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A PARTICIPAÇÃO DE CAMPINAS NA
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
DE 1932
Autores: Fernanda Cristina Vieira Pereira
Gilberto Pires
Cléia Rodrigues Araújo
Campinas/SP
Junho/2014
A PARTICIPAÇÃO DE CAMPINAS NA
REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE
1932
• Este estudo faz parte do processo de avaliação
final do Curso Redes de Aprendizagem –
Junho/2014.
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
• Para estudar a Revolução Constitucionalista de 1932, devemos em primeiro lugar
entender o contexto de toda transformação social e política da década de 1930.
• Apesar do Brasil demonstrar ser um país de homens cordiais, sua história não foi
feita com cordialidades, mas com muita luta, violência e desigualdades, e a
Revolução Constitucionalista é um exemplo de combate armado contra o governo
autoritário de Vargas.
A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA
• Em outubro de 1930, Getúlio Vargas juntamente com seus
aliados, sobe ao poder através do golpe político e militar.
Entre suas primeiras medidas suspende a ordem
constitucional, fecha os órgão do Poder Legislativo e
substitui os presidentes do estado por interventores
estaduais.
• Desde o início do governo Vargas, as relações com o estado
de São Paulo mostravam-se tensa, marcada por desacordos
e insatisfações. Em maio de 1932, com a morte de 4
estudantes em São Paulo, iniciou-se a Revolução. Os nomes
dos estudantes formavam a sigla MMDC e foi símbolo da
Revolução Contitucionalista.
CAMPINAS NA REVOLUÇÃO
• O QUE ACONTECIA EM CAMPINAS?
• Orozimbo Maia exercia seu terceiro mandato de
Prefeito da cidade, durante o período de 1931 a
1932. Filiado ao Partido Republicano Paulista –
PRP, era foi contra o golpe de Getúlio Vargas.
Quando São Paulo levanta-se contra o governo
federal provisório, Orozimbo Maia reúne
Campinas para a Revolução.
• Campinas era controlada pelos Barões do café,
que estavam indispostos com o governo federal
provisório, pois sentiam-se prejudicados
financeiramente com as atitudes autoritárias de
Vargas.
• Orozimbo Maia apoia a revolução e com o seu fim em
outubro de 1932, foi destituído do poder, substituído por
algumas horas pelo Tenente Coronel Elias Coelho Cintra, em
1/10/32, e neste mesmo dia, substituído por Adalberto
Cerqueira Lima, que permaneceu até 07/09/33. Orozimbo
Maia faleceu em 19/04/1939 e foi enterrado no Cemitério da
Saudade. Foi grande político que ajudou a construir a cidade
de Campinas, além de partidário na luta de 1932.
IMPORTÂNCIA DE CAMPINAS
• Assim que o estopim foi lançado na cidade de São
Paulo, Campinas acompanhou a capital do Estado,
apoiando a causa revolucionária. Orozimbo Maia
acatou de pronto o pedido de ajuda, tornando-se um
quartel general de entrada para o interior do Estado.
• Nenhum campineiro fugiu à luta contra à ditadura,
aqueles que não partiram, ficaram na retaguarda,
oferecendo subsídios para a guerra.
• Como na maioria das guerras do século XX, as estações
ferroviárias tornavam-se o coração das operações
estratégicas e militares.
• E na verdade isso ocorria ... Conforme
podemos ver no mapa, a Companhia
Mogiana expandiu-se para o interior do
Estado, e, durante a revolução as
ferrovias propiciaram o trânsito de
voluntários , o transporte de
armamentos, mantimentos e etc.
• Campinas tornou-se o quartel general
das forças paulistas, e a Estação as veias
pulsantes da revolução.
• Os legalistas acreditavam que
precisavam barras as ferrovias paulistas
para conter a revolução.
CASAMATA EM CAMPINAS
• A Estação Ferroviária foi tão
importante para os combatentes
constitucionalista como desejada
pelos varguistas.
• Inclusive, encontrou-se após o
episódio de 1932, uma casamata
apenas a trezentos metros do
prédio da Estação Cultura, no
centro da cidade, dentro da
Estação Ferroviária.
A casamata da Estação Ferroviária encontra-se em processo de
tombamento pela Prefeitura Municipal.
CAMPINAS REFORÇA O CONTINGENTE
PAULISTA
• Campinas foi militarmente ocupada.
Foram reunidos na cidade,
numerosos batalhões dos Estados de
Minas Gerais, Bahia, Ceará e Rio
Grande do Norte.
• Na cidade, os soldados acampavam
em edifícios públicos e particulares,
Grupos Escolares, Colégios, além do
Quartel existente na Avenida da
Saudade e no Bosque dos Jequitibás.
Voluntário do jornal Correio Popular
e um menino
Passagem do Batalhão da Justiça por Campinas. Nesta foto tirada nas
escadarias da catedral, o Prefeito Orozimbo Maia foi cumprimentá-
los.
• Campinas enviou cerca
de 2.000 soldados para o
“front de batalha”,
durante a revolução.
Apenas 26 morreram em
combate, além de um
menino, atingido por
bombardeio na cidade
(Aldo Chioratto).
• Com a queda de Itapira e Mogi Mirim, na
segunda quinzena de agosto de 1932,
Campinas passou a ser pressionada pelas
forças militares de Getúlio, e não poderia
suportar mais por muito tempo.
DEFESA DE CAMPINAS EM SETEMBRO
DE 1932
• A defesa da cidade foi confiada, em meados
de setembro de 1932, os seguintes batalhões:
1º Grupamento (ou BI)
Comandante: Cap. Raul Pinto de Melo – F.P.S.P.
Tropas
Duas Cias. Do 6º B.C. da F.P.S.P. 260 homens
Bat. 9 de Julho 120 homens
Bat. Diocesano (capital) 130 homens
Contingente da G. Civil de São
Paulo
70 homens
Total 580 homens
2º Grupamento
Comandante: Cap. Benedito Pedro dos Santos – F.P.S.P.
Bat. Catanduva (voluntários) 120 homens
Bat. Rio Preto (voluntários) 110 homens
Bat. Misto (contingente
diversos/voluntários)
100 homens
Bat. Serra Negra (voluntários) 150 homens
Total 480 homens
3º Grupamento (ou BI)
Comandante: Cap. Carlos Trita do E.N.
Bat. N. S. Aparecida 180 homens
Cia do 7º B.C. da F.P.S.P. 90 homens
Bat. Pinhalense 80 homens
Bat. Liga de Defesa Paulista 150 homens
Total 500 homens
4º Grupamento (BI)
Comandante: Cap. Cícero Nunes da Costa – F.P.S.P.
Bat. Noroeste 110 homens
Bat. Gal. Ozório 83 homens
Bat. Legião Paulista 146 homens
Cia. 3º B.C. da F.P.S.P. 50 homens
Total 389 homens
5º Grupamento (BI)
Comandante: Major Leonidas (civil)
Batalhão de efetivo reduzido, formados
por contingentes mistos a saber:
a) Elementos da Justiça do Estado 80 homens
b) Elementos de Novo Horizonte 100 homens
c) Elementos da Legião Negra 70 homens
Total 250 homens
BOMBARDEIOS
• Campinas foi uma das poucas cidades brasileiras que sofreram
bombardeios pelos próprios brasileiros. Os bombardeios
ocorreram entre os dias de 15 e 29 de setembro de 1932.
• A sirene do jornal “Correio Popular”, na Rua Conceição
anunciava a presença de aviões e possíveis bombardeios.
• Os bombardeios de 18/09/1932 atingiram a Estação Paulista;
a Fábrica Mac Hardy, na Avenida Campos Sales com a Andrade
Neves; e nos fundos de uma residência na Rua Visconde do
Rio Branco. No bombardeio houve 27 feridos e uma morte, a
do menino Aldo Chioratto.
• Infelizmente, poucas imagens retratam os bombardeios, em
razão da ditadura apagar todos os vestígios de crueldades
aplicados nas cidades.
BOMBARDEIO DE 18 DE SETEMBRO DE
1932
• Neste dia foram lançadas quatro bombas:
• Uma caiu na Estação Ferroviária, atravessou o teto de zinco,
furou o telhado e explodiu uma das vigas de ferro que
suportavam o telhado, diminuindo seu impacto e causando
apenas danos materiais.
• A segunda, caiu em frente à Estação, entre o ponto de
automóveis, o posto de telégrafo e a sessão de despacho,
causando a morte de Aldo, e dos outros feridos;
• Outra bomba atingiu as proximidades da Companhia Mac
Hardy, derrubando um pilar do edifício;
• A última caiu no número 164, da rua Visconde do Rio
Branco, residência de Athayde dos Santos, que feriu-se na
cabeça.
VERMELHINHOS DE GETÚLIO
• Os aviões do governo federal, os chamados
“vermelhinhos”, causavam medo e pânico na
população quando sobrevoavam a cidade.
Vermelhinhos – modelo dos aviões
utilizados durante a Revolução
Constitucionalista
O HERÓI MENINO
» Aldo Chioratto nasceu em Campinas/SP, em 06 de
outubro de 1922. Tinha quase dez anos quando foi
atingido por um bombardeio legalista na Estação
Paulista, no dia 18 de setembro de 1932.
• O menino herói era aluno do Grupo Escolar Orozimbo Maia - hoje
EE Orozimbo Maia – também fazia parte do grupo de escoteiros da
cidade vinculada ao Grupo Escolar.
• Durante o estopim da revolução, o menino integrou-se as tropas
paulistas e fazia serviço de transporte e correspondência da estação
ferroviária até o Quartel.
• Os restos mortais de Aldo encontravam-se enterrados no Cemitério
da Saudade, em Campinas até 1966, onde foi transferido para
o Mausoléu Constitucionalista, ao lado de outros importantes
heróis.
• Dos estudos realizados pelos
documentos da época, não se sabe ao
certo, se Aldo trabalhava durante o
bombardeio ou se estava com seus pais
passeando pela cidade, o que se sabe é
que o menino foi atingido pela segunda
bomba lançada pelos aviões, caindo
exatamente em frente à Estação, entre
o ponto de automóveis, o posto de
telégrafo e a sessão de despacho.
• Durante os bombardeios, a população abrigava-se
onde podia, qualquer porão que oferecesse segurança
era ocupado. O Bosque dos Jequitibás foi utilizado
como refúgio, somente depois que os voluntários que
estavam ali acampados foram retirados pelas próprias
tropas paulistas.
• Fato importante - os soldados acampados no Bosque
dos Jequitibás, em sua maioria voluntários vindos da
Bahia, melhoraram seu rancho com os animais que ali
habitavam. O zoológico municipal foi extinto, nem a
onça sobrou para contar a história.
• O Largo do Rosário tornou-se uma espécie de
“Quartel General” local e foram criados
batalhões de voluntários, na Avenida
Francisco Glicério. No dia 16 de julho de 1932,
os voluntários partiram da Estação Ferroviária.
• Personalidades famosas participaram do
movimento constitucionalista, tais como, Lix
da Cunha,
Campinas contou com a
participação da população para
apoiar a Revolução. Destacaram-se
na mobilização: a Liga das
Senhoras de Campinas, Associação
Evangélica de Campinas, Legião
Feminina “Barreto Leme”, as
Legionárias de 32.
• A Legião Feminina Barreto Leme, sob a
direção do casal Gumercindo e Dulcinéia
Guimarães. Sua casa era o quartel general das
legionárias, que saíam as ruas para angariar
fundos que se reverteriam em alimentos,
armas, roupas, agasalhos, fardamentos, ou
seja, tudo que fosse possível enviar para os
soldados na frente de batalha.
ABANDONO DAS ARMAS
• Após os bombardeios, a cidade começou a ceder aos combates e
logo, abandonou a luta.
• Na noite de 29 de setembro de 1932, aproximadamente às 22:00,
uma centena de soldados paulistas foram vistos de túnicas sujas e
rasgadas puxando 4 canhões, em marcha desordenada pela Rua
Barão de Jaguara, em direção à Ponte Preta. Quando questionados,
os soldados diziam estar indo rumo à Jundiaí para uma batalha na
Serra dos Cristais.
• Na verdade, na manhã seguinte, no dia 30 de setembro de 1932,
foram encontrados fuzis e baionetas abandonados pelos retirantes.
• Os soldados fugiram, bem como, todas as autoridades da cidade. O
Casarão da Delegacia e o Quartel da Guarda Civil, localizados
naqueles tempos na Rua Marechal Deodoro e na rua José Paulino,
respectivamente.
FIM DA BATALHA EM CAMPINAS
• Ainda, em meados de setembro de 1932, já
quase no fim da Revolução, as tropas do
governo atingiram Campinas, nas
proximidades de Joaquim Egídio. Havia
disparos de canhões à tarde e à noite. Os
disparos podiam ser ouvidos pelos moradores
do Taquaral e do Cambuí, causando temor
entre a população. Com o abandono das
tropas paulistas, as tropas Getulistas assumem
o poder.
RENDIÇÃO PAULISTA
• A rendição foi assinada pelo General Klinger,
em 2 de outubro de 1932, duas semanas após
a morte do menino Aldo.
O PEGA PEGA DE 23 DE FEVEREIRO DE
1933.
• O cortejo do primeiro soldado campineiro,
morto em batalha ocorreu repleto de emoção
e violência.
• Antonio Fernandes foi voluntário do 2º Grupo
de Artilharia da Montanha, tombado em
Buri/SP, em 22 de julho de 1932.
• O povo foi convidado a comparecer ao cortejo,
entretanto, não esperava a confusão que
estava por vir.
• O povo compareceu às ruas quase que
obrigatoriamente, com gravatas ou lenços negros,
simbolizando o luto dos vencidos.
• Alunos fardados em forma como uma parada
cívica, desfilavam rumo a Estação Ferroviária para
aguardar a urna, contendo os restos mortais de
Fernandes. Também compareceram
representantes das mais diversas agremiações,
homens, mulheres e crianças.
• Enquanto aguardavam o trem com a urna, um
bonde que passava em frente à Estação, não
se sabe ao certo se era da linha da Vila
Industrial ou do Bonfim, era ocupado por três
soldados das tropas governamentais. Os
soldados estavam desarmados e foram
atacados e espancados pela população mais
raivosa.
• Com a chegada da urna, o cortejo toma a
direção da Rua Treze de Maio, até a Catedral
da cidade, para o Ofício dos Mortos realizados
pelo Monsenhor Loschi, prosseguindo para o
Cemitério da Saudade.
• Diante do exaltado episódio da Estação
Ferroviária, encorajou-se a atividade de
desordeiros.
• Foram atacados diversos soldados durante o
cortejo fúnebre, resultando na morte de um
soldado baiano ou do Rio Grande do Norte.
• O momento mais tenso do trajeto ocorreu
durante a passagem do cortejo em frente o
quartel da Avenida da Saudade, onde os
soldados nada fizeram contra ninguém.
Contudo, na volta, as coisas não foram bem
assim.
• Na volta tudo mudou. Na frente do quartel,
moças e rapazes foram acossados e
dispersados a golpe de sabre e fivela de
cinturão militar.
• As alunas normalistas correram para abrigar-
se no Grupo Escolar mais próximo, entretanto,
encontraram oficiais ocupando o lugar.
• O pior ocorreu no centro da cidade. Os
soldados desceram dos quartéis, dividiram-se
em grupos de 10 a 12 homens e espalharam-
se por ruas e praças centrais para uma ação
agressora perfeitamente organizada.
• Os soldados agrediam com sabres e cinturão
militar, arrancavam as gravatas e paravam os
bondes retirando os passageiros com
violência.
• Até figuras ilustres foram atacadas, Dr. Cunha
Campos, brutalmente agredido na Barão de
Jaguara com a Rua Conceição e Orozimbo
Maia, desacatado na Antiga Agência dos
Correios.
• O Batalhão que sofreu a perda de um soldado,
vítima dos desordeiros, teve que ser mantido
sob vigilância por outro Batalhão durante dias,
para evitar qualquer vingança.
MAUSOLÉU DOS CAMPINEIROS
MORTOS NA REVOLUÇÃO
CONSTITUCIONALISTA DE 1932
• Diante da participação de Campinas na
Revolução de 1932, foi necessário erigir um
monumento para comemorar a da
• O Mausoléu está localizado na Avenida da
Saudade, na Praça dos Voluntários de 32, ao
lado direito do portão do Cemitério da
Saudade. A inauguração foi em 9 de julho de
1935 e a construção ficou a cargo da iniciativa
popular.
PROPAGANDA PARA ANGARIAR
FUNDOS PARA A CONSTRUÇÃO
CAMPINEIROS ENTERRADOS NO
MAUSOLÉU
COMEMORAÇÕES DE 9 DE JULHO
• Todos os anos realizam-se solenidades no
Mausoléu dos Campineiros Mortos durante
a Revolução de 1932, no Cemitério da
Saudade, para lembrar dos mortos e
comemorar a luta dos que sobreviveram.
• Aos 82 anos passados da revolução, a
história da participação de Campinas vem
sendo esquecida ao longo dos tempos.
• As comemorações de 9 de julho reforçam a
memória do campineiro e resgata sua
história para que não erre novamente.
• Infelizmente, todos os ex combatentes
campineiros já faleceram, o último foi
Paulo de Barros Camargo, falecido em
13 de outubro de 2012.
Paulo era o último ex combatente campineiro vivo.
• Campinas participou bravamente da
Revolução Constitucional de 1932, fornecendo
combatentes e coragem para a construção de
um Estado/país melhor e longe dos governos
ditatoriais.

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A participação de campinas na revolução constitucionalista de

  • 1. A PARTICIPAÇÃO DE CAMPINAS NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 Autores: Fernanda Cristina Vieira Pereira Gilberto Pires Cléia Rodrigues Araújo Campinas/SP Junho/2014
  • 2. A PARTICIPAÇÃO DE CAMPINAS NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 • Este estudo faz parte do processo de avaliação final do Curso Redes de Aprendizagem – Junho/2014.
  • 3. A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA • Para estudar a Revolução Constitucionalista de 1932, devemos em primeiro lugar entender o contexto de toda transformação social e política da década de 1930. • Apesar do Brasil demonstrar ser um país de homens cordiais, sua história não foi feita com cordialidades, mas com muita luta, violência e desigualdades, e a Revolução Constitucionalista é um exemplo de combate armado contra o governo autoritário de Vargas.
  • 4. A REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA • Em outubro de 1930, Getúlio Vargas juntamente com seus aliados, sobe ao poder através do golpe político e militar. Entre suas primeiras medidas suspende a ordem constitucional, fecha os órgão do Poder Legislativo e substitui os presidentes do estado por interventores estaduais. • Desde o início do governo Vargas, as relações com o estado de São Paulo mostravam-se tensa, marcada por desacordos e insatisfações. Em maio de 1932, com a morte de 4 estudantes em São Paulo, iniciou-se a Revolução. Os nomes dos estudantes formavam a sigla MMDC e foi símbolo da Revolução Contitucionalista.
  • 5.
  • 6. CAMPINAS NA REVOLUÇÃO • O QUE ACONTECIA EM CAMPINAS? • Orozimbo Maia exercia seu terceiro mandato de Prefeito da cidade, durante o período de 1931 a 1932. Filiado ao Partido Republicano Paulista – PRP, era foi contra o golpe de Getúlio Vargas. Quando São Paulo levanta-se contra o governo federal provisório, Orozimbo Maia reúne Campinas para a Revolução. • Campinas era controlada pelos Barões do café, que estavam indispostos com o governo federal provisório, pois sentiam-se prejudicados financeiramente com as atitudes autoritárias de Vargas.
  • 7. • Orozimbo Maia apoia a revolução e com o seu fim em outubro de 1932, foi destituído do poder, substituído por algumas horas pelo Tenente Coronel Elias Coelho Cintra, em 1/10/32, e neste mesmo dia, substituído por Adalberto Cerqueira Lima, que permaneceu até 07/09/33. Orozimbo Maia faleceu em 19/04/1939 e foi enterrado no Cemitério da Saudade. Foi grande político que ajudou a construir a cidade de Campinas, além de partidário na luta de 1932.
  • 8. IMPORTÂNCIA DE CAMPINAS • Assim que o estopim foi lançado na cidade de São Paulo, Campinas acompanhou a capital do Estado, apoiando a causa revolucionária. Orozimbo Maia acatou de pronto o pedido de ajuda, tornando-se um quartel general de entrada para o interior do Estado. • Nenhum campineiro fugiu à luta contra à ditadura, aqueles que não partiram, ficaram na retaguarda, oferecendo subsídios para a guerra. • Como na maioria das guerras do século XX, as estações ferroviárias tornavam-se o coração das operações estratégicas e militares.
  • 9. • E na verdade isso ocorria ... Conforme podemos ver no mapa, a Companhia Mogiana expandiu-se para o interior do Estado, e, durante a revolução as ferrovias propiciaram o trânsito de voluntários , o transporte de armamentos, mantimentos e etc. • Campinas tornou-se o quartel general das forças paulistas, e a Estação as veias pulsantes da revolução. • Os legalistas acreditavam que precisavam barras as ferrovias paulistas para conter a revolução.
  • 10. CASAMATA EM CAMPINAS • A Estação Ferroviária foi tão importante para os combatentes constitucionalista como desejada pelos varguistas. • Inclusive, encontrou-se após o episódio de 1932, uma casamata apenas a trezentos metros do prédio da Estação Cultura, no centro da cidade, dentro da Estação Ferroviária.
  • 11. A casamata da Estação Ferroviária encontra-se em processo de tombamento pela Prefeitura Municipal.
  • 12. CAMPINAS REFORÇA O CONTINGENTE PAULISTA • Campinas foi militarmente ocupada. Foram reunidos na cidade, numerosos batalhões dos Estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. • Na cidade, os soldados acampavam em edifícios públicos e particulares, Grupos Escolares, Colégios, além do Quartel existente na Avenida da Saudade e no Bosque dos Jequitibás. Voluntário do jornal Correio Popular e um menino
  • 13. Passagem do Batalhão da Justiça por Campinas. Nesta foto tirada nas escadarias da catedral, o Prefeito Orozimbo Maia foi cumprimentá- los.
  • 14. • Campinas enviou cerca de 2.000 soldados para o “front de batalha”, durante a revolução. Apenas 26 morreram em combate, além de um menino, atingido por bombardeio na cidade (Aldo Chioratto).
  • 15. • Com a queda de Itapira e Mogi Mirim, na segunda quinzena de agosto de 1932, Campinas passou a ser pressionada pelas forças militares de Getúlio, e não poderia suportar mais por muito tempo.
  • 16. DEFESA DE CAMPINAS EM SETEMBRO DE 1932 • A defesa da cidade foi confiada, em meados de setembro de 1932, os seguintes batalhões: 1º Grupamento (ou BI) Comandante: Cap. Raul Pinto de Melo – F.P.S.P. Tropas Duas Cias. Do 6º B.C. da F.P.S.P. 260 homens Bat. 9 de Julho 120 homens Bat. Diocesano (capital) 130 homens Contingente da G. Civil de São Paulo 70 homens Total 580 homens
  • 17. 2º Grupamento Comandante: Cap. Benedito Pedro dos Santos – F.P.S.P. Bat. Catanduva (voluntários) 120 homens Bat. Rio Preto (voluntários) 110 homens Bat. Misto (contingente diversos/voluntários) 100 homens Bat. Serra Negra (voluntários) 150 homens Total 480 homens 3º Grupamento (ou BI) Comandante: Cap. Carlos Trita do E.N. Bat. N. S. Aparecida 180 homens Cia do 7º B.C. da F.P.S.P. 90 homens Bat. Pinhalense 80 homens Bat. Liga de Defesa Paulista 150 homens Total 500 homens
  • 18. 4º Grupamento (BI) Comandante: Cap. Cícero Nunes da Costa – F.P.S.P. Bat. Noroeste 110 homens Bat. Gal. Ozório 83 homens Bat. Legião Paulista 146 homens Cia. 3º B.C. da F.P.S.P. 50 homens Total 389 homens 5º Grupamento (BI) Comandante: Major Leonidas (civil) Batalhão de efetivo reduzido, formados por contingentes mistos a saber: a) Elementos da Justiça do Estado 80 homens b) Elementos de Novo Horizonte 100 homens c) Elementos da Legião Negra 70 homens Total 250 homens
  • 19. BOMBARDEIOS • Campinas foi uma das poucas cidades brasileiras que sofreram bombardeios pelos próprios brasileiros. Os bombardeios ocorreram entre os dias de 15 e 29 de setembro de 1932. • A sirene do jornal “Correio Popular”, na Rua Conceição anunciava a presença de aviões e possíveis bombardeios. • Os bombardeios de 18/09/1932 atingiram a Estação Paulista; a Fábrica Mac Hardy, na Avenida Campos Sales com a Andrade Neves; e nos fundos de uma residência na Rua Visconde do Rio Branco. No bombardeio houve 27 feridos e uma morte, a do menino Aldo Chioratto. • Infelizmente, poucas imagens retratam os bombardeios, em razão da ditadura apagar todos os vestígios de crueldades aplicados nas cidades.
  • 20.
  • 21. BOMBARDEIO DE 18 DE SETEMBRO DE 1932 • Neste dia foram lançadas quatro bombas: • Uma caiu na Estação Ferroviária, atravessou o teto de zinco, furou o telhado e explodiu uma das vigas de ferro que suportavam o telhado, diminuindo seu impacto e causando apenas danos materiais. • A segunda, caiu em frente à Estação, entre o ponto de automóveis, o posto de telégrafo e a sessão de despacho, causando a morte de Aldo, e dos outros feridos; • Outra bomba atingiu as proximidades da Companhia Mac Hardy, derrubando um pilar do edifício; • A última caiu no número 164, da rua Visconde do Rio Branco, residência de Athayde dos Santos, que feriu-se na cabeça.
  • 22.
  • 23. VERMELHINHOS DE GETÚLIO • Os aviões do governo federal, os chamados “vermelhinhos”, causavam medo e pânico na população quando sobrevoavam a cidade. Vermelhinhos – modelo dos aviões utilizados durante a Revolução Constitucionalista
  • 24. O HERÓI MENINO » Aldo Chioratto nasceu em Campinas/SP, em 06 de outubro de 1922. Tinha quase dez anos quando foi atingido por um bombardeio legalista na Estação Paulista, no dia 18 de setembro de 1932. • O menino herói era aluno do Grupo Escolar Orozimbo Maia - hoje EE Orozimbo Maia – também fazia parte do grupo de escoteiros da cidade vinculada ao Grupo Escolar. • Durante o estopim da revolução, o menino integrou-se as tropas paulistas e fazia serviço de transporte e correspondência da estação ferroviária até o Quartel. • Os restos mortais de Aldo encontravam-se enterrados no Cemitério da Saudade, em Campinas até 1966, onde foi transferido para o Mausoléu Constitucionalista, ao lado de outros importantes heróis.
  • 25. • Dos estudos realizados pelos documentos da época, não se sabe ao certo, se Aldo trabalhava durante o bombardeio ou se estava com seus pais passeando pela cidade, o que se sabe é que o menino foi atingido pela segunda bomba lançada pelos aviões, caindo exatamente em frente à Estação, entre o ponto de automóveis, o posto de telégrafo e a sessão de despacho.
  • 26. • Durante os bombardeios, a população abrigava-se onde podia, qualquer porão que oferecesse segurança era ocupado. O Bosque dos Jequitibás foi utilizado como refúgio, somente depois que os voluntários que estavam ali acampados foram retirados pelas próprias tropas paulistas. • Fato importante - os soldados acampados no Bosque dos Jequitibás, em sua maioria voluntários vindos da Bahia, melhoraram seu rancho com os animais que ali habitavam. O zoológico municipal foi extinto, nem a onça sobrou para contar a história.
  • 27. • O Largo do Rosário tornou-se uma espécie de “Quartel General” local e foram criados batalhões de voluntários, na Avenida Francisco Glicério. No dia 16 de julho de 1932, os voluntários partiram da Estação Ferroviária. • Personalidades famosas participaram do movimento constitucionalista, tais como, Lix da Cunha,
  • 28. Campinas contou com a participação da população para apoiar a Revolução. Destacaram-se na mobilização: a Liga das Senhoras de Campinas, Associação Evangélica de Campinas, Legião Feminina “Barreto Leme”, as Legionárias de 32.
  • 29. • A Legião Feminina Barreto Leme, sob a direção do casal Gumercindo e Dulcinéia Guimarães. Sua casa era o quartel general das legionárias, que saíam as ruas para angariar fundos que se reverteriam em alimentos, armas, roupas, agasalhos, fardamentos, ou seja, tudo que fosse possível enviar para os soldados na frente de batalha.
  • 30. ABANDONO DAS ARMAS • Após os bombardeios, a cidade começou a ceder aos combates e logo, abandonou a luta. • Na noite de 29 de setembro de 1932, aproximadamente às 22:00, uma centena de soldados paulistas foram vistos de túnicas sujas e rasgadas puxando 4 canhões, em marcha desordenada pela Rua Barão de Jaguara, em direção à Ponte Preta. Quando questionados, os soldados diziam estar indo rumo à Jundiaí para uma batalha na Serra dos Cristais. • Na verdade, na manhã seguinte, no dia 30 de setembro de 1932, foram encontrados fuzis e baionetas abandonados pelos retirantes. • Os soldados fugiram, bem como, todas as autoridades da cidade. O Casarão da Delegacia e o Quartel da Guarda Civil, localizados naqueles tempos na Rua Marechal Deodoro e na rua José Paulino, respectivamente.
  • 31. FIM DA BATALHA EM CAMPINAS • Ainda, em meados de setembro de 1932, já quase no fim da Revolução, as tropas do governo atingiram Campinas, nas proximidades de Joaquim Egídio. Havia disparos de canhões à tarde e à noite. Os disparos podiam ser ouvidos pelos moradores do Taquaral e do Cambuí, causando temor entre a população. Com o abandono das tropas paulistas, as tropas Getulistas assumem o poder.
  • 32. RENDIÇÃO PAULISTA • A rendição foi assinada pelo General Klinger, em 2 de outubro de 1932, duas semanas após a morte do menino Aldo.
  • 33. O PEGA PEGA DE 23 DE FEVEREIRO DE 1933. • O cortejo do primeiro soldado campineiro, morto em batalha ocorreu repleto de emoção e violência. • Antonio Fernandes foi voluntário do 2º Grupo de Artilharia da Montanha, tombado em Buri/SP, em 22 de julho de 1932. • O povo foi convidado a comparecer ao cortejo, entretanto, não esperava a confusão que estava por vir.
  • 34.
  • 35. • O povo compareceu às ruas quase que obrigatoriamente, com gravatas ou lenços negros, simbolizando o luto dos vencidos. • Alunos fardados em forma como uma parada cívica, desfilavam rumo a Estação Ferroviária para aguardar a urna, contendo os restos mortais de Fernandes. Também compareceram representantes das mais diversas agremiações, homens, mulheres e crianças.
  • 36. • Enquanto aguardavam o trem com a urna, um bonde que passava em frente à Estação, não se sabe ao certo se era da linha da Vila Industrial ou do Bonfim, era ocupado por três soldados das tropas governamentais. Os soldados estavam desarmados e foram atacados e espancados pela população mais raivosa.
  • 37. • Com a chegada da urna, o cortejo toma a direção da Rua Treze de Maio, até a Catedral da cidade, para o Ofício dos Mortos realizados pelo Monsenhor Loschi, prosseguindo para o Cemitério da Saudade. • Diante do exaltado episódio da Estação Ferroviária, encorajou-se a atividade de desordeiros.
  • 38. • Foram atacados diversos soldados durante o cortejo fúnebre, resultando na morte de um soldado baiano ou do Rio Grande do Norte. • O momento mais tenso do trajeto ocorreu durante a passagem do cortejo em frente o quartel da Avenida da Saudade, onde os soldados nada fizeram contra ninguém. Contudo, na volta, as coisas não foram bem assim.
  • 39. • Na volta tudo mudou. Na frente do quartel, moças e rapazes foram acossados e dispersados a golpe de sabre e fivela de cinturão militar. • As alunas normalistas correram para abrigar- se no Grupo Escolar mais próximo, entretanto, encontraram oficiais ocupando o lugar.
  • 40. • O pior ocorreu no centro da cidade. Os soldados desceram dos quartéis, dividiram-se em grupos de 10 a 12 homens e espalharam- se por ruas e praças centrais para uma ação agressora perfeitamente organizada. • Os soldados agrediam com sabres e cinturão militar, arrancavam as gravatas e paravam os bondes retirando os passageiros com violência.
  • 41. • Até figuras ilustres foram atacadas, Dr. Cunha Campos, brutalmente agredido na Barão de Jaguara com a Rua Conceição e Orozimbo Maia, desacatado na Antiga Agência dos Correios. • O Batalhão que sofreu a perda de um soldado, vítima dos desordeiros, teve que ser mantido sob vigilância por outro Batalhão durante dias, para evitar qualquer vingança.
  • 42. MAUSOLÉU DOS CAMPINEIROS MORTOS NA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932 • Diante da participação de Campinas na Revolução de 1932, foi necessário erigir um monumento para comemorar a da • O Mausoléu está localizado na Avenida da Saudade, na Praça dos Voluntários de 32, ao lado direito do portão do Cemitério da Saudade. A inauguração foi em 9 de julho de 1935 e a construção ficou a cargo da iniciativa popular.
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  • 46. PROPAGANDA PARA ANGARIAR FUNDOS PARA A CONSTRUÇÃO
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  • 59. COMEMORAÇÕES DE 9 DE JULHO • Todos os anos realizam-se solenidades no Mausoléu dos Campineiros Mortos durante a Revolução de 1932, no Cemitério da Saudade, para lembrar dos mortos e comemorar a luta dos que sobreviveram. • Aos 82 anos passados da revolução, a história da participação de Campinas vem sendo esquecida ao longo dos tempos. • As comemorações de 9 de julho reforçam a memória do campineiro e resgata sua história para que não erre novamente.
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  • 66. • Infelizmente, todos os ex combatentes campineiros já faleceram, o último foi Paulo de Barros Camargo, falecido em 13 de outubro de 2012.
  • 67. Paulo era o último ex combatente campineiro vivo.
  • 68. • Campinas participou bravamente da Revolução Constitucional de 1932, fornecendo combatentes e coragem para a construção de um Estado/país melhor e longe dos governos ditatoriais.