estabelece uma circulação secundária e uma zona
           de dispersão do calor entre ela e a superfície externa. O hall no térreo é amplo,
           livre e direto e no coroamento do edifício localizam-se um restaurante e
           terraço-jardim de autoria de Burle Marx.
                   O revestimento externo é todo em mármore travertino importado e os
           quebra-sóis verticais, projetados inicialmente em duralumínio, foram
           executados em concreto pré-moldado com base de cimento branco, para
           oferecer aspecto mais homogêneo à fachada.
                   O prédio é tombado pelo IPHAN.

               PALÁCIO DA JUSTIÇA - AV. ERASMO BRAGA C/ RUA DOM MANUEL
                  Reunindo todas as atividades do judiciário, antes espalhadas por
           diversos edifícios, o Palácio da Justiça, inaugurado em 08 de dezembro de
           1974, abriga os cartórios e varas cíveis e criminais, ofícios de tabelionato, o
           juizado de família, os tribunais de instância superior do Estado do Rio de
           Janeiro, bem como a Escola da Magistratura.
                  Do lado da avenida Erasmo Braga, estão as três estátuas da Justiça, Lei
           e Equidade, inauguradas em 25 de novembro de 1964, quando o prédio ainda
           estava incompleto, obras do artista Diocleciano Martins de Oliveira,
           desembargador e escultor.


                                                                                           2
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CONSULADO DOS ESTADOS UNIDOS – AV. PRESIDENTE WILSON –
                                         CASTELO – CENTRO
                  Edifício de arquitetura moderna e linhas sóbrias, foi projetado em 1948
           pelo arquiteto americano Harrison Abramovitch, um dos mais conceituados
           profissionais daquele país. Concluído em 1952. Substituiu a antiga embaixada
           americana, que funcionava num pavilhão remanescente da Exposição de 1922.
           Funcionou como embaixada por vinte anos. Com a transferência do
           embaixador para Brasília, passou a sediar o consulado daquele país. O edifício
           possui paredes reforçadas e vidros à prova de balas, com barreira de aço na
           garagem e segurança ostensiva. Nos anos 60 e 70, sofreu apedrejamentos da
           massa estudantil inconformada com a política norte-americana e até uma
           tentativa de incêndio. Presentemente o governo norte americano estuda a
           transferência do Consulado para outro imóvel, haja vista a diminuição de sua
           representação no Rio de Janeiro.

               CENTRO EMPRESARIAL INTERNACIONAL RIO - AV. RIO BRANCO 1
                   Projetado pelos arquitetos Édison e Edmundo Musa em 1989, este
           edifício de 71 mil m2, destinado a abrigar o centro de comércio internacional do
           Rio, encontra-se implantado em lote de 3 mil m2 junto à Praça Mauá,
           tradicional zona portuária da cidade. São 18 pavimentos-tipo com 2 mil m2
           cada, térreo, sobreloja e dez pavimentos de garagens, com capacidade de 740
           vagas.
                   Além das salas para escritórios e lojas, o edifício conta com pavilhão de
           convenções, restaurantes, salas de reunião, biblioteca e clube de executivos
           com cabeleireiro, ginástica e outros serviços. Visando a racionalização e
           funcionalidade que caracterizam o empreendimento, foram incorporados às
           instalações os recursos tecnológicos mais avançados, como sistemas
           automatizados para supervisão e controle predial, com diversos graus de
           complexidade.
                   Formalmente, a solução explora uma imagem nitidamente identificada
           com o repertório “pós-moderno” das grandes metrópoles norte-americanas,
           expressando o poder econômico que o edifício está preparado para concentrar.
                   É conhecido popularmente como “RB1”, pelos cariocas.

                           EDIFÍCIO SEDE DO BANERJ - AV. NILO PEÇANHA
                   O projeto dos arquitetos associados Henrique Mindlin e Giancarlo
           Palanti, construído em 1963/66, procurou responder às necessidades de
           complexidade funcional e, sobretudo, à posição de destaque que a instituição
           assumia a partir daquele momento na economia do recém criado Estado da
           Guanabara (originalmente o edifício era sede do BEG/Banco do Estado da
           Guanabara). A solução, monumental e imponente, tem por base a extrema
           racionalização dos espaços e da construção.
                   Ao fundo do terreno concentraram-se todos os serviços, torres de
           infraestrutura e de elevadores que, articulados com dois grandes pilares
           frontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural do prédio,
           conferindo-lhe seu caráter e aparência final. Esse sistema proporciona um
           grande salão com frente para três ruas, livre de qualquer apoio ou divisão, com
           grande economia de área para circulação e de divisões funcionais, propiciando
           total flexibilidade em sua organização.


                                                                                           3
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Com a venda do BANERJ em fins dos anos noventa, o prédio passou a
           sediar diversas secretarias de estado e, eventualmente, o gabinete do
           governador.

              EDIFÍCIO-SEDE CITIBANK - R. DA ASSEMBLÉIA/R. GONÇALVES DIAS
                    O edifício, projetado em 1979 por Davino Pontual, Paulo de Souza Pires,
           Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro, se insere em terreno de esquina,
           no coração da cidade, junto ao Largo da Carioca. Para atender às exigências
           da empresa, voltadas para a qualidade dos serviços prestados a seus clientes,
           buscou-se a tecnologia mais avançada aplicável à construção civil, segurança
           predial e bancária, optando por materiais e arranjos espaciais dentro de um
           contexto de máxima flexibilidade.
                    Estabeleceu-se como critério tratar com independência os componentes
           de durabilidade diferente, de modo a facilitar eventuais modificações. Assim, os
           elementos de acabamento e instalações são autônomos em relação à
           estrutura; no entanto, a modulação de todo o edifício, de 1,25m, permite a
           integração de todos os projetos. Estruturalmente, a solução garante
           flexibilidade no remanejamento dos espaços, através da eliminação de pilares
           internos, com vigas e lajes protendidas vencendo vãos de 15m.
                    A fachada, em painéis de alumínio anodizado, isolados com manta de lã
           de vidro e janelas de vidro “float” laminado, foi estudada para funcionar como
           isolante térmico e acústico, além de dotar o edifício de expressão singular na
           paisagem urbana. Por sua aparência, recebeu a alcunha popular de
           “marmitão”.

             SHOPPING AVENIDA CENTRAL - AV. RIO BRANCO C/ RUA SÃO JOSÉ
                  Na época de sua construção, em 1957/61, o edifício distinguiu-se por
           uma série de características peculiares, não só com relação ao projeto
           arquitetônico de Henrique E. Mindlin, mas sobretudo à técnica construtiva e
           equipamentos utilizados. Localizada em terreno trapezoidal de 4.200m2, a
           edificação cobre a totalidade da quadra apenas nos três primeiros pavimentos,
           além dos dois subsolos. O aproveitamento comercial do embasamento permitiu
           a redução da taxa de ocupação para 40% na torre de escritórios, sem
           comprometer o equilíbrio econômico do empreendimento.
                  A opção pela estrutura mista, pilares e vigas em aço e lajes em concreto
           armado, estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos.
           Para liberar as salas de escritórios dos elementos estruturais, os pilares foram
           localizados na face externa das fachadas, e revestidos por peças de alumínio
           especialmente projetadas, como medida de proteção contra corrosão e fogo.
                  Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, cabe
           destacar os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central de
           ar condicionado e sistema pneumático de distribuição de água.

                       HENRIQUE EPHIM MINDLIN – DADOS BIOGRÁFICOS
                  Arquiteto modernista. Nasceu em São Paulo a 1o. de fevereiro de 1911,
           filho de Joseph Mindlin, rico empresário judeu russo e irmão do conhecido
           megaempresário José Mindlin. Formado em 1932 pela Escola de Engenharia
           Mackenzie, de São Paulo. Construiu muito em São Paulo, Minas Gerais e no
           Rio de Janeiro. Autor do conjunto residencial para a Companhia Siderúrgica
           Mannesmann, em Barreiros, Minas Gerais (1955). No Rio, ganhou o 1o. Prêmio


                                                                                           4
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do concurso público para o projeto do novo prédio do Ministério das Relações
           Exteriores, (1942, não construído); Hotel na Praia Vermelha, Urca, (1946, não
           construído); Casa de campo de George Hime, Bom Clima, Petrópolis
           (1949/52); depois projetou o Edifício Avenida Central, hoje Shopping Avenida
           Central, na Av. Rio Branco, Centro (1957/61); Edifício do Banco do Estado da
           Guanabara, hoje BANERJ, na Av. Nilo Peçanha, Castelo (1963/6); Sinagoga da
           Associação Religiosa Israelita, na Rua General Severiano, Botafogo (1958/68);
           Edifício Sede do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, São Cristóvão (1966/9); Centro
           Social do Congresso Israelita, na Rua Antônio Carlos, São Paulo (1953);
           Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (1964); Hotel Rio Sheraton, na Av.
           Niemeyer, Praia do Vidigal (1968); Hotel Intercontinental, na Praia da Gávea,
           São Conrado (1968/71), e muitos outros.
                  Autor do livro “Modern Architecture in Brazil, editado no Brasil e na
           Holanda, pela Colibris (1956)”.
                  Henrique Mindlin faleceu em 1971.

                           ESTAÇÃO DO METRÔ - LARGO DA CARIOCA
                  As estações do Metrô tiveram em comum um critério de valorização dos
           espaços públicos, através do dimensionamento das áreas de circulação, claro
           direcionamento dos fluxos e da utilização de materiais resistentes e de fácil
           manutenção. A estação Largo da Carioca, projetada em 1968 e entregue onze
           anos depois, sob concepção de Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal, não
           difere das demais, embora seja uma das maiores, com previsão de tráfego
           futuro bastante intenso.
                  Dada sua importância dentro da cidade e da rede, os arquitetos optaram
           por torná-la um marco urbano, aflorando-a do solo e realçando-a com uma
           cobertura de grande efeito plástico, que deixa transparecer evidente influência
           do projeto de Niemeyer para o Iate Clube da Pampulha, em Belo Horizonte, de
           1961.
                  O projeto para o Metrô/Rio foi premiado pelo IAB-RJ em 1968.

              CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - AV. RIO BRANCO/LGO DA CARIOCA
                  Desde 1944 lutava a Caixa Econômica por erguer sua sede própria.
           Fundada em 1861, funcionara inicialmente no pavimento térreo da antiga
           Câmara dos Deputados, no sobrado da Cadeia Velha, onde hoje está o Palácio
           Tiradentes. Em 1887, mudou-se para um palacete erguido na rua Dom Manuel,
           mas sua crescente expansão logo o tornou pequeno. Em 1940 passou a Caixa
           para um prédio na rua 13 de Maio, mas o sonho da nova sede nunca
           esmoreceu. Em 1951 foi comprado o velho palacete do Liceu de Artes e
           Ofícios, inaugurado em 1911 na avenida Rio Branco, ocupando toda a quadra
           entre esta avenida, a av. Almirante Barroso, rua Bittencourt da Silva e Largo da
           Carioca, um dos pontos mais nobres da cidade.
                  Em 1955 foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, projetado
           pelos arquitetos Ney Gonçalves Fontes, Paulo Cardoso Mourão e João Alfredo
           Ortigão Tiedmann. Quando tudo estava já muito adiantado, ocorreu em março
           de 1964 o Golpe de Estado, resultando no afastamento de toda a diretoria por
           motivos políticos e a suspensão das concorrências, tendo sido todas as obras
           paradas por cinco anos. Foi o edifício parcialmente inaugurado em 1970.
           Mereceu especiais estudos sua caixa-forte, com mil metros quadrados, portas
           de 25 toneladas e fechaduras com 100 milhões de combinações, executada


                                                                                           5
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pela mesma empresa que fez a caixas-fortes do Forte Knox, do Manhatann e
           do Federal Reserve Bank, nos Estados Unidos.
                 Este magnífico imóvel, que levou vinte anos para ser concluído, foi presa
           de um incêndio em 1974 que destruiu-lhe toda a loja e vários pavimentos,
           sendo reconstruído em 1976. Foi batizado de “Palácio da Economia”.

               EDIFÍCIO-SEDE DO BNDES - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
                   Projeto de 1974 feito por uma equipe paranaense participante habitual
           de concursos de arquitetura, formada por Alfred Willer, Joel Ramalho Jr., José
           Sanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene, e que reflete
           a conciliação de várias condicionantes. Por um lado, atendimento ao programa;
           por outro, restrições estabelecidas pela proximidade de um monumento
           histórico, Convento de Santo Antônio, pela legislação local, que exige
           proporcionalidade entre as áreas para estacionamento e escritórios.
                   Esta conciliação tornou-se possível com o partido adotado:
           aproveitamento integral do terreno ao nível do subsolo para fins de
           estacionamento e instalação de serviços específicos, e concentração dos
           escritórios em uma torre de base quadrada sobre embasamento em forma de
           tronco de pirâmide que abriga o saguão de entrada, acessos principais e
           algumas áreas destinadas à utilização especial.
                   O teto do embasamento forma uma cobertura ajardinada, que constitui
           uma continuação visual do morro do convento e da estação Carioca do Metrô.
           Devido ao revestimento em vidro fumê, que economiza a aparelhagem de ar
           condicionado, recebeu este edifício a alcunha popular de “Idi Amin”, em
           lembrança ao ex-ditador ugandense.

                          EDIFÍCIO-SEDE DO BNH - AV. CHILE - CENTRO
                  As atividades administrativas do Banco Nacional da Habitação, extinto
           em 1986, foram distribuídas em dois prismas de área interna livre, conjugados
           a um terceiro, central, onde concentram-se circulações verticais, sanitários,
           áreas de apoio e de serviço. Este corpo é totalmente revestido de concreto, e
           os laterais são envoltos em cortinas de vidro intercaladas por montantes
           contínuos, contribuindo para a acentuada verticalidade da composição, que se
           completa com um teatro (Nelson Rodrigues), implantado junto a espelho
           d`água no piso de acesso.
                  Projetou o prédio em 1968 os arquitetos Haroldo Cardoso de Oliveira e
           Rogério Marques de Oliveira. Integram-se ao conjunto arquitetônico os painéis,
           esculturas e luminárias de Carybé, Freda Cavalcante Jardim, Ernani Macedo,
           Ion Muresanu, Roberto Sá e Pedro Correa de Araújo. É deste último o painel
           em mármore aplicado sobre a parede externa do teatro.
                  O povo carioca, sempre afeito à galhofa, cunhou ao prédio o apelido de
           “casa própria”.

            EDIFÍCIO SEDE DA PETROBRÁS - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO
                  Projeto vencedor de concurso nacional em 1968 por um grupo de
           arquitetos formados em São Paulo e estabelecido em Curitiba, formado por
           Roberto Luiz Gandolfi, José H. Sanchotene, Abraão Assad e Luiz Fortes Netto,
           todos com participação sistemática em concursos de arquitetura. O programa
           surgiu da necessidade de concentrar toda administração central da empresa,
           em terreno de 10 mil m2, na Esplanada de Santo Antônio, área central de


                                                                                           6
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ocupação recente cuja principal característica é a escala monumental das
           edificações.
                  Contrariando a solução tradicional, que corresponderia a uma lâmina
           vertical, os arquitetos conceberam uma estrutura quadrangular, guardando
           considerável distância em relação às edificações vizinhas. Basicamente, o
           projeto pode ser dividido em quatro setores: subsolos, embasamento, torre e
           coroamento. Nos dois subsolos estão garagem e serviços gerais, no
           embasamento, térreo 1o. e 2o. pavimentos, recepção e espaços culturais e, no
           coroamento, salas da diretoria e presidência e equipamentos de
           telecomunicações.
                  Os 21 pavimentos para escritórios correspondem à superposição de
           plantas em cruz ou em “H”, intercaladas por pavimentos quadrangulares. Os
           vazios decorrentes, para ventilação e iluminação dos ambientes, receberam
           tratamento paisagístico por Burle Marx. No núcleo central, única parte em
           alvenaria, estão concentradas circulações e serviços: sanitários, copas, 25
           elevadores, escadas, prumadas de instalações.
                  A estrutura projetada por Emílio Baumgart é modulada, com intercolúnio
           de 12,5m e pilares em cruz, envolvidos por chapas de aço. Brises móveis de
           alumínio foram dispostos de acordo com a orientação solar: horizontais na
           fachada norte, e verticais, nas fachadas leste e oeste.
                  O formato inusual do prédio foi motivo para que o povo o alcunhasse de
           “colméia”.

                   CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO - AV. REPÚBLICA DO CHILE
                   Desde o século XVIII a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes
           provisórias, haja vista a ruína da Igreja do morro do Castelo. Perambulou o
           cabido sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e
           1734/37), São José (1704/34), Rosário (1737/1808) e Carmo (1808/1976). Em
           1953 intentou-se construir a nova Catedral no Atêrro do Flamengo, mas, em
           seu lugar, construiu-se o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado à
           Mitra um extenso lote na esplanada de Santo Antônio, confirmada pelo
           Governador Carlos Lacerda em 1963. Neste mesmo ano, são feitas as plantas
           pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamental
           lançada em 1964 pelo Cardeal e o Governador Lacerda.
                   A construção propriamente dita começou ano seguinte, pela firma
           Severo e Villares. O formato cônico da Catedral exigiu fundações custosas e
           estruturas em concreto e aço muito complexas, demorando assim a construção
           doze anos. Com cem metros de base, noventa de altura e capacidade para
           mais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Neste ano, o
           arquiteto Padre Paulo O.S.B., projetou todo o interior, sacristia e pia batismal
           alterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca.
                   A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no Segundo
           Concílio Vaticano, de 1960, sugerindo que as novas igrejas não deveriam
           privilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. A
           decoração interna é simples e ainda incompleta, ressaltando-se porém os
           quatro belos vitrais versando sobre as virtudes da Igreja Católica e os belos
           painéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo em
           1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensa
           sobre o altar. No subsolo, funciona um ossuário com 20 mil gavetas e capela,
           um ossuário Episcopal, Museu de Arte Sacra, Arquivo da Arquidiocese, Banco


                                                                                           7
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da Providência, Sedes de Pastorais, estacionamentos e escritórios, bem como
           outras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro.
                  Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foi
           inaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativa
           do tricentenário do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita ao Brasil do
           Papa João Paulo II, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração.
                  Em 1985 inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão.

             EDIFÍCIO SEDE DO BANCO BOAVISTA - PRAÇA PIO X/R. DA QUITANDA
                   Implantado em lote de esquina no centro da cidade, este projeto de
           Oscar Niemeyer, de 1946, apresenta solução de grande criatividade ao atender
           à legislação vigente, que exigia o recuo do pavimento térreo visando a criação
           de galerias dos dois lados da av. Presidente Vargas.
                   O edifício compreende subsolo, térreo, mezanino e mais dez
           pavimentos-tipo, com planta livre. A estrutura é modulada e independente da
           fachada e a circulação vertical foi concebida em dois blocos, para atender
           independentemente ao banco e aos pavimentos destinados a aluguel.
           Elemento fundamental na composição é a parede de fechamento do térreo, em
           tijolos de vidro, de desenho sinuoso e elegante que valoriza a volumetria do
           edifício e enriquece o ambiente interno da agência bancária.
                   As três fachadas receberam tratamento diferenciado: a fachada sul
           (frontal), sobre a qual praticamente não incide sol, é inteiramente envidraçada;
           a oeste(lateral) foi tratada com quebra-sol vertical de madeira, ajustável à
           mudança de angulação de incidência solar conforme a época do ano; e a
           norte(posterior) foi resolvida com brises horizontais estruturados em placas
           fixas de concreto. O painel em mosaico no pórtico de entrada é de autoria de
           Paulo Werneck e o mural no mezanino, de Cândido Portinari.
                   O prédio é tombado pelo Estado.

              EDIFÍCIO SEDE DO BANCO ALIANÇA (HOJE ITAÚ) - PRAÇA PIO X, 99
                  Prédio singelo projetado por Lúcio Costa em 1960, que busca superar as
           condições desfavoráveis do lote urbano com solução de grande simplicidade e
           adequação plástica e funcional.
                  Na fachada nota-se a reinterpretação de elementos tradicionais de
           arquitetura no Brasil, como a treliça e o azulejo, ajustando-os às exigências e
           comportamentos contemporâneos, e com função de amenização do impacto
           solar no posicionamento do lote.
                  No coroamento do edifício há liberação de uma área frontal com
           introdução de terraço-jardim de grande efeito para as áreas internas
           adjacentes.

               BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL - AV. PRES. VARGAS - CENTRO
                  Fruto de tumultuado concurso público nacional, vencido em 1985 pelo
           arquiteto Glauco Campello, a Biblioteca respondeu ao objetivo de proporcionar
           um ambiente aberto e confortável aos interessados em leitura, pesquisa e
           estudos. Durante o desenvolvimento do projeto, o arquiteto decidiu
           compatibilizá-lo à estrutura montada pela administração estadual para
           construção dos CIEPs, empregando peças pré-fabricadas em concreto que,
           quando articuladas, originam um arcabouço capaz de ser construído em curto
           prazo.


                                                                                           8
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Os espaços arquitetônicos são definidos pela própria estrutura: no nível
           semi-enterrado estão os serviços de apoio, pequeno auditório e salas de usos
           múltiplos, e no térreo grandes salões para sistemas de comunicação não
           convencionais, espaços para exposições e biblioteca. A parte superior, à qual
           se tem acesso por rampa ou escada, é totalmente destinada à leitura, e recebe
           iluminação através da cobertura. O espaço é amplo e generoso e os
           compartimentos(salas de leitura e vídeo) tem divisórias à meia-altura, para não
           comprometer a continuidade espacial. Há previsão para um bloco anexo,
           destinado à administração.

                CENTRO DE CONTROLE OPER. E DE MANUTENÇÃO DO METRÔ
                  Conjunto destinado a abrigar o setor administrativo, centro de controle
           operacional e de manutenção do Metrô. Na ocupação da área, um amplo
           terreno na av. Presidente Vargas, próximo à Praça XI, a equipe da IESA -
           Internacional Engenharia S. A ., que o projetou em 1981, considerou as
           construções existentes ao longo da av. Presidente Vargas e o viaduto São
           Sebastião, que corta o terreno no sentido transversal.
                  Embora projetadas independentemente, nota-se a preocupação em
           dotar as unidades de ritmos complementares, ainda que com tratamento
           bastante diferenciado. O centro de controle, localizado num dos extremos do
           terreno, é o volume dominante do conjunto, com sua fachada movimentada por
           elementos de concreto e vidro. Já os galpões do centro de manutenção, com
           garagens e oficinas para reparo de trens e equipamentos, têm cobertura de
           abóbadas de concreto. As edificações complementares: refeitório, posto de
           abastecimento, almoxarifado, etc., constituem unidades autônomas,
           organizadas ao longo do eixo longitudinal do terreno.

                 CENTRO EDUCACIONAL CALOUSTE GULBENKIAN - PRAÇA XI
                  O programa objetivava a criação de uma escola para monitores e
           especialização de professores de artes plásticas, cênicas e musicais. A parte
           prática seria exercida em pequena escola anexa, atendendo a alunos de jardim
           de infância e primário, a ser integrada à rede de ensino estadual. O projeto foi
           desenvolvido em 1968 pelas arquitetas Rizza Paes Conde e Cleia Braga, na
           Secretaria de Educação, a partir de extensa discussão com professores
           especializados que, posteriormente, viriam a fazer parte do corpo docente da
           escola.
                  Atendendo posturas urbanísticas da área e, simultaneamente, visando
           simplicidade na construção e uso, adotou-se solução horizontal, com três
           pavimentos, que abrigam espaços organizados de acordo com as afinidades
           entre cursos. O conforto térmico-ambiental é garantido por dois pátios internos,
           circulações cruzadas de ar, controláveis nos diversos ambientes, varandas e
           “brise-soleil” nas fachadas ensolaradas. Concreto e tijolos aparentes são os
           materiais predominantes.

            PASSARELA DO SAMBA - R. MARQUÊS DE SAPUCAÍ - CATUMBI/PÇA XI
                  Os trabalhos mais recentes de Oscar Niemeyer, em oposição a seus
           trabalhos iniciais, caracterizam-se pela escala monumental, e são sempre
           ponto focal de polêmicas acirradas. A Passarela do Samba, primeira obra
           dessas proporções no Rio, veio substituir o tradicional monta-desmonta das
           arquibancadas para o carnaval. Além da passarela, o “Sambódromo” inclui


                                                                                           9
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escolas para 16 mil alunos, Museu do Carnaval e Praça da Apoteose,
           introduzida como inovação nos desfiles, com espaço para festivais e atividades
           culturais.
                  A configuração peculiar do terreno interferiu no partido e na definição da
           implantação: de um lado da avenida foi implantado um longo bloco de
           camarotes e, do outro, as arquibancadas, separadas em seis blocos de 30m
           sobre pilotis para permitir ao povo acompanhar o desfile em toda sua
           extensão(na verdade, este espaço passou a ser ocupado por cadeiras, de
           comercialização garantida). O final da passarela se abre numa grande praça, a
           Apoteose, coroada com um arco que assinala o fecho da composição e
           sustenta o equipamento de som.
                  O concreto, elemento fundamental na arquitetura de Niemeyer, foi
           adotado em elementos pré-fabricados, viabilizando prazos reduzidos de
           execução. No caso em questão, a obra foi inaugurada em princípios de março
           de 1985, depois de apenas 120 dias de construção. A pista de desfiles mede
           50m x 700m, totalizando 35 mil m2. A Praça da Apoteose possui 300m de
           extensão e 24 mil m2 de área. As arquibancadas podem conter um máximo de
           86 mil pessoas sentadas. A área total de construção atinge a 65 mil m2. A
           altura máxima das estruturas atinge 18m(altura de um prédio de seis andares).
           10 mil pessoas são necessárias para mantê-la funcionando nos quatro dias de
           carnaval. 16 ruas são fechadas nessa ocasião. Quatro passarelas de pedestres
           são retiradas para passarem os carros alegóricos. Quatro meses de
           preparação são necessários para funcionar os quatro dias de carnaval. Os
           cabos elétricos para iluminação da pista atingem 17km se enfileirados. Foi
           calculista da obra o engenheiro José Carlos Sussekind.
                  Dirigiu a construção o engenheiro Luís Otávio Brizola. A construção foi
           executada sob consórcio de várias empresas, em especial a Mendes Júnior,
           Carioca, Erevan e Presidente.

                   OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO - DADOS BIOGRÁFICOS
                  Nasceu no Rio de Janeiro em 1907, filho de pais abastados, com
           tradição de grandes engenheiros na família. Arquiteto, diplomou-se em 1934
           pela Escola Nacional de Belas Artes. Trabalhou inicialmente no escritório de
           Lúcio Costa, como desenhista. Fez parte da equipe que, à partir de 1936,
           projetou o prédio do Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, partindo
           de um estudo de Le Corbusier. Chefiou essa equipe a partir de 1939, em
           substituição a Lúcio Costa, com quem projetou, no mesmo ano, o Pavilhão do
           Brasil na Feira Mundial de Nova York, tendo colaborado nesse projeto o
           arquiteto Paul Wiener. Executou os projetos para o bairro da Pampulha, em
           Belo Horizonte: Capela, Cassino, Casa de Bailes e Iate Clube, entre 1942 e
           1943. Projetou o Grande Hotel de Ouro Preto (1940) e o Colégio de Diamantina
           (1943), para o SPHAN, numa tentativa ousada de combinar o mais precioso
           conjunto de arquitetura colonial com a construção moderna. O arrojo da
           plástica e a originalidade da concepção já eram, então, características
           marcantes da obra de Niemeyer.
                  Projetou e executou o Hospital da Sulamérica (1949); sua casa nas
           Canoas (1951); conjunto do Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951/54), para
           as comemorações do IV Centenário da capital paulista; Museu de Arte
           Moderna, em Caracas (1953); Quarteirão Hansa, em Berlin (1955); além de
           muitíssimos outros projetos no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Foi o autor dos


                                                                                          10
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grandes conjuntos de Brasília: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada,
           Supremo Tribunal Federal, Palácio do Congresso, Ministérios, Palácio
           Itamaraty, Catedral, Universidade, Teatro Nacional, blocos residenciais, etc.,
           (1957-1967); e, em época mais recente, o Memorial JK, em 1983.
           Impedido de trabalhar pelo regime militar, auto-exilou-se na Europa em fins dos
           anos sessenta, tornando, por sua vez, sua obra universal, com construções na
           União Soviética, França, Itália, Argélia, Angola, Israel, Portugal, etc.
           Retornando ao Brasil na década de setenta, recebeu muitas encomendas,
           principalmente no Estado do Rio de Janeiro: CIEPs (1983-92), com mais de
           cem construídos; Sambódromo (1983-84); bem como projetos menores, casas,
           monumentos, o belíssimo Museu de Arte Contemporânea, de Niterói (1995-97),
           considerado por ele mesmo sua obra prima; e o Memorial da América Latina,
           em São Paulo (1996-98), onde expõe, no concreto sem revestimento, de
           maneira artística e crítica e na cidade mais rica da América Latina, toda a
           opressão sofrida por este continente em séculos de colonialismo e exploração.
                   É considerado pela crítica mundial como o maior arquiteto vivo do
           ocidente, bem como possuidor de obra mais vasta. É também refinado escritor,
           artista plástico, designer e desenhista. Em suas obras, justifica a falta de
           funcionalidade em alguns projetos informando ser a criação da beleza a
           principal função da arquitetura. Ainda trabalha muito, não poucas vezes sem
           cobrar, principalmente se o projeto possui cunho social.

              ARQUIVO GERAL DA CIDADE - RUA AMOROSO LIMA, 15 - PRAÇA XI
                  A construção de um novo prédio para o arquivo geral do Rio de Janeiro,
           obra de 1977 feita por Édison e Edmundo Musa, surgiu da necessidade de
           recolher em local adequado toda a documentação espalhada pelas repartições
           municipais.
                  Seguindo o programa elaborado pela prefeitura, a edificação foi
           projetada respeitando com folga os afastamentos e resultou numa planta
           retangular que obedece à modulação 1,25m x 1,25m, com prumada de
           circulação vertical e instalação em corpo anexo. A solução estrutural adotou
           pilares periféricos e lajes protendidas que garantem salões livres de
           obstáculos. Em todos os andares onde há salas para armazenamento, as quais
           não possuem janelas para evitar incidência de luz sobre os documentos,
           existem também locais de consulta pública.
                  Por medida de segurança, foram localizadas em andares alternados
           salas de estar especialmente para fumantes, dotadas de exaustão própria.
           Existe previsão para acréscimo de um segundo bloco, semelhante ao
           executado, em lote anexo.

            URBANIZAÇÃO DO PARQUE DO FLAMENGO - ATERRO DO FLAMENGO
                  Proposta urbanística de reorganização viária e paisagística da orla da
           cidade, entre o centro e a zona sul. A área, com cerca de 1.200 mil m2, foi
           conquistada ao mar entre 1954-65 com material proveniente do desmonte do
           morro de Santo Antônio, na área central. O projeto elaborado em 1962 tira
           partido da situação privilegiada que reúne ao mesmo tempo o cenário das
           montanhas e o mar. A proposta do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que na
           época exercia a direção do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, era criar
           um grande parque urbano, cortado por vias expressas de ligação centro-zona
           sul. No plano original, parcialmente executado, estavam previstos locais e


                                                                                          11
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instalações adequadas para prática de esportes, espetáculos diversos,
           piqueniques, restaurantes, etc., beneficiando várias faixas etárias. A segurança
           dos pedestres foi assegurada por passagens subterrâneas e passarelas
           dispostas ao longo do parque. A concepção paisagística foi entregue a Burle
           Marx, e em muito contribuiu para o enriquecimento do conjunto, já que a área
           ajardinada corresponde a mais de 900m2. Foi inaugurado a 12 de outubro de
           1965 e até 1980 era o maior parque urbano do mundo. O Parque Governador
           Carlos Lacerda e Brigadeiro Eduardo Gomes, nomenclaturas corretas do
           logradouro, apresenta ao longo de sua área importantes atrativos turísticos,
           entre os quais:

                         MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO
                                                HISTÓRICO
                  Fundado no Rio de Janeiro em 1948 por um grupo de intelectuais,
           destacando-se entre eles Niomar Muniz Sodré e Raymundo de Castro Maya, o
           MAM surgiu humilde, num salão do segundo andar do Palácio Gustav
           Capanema. Com o crescimento do acervo, se impôs a necessidade de uma
           moderna sede. Foi então contratado o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que
           apresentou um projeto de vanguarda em 1953, para ser edificado no Aterro do
           Flamengo, o qual apenas existia em projeto. Iniciado em 1955, foi entregue ao
           público em 1967, três anos após a morte do arquiteto e faltando erguer o
           teatro, o que se mantém até hoje (2.005).
                                            A CONTRIBUIÇÃO
                  Lugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo
           no país, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro viu nascer parte
           considerável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossos
           artistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeira
           turma de adultos de Ivan Serpa no MAM, ao Neoconcretismo (1959); do Ateliê
           de Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelas
           exposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972)
           aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à Área
           Experimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que pelo
           MAM passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para o
           florescimento de suas obras.
                                                O PRÉDIO
                  A dinâmica do programa incentivou o arquiteto Affonso Eduardo Reidy
           na busca de soluções extremamente criativas e avançadas para a época
           (1953), o que resultou numa das obras fundamentais da arquitetura moderna
           brasileira. Foi critério básico do projeto evitar que a implantação do edifício, em
           área aterrada, perturbasse a harmonia do entorno, composta pela Baía de
           Guanabara e pela silhueta do Pão de Açúcar. Este respeito à paisagem
           motivou solução predominantemente horizontal, em contraposição ao perfil
           movimentado pelas montanhas. Organizou-se o conjunto em três blocos:
           museu, escola e teatro (não concluído). O corpo do museu se impõe aos
           anexos por suas dimensões e pela volumetria marcante, com solução estrutural
           semelhante a adotada por Reidy para o projeto do colégio Paraguai-Brasil. Este
           bloco, concluído em 1967, foi concebido de forma a manter livre o pavimento
           térreo, permitindo à visão atravessá-lo sem obstáculos. Especial atenção foi
           dada à galeria de exposições, projetada com área de aproximadamente 3.400
           m2, livre de pilares, com total flexibilidade na utilização de espaços. Seu piso


                                                                                           12
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repousa sobre uma das pontas do pilar em “V”, enquanto a laje de teto é
           suspensa por tirantes de aço até a viga transversal que, unida aos pilares
           laterais, forma o arco predominante em toda a composição. Os jardins que
           circundam o edifício, bem como o terraço-jardim situado na cobertura do bloco-
           escola são de Burle Marx.
                                              A TRAGÉDIA
                  Em 1978, um incêndio destruiu o bloco de exposições e o acervo, de
           valor incalculável, tendo como conseqüência a perda de 950 peças, entre as
           quais obras de Picasso, Salvador Dali, René Magritte, Jackson Pollock, Torres
           Garcia, Portinari e Di Cavalcanti.
                                           RECONSTRUÇÃO
                  Imediatamente após o trágico acidente que chocou o meio cultural de
           todo o mundo, começaram as manifestações de solidariedade sob a forma de
           doações de artistas, instituições e mesmo de governos - como o da França,
           que enviou ao       obras como a de Pierre Soulages - mas os esforços de
           reconstrução do acervo foram largamente prejudicados por crises sucessivas
           da economia brasileira. Foi necessário um longo período de pequenas adições
           para que a coleção do Museu voltasse a ocupar seu lugar de destaque.
           Atualmente, com cerca de onze mil obras, ela dispõe de esculturas e pinturas
           de artistas de renome internacional como Fernand Léger, Alberto Giacometti,
           Jean Arp, Henry Moore, Barry Flanaghan, Bourdelle, Poliakov, Henri Laurens,
           Marino Marini, Max Bill, César, Lipchitz, Carlo Carrà e Lucio Fontana. Além da
           coleção internacional, há um grupo notável de artistas latino-americanos, entre
           eles Joaquim Torres García, Cruz Díez, Jorge de la Vega, Romulo Macció, Xul
           Solar, Antonio Seguí e Guillermo Kuitca, além de brasileiros como Bruno
           Giorgi, Maria Martins, Di Cavalcanti e, naturalmente, representantes do
           neoconcretismo como Lygia Clark, Helio Oiticica, Franz Weissmann, Amílcar de
           Castro e Wyllis de Castro.
                                     A DOAÇÃO CHATEAUBRIAND
                  Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de
           comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto
           Chateaubriand, internacionalmente conhecida como o mais completo conjunto
           de arte moderna e contemporânea brasileira, e cujas cerca de quatro mil peças
           compõem um impressionante painel do período em um só museu do País. A
           coleção tem trabalhos pioneiros da década de 10, como os de Anita Malfatti
           (duas paisagens de 1912 e O Farol, de 1915), e prossegue através do
           modernismo de Tarsila do Amaral (o Urutu, de 1928), Lasar Segall, Di
           Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e
           Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 50 entre
           geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova
           Figuração dos anos 60 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas
           que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas
           surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente
           todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a
           arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman,
           Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur
           Barrio, Antônio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela
           Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados (são cerca
           de 400 artistas no total). Renovada através de aquisições que o colecionador
           faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não


                                                                                          13
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consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre
           apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do
           Museu, mas igualmente através de exposições itinerantes dentro e fora do
           País.
                  Somado a esta coleção por si só impressionante, o Museu de Arte
           Moderna abriga, ainda, um terceiro conjunto igualmente expressivo, com cerca
           de quatro mil obras de fotógrafos brasileiros, que compõem um terceiro acervo,
           adquirido em parte graças a uma dotação especial da White Martins. A coleção
           de fotografia do MAM, ainda em fase de tratamento museológico, está sendo
           preparada para ser brevemente apresentada ao público em ciclos de
           exposições temáticas.
                                            O PRESENTE
                  Dotado de um arquivo que remonta a milhares de documentos,
           cinemateca e uma extensa programação de cursos, palestras e exposições, o
           MAM é um museu vivo, que soube superar as adversidades e enfrentar o
           século XXI como um dos mais ativos centros culturais do Rio de Janeiro.

                MONUMENTO NACIONAL AOS MORTOS DA 2A. GUERRA MUNDIAL
                   Localizado na Avenida Infante Dom Henrique, no Parque do Flamengo,
           na Glória, em frente à Praça Paris. Teve sua construção iniciada graças ao
           Marechal Mascarenhas de Moraes, em 24 de junho de 1957, terminando
           exatamente três anos depois e sendo inaugurado a 05 de agosto de 1960. Seu
           projeto de construção foi de autoria dos arquitetos Hélio Ribas Marinho e
           Marcos Konder Netto, escolhido em concurso público nacional. O monumento,
           com 6.850 m2, custou 115 milhões de cruzeiros. Está situado numa praça
           ajardinada, com 10 mil metros quadrados (Praça Pistóia) e é constituído de três
           planos: sub-solo, patamar e plataforma. No sub-solo, com 1.600m2, estão
           localizados o Mausoléu, a Administração e os Alojamentos da Guarda.
                   O Mausoléu, pavimentado com granito de Ouro Preto, com as paredes
           laterais revestidas em quartzito verde e as do topo com granito preto, lustrado e
           mármore floresta serrado. Este Mausoléu acha-se dividido em duas partes
           distintas, estando numa delas, 468 jazigos, agrupados em 11 quadras
           alternadas, divididas por uma floreira de alumínio anodizado, em negro,
           revestidos de granito preto e com lápides de mármore de Carrara. Destes 468
           jazigos (4 marinheiros, 7 aviadores e 457 soldados), 15 não possuem
           identificação, achando-se vazios 2 deles e 13 com a seguinte inscrição: “Aqui
           jaz um herói da FEB - Deus sabe seu nome”. Na parede lateral esquerda,
           encimando o quartzito verde, estão gravados em mármore, os nomes dos
           1.121 mortos da Marinha Mercante e da Marinha de Guerra, vítimas de
           torpedeamento e os soldados do Exército não identificados na Campanha da
           Itália. O mais velho contava 40 anos e o mais moço 19. Os soldados Antenor
           Ghirlanda (SP), Attílio Pífer (SP) e Constantino Maroqui (PR), foram os
           primeiros a falecer em ação, a 21 de setembro de 1944, quinze dias após o
           início das operações de guerra.
                   No patamar estão: o museu, jardim interior, lago artificial, 01 conjunto de
           mastros e 02 enormes painéis de cerâmica, feitos pelo artista Anísio Medeiros
           para homenagear as marinhas de guerra e mercante.
                   A plataforma, de concreto armado, a 03 metros do solo, é atingida por
           monumental escadaria, com 30 metros de largura e 26 degraus. Tem o formato
           de um “L” maiúsculo e nela são encontrados: o pórtico monumental, inspirado


                                                                                           14
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nos monumentos funerários da pré-história; o painel metálico, de autoria de
           Júlio Catelli Filho, representando a Força Aérea Brasileira; o túmulo do Soldado
           Desconhecido, com a pira eterna; a pirâmide triangular, com os nomes dos
           realizadores do Monumento; e, finalmente, o grupo escultórico, de autoria de
           Bruno Giorgi, homenageando as três Forças Armadas.
                  Este Monumento é guardado pelas três Forças Armadas do País, que se
           revezam às 12:00h do dia 1o. de cada mês, numa “rendição da guarda”, que se
           constitui num dos mais belos espetáculos cívico-militares da cidade.
                  Visitado diariamente por centenas de pessoas, do País e do Exterior,
           não passando em momento algum a idéia de que seja um monumento aos
           mortos, e sim à vida eterna.

                          HÉLIO RIBAS MARINHO – DADOS BIOGRÁFICOS
                   Arquiteto. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Graduado pela
           Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1948. Autor,
           em colaboração com Marcos Konder Netto, do projeto do Monumento Nacional
           aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo (1955/60).
           Projetou o Banco da Amazônia em Belém, Pará. Autor de muitos projetos de
           albergues para imigrantes no Vale do São Francisco. Projetou e construiu
           muitas residências na Cidade do Rio de Janeiro e em Correias, Petrópolis.
           Professor da Faculdade Nacional, da Universidade Santa Úrsula e de outras
           instituições.
                   Durante o regime militar foi proibido de exercer o magistério.

                        MARCOS KONDER NETTO – DADOS BIOGRÁFICOS.
                   Arquiteto, nascido em Santa Catarina em 1927. Formou-se em 1950
           pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e trabalhou
           com Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Wladimir Bernardes. Em 1955 foi
           vencedor, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, do Concurso Nacional
           para a escolha do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra
           Mundial, construído no Parque do Flamengo em 1955/60. Vencedor e
           classificado em vários concursos nacionais, obteve, em 1961, Menção Honrosa
           na VI Bienal de São Paulo e, em 196, Menção Honrosa (em colaboração com
           Ulisses Burlamaqui) no Concurso Peugeot, de âmbito internacional, e realizado
           na Argentina. Ocupou a Presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil –
           Departamento da ex-Guanabara, no período de 1965/7.
                   É arquiteto do Serviço Público desde 1952 e Professor Assistente da
           Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de
           Janeiro desde 1955. No período 1950/60, foi um dos responsáveis pelo
           movimento de reação, entre os jovens arquitetos, contra o caráter
           excessivamente racionalista da arquitetura brasileira de então. Entre suas
           obras podem ser citadas: o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda
           Guerra Mundial, mencionado acima; Pôsto de observação de corridas de
           lanchas, na Ilha do Governador; Conjunto da Estação do Oleoduto Rio-Belo
           Horizonte da Petrobrás, em Caxias; Centro de Formação Profissional do SENAI
           – Serviço Nacional da Indústria, em Fortaleza; Centro Social e Desportivo do
           SESI – Serviço Social da Indústria, em Barra do Ceará; residência Nunes
           Sumares em Petrópolis; Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova,
           Rio (1976/8). Restaurante Porção Rio`s, no Parque do Flamengo (1978, em
           colaboração com Hélio Ribas Marinho), e muitas outras mais.


                                                                                          15
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ANÍSIO DE ARAÚJO MEDEIROS – DADOS BIOGRÁFICOS
                  Arquiteto, desenhista, pintor e cenógrafo, Anísio Medeiros nasceu no
           Piauí, em 1922. Realizou sua primeira exposição de pinturas em 1944.
           Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1948. Conquistou o
           prêmio de viagem ao estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna (1956).
           Premiado na VIII Bienal de São Paulo com um trabalho de cenografia (1966).
           Autor dos três painéis (dois trabalhos em cerâmica sobre as marinhas de
           guerra e civil, e um grande afresco sobre a guerra e a paz) no Monumento
           Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960). Exerceu o magistério
           de artes na Universidade Santa Úrsula (1977).
                  Já é falecido.
                 EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DO PARQUE DO FLAMENGO
                  Dentro da proposta urbanística de reorganização viária e paisagística,
           estabelecida pelo projeto para o Aterro do Flamengo, enquadram-se os
           equipamentos comunitários de requintada concepção arquitetônica, do próprio
           arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Os dois pavilhões de recreação, o coreto, e a
           pista de espetáculos ao ar livre, foram projetados em concreto armado, com
           linguagens plásticas semelhantes. Houve a preocupação de valorizar cada
           equipamento com um volume significativo, coerente com o conjunto de obras
           do entorno. Integra ainda o plano de Reidy o viaduto em frente ao Museu de
           Arte Moderna, obra viária das mais elegantes, cuja estrutura em concreto
           protendido (100m de comprimento, 10m de largura e 50m de vão) se lança
           suavemente em curva sobre a pista e pousa entre os jardins de Burle Marx.

            MARINA DA GLÓRIA - AV. INFANTE D. HENRIQUE S/NO. - PQ. DO FLAM.
                  A ampla área criada com o aterro do Parque do Flamengo foi destinada
           à construção de espaços para lazer com diversos equipamentos comunitários,
           restaurantes e marina, esta última projetada por Amaro Machado em 1976-78,
           e implantada em frente à enseada da Glória. O nível do aterro existente, com
           5m acima da maré média, foi considerado inadequado à finalidade do
           programa, tendo sido a cota geral reduzida para 2m. Neste nível foi implantada
           a sede, num só pavimento, com dependências para administração,
           treinamento, serviços de apoio e comercialização de artigos náuticos e
           depósito para 144 barcos de diversas categorias até 18 pés. Sua cobertura é
           um terraço-jardim que se prolonga pela praça, determinando uma interação
           com o meio, o que traduz o cuidado do arquiteto em não agredir a paisagem.
           Foram projetados ancoradouros para 200 barcos de vários tamanhos, cada um
           com instalações independentes de água e luz. Dentre os barcos ali amarrados,
           são atrações turísticas: o Iate Lady Laura III, de Roberto Carlos; o Iate
           Casablanca, da Saveiro`s Tour, e outros. Possui estacionamento próprio.

               RESTAURANTE PORCÃO RIO`S - AV. INFANTE D. HENRIQUE, S/N.
                 O restaurante integra-se ao projeto de urbanização para o Parque do
           Flamengo, tombado pelo IPHAN. Na elaboração do projeto, em 1978, a falta de
           um programa definido levou o arquiteto Marcos Konder Netto a uma concepção
           que admitisse grande flexibilidade de uso. Assim, foram previstos restaurante,
           salão de banquetes e recepções e bar. O terreno plano, debruçado sobre a
           Baía de Guanabara, induziu a um partido que favorecesse o desfrute da vista.


                                                                                          16
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Para reforçar tal objetivo, o piso do restaurante foi elevado 1,20m em relação
           ao nível do terreno, permitindo a criação de um nível semi-enterrado onde se
           localizam os serviços de apoio. A cozinha foi estrategicamente localizada no
           centro do prédio, de modo a servir a todos os setores, sem cruzamento de
           circulações. Uma vez que o prazo de execução era um fator fundamental,
           optou-se por uma solução estrutural modulada, com vãos de 5m x 5m, em
           concreto aparente. Elemento marcante no conjunto, a cobertura em “cascas”
           de concreto armado, tipo abóbada de aresta, fechadas lateralmente por placas
           translúcidas em tom avermelhado, cria internamente uma atmosfera atraente, e
           compõe com as vigas perimetrais, em arco abatido, que delimitam as varandas.
           O volume cilíndrico do castelo d`água, em concreto aparente, aflora do teto do
           restaurante em contraposição à horizontalidade dominante.

               MONUMENTO A ESTÁCIO DE SÁ - MORRO DA VIÚVA - FLAMENGO
                   Inaugurado em 01o. de março de 1973, todo em pedra do Rio de
           Janeiro, tendo sido projetado pelo arquiteto Lúcio Costa. Possui dois níveis. No
           inferior, está uma cópia do marco de fundação da cidade e a réplica da campa
           mortuária de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro (1542-1567). No andar
           superior, o marco comemorativo em forma de pirâmide, sendo que um dos
           vértices aponta para o morro Cara-de-Cão, local histórico da fundação. Era
           para também servir de mausoléu ao fundador, mas os Padres Capuchinhos,
           guardiães das relíquias do primeiro Governador, não cederam os restos
           mortais, alegando ser disposição testamentária de Estácio ser sepultado
           naquele solo sagrado.

             CIEP PRESIDENTE TANCREDO NEVES - RUA DO CATETE, S/NO. - CAT.
                  Os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública, ou “brizolões”,
           como são conhecidos, fazem parte do Programa Especial de Educação
           lançado pelo Governo do Estado durante a gestão de Leonel Brizola, que
           previa expandir a rede pública através da construção de 500 unidades em todo
           o Estado, além das “Casas da Criança”. Trata-se de projeto de Oscar
           Niemeyer, concebido em 1986 para atender a programa ambicioso: não
           apenas instruir mas dar apoio ao desenvolvimento das crianças e toda a
           comunidade local. Desse propósito, surgiu a idéia de agrupar no térreo serviços
           que pudessem ser utilizados independentemente da escola: refeitório, cozinha,
           gabinete médico/dentário, além de ginásio e biblioteca em dois volumes
           autônomos. Nos dois pavimentos superiores alinham-se 20 salas de aula com
           capacidade para 30 alunos cada. A intenção de conciliar economia,
           funcionalidade e rapidez na execução guiou a concepção e o detalhamento das
           peças pré-fabricadas em concreto armado que compõem todo o corpo da
           edificação. O peso e a dimensão dos elementos, cada pilar-viga alcança a
           altura total do prédio, dificultam o acesso deste sistema a certos locais
           peculiares do Rio, como morros e favelas.

                EDIFÍCIO SEDE DA MANCHETE - RUA DO RUSSEL, 804 - GLÓRIA
                    Trata-se de edifício construído em duas etapas (1966 e 1976), para
           sediar a Bloch Editores, concebido por Oscar Niemeyer a nível de estudo
           preliminar e desenvolvido pelo departamento de arquitetura da empresa. O
           projeto procurou adaptar o programa ambicioso ao terreno exíguo, definindo
           um bloco principal, com 12 pavimentos e subsolo que ocupa toda a testada do


                                                                                          17
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terreno, e um teatro situado nos fundos, ao qual se tem acesso pelo
           terraço/jardim ao nível do 3o. piso. A estrutura do bloco principal corresponde
           basicamente a três linhas de pilares, que configuram andares corridos
           organizados por divisórias de madeira e vidro. Em relação aos materiais
           empregados, o cliente fez questão de escolher todos os acabamentos, sem
           restrições econômicas.


             EDIFÍCIO GUARABIRA – PRAIA DO FLAMENGO, 92 –
                              FLAMENGO
                  Grande edifício de apartamentos projetado em 1953 pelos Irmãos
           Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), esse prédio de linguagem moderna,
           incorpora uma fachada articulada, marca registrada dos projetos dos Irmãos
           Roberto no período, bem como elementos de plástico no fechamento dos vãos
           que dão para a rua. Foi o último projeto do famoso trio de arquitetos, que ficaria
           desfalcado com a morte de Milton naquele ano.

            COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO – RUA COSME VELHO, 241 – COSME
                                      VELHO
                   Fundado pelos Padres Lazaristas da Congregação da Missão. O prédio,
           em si, é um marco da arquitetura moderna, projetado em 1956 pelos arquitetos
           Rolf Hüther e Paulo Machado. O terreno com 16.500 m2 e topografia
           acidentada, com acesso direto à Rua Cosme Velho, foi adquirido com a dupla
           finalidade de abrigar a residência dos Padres Lazaristas – construída na
           encosta – e colégio, na área plana. A área destinada ao colégio, com cerca de
           2.400 m2, determinou o partido longitudinal em vários pavimentos, visando
           deixar o máximo de espaço livre para recreação. Foram localizadas nos dois
           primeiros pavimentos as salas de aula convencionais, de uso mais freqüente;
           no terceiro, as de uso eventual, como laboratórios, desenho e história natural; e
           no último, o auditório, de uso esporádico. O ruído constante do tráfego definiu a
           orientação das salas de aula para o interior do terreno, ficando a circulação
           mais exposta à rua, e protegida por painéis de cerâmica vazada, que atendem
           ao mesmo tempo à iluminação e ventilação dos ambientes. No geral, foram
           adotados materiais que mantivessem seu aspecto original com manutenção
           mínima, como revestimento plástico nas paredes e pisos, cerâmicas e pastilhas
           nas fachadas.

               CLUBE HEBRAICA – RUA DAS LARANJEIRAS, 346 – LARANJEIRAS
                  A Hebraica, Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa foi fundada em
           1954, na Rua das Laranjeiras. Sua sede, bastante moderna, foi projetada pelo
           arquiteto Henrique Mindlin, sendo inaugurada em 1960. É o maior centro
           cultural-recreativo fundado pelos judeus no Rio de Janeiro, animando
           consideravelmente a vida social do bairro.

                EDIFÍCIOS NOVA CINTRA/BRISTOL/CALEDÔNIA – RUA GAGO
            COUTINHO, 66 E RUA PAULO CÉSAR DE ANDRADE, 70 E 106 – PARQUE
                                GUINLE – LARANJEIRAS
                  Conjunto Residencial do Parque Guinle, composto por três edifícios
           projetados por Lúcio Costa em 1947 e construídos de 1949 a 1954. destacam-


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se na paisagem por sua concepção plástica arrojada e o uso de combogós nas
           fachadas atingidas pela insolação da tarde. Nas outras, o arquiteto usou
           materiais plásticos e concreto.
                 O conjunto é tombado pelo IPHAN desde 1986.

                CONSULADO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA – RUA
             PRESIDENTE CARLOS DE CAMPOS, 417 - ESQUINA DE RUA PINHEIRO
                             MACHADO – LARANJEIRAS
                  Construção moderna sob pilotis e grande balanço, projetada em 1952
           pelo arquiteto alemão Erich Marchio, mas, por fatores diversos, só completada
           em 1965. Na mesma ocasião, o Governador Carlos Lacerda inaugurou em
           frente à Escola Estadual Anne Frank, o que causou certo constrangimento.

                ESTAÇÃO DO METRÔ – RUA NELSON MANDELA – BOTAFOGO
                  Inaugurada em 1o. de setembro de 1981, pelo Presidente João Batista
           de Oliveira Figueiredo, o Ministro dos Transportes Mário David Andreazza e o
           Governador Antônio de Pádua Chagas Freitas. O projeto da estação, cuja
           construção se arrastou por dez anos, é muito pobre e ainda hoje incompleta, é
           do arquiteto Sabino Barroso. Por mais de 15 anos foi a estação terminal do
           Metrô Zona Sul, até ser inaugurada a Estação Cardeal Arcoverde, em
           Copacabana. Ainda em 1981, logo depois de inaugurar a linha 1 do metrô, com
           56 km de extensão, o então Presidente Figueiredo teve um princípio de enfarto,
           necessitando ser internado às pressas.

                       COLÉGIO PEDRO II – RUA HUMAITÁ, 80 – HUMAITÁ
                  A primeira iniciativa para se fundar uma unidade do tradicional Colégio
           Pedro II na Zona Sul surgiu em 1937, quando o Ministro da Educação, Cultura
           e Saúde Pública, Dr. Gustavo Capanema, determinou a instalação de uma
           nova unidade pedagógica nos terrenos do antigo Hospício de D. Pedro II, hoje
           UFRJ. O novo colégio seria erguido exatamente onde hoje está a casa de
           espetáculos “Canecão”. O Presidente Getúlio Vargas chegou a lançar a pedra
           fundamental da nova sede em dezembro de 1938, mas a eclosão da Segunda
           Guerra Mundial encareceu a construção civil a tal ponto que a obra foi de todo
           abandonada.
                  Somente em 1951 o assunto voltou à tona, mas o lugar escolhido para o
           colégio mudou, indo para o bairro do Humaitá. A 2 de dezembro de 1952,
           Getúlio Vargas, agora Presidente eleito, inaugurava a nova sede, em
           arquitetura moderna. Em fins do século XX, mais uma unidade foi criada no
           Humaitá, na Rua João Afonso, 51, denominada Humaitá 1. A velha sede é o
           atual Humaitá 2.

            EDIFÍCIO JOÃO M. MAGALHÃES – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 127 –
                                     BOTAFOGO
                 Grande edifício residencial de linguajar moderno, com oito pavimentos e
           148 apartamentos de diversas tipologias. Foi projetado em 1950 pelos Irmãos
           Roberto (Marcelo, Maurício e Milton), e construído, com alterações, de 1950 a
           55 pela Construtora Graça Couto. Os jardins são de Carlos Perry.
           AGÊNCIA DO BANCO BRADESCO – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 225
                                           – BOTAFOGO


                                                                                          19
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Projeto minimalista do arquiteto Paulo Hamilton Casé, famoso por
           grandes obras, como o Hotel Le Meridien, no Leme. A fachada simétrica foi
           uma tentativa de interpretação pessoal do pós-modernismo arquitetônico.
           Construção datada de 1985.

                 EDIFÍCIO-SEDE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - PRAIA DE
                                    BOTAFOGO, 190 - BOTAFOGO
                  A solução inicial previa dois blocos paralelos dispostos transversalmente
           à praia e ligados por um bloco baixo ao nível do 2o. pavimento, sobre pilotis. O
           projeto de 1955 de Oscar Niemeyer permaneceu incompleto e o único bloco
           construído foi o esquerdo, destinado a abrigar as atividades da Fundação. O
           bloco oposto seria dividido em pequenas salas para comercialização e no
           corpo de ligação estariam salões destinados a exposições, cinema e auditório.
           Na ocasião, o arquiteto lançou mão deste projeto a fim de apresentar uma
           proposta urbanística para a praia de Botafogo, segundo a qual, em toda a
           beira-mar deveriam ser executados edifícios semelhantes paralelos,
           eqüidistantes e com a mesma altura, visando a preservação da silhueta dos
           morros ao fundo e da paisagem natural circundante.

                  CENTRO EMPRESARIAL REPÚBLICA ARGENTINA - PRAIA DE
                                    BOTAFOGO, 228 - BOTAFOGO
                  O empreendimento de 1978 procura atender a empresas de médio
           porte, com pavimentos de 2 mil m2 de área e pilares periféricos, permitindo
           aproveitamento máximo dos espaços internos. A localização em terreno de 8
           mil m2, onde se situava o antigo palácio da família Guinle, e em sua fase final a
           Embaixada Argentina, sugeriu o agenciamento dos volumes ao redor de uma
           esplanada, para colocar em destaque as 15 palmeiras reais existentes. É
           marcante o desenvolvimento vertical do prédio principal: a partir da “plaza”
           foram projetados cinco pavimentos de garagem que compõem o
           embasamento, terminando com um pavimento de convenções que serve de
           ligação ao corpo do prédio, projetado por Cláudio Fortes e Roberto Victor, com
           restaurante, auditório, salas de reuniões, bares e áreas de apoio. Acima deste
           nível existem 17 pavimentos-tipo e o coroamento do prédio, onde se localizam
           os equipamentos mecânicos. A necessidade de estacionamento foi suprida
           pelo edifício-garagem em corpo anexo, com tratamento uniforme em “curtain-
           wall”.

              EDIFÍCIO-SEDE DA CAEMI - PRAIA DE BOTAFOGO, 300 - BOTAFOGO
                   Edifício-sede das empresas do Grupo Caemi com 35.300m2 de área
           construída, sendo cerca de 2/3 para escritórios e 1/3 para garagens. O projeto,
           de 1982 executado pelos irmãos arquitetos Edison e Edmundo Musa,
           caracteriza-se pela concentração de todos os serviços em um núcleo central,
           que reúne prumadas de instalações, circulações verticais, sanitários e copas,
           ao redor do qual se desenvolve o salão em espaços modulados de 1,50m x
           1,50m, com grandes vãos estruturais. Foi adotado um sistema de platibandas
           horizontais de 1,50m, dispostas em todo o perímetro do edifício, que protegem
           o interior da insolação direta, servindo ainda como proteção corta-fogo e
           acústica.
                 EDIFÍCIO DO BANCO DO BRASIL – PRAIA DE BOTAFOGO, 384 –
                                               BOTAFOGO


                                                                                          20
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Projeto de 1965 de Marcelo Accioli Fragelli, de linguagem modernista,
           com requintado acabamento na fachada em mármore branco. Durante muitos
           anos o arquiteto travou intensa batalha judicial com o Banco do Brasil, para que
           o edifício fosse construído respeitando o desenho original, o que foi conseguido
           a muito custo.

               CENTRO EMPRESARIAL MOURISCO – PRAIA DE BOTAFOGO, 501 -
                                    BOTAFOGO
                  Edifício Comercial localizado na Praia de Botafogo nº 501, constituído de
           7 pavimentos, de aproximadamente 4.000m2 e 580 vagas, perfazendo uma
           área total construída de 42.749,61 m2 e área total privativa de 25.905,64 m2.
                  O lançamento do Empreendimento ocorreu em dezembro de 1995.
                  O Empreendimento foi entregue em agosto de 1998.

            CONDOMÍNIO RESIDENCIAL CASA ALTA – PRAIA DE BOTAFOGO, 528 –
                                    BOTAFOGO
                  Concebido em 1959 por Sérgio Bernardes como “loteamento vertical”, o
           projeto para o Condomínio Casa Alta representa proposta arrojada de
           concepção de espaços destinados à moradia, e foi elaborado para permitir total
           liberdade na organização dos espaços em função das características
           individuais de cada proprietário. Assim, a criação de lajes duplas, como
           plataformas autônomas, permite que cada unidade habitacional seja totalmente
           flexível. O conjunto arquitetônico está implantado sobre o pequeno Morro do
           Pasmado e compreende duas torres de base quadrangular com núcleo de
           circulação central, cuja acentuada verticalidade encontra contraponto no
           terceiro bloco, de predominância horizontal, com prumadas de circulação
           deslocadas para a periferia. O esquema de circulação de automóveis foi
           estudado de forma a interferir o mínimo possível no deslocamento de pedestres
           e na dinâmica do conjunto.

            ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - RUA. GENERAL SEVERIANO, 170
                                            – BOTAFOGO
                  A Associação Religiosa Israelita foi fundada na década de trinta, no Rio
           de Janeiro, por judeus centro-europeus que para cá haviam migrado quando
           das perseguições engendradas contra sua gente, principalmente na Alemanha
           (1933). Inicialmente, faziam suas reuniões em acomodações provisórias,
           dentre elas, o velho Pavilhão Mourisco, na Praia de Botafogo, um curioso
           prédio de linhas islâmicas e que inicialmente foi destinado a ser um
           restaurante. Com a demolição do edifício em início da década de 50 para a
           abertura do túnel do Pasmado (1952), os associados se uniram para adquirir
           um terreno e construir uma sede definitiva, se possível, próximo da anterior.
           Com muito custo, conseguiram um terreno na rua General Severiano, onde até
           então existia uma pequena escola pública.
                  O conjunto, projetado em 1958 pelo arquiteto Henrique Mindlin,
           compreende sinagoga, capela, salão para reuniões e festas, salas de aula,
           serviços administrativos e áreas de apoio. Localiza-se em área pouco
           adensada, em terreno de aproximadamente 1.300m2, com acesso por dois
           logradouros, havendo entre estes um desnível de cerca de 10m. com estas
           características do terreno e peculiaridades do programa, o arquiteto optou por


                                                                                          21
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dividir o corpo principal em dois níveis: no 1o. pavimento se localiza a sinagoga,
           com capacidade para 600 pessoas, e no nível inferior, salão de festas, para
           400 pessoas. Concentram-se os demais serviços em bloco de seis pavimentos
           ao longo da fachada posterior, acessível por rampas laterais. Este bloco, em
           conjunto com a colunata do pórtico, cria os elementos estruturais que
           sustentam a cobertura em cabos de aço que, na sua curvatura, evoca as
           tendas das primitivas tribos judaicas.
                   A construção contou com o apoio da empresária Regine Feigl, dona do
           então edifício Avenida Central, na av. Rio Branco, projetado e construído em
           1958/61 pelo mesmo arquiteto. Aliás, conta-se que a sinagoga foi erguida com
           as “sobras” dessa obra.
                   O mirante do morro do Pasmado, ao fundo da obra, foi recentemente
           batizado de Parque Itzak Rabin, em homenagem ao famoso líder israelita
           assassinado por extremistas.

            RIO SUL SHOPPING CENTER - RUA LAURO MULLER, 116 – ESQUINA DE
                               AVENIDA LAURO SODRÉ - BOTAFOGO
                  Projeto elaborado pelo arquiteto Ulisses Burlamaqui, vencedor de
           concurso privado realizado em 1975 para implantação do primeiro “shopping
           center” urbano da cidade. O partido consiste em um embasamento, para
           comércio e estacionamentos, conjugado a uma torre de escritórios de planta
           quadrangular, como os volumes vizinhos. O sistema estrutural compõe-se de
           núcleo central (circulação vertical, dutos, lixo, sanitários, etc.) e oito apoios
           periféricos que abrigam equipamentos de ar condicionado, interligados em
           andares alternados por treliças em concreto protendido moldadas “in loco”. A
           profundidade dessas treliças, conjugada com as passarelas externas, reduz a
           carga térmica nas fachadas e proporciona proteção corta-fogo entre pisos. O
           sistema viário em torno do terreno foi estudado, e optou-se por dividir o
           estacionamento em diferentes níveis com entradas e saídas próprias e ligações
           internas. O tratamento externo do embasamento evidencia o apelo visual
           desejado: as fachadas foram tratadas como veículo de comunicação,
           sinalizando os acessos principais e informando sobre os eventos do shopping.
                   O estabelecimento foi inaugurado em 1981.

              TEATRO VILLA-LOBOS - AV. PRINCESA ISABEL, 440 - COPACABANA
                  Iniciativa da Funterj-Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro,
           este empreendimento de 1977 se implantou em terreno doado pelo governo do
           Estado durante a gestão Faria Lima. Dadas as limitações físicas, o programa
           foi resolvido pelo arquiteto Raphael Matheus Peres em patamares: a partir do
           nível da rua amplas escadarias conduzem às bilheterias, destas ao foyer e daí
           à platéia, que comporta 500 pessoas. No subsolo, cujo nível foi determinado
           pela existência de instalações subterrâneas, foi implantada a escola de balé,
           que compreende espaços para ensaio e aquecimento, vestiários, camarins,
           serviço médico e administração. Para atender aos artistas, o teatro dispõe
           ainda de um bloco de quatro pavimentos com camarins individuais e coletivos,
           salas de ensaios e preparação e cantina. Durante a execução da obra, foi
           incorporado um pequeno terreno anexo para o qual o arquiteto projetou um
           teatro de marionetes, integrado ao conjunto por pequenos arcos que
           acompanham o ritmo da fachada principal.



                                                                                          22
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HOTEL MERIDIEN - AV. ATLÂNTICA, 1020/AV PRINCESA ISABEL - LEME
                  O projeto dos arquitetos Paulo Casé e Luís Acioli, de 1973, beneficiou-
           se da legislação especial surgida na época que, sob alegação de incentivo ao
           turismo, liberou o gabarito de edificações destinadas a instalações hoteleiras.
           Assim, numa faixa litorânea de gabarito máximo fixado em 12 pavimentos foi
           inserido um edifício três vezes mais alto. Este hotel de alto padrão compreende
           535 unidades e 33.500m2 de área construída. Os acessos foram localizados
           em função das características das vias que circundam o terreno, com entradas
           independentes para o público em geral, hóspedes, banhistas e serviço. A torre
           de apartamentos foi projetada e localizada de modo a atender à necessária
           concentração de serviços e liberar a maior parte do terreno para piscina e
           restaurantes, situados no embasamento. A implantação da piscina na esquina
           das avenidas Atlântica e Princesa Isabel favorece a visão global da praia e
           permite insolação durante a maior parte do dia. A exiguidade do terreno
           determinou a construção de um edifício-garagem privativo a 100m do hotel.
           Devido à limitação de altura, a caixa d`água superior foi substituída por uma
           cisterna, que comporta 1,5 milhão de litros, estudada volumetricamente para
           dar estabilidade à estrutura do prédio. As fachadas reafirmam a verticalidade
           do edifício, valorizando os elementos estruturais, revestidos de mármore, que
           se destacam sobre as superfícies envidraçadas. Apesar de não serem
           permitidas por lei, as aberturas na divisa lateral foram liberadas por serem fixas
           e indevassáveis. Também levou-se em consideração ser esta solução mais
           apropriada que a tradicional, que seria “colar” o prédio no vizinho.

                  POSTOS DE SALVAMENTO – AVENIDAS ATLÂNTICA/VIEIRA
                 SOUTO/DELFIM MOREIRA – COPACABANA/IPANEMA/LEBLON
                  Em 1924, o Prefeito Alaôr Prata mandou edificar postos de salvamento
           na orla marítima da cidade, principalmente nas praias oceânicas. Colocados
           em intervalos regulares de 900 metros, acabaram por demarcar áreas
           específicas das praias, além, é claro, de cumprirem suas funções originais. Os
           banhistas marcavam encontros usando os postos como balizas. Em 1975,
           esses postos, em estilo art-déco, estavam já tecnologicamente superados e
           muito danificados, o que impôs sua substituição. Os novos postos foram
           projetados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Wladimir Bernardes, e foram
           colocados em toda a orla oceânica, inclusive nas novas praias da Barra da
           Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Mantendo o mesmo espaçamento, são de
           formato aerodinâmico, em concreto aparente, possuindo sanitários e chuveiros
           para banhistas, além das instalações para salva vidas.

               POSTOS DE ABASTECIMENTO DA AV. ATLÂNTICA - COPACABANA
                   Concebido pela mesma equipe de arquitetos e na mesma época em que
           foi realizado o Posto Catacumba (1968, Dilson Gestal Pereira, Waldyr A .
           Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos), este projeto segue a
           intenção promocional do anterior. Planejado em quatro pontos ao longo do
           canteiro central da av. Atlântica, segundo idéia do Governo do Estado da
           Guanabara, de viabilizar as obras de alargamento da avenida através da venda
           dos terrenos à Petrobrás Distribuidora S.A . Extremamente polêmico, devido a
           sua situação particular, o projeto procurou se integrar à paisagem minimizando
           o atrito visual. A solução encontrada demonstra a preocupação dos arquitetos
           em amenizar o contraste com a paisagem, mantendo em destaque a praia de


                                                                                          23
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Copacabana, cartão postal do Rio de Janeiro. Novamente a cobertura domina
           a composição. Seu desenho surgiu da idéia de um cálice, ou uma papoula, e
           evoluiu para quatro pétalas em fibra de vidro que, ao se tocarem, dão rigidez à
           estrutura. O encontro dessas pétalas é marcado por uma cúpula de vidro
           translúcido. A continuidade visual foi assegurada pela solução para áreas de
           escritório e vendas, localizada numa caixa de vidro transparente, e as
           dependências de depósito e serviço, num pavimento enterrado, com iluminação
           zenital.

             HOTEL INTERNACIONAL RIO - AV. ATLÂNTICA, 1500 - COPACABANA
                  O hotel foi construído em terreno reduzido de 400m2, num projeto de
           1986 elaborado por Cláudio Fortes e Roberto Victor. Projetado inicialmente
           como hotel-residência, foi modificado para uso hoteleiro, o que incentivou os
           arquitetos a lhe conferir uma personalidade marcante que caracterizasse sua
           nova função, destacando a edificação do conjunto de prédios da av. Atlântica.
           O volume é composto por um corpo de 13 pavimentos sobre embasamento e
           recebeu tratamento em vidos bronze e esquadrias pintadas de vermelho em
           composição com os pilares cilíndricos externos ao edifício revestidos em
           granito marrom-avermelhado. Em vista da proposta, inédita no Rio, de dar
           atenção especial aos executivos em viagens de negócios, foram criadas
           condições especiais para garantir funcionalidade no atendimento e na
           prestação de serviços extras. Além de restaurante, bares, piscina, sauna e
           garagem, o hotel tem salões de convenções, serviço de secretária bilíngüe,
           escritórios para hóspedes e todo apoio tecnológico mais avançado.

             HOTEL RIO OTHON PALACE - AV. ATLÂNTICA, 3.264 - COPACABANA
                  A liberação do gabarito para edificações destinadas a serviços de
           hotelaria favoreceu a implantação desse edifício na av. Atlântica. O anteprojeto,
           elaborado por Arthur Lício Pontual, vencedor de concurso privado em 1968, foi
           retomado no período 1971-72, após sua morte, por uma equipe de arquitetos
           encabeçada por seu irmão Davino Pontual. Dadas as dimensões exíguas do
           terreno, de 1.600m2, o partido adotado foi o de uma torre de 28 pavimentos
           afastada das divisas; sobre embasamento com sete pavimentos, onde estão
           serviços gerais e garagem, com ocupação integral do lote. A disposição do
           pavimento-tipo em “U”, abraçando a garagem vertical, possibilitou a liberação
           de três subsolos, construídos simultaneamente com a superestrutura, para
           instalação de todos os equipamentos e serviços de apoio. No térreo, a criação
           de uma rua interna facilita a circulação de hóspedes e visitantes.
           Externamente, o edifício harmoniza o emprego de elementos estruturais em
           concreto aparente com um jogo volumétrico de sacadas e superfícies brancas.

                EDIFÍCIO JUSTUS WALLERSTEIN – AVENIDA ATLÂNTICA, 3.958 –

                                            COPACABANA

                 Projeto moderno de Sérgio Bernardes, datado de 1960. houve especial
           cuidado do arquiteto com desenho dos elementos pré-fabricados.

              CONGREGAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA SINAGOGA BETH-EL – RUA
                       BARATA RIBEIRO, 489 – COPACABANA


                                                                                          24
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Arquitetura
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Arquitetura

  • 1. PALÁCIO GUSTAVO CAPANEMA - RUA DA IMPRENSA, 16 - CASTELO Marco fundamental da arquitetura moderna brasileira, o edifício do antigo Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, representa a primeira realização, em grande escala e a nível internacional, das idéias de Le Corbusier. O projeto resultou de uma grande polêmica cultural: o concurso de anteprojetos, realizado em 1935, foi ganho por Archimedes Memória; no entanto, devido à decisão do ministro Gustavo Capanema, formou-se uma equipe de jovens arquitetos, encabeçada por Lúcio Costa, composta com Oscar Niemeyer, Carlos Leão, Jorge Moreira, Affonso Eduardo Reidy e Ernâni Vasconcelos, para desenvolver um novo projeto atualizado com as conquistas tecnológicas e culturais da época, que teve orientação do próprio arquiteto suíço Le Corbusier, principal apóstolo do movimento pela arquitetura moderna no mundo, no desenvolvimento do partido. Construído de 1936 a 1944, desde sua concepção volumétrica e espacial até os mínimos detalhes de execução, realizou-se uma inovação radical no campo da arquitetura. Basicamente, o conjunto constitui-se de três corpos inter-relacionados: administrativo, auditório e salão de exposições. O bloco principal tem 14 pavimentos sobre pilotis de 10m, e recebeu tratamento diferenciado nas duas fachadas, de acordo com a incidência solar: o lado norte, com brises móveis horizontais, estruturados em placas fixas verticais, enquanto o lado oposto foi tratado como um grande pano de vidro. Em decorrência da modulação estrutural e da disposição das circulações verticais nas extremidades da torre, o pavimento-tipo foi liberado, sendo os ambientes de trabalho definidos por armários-divisórias de 2m de altura. A complementação foi entregue a artistas de destaque na época: Cândido Portinari(murais das dependências do ministro e desenho do painel de azulejos no pilotis); Roberto Burle Marx(jardins); Celso Antônio, Bruno Giorgi, Jacques Liptschik(esculturas). A extraordinária implantação do edifício, permitindo criação de áreas livres e jardins à sua volta, revela-se como solução exemplar de integração arquitetura/espaço urbano. Este aspecto, aliado à rigorosa disciplina plástica e concisão de meios formais utilizados na linguagem arquitetônica, confere a este edifício uma posição de absoluto destaque na história da arquitetura moderna brasileira. ESTAÇÃO CENTRAL DO AEROPORTO SANTOS DUMONT - PRAÇA SALGADO FILHO O projeto do Aeroporto Santos Dumont foi resultado de um concurso público realizado em 1937 pelo Ministro Salgado Filho, no qual sagraram-se vencedores os arquitetos Marcelo Roberto e Milton Roberto. Dificuldades econômicas resultantes da Segunda Guerra Mundial resultaram em cortes no projeto e atraso nas obras, somente entregue inaugurado ao público em 1944. É considerado o aeroporto mais próximo de um centro urbano (1,5 km), apesar do que, três de seus lados são abertos para a Baía de Guanabara. Internamente, possui ótima circulação e funcionalidade, e, apesar de projetado numa época em que não existiam nem o radar e a aviação à jato, pôde o Santos Dumont ser adaptado aos novos usos com rara felicidade. Possui em seu interior dois painéis em afrescos homenageando os pioneiros da aviação e a aviação moderna. Adulterações mal feitas no prédio, no correr dos anos, deturpou-o consideravelmente, até que um incêndio em 1998 levou a 1 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 2. uma restauração integral, restituindo-lhe a primazia dentre os aeroportos brasileiros para aviação comercial nacional. O jardim da praça fronteira foi projetado por Roberto Burle Marx e constituiu-se em sua primeira experiência com plantas tropicais, tendo sido um ensaio para a obra paisagística do Aterro do Flamengo, vinte anos depois. CENTRO CULTURAL DA AERONÁUTICA - CASTELO Em 1936 a extinta empresa aérea PANAIR abriu concurso público para o projeto de sua nova estação de hidro-aviões. Sagrou-se vencedor o arquiteto Atílio Correa Lima, com um desenho de linhas moderas, inspirado na Ville Savoie, do arquiteto suíço Le Corbusier. Dois anos depois estava inaugurada. Sua finalidade era servir de estação para os hidro-aviões. Possui dois pisos, ligados por elegante escada em espiral, de concreto, amplos salões e dependências para passageiros. Com a evolução da aviação comercial e o abandono dos hidro-aviões, o prédio foi cedido em 1941 para o Ministério da Aeronáutica, que ali instalou o seu clube. Com a construção do novo edifício do clube da aeronáutica, nos anos 80, ao lado, foi a histórica construção convertida em Restaurante e, depois de algum tempo, em Centro Cultural da Aeronáutica, com farta biblioteca e arquivo, maquetes, comendas, medalhas e lembranças diversas, documentando a história da aviação no Brasil. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA - R ARAÚJO PORTO ALEGRE Projeto dos arquitetos Marcelo e Milton Roberto, escolhido em concurso nacional de anteprojetos (1936) e que, após sua conclusão (1938), tornou-se a primeira obra de grandes proporções da arquitetura moderna no Brasil. Solução de grande inovação e impacto para a época, utiliza o quebra-sol (brise soleil) vertical como elemento principal de revestimento das fachadas na esquina ensolarada. Os espaços internos são protegidos por uma superfície envidraçada com esquadrias de madeira que estabelece uma circulação secundária e uma zona de dispersão do calor entre ela e a superfície externa. O hall no térreo é amplo, livre e direto e no coroamento do edifício localizam-se um restaurante e terraço-jardim de autoria de Burle Marx. O revestimento externo é todo em mármore travertino importado e os quebra-sóis verticais, projetados inicialmente em duralumínio, foram executados em concreto pré-moldado com base de cimento branco, para oferecer aspecto mais homogêneo à fachada. O prédio é tombado pelo IPHAN. PALÁCIO DA JUSTIÇA - AV. ERASMO BRAGA C/ RUA DOM MANUEL Reunindo todas as atividades do judiciário, antes espalhadas por diversos edifícios, o Palácio da Justiça, inaugurado em 08 de dezembro de 1974, abriga os cartórios e varas cíveis e criminais, ofícios de tabelionato, o juizado de família, os tribunais de instância superior do Estado do Rio de Janeiro, bem como a Escola da Magistratura. Do lado da avenida Erasmo Braga, estão as três estátuas da Justiça, Lei e Equidade, inauguradas em 25 de novembro de 1964, quando o prédio ainda estava incompleto, obras do artista Diocleciano Martins de Oliveira, desembargador e escultor. 2 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 3. CONSULADO DOS ESTADOS UNIDOS – AV. PRESIDENTE WILSON – CASTELO – CENTRO Edifício de arquitetura moderna e linhas sóbrias, foi projetado em 1948 pelo arquiteto americano Harrison Abramovitch, um dos mais conceituados profissionais daquele país. Concluído em 1952. Substituiu a antiga embaixada americana, que funcionava num pavilhão remanescente da Exposição de 1922. Funcionou como embaixada por vinte anos. Com a transferência do embaixador para Brasília, passou a sediar o consulado daquele país. O edifício possui paredes reforçadas e vidros à prova de balas, com barreira de aço na garagem e segurança ostensiva. Nos anos 60 e 70, sofreu apedrejamentos da massa estudantil inconformada com a política norte-americana e até uma tentativa de incêndio. Presentemente o governo norte americano estuda a transferência do Consulado para outro imóvel, haja vista a diminuição de sua representação no Rio de Janeiro. CENTRO EMPRESARIAL INTERNACIONAL RIO - AV. RIO BRANCO 1 Projetado pelos arquitetos Édison e Edmundo Musa em 1989, este edifício de 71 mil m2, destinado a abrigar o centro de comércio internacional do Rio, encontra-se implantado em lote de 3 mil m2 junto à Praça Mauá, tradicional zona portuária da cidade. São 18 pavimentos-tipo com 2 mil m2 cada, térreo, sobreloja e dez pavimentos de garagens, com capacidade de 740 vagas. Além das salas para escritórios e lojas, o edifício conta com pavilhão de convenções, restaurantes, salas de reunião, biblioteca e clube de executivos com cabeleireiro, ginástica e outros serviços. Visando a racionalização e funcionalidade que caracterizam o empreendimento, foram incorporados às instalações os recursos tecnológicos mais avançados, como sistemas automatizados para supervisão e controle predial, com diversos graus de complexidade. Formalmente, a solução explora uma imagem nitidamente identificada com o repertório “pós-moderno” das grandes metrópoles norte-americanas, expressando o poder econômico que o edifício está preparado para concentrar. É conhecido popularmente como “RB1”, pelos cariocas. EDIFÍCIO SEDE DO BANERJ - AV. NILO PEÇANHA O projeto dos arquitetos associados Henrique Mindlin e Giancarlo Palanti, construído em 1963/66, procurou responder às necessidades de complexidade funcional e, sobretudo, à posição de destaque que a instituição assumia a partir daquele momento na economia do recém criado Estado da Guanabara (originalmente o edifício era sede do BEG/Banco do Estado da Guanabara). A solução, monumental e imponente, tem por base a extrema racionalização dos espaços e da construção. Ao fundo do terreno concentraram-se todos os serviços, torres de infraestrutura e de elevadores que, articulados com dois grandes pilares frontais e com as vigas periféricas, definem o sistema estrutural do prédio, conferindo-lhe seu caráter e aparência final. Esse sistema proporciona um grande salão com frente para três ruas, livre de qualquer apoio ou divisão, com grande economia de área para circulação e de divisões funcionais, propiciando total flexibilidade em sua organização. 3 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 4. Com a venda do BANERJ em fins dos anos noventa, o prédio passou a sediar diversas secretarias de estado e, eventualmente, o gabinete do governador. EDIFÍCIO-SEDE CITIBANK - R. DA ASSEMBLÉIA/R. GONÇALVES DIAS O edifício, projetado em 1979 por Davino Pontual, Paulo de Souza Pires, Sérgio Porto e João do Nascimento Ribeiro, se insere em terreno de esquina, no coração da cidade, junto ao Largo da Carioca. Para atender às exigências da empresa, voltadas para a qualidade dos serviços prestados a seus clientes, buscou-se a tecnologia mais avançada aplicável à construção civil, segurança predial e bancária, optando por materiais e arranjos espaciais dentro de um contexto de máxima flexibilidade. Estabeleceu-se como critério tratar com independência os componentes de durabilidade diferente, de modo a facilitar eventuais modificações. Assim, os elementos de acabamento e instalações são autônomos em relação à estrutura; no entanto, a modulação de todo o edifício, de 1,25m, permite a integração de todos os projetos. Estruturalmente, a solução garante flexibilidade no remanejamento dos espaços, através da eliminação de pilares internos, com vigas e lajes protendidas vencendo vãos de 15m. A fachada, em painéis de alumínio anodizado, isolados com manta de lã de vidro e janelas de vidro “float” laminado, foi estudada para funcionar como isolante térmico e acústico, além de dotar o edifício de expressão singular na paisagem urbana. Por sua aparência, recebeu a alcunha popular de “marmitão”. SHOPPING AVENIDA CENTRAL - AV. RIO BRANCO C/ RUA SÃO JOSÉ Na época de sua construção, em 1957/61, o edifício distinguiu-se por uma série de características peculiares, não só com relação ao projeto arquitetônico de Henrique E. Mindlin, mas sobretudo à técnica construtiva e equipamentos utilizados. Localizada em terreno trapezoidal de 4.200m2, a edificação cobre a totalidade da quadra apenas nos três primeiros pavimentos, além dos dois subsolos. O aproveitamento comercial do embasamento permitiu a redução da taxa de ocupação para 40% na torre de escritórios, sem comprometer o equilíbrio econômico do empreendimento. A opção pela estrutura mista, pilares e vigas em aço e lajes em concreto armado, estabeleceu ritmo industrial à obra, concluída em menos de dois anos. Para liberar as salas de escritórios dos elementos estruturais, os pilares foram localizados na face externa das fachadas, e revestidos por peças de alumínio especialmente projetadas, como medida de proteção contra corrosão e fogo. Entre os diversos equipamentos e sistemas pioneiros utilizados, cabe destacar os primeiros elevadores com comando eletrônico, sistema central de ar condicionado e sistema pneumático de distribuição de água. HENRIQUE EPHIM MINDLIN – DADOS BIOGRÁFICOS Arquiteto modernista. Nasceu em São Paulo a 1o. de fevereiro de 1911, filho de Joseph Mindlin, rico empresário judeu russo e irmão do conhecido megaempresário José Mindlin. Formado em 1932 pela Escola de Engenharia Mackenzie, de São Paulo. Construiu muito em São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Autor do conjunto residencial para a Companhia Siderúrgica Mannesmann, em Barreiros, Minas Gerais (1955). No Rio, ganhou o 1o. Prêmio 4 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 5. do concurso público para o projeto do novo prédio do Ministério das Relações Exteriores, (1942, não construído); Hotel na Praia Vermelha, Urca, (1946, não construído); Casa de campo de George Hime, Bom Clima, Petrópolis (1949/52); depois projetou o Edifício Avenida Central, hoje Shopping Avenida Central, na Av. Rio Branco, Centro (1957/61); Edifício do Banco do Estado da Guanabara, hoje BANERJ, na Av. Nilo Peçanha, Castelo (1963/6); Sinagoga da Associação Religiosa Israelita, na Rua General Severiano, Botafogo (1958/68); Edifício Sede do Jornal do Brasil, na Av. Brasil, São Cristóvão (1966/9); Centro Social do Congresso Israelita, na Rua Antônio Carlos, São Paulo (1953); Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza (1964); Hotel Rio Sheraton, na Av. Niemeyer, Praia do Vidigal (1968); Hotel Intercontinental, na Praia da Gávea, São Conrado (1968/71), e muitos outros. Autor do livro “Modern Architecture in Brazil, editado no Brasil e na Holanda, pela Colibris (1956)”. Henrique Mindlin faleceu em 1971. ESTAÇÃO DO METRÔ - LARGO DA CARIOCA As estações do Metrô tiveram em comum um critério de valorização dos espaços públicos, através do dimensionamento das áreas de circulação, claro direcionamento dos fluxos e da utilização de materiais resistentes e de fácil manutenção. A estação Largo da Carioca, projetada em 1968 e entregue onze anos depois, sob concepção de Sabino Barroso, Jayme Zettel e José Leal, não difere das demais, embora seja uma das maiores, com previsão de tráfego futuro bastante intenso. Dada sua importância dentro da cidade e da rede, os arquitetos optaram por torná-la um marco urbano, aflorando-a do solo e realçando-a com uma cobertura de grande efeito plástico, que deixa transparecer evidente influência do projeto de Niemeyer para o Iate Clube da Pampulha, em Belo Horizonte, de 1961. O projeto para o Metrô/Rio foi premiado pelo IAB-RJ em 1968. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - AV. RIO BRANCO/LGO DA CARIOCA Desde 1944 lutava a Caixa Econômica por erguer sua sede própria. Fundada em 1861, funcionara inicialmente no pavimento térreo da antiga Câmara dos Deputados, no sobrado da Cadeia Velha, onde hoje está o Palácio Tiradentes. Em 1887, mudou-se para um palacete erguido na rua Dom Manuel, mas sua crescente expansão logo o tornou pequeno. Em 1940 passou a Caixa para um prédio na rua 13 de Maio, mas o sonho da nova sede nunca esmoreceu. Em 1951 foi comprado o velho palacete do Liceu de Artes e Ofícios, inaugurado em 1911 na avenida Rio Branco, ocupando toda a quadra entre esta avenida, a av. Almirante Barroso, rua Bittencourt da Silva e Largo da Carioca, um dos pontos mais nobres da cidade. Em 1955 foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, projetado pelos arquitetos Ney Gonçalves Fontes, Paulo Cardoso Mourão e João Alfredo Ortigão Tiedmann. Quando tudo estava já muito adiantado, ocorreu em março de 1964 o Golpe de Estado, resultando no afastamento de toda a diretoria por motivos políticos e a suspensão das concorrências, tendo sido todas as obras paradas por cinco anos. Foi o edifício parcialmente inaugurado em 1970. Mereceu especiais estudos sua caixa-forte, com mil metros quadrados, portas de 25 toneladas e fechaduras com 100 milhões de combinações, executada 5 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 6. pela mesma empresa que fez a caixas-fortes do Forte Knox, do Manhatann e do Federal Reserve Bank, nos Estados Unidos. Este magnífico imóvel, que levou vinte anos para ser concluído, foi presa de um incêndio em 1974 que destruiu-lhe toda a loja e vários pavimentos, sendo reconstruído em 1976. Foi batizado de “Palácio da Economia”. EDIFÍCIO-SEDE DO BNDES - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO Projeto de 1974 feito por uma equipe paranaense participante habitual de concursos de arquitetura, formada por Alfred Willer, Joel Ramalho Jr., José Sanchotene, Leonardo Oba, Oscar Mueller e Rubens Sanchotene, e que reflete a conciliação de várias condicionantes. Por um lado, atendimento ao programa; por outro, restrições estabelecidas pela proximidade de um monumento histórico, Convento de Santo Antônio, pela legislação local, que exige proporcionalidade entre as áreas para estacionamento e escritórios. Esta conciliação tornou-se possível com o partido adotado: aproveitamento integral do terreno ao nível do subsolo para fins de estacionamento e instalação de serviços específicos, e concentração dos escritórios em uma torre de base quadrada sobre embasamento em forma de tronco de pirâmide que abriga o saguão de entrada, acessos principais e algumas áreas destinadas à utilização especial. O teto do embasamento forma uma cobertura ajardinada, que constitui uma continuação visual do morro do convento e da estação Carioca do Metrô. Devido ao revestimento em vidro fumê, que economiza a aparelhagem de ar condicionado, recebeu este edifício a alcunha popular de “Idi Amin”, em lembrança ao ex-ditador ugandense. EDIFÍCIO-SEDE DO BNH - AV. CHILE - CENTRO As atividades administrativas do Banco Nacional da Habitação, extinto em 1986, foram distribuídas em dois prismas de área interna livre, conjugados a um terceiro, central, onde concentram-se circulações verticais, sanitários, áreas de apoio e de serviço. Este corpo é totalmente revestido de concreto, e os laterais são envoltos em cortinas de vidro intercaladas por montantes contínuos, contribuindo para a acentuada verticalidade da composição, que se completa com um teatro (Nelson Rodrigues), implantado junto a espelho d`água no piso de acesso. Projetou o prédio em 1968 os arquitetos Haroldo Cardoso de Oliveira e Rogério Marques de Oliveira. Integram-se ao conjunto arquitetônico os painéis, esculturas e luminárias de Carybé, Freda Cavalcante Jardim, Ernani Macedo, Ion Muresanu, Roberto Sá e Pedro Correa de Araújo. É deste último o painel em mármore aplicado sobre a parede externa do teatro. O povo carioca, sempre afeito à galhofa, cunhou ao prédio o apelido de “casa própria”. EDIFÍCIO SEDE DA PETROBRÁS - AV. REPÚBLICA DO CHILE - CENTRO Projeto vencedor de concurso nacional em 1968 por um grupo de arquitetos formados em São Paulo e estabelecido em Curitiba, formado por Roberto Luiz Gandolfi, José H. Sanchotene, Abraão Assad e Luiz Fortes Netto, todos com participação sistemática em concursos de arquitetura. O programa surgiu da necessidade de concentrar toda administração central da empresa, em terreno de 10 mil m2, na Esplanada de Santo Antônio, área central de 6 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 7. ocupação recente cuja principal característica é a escala monumental das edificações. Contrariando a solução tradicional, que corresponderia a uma lâmina vertical, os arquitetos conceberam uma estrutura quadrangular, guardando considerável distância em relação às edificações vizinhas. Basicamente, o projeto pode ser dividido em quatro setores: subsolos, embasamento, torre e coroamento. Nos dois subsolos estão garagem e serviços gerais, no embasamento, térreo 1o. e 2o. pavimentos, recepção e espaços culturais e, no coroamento, salas da diretoria e presidência e equipamentos de telecomunicações. Os 21 pavimentos para escritórios correspondem à superposição de plantas em cruz ou em “H”, intercaladas por pavimentos quadrangulares. Os vazios decorrentes, para ventilação e iluminação dos ambientes, receberam tratamento paisagístico por Burle Marx. No núcleo central, única parte em alvenaria, estão concentradas circulações e serviços: sanitários, copas, 25 elevadores, escadas, prumadas de instalações. A estrutura projetada por Emílio Baumgart é modulada, com intercolúnio de 12,5m e pilares em cruz, envolvidos por chapas de aço. Brises móveis de alumínio foram dispostos de acordo com a orientação solar: horizontais na fachada norte, e verticais, nas fachadas leste e oeste. O formato inusual do prédio foi motivo para que o povo o alcunhasse de “colméia”. CATEDRAL DE SÃO SEBASTIÃO - AV. REPÚBLICA DO CHILE Desde o século XVIII a Sé do Rio de Janeiro esteve em sedes provisórias, haja vista a ruína da Igreja do morro do Castelo. Perambulou o cabido sucessivamente pelas igrejas da Santa Cruz dos Militares (1703/04 e 1734/37), São José (1704/34), Rosário (1737/1808) e Carmo (1808/1976). Em 1953 intentou-se construir a nova Catedral no Atêrro do Flamengo, mas, em seu lugar, construiu-se o Museu de Arte Moderna. Já em 1960, foi doado à Mitra um extenso lote na esplanada de Santo Antônio, confirmada pelo Governador Carlos Lacerda em 1963. Neste mesmo ano, são feitas as plantas pelo arquiteto Edgar de Oliveira da Fonseca, sendo a pedra fundamental lançada em 1964 pelo Cardeal e o Governador Lacerda. A construção propriamente dita começou ano seguinte, pela firma Severo e Villares. O formato cônico da Catedral exigiu fundações custosas e estruturas em concreto e aço muito complexas, demorando assim a construção doze anos. Com cem metros de base, noventa de altura e capacidade para mais de 10 mil fiéis, o conjunto só tomou a forma atual em 1971. Neste ano, o arquiteto Padre Paulo O.S.B., projetou todo o interior, sacristia e pia batismal alterando o projeto do arquiteto Edgar Fonseca. A planta interna obedeceu à nova orientação pedida no Segundo Concílio Vaticano, de 1960, sugerindo que as novas igrejas não deveriam privilegiar lugares internos, surgindo daí as famosas igrejas circulares. A decoração interna é simples e ainda incompleta, ressaltando-se porém os quatro belos vitrais versando sobre as virtudes da Igreja Católica e os belos painéis que ladeiam o altar, talhados em esteatita por Humberto Cozzo em 1971, que também executou o grupo escultórico da enorme cruz suspensa sobre o altar. No subsolo, funciona um ossuário com 20 mil gavetas e capela, um ossuário Episcopal, Museu de Arte Sacra, Arquivo da Arquidiocese, Banco 7 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 8. da Providência, Sedes de Pastorais, estacionamentos e escritórios, bem como outras repartições da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Todo o conjunto, que se inspira nitidamente na Catedral de Brasília, foi inaugurado ainda incompleto em 16 de novembro de 1976, data comemorativa do tricentenário do Bispado do Rio de Janeiro. Quando da visita ao Brasil do Papa João Paulo II, em junho de 1980, promoveu-se outra inauguração. Em 1985 inaugurou-se a torre sineira, com seu carrilhão. EDIFÍCIO SEDE DO BANCO BOAVISTA - PRAÇA PIO X/R. DA QUITANDA Implantado em lote de esquina no centro da cidade, este projeto de Oscar Niemeyer, de 1946, apresenta solução de grande criatividade ao atender à legislação vigente, que exigia o recuo do pavimento térreo visando a criação de galerias dos dois lados da av. Presidente Vargas. O edifício compreende subsolo, térreo, mezanino e mais dez pavimentos-tipo, com planta livre. A estrutura é modulada e independente da fachada e a circulação vertical foi concebida em dois blocos, para atender independentemente ao banco e aos pavimentos destinados a aluguel. Elemento fundamental na composição é a parede de fechamento do térreo, em tijolos de vidro, de desenho sinuoso e elegante que valoriza a volumetria do edifício e enriquece o ambiente interno da agência bancária. As três fachadas receberam tratamento diferenciado: a fachada sul (frontal), sobre a qual praticamente não incide sol, é inteiramente envidraçada; a oeste(lateral) foi tratada com quebra-sol vertical de madeira, ajustável à mudança de angulação de incidência solar conforme a época do ano; e a norte(posterior) foi resolvida com brises horizontais estruturados em placas fixas de concreto. O painel em mosaico no pórtico de entrada é de autoria de Paulo Werneck e o mural no mezanino, de Cândido Portinari. O prédio é tombado pelo Estado. EDIFÍCIO SEDE DO BANCO ALIANÇA (HOJE ITAÚ) - PRAÇA PIO X, 99 Prédio singelo projetado por Lúcio Costa em 1960, que busca superar as condições desfavoráveis do lote urbano com solução de grande simplicidade e adequação plástica e funcional. Na fachada nota-se a reinterpretação de elementos tradicionais de arquitetura no Brasil, como a treliça e o azulejo, ajustando-os às exigências e comportamentos contemporâneos, e com função de amenização do impacto solar no posicionamento do lote. No coroamento do edifício há liberação de uma área frontal com introdução de terraço-jardim de grande efeito para as áreas internas adjacentes. BIBLIOTECA PÚBLICA ESTADUAL - AV. PRES. VARGAS - CENTRO Fruto de tumultuado concurso público nacional, vencido em 1985 pelo arquiteto Glauco Campello, a Biblioteca respondeu ao objetivo de proporcionar um ambiente aberto e confortável aos interessados em leitura, pesquisa e estudos. Durante o desenvolvimento do projeto, o arquiteto decidiu compatibilizá-lo à estrutura montada pela administração estadual para construção dos CIEPs, empregando peças pré-fabricadas em concreto que, quando articuladas, originam um arcabouço capaz de ser construído em curto prazo. 8 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 9. Os espaços arquitetônicos são definidos pela própria estrutura: no nível semi-enterrado estão os serviços de apoio, pequeno auditório e salas de usos múltiplos, e no térreo grandes salões para sistemas de comunicação não convencionais, espaços para exposições e biblioteca. A parte superior, à qual se tem acesso por rampa ou escada, é totalmente destinada à leitura, e recebe iluminação através da cobertura. O espaço é amplo e generoso e os compartimentos(salas de leitura e vídeo) tem divisórias à meia-altura, para não comprometer a continuidade espacial. Há previsão para um bloco anexo, destinado à administração. CENTRO DE CONTROLE OPER. E DE MANUTENÇÃO DO METRÔ Conjunto destinado a abrigar o setor administrativo, centro de controle operacional e de manutenção do Metrô. Na ocupação da área, um amplo terreno na av. Presidente Vargas, próximo à Praça XI, a equipe da IESA - Internacional Engenharia S. A ., que o projetou em 1981, considerou as construções existentes ao longo da av. Presidente Vargas e o viaduto São Sebastião, que corta o terreno no sentido transversal. Embora projetadas independentemente, nota-se a preocupação em dotar as unidades de ritmos complementares, ainda que com tratamento bastante diferenciado. O centro de controle, localizado num dos extremos do terreno, é o volume dominante do conjunto, com sua fachada movimentada por elementos de concreto e vidro. Já os galpões do centro de manutenção, com garagens e oficinas para reparo de trens e equipamentos, têm cobertura de abóbadas de concreto. As edificações complementares: refeitório, posto de abastecimento, almoxarifado, etc., constituem unidades autônomas, organizadas ao longo do eixo longitudinal do terreno. CENTRO EDUCACIONAL CALOUSTE GULBENKIAN - PRAÇA XI O programa objetivava a criação de uma escola para monitores e especialização de professores de artes plásticas, cênicas e musicais. A parte prática seria exercida em pequena escola anexa, atendendo a alunos de jardim de infância e primário, a ser integrada à rede de ensino estadual. O projeto foi desenvolvido em 1968 pelas arquitetas Rizza Paes Conde e Cleia Braga, na Secretaria de Educação, a partir de extensa discussão com professores especializados que, posteriormente, viriam a fazer parte do corpo docente da escola. Atendendo posturas urbanísticas da área e, simultaneamente, visando simplicidade na construção e uso, adotou-se solução horizontal, com três pavimentos, que abrigam espaços organizados de acordo com as afinidades entre cursos. O conforto térmico-ambiental é garantido por dois pátios internos, circulações cruzadas de ar, controláveis nos diversos ambientes, varandas e “brise-soleil” nas fachadas ensolaradas. Concreto e tijolos aparentes são os materiais predominantes. PASSARELA DO SAMBA - R. MARQUÊS DE SAPUCAÍ - CATUMBI/PÇA XI Os trabalhos mais recentes de Oscar Niemeyer, em oposição a seus trabalhos iniciais, caracterizam-se pela escala monumental, e são sempre ponto focal de polêmicas acirradas. A Passarela do Samba, primeira obra dessas proporções no Rio, veio substituir o tradicional monta-desmonta das arquibancadas para o carnaval. Além da passarela, o “Sambódromo” inclui 9 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 10. escolas para 16 mil alunos, Museu do Carnaval e Praça da Apoteose, introduzida como inovação nos desfiles, com espaço para festivais e atividades culturais. A configuração peculiar do terreno interferiu no partido e na definição da implantação: de um lado da avenida foi implantado um longo bloco de camarotes e, do outro, as arquibancadas, separadas em seis blocos de 30m sobre pilotis para permitir ao povo acompanhar o desfile em toda sua extensão(na verdade, este espaço passou a ser ocupado por cadeiras, de comercialização garantida). O final da passarela se abre numa grande praça, a Apoteose, coroada com um arco que assinala o fecho da composição e sustenta o equipamento de som. O concreto, elemento fundamental na arquitetura de Niemeyer, foi adotado em elementos pré-fabricados, viabilizando prazos reduzidos de execução. No caso em questão, a obra foi inaugurada em princípios de março de 1985, depois de apenas 120 dias de construção. A pista de desfiles mede 50m x 700m, totalizando 35 mil m2. A Praça da Apoteose possui 300m de extensão e 24 mil m2 de área. As arquibancadas podem conter um máximo de 86 mil pessoas sentadas. A área total de construção atinge a 65 mil m2. A altura máxima das estruturas atinge 18m(altura de um prédio de seis andares). 10 mil pessoas são necessárias para mantê-la funcionando nos quatro dias de carnaval. 16 ruas são fechadas nessa ocasião. Quatro passarelas de pedestres são retiradas para passarem os carros alegóricos. Quatro meses de preparação são necessários para funcionar os quatro dias de carnaval. Os cabos elétricos para iluminação da pista atingem 17km se enfileirados. Foi calculista da obra o engenheiro José Carlos Sussekind. Dirigiu a construção o engenheiro Luís Otávio Brizola. A construção foi executada sob consórcio de várias empresas, em especial a Mendes Júnior, Carioca, Erevan e Presidente. OSCAR NIEMEYER SOARES FILHO - DADOS BIOGRÁFICOS Nasceu no Rio de Janeiro em 1907, filho de pais abastados, com tradição de grandes engenheiros na família. Arquiteto, diplomou-se em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes. Trabalhou inicialmente no escritório de Lúcio Costa, como desenhista. Fez parte da equipe que, à partir de 1936, projetou o prédio do Ministério da Educação, Cultura e Saúde Pública, partindo de um estudo de Le Corbusier. Chefiou essa equipe a partir de 1939, em substituição a Lúcio Costa, com quem projetou, no mesmo ano, o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York, tendo colaborado nesse projeto o arquiteto Paul Wiener. Executou os projetos para o bairro da Pampulha, em Belo Horizonte: Capela, Cassino, Casa de Bailes e Iate Clube, entre 1942 e 1943. Projetou o Grande Hotel de Ouro Preto (1940) e o Colégio de Diamantina (1943), para o SPHAN, numa tentativa ousada de combinar o mais precioso conjunto de arquitetura colonial com a construção moderna. O arrojo da plástica e a originalidade da concepção já eram, então, características marcantes da obra de Niemeyer. Projetou e executou o Hospital da Sulamérica (1949); sua casa nas Canoas (1951); conjunto do Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951/54), para as comemorações do IV Centenário da capital paulista; Museu de Arte Moderna, em Caracas (1953); Quarteirão Hansa, em Berlin (1955); além de muitíssimos outros projetos no Rio, São Paulo e Belo Horizonte. Foi o autor dos 10 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 11. grandes conjuntos de Brasília: Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada, Supremo Tribunal Federal, Palácio do Congresso, Ministérios, Palácio Itamaraty, Catedral, Universidade, Teatro Nacional, blocos residenciais, etc., (1957-1967); e, em época mais recente, o Memorial JK, em 1983. Impedido de trabalhar pelo regime militar, auto-exilou-se na Europa em fins dos anos sessenta, tornando, por sua vez, sua obra universal, com construções na União Soviética, França, Itália, Argélia, Angola, Israel, Portugal, etc. Retornando ao Brasil na década de setenta, recebeu muitas encomendas, principalmente no Estado do Rio de Janeiro: CIEPs (1983-92), com mais de cem construídos; Sambódromo (1983-84); bem como projetos menores, casas, monumentos, o belíssimo Museu de Arte Contemporânea, de Niterói (1995-97), considerado por ele mesmo sua obra prima; e o Memorial da América Latina, em São Paulo (1996-98), onde expõe, no concreto sem revestimento, de maneira artística e crítica e na cidade mais rica da América Latina, toda a opressão sofrida por este continente em séculos de colonialismo e exploração. É considerado pela crítica mundial como o maior arquiteto vivo do ocidente, bem como possuidor de obra mais vasta. É também refinado escritor, artista plástico, designer e desenhista. Em suas obras, justifica a falta de funcionalidade em alguns projetos informando ser a criação da beleza a principal função da arquitetura. Ainda trabalha muito, não poucas vezes sem cobrar, principalmente se o projeto possui cunho social. ARQUIVO GERAL DA CIDADE - RUA AMOROSO LIMA, 15 - PRAÇA XI A construção de um novo prédio para o arquivo geral do Rio de Janeiro, obra de 1977 feita por Édison e Edmundo Musa, surgiu da necessidade de recolher em local adequado toda a documentação espalhada pelas repartições municipais. Seguindo o programa elaborado pela prefeitura, a edificação foi projetada respeitando com folga os afastamentos e resultou numa planta retangular que obedece à modulação 1,25m x 1,25m, com prumada de circulação vertical e instalação em corpo anexo. A solução estrutural adotou pilares periféricos e lajes protendidas que garantem salões livres de obstáculos. Em todos os andares onde há salas para armazenamento, as quais não possuem janelas para evitar incidência de luz sobre os documentos, existem também locais de consulta pública. Por medida de segurança, foram localizadas em andares alternados salas de estar especialmente para fumantes, dotadas de exaustão própria. Existe previsão para acréscimo de um segundo bloco, semelhante ao executado, em lote anexo. URBANIZAÇÃO DO PARQUE DO FLAMENGO - ATERRO DO FLAMENGO Proposta urbanística de reorganização viária e paisagística da orla da cidade, entre o centro e a zona sul. A área, com cerca de 1.200 mil m2, foi conquistada ao mar entre 1954-65 com material proveniente do desmonte do morro de Santo Antônio, na área central. O projeto elaborado em 1962 tira partido da situação privilegiada que reúne ao mesmo tempo o cenário das montanhas e o mar. A proposta do arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que na época exercia a direção do Departamento de Urbanismo da Prefeitura, era criar um grande parque urbano, cortado por vias expressas de ligação centro-zona sul. No plano original, parcialmente executado, estavam previstos locais e 11 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 12. instalações adequadas para prática de esportes, espetáculos diversos, piqueniques, restaurantes, etc., beneficiando várias faixas etárias. A segurança dos pedestres foi assegurada por passagens subterrâneas e passarelas dispostas ao longo do parque. A concepção paisagística foi entregue a Burle Marx, e em muito contribuiu para o enriquecimento do conjunto, já que a área ajardinada corresponde a mais de 900m2. Foi inaugurado a 12 de outubro de 1965 e até 1980 era o maior parque urbano do mundo. O Parque Governador Carlos Lacerda e Brigadeiro Eduardo Gomes, nomenclaturas corretas do logradouro, apresenta ao longo de sua área importantes atrativos turísticos, entre os quais: MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO HISTÓRICO Fundado no Rio de Janeiro em 1948 por um grupo de intelectuais, destacando-se entre eles Niomar Muniz Sodré e Raymundo de Castro Maya, o MAM surgiu humilde, num salão do segundo andar do Palácio Gustav Capanema. Com o crescimento do acervo, se impôs a necessidade de uma moderna sede. Foi então contratado o arquiteto Affonso Eduardo Reidy, que apresentou um projeto de vanguarda em 1953, para ser edificado no Aterro do Flamengo, o qual apenas existia em projeto. Iniciado em 1955, foi entregue ao público em 1967, três anos após a morte do arquiteto e faltando erguer o teatro, o que se mantém até hoje (2.005). A CONTRIBUIÇÃO Lugar historicamente privilegiado da vanguarda e do experimentalismo no país, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro viu nascer parte considerável de nossos movimentos artísticos e lançou muitos de nossos artistas mais importantes. Do Grupo Frente (1954), formado a partir da primeira turma de adultos de Ivan Serpa no MAM, ao Neoconcretismo (1959); do Ateliê de Gravura (1959) à Nova Objetividade Brasileira (1967), passando pelas exposições "Opinião 65" e "Opinião 66"; das mostras Resumo JB (1964- 1972) aos Salões de Verão (1969- 1974); dos Domingos da Criação (1971) à Área Experimental (1975- 1976), foram incontáveis os eventos e os artistas que pelo MAM passaram, ou nele tiveram uma referência fundamental para o florescimento de suas obras. O PRÉDIO A dinâmica do programa incentivou o arquiteto Affonso Eduardo Reidy na busca de soluções extremamente criativas e avançadas para a época (1953), o que resultou numa das obras fundamentais da arquitetura moderna brasileira. Foi critério básico do projeto evitar que a implantação do edifício, em área aterrada, perturbasse a harmonia do entorno, composta pela Baía de Guanabara e pela silhueta do Pão de Açúcar. Este respeito à paisagem motivou solução predominantemente horizontal, em contraposição ao perfil movimentado pelas montanhas. Organizou-se o conjunto em três blocos: museu, escola e teatro (não concluído). O corpo do museu se impõe aos anexos por suas dimensões e pela volumetria marcante, com solução estrutural semelhante a adotada por Reidy para o projeto do colégio Paraguai-Brasil. Este bloco, concluído em 1967, foi concebido de forma a manter livre o pavimento térreo, permitindo à visão atravessá-lo sem obstáculos. Especial atenção foi dada à galeria de exposições, projetada com área de aproximadamente 3.400 m2, livre de pilares, com total flexibilidade na utilização de espaços. Seu piso 12 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 13. repousa sobre uma das pontas do pilar em “V”, enquanto a laje de teto é suspensa por tirantes de aço até a viga transversal que, unida aos pilares laterais, forma o arco predominante em toda a composição. Os jardins que circundam o edifício, bem como o terraço-jardim situado na cobertura do bloco- escola são de Burle Marx. A TRAGÉDIA Em 1978, um incêndio destruiu o bloco de exposições e o acervo, de valor incalculável, tendo como conseqüência a perda de 950 peças, entre as quais obras de Picasso, Salvador Dali, René Magritte, Jackson Pollock, Torres Garcia, Portinari e Di Cavalcanti. RECONSTRUÇÃO Imediatamente após o trágico acidente que chocou o meio cultural de todo o mundo, começaram as manifestações de solidariedade sob a forma de doações de artistas, instituições e mesmo de governos - como o da França, que enviou ao obras como a de Pierre Soulages - mas os esforços de reconstrução do acervo foram largamente prejudicados por crises sucessivas da economia brasileira. Foi necessário um longo período de pequenas adições para que a coleção do Museu voltasse a ocupar seu lugar de destaque. Atualmente, com cerca de onze mil obras, ela dispõe de esculturas e pinturas de artistas de renome internacional como Fernand Léger, Alberto Giacometti, Jean Arp, Henry Moore, Barry Flanaghan, Bourdelle, Poliakov, Henri Laurens, Marino Marini, Max Bill, César, Lipchitz, Carlo Carrà e Lucio Fontana. Além da coleção internacional, há um grupo notável de artistas latino-americanos, entre eles Joaquim Torres García, Cruz Díez, Jorge de la Vega, Romulo Macció, Xul Solar, Antonio Seguí e Guillermo Kuitca, além de brasileiros como Bruno Giorgi, Maria Martins, Di Cavalcanti e, naturalmente, representantes do neoconcretismo como Lygia Clark, Helio Oiticica, Franz Weissmann, Amílcar de Castro e Wyllis de Castro. A DOAÇÃO CHATEAUBRIAND Desde 1993, o Museu de Arte Moderna recebeu, em regime de comodato, um reforço dos mais notáveis para seu acervo. A Coleção Gilberto Chateaubriand, internacionalmente conhecida como o mais completo conjunto de arte moderna e contemporânea brasileira, e cujas cerca de quatro mil peças compõem um impressionante painel do período em um só museu do País. A coleção tem trabalhos pioneiros da década de 10, como os de Anita Malfatti (duas paisagens de 1912 e O Farol, de 1915), e prossegue através do modernismo de Tarsila do Amaral (o Urutu, de 1928), Lasar Segall, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro, Portinari, Pancetti, Goeldi e Djanira, entre outros. Desenvolve-se através dos embates dos anos 50 entre geometria e informalismo, das atitudes engajadas e transgressoras da Nova Figuração dos anos 60 e da arte conceitual da década seguinte, dos artistas que constituíram a Geração 80, até desembocar nos mais jovens artistas surgidos nos dois ou três últimos anos. O colecionador reuniu praticamente todos os artistas que conquistaram um lugar de destaque internacional para a arte brasileira: Aluísio Carvão, Ivan Serpa, Antônio Dias, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Artur Barrio, Antônio Manuel, Jorge Guinle, Daniel Senise, José Bechara, Rosangela Rennó e Ernesto Neto, e centenas de outros não menos destacados (são cerca de 400 artistas no total). Renovada através de aquisições que o colecionador faz periodicamente, em especial junto a artistas jovens e ainda não 13 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 14. consagrados pelo circuito de arte, a Coleção Gilberto Chateaubriand é sempre apresentada em exposições temáticas, não somente nas dependências do Museu, mas igualmente através de exposições itinerantes dentro e fora do País. Somado a esta coleção por si só impressionante, o Museu de Arte Moderna abriga, ainda, um terceiro conjunto igualmente expressivo, com cerca de quatro mil obras de fotógrafos brasileiros, que compõem um terceiro acervo, adquirido em parte graças a uma dotação especial da White Martins. A coleção de fotografia do MAM, ainda em fase de tratamento museológico, está sendo preparada para ser brevemente apresentada ao público em ciclos de exposições temáticas. O PRESENTE Dotado de um arquivo que remonta a milhares de documentos, cinemateca e uma extensa programação de cursos, palestras e exposições, o MAM é um museu vivo, que soube superar as adversidades e enfrentar o século XXI como um dos mais ativos centros culturais do Rio de Janeiro. MONUMENTO NACIONAL AOS MORTOS DA 2A. GUERRA MUNDIAL Localizado na Avenida Infante Dom Henrique, no Parque do Flamengo, na Glória, em frente à Praça Paris. Teve sua construção iniciada graças ao Marechal Mascarenhas de Moraes, em 24 de junho de 1957, terminando exatamente três anos depois e sendo inaugurado a 05 de agosto de 1960. Seu projeto de construção foi de autoria dos arquitetos Hélio Ribas Marinho e Marcos Konder Netto, escolhido em concurso público nacional. O monumento, com 6.850 m2, custou 115 milhões de cruzeiros. Está situado numa praça ajardinada, com 10 mil metros quadrados (Praça Pistóia) e é constituído de três planos: sub-solo, patamar e plataforma. No sub-solo, com 1.600m2, estão localizados o Mausoléu, a Administração e os Alojamentos da Guarda. O Mausoléu, pavimentado com granito de Ouro Preto, com as paredes laterais revestidas em quartzito verde e as do topo com granito preto, lustrado e mármore floresta serrado. Este Mausoléu acha-se dividido em duas partes distintas, estando numa delas, 468 jazigos, agrupados em 11 quadras alternadas, divididas por uma floreira de alumínio anodizado, em negro, revestidos de granito preto e com lápides de mármore de Carrara. Destes 468 jazigos (4 marinheiros, 7 aviadores e 457 soldados), 15 não possuem identificação, achando-se vazios 2 deles e 13 com a seguinte inscrição: “Aqui jaz um herói da FEB - Deus sabe seu nome”. Na parede lateral esquerda, encimando o quartzito verde, estão gravados em mármore, os nomes dos 1.121 mortos da Marinha Mercante e da Marinha de Guerra, vítimas de torpedeamento e os soldados do Exército não identificados na Campanha da Itália. O mais velho contava 40 anos e o mais moço 19. Os soldados Antenor Ghirlanda (SP), Attílio Pífer (SP) e Constantino Maroqui (PR), foram os primeiros a falecer em ação, a 21 de setembro de 1944, quinze dias após o início das operações de guerra. No patamar estão: o museu, jardim interior, lago artificial, 01 conjunto de mastros e 02 enormes painéis de cerâmica, feitos pelo artista Anísio Medeiros para homenagear as marinhas de guerra e mercante. A plataforma, de concreto armado, a 03 metros do solo, é atingida por monumental escadaria, com 30 metros de largura e 26 degraus. Tem o formato de um “L” maiúsculo e nela são encontrados: o pórtico monumental, inspirado 14 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 15. nos monumentos funerários da pré-história; o painel metálico, de autoria de Júlio Catelli Filho, representando a Força Aérea Brasileira; o túmulo do Soldado Desconhecido, com a pira eterna; a pirâmide triangular, com os nomes dos realizadores do Monumento; e, finalmente, o grupo escultórico, de autoria de Bruno Giorgi, homenageando as três Forças Armadas. Este Monumento é guardado pelas três Forças Armadas do País, que se revezam às 12:00h do dia 1o. de cada mês, numa “rendição da guarda”, que se constitui num dos mais belos espetáculos cívico-militares da cidade. Visitado diariamente por centenas de pessoas, do País e do Exterior, não passando em momento algum a idéia de que seja um monumento aos mortos, e sim à vida eterna. HÉLIO RIBAS MARINHO – DADOS BIOGRÁFICOS Arquiteto. Nasceu em Belém do Pará em 1924. Graduado pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil em 1948. Autor, em colaboração com Marcos Konder Netto, do projeto do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Parque do Flamengo (1955/60). Projetou o Banco da Amazônia em Belém, Pará. Autor de muitos projetos de albergues para imigrantes no Vale do São Francisco. Projetou e construiu muitas residências na Cidade do Rio de Janeiro e em Correias, Petrópolis. Professor da Faculdade Nacional, da Universidade Santa Úrsula e de outras instituições. Durante o regime militar foi proibido de exercer o magistério. MARCOS KONDER NETTO – DADOS BIOGRÁFICOS. Arquiteto, nascido em Santa Catarina em 1927. Formou-se em 1950 pela Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil e trabalhou com Affonso Eduardo Reidy e Sérgio Wladimir Bernardes. Em 1955 foi vencedor, em colaboração com Hélio Ribas Marinho, do Concurso Nacional para a escolha do Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, construído no Parque do Flamengo em 1955/60. Vencedor e classificado em vários concursos nacionais, obteve, em 1961, Menção Honrosa na VI Bienal de São Paulo e, em 196, Menção Honrosa (em colaboração com Ulisses Burlamaqui) no Concurso Peugeot, de âmbito internacional, e realizado na Argentina. Ocupou a Presidência do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da ex-Guanabara, no período de 1965/7. É arquiteto do Serviço Público desde 1952 e Professor Assistente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1955. No período 1950/60, foi um dos responsáveis pelo movimento de reação, entre os jovens arquitetos, contra o caráter excessivamente racionalista da arquitetura brasileira de então. Entre suas obras podem ser citadas: o Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, mencionado acima; Pôsto de observação de corridas de lanchas, na Ilha do Governador; Conjunto da Estação do Oleoduto Rio-Belo Horizonte da Petrobrás, em Caxias; Centro de Formação Profissional do SENAI – Serviço Nacional da Indústria, em Fortaleza; Centro Social e Desportivo do SESI – Serviço Social da Indústria, em Barra do Ceará; residência Nunes Sumares em Petrópolis; Centro Administrativo São Sebastião, na Cidade Nova, Rio (1976/8). Restaurante Porção Rio`s, no Parque do Flamengo (1978, em colaboração com Hélio Ribas Marinho), e muitas outras mais. 15 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 16. ANÍSIO DE ARAÚJO MEDEIROS – DADOS BIOGRÁFICOS Arquiteto, desenhista, pintor e cenógrafo, Anísio Medeiros nasceu no Piauí, em 1922. Realizou sua primeira exposição de pinturas em 1944. Formou-se pela Faculdade Nacional de Arquitetura em 1948. Conquistou o prêmio de viagem ao estrangeiro no Salão Nacional de Arte Moderna (1956). Premiado na VIII Bienal de São Paulo com um trabalho de cenografia (1966). Autor dos três painéis (dois trabalhos em cerâmica sobre as marinhas de guerra e civil, e um grande afresco sobre a guerra e a paz) no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (1960). Exerceu o magistério de artes na Universidade Santa Úrsula (1977). Já é falecido. EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS DO PARQUE DO FLAMENGO Dentro da proposta urbanística de reorganização viária e paisagística, estabelecida pelo projeto para o Aterro do Flamengo, enquadram-se os equipamentos comunitários de requintada concepção arquitetônica, do próprio arquiteto Affonso Eduardo Reidy. Os dois pavilhões de recreação, o coreto, e a pista de espetáculos ao ar livre, foram projetados em concreto armado, com linguagens plásticas semelhantes. Houve a preocupação de valorizar cada equipamento com um volume significativo, coerente com o conjunto de obras do entorno. Integra ainda o plano de Reidy o viaduto em frente ao Museu de Arte Moderna, obra viária das mais elegantes, cuja estrutura em concreto protendido (100m de comprimento, 10m de largura e 50m de vão) se lança suavemente em curva sobre a pista e pousa entre os jardins de Burle Marx. MARINA DA GLÓRIA - AV. INFANTE D. HENRIQUE S/NO. - PQ. DO FLAM. A ampla área criada com o aterro do Parque do Flamengo foi destinada à construção de espaços para lazer com diversos equipamentos comunitários, restaurantes e marina, esta última projetada por Amaro Machado em 1976-78, e implantada em frente à enseada da Glória. O nível do aterro existente, com 5m acima da maré média, foi considerado inadequado à finalidade do programa, tendo sido a cota geral reduzida para 2m. Neste nível foi implantada a sede, num só pavimento, com dependências para administração, treinamento, serviços de apoio e comercialização de artigos náuticos e depósito para 144 barcos de diversas categorias até 18 pés. Sua cobertura é um terraço-jardim que se prolonga pela praça, determinando uma interação com o meio, o que traduz o cuidado do arquiteto em não agredir a paisagem. Foram projetados ancoradouros para 200 barcos de vários tamanhos, cada um com instalações independentes de água e luz. Dentre os barcos ali amarrados, são atrações turísticas: o Iate Lady Laura III, de Roberto Carlos; o Iate Casablanca, da Saveiro`s Tour, e outros. Possui estacionamento próprio. RESTAURANTE PORCÃO RIO`S - AV. INFANTE D. HENRIQUE, S/N. O restaurante integra-se ao projeto de urbanização para o Parque do Flamengo, tombado pelo IPHAN. Na elaboração do projeto, em 1978, a falta de um programa definido levou o arquiteto Marcos Konder Netto a uma concepção que admitisse grande flexibilidade de uso. Assim, foram previstos restaurante, salão de banquetes e recepções e bar. O terreno plano, debruçado sobre a Baía de Guanabara, induziu a um partido que favorecesse o desfrute da vista. 16 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 17. Para reforçar tal objetivo, o piso do restaurante foi elevado 1,20m em relação ao nível do terreno, permitindo a criação de um nível semi-enterrado onde se localizam os serviços de apoio. A cozinha foi estrategicamente localizada no centro do prédio, de modo a servir a todos os setores, sem cruzamento de circulações. Uma vez que o prazo de execução era um fator fundamental, optou-se por uma solução estrutural modulada, com vãos de 5m x 5m, em concreto aparente. Elemento marcante no conjunto, a cobertura em “cascas” de concreto armado, tipo abóbada de aresta, fechadas lateralmente por placas translúcidas em tom avermelhado, cria internamente uma atmosfera atraente, e compõe com as vigas perimetrais, em arco abatido, que delimitam as varandas. O volume cilíndrico do castelo d`água, em concreto aparente, aflora do teto do restaurante em contraposição à horizontalidade dominante. MONUMENTO A ESTÁCIO DE SÁ - MORRO DA VIÚVA - FLAMENGO Inaugurado em 01o. de março de 1973, todo em pedra do Rio de Janeiro, tendo sido projetado pelo arquiteto Lúcio Costa. Possui dois níveis. No inferior, está uma cópia do marco de fundação da cidade e a réplica da campa mortuária de Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro (1542-1567). No andar superior, o marco comemorativo em forma de pirâmide, sendo que um dos vértices aponta para o morro Cara-de-Cão, local histórico da fundação. Era para também servir de mausoléu ao fundador, mas os Padres Capuchinhos, guardiães das relíquias do primeiro Governador, não cederam os restos mortais, alegando ser disposição testamentária de Estácio ser sepultado naquele solo sagrado. CIEP PRESIDENTE TANCREDO NEVES - RUA DO CATETE, S/NO. - CAT. Os CIEPs - Centros Integrados de Educação Pública, ou “brizolões”, como são conhecidos, fazem parte do Programa Especial de Educação lançado pelo Governo do Estado durante a gestão de Leonel Brizola, que previa expandir a rede pública através da construção de 500 unidades em todo o Estado, além das “Casas da Criança”. Trata-se de projeto de Oscar Niemeyer, concebido em 1986 para atender a programa ambicioso: não apenas instruir mas dar apoio ao desenvolvimento das crianças e toda a comunidade local. Desse propósito, surgiu a idéia de agrupar no térreo serviços que pudessem ser utilizados independentemente da escola: refeitório, cozinha, gabinete médico/dentário, além de ginásio e biblioteca em dois volumes autônomos. Nos dois pavimentos superiores alinham-se 20 salas de aula com capacidade para 30 alunos cada. A intenção de conciliar economia, funcionalidade e rapidez na execução guiou a concepção e o detalhamento das peças pré-fabricadas em concreto armado que compõem todo o corpo da edificação. O peso e a dimensão dos elementos, cada pilar-viga alcança a altura total do prédio, dificultam o acesso deste sistema a certos locais peculiares do Rio, como morros e favelas. EDIFÍCIO SEDE DA MANCHETE - RUA DO RUSSEL, 804 - GLÓRIA Trata-se de edifício construído em duas etapas (1966 e 1976), para sediar a Bloch Editores, concebido por Oscar Niemeyer a nível de estudo preliminar e desenvolvido pelo departamento de arquitetura da empresa. O projeto procurou adaptar o programa ambicioso ao terreno exíguo, definindo um bloco principal, com 12 pavimentos e subsolo que ocupa toda a testada do 17 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 18. terreno, e um teatro situado nos fundos, ao qual se tem acesso pelo terraço/jardim ao nível do 3o. piso. A estrutura do bloco principal corresponde basicamente a três linhas de pilares, que configuram andares corridos organizados por divisórias de madeira e vidro. Em relação aos materiais empregados, o cliente fez questão de escolher todos os acabamentos, sem restrições econômicas. EDIFÍCIO GUARABIRA – PRAIA DO FLAMENGO, 92 – FLAMENGO Grande edifício de apartamentos projetado em 1953 pelos Irmãos Roberto (Marcelo, Milton e Maurício), esse prédio de linguagem moderna, incorpora uma fachada articulada, marca registrada dos projetos dos Irmãos Roberto no período, bem como elementos de plástico no fechamento dos vãos que dão para a rua. Foi o último projeto do famoso trio de arquitetos, que ficaria desfalcado com a morte de Milton naquele ano. COLÉGIO SÃO VICENTE DE PAULO – RUA COSME VELHO, 241 – COSME VELHO Fundado pelos Padres Lazaristas da Congregação da Missão. O prédio, em si, é um marco da arquitetura moderna, projetado em 1956 pelos arquitetos Rolf Hüther e Paulo Machado. O terreno com 16.500 m2 e topografia acidentada, com acesso direto à Rua Cosme Velho, foi adquirido com a dupla finalidade de abrigar a residência dos Padres Lazaristas – construída na encosta – e colégio, na área plana. A área destinada ao colégio, com cerca de 2.400 m2, determinou o partido longitudinal em vários pavimentos, visando deixar o máximo de espaço livre para recreação. Foram localizadas nos dois primeiros pavimentos as salas de aula convencionais, de uso mais freqüente; no terceiro, as de uso eventual, como laboratórios, desenho e história natural; e no último, o auditório, de uso esporádico. O ruído constante do tráfego definiu a orientação das salas de aula para o interior do terreno, ficando a circulação mais exposta à rua, e protegida por painéis de cerâmica vazada, que atendem ao mesmo tempo à iluminação e ventilação dos ambientes. No geral, foram adotados materiais que mantivessem seu aspecto original com manutenção mínima, como revestimento plástico nas paredes e pisos, cerâmicas e pastilhas nas fachadas. CLUBE HEBRAICA – RUA DAS LARANJEIRAS, 346 – LARANJEIRAS A Hebraica, Sociedade Cultural, Esportiva e Recreativa foi fundada em 1954, na Rua das Laranjeiras. Sua sede, bastante moderna, foi projetada pelo arquiteto Henrique Mindlin, sendo inaugurada em 1960. É o maior centro cultural-recreativo fundado pelos judeus no Rio de Janeiro, animando consideravelmente a vida social do bairro. EDIFÍCIOS NOVA CINTRA/BRISTOL/CALEDÔNIA – RUA GAGO COUTINHO, 66 E RUA PAULO CÉSAR DE ANDRADE, 70 E 106 – PARQUE GUINLE – LARANJEIRAS Conjunto Residencial do Parque Guinle, composto por três edifícios projetados por Lúcio Costa em 1947 e construídos de 1949 a 1954. destacam- 18 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 19. se na paisagem por sua concepção plástica arrojada e o uso de combogós nas fachadas atingidas pela insolação da tarde. Nas outras, o arquiteto usou materiais plásticos e concreto. O conjunto é tombado pelo IPHAN desde 1986. CONSULADO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA – RUA PRESIDENTE CARLOS DE CAMPOS, 417 - ESQUINA DE RUA PINHEIRO MACHADO – LARANJEIRAS Construção moderna sob pilotis e grande balanço, projetada em 1952 pelo arquiteto alemão Erich Marchio, mas, por fatores diversos, só completada em 1965. Na mesma ocasião, o Governador Carlos Lacerda inaugurou em frente à Escola Estadual Anne Frank, o que causou certo constrangimento. ESTAÇÃO DO METRÔ – RUA NELSON MANDELA – BOTAFOGO Inaugurada em 1o. de setembro de 1981, pelo Presidente João Batista de Oliveira Figueiredo, o Ministro dos Transportes Mário David Andreazza e o Governador Antônio de Pádua Chagas Freitas. O projeto da estação, cuja construção se arrastou por dez anos, é muito pobre e ainda hoje incompleta, é do arquiteto Sabino Barroso. Por mais de 15 anos foi a estação terminal do Metrô Zona Sul, até ser inaugurada a Estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana. Ainda em 1981, logo depois de inaugurar a linha 1 do metrô, com 56 km de extensão, o então Presidente Figueiredo teve um princípio de enfarto, necessitando ser internado às pressas. COLÉGIO PEDRO II – RUA HUMAITÁ, 80 – HUMAITÁ A primeira iniciativa para se fundar uma unidade do tradicional Colégio Pedro II na Zona Sul surgiu em 1937, quando o Ministro da Educação, Cultura e Saúde Pública, Dr. Gustavo Capanema, determinou a instalação de uma nova unidade pedagógica nos terrenos do antigo Hospício de D. Pedro II, hoje UFRJ. O novo colégio seria erguido exatamente onde hoje está a casa de espetáculos “Canecão”. O Presidente Getúlio Vargas chegou a lançar a pedra fundamental da nova sede em dezembro de 1938, mas a eclosão da Segunda Guerra Mundial encareceu a construção civil a tal ponto que a obra foi de todo abandonada. Somente em 1951 o assunto voltou à tona, mas o lugar escolhido para o colégio mudou, indo para o bairro do Humaitá. A 2 de dezembro de 1952, Getúlio Vargas, agora Presidente eleito, inaugurava a nova sede, em arquitetura moderna. Em fins do século XX, mais uma unidade foi criada no Humaitá, na Rua João Afonso, 51, denominada Humaitá 1. A velha sede é o atual Humaitá 2. EDIFÍCIO JOÃO M. MAGALHÃES – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 127 – BOTAFOGO Grande edifício residencial de linguajar moderno, com oito pavimentos e 148 apartamentos de diversas tipologias. Foi projetado em 1950 pelos Irmãos Roberto (Marcelo, Maurício e Milton), e construído, com alterações, de 1950 a 55 pela Construtora Graça Couto. Os jardins são de Carlos Perry. AGÊNCIA DO BANCO BRADESCO – RUA VOLUNTÁRIOS DA PÁTRIA, 225 – BOTAFOGO 19 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 20. Projeto minimalista do arquiteto Paulo Hamilton Casé, famoso por grandes obras, como o Hotel Le Meridien, no Leme. A fachada simétrica foi uma tentativa de interpretação pessoal do pós-modernismo arquitetônico. Construção datada de 1985. EDIFÍCIO-SEDE DA FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - PRAIA DE BOTAFOGO, 190 - BOTAFOGO A solução inicial previa dois blocos paralelos dispostos transversalmente à praia e ligados por um bloco baixo ao nível do 2o. pavimento, sobre pilotis. O projeto de 1955 de Oscar Niemeyer permaneceu incompleto e o único bloco construído foi o esquerdo, destinado a abrigar as atividades da Fundação. O bloco oposto seria dividido em pequenas salas para comercialização e no corpo de ligação estariam salões destinados a exposições, cinema e auditório. Na ocasião, o arquiteto lançou mão deste projeto a fim de apresentar uma proposta urbanística para a praia de Botafogo, segundo a qual, em toda a beira-mar deveriam ser executados edifícios semelhantes paralelos, eqüidistantes e com a mesma altura, visando a preservação da silhueta dos morros ao fundo e da paisagem natural circundante. CENTRO EMPRESARIAL REPÚBLICA ARGENTINA - PRAIA DE BOTAFOGO, 228 - BOTAFOGO O empreendimento de 1978 procura atender a empresas de médio porte, com pavimentos de 2 mil m2 de área e pilares periféricos, permitindo aproveitamento máximo dos espaços internos. A localização em terreno de 8 mil m2, onde se situava o antigo palácio da família Guinle, e em sua fase final a Embaixada Argentina, sugeriu o agenciamento dos volumes ao redor de uma esplanada, para colocar em destaque as 15 palmeiras reais existentes. É marcante o desenvolvimento vertical do prédio principal: a partir da “plaza” foram projetados cinco pavimentos de garagem que compõem o embasamento, terminando com um pavimento de convenções que serve de ligação ao corpo do prédio, projetado por Cláudio Fortes e Roberto Victor, com restaurante, auditório, salas de reuniões, bares e áreas de apoio. Acima deste nível existem 17 pavimentos-tipo e o coroamento do prédio, onde se localizam os equipamentos mecânicos. A necessidade de estacionamento foi suprida pelo edifício-garagem em corpo anexo, com tratamento uniforme em “curtain- wall”. EDIFÍCIO-SEDE DA CAEMI - PRAIA DE BOTAFOGO, 300 - BOTAFOGO Edifício-sede das empresas do Grupo Caemi com 35.300m2 de área construída, sendo cerca de 2/3 para escritórios e 1/3 para garagens. O projeto, de 1982 executado pelos irmãos arquitetos Edison e Edmundo Musa, caracteriza-se pela concentração de todos os serviços em um núcleo central, que reúne prumadas de instalações, circulações verticais, sanitários e copas, ao redor do qual se desenvolve o salão em espaços modulados de 1,50m x 1,50m, com grandes vãos estruturais. Foi adotado um sistema de platibandas horizontais de 1,50m, dispostas em todo o perímetro do edifício, que protegem o interior da insolação direta, servindo ainda como proteção corta-fogo e acústica. EDIFÍCIO DO BANCO DO BRASIL – PRAIA DE BOTAFOGO, 384 – BOTAFOGO 20 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 21. Projeto de 1965 de Marcelo Accioli Fragelli, de linguagem modernista, com requintado acabamento na fachada em mármore branco. Durante muitos anos o arquiteto travou intensa batalha judicial com o Banco do Brasil, para que o edifício fosse construído respeitando o desenho original, o que foi conseguido a muito custo. CENTRO EMPRESARIAL MOURISCO – PRAIA DE BOTAFOGO, 501 - BOTAFOGO Edifício Comercial localizado na Praia de Botafogo nº 501, constituído de 7 pavimentos, de aproximadamente 4.000m2 e 580 vagas, perfazendo uma área total construída de 42.749,61 m2 e área total privativa de 25.905,64 m2. O lançamento do Empreendimento ocorreu em dezembro de 1995. O Empreendimento foi entregue em agosto de 1998. CONDOMÍNIO RESIDENCIAL CASA ALTA – PRAIA DE BOTAFOGO, 528 – BOTAFOGO Concebido em 1959 por Sérgio Bernardes como “loteamento vertical”, o projeto para o Condomínio Casa Alta representa proposta arrojada de concepção de espaços destinados à moradia, e foi elaborado para permitir total liberdade na organização dos espaços em função das características individuais de cada proprietário. Assim, a criação de lajes duplas, como plataformas autônomas, permite que cada unidade habitacional seja totalmente flexível. O conjunto arquitetônico está implantado sobre o pequeno Morro do Pasmado e compreende duas torres de base quadrangular com núcleo de circulação central, cuja acentuada verticalidade encontra contraponto no terceiro bloco, de predominância horizontal, com prumadas de circulação deslocadas para a periferia. O esquema de circulação de automóveis foi estudado de forma a interferir o mínimo possível no deslocamento de pedestres e na dinâmica do conjunto. ASSOCIAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA - RUA. GENERAL SEVERIANO, 170 – BOTAFOGO A Associação Religiosa Israelita foi fundada na década de trinta, no Rio de Janeiro, por judeus centro-europeus que para cá haviam migrado quando das perseguições engendradas contra sua gente, principalmente na Alemanha (1933). Inicialmente, faziam suas reuniões em acomodações provisórias, dentre elas, o velho Pavilhão Mourisco, na Praia de Botafogo, um curioso prédio de linhas islâmicas e que inicialmente foi destinado a ser um restaurante. Com a demolição do edifício em início da década de 50 para a abertura do túnel do Pasmado (1952), os associados se uniram para adquirir um terreno e construir uma sede definitiva, se possível, próximo da anterior. Com muito custo, conseguiram um terreno na rua General Severiano, onde até então existia uma pequena escola pública. O conjunto, projetado em 1958 pelo arquiteto Henrique Mindlin, compreende sinagoga, capela, salão para reuniões e festas, salas de aula, serviços administrativos e áreas de apoio. Localiza-se em área pouco adensada, em terreno de aproximadamente 1.300m2, com acesso por dois logradouros, havendo entre estes um desnível de cerca de 10m. com estas características do terreno e peculiaridades do programa, o arquiteto optou por 21 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 22. dividir o corpo principal em dois níveis: no 1o. pavimento se localiza a sinagoga, com capacidade para 600 pessoas, e no nível inferior, salão de festas, para 400 pessoas. Concentram-se os demais serviços em bloco de seis pavimentos ao longo da fachada posterior, acessível por rampas laterais. Este bloco, em conjunto com a colunata do pórtico, cria os elementos estruturais que sustentam a cobertura em cabos de aço que, na sua curvatura, evoca as tendas das primitivas tribos judaicas. A construção contou com o apoio da empresária Regine Feigl, dona do então edifício Avenida Central, na av. Rio Branco, projetado e construído em 1958/61 pelo mesmo arquiteto. Aliás, conta-se que a sinagoga foi erguida com as “sobras” dessa obra. O mirante do morro do Pasmado, ao fundo da obra, foi recentemente batizado de Parque Itzak Rabin, em homenagem ao famoso líder israelita assassinado por extremistas. RIO SUL SHOPPING CENTER - RUA LAURO MULLER, 116 – ESQUINA DE AVENIDA LAURO SODRÉ - BOTAFOGO Projeto elaborado pelo arquiteto Ulisses Burlamaqui, vencedor de concurso privado realizado em 1975 para implantação do primeiro “shopping center” urbano da cidade. O partido consiste em um embasamento, para comércio e estacionamentos, conjugado a uma torre de escritórios de planta quadrangular, como os volumes vizinhos. O sistema estrutural compõe-se de núcleo central (circulação vertical, dutos, lixo, sanitários, etc.) e oito apoios periféricos que abrigam equipamentos de ar condicionado, interligados em andares alternados por treliças em concreto protendido moldadas “in loco”. A profundidade dessas treliças, conjugada com as passarelas externas, reduz a carga térmica nas fachadas e proporciona proteção corta-fogo entre pisos. O sistema viário em torno do terreno foi estudado, e optou-se por dividir o estacionamento em diferentes níveis com entradas e saídas próprias e ligações internas. O tratamento externo do embasamento evidencia o apelo visual desejado: as fachadas foram tratadas como veículo de comunicação, sinalizando os acessos principais e informando sobre os eventos do shopping. O estabelecimento foi inaugurado em 1981. TEATRO VILLA-LOBOS - AV. PRINCESA ISABEL, 440 - COPACABANA Iniciativa da Funterj-Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro, este empreendimento de 1977 se implantou em terreno doado pelo governo do Estado durante a gestão Faria Lima. Dadas as limitações físicas, o programa foi resolvido pelo arquiteto Raphael Matheus Peres em patamares: a partir do nível da rua amplas escadarias conduzem às bilheterias, destas ao foyer e daí à platéia, que comporta 500 pessoas. No subsolo, cujo nível foi determinado pela existência de instalações subterrâneas, foi implantada a escola de balé, que compreende espaços para ensaio e aquecimento, vestiários, camarins, serviço médico e administração. Para atender aos artistas, o teatro dispõe ainda de um bloco de quatro pavimentos com camarins individuais e coletivos, salas de ensaios e preparação e cantina. Durante a execução da obra, foi incorporado um pequeno terreno anexo para o qual o arquiteto projetou um teatro de marionetes, integrado ao conjunto por pequenos arcos que acompanham o ritmo da fachada principal. 22 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 23. HOTEL MERIDIEN - AV. ATLÂNTICA, 1020/AV PRINCESA ISABEL - LEME O projeto dos arquitetos Paulo Casé e Luís Acioli, de 1973, beneficiou- se da legislação especial surgida na época que, sob alegação de incentivo ao turismo, liberou o gabarito de edificações destinadas a instalações hoteleiras. Assim, numa faixa litorânea de gabarito máximo fixado em 12 pavimentos foi inserido um edifício três vezes mais alto. Este hotel de alto padrão compreende 535 unidades e 33.500m2 de área construída. Os acessos foram localizados em função das características das vias que circundam o terreno, com entradas independentes para o público em geral, hóspedes, banhistas e serviço. A torre de apartamentos foi projetada e localizada de modo a atender à necessária concentração de serviços e liberar a maior parte do terreno para piscina e restaurantes, situados no embasamento. A implantação da piscina na esquina das avenidas Atlântica e Princesa Isabel favorece a visão global da praia e permite insolação durante a maior parte do dia. A exiguidade do terreno determinou a construção de um edifício-garagem privativo a 100m do hotel. Devido à limitação de altura, a caixa d`água superior foi substituída por uma cisterna, que comporta 1,5 milhão de litros, estudada volumetricamente para dar estabilidade à estrutura do prédio. As fachadas reafirmam a verticalidade do edifício, valorizando os elementos estruturais, revestidos de mármore, que se destacam sobre as superfícies envidraçadas. Apesar de não serem permitidas por lei, as aberturas na divisa lateral foram liberadas por serem fixas e indevassáveis. Também levou-se em consideração ser esta solução mais apropriada que a tradicional, que seria “colar” o prédio no vizinho. POSTOS DE SALVAMENTO – AVENIDAS ATLÂNTICA/VIEIRA SOUTO/DELFIM MOREIRA – COPACABANA/IPANEMA/LEBLON Em 1924, o Prefeito Alaôr Prata mandou edificar postos de salvamento na orla marítima da cidade, principalmente nas praias oceânicas. Colocados em intervalos regulares de 900 metros, acabaram por demarcar áreas específicas das praias, além, é claro, de cumprirem suas funções originais. Os banhistas marcavam encontros usando os postos como balizas. Em 1975, esses postos, em estilo art-déco, estavam já tecnologicamente superados e muito danificados, o que impôs sua substituição. Os novos postos foram projetados em 1976 pelo arquiteto Sérgio Wladimir Bernardes, e foram colocados em toda a orla oceânica, inclusive nas novas praias da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Mantendo o mesmo espaçamento, são de formato aerodinâmico, em concreto aparente, possuindo sanitários e chuveiros para banhistas, além das instalações para salva vidas. POSTOS DE ABASTECIMENTO DA AV. ATLÂNTICA - COPACABANA Concebido pela mesma equipe de arquitetos e na mesma época em que foi realizado o Posto Catacumba (1968, Dilson Gestal Pereira, Waldyr A . Figueiredo, Paulo Roberto M. de Souza e Alfredo Lemos), este projeto segue a intenção promocional do anterior. Planejado em quatro pontos ao longo do canteiro central da av. Atlântica, segundo idéia do Governo do Estado da Guanabara, de viabilizar as obras de alargamento da avenida através da venda dos terrenos à Petrobrás Distribuidora S.A . Extremamente polêmico, devido a sua situação particular, o projeto procurou se integrar à paisagem minimizando o atrito visual. A solução encontrada demonstra a preocupação dos arquitetos em amenizar o contraste com a paisagem, mantendo em destaque a praia de 23 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version
  • 24. Copacabana, cartão postal do Rio de Janeiro. Novamente a cobertura domina a composição. Seu desenho surgiu da idéia de um cálice, ou uma papoula, e evoluiu para quatro pétalas em fibra de vidro que, ao se tocarem, dão rigidez à estrutura. O encontro dessas pétalas é marcado por uma cúpula de vidro translúcido. A continuidade visual foi assegurada pela solução para áreas de escritório e vendas, localizada numa caixa de vidro transparente, e as dependências de depósito e serviço, num pavimento enterrado, com iluminação zenital. HOTEL INTERNACIONAL RIO - AV. ATLÂNTICA, 1500 - COPACABANA O hotel foi construído em terreno reduzido de 400m2, num projeto de 1986 elaborado por Cláudio Fortes e Roberto Victor. Projetado inicialmente como hotel-residência, foi modificado para uso hoteleiro, o que incentivou os arquitetos a lhe conferir uma personalidade marcante que caracterizasse sua nova função, destacando a edificação do conjunto de prédios da av. Atlântica. O volume é composto por um corpo de 13 pavimentos sobre embasamento e recebeu tratamento em vidos bronze e esquadrias pintadas de vermelho em composição com os pilares cilíndricos externos ao edifício revestidos em granito marrom-avermelhado. Em vista da proposta, inédita no Rio, de dar atenção especial aos executivos em viagens de negócios, foram criadas condições especiais para garantir funcionalidade no atendimento e na prestação de serviços extras. Além de restaurante, bares, piscina, sauna e garagem, o hotel tem salões de convenções, serviço de secretária bilíngüe, escritórios para hóspedes e todo apoio tecnológico mais avançado. HOTEL RIO OTHON PALACE - AV. ATLÂNTICA, 3.264 - COPACABANA A liberação do gabarito para edificações destinadas a serviços de hotelaria favoreceu a implantação desse edifício na av. Atlântica. O anteprojeto, elaborado por Arthur Lício Pontual, vencedor de concurso privado em 1968, foi retomado no período 1971-72, após sua morte, por uma equipe de arquitetos encabeçada por seu irmão Davino Pontual. Dadas as dimensões exíguas do terreno, de 1.600m2, o partido adotado foi o de uma torre de 28 pavimentos afastada das divisas; sobre embasamento com sete pavimentos, onde estão serviços gerais e garagem, com ocupação integral do lote. A disposição do pavimento-tipo em “U”, abraçando a garagem vertical, possibilitou a liberação de três subsolos, construídos simultaneamente com a superestrutura, para instalação de todos os equipamentos e serviços de apoio. No térreo, a criação de uma rua interna facilita a circulação de hóspedes e visitantes. Externamente, o edifício harmoniza o emprego de elementos estruturais em concreto aparente com um jogo volumétrico de sacadas e superfícies brancas. EDIFÍCIO JUSTUS WALLERSTEIN – AVENIDA ATLÂNTICA, 3.958 – COPACABANA Projeto moderno de Sérgio Bernardes, datado de 1960. houve especial cuidado do arquiteto com desenho dos elementos pré-fabricados. CONGREGAÇÃO RELIGIOSA ISRAELITA SINAGOGA BETH-EL – RUA BARATA RIBEIRO, 489 – COPACABANA 24 Create PDF with PDF4U. If you wish to remove this line, please click here to purchase the full version