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A UTILIZAÇÃO DO BIOMARCADOR CPK COMO SINALIZADOR DE ESTRESSE
                       E FADIGA EM FUTEBOLISTAS
1
 FERREIRA JUNIOR, D. A. -
2
 SOUZA, H. S.
3
 SOUZA, R. M.
4
 FREITAS, P. A.

                                              RESUMO

O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de intensidade
variável. Durante o exercício de alta intensidade, as maiores vias de fornecimento de
ATP são a quebra da creatina fosfato e a degradação do glicogênio muscular. A
creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema energético que
participa diretamente desse processo e por isso possui uma relação direta com
lesão muscular do tecido cardíaco e estriado (muscular). Quanto mais elevados os
valores no plasma, maior é o indicio de que há lesão muscular. Portanto, torna-se
relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de Futebol,
como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo durante e
após uma partida. O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão
bibliográfica acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em
decorrência de uma partida de futebol. Dentre os principais resultados encontrados,
destacam-se: Não há um consenso em relação aos valores de referência para a
enzima em jogadores de Futebol; Os Valores de CPK apresentados por futebolistas
são maiores em relação aos apresentados por indivíduos sedentários; A CPK
aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento da mesma
acontece em até 72h após o término da mesma. Tais apontamentos sugerem a
necessidade de uma abordagem individualizada na utilização da CPK como
biomarcador de estresse e fadiga no Futebol.
Palavras-chave: Futebol, CPK e Fadiga.




1
  Prof. Msc. Titular do Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA.
2
  Prof. Esp. Centro de Estudos em Psicobiologia do Exercício – UNIFESP/EPM
3
  Prof. Esp. Centro de Estudos em Fisiologia do Exercício – UNIFESP/EPM
4
  Prof. Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA.
1- INTRODUÇÃO
   O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de
intensidade variável. Aproximadamente, 88% de uma partida de futebol envolvem
atividades aeróbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta intensidade.
Os jogadores percorrem aproximadamente 11 quilômetros, sendo que a média da
distância coberta no primeiro tempo é 5% maior que a do segundo tempo. Nessa
distância temos atividades que perfazem 3,2 quilômetros de caminhadas, 1,8
quilômetro de corridas e 1,0 quilômetro em sprint, entre outras (GUERRA et al.,
2007).
   A fadiga é a diminuição da capacidade muscular de manter a geração da força e
a velocidade de relaxamento, indução de alterações nas características contráteis do
músculo e de alterações das propriedades elétricas que geram disfunções no
sistema neuromuscular humano.
         A creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema
energético que possui uma relação direta com lesão muscular do tecido cardíaco e
estriado (muscular). Quanto mais elevados os valores no plasma, maior é o indicio
de que há lesão muscular. Por isso, estas enzimas são utilizadas como marcadores
bioquímicos.
         O Futebol é caracterizado como um exercício de altíssima intensidade e de
longa duração. Apesar de intermitente, o organismo dos praticantes é levado a
condições extremas em se tratando do metabolismo energético. O jogador de futebol
intercala períodos altamente intensos com períodos desregulados de pausas
regenerativas.    Nesses    períodos   as   atividades   motoras   executadas   são
principalmente as corridas caracterizadas por acelerações, freadas bruscas
acompanhadas de trocas rápidas de direção, geralmente somadas à execução de
uma tarefa motora específica da modalidade como um passe ou um chute etc.
   Analisar a atividade competitiva do Futebol, assim como em qualquer modalidade
esportiva, é o ponto de partida para o entendimento dos processos metabólicos de
fadiga. Considerando que Gomes (2009) afirma que o treinamento físico gera
adaptações crônicas no organismo do praticante com vistas a manter a performance
na atividade apesar do processo crescente de instalação da fadiga. Portanto, torna-
se relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de
Futebol, como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo
durante e após uma partida. As principais questões que emergem são: Qual seria o
método eficaz para controle da fadiga em futebolistas? Como se comportam os
indicadores metabólicos de estresse e fadiga após uma partida de Futebol? Qual ou
quais seriam os biomarcadores mais eficientes? O estudo dos aspectos
biodinâmico-funcionais dos futebolistas nos auxilia nas respostas das questões
propostas.
   O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão bibliográfica
acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em decorrência de
uma partida de futebol. Para tal pretende-se verificar as demandas fisiometabólicas
dos jogadores de futebol, identificar a cinética de alguns biomarcadores de estresse
e fadiga no futebol e avaliar a validade da utilização da CPK como um biomarcador
de fadiga para futebolistas.


2- ATIVIDADE COMPETITIVA DO JOGADOR DE FUTEBOL


      No que diz respeito à atividade de alta intensidade durante uma partida de
futebol, os resultados de distintos estudos indicam que os jogadores da primeira
divisão ficam parados ou caminhando entre 55% e 60% do tempo total da partida
(49 a 54 minutos). Correm em ritmo moderado (velocidade inferior a 15 Km/h)
durante 35-40% do tempo (31 a 35 minutos), correm em velocidade quase máxima
(15-25 Km/h) durante 3-6% (3-5 minutos) do tempo, e por último, correm a
velocidade máxima (maior que 25 Km/h) durante 0,4-2% (22 a 170 segundos) do
tempo total da partida. É importante lembrar que 50% dos esforços realizados com
velocidade máxima é inferior a 12 metros de distância. 20% fazem em distâncias
compreendidas entre 12 e 20 metros, 15% entre 20 a 30 metros, e também 15% dos
esforços realizados em velocidade máxima são feitas sobre distâncias superiores a
30 metros. O número de acelerações feitas por partidas, saindo da inércia ou
correndo, é em torno de 130. E as mudanças de ritmo durante uma partida pode ser
em torno de 1000. Os jogadores de primeira divisão se distinguem dos de outras
categorias inferiores porque: 1) Empregam uma porcentagem maior de tempo total
por partida correndo a velocidade máxima, e 2) sua velocidade máxima é maior
(GOROSTIAGA, 2000).
      De modo geral, concorda-se que o futebol atual, está mais rápido e intenso.
Inúmeros fatores podem influenciar o rendimento dos jogadores, tais como a
condição técnica, tática, física, psicológica dentre outras (FORNAZIERO, 2009). É
importante ressaltar que o presente estudo abordará apenas o aspecto físico.
      Com relação ao treinamento de atletas de futebol, os esforços das equipes
para aprimorar o desempenho destes durante os jogos geralmente focam em
atividades técnicas e táticas, que são realizados em busca de uma boa condição
física. O preparo atlético dos jogadores tem se tornado cada vez mais essencial no
futebol moderno, pois as exigências físicas de um jogo são mais elevadas em
relação à tempos anteriores (TUMILTY,1993).
      Com isso, o esporte competitivo prioriza o desempenho individual do atleta ou
da equipe e exige grande esforço e maior risco de desenvolvimento de lesões
musculares. Estas exigências levam o atleta a um limite não apenas físico, mas
também comportamental e psicológico, por obrigá-lo a controlar seu emocional na
busca de melhores resultados (POWERS e HOWLEY, 2000).


3- BIOMARCADORES DE ESTRESS E FADIGA


Baseado em Evia (2007) o termo biomarcador (marcador biológico) foi definido em
1989 como "um parâmetro biológico com índices mensuráveis e quantificáveis.
Serve para a saúde e está fisiologicamente relacionado com a avaliação de risco e
diagnóstico da doença. " Em 2001, padroniza a definição como "uma característica
que é objetivamente medidos e avaliados como um indicador de processos
biológicos normais, patológicos ou resposta à intervenção terapêutica farmacológica
".
4- CPK


      O tecido muscular e cerebral contém quantidades substanciais de creatina
fosfato, a qual impede a rápida depleção de ATP e abastece os músculos com
fosfato de alta energia. A creatina fosfato é formada a partir de ATP e creatina,
quando o tecido muscular está relaxado e as demandas de ATP não são muito
elevadas. A enzima catalizadora desta reação é creatinafosfoquinase (CPK). Em
1967 foi demonstrada a existência de três isoenzimas da creatinafosfoquinase
(CPK), a MM encontrada no músculo esquelético, a BB no tecido cerebral e a forma
híbrida MB no músculo cardíaco. Normalmente, a atividade isoenzimática detectada
no soro humano é de cerca de 96% para CK-MM e de 4% para a CKMB.
(CAMAROZANO & HENRIQUESL, 1996).
      A concentração sérica da creatinafosfoquinase (CPK) é dependente da idade,
sexo, raça, massa muscular e atividade física. Em geral, os homens têm níveis mais
elevados que as mulheres e, negros têm níveis maiores que os brancos. Os níveis
em outros grupos raciais não diferem da população branca. A massa muscular
constitui outro fator independente que influencia os níveis de CPK. Durante a vida
adulta, os níveis de CPK aumentam discretamente com a idade para declinar na
velhice. Elevações transitórias da CPK são observadas após trauma muscular,
injeções intramusculares, procedimentos cirúrgicos, e exercício físico. A atividade da
CPK pode estar elevada no hipotiroidismo. A CPK sérica eleva-se também na
polimiosite, na dermatomiosite, no traumatismo muscular, na miocardite, intoxicação
por cocaína, na distrofia muscular e no infarto agudo do miocárdio. Valores muito
elevados podem ser encontrados após crises convulsivas. Valores diminuídos da
CPK são encontrados nos estágios precoces da gestação, em pessoas com vida
sedentária, durante períodos prolongados de repouso no leito e quando há perda
importante da massa muscular.
      Por ser essencial na atividade de endurance, quando exposto ao treinamento
físico este marcador sofre alterações, a elevação da CPK geralmente indica um
grande estresse orgânico. Se mensurado logo após um Ironman, por exemplo, pode
ficar 50 vezes superior em relação a dosagem normal. Os valores de CPK sérica
geralmente começam a aumentar em poucas horas após a prova, atingindo um pico
entre 24 a 72 horas, iniciando a diminuir de 72 até 168 horas. No entanto se esta
altíssima dosagem for identificada no decorrer da temporada, possivelmente
indicaria um overtraining. (PASETTO, 2010).
      Um aspecto de elevada importância relaciona-se ao período de recuperação
entre as sessões de treinamento, pois, quando ocorrerem danos nos tecidos
musculares, a enzima creatinafosfoquinase (CPK), com vasta distribuição no tecido
contrátil, flui para a linfa, via interstício e entra na corrente sanguínea geral. A
enzima CPK apresenta-se como exame laboratorial mais específico e provavelmente
mais sensível para avaliação do dano muscular (SILVA et al., 2007).
RESPOSTA AGUDA DA CPK PLASMÁTICA EM JOGADORES DE FUTEBOL


      A CPK, como descrito no capítulo anterior, aumenta no plasma sanguíneo em
razão da prática de esforço físico em altas intensidades. Seus níveis de referência
para homens são menores que 195 U/l porém, podem chegar até 500 U/l ainda
dentro de um nível de normalidade em desportistas. Após uma atividade intensa
como é uma partida de futebol, principalmente devido ao número de contrações
musculares tanto concêntricas quanto excêntricas (as últimas sugeridas pela
literatura como as principais causadoras das microlesões musculares), os níveis da
enzima CPK aumentam consideravelmente até 72 horas após o esforço, e acredita-
se que com o repouso devido e utilização de alguns recursos ergo-nutricionais esses
níveis tendam a diminuir. Contudo, se houver um esforço de intensidade igual ou
superior pode dificultar a remoção/reconversão da CPK.
      Zoppi et al (2003) em seu estudo afirmam que as concentrações plasmáticas
da CPK em jogadores de Futebol estiveram sempre acima dos valores de referência
para sujeitos sedentários, evidenciando um maior nível de alteração muscular, ou
pelo menos uma maior permeabilidade da membrana sarcolemal neste grupo de
atletas. Nossa interpretação é que deve haver uma outra faixa de referência para os
valores da CPK nesta população, uma vez que os atletas participantes do grupo
experimental não apresentaram nenhum tipo de lesão muscular que os impedisse de
participar dos jogos por motivo de tratamento. Aliás, a freqüência dos atletas ao
departamento   médico    foi   praticamente   inexistente   durante   esse   período.
Corroborando nossa hipótese, inúmeros estudos mostram aumento deste parâmetro
em resposta ao treinamento físico, principalmente em atividades que exigem
contrações excêntricas sugerindo que jogadores de futebol possuem maior atividade
plasmática da CPK pelo próprio estresse induzido pelo treinamento a que são
submetidos diariamente e que tais alterações não são necessariamente de origem
oxidativa.
      Urhausen & Kindermann (2002) afirmam que a atividade da CPK representa o
desgaste mecânico do músculo em relação aos treinamentos de dias anteriores,
relacionando com a intensidade e volume dos treinamentos, principalmente se
houverem a realização de exercícios excêntricos em que o sistema muscular não
esteja adaptado. Newhan, Jones & Edwards (1983) e Brancaccio, Maffulli &
Limongelli (2007) acreditam que o comportamento da CPK durante e após a prática
de exercícios físicos pode estar diretamente relacionada com a característica
individual, podendo classificar os sujeitos como “alto-respondentes” ou “baixo-
respondentes”. Ainda segundo os autores, o pico de CPK pós-exercício para o grupo
com alta resposta foi abaixo de 3.000 U/l, sendo que o valor para o grupo com baixa
resposta foi abaixo de 400 U/l. Corroborando com o estudo anterior, Totsuka et al
(2002) utilizaram essa classificação proposta e afirmaram que para o grupo alto-
respondentes, existe um ponto de quebra do aumento da CPK, que ocorre entre 300
a 500 U/L após exercício de endurance. Além disso, os autores ainda citam que
esses valores estão diretamente relacionados com as distintas características
musculares dos avaliados.
      Totsuka et al (2002) também observaram que o pico de CPK ocorreu
imediatamente após o terceiro dia seguido de exercícios de endurance. Em
contrapartida, Takarada (2003) identificou que em decorrência da prática de 2
partidas de rugby, a CPK tinha o seu maior valor 24 horas após as partidas, com
valores médios de 1081 ± 150 U/l. Já Ispirlidis et al (2008) verificaram que como
efeito da realização de uma partida de futebol, a atividade da CPK obtinha seu pico-
atividade após 48 horas, observando valores em torno de 950 U/l.
      Os fatos de a CPK ser diretamente relacionada com a característica individual
do atleta, além de variar o momento de seu pico pós esforço, prejudicam o
estabelecimento de valores de referência. Dessa forma, em um estudo que mento
(2009) contemplou analises de CPK de 483 atletas masculinos e 245 femininos de
vários esportes, Mougios (2007) apresentou os seguintes valores de referência,
respectivamente: de 82 à 1083 U/L e de 47 à 513 U/L. O autor também calculou
esses valores somente com atletas masculinos de futebol e natação, obtendo limites
superiores de 1492 e 523 U/L, respectivamente. Outro estudo importante foi o de
Lazarim et al (2009) que teve por objetivo examinar o comportamento da CPK
durante o Campeonato Brasileiro de Futebol (CBF), a fim de se estabelecer valores
limítrofes de referência para essa enzima. Devido ao fato de o limite superior do
percentil 97,5 ter representado um valor acima do observado na maioria dos atletas
(1338 U/l), os autores decidiram utilizar o limítrofe superior do percentil 90 como um
limiar para a sobrecarga muscular, que corresponde ao valor de 975 U/l.
      Fornazieiro (2009) em seu estudo encontrou valores de CPK (tabela 1) que
aumentaram significativamente no grupo controle no pós jogo em relação aos
valores de repouso.
Tabela 1- Comportamento da CPK durante o Jogo (FORNAZIEIRO, 2009).


       Ascensão et al (2008) também verificaram um aumento significativo da CPK,
sendo que antes da partida os atletas se apresentavam com valores médios
aproximados de 200 U/L e após 30 minutos do término do jogo os valores
encontrados eram de 375 U/L. Faz-se necessário salientar que o pico da CPK foi
observado em 48 horas após a partida, com valores próximos de 800 U/L. Os
valores pico encontrados na presente pesquisa são menores em relação aos
encontrados por Takarada (2003), Ascenção et al (2008) e Ispirlidis et al (2008).
Entretanto, tal fato pode ser explicado pela ausência de coletas sanguíneas em
períodos posteriores ao final do jogo, pois apenas foi coletado sangue
imediatamente após o término da partida.
       Em comparação com valores de referência para atletas de futebol, a
quantidade média de CPK observada por Fornazieiro (2009) após o jogo (713,70 ±
308±20) ficou abaixo dos limites superiores postulados por Mougios (2007) e
Lazarim et al (2009), que são de 1498 e 975 U/L, respectivamente. Entretanto, deve-
se ter cautela ao comparar os valores obtidos imediatamente após o jogo com
valores de referência, pois tal qual mencionado anteriormente em outras pesquisas,
sabe-se que o pico da CPK ocorre após o esforço. Sendo assim, pode-se notar que
o jogo de futebol proporciona um aumento de lesões em células musculares,
indicando que a CPK pode ser um bom preditor desse tipo de stress, pois
apresentou aumentos significativos durante e após o esforço.
       Em associação com outras variáveis , pode fortalecer ainda mais essa relação
com as lesões musculares. Pelo fato de essa enzima representar comportamentos
de alta e baixa resposta, sugere-se o acompanhamento individual e longitudinal,
para a identificação e prevenção de lesões musculares nos atletas.


4- CONSIDERAÇÕES FINAIS
   •   No treinamento esportivo atualmente é imprescindível o controle dos
       processos de fadiga para a quantificação das cargas de treinamento.
•   Os Biomarcadores metabólicos como as enzimas (LDH ou a CPK) têm
       enorme importância nesse cenário pois alteram sua concentração na razão
       da intensidade do esforço físico.
   •   O uso da CPK como marcador de estresse e fadiga deve obedecer a alguns
       cuidados:
   1. Não há um consenso em relação aos valores de referência para a enzima em
       jogadores de Futebol.
   2. Os Valores de CPK apresentados por futebolistas são maiores em relação ao
       apresentados por indivíduos sedentários.
   3. Existem jogadores de Alta resposta e Baixa resposta ao aumento da CPK.
   4. A CPK aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento
       da mesma acontece em até 72h após o término da mesma.
   5. As partidas nem sempre têm a mesma intensidade, portanto as respostas são
       diferentes.
   •   As características supracitadas apontam para a necessidade de uma
       abordagem individualizada na utilização da CPK como biomarcador de
       estresse e fadiga no Futebol. Não há a possibilidade de generalizar as
       descobertas, de modo a diagnosticar um quadro de overtraining ou de fadiga
       com base nas médias dos valores de CPK publicados na literatura. É
       importante ressaltar que Individualmente, se o treinador conhece o
       comportamento da enzima naquele jogador, pode inferir sobre o nível de
       fadiga apresentado momentaneamente pelo mesmo a partir dos valores de
       CPK.


5- BIBLIOGRAFIA
Andriolo, A.; Cotrim, F.L.S. Infarto agudo do miocáradio. In: Andriolo, A. Guias de
medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina. Medicina
Laboratorial. 2ed. São Paulo, Manole, 2008. p. 57-60.

CALFEE, R.; FADALE, P. Popular Ergogenic Drugs and Supplements in Young
Athletes. Pediatrics, v. 117, p. 577-589, 2006.

CAMAROZANO, A.C.A.; HENRIQUESL, M.G. Uma Macromolécula Capaz de Alterar
o Resultado da CK-MB e Induzir ao Erro no Diagnóstico de Infarto Agudo do
Miocárdio. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, v. 66, n. 3, p.143, São Paulo, 1996.
CUNHA, G. S.; RIBEIRO, J. L.; OLIVEIRA, A. R. Sobretreinamento: teorias,
diagnóstico e marcadores. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. v.12, n 5, p.
298-299, Set/ Out, 2006.

EVIA J. R. B.; Síndrome coronario agudo:Marcadores de lesión miocárdica. Revista
Mexicana de Patologia Clínica, v . 54, n. 3, p. 118 Jul/Set, 2007

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FIFA, Zurique (Suíça), 2007. Disponível em:
<http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/associations.html>.Acesso em: 13 jun.
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FORNAZIERO, A. M.; Efeitos de um jogo de futebol sobre marcadores fisiológicos,
bioquímicos e de performance. p. 13, Curitiba, 2009. MESTRADO COMO FAZ ?

Diagnósticos da América. CPK - creatinofosfoquinase (exame laboratorial).
Disponivel em: < http://portaldocoracao.uol.com.br/materias.php?c=exames&e=1876
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SHAO, A.; HATHCOCK, J. N. Risk assessment for creatine monohydrate. Regul
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de Medicina e Esporte, v.13 n. 6, Niterói, Nov./ Dec., 2007.
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Canberra, v.16, n.2, p.80-96, 1993. Traduzir ?

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algumas variáveis bioquímicas e metabólicas em nadadores do sexo masculino. p. 8
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Pasetto, F. CPK – Evita o overtraining e auxilia a recuperação. Disponível em <
http://www.ecorunlife.com.br/index.php?temp=temp1&postid=129> Acesso em: 28
de agosto de 2010 18:44:05 GMT


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parameters. World J Gastroenterol; Vol. 10(18):p.2711-2714. 2004.

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  • 1. A UTILIZAÇÃO DO BIOMARCADOR CPK COMO SINALIZADOR DE ESTRESSE E FADIGA EM FUTEBOLISTAS 1 FERREIRA JUNIOR, D. A. - 2 SOUZA, H. S. 3 SOUZA, R. M. 4 FREITAS, P. A. RESUMO O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de intensidade variável. Durante o exercício de alta intensidade, as maiores vias de fornecimento de ATP são a quebra da creatina fosfato e a degradação do glicogênio muscular. A creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema energético que participa diretamente desse processo e por isso possui uma relação direta com lesão muscular do tecido cardíaco e estriado (muscular). Quanto mais elevados os valores no plasma, maior é o indicio de que há lesão muscular. Portanto, torna-se relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de Futebol, como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo durante e após uma partida. O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão bibliográfica acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em decorrência de uma partida de futebol. Dentre os principais resultados encontrados, destacam-se: Não há um consenso em relação aos valores de referência para a enzima em jogadores de Futebol; Os Valores de CPK apresentados por futebolistas são maiores em relação aos apresentados por indivíduos sedentários; A CPK aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento da mesma acontece em até 72h após o término da mesma. Tais apontamentos sugerem a necessidade de uma abordagem individualizada na utilização da CPK como biomarcador de estresse e fadiga no Futebol. Palavras-chave: Futebol, CPK e Fadiga. 1 Prof. Msc. Titular do Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA. 2 Prof. Esp. Centro de Estudos em Psicobiologia do Exercício – UNIFESP/EPM 3 Prof. Esp. Centro de Estudos em Fisiologia do Exercício – UNIFESP/EPM 4 Prof. Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA.
  • 2. 1- INTRODUÇÃO O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de intensidade variável. Aproximadamente, 88% de uma partida de futebol envolvem atividades aeróbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta intensidade. Os jogadores percorrem aproximadamente 11 quilômetros, sendo que a média da distância coberta no primeiro tempo é 5% maior que a do segundo tempo. Nessa distância temos atividades que perfazem 3,2 quilômetros de caminhadas, 1,8 quilômetro de corridas e 1,0 quilômetro em sprint, entre outras (GUERRA et al., 2007). A fadiga é a diminuição da capacidade muscular de manter a geração da força e a velocidade de relaxamento, indução de alterações nas características contráteis do músculo e de alterações das propriedades elétricas que geram disfunções no sistema neuromuscular humano. A creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema energético que possui uma relação direta com lesão muscular do tecido cardíaco e estriado (muscular). Quanto mais elevados os valores no plasma, maior é o indicio de que há lesão muscular. Por isso, estas enzimas são utilizadas como marcadores bioquímicos. O Futebol é caracterizado como um exercício de altíssima intensidade e de longa duração. Apesar de intermitente, o organismo dos praticantes é levado a condições extremas em se tratando do metabolismo energético. O jogador de futebol intercala períodos altamente intensos com períodos desregulados de pausas regenerativas. Nesses períodos as atividades motoras executadas são principalmente as corridas caracterizadas por acelerações, freadas bruscas acompanhadas de trocas rápidas de direção, geralmente somadas à execução de uma tarefa motora específica da modalidade como um passe ou um chute etc. Analisar a atividade competitiva do Futebol, assim como em qualquer modalidade esportiva, é o ponto de partida para o entendimento dos processos metabólicos de fadiga. Considerando que Gomes (2009) afirma que o treinamento físico gera adaptações crônicas no organismo do praticante com vistas a manter a performance na atividade apesar do processo crescente de instalação da fadiga. Portanto, torna- se relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de Futebol, como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo durante e após uma partida. As principais questões que emergem são: Qual seria o
  • 3. método eficaz para controle da fadiga em futebolistas? Como se comportam os indicadores metabólicos de estresse e fadiga após uma partida de Futebol? Qual ou quais seriam os biomarcadores mais eficientes? O estudo dos aspectos biodinâmico-funcionais dos futebolistas nos auxilia nas respostas das questões propostas. O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão bibliográfica acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em decorrência de uma partida de futebol. Para tal pretende-se verificar as demandas fisiometabólicas dos jogadores de futebol, identificar a cinética de alguns biomarcadores de estresse e fadiga no futebol e avaliar a validade da utilização da CPK como um biomarcador de fadiga para futebolistas. 2- ATIVIDADE COMPETITIVA DO JOGADOR DE FUTEBOL No que diz respeito à atividade de alta intensidade durante uma partida de futebol, os resultados de distintos estudos indicam que os jogadores da primeira divisão ficam parados ou caminhando entre 55% e 60% do tempo total da partida (49 a 54 minutos). Correm em ritmo moderado (velocidade inferior a 15 Km/h) durante 35-40% do tempo (31 a 35 minutos), correm em velocidade quase máxima (15-25 Km/h) durante 3-6% (3-5 minutos) do tempo, e por último, correm a velocidade máxima (maior que 25 Km/h) durante 0,4-2% (22 a 170 segundos) do tempo total da partida. É importante lembrar que 50% dos esforços realizados com velocidade máxima é inferior a 12 metros de distância. 20% fazem em distâncias compreendidas entre 12 e 20 metros, 15% entre 20 a 30 metros, e também 15% dos esforços realizados em velocidade máxima são feitas sobre distâncias superiores a 30 metros. O número de acelerações feitas por partidas, saindo da inércia ou correndo, é em torno de 130. E as mudanças de ritmo durante uma partida pode ser em torno de 1000. Os jogadores de primeira divisão se distinguem dos de outras categorias inferiores porque: 1) Empregam uma porcentagem maior de tempo total por partida correndo a velocidade máxima, e 2) sua velocidade máxima é maior (GOROSTIAGA, 2000). De modo geral, concorda-se que o futebol atual, está mais rápido e intenso. Inúmeros fatores podem influenciar o rendimento dos jogadores, tais como a
  • 4. condição técnica, tática, física, psicológica dentre outras (FORNAZIERO, 2009). É importante ressaltar que o presente estudo abordará apenas o aspecto físico. Com relação ao treinamento de atletas de futebol, os esforços das equipes para aprimorar o desempenho destes durante os jogos geralmente focam em atividades técnicas e táticas, que são realizados em busca de uma boa condição física. O preparo atlético dos jogadores tem se tornado cada vez mais essencial no futebol moderno, pois as exigências físicas de um jogo são mais elevadas em relação à tempos anteriores (TUMILTY,1993). Com isso, o esporte competitivo prioriza o desempenho individual do atleta ou da equipe e exige grande esforço e maior risco de desenvolvimento de lesões musculares. Estas exigências levam o atleta a um limite não apenas físico, mas também comportamental e psicológico, por obrigá-lo a controlar seu emocional na busca de melhores resultados (POWERS e HOWLEY, 2000). 3- BIOMARCADORES DE ESTRESS E FADIGA Baseado em Evia (2007) o termo biomarcador (marcador biológico) foi definido em 1989 como "um parâmetro biológico com índices mensuráveis e quantificáveis. Serve para a saúde e está fisiologicamente relacionado com a avaliação de risco e diagnóstico da doença. " Em 2001, padroniza a definição como "uma característica que é objetivamente medidos e avaliados como um indicador de processos biológicos normais, patológicos ou resposta à intervenção terapêutica farmacológica ". 4- CPK O tecido muscular e cerebral contém quantidades substanciais de creatina fosfato, a qual impede a rápida depleção de ATP e abastece os músculos com fosfato de alta energia. A creatina fosfato é formada a partir de ATP e creatina, quando o tecido muscular está relaxado e as demandas de ATP não são muito elevadas. A enzima catalizadora desta reação é creatinafosfoquinase (CPK). Em 1967 foi demonstrada a existência de três isoenzimas da creatinafosfoquinase (CPK), a MM encontrada no músculo esquelético, a BB no tecido cerebral e a forma híbrida MB no músculo cardíaco. Normalmente, a atividade isoenzimática detectada
  • 5. no soro humano é de cerca de 96% para CK-MM e de 4% para a CKMB. (CAMAROZANO & HENRIQUESL, 1996). A concentração sérica da creatinafosfoquinase (CPK) é dependente da idade, sexo, raça, massa muscular e atividade física. Em geral, os homens têm níveis mais elevados que as mulheres e, negros têm níveis maiores que os brancos. Os níveis em outros grupos raciais não diferem da população branca. A massa muscular constitui outro fator independente que influencia os níveis de CPK. Durante a vida adulta, os níveis de CPK aumentam discretamente com a idade para declinar na velhice. Elevações transitórias da CPK são observadas após trauma muscular, injeções intramusculares, procedimentos cirúrgicos, e exercício físico. A atividade da CPK pode estar elevada no hipotiroidismo. A CPK sérica eleva-se também na polimiosite, na dermatomiosite, no traumatismo muscular, na miocardite, intoxicação por cocaína, na distrofia muscular e no infarto agudo do miocárdio. Valores muito elevados podem ser encontrados após crises convulsivas. Valores diminuídos da CPK são encontrados nos estágios precoces da gestação, em pessoas com vida sedentária, durante períodos prolongados de repouso no leito e quando há perda importante da massa muscular. Por ser essencial na atividade de endurance, quando exposto ao treinamento físico este marcador sofre alterações, a elevação da CPK geralmente indica um grande estresse orgânico. Se mensurado logo após um Ironman, por exemplo, pode ficar 50 vezes superior em relação a dosagem normal. Os valores de CPK sérica geralmente começam a aumentar em poucas horas após a prova, atingindo um pico entre 24 a 72 horas, iniciando a diminuir de 72 até 168 horas. No entanto se esta altíssima dosagem for identificada no decorrer da temporada, possivelmente indicaria um overtraining. (PASETTO, 2010). Um aspecto de elevada importância relaciona-se ao período de recuperação entre as sessões de treinamento, pois, quando ocorrerem danos nos tecidos musculares, a enzima creatinafosfoquinase (CPK), com vasta distribuição no tecido contrátil, flui para a linfa, via interstício e entra na corrente sanguínea geral. A enzima CPK apresenta-se como exame laboratorial mais específico e provavelmente mais sensível para avaliação do dano muscular (SILVA et al., 2007).
  • 6. RESPOSTA AGUDA DA CPK PLASMÁTICA EM JOGADORES DE FUTEBOL A CPK, como descrito no capítulo anterior, aumenta no plasma sanguíneo em razão da prática de esforço físico em altas intensidades. Seus níveis de referência para homens são menores que 195 U/l porém, podem chegar até 500 U/l ainda dentro de um nível de normalidade em desportistas. Após uma atividade intensa como é uma partida de futebol, principalmente devido ao número de contrações musculares tanto concêntricas quanto excêntricas (as últimas sugeridas pela literatura como as principais causadoras das microlesões musculares), os níveis da enzima CPK aumentam consideravelmente até 72 horas após o esforço, e acredita- se que com o repouso devido e utilização de alguns recursos ergo-nutricionais esses níveis tendam a diminuir. Contudo, se houver um esforço de intensidade igual ou superior pode dificultar a remoção/reconversão da CPK. Zoppi et al (2003) em seu estudo afirmam que as concentrações plasmáticas da CPK em jogadores de Futebol estiveram sempre acima dos valores de referência para sujeitos sedentários, evidenciando um maior nível de alteração muscular, ou pelo menos uma maior permeabilidade da membrana sarcolemal neste grupo de atletas. Nossa interpretação é que deve haver uma outra faixa de referência para os valores da CPK nesta população, uma vez que os atletas participantes do grupo experimental não apresentaram nenhum tipo de lesão muscular que os impedisse de participar dos jogos por motivo de tratamento. Aliás, a freqüência dos atletas ao departamento médico foi praticamente inexistente durante esse período. Corroborando nossa hipótese, inúmeros estudos mostram aumento deste parâmetro em resposta ao treinamento físico, principalmente em atividades que exigem contrações excêntricas sugerindo que jogadores de futebol possuem maior atividade plasmática da CPK pelo próprio estresse induzido pelo treinamento a que são submetidos diariamente e que tais alterações não são necessariamente de origem oxidativa. Urhausen & Kindermann (2002) afirmam que a atividade da CPK representa o desgaste mecânico do músculo em relação aos treinamentos de dias anteriores, relacionando com a intensidade e volume dos treinamentos, principalmente se houverem a realização de exercícios excêntricos em que o sistema muscular não esteja adaptado. Newhan, Jones & Edwards (1983) e Brancaccio, Maffulli & Limongelli (2007) acreditam que o comportamento da CPK durante e após a prática
  • 7. de exercícios físicos pode estar diretamente relacionada com a característica individual, podendo classificar os sujeitos como “alto-respondentes” ou “baixo- respondentes”. Ainda segundo os autores, o pico de CPK pós-exercício para o grupo com alta resposta foi abaixo de 3.000 U/l, sendo que o valor para o grupo com baixa resposta foi abaixo de 400 U/l. Corroborando com o estudo anterior, Totsuka et al (2002) utilizaram essa classificação proposta e afirmaram que para o grupo alto- respondentes, existe um ponto de quebra do aumento da CPK, que ocorre entre 300 a 500 U/L após exercício de endurance. Além disso, os autores ainda citam que esses valores estão diretamente relacionados com as distintas características musculares dos avaliados. Totsuka et al (2002) também observaram que o pico de CPK ocorreu imediatamente após o terceiro dia seguido de exercícios de endurance. Em contrapartida, Takarada (2003) identificou que em decorrência da prática de 2 partidas de rugby, a CPK tinha o seu maior valor 24 horas após as partidas, com valores médios de 1081 ± 150 U/l. Já Ispirlidis et al (2008) verificaram que como efeito da realização de uma partida de futebol, a atividade da CPK obtinha seu pico- atividade após 48 horas, observando valores em torno de 950 U/l. Os fatos de a CPK ser diretamente relacionada com a característica individual do atleta, além de variar o momento de seu pico pós esforço, prejudicam o estabelecimento de valores de referência. Dessa forma, em um estudo que mento (2009) contemplou analises de CPK de 483 atletas masculinos e 245 femininos de vários esportes, Mougios (2007) apresentou os seguintes valores de referência, respectivamente: de 82 à 1083 U/L e de 47 à 513 U/L. O autor também calculou esses valores somente com atletas masculinos de futebol e natação, obtendo limites superiores de 1492 e 523 U/L, respectivamente. Outro estudo importante foi o de Lazarim et al (2009) que teve por objetivo examinar o comportamento da CPK durante o Campeonato Brasileiro de Futebol (CBF), a fim de se estabelecer valores limítrofes de referência para essa enzima. Devido ao fato de o limite superior do percentil 97,5 ter representado um valor acima do observado na maioria dos atletas (1338 U/l), os autores decidiram utilizar o limítrofe superior do percentil 90 como um limiar para a sobrecarga muscular, que corresponde ao valor de 975 U/l. Fornazieiro (2009) em seu estudo encontrou valores de CPK (tabela 1) que aumentaram significativamente no grupo controle no pós jogo em relação aos valores de repouso.
  • 8. Tabela 1- Comportamento da CPK durante o Jogo (FORNAZIEIRO, 2009). Ascensão et al (2008) também verificaram um aumento significativo da CPK, sendo que antes da partida os atletas se apresentavam com valores médios aproximados de 200 U/L e após 30 minutos do término do jogo os valores encontrados eram de 375 U/L. Faz-se necessário salientar que o pico da CPK foi observado em 48 horas após a partida, com valores próximos de 800 U/L. Os valores pico encontrados na presente pesquisa são menores em relação aos encontrados por Takarada (2003), Ascenção et al (2008) e Ispirlidis et al (2008). Entretanto, tal fato pode ser explicado pela ausência de coletas sanguíneas em períodos posteriores ao final do jogo, pois apenas foi coletado sangue imediatamente após o término da partida. Em comparação com valores de referência para atletas de futebol, a quantidade média de CPK observada por Fornazieiro (2009) após o jogo (713,70 ± 308±20) ficou abaixo dos limites superiores postulados por Mougios (2007) e Lazarim et al (2009), que são de 1498 e 975 U/L, respectivamente. Entretanto, deve- se ter cautela ao comparar os valores obtidos imediatamente após o jogo com valores de referência, pois tal qual mencionado anteriormente em outras pesquisas, sabe-se que o pico da CPK ocorre após o esforço. Sendo assim, pode-se notar que o jogo de futebol proporciona um aumento de lesões em células musculares, indicando que a CPK pode ser um bom preditor desse tipo de stress, pois apresentou aumentos significativos durante e após o esforço. Em associação com outras variáveis , pode fortalecer ainda mais essa relação com as lesões musculares. Pelo fato de essa enzima representar comportamentos de alta e baixa resposta, sugere-se o acompanhamento individual e longitudinal, para a identificação e prevenção de lesões musculares nos atletas. 4- CONSIDERAÇÕES FINAIS • No treinamento esportivo atualmente é imprescindível o controle dos processos de fadiga para a quantificação das cargas de treinamento.
  • 9. Os Biomarcadores metabólicos como as enzimas (LDH ou a CPK) têm enorme importância nesse cenário pois alteram sua concentração na razão da intensidade do esforço físico. • O uso da CPK como marcador de estresse e fadiga deve obedecer a alguns cuidados: 1. Não há um consenso em relação aos valores de referência para a enzima em jogadores de Futebol. 2. Os Valores de CPK apresentados por futebolistas são maiores em relação ao apresentados por indivíduos sedentários. 3. Existem jogadores de Alta resposta e Baixa resposta ao aumento da CPK. 4. A CPK aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento da mesma acontece em até 72h após o término da mesma. 5. As partidas nem sempre têm a mesma intensidade, portanto as respostas são diferentes. • As características supracitadas apontam para a necessidade de uma abordagem individualizada na utilização da CPK como biomarcador de estresse e fadiga no Futebol. Não há a possibilidade de generalizar as descobertas, de modo a diagnosticar um quadro de overtraining ou de fadiga com base nas médias dos valores de CPK publicados na literatura. É importante ressaltar que Individualmente, se o treinador conhece o comportamento da enzima naquele jogador, pode inferir sobre o nível de fadiga apresentado momentaneamente pelo mesmo a partir dos valores de CPK. 5- BIBLIOGRAFIA Andriolo, A.; Cotrim, F.L.S. Infarto agudo do miocáradio. In: Andriolo, A. Guias de medicina ambulatorial e hospitalar UNIFESP/ Escola Paulista de Medicina. Medicina Laboratorial. 2ed. São Paulo, Manole, 2008. p. 57-60. CALFEE, R.; FADALE, P. Popular Ergogenic Drugs and Supplements in Young Athletes. Pediatrics, v. 117, p. 577-589, 2006. CAMAROZANO, A.C.A.; HENRIQUESL, M.G. Uma Macromolécula Capaz de Alterar o Resultado da CK-MB e Induzir ao Erro no Diagnóstico de Infarto Agudo do Miocárdio. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, v. 66, n. 3, p.143, São Paulo, 1996.
  • 10. CUNHA, G. S.; RIBEIRO, J. L.; OLIVEIRA, A. R. Sobretreinamento: teorias, diagnóstico e marcadores. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. v.12, n 5, p. 298-299, Set/ Out, 2006. EVIA J. R. B.; Síndrome coronario agudo:Marcadores de lesión miocárdica. Revista Mexicana de Patologia Clínica, v . 54, n. 3, p. 118 Jul/Set, 2007 FÉDÉRATION Internationale de Football Association (FIFA). FIFA.com / About FIFA, Zurique (Suíça), 2007. Disponível em: <http://www.fifa.com/aboutfifa/federation/associations.html>.Acesso em: 13 jun. 2007. FORNAZIERO, A. M.; Efeitos de um jogo de futebol sobre marcadores fisiológicos, bioquímicos e de performance. p. 13, Curitiba, 2009. MESTRADO COMO FAZ ? Diagnósticos da América. CPK - creatinofosfoquinase (exame laboratorial). Disponivel em: < http://portaldocoracao.uol.com.br/materias.php?c=exames&e=1876 >. Acesso em: 25 de agosto de 2010 10:23:21 GMT. GLEESON M. Bioquímico e imunológico marcadores de overtraining. Journal of Sports Science and Medicine(Manter na lingua atual ou traduzir ?).p. 31-41, 2002. GODIK, M. A. Futebol: preparação dos futebolistas de alto nível. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1996. GOROSTIAGA, E. Aspectos fisiológicos do futebolista, teste de campo. I Congresso Internacional de Preparadores Físicos de Futebol. ANO ???? GUERRA, I.; SOARES, E. A.; BURINI, R. C. Aspectos nutricionais do futebol de competição. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. v.13 n. 6, Niterói, Nov./Dec., 2007. LEHNINGER, A.L; NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica. Ed Sarvier. 2a. edição. São Paulo, 1995. LOPES, R. L.; Comportamento de alguns marcadores fisiológicos e bioquímicos de uma prova de triathlon olímpico. Curitiba, 2006. MAGLISCHO, E.W. Nadando ainda mais rápido. Ed Manole. 1ª. edição. 1999. >>POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. 3ª ed., Editora Manole, p. *** São Paulo, 2000. SHAO, A.; HATHCOCK, J. N. Risk assessment for creatine monohydrate. Regul Toxicol Pharmacol, v. 45, p. 242-251, 2006. Traduzir ? SILVA, C. C.; GOLDBERGII T. B. L.; CAPELA R. C.; KUROKAWA, C. S.; TEIXEIRA, A. S.; DALMAS, J. C.; CYRINO, E. S. Respostas agudas pós-exercício dos níveis de lactato sanguíneo e creatinofosfoquinase de atletas adolescentes. Revista Brasileira de Medicina e Esporte, v.13 n. 6, Niterói, Nov./ Dec., 2007.
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