Este documento resume vários eventos culturais que ocorrerão na região de Aveiro entre os dias 17 a 27 de Fevereiro, incluindo exposições, concertos, workshops e festivais de cinema e música. Alguns destaques são a exposição de fotografia de Maria João Antunes em Espinho, o Festival Para Gente Sentada em Santa Maria da Feira e um workshop de After Effects no Clube dos Galitos em Aveiro.
1. OS 39
DEGRAUS
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349 Quinta-Feira | 17 de Fevereiro 2011 | Ano VI | Telefone 234000031 | este suplemento semanal de cultura é parte integrante do Diário de Aveiro www.diarioaveiro.pt
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2. Festival. CINE TEATRO ANTÓNIO LAMOSO. Santa Maria da Feira Exposição. CENTRO MULTIMEIOS . Espinho
Vem aí a oitava edição Maria João Antunes:
do Festival Para Gente Sentada! Primeira Esposição em Espinho
expressões urbanas maria joão antunes
19 fev - 5 mar 2011 exposição
multimeios espinho
www.mariajoaoantunes.net com apoio:
Maria João Antunes inaugura a sua primeira ex- dono” em ruas, em recantos ou em paredes de
posição de fotografia em Espinho, no próximo uma cidade.
dia 19. Maria João Antunes, apesar de só agora realizar
O Centro Multimeios acolherá cerca de 40 obras uma primeira mostra do seu trabalho reunido
desta nova artista, numa exposição surpreen- nos últimos anos, revela já uma maturidade e
dente pois em cada fotografia descobre-se uma consistência que permitem antecipar que vai
visão baseada em pormenores que a cada mo- continuar a olhar e a ver a cidade com outros
mento ganham nova vida em novo contexto. olhos.
Sob o lema “Das coisas Nascem coisas” (ideia A artista diz que “é um olhar atento a impressões
que a autora foi buscar a Bruno Munari), entra- despercebidas” mas é muito mais do que isso.
mos num universo que é, ao mesmo tempo, real Uma obra em construção para descobrir ur-
e imaginado. gentemente e esperar novas revelações muito
Real porque de fotografia se trata e imaginado em breve. Maria João Antunes tem 50 anos, é
porque, com os olhos da fotógrafa somos levados professora e vive em Espinho.
a ver e a descobrir novas imagens. Maria João An-
tunes afirma que “não é fotografia, não é pintura. TOME NOTA: Para ver de 19 de Fevereiro até
São composições, imagens construídas”. 5 de Março. Mais informação em www.multi-
E a sabedoria da autora reside em, de forma meios.pt
criativa e inovadora, ir ao “encontro nas marcas
deixadas, indiferentes a quem passa e ao aban- Texto: Ângelo Miguel Fernandes
Workshop . CLUBE DOS GALITOS . Aveiro
B Fachada, Nuno Prata, Legendary Tigerman, algumas das propostas desta oitava edição
Vontade de aprender !
combiná-los de forma a obter uma
Já está fechado o cartaz da oitava edição do Fes- registo que transcende os limites da pop, com obra completamente nova. Apren-
tival Para Gente Sentada, um dos eventos mais electrónicas muito dissimuladas ao jeito de ban- der a fazer estas receitas com estes
aguardados pelos apreciadores de música “para das como os Flamming Lips. Para fechar com ingredientes não é apenas uma téc-
ouvir e sentir”. Sendo um festival direccionado chave de ouro os Piano Magic entram em cena nica, é uma arte que exige também a
para um público mais exigente e que foge aos com o aclamadíssimo álbum “ovations” editado inteligência e a criatividade do coz-
habituais conceitos de festivais de Verão, esta em Outubro de 2009, esta banda londrina com inheiro. Por isso mesmo o Curso está
edição não irá desagradar, pois a presença de uma legião de fãs considerável em Portugal vai pensado por um lado para ser uma
bandas como os Spokes ou dos Piano Magic irão fazer justiça à forte presença inglesa e demarcar introdução comum ao After Effects,
certamente surpreender a plateia presente. de onde o rock é natural, deixando no publico explicando as técnicas, ferramentas
A Legendary Tigerman, camaleão incontornável presente a sua eterna marca e questionar quando e funções básicas do programa, mas
da música portuguesa, cabe a honra de fechar será o próximo Festival para Gente Sentada! por outro lado está também dese-
o primeiro dia do festival. Sobe ainda ao palco nhado para ir mais longe e examinar
o Nuno Prata, que tem vindo a promover o seu O festival irá decorrer como habitualmente do a filosofia por detrás do programa
segundo álbum “Deve Haver” e Laetitia Sadier Cine Teatro António Lamoso, em Santa Maria da fazendo uma abordagem criativa. O
vocalista dos Stereolab, que traz na bagagem o Feira, nos dias 18 e 19 de Março com início mar- objectivo é o formando ficar consci-
álbum editado no ano passado “The Trip”, vem cado para as 22h. ente do amplo poder que os seus con-
directamente de Londres para uma actuação do A Secção de Fotografia e Cinema Amador do hecimentos iniciais representam já, desde que
já mítico festival da Feira. TOME NOTA: O preço dos bilhetes varia entre Clube dos Galitos em Aveiro vai promover nos usados de forma criativa e planificada.
No segundo dia a noite começa com um pro- 20€/um dia ou 30€/para os dois dias. Mais próximos dias 26 e 27 de Fevereiro um curso de
jecto português, que dispensa apresentações, o informações sobre o festival em http://www. iniciação ao After Effects. Usar esta aplicação da TOME NOTA: Estão a decorrer as inscrições
B Fachada. O ritmo sobe com a banda de Man- feiraviva.com/ Adobe significa combinar um conjunto de itens para o email: fotografia@galitos.pt Mais in-
chester - “Spokes”. Vem apresentar o mais seu provenientes das mais diferentes áreas desde formações no site do Galitos em: http://www.
álbum de estreia “Everyone I Ever Met” um Texto e foto: Miguel Estima os vídeos, sons, desenhos, 3D e gráficos para galitos.pt
2 // 17 de Fevereiro 2011
3. Já Ílhavo. CENTRO CULTURAL DE ILHAVO
Quem vem aí?
A MENINA PARTIPIM ESTÁ DE VOLTA A PORTUGAL
“A Casa” piradas no Rio de Janeiro, cidade que
a cantora elegeu para viver, no Rio
de Aldara Bizarro Grande do Sul onde estão as suas raízes,
e inspirado também em Portugal, país
que Adriana ama. Ama tanto que foi no
O espectáculo de dança “A Casa”, de Aldara Bizarro, sobe nosso pais que nasceu a inspiração para
amanhã ás 22 horas ao palco do Centro Cultural de Ílhavo. escrever “Saga Lusa”, livro em que
É um espectáculo que gira em torno da casa ideal de cada Adriana relata as peripécias em Portu-
um, um projecto que começou em Novembro passado, gal da digressão do álbum “Maré”.
quando foram entrevistados vários habitantes de Ílhavo. TOME NOTA: concertos em Lisboa no
três perguntas, de modo a ouvir as vontades e as realidades
Alicerçada no conjunto de entrevistas recolhidas e filma- CCB, nos dias 6 e 7 de Maio e no Porto
de cada um: “Qual é o sítio ideal para se viver?”, “Como
das em vídeo, em várias localidades – incluindo Ílhavo – Adriana Calcanhoto está pronta para na Casa da Musica, no dia 9 de Maio.
vive actualmente?”, e “De que histórias se lembra quando
“A Casa” é, assim, construída a partir de um projecto ela- apresentar o novíssimo “ O Micróbio Preços entre os 15 e os 40 euros. Mais
ouve a palavra casa?”. “Partimos, assim, da imaginação
borado com a arquitectura das vontades das muitas pessoas do Samba”. São 12 canções novas, ins- info em www.ticketline.sapo.pt
para a realidade.
entrevistadas.
“A Casa” convida o público a entrar no espaço da memória,
da construção e do desejo, transportando-o, simultanea-
TOME NOTA: O bilhetes custam 5 euros.
Quem vai por aí?
mente, para os lotes de terreno da utopia”, tendo sido feitas Texto: Carla Real
internacional de telediscos e apresen-
tar os seus vídeos. Os filmes integrados
Já Aveiro. TEATRO AVEIRENSE na programação oficial são «Il Serpen-
tone» (com Asia Argento), «A Day at
the Riding School» (com Maria de Me-
da madeira encontrada nas ruas e edifícios abandonados
deiros), «Wild Brunch» (com Peaches),
para se aquecer e compartilhava do mesmo prato a comida
«A Street-Car Named Twenty Eight»
com os amigos que iam aparecendo. Foi nesse mesmo local
(com Phoebe Killdeer), «Promenade
que Lou Reed, Moe Tucker e Sterling, os restantes membros
on South First Street» (com Rita Red-
do combo musical que mais tarde viria a chamar-se The
shoes), «Apple Beach» (com Cibelle),
Velvet Underground (VU), passaram um ano a ensaiar e ex-
«Sunglasses After Dark» (com Cais So-
perimentar incessantemente. Anos antes, John Cale andou
dré Cabaret) e «The Castle Is Closed for
envolvido com a cena avant gard novaiorquina, no espaço
Repair» (com Becky Lee).
temporal em que John Cage já havia entregue a sua batuta
a La Monte Young. A partir dos “mestres” Cage e La Monte
Será ainda projectado o documentário
Young, com quem colaborou em alguns projectos de algum
impacto (como foi o caso da sua participação como pianista
LEGENDARY TIGER MAN «On the Road to Femina», de Jorge
VAI ANDAR POR FRANÇA Quintela. A digressão começa já este
na peça Vexations de Éric Satie), plantou os frutos que mais
sábado no Festival Antigel em Genebra
tarde viria a utilizar de forma indelével nos VU. Ainda hoje, E PELA SUIÇA EM FEVE-
(Suíça) e prolonga-se até 26 de Feve-
os sons eléctricos da sua viola de arco (que muitos dizem REIRO E ABRIL
John Cale
reiro, dia em que Legendary Tigerman
não existirem na música pop/rock antes do aparecimento
Além de concertos, Paulo Furtado estará irá actuar em Besancon.
de Cale), constituem a pedra de toque que terá transfomado
também presente no Festival Interna- Em Abril, Mr. Tiger Man ainda vai até
os VU numa banda tão especial e única.
Levado pela viola Nesta fase de legítima afirmação dos VU o excêntrico e
cional de Curtas Metragens de Clermont
Ferrand, para ser júri na competição
França, visto ter agendada a sua pre-
sença em vários festivais deste país.
polémico Andy Wharol teve um papel fulcral, disponibili-
zando o seu atelier/armazém (The Factory), para que ali se
Do menino que cresceu envolto no verde imenso do vale
Quem já não quer ir…
pudesse albergar uma banda promissora que, de alguma
de Amman, na bucólica Garnant (País de Gales), onde uma forma, conseguisse potenciar uma ligação que se dese-
grande percentagem dos homens se dedicava ao trabalho jaria profíqua entre a música, a pintura e o cinema. Foi
duro nas minas (como o seu pai), numa família temente a neste frenesim artístico que Cale se alimentou, convivendo THE STREETS OFICIALIZAM O FIM!
Deus e com uma mãe professora que lecionava numa es- amiúde com figuras maiores das artes que frequentemente
cola mesmo por detrás do seu lar, restam apenas memórias se reuniam nesse espaço, casos de Bob Dylan ou Peter Fonda.
longínquas. Em pequeno, John Cale, com um apego que lhe
fora incutido pela sua mãe, começou a ter aulas de piano Com o desmembramento dos VU por questiúnculas de não
e orgão aos 7 anos de idade, ensaiando incessantemente somenos importância, que derivaram do inevitável con-
todos os fins de tarde na igreja local. Os seus amigos mais fronto de egos entre Lou Reed e John Cale, este último resol-
próximos diziam que era uma criança muito activa e feliz. vou dedicar-se à produção de discos, começando por “The
Marble Index”, de Nico, passando pela estreia dos Stooges
A viola, não a clássica, cujo dedilhar foi para muitos músi- e ainda pelo histório “Horses” de Patty Smith. Além desta
cos o começo de tudo, mas a de arco, com um som de to- faceta, e como se afigurava pouco plausível um corte radical
nalidade mais grave e encorpada que o violino, acompa- com a escrita musical, a sua carreira a solo teve finalmente
nhou-o, anos mais tarde, na sua demanda até aos Estados o empurrão desejado, em 1970, com o belíssimo “The Vin-
Unidos da América, para que assim pudesse aprofundar os tage Violence”. Nem as drogas, que foram suas compan-
seus estudos musicais. Ele que nela encontrou, ao entrar na heiras de viagem durante muitos e longos anos, nem os
orquestra da escola preparatória, o instrumento ideial para altos e baixos de uma discografia já extensa são suficientes
se exprimir da forma mais eloquente que lhe fora possível para ofuscar a obra deste nobre e incansável artífice. Re-
até então. Se o fascínio pelas emissoras de rádio interna- fastelados ao som de uma colheita vintage de grande nível,
cionais que escutava em sua casa, religiosamente, o pu- que engloba o já citado “The Marble Index”, “The Fear”, o
ham em contacto com as realidades que tanto ambicionava controverso “Honi Soit” e o sibilino “Music for a New So- Pois é, o britânico Mike Skinner cum- Mike Skinner lançou, entre 2002 e
conhecer, o facto de se ter tornado num cidadão virtual da ciety”, aguarda-se com expectativa uma noite impondera- pre o prometido e põe termo à carreira este ano, cinco álbuns. Os dois pri-
cosmopolita Nova Iorque por via das ondas hertzianas foi, velmente diferente mas igualmente fascinante, a ter lugar com alter-ego The Streets. A última meiros, Original Pirate Material e A
naturalmente, a primeira e mais lógica das consequências. no no Teatro Aveirense. John Cale estará entre nós. música de The Streets vai chamar-se Grand Don’t Come For Free , tiveram
“Close The Book” e será oferecida gra- considerável impacto crítico e comer-
Envolto na Nova Iorque de meados dos anos 60, mais Texto: Ricardo Sardo tuitamente na net, a par de outras co- cial. O Clip espera sinceramente que
precisamente nos anos de 1964 e 1965, quando habitou o laborações on-line que o britânico tem esta coluna tenha os dias contados…
número 56 de Ludlow Street, viveu a vida possível com os TOME NOTA: Ás 21h30, dia 20 ( domingo), no teatro Avei- desenvolvido no ciber espaço. senão, quem aqui figurará na próxima
parcos meios que tinha à disposição. Procedia à recolecta rense. Bilhetes 8 euros. Nascido em Birmingham há 32 anos, edição?
17 de Fevereiro 2011 //3
4. À conversa
com... INÊS
CASTEL-BRANCO
Texto: Maria João Azevedo
Inês Castel-Branco – Olá Aveiro! IC – Lembro, a primeira experiência... nem era
Maria João Azevedo – Olá Inês, bem um palco, era uma sala (risos), mas era um
com o Simão á tua beira? espectáculo feito no âmbito de um workshop,
IC – Sim, mesmo aqui ao lado (risos) como sempre! e o espectáculo era de um brasileiro chamado
MJA – Eu li algures que tu levas o Simão para todo Nelson Rodrigues, que faz espectáculos assim
o lado... um bocado violentos, mas muito interessantes,
IC – É verdade, neste momento estamos a almoçar e eu fazia uma rapariga que morria em palco a
numa esplanada com uns amigos que vieram de fazer um aborto... e foi muito interessante fazer.
França, e ele está aqui ao nosso lado a olhar para MJA - Humm, forte! E quando é que tu percebes-
nós (risos)! te que ias seguir a carreira de actriz?
MJA – Antes de passarmos aos “39 degraus”, IC – Olha foi na primeira audição que eu fiz na
Inês, o Simão mudou-te muito? vida, saí de lá com a completa noção de que era
IC – Sim, acho que todas as mulheres mudam exactamente aquela sensação que eu queria, que
com a maternidade, é um lugar comum mas é eu perseguia.
verdade. MJA – Em televisão e em teatro tu já fizeste mui-
MJA – E em que faceta o Simão te mudou mais? tas coisas, qual foi o papel que te marcou mais?
IC – Eu acho que na perspectiva do resto dos IC - Acho que foi a Mariete da Vila Faia, por vari- “Sou actriz que gosta de cantar no chuveiro, sou mãe que adora organizar festas para crianças (...)”
problemas, que afinal já não têm importância adíssimas razões, primeiro porque é uma novela
nenhuma... que diz muito sobre a história da televisão em
MJA – Inês, qual foi a primeira experiência séria Portugal, (por ter sido a primeira e esta o re- maior da minha parte em relação ao mundo da suspense, etc... é uma comédia absolutamente
que tu tiveste num palco, lembras-te? make) depois por ter envolvido uma pesquisa prostituição, e depois porque durante a roda- frenética porque os quatro actores que entram
gem correu tudo muito bem... e foi um trabalho nela não param um único minuto porque têm
que me deu muito prazer. de interpretar as personagens todas que entram
MJA – E cantorias com o Tiago Bettencourt, “Se no filme do Hitchcock, e isso faz com que o es-
Cuidas de Mim”... pectáculo tenha não só muito ritmo, como seja
IC – E não só! Agora gravei com os Nouvelle muito cómico. E depois podem esperar além de
Vague, brevemente vão ouvir um single meu rir durante duas horas, podem também esperar
(risos), não que eu procurasse isso, mas está a um lote de espiões dos anos trinta como só se fa-
surgir na minha vida esse lado musical também. zia antigamente.
MJA – E que tu não tens desconsiderado, eu sei MJA – Inês, a única mulher entre três homens,
que tu subiste com o Tiago aos palcos, embora como é que é?
lhe tenhas dito que nunca ias fazê-lo... IC – É óptimo! Ser a única mulher é sempre óp-
IC – É verdade (risos), ele convenceu-me, eu fiz timo (risos), porque os homens quando há só
já quatro vezes e confesso que só desta última uma mulher têm imensos cuidados, são muito
vez é que me consegui divertir, das outras vezes cavalheiros, e então com o Simão são realmente
estava em pânico total e absoluto. colegas extraordinários, e têm-me ajudado
MJA – E como é que surgiu o convite dos Nou- imenso. E depois como actores, são três actores
velle Vague? do caraças (risos), o Joaquim eu já conhecia mas
IC – Surgiu através do mesmo manager do Tiago, nunca tinha trabalhado com ele, e foi uma sur-
que percebeu que eu tinha mesmo talento para presa a todos os níveis agradável, com o João e o
aquilo, ou não (risos), e fez-me a proposta e eu Rui eu já tinha trabalhado mas neste espectáculo
aceitei, olha estivemos ontem a gravar e correu deixam-me de boca aberta todos os dias, porque
bem! são de facto as pessoas que mais se desdobram
MJA – Tu sempre chegaste a ir para Nova Iorque no espectáculo e é inacreditável o que eles con-
tirar o curso de realização? seguem fazer com o corpo e a voz.
IC – Tirei sim senhora! MJA – Isso quer dizer que tu vais interpretar
MJA – E valeu a pena? vários personagens?
IC – Sim , então não valeu! Aprendi a fazer IC – Eu vou interpretar as personagens femini-
imensas coisas que não sabia, nomeadamente nas que são três, a primeira é uma espia alemã, a
mexer numa câmara, editar imagens, dirigir ac- segunda é uma camponesa escocesa que se cruza
tores, há imensas coisas que eu não sabia fazer, com o protagonista a meio da história, e a última
e passei a saber, aliás é isso o bom da formação. que é a heroína da história, que é uma inglesa
MJA – Então vamos lá – Hitchcock em Aveiro, a que se chama Pamela Edwards...
única comédia deste grande mestre do mistério, MJA – Estamos a chegar ao fim da nossa entre-
qual é o teu papel, o que é que o público pode vista, antes de voltares para o Simão, como é a
esperar, o que é este “os 39 degraus”? Inês fora dos palcos, no seu dia a dia?
IC- Olha os 39 degraus, não é uma comédia do IC – Sou actriz que gosta de cantar no chuveiro,
Hitchcock como têm dito, é baseado no ro- sou mãe que adora organizar festas para crian-
mance do Jonh Buchan que foi adaptado pelo ças, e gosto de fotografia e cinema...
Hitchcock para o cinema e depois houve dois
jovens que adaptaram para teatro, e aí sim,
fizeram quase uma cópia do filme do Hitch- Ouve a entrevista a Inês Castel-Branco e
cock, mas fizeram-na de uma forma em que a participa no passatempo “os 39 degraus” na
encenação o torna numa comedia, ao mesmo Aveiro FM 96.65 – Quinta-feira às 11h!
tempo não perde o lado de espiões e de thriller,
4 // 17 de Fevereiro 2011
5. Teatro Comédia. TEATRO AVEIRENSE. 17, 18 e 19 de Fevereiro Texto: Maria Inês Santos
Os 39 Passatempo
degraus
Aveiro FM 96.5
quinta ás 11h e
entrevista a Inês
Castel-Branco
até Aveiro
É sempre a subir. Uma encenação de Clau-
dio Hochman, adaptado de um filme Alfred
Hitchcock, que recriou, por sua vez, uma
obra de John Buchan. Uma hora e meia de
comédia com apenas 4 actores, mas mais
de 100 personagens. No Teatro Aveirense,
hoje, amanhã e Sábado.
Esta é a história de um ilustre e bem parecido
cavalheiro inglês, que é procurado por um
crime que não cometeu e, de repente, se vê
enredado numa teia de espiões. Está dado
o pontapé de partida para uma comédia
que se prolonga por 90 minutos.
Um punhado de actores muito flexível
e um texto em que fica evidente que
Alfred Hitchcock, o mestre do sus-
pense, também tem grande capaci-
dade para fazer rir, são os ingredientes
chave desta peça.
O elenco é composto por Joaquim Hor-
ta, Rui Melo, João Didelet e Inês Castel-
Branco. A encenação está a cargo de Cláu-
dio Hochman, assistido por Félix Lozano. A
produção de “Os 39 Degraus” é a mesma que
foi responsável pela comédia “Os Produ-
tores”, espectáculo que em 2010 recebeu
grandes elogios do público e da crítica.
Inês Castel-Branco, a (orgulhosamente)
única mulher do elenco, garante que esta é
uma comédia frenética para rir muito. Com
vontade. Uma história à moda dos anos 30,
daquelas que só se faziam antigamente.
Intriga, espionagem, aventuras, heróis,
vilões, romance e muitas gargalhadas. O
resto, só vendo para crer.
Ficha técnica
Duração 90 min.
Género Comédia
Classificacao M/12
Encenação Cláudio Hochman
17 de Fevereiro 2011 //5
6. PJ Harvey -
escente como alguns instrumentos que parecem
deslocados do seu posto de vigia (o caso do xilo-
Foi
assim...
fone no tema título) se assumem como condu-
“Let England Shake” (2011) tores das operações, ou mesmo quando um pia-
(Universal) no assombrado pelo canto de uma diva balcânica
nos transporta para um recôndito deserto, con-
duzindo-nos à dicotomia fracionada do sonho/
Encalhadas
Contudo através dos seus monólogos nocturnos
O erro, esse esquálido car-
começa a compreender-se que afinal “ser en-
pinteiro que burila as imper-
calhada” não é uma condição fácil. E, apesar de
feições da mente humana,
possuírem personalidades distintas, encontram
tem por norma carregar o
Centro Cultural e de Congressos dificuldades muito semelhantes ao tentar lidar
ónus da inutilidade, copi-
Aveiro, 12 de Fevereiro 2011 com o problema da solidão. A primeira encalhada,
ando os maus hábitos que
Cecília, é solteira com muitos namorados, não
vão surgindo na antecâmara
A comédia musical “Encalhadas” apresentou-se conseguindo fixar nenhum. É apresentadora de TV .
de um crescimento relativa-
no passado sábado dia 12 no auditório do Centro Cristina encontra-se casada no início do espectá-
mente consolidado. São es-
Cultural e de Congressos de Aveiro para uma pla- culo, mas não menos só. O marido, um empresário
sas incurvadas indefinições
teia esgotada claramente com uma média de idades de sucesso, viaja muito e não lhe dá atenção. A
que desde o ínicio serviram
a rondar os 45. É uma comédia musical mas, a meu última encalhada, Graça, é esteticista/maquilha-
(e servem, em abono da ver-
ver, poderia ter-se ficado apenas pela comedia e dora do mesmo programa de televisão onde Cecília
dade) de caldo predilecto a PJ
deixado de fora a parte musical, desta forma não é apresentadora. O seu grande sonho é casar-se,
Harvey, como se ela própria
tornaria o espectáculo tão longo e não se quebrava mas, por questões do destino, envolveu-se com um
se constituisse o espelho do
a parte teatral que tanto fez rir a audiência. homem comprometido.
lado obscuro da escultura
Após 18 minutos da hora marcada, começou com
sonhada e executada por Pig-
o seu pior trunfo, os momentos musicais. No en- Durante o espectáculo que durou cerca de 2 horas
maleão, ostentando todas
tanto salvou-se logo a seguir com uma interacção as gargalhadas foram bastantes e boas, mais con-
aquelas matizes, em carne
bem conseguida que leva Rita Salema à plateia para centradas no início do espectáculo talvez por causa
e osso, que gostariam de ter
se “meter” com um dos espectadores, as gargalha- da sua duração ou das quebras musicais. No entan-
sido evitadas a todo custo pelo
das começam e posto isto é escolhida uma senhora to não deixa de ser um bom espectáculo que acon-
seu criador. Mas se já muito
(encalhada) da plateia que vai até ao palco para selho e que me fez chorar de rir.
tempo se passou desde o des-
receber uns conselhos do Oráculo “I ching”. É de realçar a interpretação de Rita Salema, a Graça
governo que transformou
Feita a ligação com a plateia o espectáculo segue (“Gracinha”, “Cinha”) que a meu ver foi fenom-
“Dry” no primeiro uppercut certeiro nos câ- realidade vivida Betty (Naomi Watts) no soberbo
por vários quadros sempre interpelados por um enal e que tem uma capacidade de improvisação e
nones do rock cantado no feminino dos 90’s e Mulholland Drive de David Lynch (no caso de
momento musical. Basicamente, as três Encalha- de adaptação ao inesperado fabulosa.
“To Bring You My Love”, com todo o seu mara- “England”). Todo este devir não retira, nem por
das quererem acreditar e fazer-nos acreditar que
vilhoso chapinhar pantanoso, num verdadeiro um só momento, o foco das atenções à tendência
convivem bem com o facto de serem encalhadas Texto: Bruno Estima
tratado metafórico para as vicissitudes ineren- intrínseca para PJ Harvey se camuflar dentro da
e de que há outras “1000 maneiras de ser feliz”. Fotografia: Rita Silva
tes à própria natureza mundana, “Let England sua própria voz, espantando e reunindo as tro-
Shake” poderá fazer-nos acreditar que após as pas, dissimulando o seu lado frágil nas soberbas
escorregadelas dos dois anteriores trabalhos a “The Words That Maketh Murder” e “Written
Wooden
senhora parece pronta para nova metamorfose. On The Forehead”, esta última, como tão bem
comentava um amigo, tem aquela raspa de bo-
Não se estranha o terremoto que se anuncia no neca de porcelana arrancada do limbo habitado
título do disco (que aconteceu, convenhamos,
com o excelente e incompreendido “Is This
Desire”, onde as electrónicas serviram de juíz
pelos Cocteau Twins, regada por um inusitado
sample reggae com encaixe hermético. Wand
em justa causa), que pretende, por maioria de Se pegarmos nas próprias palavras da autora Cine Teatro de Estarreja,
ideias, abordar o estado/história da sua nação- verificamos que muito do seu trabalho tem sido 11 de Fevereiro de 2011
mãe de uma forma lúcida mas sem nunca pro- sobre o “Eu” interior, o lado emocional, aquilo
curar vulgarizar e escamotear uma realidade que acontece dentro de cada um. Que desta vez A Música com comprometimento e paixão
que é insuspeitavelmente premente. Seria, por procurou olhar para o exterior, não só para In- Cine Teatro de Estarreja, 11 de Fevereiro de 2011
essa ordem de pensamento, demasiado redu- glaterra mas também para o mundo e para o que Pouco passava da hora quando o Americano
tor servirmo-nos apenas do conceito/ideia que está a acontecer nos dias que correm, fazendo James Toth conhecido por Wooden Wand apa-
perpassa todo o alinhamento da obra para efabu- uma análise desde o ponto de vista humano, já receu no pequeno espaço auditório/bar do Cine
larmos uma teoria que nos enchesse verdadei- que não se sente capacitada de fazê-lo desde um Teatro de Estarreja. Só com duas actuações mar-
ramente as medidas. Deixando de lado esse jogo ponto de vista político. cadas no nosso país, é natural que a sala estivesse
de xadrez que alimenta o ego de quem escreve composta com quase uma centena de ouvintes
mas que pouco acrescenta à análise objectiva de Nesta independência que se apoia num olhar sedentos de mais uma noite de música “indie-
quem lê, convém ordenar as ideias e partir para crítico e objectivo sobre a envolvente que nu- folk” ou “free folk”, que em português corrente
a possível objectividade. tre cada um dos pequenos seres que nos rodei- quer dizer qualquer coisa como: um rapaz com
am, e manifestando uma vontade de continuar uma guitarra nas mãos e um conjunto de can-
Percorrendo os doze temas no novíssimo disco, a preencher algumas das lacunas que são por ções onde a letra se torna mais importante que e uma nova canção criada ao longo da extensa
que perfazem pouco mais de 39 minutos, somos demais evidentes, numa espiral tão própria de a melodia em si. tournée pela Europa.
confrontados, em maior ou em menor grau, di- uma evolução que ainda é imperfeita, há uma Aclamado pelos presentes a actuação baseou- Uma noite de inverno onde o músico do Ken-
ga-se, com o assumir do formato canção como quarentona que uma vez mais nos recoloca pe- se no último registo “Death Seat” editado no tucky veio contribuir para o enriquecimento do
veículo predilecto para uma jornada que nos le- rante o paradigma de um disco ímpar, numa Outono do ano passado, onde estiveram temas estado de espírito do público que saiu de casa.
vará ao reencontro de alguns dos caminhos se- discografia plural. como “Hotel Bar” na abertura, “Bobby”, “The Um concerto que ficará por certo marcado no
guidos em “Stories from the City, Stories from Arc”, “Servant to Blues” e para terminar o tema intimo de cada um dos presentes.
the Sea”. No entanto, e para que não restem Texto de: Ricardo Sardo que dá titulo ao álbum “Death Seat”, pelo meio
dúvidas, quase que estranhamos a forma qui- ficaram algumas canções de registos anteriores, Texto e Foto: Miguel Estima
6 // 17 de Fevereiro 2011
7. POR CIMA DA CARNE SECA
Os tentáculos do “PoLvo”
eminente e profunda desigualdade social.
Relacionado ou não a isso, a invasão artística in-
ternacional na terra da bossa nova (pra não dizer
do samba) tem avançado em toque de avalanche. 15,9 milhões de euros por um quadro…!
Em 2010 uma grande quantidade desses seres de
proporções gigantescas passou pelo país. Pode- Apesar da crise, e dos tempos que vivemos, a arte ain- da continua a ser uma
se citar Paul McCartney, Jeff Beck, Guns n’ Ros- forma de valorizar o dinheiro que se tem, ou de o gastar. Alguns estudos indicam que
es, Aerosmith, Rush, Black Eyed Peas e tantos contemplar obras de arte pode ser mais prazenteiro do que jantar fora ou ir de férias…
outros, puxados pela Beyoncé já em fevereiro no Essa será a razão que levou um anónimo a adquirir um quadro de Salvador Dali pelo valor
abre-alas. Aparentemente 2011 não deve apon- exorbitante de 15,9 milhões de euros, 3 vezes mais que o recorde anterior.
tar para outra espiral de alvo, Amy Winehouse, O quadro chama-se “Retrato de Paul Éluard”, e foi escrito em 1929, quando o poeta francês
Iron Maiden, Ozzy Osbourne, U2, Slash, Cold- visitou o amigo durante um Verão e o espanhol decidiu pintá-lo.
play, Metallica e Shakira estão entre os que pas- Nunca um quadro surrealista tinha sido vendido por um preço tão elevado, e a mesma obra,
sarão ou já passaram por aqui. posta em leilão em Nova York em 1989 foi arrebatada por 1,4 milhões de dólares.
Crónica brasileira por Felipe Antunes O interessante é que muitos desses citados pas-
saram em branco por anos, ou até nunca esti-
veram nas vistas tropicais, e agora apresentam
Há algum tempo que se ouve falar em país do fu- uma relação de clientela fidelizada com o país, Guitar Hero deixa de tocar (by Rui Santos)
turo. Também há algum tempo que se ouve falar desempenhando marcação cerrada quase que O famoso jogo musical vai deixar de ser produzido. A de-
em país emergente. Devastando a etimologia o anual. Mas será que essa “nova” relação alimen- cisão, que se extende também ao DJ Hero, foi anunciada
caminho vira de emergência. Emergência por ta a evolução cultural? Ou será que os espaços pela produtora Activision, que justificou esta resolução
um futuro promissor, emergência pelo proveito passam a estar congestionados e contaminados com o facto de o jogo não ser rentável.
de oportunidades, emergência em consolida- por essa popularidade explosiva? O fato é que o O jogo consiste em interpretar músicas tocando os ins-
ção. Alguns desses vetores vêm apontando de interesse comercial, a arte, a economia e a valo- trumentos de acordo com as indicações que aparecem
maneira convergente em terras brasileiras. O rização ética e cultural precisam mesmo estar no ecrã e ser o jogador o guitarrista dos Beatles ou dos
sentimento de fato se espalha em uma confiança juntas, cada um desempenhando seu papel, mas Rolling Stones.
extrínseca e de gôndolas, ao mesmo tempo em funcionando como uma engrenagem. O divertimento de milhares de famílias de todo o mun-
que se estreita em uma desconfiança intrínseca Uma coisa é certa com isso tudo, pode ser uma do, que ganharam o gosto a jogos musicais, é demasi- ado caro visto que implica
e contida. grande aula de como se faz (ou em alguns casos a compra de vários complementos, como as guitarras, o software, os microfones e ainda a
Toda essa confluência de fatores desperta curio- como não se faz) um verdadeiro espetáculo com compra de músicas à parte, se o desejarem. Além disso, existem ainda sequelas dedicadas
sidade, interesse e merece atenção. O Brasil de tentáculos de interesses múltiplos. O que resta exclusivamente a bandas famosas, como os Metallica e os Aerosmith.
fato anda bem de sua economia, e tenciona para são perguntas. Quem esta por cima? A atração O jogo que se tornou uma referência em todo o mundo, já tem fim anunciado, mas ainda não
uma boa estabilidade, apesar da sua ainda pro- popular ou o atrativo? O povo ou o “poLvo”? tem data marcada.
Performas reabre portas Um português que guarda a Internet
A Internet é um vasto mundo por descobrir. Para a maioria
de nós, limita-se a ser o sítio onde acedemos ao email, ou
Coste, Joaquin Rodrigo, Vassiliev e Ginastera, lemos as notícias, para outros, é um hábito inexistente.
entre outros. Começa às 22 horas o espectáculo Não nos preocupamos nem pensamos se será seguro ou se
de “um dos mais premiados e aclamados guitar- terá espaço suficiente… Mas existe alguém que o faz por
ristas clássicos da actualidade”. nós! E nessa equipa restrita, que funciona como os filmes,
Crescer na crise com cartões e códigos de segurança guardados em co-
O Performas estava fechado desde meio de fres seguros, encontra-se um português. João Damas tem
Dezembro último e contava-se que reabrisse 43 anos e vive desde os 8 em Madrid. Ali tirou o curso de
em Janeiro. Mas houve um “atraso resultante de Química Quântica e descobriu que preferia a Internet.
alguns incidentes, imprevistos e outras chatices Pertence ao grupo de 14 pessoas que controla e discute a segurança da Internet e isso implica
que afectaram tanto as instalações quanto alguns ir uma vez por ano a Los Angeles, ir buscar uma chave secreta e verificar que todo o sistema
elementos da equipa do Performas”, diz em co- continua seguro.
No Performas Quinta-feira das 21h ás 02h00
municado José Filipe Pereira. Por outro lado, ol- E se alguma coisa acontecer a essas 14 pessoas e à chaves secretas? “Se os dois sítios desapa-
hando para a frente diz que “vai ser difícil pelas recessem e nós 14 também, há mais sete pessoas que têm uns cartões especiais. Com cinco
Uma jam session marcou a reabertura de ontem restrições orçamentais, pelas circunstâncias que desses cartões pode-se desbloquear uma cópia de segurança da chave principal”, explica João
do Performas - Estúdio de Artes Performativas afectam a comunidade artística, enfim, pelo Damas ao público.
Contemporâneas, em Aveiro e hoje, às 21 horas, panorama geral que caracteriza o presente mo- Portugal com representação no grupo de topo de segurança da Internet.
vários espaços são ocupados por um “happen- mento da sociedade portuguesa”.
ing”. Com o título “Morre”, é um trabalho do Dirigindo-se ao público, disse ao CLIP que o
grupo Well Hello que “visa caricaturar a quebra Performas irá “manter o nível de oferta que tem
de relações amorosas, evidenciando clichés, habituado a cidade”, embora os tempos sejam Metallica voltam a estúdio
mas simultaneamente, ainda que através do de crise, expresso designadamente no corte or- A revista americana Rolling Stone avançou uma notícia que
humor, reconhecer a importância do impacto çamental do Ministério da Cultura. informa os fãs da banda Metallica que vai ser publicado um
destes episódios na vida do ser humano”. O Performas quer dar “continuidade ao pro- novo disco e que será feito em tempo recorde. Depois de
Da programação regular mantém-se não apenas jecto cultural” e continuar a apostar nos “ar- Death Magnetic, editado em 2008, e cuja digressão termi-
as Jam Session das quartas-feiras como as ses- tistas e projectos emergentes, da comunidade nou em Novembro de 2010, não voltaram a falar de novos
sões acústicas aos sábados. local, do circuito nacional, nos que teimam em originais. Agora, e baseado em declarações do guitarrista
Amanhã, às 22 horas, sobem ao palco os Septi- apresentar alternativas estéticas e artísticas Kirk Hammett, é possível vislumbrar algo no horizonte:
mus. O grupo apresenta o último trabalho “O quando as políticas e as instituições tudo pare- “Queremos gravar tudo em duas semanas. Tínhamos pen-
Experimentar Na M’Incomoda”, com música cem fazer para negar a importância social das sado fazê-lo em Março mas passámos para Maio”.
tradicional dos Açores formatada para um som suas démarches. A actividade cultural e artística Apesar de não revelarem muito sobre o disco, afirmaram que não é um álbum 100% Metal-
contemporâneo misturado, batido e filtrado, é um “factor de valorização social e humana de lica, e sim um projecto de gravação.
antes de ser servido com dois pingos de amar- grande relevância para ultrapassar a desmotiva- Apesar da dúvida de se conseguirão gravá-lo ou não em duas semanas, nós esperamos ex-
gante de Angustura e uma casca de laranja”. ção instalada”. pectantes, esse projecto.
Na próxima semana, dia 24, o guitarrista Ru-
ben Bettencourt, interpreta obras de Napoleon Texto: João Peixinho
17 de Fevereiro 2011 //7
8. AGENDA 17 de Fevereiro a 20 de Fevereiro 2011 Edição nº 349
NA REGIÃO Música e Dança| 23h Concerto Baile Folk com Dancing String Música| 22h30 Jazzafari
Hoje, 17 de Fevereiro Aveiro, Teatro Aveirense – Salão Nobre Mira, Bar Contrabaixo
Jam Session| 21h Morre Organização pela tradfolkaveiro. Inclui um workshop de iniciação Com Pedro Pinto e Virxílio da Silva
Aveiro, Performas ao baile folk. Os Dancing Strings visitam o Aveiro para nos emba- Preço: 5 euros , mais informações em www.contrabaixo.com
Colectivo Well Hello lar ao som vibrante e dinâmico dos instrumentos acústicos e nos
Um happening que procura caricaturar a quebra de relações envolver na dança de timbres e ritmos através das suas melodias DJ| 22H30 Ricardo Neves
amorosas, evidenciando clichés, mas simultaneamente, ainda que originais de mazurkas intimistas, valsas assimétricas, bourrées es- Águeda, Bianchi Bar 2
através do humor, reconhecer a importância do impacto destes tonteantes, círculos swingados, polskas poderosas e muitas outras
episódios na vida do ser humano. Cada indivíduo é convidado a danças de origem europeia. Domingo, 20 Fevereiro
viver o ponto de vista do amargo derrotado através da interacção e Preço Bilhetes: concerto 5 euros ou 7euros workshop + concerto. Música| 16h Sociedade Filarmónica Penelense
participação nas obras apresentadas. Propondo uma viagem pelas Estarreja, Cine Teatro de Estarreja
etapas de uma relação falhada, cada um poderá reconhecer os Sábado, 19 Fevereiro Bandas em Concerto
momentos simbólicos pela sua experiência pessoal e pôr em pers- Palestra| 21H Palestra Evocativa a Orlando de Oliveira Evento Sénior (terceiro domingo de cada mês)
pectiva os seus próprios sentimentos – negação, raiva, depressão Aveiro, Auditório do Conservatório de Música de Aveiro Preço 1.50 euros, entrada livre para maiores de 55 anos
– através de situações de catarse sugeridas. Entrada lIvre Promovida pelo Município de Aveiro e integrada no programa das
comemorações do 50.º Aniversário do Conservatório de Música Música| 21h30 John Cale
Teatro| 21h30 “os 39 degraus” Calouste Gulbenkian, a palestra irá homenagear um dos grandes Aveiro, Teatro Aveirense – Sala Principal
Aveiro, Teatro Aveirense impulsionadores da criação do Conservatório de Música em Tornou-se um vulto enorme da música internacional como um
Hitchcock chegou a Aveiro! A única e hilariante comédia do mes- Aveiro, Orlando de Oliveira. A sessão vai contar com as interven- dos elementos (e um dos compositores) dos lendários Velvet
tre do mistério vai aterrar no Teatro Aveirense com Inês Castel- ções da Vereadora do Pelouro da Cultura, Maria da Luz Nolasco, Underground, um dos projectos mais influentes da história da
Branco, Joaquim Horta, João Didelet e Rui Melo a dar vida a mais da filha do evocado, Filomena Vale Guimarães, representante do música, em que também pontuava Lou Reed. A solo, trilhou um
de 100 personagens diferentes. Uma comédia de alta velocidade Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, Henrique Neto, caminho seguro cuja qualidade e consistência nunca merece-
que vai deixá-lo cansado…de tanto rir! Repete na sexta ás 21h e no e da Universidade de Aveiro, Jorge Arroteia e irá incluir alguns ram qualquer contestação. Indo da música pop à música mais
sábado ás16h30 e 21.30 Preço: entre os 15 e os 22 euros momentos musicais por elementos do Conservatório de Música experimental, o seu percurso evidencia tanto a sua personalidade
Mais info em www.teatroaveirense.pt Calouste Gulbenkian em Aveiro. insatisfeita e perfeccionista como a sua erudição musical, fruto da
sua formação. Sempre imperdível.
DJ| 23H One Imaginary Boy Cinema| 21h30 A Tempo e Horas Preço: 8 euros
Aveiro, Clandestino Bar Ílhavo, Centro Cultural de Ílhavo
Bailarico Indie (indie, post-punk, shoegaze, new wave) De Todd Phillips, com Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Cinema| 21h30 Uma Família Moderna
Michelle Monaghan, Jamie Foxx e Juliette Lewis. Estarreja, Cine Teatro de Estarreja
Sexta-feira 18 Fevereiro Peter Highman, um feliz (mas ansioso) homem vai ser pai pela A família Cantone é uma ilustre e excêntrica família italiana,
Teatro| 21H30 “Antónia, António” primeira vez dentro de alguns dias. No entanto, nem tudo corre ligada à tradição das massas. Tommaso, o filho mais novo, está
Aveiro, CETA – Círculo Experimental de Teatro de Aveiro bem: Peter não consegue apanhar o voo que parte de Atlanta, pelo decidido a aproveitar a grande reunião familiar para revelar a
Teatro para adultos que se vê obrigado a fazer a viagem de regresso a casa com um todos a sua homossexualidade e assim prosseguir a sua vida em
Baseado no livro de João Lemos com encenação de José Júlio Fino aspirante a actor, Ethan Tremblay. Contudo, aquilo que seria uma Roma, sem dramas nem segredos. Mas, no exacto momento em
Interpretações de Arlindo Silva; Cláudia Alexandrino; Bárbara simples viagem de carro torna-se numa sucessão de surpreenden- que pede a palavra, o seu irmão António, sem se conseguir conter,
Macedo; Sérgio Bento; António Morais; Rui Neves; Nuno Guerra; tes acontecimentos. Uma comédia hilariante. Preço: 3 euros faz a mesmíssima revelação. Enquanto a família fica petrificada
Patrícia Pereira e Rita Moniz Repete dias 19, 25 e 26 de Fevereiro com a notícia, o pai tem um ataque de coração e é levado para o
Mais informações em www.cetateatro.pt Música| 22h Pedro Abrunhosa – “Canções” hospital… Preços entre os 2.50 e os 3.50 euros
Estarreja, Cine Teatro de Estarreja
Jam Session| 22h O Experimentar Na M´Incomoda Septimus Concertos Íntimos no Cine Teatro de Estarreja
Aveiro, Performas ww.cineteatroestarreja.com
Em “O Experimentar Na M’Incomoda” o folcore açoriano é mis-
turado, batido e fi ltrado, antes de ser servido “on the rocks” com
dois pingos de amargante de Angustura e uma casca de laranja. As
varias infl uências ultrapassam diferentes fronteiras geográfi cas
ou de género musical, num espaço onde hip-hop, krautrock, dub,
Tom Zé e Animal Collective decidem dialogar entre si e materi-
alizar a conversa num “Endtroducing” actualizado e com gosto a
gim do Peter’s. Há lugar para sintetizadores espaciais, guitarras
melancólicas, noise industrial, batidas sincopadas, velhas canções
de baleeiros e foliões do Espírito Santo em S. Jorge nesta irreve-
rente abordagem à tradição musical portuguesa.
Mais info em www.performas.org
Dança| 22h “ A Casa” de Aldara Bizarro
Ílhavo, Centro Cultural de Ílhavo
A Casa é um espectáculo de dança que gira em torno da casa ideal
de cada um. Preço: 5 euros
FICHA TÉCNICA::: Edição Diário de Aveiro ::: Director: Adriano Callé Lucas Director-Adjunto: Ivan Silva ::: Director de publicidade: Ivo Almeida (ivo.almeida@diarioaveiro.pt) ::: Editora: Maria João
Azevedo (clip.maria@gmail.com) ::: Design e Paginação: Mariana Castro (miiidemiii@hotmail.com)::: Impressão: FIG ::: Tiragem: 8000 exemplares
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