Doc cient cardiol-covid-19-ds

G

Medicina

Brasil, 19 de março de 2020
A CRIANÇA COM CARDIOPATIA NOS TEMPOS DE COVID-19:
Posicionamento oficial conjunto
Departamento Científico de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
Jorge Yussef Afiune – Presidente
Departamento de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica da Socie-
dade Brasileira de Cardiologia
Klébia Castello Branco – Presidente
Departamento de Cirurgia Cardiovascular Pediátrica da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Cardiovascular
Fernando Antonialli - Presidente
Caros colegas,
A COVID-19 é uma doença respiratória causada por um novo tipo de co-
ronavírus (SARS-CoV-2), já tendo acometido mais de 200.000 pessoas até a
presente data e sendo relatados cerca de 8000 óbitos, com mortalidade ao re-
dor de 4%.
O conhecimento desta doença ainda está em evolução e, apesar dos
avanços significativos no delineamento epidemiológico e clínico, muitos questi-
onamentos ainda aguardam esclarecimentos, inclusive sobre o comportamento
da doença em climas tropicais como o nosso. É de interesse particular à nossa
especialidade a determinação de grupos de risco e as medidas necessárias
para proteção desta parcela da população e da população como um todo.
Sabe-se até o momento que a doença incide predominantemente em
adultos, sendo que pessoas com idade acima de 60 anos e/ou com comorbi-
dades (entre elas a doença cardiovascular) apresentam maior risco de compli-
cações. Por outro lado, observa-se menor incidência da doença entre crianças,
com menor taxa de complicações e óbitos. Entretanto, ainda não sabemos o
real risco do acometimento desta infecção em crianças com cardiopatias e su-
as potenciais complicações.
Deste modo, recomendamos às famílias de crianças com cardiopatias
que sigam rigorosamente as recomendações do Ministério da Saúde em rela-
ção às medidas de prevenção desta infecção e procurem imediatamente conta-
to com seus médicos caso haja manifestações sugestivas da doença.
A seguir descreveremos alguns aspectos particulares, além de recomen-
dações relacionadas aos pacientes pediátricos com cardiopatias:
1) Quais são os grupos de maior risco para a COVID-19?
À luz do conhecimento atual, os grupos de maior risco para COVID-19
são os seguintes:
a. Adultos com idade acima de 60 anos;
b. Adultos com doenças crônicas: hipertensão arterial sistêmica, Di-
abetes mellitus, câncer, doença cardiovascular crônica, doença
pulmonar crônica (exemplos.: asma, fumantes, etc), doença renal
crônica.
c. Imunossuprimidos e/ou imunocomprometidos
2) Qual é a incidência de COVID-19 em crianças? E em crianças cardio-
patas?
Estudo realizado na China, com um total de 11.000 casos descritos até 10
de fevereiro de 2020, cerca de 400 casos ocorreram em crianças, o que
corresponde a aproximadamente 4%. As crianças parecem ser menos
susceptíveis à COVID-19, possivelmente devido ao fato de apresentarem
menor expressão da enzima conversora de angiotensina 2, que é o recep-
tor pulmonar do vírus SARS-CoV-2.
O prognóstico da infecção em crianças tem se apresentado melhor do
que em pacientes adultos. Estudo publicado pela Academia Americana de
Pediatria, que analisou 2.143 crianças chinesas infectadas, indicou que
4% eram assintomáticas; 51% tinham sintomas leves; 39% sintomas mo-
derados e 6% apresentavam quadros graves. A proporção de casos gra-
ves variou de acordo com a faixa etária, sendo de 11% nos menores de 1
ano; 7% entre naqueles de 1 a 5 anos; 4% naqueles de 6 a 10 anos; 4%
nos de 11 a 15 anos e 3% nos de 16 a 19 anos. No estudo foi registrado
um óbito em uma criança de 14 anos.
Até o momento não existem dados referentes à incidência de COVID-19
especificamente em crianças com cardiopatia congênita.
3) Há possibilidade de transmissão transplacentária ou pelo leite ma-
terno?
Ainda não há evidência de infecção intrauterina pelo vírus nem de passa-
gem através do leite materno. Os casos descritos em recém-nascidos o-
correram por infecção pós-natal. Sendo assim, até o momento não é a-
conselhável que se suspenda o aleitamento materno de bebês cujas
mães estejam com COVID-19. No entanto, medidas para evitar a disse-
minação do vírus devem ser rigorosamente seguidas. São elas:
 Lavar bem as mãos sempre antes de tocar no lactente ou em objetos
como bomba extratora ou mamadeira;
 Usar máscara facial no momento da amamentação.
4) Quais são os riscos de COVID-19 para as crianças com cardiopatia?
Embora ainda não existam informações suficientes para calcular o verdadei-
ro risco das crianças cardiopatas diante da COVID-19, podemos utilizar o
conhecimento adquirido em relação a outras infecções respiratórias seme-
lhantes, tais como infecções pelo vírus Influenza e vírus sincicial respiratório
que também ocorrem em crianças cardiopatas. Em relação às cardiopatias,
devemos lembrar que existam dois grupos bastante distintos em relação ao
comportamento diante da COVID-19, sendo eles os seguintes:
a) Cardiopatias congênitas ou adquiridas sem repercussão hemodi-
nâmica e cardiopatias que foram corrigidas por cirurgia ou catete-
rismo intervencionista e que estejam clinicamente bem e sem si-
nais de insuficiência cardíaca: neste grupo, o risco é semelhante ao
da população pediátrica geral e a evolução da doença provavelmente
será benigna na maioria dos casos.
b) Cardiopatias congênitas ou adquiridas que apresentem repercus-
são hemodinâmica significativa (insuficiência cardíaca, hipertensão
pulmonar ou hipoxemia) e cardiopatias que já foram submetidas à
correção cirúrgica, porém mantêm sinais de insuficiência cardíaca,
hipertensão pulmonar, cianose ou hipoxemia: este é um grupo de
risco para COVID-19 pois poderá apresentar agravamento das condi-
ções ventilatórias de forma mais precoce e intensa diante desta infec-
ção.
5) Quais são os riscos para as crianças transplantadas do coração?
Embora ainda não tenhamos dados específicos referentes à COVID-19 em
crianças transplantadas, sabemos que elas são um grupo de alto risco para
infecções virais devido ao estado de imunossupressão a que estão subme-
tidas. Neste momento, é recomendado manter a criança com certo grau de
isolamento em domicílio, evitando-se frequentar locais de aglomeração. De-
ve-se estar atento aos cuidadores, evitando-se ao máximo o contato com
pessoas com sintomas gripais. A COVID-19 em uma criança transplantada
pode ter uma evolução muito rápida e altíssima gravidade.
6) Realização de cirurgia cardíaca pediátrica ou cateterismo intervencio-
nista em tempos de COVID-19:
a) Recomendamos que seja feito o adiamento da realização de procedi-
mentos cirúrgicos ou de cateterismo intervencionista/diagnóstico eletivos
em pacientes portadores de cardiopatias cuja evolução clínica e funcio-
nal dos próximos 3 meses não acarretará agravamento do quadro cardi-
ológico.
b) Recomendamos que, para os pacientes com cardiopatia grave e com
significativa repercussão clínica e hemodinâmica, ou aqueles que apre-
sentam risco de piora clínica iminente, os procedimentos cirúrgicos ou
de cateterismo intervencionista, sempre que possível, sejam realizados
dentro da programação já estabelecida. Esta decisão deve ser de cada
instituição, porém devemos nos lembrar que grande parte das cardiopa-
tias na criança são graves e o risco desta cardiopatia supera o risco da
COVID-19. Sugerimos que os casos sejam avaliados individualmente
em relação ao balanço entre o risco da COVID-19 e o dano causado ao
paciente pelo adiamento do tratamento da cardiopatia.
c) Recomendamos que a tomada de decisão sobre adiamento ou não des-
tes procedimentos seja realizada de forma compartilhada entre o cardio-
logista pediátrico, cirurgião cardíaco e/ou médico internvencionista e os
familiares do paciente.
7) Consultas médicas e exames cardiológicos em tempos de COVID-19:
a) Recomendamos, sempre que possível, ADIAR a realização de consultas
de rotina e de procedimentos diagnósticos eletivos.
b) Para os pacientes com cardiopatia em evolução ou cardiopatias graves,
principalmente aquelas que necessitam de definição anatômica ou de
estado funcional e que deverão ser submetidos à cirurgia cardíaca ou ao
cateterismo intervencionista, devemos tentar manter seus agendamen-
tos neste período. O benefício da realização da consulta ou exame car-
diológico deve ser considerado superior ao risco de exposição ao CO-
VID-19.
c) Para as consultas e exames, recomendamos espaçar os horários no in-
tuito de reduzir o número de pacientes na sala de espera. Recomenda-
mos que o paciente tenha apenas um acompanhante.
d) Pacientes imunossuprimidos deverão permanecer, sempre que possível,
em casa.
e) Renovação de receitas de medicações de uso crônico poderão ser feitas
por familiares jovens e sadios.
f) Recomendamos, sempre que possível, o uso da teleconsulta para avali-
ação do quadro clínico geral do paciente e orientações.
8) Uso de medicações cardiológicas em tempos de COVID-19:
Em relação ao uso de diuréticos, betabloqueadores, inibidores de ECA e
BRA, ácido acetil salicílico e anticoagulantes, até o momento não existem
evidências científicas definitivas que justifiquem a suspensão destas medi-
cações.
A prescrição de ibuprofeno e corticoesteroides deve ser cautelosa. Embora
não haja estudo disponível para faixa etária pediátrica, embasamos a reco-
mendação nos estudos em adultos.
9) Imunização na criança com cardiopatia
Recomendamos reforçar a necessidade de manter atualizada a carteira de
vacinação das crianças e adultos cardiopatas, dando especial ênfase à i-
munização das crianças contra Influenza, vírus sincicial respiratório e
pneumococo.
10) Orientações sobre isolamento social
Recomendamos realizar a devida orientação dos pais e familiares quanto
ao isolamento social, sendo elas as seguintes:
a) manter sempre a distância mínima de 1 metro de outras pessoas;
b) evitar abraços, beijos e apertos de mão. Lavar muito bem as mãos e co-
brir o nariz e a boca com o braço quando for tossir ou espirrar;
c) não compartilhar brinquedos ou outros objetos com outras crianças;
d) evitar aglomeração de crianças, mesmo que em locais abertos.
11) Cuidados de proteção individual para as equipes de cuidadores:
Recomendamos que todos os profissionais de saúde tentem reduzir ao má-
ximo a chance de exposição desnecessária ao coronavírus. Identifque rapi-
damente se o paciente a ser atentido apresenta sinais de síndrome gripal
suspeita ou confirmada de COVID-19. Nessa situação, não deixe de se pro-
teger adequadamente. Recomenda-se o uso dos seguintes equipamentos
de proteção individual:
a) Máscara cirúrgica comum para o paciente e para o profissional.
i) As máscaras tipo N95, devem ser utilizadas durante realização de
procedimentos geradores de aerossóis como, por exemplo, intuba-
ção ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação
cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de
escarro, coletas de amostras nasotraqueais e broncoscopias.
b) Óculos de proteção ou “face shield”
c) Avental com mangas longas
d) Luvas não estéreis
Este é o momento de todos cultivarmos medidas institucionais de proteção
de nossos pacientes e familiares e de todos os profissionais de saúde
envolvidos. Estas medidas devem nos proteger do coronavírus, mas
também devem nos proteger contra a epidemia do medo e a epidemia da
informação. Precisamos, de forma serena e equilibrada, irradiar segurança e
tranquilidade ao mesmo tempo em que tomados medidas adequadas para o
enfrentamento desta epidemia.
Saíremos mais fortes desta crise!
Novas informações e recomendações poderão ser atualizadas a qualquer
momento.
Referências:
1) Cao Q, Chen YC, Chen CL, et al. SARS-CoV-2 infection in children: Transmission dynam-
ics and clinical characteristics. J Formos Med Assoc. 2020;119(3):670-673.
2) Lee P-I, Hu Y-L, Chen P-Y, et al. Are children less susceptible to COVID-19? J Microbiol
Immunol Infect. 2020 Feb 25. pii: S1684-1182(20)30039-6.
doi.org/10.1016/j.jmii.2020.02.011.
3) Dong Y, Mo X, Hu Y, et al. Epidemiological characteristics of 2143 pediatric patients with
2019 coronavirus disease in China. Pediatrics. 2020 Mar 16. pii: e20200702; doi:
10.1542/peds.2020-0702.
4) Chen C, Guo J, Wang C, et al. Clinical characteristics and intrauterine vertical transmission
potential of COVID-19 infection in nine pregnant women: a retrospective review of medical
records. Lancet 2020 Mar 7;395(10226):809-815. doi: 10.1016/S0140-6736(20)30360-3.
5) Posição do Conselho Federal de Medicina sobre a pandemia de COVID-19: contexto, aná-
lise de medidas e recomendações. Disponível em http://www.portalmedico.org.br Acessado
em março de 2020.
6) ACC CLINICAL BULLETIN COVID-19 Clinical Guidance For the CV Care Team. March 6,
2020 Disponível em https://www.acc.org/latest-in-cardiology/features/accs-coronavirus-
disease-2019-covid-19-hub#sort=%40fcommonsortdate90022%20descending Acesso em
março de 2020.
7) Protocolo de Manejo Clínico para o novo Coronavírus – Ministério da Saúde. Disponível em
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/05/Protocolo-de manejo-
clinico-para-o-novo-coronavirus-2019-ncov.pdf. www.saude.gov.br Acesso em março de
2020.

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  • 1. Brasil, 19 de março de 2020 A CRIANÇA COM CARDIOPATIA NOS TEMPOS DE COVID-19: Posicionamento oficial conjunto Departamento Científico de Cardiologia da Sociedade Brasileira de Pediatria Jorge Yussef Afiune – Presidente Departamento de Cardiopatias Congênitas e Cardiologia Pediátrica da Socie- dade Brasileira de Cardiologia Klébia Castello Branco – Presidente Departamento de Cirurgia Cardiovascular Pediátrica da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular Fernando Antonialli - Presidente Caros colegas, A COVID-19 é uma doença respiratória causada por um novo tipo de co- ronavírus (SARS-CoV-2), já tendo acometido mais de 200.000 pessoas até a presente data e sendo relatados cerca de 8000 óbitos, com mortalidade ao re- dor de 4%. O conhecimento desta doença ainda está em evolução e, apesar dos avanços significativos no delineamento epidemiológico e clínico, muitos questi- onamentos ainda aguardam esclarecimentos, inclusive sobre o comportamento da doença em climas tropicais como o nosso. É de interesse particular à nossa especialidade a determinação de grupos de risco e as medidas necessárias para proteção desta parcela da população e da população como um todo. Sabe-se até o momento que a doença incide predominantemente em adultos, sendo que pessoas com idade acima de 60 anos e/ou com comorbi- dades (entre elas a doença cardiovascular) apresentam maior risco de compli-
  • 2. cações. Por outro lado, observa-se menor incidência da doença entre crianças, com menor taxa de complicações e óbitos. Entretanto, ainda não sabemos o real risco do acometimento desta infecção em crianças com cardiopatias e su- as potenciais complicações. Deste modo, recomendamos às famílias de crianças com cardiopatias que sigam rigorosamente as recomendações do Ministério da Saúde em rela- ção às medidas de prevenção desta infecção e procurem imediatamente conta- to com seus médicos caso haja manifestações sugestivas da doença. A seguir descreveremos alguns aspectos particulares, além de recomen- dações relacionadas aos pacientes pediátricos com cardiopatias: 1) Quais são os grupos de maior risco para a COVID-19? À luz do conhecimento atual, os grupos de maior risco para COVID-19 são os seguintes: a. Adultos com idade acima de 60 anos; b. Adultos com doenças crônicas: hipertensão arterial sistêmica, Di- abetes mellitus, câncer, doença cardiovascular crônica, doença pulmonar crônica (exemplos.: asma, fumantes, etc), doença renal crônica. c. Imunossuprimidos e/ou imunocomprometidos 2) Qual é a incidência de COVID-19 em crianças? E em crianças cardio- patas? Estudo realizado na China, com um total de 11.000 casos descritos até 10 de fevereiro de 2020, cerca de 400 casos ocorreram em crianças, o que corresponde a aproximadamente 4%. As crianças parecem ser menos susceptíveis à COVID-19, possivelmente devido ao fato de apresentarem menor expressão da enzima conversora de angiotensina 2, que é o recep- tor pulmonar do vírus SARS-CoV-2.
  • 3. O prognóstico da infecção em crianças tem se apresentado melhor do que em pacientes adultos. Estudo publicado pela Academia Americana de Pediatria, que analisou 2.143 crianças chinesas infectadas, indicou que 4% eram assintomáticas; 51% tinham sintomas leves; 39% sintomas mo- derados e 6% apresentavam quadros graves. A proporção de casos gra- ves variou de acordo com a faixa etária, sendo de 11% nos menores de 1 ano; 7% entre naqueles de 1 a 5 anos; 4% naqueles de 6 a 10 anos; 4% nos de 11 a 15 anos e 3% nos de 16 a 19 anos. No estudo foi registrado um óbito em uma criança de 14 anos. Até o momento não existem dados referentes à incidência de COVID-19 especificamente em crianças com cardiopatia congênita. 3) Há possibilidade de transmissão transplacentária ou pelo leite ma- terno? Ainda não há evidência de infecção intrauterina pelo vírus nem de passa- gem através do leite materno. Os casos descritos em recém-nascidos o- correram por infecção pós-natal. Sendo assim, até o momento não é a- conselhável que se suspenda o aleitamento materno de bebês cujas mães estejam com COVID-19. No entanto, medidas para evitar a disse- minação do vírus devem ser rigorosamente seguidas. São elas:  Lavar bem as mãos sempre antes de tocar no lactente ou em objetos como bomba extratora ou mamadeira;  Usar máscara facial no momento da amamentação. 4) Quais são os riscos de COVID-19 para as crianças com cardiopatia? Embora ainda não existam informações suficientes para calcular o verdadei- ro risco das crianças cardiopatas diante da COVID-19, podemos utilizar o conhecimento adquirido em relação a outras infecções respiratórias seme- lhantes, tais como infecções pelo vírus Influenza e vírus sincicial respiratório que também ocorrem em crianças cardiopatas. Em relação às cardiopatias,
  • 4. devemos lembrar que existam dois grupos bastante distintos em relação ao comportamento diante da COVID-19, sendo eles os seguintes: a) Cardiopatias congênitas ou adquiridas sem repercussão hemodi- nâmica e cardiopatias que foram corrigidas por cirurgia ou catete- rismo intervencionista e que estejam clinicamente bem e sem si- nais de insuficiência cardíaca: neste grupo, o risco é semelhante ao da população pediátrica geral e a evolução da doença provavelmente será benigna na maioria dos casos. b) Cardiopatias congênitas ou adquiridas que apresentem repercus- são hemodinâmica significativa (insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar ou hipoxemia) e cardiopatias que já foram submetidas à correção cirúrgica, porém mantêm sinais de insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar, cianose ou hipoxemia: este é um grupo de risco para COVID-19 pois poderá apresentar agravamento das condi- ções ventilatórias de forma mais precoce e intensa diante desta infec- ção. 5) Quais são os riscos para as crianças transplantadas do coração? Embora ainda não tenhamos dados específicos referentes à COVID-19 em crianças transplantadas, sabemos que elas são um grupo de alto risco para infecções virais devido ao estado de imunossupressão a que estão subme- tidas. Neste momento, é recomendado manter a criança com certo grau de isolamento em domicílio, evitando-se frequentar locais de aglomeração. De- ve-se estar atento aos cuidadores, evitando-se ao máximo o contato com pessoas com sintomas gripais. A COVID-19 em uma criança transplantada pode ter uma evolução muito rápida e altíssima gravidade. 6) Realização de cirurgia cardíaca pediátrica ou cateterismo intervencio- nista em tempos de COVID-19: a) Recomendamos que seja feito o adiamento da realização de procedi- mentos cirúrgicos ou de cateterismo intervencionista/diagnóstico eletivos
  • 5. em pacientes portadores de cardiopatias cuja evolução clínica e funcio- nal dos próximos 3 meses não acarretará agravamento do quadro cardi- ológico. b) Recomendamos que, para os pacientes com cardiopatia grave e com significativa repercussão clínica e hemodinâmica, ou aqueles que apre- sentam risco de piora clínica iminente, os procedimentos cirúrgicos ou de cateterismo intervencionista, sempre que possível, sejam realizados dentro da programação já estabelecida. Esta decisão deve ser de cada instituição, porém devemos nos lembrar que grande parte das cardiopa- tias na criança são graves e o risco desta cardiopatia supera o risco da COVID-19. Sugerimos que os casos sejam avaliados individualmente em relação ao balanço entre o risco da COVID-19 e o dano causado ao paciente pelo adiamento do tratamento da cardiopatia. c) Recomendamos que a tomada de decisão sobre adiamento ou não des- tes procedimentos seja realizada de forma compartilhada entre o cardio- logista pediátrico, cirurgião cardíaco e/ou médico internvencionista e os familiares do paciente. 7) Consultas médicas e exames cardiológicos em tempos de COVID-19: a) Recomendamos, sempre que possível, ADIAR a realização de consultas de rotina e de procedimentos diagnósticos eletivos. b) Para os pacientes com cardiopatia em evolução ou cardiopatias graves, principalmente aquelas que necessitam de definição anatômica ou de estado funcional e que deverão ser submetidos à cirurgia cardíaca ou ao cateterismo intervencionista, devemos tentar manter seus agendamen- tos neste período. O benefício da realização da consulta ou exame car- diológico deve ser considerado superior ao risco de exposição ao CO- VID-19. c) Para as consultas e exames, recomendamos espaçar os horários no in- tuito de reduzir o número de pacientes na sala de espera. Recomenda- mos que o paciente tenha apenas um acompanhante.
  • 6. d) Pacientes imunossuprimidos deverão permanecer, sempre que possível, em casa. e) Renovação de receitas de medicações de uso crônico poderão ser feitas por familiares jovens e sadios. f) Recomendamos, sempre que possível, o uso da teleconsulta para avali- ação do quadro clínico geral do paciente e orientações. 8) Uso de medicações cardiológicas em tempos de COVID-19: Em relação ao uso de diuréticos, betabloqueadores, inibidores de ECA e BRA, ácido acetil salicílico e anticoagulantes, até o momento não existem evidências científicas definitivas que justifiquem a suspensão destas medi- cações. A prescrição de ibuprofeno e corticoesteroides deve ser cautelosa. Embora não haja estudo disponível para faixa etária pediátrica, embasamos a reco- mendação nos estudos em adultos. 9) Imunização na criança com cardiopatia Recomendamos reforçar a necessidade de manter atualizada a carteira de vacinação das crianças e adultos cardiopatas, dando especial ênfase à i- munização das crianças contra Influenza, vírus sincicial respiratório e pneumococo. 10) Orientações sobre isolamento social Recomendamos realizar a devida orientação dos pais e familiares quanto ao isolamento social, sendo elas as seguintes: a) manter sempre a distância mínima de 1 metro de outras pessoas; b) evitar abraços, beijos e apertos de mão. Lavar muito bem as mãos e co- brir o nariz e a boca com o braço quando for tossir ou espirrar; c) não compartilhar brinquedos ou outros objetos com outras crianças; d) evitar aglomeração de crianças, mesmo que em locais abertos.
  • 7. 11) Cuidados de proteção individual para as equipes de cuidadores: Recomendamos que todos os profissionais de saúde tentem reduzir ao má- ximo a chance de exposição desnecessária ao coronavírus. Identifque rapi- damente se o paciente a ser atentido apresenta sinais de síndrome gripal suspeita ou confirmada de COVID-19. Nessa situação, não deixe de se pro- teger adequadamente. Recomenda-se o uso dos seguintes equipamentos de proteção individual: a) Máscara cirúrgica comum para o paciente e para o profissional. i) As máscaras tipo N95, devem ser utilizadas durante realização de procedimentos geradores de aerossóis como, por exemplo, intuba- ção ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, indução de escarro, coletas de amostras nasotraqueais e broncoscopias. b) Óculos de proteção ou “face shield” c) Avental com mangas longas d) Luvas não estéreis Este é o momento de todos cultivarmos medidas institucionais de proteção de nossos pacientes e familiares e de todos os profissionais de saúde envolvidos. Estas medidas devem nos proteger do coronavírus, mas também devem nos proteger contra a epidemia do medo e a epidemia da informação. Precisamos, de forma serena e equilibrada, irradiar segurança e tranquilidade ao mesmo tempo em que tomados medidas adequadas para o enfrentamento desta epidemia. Saíremos mais fortes desta crise! Novas informações e recomendações poderão ser atualizadas a qualquer momento.
  • 8. Referências: 1) Cao Q, Chen YC, Chen CL, et al. SARS-CoV-2 infection in children: Transmission dynam- ics and clinical characteristics. J Formos Med Assoc. 2020;119(3):670-673. 2) Lee P-I, Hu Y-L, Chen P-Y, et al. Are children less susceptible to COVID-19? J Microbiol Immunol Infect. 2020 Feb 25. pii: S1684-1182(20)30039-6. doi.org/10.1016/j.jmii.2020.02.011. 3) Dong Y, Mo X, Hu Y, et al. Epidemiological characteristics of 2143 pediatric patients with 2019 coronavirus disease in China. Pediatrics. 2020 Mar 16. pii: e20200702; doi: 10.1542/peds.2020-0702. 4) Chen C, Guo J, Wang C, et al. Clinical characteristics and intrauterine vertical transmission potential of COVID-19 infection in nine pregnant women: a retrospective review of medical records. Lancet 2020 Mar 7;395(10226):809-815. doi: 10.1016/S0140-6736(20)30360-3. 5) Posição do Conselho Federal de Medicina sobre a pandemia de COVID-19: contexto, aná- lise de medidas e recomendações. Disponível em http://www.portalmedico.org.br Acessado em março de 2020. 6) ACC CLINICAL BULLETIN COVID-19 Clinical Guidance For the CV Care Team. March 6, 2020 Disponível em https://www.acc.org/latest-in-cardiology/features/accs-coronavirus- disease-2019-covid-19-hub#sort=%40fcommonsortdate90022%20descending Acesso em março de 2020. 7) Protocolo de Manejo Clínico para o novo Coronavírus – Ministério da Saúde. Disponível em https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/05/Protocolo-de manejo- clinico-para-o-novo-coronavirus-2019-ncov.pdf. www.saude.gov.br Acesso em março de 2020.