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Relação entre Liberdade e Responsabilidade
http://www.notapositiva.com/resumos/filosofia/liberdresp.htm
Para se compreender a relação entre a liberdade e a responsabilidade é necessário, primeiro
que tudo, conhecer o que significam estas liberdades e a sua integração no contexto filosófico.
A palavra liberdade tem uma origem latina (libertas) e significa independência.
Etimologicamente, a palavra responsabilidade também vem do latim (respondere) e significa
ser capaz de comprometer-se.
No senso comum, liberdade é uma palavra que pode ser definida em variados sentidos
(liberdade física, liberdade civil, liberdade de expressão…). Filosoficamente, a liberdade, e
mais concretamente a liberdade moral, diz respeito a uma capacidade humana para escolher
ou decidir racionalmente quais os actos a praticar e praticá-los sem coacções extremas. É de
carácter racional, pois os homens devem pensar nas causas e consequências dos seus actos
e na sua forma e conteúdo. Esta liberdade não é absoluta, é condicionada e situada.
Condicionada porque intervêm no seu exercício múltiplas condicionantes (físicas,
psicológicas…). Situada porque se realiza dentro da circunstância, mundo, sociedade em que
vivemos. Todas as nossas acções são fruto das circunstâncias e das nossas próprias
características. É também uma liberdade solidária, porque cada um de nós só é livre com os
outros, visto que não vivemos sozinhos no mundo. A liberdade humana (pode chamar-se
assim porque é de carácter racional e, logo, exclusiva dos homens) reside em se poder dizer
sim ou não, quero ou não quero. Nada nos obriga a ter apenas uma alternativa. O exercício da
liberdade exige reflexão e, logo, tempo. Por isso, a reacção é diferente da acção, visto que a
primeira é imediata face a um estímulo.
A responsabilidade moral é, por sua vez, uma capacidade, e ao mesmo tempo uma
obrigação moral, de assumirmos os nossos actos. É reconhecermo-nos nos nossos actos,
compreender que são eles que nos constroem e moldam como pessoas. A responsabilidade
implica que sejamos responsáveis antes do acto (ao escolhermos e decidirmos racionalmente,
conhecendo os motivos da nossa acção e ao tentar prever as consequências desta), durante o
acto (na forma como actuamos) e depois do acto (no assumir das consequências que advêm
dos actos praticados).
A liberdade e a responsabilidade estão tão ligadas na medida em que só somos realmente
livres de formos responsáveis, e só podemos ser responsáveis se formos livres.
A responsabilidade implica uma escolha e decisão racional, o que vai de encontro à própria
definição de liberdade.
Por outro lado, se não agirmos livremente, não podemos assumir totalmente as
consequências dos nossos actos, visto que as circunstâncias atenuantes seriam muito fortes.
Só o sujeito que é capaz de escolher e decidir racionalmente, com consciência, é capaz de
assumir as causas e as consequências da sua acção.
Além disso, a liberdade e a responsabilidade são parâmetros essenciais na construção de
um indivíduo como pessoa, visto que é através da liberdade e da responsabilidade que um
sujeito é capaz de se tornar efectivamente autónomo.
Relação entre responsabilidade e liberdade
Diferentemente como a maioria das pessoas pensam, ser livre não signifia que
podemos fazer tudo, pelo contrário, implica que sejamos responsáveis. Nessa
realidade a responsabilidade é a condição prncipal para poder usufrir da liberdade. O
homem só pode ser livre se agir de maneira responsável, assim como só pode
carregar responsabilidades se for livre, ele nunca poderá viver bem em uma sociedade
se não fizer uso dessa simples relação.
"você só terá liberdade quando enfrentar a responsabilidade de ser livre"
Ser livre é ser responsável
É muito importante se procurar ter liberdade com responsabilidade. A liberdade
pode ter muitos sentidos – física, civil, de pensamento, de expressão, sexual…
Filosoficamente podemos nos referir a liberdade moral, a capacidade humana para
escolher ou decidir racionalmente as causas e conseqüências dos nossos atos. A
liberdade e a responsabilidade estão fortemente ligadas, na medida em que só somos
realmente livres se formos responsáveis e só podemos ser responsáveis se formos
livres. A responsabilidade implica constantemente escolha e decisão racional, o que
vai de encontro à própria definição de liberdade. Por outro lado, se não agirmos
livremente, não podemos assumir totalmente as conseqüências dos nossos atos. Só o
sujeito que é capaz de escolher e decidir racionalmente, com consciência, é capaz de
assumir as causas e as conseqüências das suas ações. Além disso, a liberdade e a
responsabilidade são essenciais na construção da individualidade, pois somente
através da liberdade e da responsabilidade uma pessoa será capaz de se tornar
verdadeiramente dona de si. ( kitah Soares- kitah@opovo.com.br)
http://filosofiacontabeis.blogspot.com.br/p/responsabilidade-moral-e-liberdade.html
Liberdade com responsabilidade
Uma amiga e jovem universitária recentemente publicou que quer ter a liberdade de
ser quem é, mesmo os demais do entorno não aceitem ou aprovem. Que as pessoas
vivam na realidade.
A atual juventude brasileira precisa de mais exemplos assim. Ter a liberdade foi algo
muito caro que a geração dos jovens dos 60, 70 e início dos 80 brigaram. Ainda que a
abertura do final do regime militar somente em 1988 tenha trazido uma nova
Constituição, independente de suas falhas, a eleição para presidente em 1989 e entre
outras legislações uma educacional em 20 de dezembro de 1996, é certo também que
a geração que nasceu a partir dos 1990 mudou a postura de ser.
Escola local de prática do protagonismo?
Recentemente os movimentos e manifestações contra aumento de passagem,
impostos e corrupção trouxeram um jovem que passou a militar por causas específicas
sem necessariamente estarem vinculados a partidos. Movimento este que motivou
partidos e movimentos políticos partidarizados a negarem por um lado algumas
manifestações dizendo ser desta ou de outra tendência. Alguns partidos buscaram
mostrar por meio de bandeiras e militantes a participação em algumas manifestações.
Os demais participantes aceitaram a participação destes grupos porém sem as
bandeiras. Excessos também aconteceram com baderneiros infiltrados nos
movimentos, policiais com pouca preparação para conter multidões.
Poderão dizer que a jovem citada no início do texto não tem a responsabilidade só a
impulsividade. O jovem é naturalmente um impulsivo. A necessidade de se colocar
como ator social em uma sociedade formada gera contestações, dúvidas, mudanças.
Mannheim em sua obra enfatiza a questão das gerações novas e suas relações com a
geração atual. Se não houvesse este desejo e vontade de mudança a Sociedade
Humana não teria evoluído. Mas a impulsividade não pode ser ligada (infelizmente o
senso comum de contradições cheio está) a falta de responsabilidade.
Responsabilidade que perpassa pela análise do mundo a sua volta.
O chamado jovem crítico, protagonista. O mesmo que se deseja que saia dos bancos
escolares, mas que infelizmente outros colegas professores nem sempre
compreendem. Mesmo entre os defensores e atuantes docentes que buscam a
autonomia do jovem encontra-se alguns que não aceitam quando o jovem contesta
posturas de sala de aula. Não são as contestações livres, sem fundamentos,
combatidas com certo vigor, mas justamente aquelas fundamentadas, documentadas,
argumentadas. Falas que incomodam e retomam a necessidade da reflexão e
discussão, gerando novas tomadas de decisões e mudanças de práticas profissionais,
que não se sustentam mais apenas pela relação professor aluno, como sendo o
primeiro o detentor do saber, algo contestado há tempos por Moran. Falam alguns
então em punir, afastar este jovem, como forma de não se abalar a estrutura existente,
aquela que alguns citam como a autoridade docente. Contraditória a atitude
infelizmente. Autoridade docente não está relacionada a postura docente. Pelo menos
deveriam ser entendidas de forma diferente.
Mas não se pode colocar a responsabilidade sobre os docentes de forma exclusiva. O
modelo pedagógico administrativo da Escola de hoje não foge da estrutura da Escola
Republicana Graduada de 1890. Foi um modelo revolucionário para a época que
sobretudo trouxe organização e sistematização para a Educação. Mas precisa ser
ressignificado, ajustado. Não é somente mudar formas de avaliação. Mas toda uma
estrutura e desde o princípio da Educação Básica e de como está direcionada a
formação docente, que engloba ou deveria envolver a formação de todos os demais
profissionais da escola. A Gestão de uma Unidade Escolar precisa ter uma diminuição
de algumas burocracias. Para evitar que se distancie do contato com o foco da escola.
O aluno.
Quando a geração do presente autor diz que os jovens estão sem objetivos, não seria
para se refletir o que a atual geração buscou colaborar na formação da geração nova?
Será que não são falas, quase clichês, feitas para esconder os erros que uma
geração cometeu? Rupturas e divergências entre gerações são comuns. Mas a
geração do conhecimento ingressa em um mundo vislumbrado pela geração anterior.
O desejo da liberdade do acesso à informação foi em parte atingido com a internet.
Quem hoje não procura um termo ou assunto em buscadores como o Google? Um
celular hoje muitas vezes tem a função telefone como a menos acessada. Tem-se a
imprecisão muitas vezes da informação atingida. Imprecisão que não é exclusividade
para nenhuma geração. Algo que todas as gerações poderiam buscar juntas as
respostas. Até porque a geração nova terá em breve uma outra geração que poderá
contestar exatamente a profusão de informações hoje existente. Precisa-se buscar
uma forma de se ter a informação melhor qualificada. A Responsabilidade, ou sua
falta, parece estar mudando de lado. A coerência muitas vezes se perde também.
Acomodação não parece ser a postura da jovem aqui citada. Tanto que a trajetória de
aluna envolvida com seus estudos e participando dentro e fora da escola desde
pequena em representação estudantil e com entidades de educação não formal da
sociedade civil exatamente o protagonismo que alguns defendem. Mas que precisa ser
praticada.
Nas escolas existe uma fala constante de se buscar desenvolver diversas atividades
de protagonismo, desde a redemocratização, há quase 30 anos, de se envolver os
jovens na tomada de decisões. Os Conselhos Escolares são um exemplo da falta de
incentivo. Muitas vezes os alunos pouco participam de um espaço de representação. E
quando participam correm o risco de serem julgados como sendo pouco experientes.
As redes sociais libertou toda uma geração da barreira do acesso ao conhecimento.
Falta muitas vezes a mediação orientando melhor aos jovens de como se encontrar
informações coerentes e o que são bases confiáveis. Porém isso para alguns pode
gerar jovens contestadores ao próprio docente. O conhecimento mediado é algo que
gera mais trabalho docente. Os escolanovistas como Anísio e Azevedo já diziam isso
nos anos 20 no Brasil. Bem antes dos construtivistas.
Os currículos enciclopédicos pouco parecem estar articulados com a mediação do
conhecimento. Não se precisa mais decorar hoje fórmulas e longos tratados. Eles
estão acessíveis de forma global. Precisa-se no entanto popularizar este acesso no
seu dia a dia. Ainda hoje se vê textos serem xerocados em bancos universitários
quando poderiam ser compartilhados em nuvem ou mesmo transmitidos de forma on
line. Claro que a questão da autoria deve ser respeitada, mas é um debate
interessante a ser feito até onde autoria significa não divulgação em meios virtuais.
Não cita-se aqui cópias de livros pela internet (apesar que o avanço dos e-books). Mas
é contraditório em alguns níveis de ensino alunos copiando lousas por 1 hora e meia
toda semana. A atividade intelectual de hoje atrelada a tecnologia da informação e
comunicação possibilita ampliação de debates e avanços de concepções e permite
eliminar atividades mecânicas o que até há pouco tempo não eram possíveis.
Infelizmente faltam ações de prática e articulação unindo a fala com as ações efetivas
ligadas aos espaços verdadeiramente de decisão e participação para estes alunos.
Caso contrário poucos poderão como a jovem deste texto desejar liberdade com
responsabilidade
O presente texto é uma versão ajustada depois da leitura da jovem. Colocar um texto
para ser lido por uma jovem crítica é algo significativo. Uma prática que poderia ser
constante. Aqui será.
http://blogdoprofessorchristian.wordpress.com/2013/08/24/liberdade-com-
responsabilidade/

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  • 2. Relação entre responsabilidade e liberdade Diferentemente como a maioria das pessoas pensam, ser livre não signifia que podemos fazer tudo, pelo contrário, implica que sejamos responsáveis. Nessa realidade a responsabilidade é a condição prncipal para poder usufrir da liberdade. O homem só pode ser livre se agir de maneira responsável, assim como só pode carregar responsabilidades se for livre, ele nunca poderá viver bem em uma sociedade se não fizer uso dessa simples relação. "você só terá liberdade quando enfrentar a responsabilidade de ser livre" Ser livre é ser responsável É muito importante se procurar ter liberdade com responsabilidade. A liberdade pode ter muitos sentidos – física, civil, de pensamento, de expressão, sexual… Filosoficamente podemos nos referir a liberdade moral, a capacidade humana para escolher ou decidir racionalmente as causas e conseqüências dos nossos atos. A liberdade e a responsabilidade estão fortemente ligadas, na medida em que só somos realmente livres se formos responsáveis e só podemos ser responsáveis se formos livres. A responsabilidade implica constantemente escolha e decisão racional, o que vai de encontro à própria definição de liberdade. Por outro lado, se não agirmos livremente, não podemos assumir totalmente as conseqüências dos nossos atos. Só o sujeito que é capaz de escolher e decidir racionalmente, com consciência, é capaz de assumir as causas e as conseqüências das suas ações. Além disso, a liberdade e a responsabilidade são essenciais na construção da individualidade, pois somente através da liberdade e da responsabilidade uma pessoa será capaz de se tornar verdadeiramente dona de si. ( kitah Soares- kitah@opovo.com.br) http://filosofiacontabeis.blogspot.com.br/p/responsabilidade-moral-e-liberdade.html Liberdade com responsabilidade Uma amiga e jovem universitária recentemente publicou que quer ter a liberdade de ser quem é, mesmo os demais do entorno não aceitem ou aprovem. Que as pessoas vivam na realidade. A atual juventude brasileira precisa de mais exemplos assim. Ter a liberdade foi algo muito caro que a geração dos jovens dos 60, 70 e início dos 80 brigaram. Ainda que a abertura do final do regime militar somente em 1988 tenha trazido uma nova Constituição, independente de suas falhas, a eleição para presidente em 1989 e entre outras legislações uma educacional em 20 de dezembro de 1996, é certo também que a geração que nasceu a partir dos 1990 mudou a postura de ser. Escola local de prática do protagonismo? Recentemente os movimentos e manifestações contra aumento de passagem, impostos e corrupção trouxeram um jovem que passou a militar por causas específicas
  • 3. sem necessariamente estarem vinculados a partidos. Movimento este que motivou partidos e movimentos políticos partidarizados a negarem por um lado algumas manifestações dizendo ser desta ou de outra tendência. Alguns partidos buscaram mostrar por meio de bandeiras e militantes a participação em algumas manifestações. Os demais participantes aceitaram a participação destes grupos porém sem as bandeiras. Excessos também aconteceram com baderneiros infiltrados nos movimentos, policiais com pouca preparação para conter multidões. Poderão dizer que a jovem citada no início do texto não tem a responsabilidade só a impulsividade. O jovem é naturalmente um impulsivo. A necessidade de se colocar como ator social em uma sociedade formada gera contestações, dúvidas, mudanças. Mannheim em sua obra enfatiza a questão das gerações novas e suas relações com a geração atual. Se não houvesse este desejo e vontade de mudança a Sociedade Humana não teria evoluído. Mas a impulsividade não pode ser ligada (infelizmente o senso comum de contradições cheio está) a falta de responsabilidade. Responsabilidade que perpassa pela análise do mundo a sua volta. O chamado jovem crítico, protagonista. O mesmo que se deseja que saia dos bancos escolares, mas que infelizmente outros colegas professores nem sempre compreendem. Mesmo entre os defensores e atuantes docentes que buscam a autonomia do jovem encontra-se alguns que não aceitam quando o jovem contesta posturas de sala de aula. Não são as contestações livres, sem fundamentos, combatidas com certo vigor, mas justamente aquelas fundamentadas, documentadas, argumentadas. Falas que incomodam e retomam a necessidade da reflexão e discussão, gerando novas tomadas de decisões e mudanças de práticas profissionais, que não se sustentam mais apenas pela relação professor aluno, como sendo o primeiro o detentor do saber, algo contestado há tempos por Moran. Falam alguns então em punir, afastar este jovem, como forma de não se abalar a estrutura existente, aquela que alguns citam como a autoridade docente. Contraditória a atitude infelizmente. Autoridade docente não está relacionada a postura docente. Pelo menos deveriam ser entendidas de forma diferente. Mas não se pode colocar a responsabilidade sobre os docentes de forma exclusiva. O modelo pedagógico administrativo da Escola de hoje não foge da estrutura da Escola Republicana Graduada de 1890. Foi um modelo revolucionário para a época que sobretudo trouxe organização e sistematização para a Educação. Mas precisa ser ressignificado, ajustado. Não é somente mudar formas de avaliação. Mas toda uma estrutura e desde o princípio da Educação Básica e de como está direcionada a formação docente, que engloba ou deveria envolver a formação de todos os demais profissionais da escola. A Gestão de uma Unidade Escolar precisa ter uma diminuição de algumas burocracias. Para evitar que se distancie do contato com o foco da escola. O aluno. Quando a geração do presente autor diz que os jovens estão sem objetivos, não seria para se refletir o que a atual geração buscou colaborar na formação da geração nova? Será que não são falas, quase clichês, feitas para esconder os erros que uma geração cometeu? Rupturas e divergências entre gerações são comuns. Mas a geração do conhecimento ingressa em um mundo vislumbrado pela geração anterior. O desejo da liberdade do acesso à informação foi em parte atingido com a internet. Quem hoje não procura um termo ou assunto em buscadores como o Google? Um celular hoje muitas vezes tem a função telefone como a menos acessada. Tem-se a imprecisão muitas vezes da informação atingida. Imprecisão que não é exclusividade para nenhuma geração. Algo que todas as gerações poderiam buscar juntas as respostas. Até porque a geração nova terá em breve uma outra geração que poderá
  • 4. contestar exatamente a profusão de informações hoje existente. Precisa-se buscar uma forma de se ter a informação melhor qualificada. A Responsabilidade, ou sua falta, parece estar mudando de lado. A coerência muitas vezes se perde também. Acomodação não parece ser a postura da jovem aqui citada. Tanto que a trajetória de aluna envolvida com seus estudos e participando dentro e fora da escola desde pequena em representação estudantil e com entidades de educação não formal da sociedade civil exatamente o protagonismo que alguns defendem. Mas que precisa ser praticada. Nas escolas existe uma fala constante de se buscar desenvolver diversas atividades de protagonismo, desde a redemocratização, há quase 30 anos, de se envolver os jovens na tomada de decisões. Os Conselhos Escolares são um exemplo da falta de incentivo. Muitas vezes os alunos pouco participam de um espaço de representação. E quando participam correm o risco de serem julgados como sendo pouco experientes. As redes sociais libertou toda uma geração da barreira do acesso ao conhecimento. Falta muitas vezes a mediação orientando melhor aos jovens de como se encontrar informações coerentes e o que são bases confiáveis. Porém isso para alguns pode gerar jovens contestadores ao próprio docente. O conhecimento mediado é algo que gera mais trabalho docente. Os escolanovistas como Anísio e Azevedo já diziam isso nos anos 20 no Brasil. Bem antes dos construtivistas. Os currículos enciclopédicos pouco parecem estar articulados com a mediação do conhecimento. Não se precisa mais decorar hoje fórmulas e longos tratados. Eles estão acessíveis de forma global. Precisa-se no entanto popularizar este acesso no seu dia a dia. Ainda hoje se vê textos serem xerocados em bancos universitários quando poderiam ser compartilhados em nuvem ou mesmo transmitidos de forma on line. Claro que a questão da autoria deve ser respeitada, mas é um debate interessante a ser feito até onde autoria significa não divulgação em meios virtuais. Não cita-se aqui cópias de livros pela internet (apesar que o avanço dos e-books). Mas é contraditório em alguns níveis de ensino alunos copiando lousas por 1 hora e meia toda semana. A atividade intelectual de hoje atrelada a tecnologia da informação e comunicação possibilita ampliação de debates e avanços de concepções e permite eliminar atividades mecânicas o que até há pouco tempo não eram possíveis. Infelizmente faltam ações de prática e articulação unindo a fala com as ações efetivas ligadas aos espaços verdadeiramente de decisão e participação para estes alunos. Caso contrário poucos poderão como a jovem deste texto desejar liberdade com responsabilidade O presente texto é uma versão ajustada depois da leitura da jovem. Colocar um texto para ser lido por uma jovem crítica é algo significativo. Uma prática que poderia ser constante. Aqui será. http://blogdoprofessorchristian.wordpress.com/2013/08/24/liberdade-com- responsabilidade/