2. Eles
Eles que partem novos e velhos
Buscar a sorte noutras paragens
Noutras aragens, entre outros povos
Eles que partem novos e velhos
Eles que partem, olhos molhados
Coração triste, a saca às costas
Esperança em riste, sonhos dourados
Eles que partem, olhos molhados
Virão um dia, ricos ou não
Contando histórias de lá longe
Onde o suor se fez em pão
Virão um dia, ricos ou não
Virão um dia ou não...
Manuel Freire, O Nosso Cancioneiro
A Choradeira ao Emigrante
3. Alguns conceitos a reter...
Migração/Movimento migratório – São deslocações da população de uma área para outra.
Emigração – É o movimento de saída de pessoas do seu país de origem para outro que não o seu.
Imigração – É o movimento de entrada de pessoas num país que não é o seu de origem.
Emigrante – É uma pessoa que sai do seu país de origem para outro que não é o seu, para aí residir e/ou trabalhar.
Imigrante – É uma pessoa que entra num país que não é o seu de origem para aí residir e/ou trabalhar.
4. Causas das Migrações:
Naturais: devido à ocorrência de catástrofes naturais (sismos, vulcões, inundações, secas prolongadas…) muitas pessoas deslocam-se para outros países.
Sismo, Turquia
Furacão Katrina
5. Económicas: As razões económicas são as que levam um maior número de pessoas a emigrar. Processam-se das regiões onde existe maior pressão demográfica, falta de emprego e baixos salários para regiões mais ricas.
Políticas: A falta de liberdade e a repressão de alguns regimes políticos levaram (e levam) também algumas pessoas a abandonarem os seus países.
Emigrantes Cubanos em busca de uma vida melhor.
Refugiados de guerra. Pessoas que são obrigadas a abandonar o seu país.
6. Religiosas: Apesar de na actualidade não serem muito frequentes as perseguições religiosas são uma realidade em alguns países provocando emigrações em massa.
Étnicas: As rivalidades étnicas levam por vezes ao movimento de populações, sobretudo, das minorias, que são expulsas dos locais que habitam.
Perseguição religiosa de Judeus.
Perseguição étnica.
7. Tipos de Migrações:
Migrações
Quanto
à
duração
Quanto
à forma ou
motivação
Quanto
ao espaço, destino ou amplitude
Definitivas
Temporárias
Voluntárias
Forçadas
Internas
Externas
Êxodo Rural/ Êxodo Urbano
Pendulares
Intracontinentais
Intercontinentais
Quanto
ao controle
Legais
Clandestinas
Sazonais
9. Consequências das Migrações:
Consequências Positivas das Migrações
Áreas de Partida / Origem
Entrada de remessas dos emigrantes;
Investimento nas áreas de origem;
Difusão de novas ideias;
Diminuição do desemprego.
Áreas de Chegada / Destino
Aumento da população absoluta;
Aumento da taxa de natalidade;
Aumento da população jovem;
Aumento da taxa de crescimento natural;
Aumento da população activa;
Aumento de mão-de-obra jovem e mais barata;
Desenvolvimento económico.
10. Consequências Negativas das Migrações
Áreas de Partida / Origem
Diminuição da população absoluta;
Diminuição da taxa de natalidade;
Envelhecimento da população;
Aumento da taxa de mortalidade;
Diminuição da taxa de crescimento natural;
Decréscimo da população activa;
Diminuição da capacidade de inovação;
Atraso económico;
Divisão de algumas famílias.
Áreas de Chegada / Destino
Desemprego;
Carência habitacional;
Aparecimento / crescimento de bairros de lata;
Dificuldade de integração social;
Aumento da pobreza;
Aumento da criminalidade;
Aumento de conflitos (racismo e xenofobia).
11. Portugal e as Migrações
A História da emigração portuguesa acompanha a História de Portugal a partir do século XV.
No início dos anos 60, em especial a partir de1962 / 1963, a emigração começa a dirigir-se para a Europa, com grandes repercussões nos domínios demográfico, social e económico da sociedade portuguesa.
A França e a Alemanha passaram a constituir o destino prioritário dos emigrantes portugueses.
Emigrantes portugueses, anos 60.
12. Factores como o fraco nível de vida, as situações de desemprego e subemprego; a repulsa sentida por muitos jovens, sujeitos ao serviço militar obrigatório, em irem para a guerra colonial; a falta de liberdade de expressão (Portugal vivia numa ditadura) fizeram com que muitos se vissem obrigados a deixar os seus familiares e a partir.
Dos anos 60 aos 70 grande parte dos nossos emigrantes abandonava o país clandestinamente. Cerca de 50% dos emigrantes entrados em França eram clandestinos.
A viagem clandestina fazia-se muitas vezes ao cair da noite, a sonhar com o paraíso em França.
Era preciso ultrapassar montanhas, rios... Com muito esforço, lá continuavam.
Emigrantes portugueses, anos 60.
13. Evolução da Emigração Portuguesa
As descobertas marítimas do século XV, com o povoamento dos territórios recém-descobertos, deram origem a movimentos de emigração da população portuguesa. Porém, o número de emigrantes não foi sempre igual.
14. De onde partiram os Emigrantes?
No período em que a emigração foi mais intensa, o maior número de emigrantes partiu dos distritos do litoral a norte do rio Tejo e dos Açores.
Muitos destes emigrantes já tinham deixado as suas terras no Interior do País (êxodo rural). Actualmente, mais de metade dos emigrantes sai das regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo.
Fonte: INE, 2004.
15. Para onde foram os Emigrantes?
Até 1960:
-Brasil;
-Venezuela;
-Argentina;
-Canadá;
-E.U.A.
Após 1960:
-França;
-Alemanha;
-Suiça;
-Reino Unido;
-Espanha;
-Luxemburgo.
Fonte: INE, 2004.
16. Portugal, país de acolhimento...
Portugal também é país de acolhimento
Embora Portugal seja, tradicionalmente, um país de emigração, tem-se assistido na última década a um crescimento acentuado da imigração.
Para além dos imigrantes contabilizados legalmente pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, há um grande número de estrangeiros que se encontra em Portugal de forma ilegal.
17. De onde vêm os estrangeiros que vivem no nosso País?
A grande maioria dos imigrantes vem dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), do Brasil e de países europeus, sobretudo da União Europeia e da Europa de Leste.
Fonte: INE, 2004.
18. Onde vivem os Imigrantes em Portugal?
A maioria dos imigrantes concentra-se no litoral, residindo mais de metade no distrito de Lisboa, seguido dos de Faro e Setúbal.
Uma boa parte dos imigrantes, sobretudo os de origem africana, vive em condições precárias, nos bairros pobres da periferia de cidades como Lisboa, Faro e Setúbal. No entanto, tem sido feito um esforço de realojamento desta população em bairros sociais.
Fonte: INE, 2004.