Este documento discute o uso de metodologias ativas de aprendizagem, como o Problem Based Learning, na disciplina de Inovação e Empreendedorismo Social em uma universidade brasileira. A maioria dos estudantes permaneceu engajada e concluiu as atividades, e alguns relataram que a experiência foi transformadora. No entanto, algumas barreiras como falta de tempo e resistência ao modelo não-expositivo ainda existem. Os resultados sugerem que abordagens ativas podem motivar os estudantes na educação empreendedora.
Metodologias ativas na educação empreendedora: um caso na disciplina de Inovação e Empreendedorismo Social
1. Metodologias ativas na educação
empreendedora: um caso na disciplina de
Inovação e Empreendedorismo Social
Prof. Me. Gabriel Fernandes CARDOSO
UDF, Centro Universitário do Distrito Federal, Brasília, DF
gabriel.cardoso@gmail.com
Palavras-chave: metodologias ativas; aprendizagem baseada em problemas; educação empreendedora; empreendedorismo social.
2. INTRODUÇÃO
• O Centro Universitário UDF tem um projeto transdisciplinar de educação
empreendedora que perpassa os 29 cursos de graduação da instituição,
organizado e executado por meio de dezenas de ações acadêmicas e
pedagógicas.
• A educação empreendedora busca estimular a formação de competências,
habilidades e soft skills, tendo como principal objetivo tornar os estudantes mais
criativos, proativos, inovadores e orientados para oportunidades (LACKÉUS,
2015).
LACKÉUS, Martin. Entrepreneurship in Education: What, Why, When, How. Entrepreneurship 360 – Background Paper. European Comission, 2015.
3. INTRODUÇÃO
• Uma das ações do projeto é a oferta semestral de turmas da disciplina Inovação e
Empreendedorismo Social
• Ementa: “estudo e vivência do processo social empreendedor, a partir da nova lógica digital e
da inovação, orientados para a construção de propostas de solução e mitigação de problemas
sociais contemporâneos”.
• 80 horas/aula e utiliza diversas metodologias ativas de aprendizagem, sendo o
Problem Based Learning a principal delas.
4. OBJETIVO
Explorar a percepção e o engajamento de estudantes a partir da adoção de
metodologias ativas de aprendizagem na educação empreendedora, por meio de
um caso na disciplina optativa Inovação e Empreendedorismo Social.
5. METODOLOGIA
• A pesquisa teve perfil qualitativo e quantitativo e caráter exploratório.
• Utilizou como método o estudo de caso
• Campo: duas turmas com 49 estudantes, cada, em 2017.
• Oriundos dos cursos de Administração, Arquitetura, Ciências Contábeis,
Design Gráfico, Engenharia Civil e Relações Internacionais.
• Coletou-se os dados a partir de observação e entrevista do tipo painel
• Repetição de perguntas ao longo do tempo a fim de estudar a evolução das
opiniões.
• Análise de conteúdo: percepção e o engajamento dos estudantes na
disciplina.
6. RESULTADOS
ENGAJAMENTO
• Observou-se que a maior parte estudantes se manteve engajado
durante o semestre.
• Dos 14 grupos de 7 alunos, formados nas duas turmas, 12 concluíram
a disciplina, atendendo a todos os indicadores avaliativos
(diferenciando-se em graus diferentes de sofisticação e qualidade de
entrega).
• Não houve estudante reprovado por faltas.
7. RESULTADOS
PERCEPÇÃO
• Do universo estudado (N=98), 12 estudantes procuraram o professor,
voluntariamente, para manifestar percepção positiva sobre a
experiência metodológica vivenciada naquela disciplina com
expressões como:
• “a melhor no curso superior”,
• “transformadora”,
• “deveria ser usada por outros professores”,
• “desisti de trancar a faculdade por esta disciplina”.
8. RESULTADOS
BARREIRAS E DIFICULDADES
• Estudantes com baixa frequência e que não realizavam atividades
teóricas demonstraram desmotivação com a metodologia proposta.
• A principal barreira observada na adoção de metodologias ativas
neste caso é a falta de tempo dos estudantes para concluir as
atividades extraclasse.
• Outra barreira observada é a resistência a aulas que fujam do modelo
expositivo-teórico.
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Esta pesquisa sugere que a adoção de metodologias ativas em disciplinas que
busquem formar competências empreendedoras pode motivar e engajar os
estudantes.
• Pretende-se avançar na investigação da adoção de tais metodologias, avaliando
não só o engajamento e a percepção, como também a aprendizagem.
11. REFERÊNCIAS
• ARRUDA, A. B.; DUTRA, M. Relatório da Pesquisa Bibliográfica sobre
Empreendedorismo e Educação Empreendedora. SEBRAE – MG, 2016.
• CARVALHO, F. F. O.; YUH CHING, H. (Org.) Práticas de ensino-aprendizagem no
ensino superior: experiências em sala de aula. Rio de Janeiro: Alta Books, 2016.
• LOPES, R. M. A. Ensino de empreendedorismo no Brasil: panorama, tendências e
melhores práticas. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017.