Consumo De Energia Nacional E Mundial E Os Perigos Do DéFicie De Energia
1. ENGENHARIA AMBIENTAL
Engenharia de Recursos Hídricos
Consumo de Energia Nacional e Mundial e os
Perigos do Déficit de Energia
Breno Guerra Chaves
Guilherme Guerra
Guilherme Guimarães
Luiz Fernando
Renato Bottrel Carvalho
Belo Horizonte - 2007
2. DADOS
Depois da revolução industrial, no final do século XVIII, e especialmente durante o
século XX, houve uma crescente demanda por energia, consigo os impactos da atividade
humana sobre o meio ambiente tornou-se muito significativo;
Hoje, 75% da energia gerada em todo o mundo são consumidas por apenas 25% da
população mundial, principalmente nos países industrializados;
A população dos países em desenvolvimento deverá dobrar até que se consiga a
estabilização, por volta do ano 2110.
3. CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA NO MUNDO
O consumo líquido de energia elétrica no mundo vai passar de 14,781 trilhões de kWh em
2003 para 30,116 trilhões kWh em 2030;
A expansão será liderada por China e Estados Unidos com 4,3 trilhões e 1,963 trilhões de
kWh a mais no período, respectivamente;
Os brasileiros são o quinto maior grupo de consumidores de energia elétrica do mundo, de
acordo com dados coletados no ano 2000, onde são consumidos 1.878 kilowatt/hora por
pessoa;
Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com 12.331 kilowatt/hora, seguidos de Alemanha,
Coréia do Sul e Ucrânia.
4. SISTEMA DE ENERGIA HÍDRICO MUNDIAL
A energia hídrica significa 20% de toda energia produzida no mundo;
São 45.000 barragens construídas no mundo, onde atingiram diretamente 80
milhões de pessoas;
2 bilhões de pessoas não tem acesso a eletricidade;
2/3 das barragens estão em países pobres, destruindo florestas, reduzindo a
biodiversidade, diminuindo a qualidade da água e aumentando a emissão de gases
que agravam o efeito estufa.
5. APROVEITAMENTO DO POTENCIAL
HIDRELÉTRICO NO MUNDO
% do potencial tecnicamente aproveitável
Congo 1
Indonésia 4
Peru 6
Rússia 11
China 16
Colômbia 18
Índia 21
BRASIL 28
Canadá 37
Itália 45
Suécia 55
Estados Unidos 60
Noruega 61
Japão 64
Alemanha 83
França 100
0 20 40 60 80 100
Observações:
1. Baseado em dados do World Energy Council, considerando usinas em operação e em construção, ao final de 1999.
2. Para o Brasil, dados do Atlas de Energia Elétrica do Brasil, da ANEEL, referentes a janeiro de 2002.
3. Os países selecionados detém 2/3 do potencial hidráulico desenvolvido do mundo.
4. O potencial tecnicamente aproveitável corresponde a cerca de 35% do potencial teórico média mundial.
6. ORGANISMOS INSTITUCIONAIS DO SETOR ELÉTRICO
BRASILEIRO
Conselho Nacional de Política Energética – CNPE
• Assessoramento à Presidência em Políticas Energéticas
Ministério de Minas e Energia
• Formulação de Políticas Energéticas
Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL
• Regulação e Fiscalização
Operador Nacional do Sistema - ONS
• Operação do Sistema Interligado
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE
• Comercialização e Liquidação
Empresa de Pesquisa Energética - EPE
• Estudos de Planejamento
Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE
• Monitoramento do Sistema Eletroenergético
7. SISTEMA ENERGÉTICO NACIONAL
Belém
Cap. Instalada = 88 533 MW São Luís Fortaleza
• Hidroelétrica = 68 896 MW – 77.8 %
Tocantins Natal
Teresina
João Pess
• Térmica = 17 630 MW – 19.9 % Parnaíba
Recife
• Nuclear = 2 007 MW – 2.3 % Maceió
São Francisco
Aracajú
Salvador
Cuiabá
Brasília
Goiânia
Paranaíba
Belo
Horizonte
Campo Grande
Grande
Vitória
Geração 85% Setor público
Paraná/Tietê Paraíba
do Sul
Paranapanema Rio de Janeiro
São Paulo
15% Setor privado
Itaipu
Iguaçu Curitiba
Transmissão 26 conces. (15 privadas) Uruguai
Argentina
Florianópolis
Distribuição 64 concessões Jacui
Porto Alegre
80% setor privado
Fonte: MME/ANEEL (Maio/2005)
8. POTENCIAL HIDRÁULICO BRASILEIRO
No Brasil 78% da energia produzida vem da fonte hídrica, já tendo expulsado mais de um
milhão de pessoas de suas terras
O Brasil tem mais de 2.000 barragens construídas em todo o país, alagando uma área de 34 mil
km2
Praticamente 2/3 (63,6%) deste potencial encontra-se localizado na Região Amazônica,
principalmente nos rios Tocantins, Araguaia, Xingú e Tapajós, onde a geração é de alto Impacto
Ambiental e de elevado custo de transmissão
Outros 20% do potencial encontra-se no sul, nas bacias dos rios Paraná e Uruguai, onde atingiria
áreas de grande densidade populacional e inutilizaria terras férteis.
O Plano 2015 do governo federal prevê a construção de mais 494 Usinas Hidrelétricas, tendo
como estimativa a expulsão de 800 mil pessoas de suas terras.
9. HIDROELETRICIDADE: VOCAÇÃO NACIONAL
POTENCIAL HIDRÁULICO
Norte
Nordeste
Potencial: 111 396 MW
Potencial : 26 268 MW
Explorado: 8.9%
Explorado: 40.4%
Brasil
Potencial: 258 410 MW
SE/CO
Explorado: 28.2%
Potencial: 78 716 MW
Explorado: 41.0%
Legenda
Sul
Centros de carga
Potencial: 42 030 MW
Bacias
Explorado: 47.8%
10. SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL
Interconexões com cerca de
84 mil km de linhas de alta
tensão
Longas linhas de
transmissão (desperdício)
Expansão até 2012 de cerca
de 40 mil km de circuitos de
alta tensão
Existing Future River Basin
* Eletrobrás, PDE 2003-2012
11. CURIOSIDADE – LUCRO
Através do exemplo de uma barragem vamos ver quanto ganha de lucro as empresas donas
de barragens:
Barragem: UHE ITÁ
Local: Rio Uruguai- RS/SC
Dono da Barragem: Consórcio TRACTEBEL/GERASUL, CSN, Cia. Cimento Itambé e Grupo
Odebrecht
Concessão: 30 anos
Custo da Obra: R$ 2 bilhões
Capacidade Instalada:1.450 MW
Produção anual de energia: 7.250.000 MWh
Custo de Geração: RS$ 35/MWh
Preço Médio de Venda da energia*: R$ 100,00/MWh
Faturamento Líquido Anual: R$ 470 milhões
Tempo para pagar a Obra: um pouco mais de 4 anos
Lucro Garantido durante 25 anos: R$ 11 bilhões e 750 milhões
* Com a crise o preço já chegou a R$ 660,00/MWh. Em média no mercado “spot”, o preço é
R$480,00 o MWh
13. DADOS IMPORTANTES
20,3 milhões de pessoas no Brasil não tem acesso à energia elétrica (5 milhões de
domicílios sem eletricidade)
No meio rural somente 32,8%das propriedades tem energia elétrica.
Na região Norte somente 2% das propriedades.
No Nordeste somente 13 % das propriedades.
6% da população mundial que vive nos países ricos consome 1/3 de toda a energia
produzida no mundo.
As tarifas residenciais de energia elétrica no Brasil estão entre as mais elevadas do
mundo e custam cerca de 65% acima dos preços pagos pelos consumidores
residenciais norte-americanos.
14. DESPERDÍCIO
Cerca de 12% da energia elétrica que o país produz são desperdiçados,
segundo dados da Eletrobrás;
Esse número equivale a 7.500 megawatts (MW), ou o consumo de 40%
das residências brasileiras;
O combate ao desperdício passa a ser a fonte de produção mais barata e
mais limpa que existe, uma vez que gera economia e evita maiores
impactos ao meio ambiente;
15. FONTES DE ENERGIA ALTERNATIVA
Energia Solar
Biomassa
Energia Eólica
Energia Nuclear
Energia das Mares Energia Geotérmica
16. PERIGOS DO DÉFICIT DE ENERGIA
Prejudica o crescimento potencial do país
Diminuição dos investimentos no país
Aumento do custo da energia
Redução na oferta de emprego
O sistema elétrico é planejado de modo que, em cada ano, o risco de
ocorrer déficit de energia seja de, no máximo, 5%.
17. MEDIDAS ADOTADAS PELO BRASIL
Obras já iniciadas de UHE : Estreito (1.087 MW) e Foz do Chapecó
( 855 MW)
Interligação elétrica do Acre e Rondônia com o Sistema Interligado
Nacional em implantação para conclusão em 2008
Retomada dos estudos de inventários (32.950 MW até 2010)
Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (25.768 MW
até 2010)
18. ESTUDOS DE INVENTÁRIO HIDRELÉTRICO
DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
7 Bacia Conclusão Potência a
Hidrográfica dos inventariar
8 Estudos (MW)
3
10
Tapajós 31/07/2007 14.000
1 Aripuanã 30/06/2008 3.000
6 9
Trombetas 30/06/2008 3.000
2
Juruena 30/06/2008 5.000
5
4 Araguaia 31/09/2008 3.100
Sucunduri 31/12/2008 650
Branco 31/12/2008 2.000
Jari 31/03/2009 1.100
Itacaiunas 30/06/2010 450
32.950 MW de Usinas Jatapu 30/06/2010 650
Inventariadas até 2010 Total 32.950
19. ESTUDOS DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E
EIA-RIMA DE APROVEITAMENTOS HIDRELÉTRICOS
Conclusão
Cachoeira Porteira Potência
Aproveitamento
dos
Hidrelétrico (MW)
Estudos
Belo Monte
Belo Monte 31/12/2007 5.681
Prainha
Marabá
Marabá 31/12/2008 2.160
São Luiz
Tabajara
Tabajara 31/12/2008 350
São João da Barra Teles Pires
Teles Pires 30/06/2009 3.422
Apiacás
Apiacás 30/06/2009 275
São Luiz 30/06/2009 9.080
São João da
31/07/2010 1.800
Barra
Prainha 31/07/2010 1.600
C. Porteira 31/07/2010 1.400
Total 25.768
Mais 25.768 MW de
Usinas com estudos de
viabilidade econômica e
EIA-RIMA até 2010
20. REGIÃO SUDESTE
GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
2007
Investimentos (R$ milhões) 2.364
Potência (MW) 118
UHE Baguari
PROINFA:
15 PCH’s UHE Traíra II
2 Eólicas
UHE Retiro Baixo
3 Biomassas
UTE Colorado BC
UTE São José BC UHE Baú I UHE Cambuci
UTE Interlagos BC UHE São Miguel
UHE Barra do Pomba
UTE Santa Isabel BC
UTE Costa Pinto BC UTE Rafard BC UHE Barra do Braúna
UHE Simplicio
Operação em 2007 5
Obra em andamento 10 UTE São João biogás
Início de obra em 2007 18
Leilão em 2007 2
UTE Cubatão GN
Planejamento/Projeto 2
21. INVESTIMENTOS NO SETOR ELÉTRICO
Expansão anual estimada : 3 800 MW
Investimentos anuais em G&T estimados: US$ 4.2 bilhões
Geração Hidro
Transmissão
2 660 MW
US$ 1 bilhão
US$ 2.5 bilhões
Geração Termo Biomassa
Mercado PI B
1 140 MW Cenário Elasticidade
Gás Natural (% a.a.) (% a.a.)
Mercado de
Carvão
US$ 0.7 bilhões 5.6 4.47 1.25
Referência
23. Conclusão
Conclui-se que apesar da grande preocupação em encontrar
fontes de energia alternativas para suprir a demanda por
energia elétrica, primeiramente deve-se investir nos
sistemas energéticos já existentes, para que haja uma
produção maior e um menor desperdício.
Para não criar uma dependência em apenas um sistema
energético, assim aumentando a probabilidade de algum
déficit, devem-se procurar áreas com um potencial na
produção de energia e instalar a melhor alternativa para
aquele determinado local, atingindo o máximo de
aproveitamento.