SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 15
Descargar para leer sin conexión
TÉCNICAS E DICAS DE DESCOLORAÇÃO

        Na edição anterior apresentamos, através de perguntas e respostas, uma
ferramenta a mais de trabalho em descoloração. Agora, abordando o assunto de uma
forma mais direta e detalhada, damos continuidade ao tema com informações
indispensáveis para vocês, profissionais cabeleireiros. Afinal como realizar, com
sucesso, um processo de descoloração? Antes de tudo treinar muito e perder o medo de
errar, que o cabeleireiro adquire depois que aprende a cortar cabelo. Explicando melhor,
antes de aprender a cortar cabelo, o cabeleireiro se define como um aprendiz ou
auxiliar; quando passa a fazer cortes, já na condição de profissional, ele,
inconscientemente, pensa que não pode mais errar e começa a treinar bastante,
aprimorando cada vez mais o corte, a escova e outras finalizações, para fazer e
satisfazer a sua clientela. Enquanto isso, os processos químicos, na maioria das vezes,
não recebem o mesmo treinamento e passam a ser encarados como “técnicas que
estragam o cabelo”.
        O que na realidade quer dizer: “não sei fazer ou não me aperfeiçoei para isso”.
Revendo esse conceito, pense, analise e responda às seguintes questões: 1. Quantos
cursos de descoloração eu já fiz? 2. Quantos cursos de colorimetria eu já fiz? 3. Qual o
diferencial que eu tenho na profissão, em relação a outros profissionais? 4. Qual o
diferencial que eu realmente quero ter, de hoje em diante? Bem, se as perguntas 1 e 2
foram respondidas com cinco cursos e se há cinco anos você está na profissão,
parabéns! Você faz parte de uma pequena parcela que se aperfeiçoa mas, ainda é pouco.
Em um mercado tão concorrido, onde a preparação técnica é um pré-requisito para o
bom profissional, só uma reciclagem anual não é o bastante. Quanto às outras perguntas
(3 e 4), independente do que você respondeu, o que existe muito por aí são profissionais
cabeleireiros fazendo sempre as mesmas coisas ou seja, não se reciclam e reclamam da
crise; e caso uma cliente queira clarear o cabelo, que tenha uma coloração muito escura,
não fazem alegando que estraga o cabelo ou apelam para as mechas na tentativa de
disfarçar um pouco a cor escura.
        Descolorir um cabelo, com profissionalismo, requer muito treino para adquirir
experiência. Isso tudo implica, como em qualquer profissão, erros e acertos. É fazendo
que se aprende. O primeiro passo é comprar o material para treinar em pessoas que
queiram esse tipo de serviço e não podem pagar. Quando for praticar lembre-se de
pequenos detalhes: - Nunca pratique no expediente de trabalho. Preserve-se não se
expondo, até obter confiança. - Nunca aplique uma descoloração da raiz às pontas.
        A raiz sempre clareia mais rápido, dificultando a unifor-mização da cor depois.
Primeiro aplique no meio e pontas, até o fundo desejado (confira o gráfico ao lado), e
em seguida na raiz. - Faça um teste de mecha, antes de executar o trabalho, para garantir
um bom resultado. Existem pigmentos que não clareiam facilmente e cabelos frágeis
que aparentam ser fortes. Como bom profissional zele pelo seu nome fazendo sempre o
teste de mecha, de preferência no alto da cabeça, no meio e nas pontas, não esquecendo
que a raiz clareia mais rápido. - Converse sempre com a cliente. Não adianta querer sair
de um cabelo preto azulado para um tom 10.
        Deve-se levar em conta dois fatores: condições do cabelo e o choque de uma
mudança tão drástica. - Nunca clareie em excesso. Observe o tom desejado e o fundo de
clareamento para obter a cor escolhida. Ex.: a cliente deseja um cabelo ou mechas
vermelhas e o profissional clareia até o amarelo e ainda reclama que a cor não fixou. -
Lembre-se que antes de colorir um cabelo descolorido deve-se enxaguá-lo bastante, sem
deixar resíduo de descolorante; e se for longo, usar o condicionador para não embaraçar.
O enxágüe deve ser feito com água morna. - Mais uma vez: quanto mais prática
você tiver, melhor. Esteja preparado treinando muito. Em função das dúvidas apre-
sentadas através de telefo-nemas e e-mails, prolongamos o tema descoloração nesta
edição. Na próxima aborda-remos o assunto escurecimento de cabelos descoloridos. A
Creattive Professional é uma revista técnica e essas orientações são direcionadas para
profissionais cabeleireiros e afins; não utilize as técnicas se você não for um
profissional. Neste caso, consulte o seu cabeleireiro. Qualquer pro-cesso químico deve
ser aplicado por um especialista.


Coloração e Diagnóstico V

         Técnicas de escurecimento (Pré-pigmentação – Repigmentação). Dando
seqüência a nossa matéria de colorimetria, abordamos, nesta edição, o assunto
escurecimento, também chamado de pré-pigmentação ou repigmentação. Agora que está
havendo uma tendência natural das loiras escurecerem os cabelos, é bom saber que,
assim como clarear não é um processo fácil, escurecer requer diagnóstico e uma
excelente aplicação. O primeiro item a observar é o estado em que se encontra o fio do
cabelo: quanto mais poroso e sem resistência, mais difícil o escurecimento.
         Isso é causado pela abertura das cutículas, ou até a falta de algumas delas, o que
facilita o desbotamento pós-química. Um cabelo descolorido perde a melanina e outros
constituintes naturais, o que dificulta a fixação do pigmento. Entre algumas regras para
o escurecimento que devem ser respeitadas, uma delas é não escurecer o cabelo com cor
natural.
         A cor natural foi elaborada para deixar os cabelos em um processo de
clareamento o mais próximo do natural possível, eliminando o efeito avermelhado. Já
no escurecimento, quando usamos a cor natural, é muito comum acontecer a revelação
da cor oposta ao vermelho que é o verde ou cinza, dependendo da composição da tinta.
Por isso é indicado o uso de uma cor quente para evitar que isso aconteça

Existem algumas técnicas de pré-pigmentação:

Primeira técnica e mais antiga:
       Escolha a cor e aplique um tom mais claro, com nuance acobreada ou
avermelhada, pura ou com água morna; logo em seguida prepare a cor desejada e
aplique com oxidante de 20 volumes com o tempo de pausa de 35 minutos.

Exemplo:

       O cabelo está com o tom 10.
       A cor desejada 5.
       A cor a ser aplicada na pré-pigmentação: um 6 avermelhado ou acobreado, que
       pode ser aplicado puro ou com água morna.
       Em seguida aplique a cor desejada 5 com oxidante de 20 volumes e tempo de
       pausa de 35 minutos.
Segunda técnica:

       Escolha a cor e aplique um tonalizante ou uma coloração com oxidante de, no
máximo, 10 volumes, um tom mais claro com nuance acobreada, avermelhada ou
dourada, deixe em pausa por 20 minutos, enxágüe, e logo em seguida prepare a cor
desejada com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos.

Exemplo:
      O cabelo está com o tom 10.
      A cor desejada 5.
      Tonalizar com 6 com nuance acobreada, avermelhada ou dourada e tempo de
      pausa de 20 minutos
      Enxágüe.
      Aplicar a coloração 5 com oxidante de 20 volumes. Tempo de pausa de 35
      minutos.

Terceira técnica:

       Aplicar uma cor com um tom mais escuro que a desejada, com nuance dourada,
deixar 40 minutos e enxaguar. Esta técnica facilita voltar à cor mais clara, caso a cliente
resolva, fato que seria muito difícil nas técnicas acima. Porém, o que predomina aqui é a
técnica de aplicação, que deve ser precisa e minuciosa em todos os detalhes.


Exemplo:
      O cabelo está com o tom 10.
      A cor desejada 5.
      Preparar a cor 4 com nuance dourada um pouco a mais do que usaria
      normalmente; tempo de pausa de 40 minutos.
      Massagear mecha por mecha a cada 10 minutos.
      A cada massagem observar onde houve maior absorção da tinta e ir reaplicando
      nessas regiões o que sobrou na cumbuca.
      Enxaguar e aplicar um condicionador com pH abaixo de 3,5; de preferência não
      aplicar shampoo, ou caso não seja possível, aplicar shampoo com pH abaixo de
      4,5.

     Essa última técnica é uma das mais modernas, e para utilizá-la dependerá muito da
qualidade e da quantidade de pigmento utilizado na coloração. Como não é possível
determinar este fator através do rótulo, o cabeleireiro deve entrar em contato com o
departamento técnico da empresa de coloração e se informar qual a melhor técnica
aconselhável para este processo. Estas são as técnicas que são denominadas como pré-
pigmentação ou repigmentação.
     Todas as técnicas apresentam melhores resultados na segunda aplicação da tinta,
após a pré-pigmentação. Cada profissional utiliza a técnica que achar conveniente, de
acordo com o produto que utiliza. É importante o profissional aconselhar sua cliente a
utilizar a linha de manutenção indicada por ele e que deve ter o pH abaixo de 4,5.
Colorimetria - A Arte e a Técnica

        Nas edições anteriores o assunto colorimetria e diagnósticos foi amplamente
abordado, porém a necessidade do profissional cabeleireiro em obter mais
conhecimento sobre o assunto, e pela importância desse trabalho, fez com que mais
informações fossem acrescentadas sobre a arte e a técnica da colorimetria.
O profissional cabeleireiro que almeja o sucesso e não sabe, ou não gosta, de colorir
cabelos deveria repensar esse conceito, pois a arte de colorir cabelos vem ganhando
cada vez mais adeptos.
        Basta observar as pessoas na rua para comprovar a evolução desse trabalho. Nas
grandes capitais do país são poucas as mulheres que não têm os cabelos coloridos. Até
quando faço seleção de modelos para eventos, apenas em uma minoria os cabelos são
virgens. É certo que muitas mulheres ainda colorem os cabelos em casa, apesar da
maioria, por não conseguir o efeito desejado, acabar acertando a cor no salão. É que,
com a auto-aplicação fica difícil conseguir acompanhar a tendência atual que é cabelos
coloridos, com cores variadas, onde vai prevalecer o bom senso e o bom gosto em variar
as mesclas de cores, mechas, transparências e técnicas similares, que valorizam o
movimento do cabelo.
        Particularmente, prefiro um cabelo com mais de uma cor, pois esta opção
valoriza os trabalhos de corte, escova e penteado, destacando os detalhes e o movimento
dos fios. A criatividade está em alta, só que hoje ela é redirecionada; nos anos 80, ser
colorista criativo era saber misturar as cores na preparação para obter um resultado
diferenciado. Hoje, é aplicar na mesma cabeça duas, três ou mais cores, sem deixar a
cliente fantasiada, utilizando bom gosto e técnicas variadas (transparência, mechas,
balayagens entre outros). Por tudo isso, hoje, um cabeleireiro exemplar é aquele que
está sempre se aperfeiçoando, destinando parte de seu tempo a cursos e literatura
referentes ao seu trabalho.
        Principalmente, a treinamentos específicos, dentre eles a colorimetria, que
muitos dizem ser fácil, mas que tem poucos especialistas no assunto, em relação à
quantidade de profissional existente.

O bom colorista é aquele que:

       Realmente sabe analisar um cabelo “antes” de iniciar o processo, pois o bom
       resultado depende do bom estado do fio.
       Lê a bula do produto e prepara a coloração como manda o figurino, sem querer
       inventar moda de diluir o produto de forma não estabelecida pelo fabricante.
       Só utiliza produtos profissionais, e demonstra segurança em preparar o produto
       na frente da cliente, sabendo que ela não encontrará o produto no mercado,
       farmácia ou na perfumaria.
       Não sente vergonha em ligar para um centro técnico e tirar suas dúvidas
       referente ao trabalho a ser feito ou produto a ser utilizado.

   Sabe que para fazer um bom trabalho é preciso:

   1-Diagnóstico
   2-Produto
   3-Aplicação
E que ele é responsável pelos três itens acima e não adianta culpar o produto
   quando algo sai errado (o produto não pensa, apenas age).
         Sabe que no processo de coloração o oxidante é responsável pela liberação
         de oxigênio e é o motor principal para que tudo funcione perfeitamente, não
         podendo utilizar os de baixa qualidade e os que não são estabilizados.
         Se preocupa com a cor, mas também com o estado de saúde do fio, e por isso
         só usa colorantes, oxidantes e descolorantes profissionais e que contenham
         proteínas.
         Se especializa em descoloração, pois o profissional que não domina esta
         técnica não conseguirá clarear os cabelos coloridos a não ser através de
         mechas.
         Sabe ser enfático ao indicar uma perfeita linha profissional de manutenção
         capilar (shampoo, condicionador e leave-in) e hidratações periódicas no
         salão para manter o resultado do trabalho.
         É organizado e disciplinado a ponto de ter uma ficha-cadastro de cada
         cliente, com os diagnósticos, aplicações e produtos utilizados na mesma.
         Estas são algumas das regras dentre muitas. Não é tão complicado como se
         imagina, mas exige disciplina.
         Uma dica especial para os amigos profissionais: nunca foi tão bom como
         agora ser cabeleireiro e, principalmente, especialista em colorimetria capilar.
         É só ser atualizado, inclusive no que se refere ao comportamento. Questione-
         se sempre sobre:

           - Sua profissão
           - Suas técnicas
           - Sua abordagem ao cliente
           - Sua imagem
           - Sua comunicação
           - O perfil de sua cliente
           - Qual seu objetivo nesta profissão e onde quer chegar?

Coloração - A busca da perfeição

A mudança de rotina, no dia-a-dia dos salões, cria um novo perfil de clientes e
exige competência e atualização profissional.
        Nos últimos 20 anos, os profissionais cabeleireiros sentiram uma grande
mudança no dia-a-dia do salão com relação ao movimento de clientes, que foi
diminuindo com o passar do tempo. Vários fatores concorreram para esta alteração de
rotina. Entre eles, novos hábitos das clientes e novas técnicas que substituíram algumas,
anteriormente utilizadas. O perfil da cliente mudou e muitos profissionais não
acompanharam essa evolução. Isto não quer dizer que não estejam atualizados e
capacitados para exercer suas funções com competência. Não é isto! A realidade hoje é
outra.
        Antes, trabalhava-se exaustivamente, de segunda-feira a sábado, com um
movimento intenso, e os serviços mais procurados eram definidos mais ou menos nessa
ordem: corte, escova, coquetéis (banho de creme), coloração, permanente e touca de
gesso (uma mistura de líquido de permanente e farinha de trigo utilizada por alguns
profissionais para diminuir o excesso de volume). Hoje, só continua inalterado o perfil
da cliente que procura o serviço de corte, mensal, bimestral ou semestral. A diferença
está na procura dos outros trabalhos. Naquela época, 80% das clientes, mesmo as que
tinham cabelos curtos, iam ao salão até duas vezes por semana para escovar os cabelos.
Com a evolução das técnicas de corte e a moda, que proporciona praticidade, a escova
deixou de ser exclusividade e prioridade no salão. Em compensação, outros serviços
ganharam força substituindo práticas anteriores. É o caso da coloração, que antigamente
só era procurado para cobrir fios brancos, e agora passou a ser um grande gerador de
lucros e fidelidade, por parte das clientes. Um serviço de coloração exige fatores
agregados que somam lucro, com práticas complementares, e, conseqüentemente, o
retorno constante da cliente. Além de retoques periódicos, de 30 a 35 dias, a cliente que
colore seus cabelos passa a fazer tratamentos constantes para manter a cor e adota uma
linha especial de produtos profissionais, geralmente indicados pelo seu cabeleireiro.
        Sendo assim, o profissional moderno tem que estar capacitado para executar o
trabalho químico que requer diagnóstico do cabelo, tanto para a coloração quanto para
tratamento, e a indicação correta do shampoo e condicionador, com e sem enxágüe, para
cada tipo de cabelo. Tudo isso requer do profissional atualização constante através de
cursos, leitura e principalmente, muito treino. As fórmulas das colorações evoluíram, e
os produtos para tratamento capilar acompanharam essa evolução, exigindo
conhecimento do cabeleireiro para serem aplicados e indicados corretamente.

As clientes não buscam somente colorir os cabelos uniformemente. Querem estilo e
personalidade: uma mecha, várias mechas, transparências, duas ou mais cores,
harmoniosas ou contrastantes, de acordo com o seu gosto e estilo. E todas estas técnicas
são executadas no salão, por um profissional competente e atualizado.
Analisando todos esses fatores se conclui que o perfil da cliente mudou muito. Se antes
ela freqüentava mais o salão, gastando pouco, hoje vem menos, mas, em compensação,
gera uma maior lucratividade. O que só vai ocorrer em salões com profissionais
preparados para essa evolução, que saibam que um trabalho executado com
tranqüilidade e lucros maiores dependem da qualidade do desempenho de cada um.

Coloração - Arte com técnica

        O mercado atual exige e impõe regras de conduta para todos os profissionais que
nele atuam. E com o profissional cabeleireiro não é diferente. Conquistar espaço e
conseguir mantê-lo requer determinadas atitudes. O objetivo desta matéria é oferecer
informações indispensáveis ao profissional cabeleireiro, para que ele crie um diferencial
facilitador frente a um mercado altamente competitivo.
        Porém, como em qualquer profissão, para fazer uso dessas informações torna-se
necessário que cada um analise, friamente, o mercado em que atua, pois só assim poderá
conseguir este diferencial. Resultados não surgem da noite para o dia, por isso temos
que estar sempre receptivos ao conhecimento, atentos às nossas falhas e,
principalmente, às dos nossos colegas de profissão, não para comentá-las e sim para
transformá-las em instrumento de aperfeiçoamento contínuo.
        Conforme o que já foi escrito nas edições anteriores, houve uma grande
mudança no mercado e o cabeleireiro já percebeu que não dá mais para viver somente
em função de cortar e pentear cabelos. Analisamos a profissão, como artistas, mas
fazemos uso incorreto deste adjetivo na prática. E aí começa a surgir um monte de
invenções que, muitas vezes, não resulta em nada e acaba não surtindo resultados
positivos nem para o cabeleireiro nem para os clientes.Vamos tentar explicar isto
através de um seguimento que vem se tornando o carro chefe na maioria dos salões: a
coloração.
Coloração

        Com a informação de alguns amigos e percorrendo diversos salões, no Brasil e
no exterior, chegamos à conclusão que a coloração é cada vez mais procurada no salão
de beleza, e que o sonho de todo cabeleireiro é que este serviço seja exclusivamente
profissional. Daí, algumas empresas que trabalham unicamente para o profissional
foram ganhando mercado, e outras, que sempre atuaram no mercado varejista, estão
tentando se infiltrar no setor profissional. Apesar da crescente procura, alguns
profissionais cabeleireiros ainda não se deram conta da valorização deste serviço, que
gera fidelidade entre a cliente e o salão, pois mantém, em média, uma visita por mês.
Mesmo assim, alguns ainda acham que a cliente faz coloração em casa por economia.

       Vale acrescentar que, em uma pesquisa informal entre clientes de classes
diferenciadas, constatamos algo interessante: um grande percentual não colore mais no
salão porque não ficaram satisfeitas com o resultado obtido. Eis aí, amigo cabeleireiro,
um mercado a ser explorado, trazendo de volta aos salões este tipo de cliente. Sabemos
que algumas pessoas, ao lerem isto, poderão pensar: “Não é tão fácil quanto ele
imagina“. Mas quem disse que ganhar dinheiro e ter sucesso é fácil? Tudo isso requer
das pessoas objetividade e perseverança. Então meu amigo procure criar um grande
diferencial em sua profissão, através de algumas mudanças no dia-a-dia da coloração.

        O primeiro passo é conhecer o produto que você usa, desde a sua concepção.
Quando digo concepção não me refiro ao processo de fabricação e sim à filosofia da
empresa com relação ao mercado. Se você tiver a intenção de trabalhar com produtos do
varejo saiba que assim você depõe contra o seu patrimônio. Não se esqueça que o
cabeleireiro é formador de opiniões perante sua clientela, e que o uso de um produto
para ela é como o receituário de um médico: é a sua assinatura.

        Neste caso, analise bem o que está usando e lembre que preços e brindes não são
importantes, e sim custos-benefício. Quanto custa manter uma cliente fiel ao salão de
beleza? Isto só ocorrerá com serviços exclusivos e o uso de produtos direcionados ao
profissional, criteriosamente selecionados para determinados fins. Quanto ao trabalho
de coloração capilar é importante que você, mesmo que seja um profissional
conceituado no mercado, faça novos cursos de colorimetria. Vá, invista seu dinheiro,
pague o curso como todos e sente na cadeira como se fosse a primeira vez que estivesse
indo a um curso destes. Não vá com conceitos formados, apenas ouça e analise para
você mesmo.

       O que for útil ponha em prática e o que não for armazene. Além do mais, nestes
cursos você vai observar o trabalho de seus amigos de profissão e entender onde deve
melhorar, ou apenas mudar o conceito de trabalho. Nunca critique, apenas analise. Se
você for novo na profissão será mais fácil absorver informações. É mais fácil adquirir
novos conceitos do que compará-los com os antigos para realizar a aprendizagem. Se
você já é um profissional conceituado e continua fazendo cursos, além de se tornar um
exemplo a ser seguido, é sinal que sempre temos muito a aprender. Fique atento a estes
detalhes que serão explicados na próxima edição e que são tópicos importantes para a
colorimetria.
Para estar em evidência como cabeleireiro colorista é preciso:

       Conceito de trabalho (explicado nesta edição)
       Observar, através de diagnóstico, qual a condição do fio, pois isso está
       relacionado com a conservação da cor.
       Como tratar o cabelo colorido ou tratado quimicamente. Ainda existem
       profissionais que querem utilizar fonte de calor para regenerar o fio colorido
       Entender que os corantes utilizados na coloração capilar são diferentes dos
       corantes utilizados para pinturas de outros materiais como, por exemplo: os de
       parede ou automotivos.
       Explicar à cliente que a temperatura da água, a exposição do cabelo ao sol sem
       proteção solar e condicionadores podem desbotar a cor ou degenerar o fio.
       Indicar produtos adequados
       Ensinar a cliente a lavar os cabelos sem esfregá-los e com os produtos
       adequados Conhecer o processo oxidativo e quais as vantagens e desvantagens
       de usar produtos com ou sem amônia e o que é realmente um tonalizante

Coloração - Arte com técnica II

        O sucesso da coloração capilar está nas condições do fio de cabelo. Na edição
anterior escrevemos sobre conceito de trabalho do colorista. Dando continuidade ao
assunto abordaremos mais um tópico, referente à arte de colorir, estabelecido na
primeira matéria: “Observar, através do diagnóstico, qual a condição do fio, pois isso
está relacionado com a conservação da cor”. Antigamente, o processo de coloração
gerava mal-estar nas clientes pelo estado em que ficava o fio. Após a coloração o cabelo
podia até ter uma boa cor, mas perdia a maleabilidade, o brilho e o toque.
        Hoje, este problema foi solucionado pela evolução tecnológica dos cosméticos
utilizados. Além de pigmentos de melhor qualidade os produtos são aditivados com
proteínas e substâncias hidratantes, que conseguem colorir sem gerar nenhum dano ao
cabelo e até em alguns casos promovem a melhoria no estado do fio.
Certos fatores determinados pelo diagnóstico, feito antes da aplicação, garantem o êxito
da coloração:
O estado do couro cabeludo – Não se deve aplicar a química se o couro cabeludo
apresentar vermelhidão, irritação ou qualquer inflamação cutânea. O certo é sugerir que
a cliente procure um dermatologista.
O estado do fio de cabelo – Durante o diagnóstico, algumas características do fio devem
ser observadas:
A espessura: quanto mais grosso é o fio maior deve ser o depósito de coloração sobre o
mesmo.
A porosidade: está relacionada com as condições das cutículas. Estando elevadas ou
danificadas dificultam o reflexo de luz e retenção de pigmentos causando o
desbotamento rápido da cor. Principalmente se for um vermelho, que tem o menor
tamanho de pigmento e se perde com mais facilidade, ou cria uma cor opaca.
A resistência: relaciona-se com o grau extremo de porosidade, ocasionado por uma
perda protéica muito grande, impossibilitando qualquer processo químico. Quanto mais
saudável estiver o fio de cabelo melhor o brilho e a fixação da cor. Um cabelo sem
resistência pode não fixar cor alguma ou até mesmo se partir durante o processo
químico.
Estes itens são os mais importantes porque podem inviabilizar as aplicações de
coloração, descoloração ou relaxamento capilar. Geralmente em meus cursos eu
costumo citar uma situação que serve como exemplo para o desempenho da coloração.
Digo que vou pintar uma parede, que apresenta buracos e outras imperfeições na
superfície, e então pergunto?
- “Qual é a cor que podemos aplicar nessa parede para corrigir suas imperfeições?”.
Logicamente, se aplicarmos uma cor escura poderá disfarçar os defeitos quando vista de
longe, mas de perto seria perceptível. Para tratar dessa parede eu vou ter que limpar,
aplicar cimento ou, dependendo do tamanho do buraco, até mesmo um pedaço de tijolo.
Depois aplicar massa fina, massa corrida e mesmo assim esperar secar para lixar,
corrigindo as imperfeições, e finalmente como grand finale pintar, aplicando no mínimo
duas demãos de tinta.
Se em uma parede, que não tem nenhum movimento, demora tanto assim, por que os
profissionais querem repor a camada do fio somente com a coloração ou uma aplicação
de tratamento? E olha que o fio é tão sensível que até os raios solares são capazes de
danificá-los.
A evolução tecnológica e a abertura do mercado globalizado causaram uma grande
melhoria na qualidade e na diversidade das matérias-primas, mas isso não quer dizer
que dispensem o diagnóstico. Muito pelo contrário, a coloração é uma ferramenta na
mão do profissional. Se dermos um carro da escuderia Ferrari para um leigo pilotar ele
acabará com o carro na primeira curva e dirá que o carro não é bom. O mesmo acontece
com os produtos profissionais: não dispensa o bom piloto, ou seja, o profissional
cabeleireiro com seu diagnóstico.
Enfim, o sucesso da coloração depende da base que recebe a aplicação. Quanto mais
saudável o fio melhor a revelação da cor; e caso não esteja é o profissional que irá tratá-
lo no salão com constantes hidratações e com a parceria da cliente, que utilizará a linha
de manutenção indicada por ele.
Na próxima edição continuaremos com mais dois tópicos da seqüência desta matéria:
- Como tratar o cabelo colorido ou tratado quimicamente.
- Entender que os corantes utilizados na coloração capilar são diferentes de outros tipos
de corantes.


Coloração - Arte com técnica III

A coloração capilar e seus corantes

Uma das técnicas mais procuradas nos salões de beleza, a coloração capilar exige de
cada profissional um conhecimento profundo sobre cabelo, e um domínio total sobre o
uso dos produtos utilizados.
Nos últimos anos, o Brasil vem registrando um crescimento expressivo no setor de
beleza. E a coloração capilar, especificamente, a cada dia torna-se uma das técnicas
mais procuradas e utilizadas neste ramo. A tendência é crescer ainda mais, pois como o
Brasil é um país em crescimento populacional, a perspectiva é de continuidade, haverá
sempre um público jovem que vai querer colorir os cabelos. Com este crescimento
precisamos desenvolver um conhecimento maior em cima deste trabalho, que cada vez
mais se torna a vedete nos salões de beleza, principalmente por se tratar de um serviço
contínuo que cria a fidelização da cliente com o salão.
Só a aplicação não é suficiente para gerar esta fidelidade. Existem fatores
importantíssimos além de um bom desempenho profissional. Deve-se levar em conta a
criatividade e a técnica, que obedecendo às medidas do produto utilizado aproveita a
cosmeticidade do mesmo, principalmente se este contém ativos hidratantes. Outro fator
é utilizar linhas que investem no profissional cabeleireiro, com exclusividade. Já é
muito difícil manter a cliente no salão e será pior se o profissional utilizar uma linha que
vende no mercado. Nesse caso ele passa a concorrer com ele mesmo, criando a
possibilidade da cliente comprar o produto e aplicar em casa, pois se engana o
profissional que acredita que alguém faça isto apenas por dificuldade financeira. Muitas
vezes isto ocorre por curiosidade ou admiração indireta pelo profissional, que passa a
ser copiado inconscientemente. Quem nunca teve uma cliente que já cortou a franjinha
da filha ou escovou os cabelos da amiga?
O profissional colorista que quer ter sucesso nesta belíssima profissão tem que
desenvolver, e mostrar para a clientela, seu conhecimento sobre cabelo e demonstrar
competência na utilização do produto. Ao contrário do que muitos imaginam, não há a
necessidade de estudar química para ser um bom colorista assim como o médico não
precisa estudar farmácia para ser um bom medico. Lógico que alguns conhecimentos
básicos ajudam bastante, mas não necessita de graduação.
O que deve ser bem analisado é a condição do cabelo, pois como disse na edição
anterior não é a tinta que vai tratar o cabelo. Ela apenas vai colorir e se for de boa
qualidade, colorir sem gerar ressecamento. Por isso, quanto melhor as condições do fio,
melhor a revelação da cor.
A coloração capilar de oxidação trabalha com intermediários de corantes que se
revelarão dentro do fio de cabelo, e o oxigênio tem duas funções interessantes: clarear
os pigmentos naturais e revelar os corantes dentro do fio. Às vezes, por motivos de
economia, o profissional cabeleireiro adquire um oxidante de baixa qualidade que
termina por comprometer o trabalho técnico de coloração.
Se faltar oxigênio não se consegue clarear a cor natural do cabelo, como também não se
consegue revelar adequadamente todos os corantes na coloração, gerando uma cor mais
clara ou mais escura que a desejada, desbotamento prematuro, ressecamento ou até a
irritação no couro cabeludo.
A coloração capilar é um processo fascinante. No Brasil encontramos produtos com
fórmulas de mais de 50 anos atrás, e ao mesmo tempo temos empresas que investem no
profissional cabeleireiro, com fórmulas modernas que não deixam nada a desejar em
relação às importadas. O profissional cabeleireiro só precisa estar atento às
modernidades e se adequar a elas. Não adianta querer dirigir e cuidar de uma Ferrari da
mesma forma que cuidava de um Fusca. Tem mais é que se reciclar adquirindo novos
conhecimentos e se adaptar às novas disciplinas e ferramentas atualizadas.
Na coloração, os pigmentos utilizados não podem ser comparados com os pigmentos
aplicados em paredes ou tintas automotivas, que são corantes prontos e visíveis antes da
aplicação. Já os intermediários de corantes, utilizados na coloração, são de total
eficiência e eficácia quando se unem ao diagnóstico de um cabeleireiro colorista
capacitado. Cabe ao profissional saber preparar o cabelo para o processo de coloração,
identificar a cor e o oxidante com a volumagem e a medida adequada, e indicar ao
cliente uma manutenção para garantir o resultado e o estado do fio. Ou até mesmo, se
for o caso, dizer ao cliente que não há condição de executar o trabalho por falta de
resistência do fio.

Coloração e Pigmentos: perguntas e respostas
Apesar de ser uma técnica que faz parte do dia-a-dia do colorista, a coloração requer um
profundo conhecimento e uma atualização constante.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento através da informação, elaboramos respostas
esclarecedoras, para algumas questões com as principais dúvidas de nossos leitores
sobre coloração e pigmentos, que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro.
Como analisar se a coloração que estou aplicando na minha cliente tem boa
qualidade de pigmentos?
A melhor maneira de identificar a qualidade do pigmento é através da intensidade da cor
aplicada no fio de cabelo, porém é importante avaliar a cor, com um oxidante de marca
igual a do fabricante da coloração, e respeitar à risca as medidas sugeridas na bula do
produto.
Em coloração de oxidação os corantes vão se formar dentro do fio de cabelo através da
liberação de oxigênio dos oxidantes; por isso é tão importante a qualidade dos mesmos,
quanto a sua medida e o tempo de pausa do produto no cabelo.
Apliquei uma coloração de determinada marca em uma cliente e a mesma cor em
outra cliente, porém de marca diferente. Além de notar uma pequena diferença de
tom, percebi que uma delas desbotou mais rápido que a outra. Por que isso
ocorre?
Estaria sendo injusto em afirmar que uma coloração é melhor que a outra, comparando
desta maneira. As diferenças de cor e de durabilidade podem se dar dependendo da
estrutura e da pigmentação natural do fio que vai receber a coloração. A única maneira
de se comparar marcas de coloração é aplicar sobre a mesma base, ou seja, sobre a
mesma cabeça, metade a metade.
O cabelo de uma pessoa não é igual ao de outra. O cabelo é como uma impressão
digital, só que pode variar. Se fizermos um teste de mineralograma temos um relato de
todos os oligoelementos que existem, ou que estão em excesso no corpo naquele
momento. Uma pessoa que quase não bebe água e que se alimenta muito mal tem uma
estrutura de cabelo diferente daquela que toma, pelo menos, dois litros de água por dia e
tem uma alimentação equilibrada. Sem contar como, e com o que, a pessoa trata os
cabelos diariamente. Duas pessoas podem ter os cabelos castanhos claros, e um deles
clarear mais rápido ou ter porosidade diferente. Por isso, só é possível comparar marcas
e cores sobre a mesma cabeça. Tudo isto levando em conta que as preparações,
aplicações e tempo de pausa terão que ser feitas uniformemente, em ambos os lados.
Por isso, também, recomendamos aos leitores que não são profissionais, e que
eventualmente venham a ler nossas matérias, a procurar sempre um profissional
cabeleireiro para a execução destes trabalhos.
Como fazer uma mudança de tom fantasia em um cabelo colorido, sem alterar a
altura de tom, mantendo a uniformidade?
Seguindo as regras da estrela de Oswald, usando a cor complementar na mesma altura
de tom. Exemplo:
Um cabelo com a cor fantasia, vermelho, e altura de tom 7, aplica-se uma cor 7 cinza
para a neutralização.
Lembre-se que esta neutralização se dá através de sobreposição de cores e que em
alguns casos pode se obter melhor resultado na segunda aplicação.
Por que depois de muito tempo loiríssima é difícil para uma cliente voltar à cor
natural?
É muito difícil mudar de uma hora para outra sem gerar um desconforto. Nesta hora
exige-se muito do profissional cabeleireiro, que deve ter a sensibilidade de entender que
a cliente não tem muita noção de escurecimento. Às vezes ela quer escurecer um ou dois
tons e acaba pedindo um castanho. Um bom diálogo, esclarecendo as opções que se tem
e usando artifícios como fotos ou cartela de cores, pode ajudar muito. Caso sinta que
existe alguma dúvida, utilize técnicas que gerem um desbotamento gradativo, ou que
propiciem uma descoloração depois, caso ela resolva voltar atrás.

Coloração e Pigmentos: Perguntas e Respostas II
A cada dia surgem novos produtos e procedimentos a serem utilizados na coloração, que
exige do profissional muita prática e informação para realizar, de maneira correta, esta
técnica.
Dando seqüência ao nosso trabalho de esclarecer as principais dúvidas de nossos
leitores sobre coloração e pigmentos, respondemos aqui duas perguntas interessantes
que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro.
O que eu preciso fazer para escurecer um cabelo muito claro, com sucesso?
Em um cabelo na cor natural 5 e com pontas na altura de tom 10, o que eu faço para
uniformizar na cor natural sem que fique verde?
Estas questões têm respostas semelhantes que se complementam:
Quando um cabelo passa por um processo de descoloração, além de perder os
pigmentos naturais ele sofre também uma perda de outros nutrientes causando assim
uma determinada porosidade, que é agravada se no processo for usada uma fonte de
calor. Esta porosidade e a falta de nutrientes dificultam a fixação da cor, que está
relacionada com o estado do cabelo.
Quando um cabelo está muito claro, na altura de um tom 10, ele é declarado
quimicamente sem pigmento, o que exige técnicas de reposição dos pigmentos que
faltam. A cor natural de um cabelo contém azul, vermelho e amarelo: quanto mais azul
mais escuro, o castanho claro contém mais vermelho e o louro mais amarelo. Quando
vamos descolorir um cabelo o primeiro pigmento eliminado é o azul e o cabelo passa a
ficar avermelhado. Mantendo o tempo de pausa passamos a retirar o vermelho, ficando
alaranjado até o amarelo, e quando retiramos todo o amarelo o cabelo fica
esbranquiçado e geralmente quebradiço. Quanto mais descolorido maiores os cuidados
com a manutenção.

No processo de escurecer os cabelos descoloridos essa regra é usada de forma inversa.
Toda coloração é feita para clarear os cabelos e deixá-los o mais natural possível, sem o
aspecto avermelhado. Para que isto ocorra se faz necessário, no processo fabril,
adicionar a contra cor do vermelho na sua formulação. Esta contra cor como sabemos é
esverdeada, por isso não se escurece cabelo descolorido com tom natural, para não
correr o risco de ficar verde ou muito cinza. Para este procedimento existem técnicas de
pré-pigmentação ou repigmentação, confira:

Primeira técnica e mais antiga:

Escolha a cor e aplique um tom mais claro, com nuance acobreada ou avermelhada,
pura ou com água morna; logo em seguida prepare a cor desejada e aplique com
oxidante de 20 volumes com o tempo de pausa de 35 minutos.

Exemplo:

• O cabelo está com o tom 10.
• A cor desejada 5.
• A cor a ser aplicada na pré-pigmentação: um 6 avermelhado ou acobreado, que pode
ser aplicado puro ou com água morna.
• Em seguida aplique a cor desejada 5 com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de
35 minutos.

Segunda técnica:
Escolha a cor e aplique um tonalizante ou uma coloração com oxidante de, no máximo,
10 volumes, um tom mais claro com nuance acobreada, avermelhada ou dourada, deixe
em pausa por 20 minutos, enxágüe, e logo em seguida prepare a cor desejada com
oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos.

Exemplo:

• O cabelo está com o tom 10.
• A cor desejada 5.
• Tonalizar com 6 com nuance acobreada, avermelhada ou dourada e tempo de pausa de
20 minutos.
• Enxágüe.
• Aplicar a coloração 5 com oxidante de 20 volumes. Tempo de pausa de 35 minutos.

Terceira técnica:

Aplicar uma cor com um tom mais escuro que a desejada, com nuance dourada, deixar
agir por 40 minutos e enxaguar. Esta técnica facilita voltar à cor mais clara, caso a
cliente resolva, fato que seria muito difícil nas técnicas acima. Porém, o que predomina
aqui é a técnica de aplicação, que deve ser precisa e minuciosa em todos os detalhes.

Exemplo:

• O cabelo está com tom 10.
• A cor desejada 5.
• Preparar a cor 4 com nuance dourada um pouco mais do que usaria normalmente;
tempo de pausa de 40 minutos.
• Massagear mecha por mecha a cada 10 minutos.
• A cada massagem observar onde houve maior absorção da tinta e ir reaplicando nessas
regiões o que sobrou da cumbuca.
• Enxaguar e aplicar um condicionador com pH abaixo de 3,5; de preferência não
aplicar shampoo, ou caso não seja possível, aplicar shampoo com pH abaixo de 4,5.

Esta última técnica é uma das mais modernas, e para utilizá-la dependerá muito da
qualidade e da quantidade de pigmento utilizado na coloração. Como não é possível
determinar este fator através do rótulo, o cabeleireiro deve entrar em contato com o
departamento técnico da empresa de coloração e se informar qual a melhor técnica
aconselhável para este processo.
Com a abertura do mercado brasileiro vieram novos produtos, e com isso novos
conceitos e técnicas. O produto é simplesmente uma ferramenta na mão de um
profissional, por isso não existe produto que substitua o profissional cabeleireiro com
seu diagnóstico e sua aplicação. O que podemos fazer é fornecer conhecimentos, que
aumentam a capacidade técnica do profissional, para que ele utilize esta ferramenta com
mais êxito colocando em prática a colorimetria moderna.


Coloração e Pigmentos: perguntas e respostas III
A cada dia surgem novos produtos e procedimentos a serem utilizados na coloração, que
exigem do profissional muita prática e informação para realizar, de maneira correta, esta
técnica.
Dando continuidade ao nosso trabalho de esclarecer as principais dúvidas de nossos
leitores sobre coloração e pigmentos, respondemos aqui mais duas perguntas
interessantes, que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro.

Qual o segredo para uma coloração ter mais fixação, ou seja, menos desbotamento?

A fixação da cor está relacionada com o estado do fio do cabelo, principalmente com as
cutículas: quanto mais comprometida menor é a fixação. Nem sempre conseguimos
notar a olho nu o quanto realmente esta cutícula está danificada e examiná-la
criteriosamente seria dispendioso, pois o microscópio eletrônico, capaz de detectar as
ranhuras no fio, é um investimento inviável em um salão de beleza. Para que uma
coloração tenha uma melhor fixação e, conseqüentemente, um menor desbotamento é
necessário respeitar as medidas e o tempo de uso de cada produto, indicados pelo
fabricante. Isto se dá porque os produtos são elaborados com vários ativos, que
necessitam da quantidade correta de oxidante e de um tempo determinado para revelar a
cor adequadamente.
Daí a importância do profissional freqüentar cursos de coloração promovidos pelos
fabricantes dos produtos que se pretende usar. Fora estes fatores, é muito importante
que a própria coloração a ser utilizada, tenha qualidade e que seus corantes sejam de
primeira linha, por isso aconselho utilizar produtos de exclusividade profissional. É
importante também que o cabeleireiro indique à cliente uma linha de manutenção da
mesma empresa da coloração aplicada, para que o cabelo tenha condições de manter os
pigmentos por mais tempo. Soma-se a isto um tratamento periódico no salão e, aí sim,
teremos um serviço de coloração com maior durabilidade.
Alguns perguntam: “Quais pigmentos têm maior fixação, e quais tem menos?” Levando
em consideração estas informações podemos presumir que, independentemente da cor
aplicada, ela terá maior durabilidade e fixação se seguirmos os seguintes critérios:
• Um bom diagnóstico das condições de saúde do fio, da cor natural, da altura de tom,
ou seja, das condições totais que o fio apresenta, pois são estes os fatores principais que
podem comprometer a fixação.
• Utilizar somente produtos, única e exclusivamente, destinados a profissionais
cabeleireiros. Estes produtos costumam utilizar corantes de primeira linha e são capazes
de atingir o resultado desejado dependendo somente do diagnóstico e aplicação do
cabeleireiro.
• Respeito às medidas e tempo indicados pelo fabricante e uma boa técnica de aplicação,
conforme o diagnóstico.
Em uma descoloração, seguida de coloração, é necessário o uso de shampoo antes da
aplicação da coloração desejada? Por quê?
Sim, por mera precaução. Na realidade, a água morna e em abundância já seria o
suficiente para eliminar os resíduos de produtos químicos, não contrair as cutículas e
nem reter alguma partícula de descolorante em qualquer ponto dos fios. Quando este
enxágüe com água morna não é bem feito sobram resíduos de descolorante, que
modificam o resultado final, em partes ou por inteiro, no cabelo. Com isso não
atingiremos o objetivo e não teremos, conseqüentemente, sucesso no nosso trabalho de
coloração. Nesse caso, o shampoo tem que ser suave, nunca anti-resíduos, para não
endurecer a fibra, não deve ser esfregado ou massageado, nem aplicado no couro
cabeludo. Aplique somente sobre os fios e enxágüe rapidamente, pois se lembre que
você ainda vai colorir e precisa da oleosidade natural do couro cabeludo para a proteção
do mesmo. Em caso de cabelos longos também usar um condicionador, para facilitar o
desembarace, e enxaguar bem.
Após a coloração não é necessário o uso de shampoo sobre os fios! Se você fizer um
bom enxágüe com bastante água, não há necessidade de shampoo. O uso de um
condicionador próprio, para realinhar as cutículas, já é suficiente. Porém, se neste caso
formos aplicar algum shampoo, que este seja um apropriado para coloração, com um pH
ácido e com ativos que visem garantir o resultado da cor e não extrair os pigmentos
depositados. Dê sempre preferência a produtos da mesma marca do fabricante da
coloração.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...
Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...
Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...Lupe Bello Cuerpo
 
A estrutura do cabelo apostila colorimetria
A estrutura do cabelo apostila colorimetriaA estrutura do cabelo apostila colorimetria
A estrutura do cabelo apostila colorimetriaJoaquim Wilmar
 
Visagismo sumara gil
Visagismo sumara gilVisagismo sumara gil
Visagismo sumara gilSumara Gil
 
Postura e imagem profissional sebrae 01-11-2011
Postura e imagem profissional   sebrae 01-11-2011Postura e imagem profissional   sebrae 01-11-2011
Postura e imagem profissional sebrae 01-11-2011filipebrito
 
Como fazer uma boa depilação
Como fazer uma boa depilaçãoComo fazer uma boa depilação
Como fazer uma boa depilaçãoCerapura
 
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - Calçamento
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - CalçamentoREQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - Calçamento
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - CalçamentoOlivânio Remígio
 
Atlas Do Cabelo
Atlas Do  CabeloAtlas Do  Cabelo
Atlas Do Cabeloaikita
 
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdão
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdãoO Construtor de Pontes - Uma estória de perdão
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdãoJulio Machado
 
Corte de cabelo
Corte de cabeloCorte de cabelo
Corte de cabeloSumara Gil
 
E-book Procedimento Spa do Pé
E-book Procedimento Spa do PéE-book Procedimento Spa do Pé
E-book Procedimento Spa do PéShinsei Cosmeticos
 
Empregabilidade modelo.ppsx
Empregabilidade modelo.ppsxEmpregabilidade modelo.ppsx
Empregabilidade modelo.ppsxSrRodrigues1
 
Manicure - Apostila 2
Manicure - Apostila 2Manicure - Apostila 2
Manicure - Apostila 2eadrede
 
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão (1).pdf
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão  (1).pdf5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão  (1).pdf
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão (1).pdfCEduardo7
 

La actualidad más candente (20)

1.pdf
1.pdf1.pdf
1.pdf
 
Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...
Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...
Associação da Fototerapia e ativos cosméticos nos tratamentos estéticos facia...
 
A estrutura do cabelo apostila colorimetria
A estrutura do cabelo apostila colorimetriaA estrutura do cabelo apostila colorimetria
A estrutura do cabelo apostila colorimetria
 
Visagismo sumara gil
Visagismo sumara gilVisagismo sumara gil
Visagismo sumara gil
 
Postura e imagem profissional sebrae 01-11-2011
Postura e imagem profissional   sebrae 01-11-2011Postura e imagem profissional   sebrae 01-11-2011
Postura e imagem profissional sebrae 01-11-2011
 
Como fazer uma boa depilação
Como fazer uma boa depilaçãoComo fazer uma boa depilação
Como fazer uma boa depilação
 
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - Calçamento
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - CalçamentoREQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - Calçamento
REQUERIMENTO 221-OLIVÂNIO e MOACIR - Calçamento
 
Atlas Do Cabelo
Atlas Do  CabeloAtlas Do  Cabelo
Atlas Do Cabelo
 
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdão
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdãoO Construtor de Pontes - Uma estória de perdão
O Construtor de Pontes - Uma estória de perdão
 
Tricologia
TricologiaTricologia
Tricologia
 
Networking
NetworkingNetworking
Networking
 
Corte de cabelo
Corte de cabeloCorte de cabelo
Corte de cabelo
 
E-book Procedimento Spa do Pé
E-book Procedimento Spa do PéE-book Procedimento Spa do Pé
E-book Procedimento Spa do Pé
 
TCC VISAGISMO
TCC VISAGISMOTCC VISAGISMO
TCC VISAGISMO
 
Empregabilidade modelo.ppsx
Empregabilidade modelo.ppsxEmpregabilidade modelo.ppsx
Empregabilidade modelo.ppsx
 
Manicure - Apostila 2
Manicure - Apostila 2Manicure - Apostila 2
Manicure - Apostila 2
 
Manicure
ManicureManicure
Manicure
 
DESIGNER DE SOBRANCELHA
DESIGNER DE SOBRANCELHA DESIGNER DE SOBRANCELHA
DESIGNER DE SOBRANCELHA
 
10º SIMCADE | Oratória - A arte de falar em público [Palestra Espírita]
10º SIMCADE  | Oratória - A arte de falar em público [Palestra Espírita]10º SIMCADE  | Oratória - A arte de falar em público [Palestra Espírita]
10º SIMCADE | Oratória - A arte de falar em público [Palestra Espírita]
 
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão (1).pdf
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão  (1).pdf5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão  (1).pdf
5 Estratégias infalíveis para DOBRAR o faturamento seu ou do seu salão (1).pdf
 

Destacado (20)

Tricologia
TricologiaTricologia
Tricologia
 
Manchas de abuso_grupo lua
Manchas de abuso_grupo luaManchas de abuso_grupo lua
Manchas de abuso_grupo lua
 
Artigo cuidadoscabelos
Artigo cuidadoscabelosArtigo cuidadoscabelos
Artigo cuidadoscabelos
 
Bioafinidade
BioafinidadeBioafinidade
Bioafinidade
 
Métodos de Tonalização
Métodos de TonalizaçãoMétodos de Tonalização
Métodos de Tonalização
 
Aula 1 thaís - cabeleireiro
Aula   1 thaís - cabeleireiroAula   1 thaís - cabeleireiro
Aula 1 thaís - cabeleireiro
 
Carbocisteína e ácido glioxílico
Carbocisteína e ácido glioxílicoCarbocisteína e ácido glioxílico
Carbocisteína e ácido glioxílico
 
Cabelos
CabelosCabelos
Cabelos
 
Bioquímica
BioquímicaBioquímica
Bioquímica
 
Cabelos
CabelosCabelos
Cabelos
 
Identificando pensamentos automáticos
Identificando pensamentos automáticosIdentificando pensamentos automáticos
Identificando pensamentos automáticos
 
Como sair do laranja para o loiro Platinado
Como sair do laranja para o loiro PlatinadoComo sair do laranja para o loiro Platinado
Como sair do laranja para o loiro Platinado
 
Cabelo
CabeloCabelo
Cabelo
 
Cuidados a ter com os seus cabelos
Cuidados a ter com os seus cabelosCuidados a ter com os seus cabelos
Cuidados a ter com os seus cabelos
 
Referencial Cidadania e Empregabilidade
Referencial Cidadania e EmpregabilidadeReferencial Cidadania e Empregabilidade
Referencial Cidadania e Empregabilidade
 
Tricograma
TricogramaTricograma
Tricograma
 
26881399 manual-doencas-profissionais-cabeleireiro
26881399 manual-doencas-profissionais-cabeleireiro26881399 manual-doencas-profissionais-cabeleireiro
26881399 manual-doencas-profissionais-cabeleireiro
 
Equilibrio fisiologico capilar
Equilibrio fisiologico capilarEquilibrio fisiologico capilar
Equilibrio fisiologico capilar
 
Transformações químicas
Transformações químicasTransformações químicas
Transformações químicas
 
Guia treinamento para corte de cabelo
Guia treinamento para corte de cabeloGuia treinamento para corte de cabelo
Guia treinamento para corte de cabelo
 

Similar a Técnicas e dicas de descoloração

Cursos 2011 - Itallian Hairtech
Cursos 2011 - Itallian HairtechCursos 2011 - Itallian Hairtech
Cursos 2011 - Itallian HairtechItallian Hairtech
 
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdf
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdfrodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdf
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdfMauricioCandidoOlive
 
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdf
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdfgo-hotmart-com-B80525389I (1).pdf
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdfAnyelyCardoso
 
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...Thamires59
 
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e II
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e IIEstratégias para Salão de Beleza - módulo I e II
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e IICibele Souza
 
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionais
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionaisHairStylist Revista para cabeleireiros profissionais
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionaisMary Hair Liss
 
Keranize como usar
Keranize como usarKeranize como usar
Keranize como usarr1ycszo383
 
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdf
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdfClaudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdf
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdfClaudianiVeiga
 
Revisões para o teste teca 1º ano 3º periodo
Revisões para o teste teca 1º ano   3º periodoRevisões para o teste teca 1º ano   3º periodo
Revisões para o teste teca 1º ano 3º periodoLeonor Alves
 
Curso sobrancelhas perfeitas
Curso sobrancelhas perfeitasCurso sobrancelhas perfeitas
Curso sobrancelhas perfeitasArgeu Bettoni
 
8 dicas para vendar mais - telemarketing
8 dicas para vendar mais - telemarketing8 dicas para vendar mais - telemarketing
8 dicas para vendar mais - telemarketingPaulo Gomes
 
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kay
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kaySessão de beleza com dicas de maquiagem mary kay
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kayVanessa Alexandre
 
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.Michael649490
 

Similar a Técnicas e dicas de descoloração (20)

Cassiane Palinski - Cabelereira
Cassiane Palinski - Cabelereira Cassiane Palinski - Cabelereira
Cassiane Palinski - Cabelereira
 
Cursos 2011 - Itallian Hairtech
Cursos 2011 - Itallian HairtechCursos 2011 - Itallian Hairtech
Cursos 2011 - Itallian Hairtech
 
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdf
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdfrodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdf
rodrigovizu-com-br-metodo-rv-_ref=P82593577L (1).pdf
 
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdf
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdfgo-hotmart-com-B80525389I (1).pdf
go-hotmart-com-B80525389I (1).pdf
 
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...
Melhor curso de design de sobrancelhas , para mulheres se tornarem tornarem i...
 
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e II
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e IIEstratégias para Salão de Beleza - módulo I e II
Estratégias para Salão de Beleza - módulo I e II
 
Apostila_ Cary.pdf
Apostila_ Cary.pdfApostila_ Cary.pdf
Apostila_ Cary.pdf
 
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionais
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionaisHairStylist Revista para cabeleireiros profissionais
HairStylist Revista para cabeleireiros profissionais
 
Keranize como usar
Keranize como usarKeranize como usar
Keranize como usar
 
Produtos azenka
Produtos azenkaProdutos azenka
Produtos azenka
 
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdf
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdfClaudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdf
Claudiani-Veiga-de-Souza-Leite-Consultoria-de-Imagem-Book.pdf
 
Proposta comercial ii (1)
Proposta comercial ii (1)Proposta comercial ii (1)
Proposta comercial ii (1)
 
Escovas e penteados katia
Escovas e penteados katiaEscovas e penteados katia
Escovas e penteados katia
 
Revisões para o teste teca 1º ano 3º periodo
Revisões para o teste teca 1º ano   3º periodoRevisões para o teste teca 1º ano   3º periodo
Revisões para o teste teca 1º ano 3º periodo
 
Curso sobrancelhas perfeitas
Curso sobrancelhas perfeitasCurso sobrancelhas perfeitas
Curso sobrancelhas perfeitas
 
P hcabelos
P hcabelosP hcabelos
P hcabelos
 
8 dicas para vendar mais - telemarketing
8 dicas para vendar mais - telemarketing8 dicas para vendar mais - telemarketing
8 dicas para vendar mais - telemarketing
 
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kay
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kaySessão de beleza com dicas de maquiagem mary kay
Sessão de beleza com dicas de maquiagem mary kay
 
Orientação1 abril11
Orientação1 abril11Orientação1 abril11
Orientação1 abril11
 
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.
Aprenda a fazer maquiagem e ganhe dinheiro com isso.
 

Técnicas e dicas de descoloração

  • 1. TÉCNICAS E DICAS DE DESCOLORAÇÃO Na edição anterior apresentamos, através de perguntas e respostas, uma ferramenta a mais de trabalho em descoloração. Agora, abordando o assunto de uma forma mais direta e detalhada, damos continuidade ao tema com informações indispensáveis para vocês, profissionais cabeleireiros. Afinal como realizar, com sucesso, um processo de descoloração? Antes de tudo treinar muito e perder o medo de errar, que o cabeleireiro adquire depois que aprende a cortar cabelo. Explicando melhor, antes de aprender a cortar cabelo, o cabeleireiro se define como um aprendiz ou auxiliar; quando passa a fazer cortes, já na condição de profissional, ele, inconscientemente, pensa que não pode mais errar e começa a treinar bastante, aprimorando cada vez mais o corte, a escova e outras finalizações, para fazer e satisfazer a sua clientela. Enquanto isso, os processos químicos, na maioria das vezes, não recebem o mesmo treinamento e passam a ser encarados como “técnicas que estragam o cabelo”. O que na realidade quer dizer: “não sei fazer ou não me aperfeiçoei para isso”. Revendo esse conceito, pense, analise e responda às seguintes questões: 1. Quantos cursos de descoloração eu já fiz? 2. Quantos cursos de colorimetria eu já fiz? 3. Qual o diferencial que eu tenho na profissão, em relação a outros profissionais? 4. Qual o diferencial que eu realmente quero ter, de hoje em diante? Bem, se as perguntas 1 e 2 foram respondidas com cinco cursos e se há cinco anos você está na profissão, parabéns! Você faz parte de uma pequena parcela que se aperfeiçoa mas, ainda é pouco. Em um mercado tão concorrido, onde a preparação técnica é um pré-requisito para o bom profissional, só uma reciclagem anual não é o bastante. Quanto às outras perguntas (3 e 4), independente do que você respondeu, o que existe muito por aí são profissionais cabeleireiros fazendo sempre as mesmas coisas ou seja, não se reciclam e reclamam da crise; e caso uma cliente queira clarear o cabelo, que tenha uma coloração muito escura, não fazem alegando que estraga o cabelo ou apelam para as mechas na tentativa de disfarçar um pouco a cor escura. Descolorir um cabelo, com profissionalismo, requer muito treino para adquirir experiência. Isso tudo implica, como em qualquer profissão, erros e acertos. É fazendo que se aprende. O primeiro passo é comprar o material para treinar em pessoas que queiram esse tipo de serviço e não podem pagar. Quando for praticar lembre-se de pequenos detalhes: - Nunca pratique no expediente de trabalho. Preserve-se não se expondo, até obter confiança. - Nunca aplique uma descoloração da raiz às pontas. A raiz sempre clareia mais rápido, dificultando a unifor-mização da cor depois. Primeiro aplique no meio e pontas, até o fundo desejado (confira o gráfico ao lado), e em seguida na raiz. - Faça um teste de mecha, antes de executar o trabalho, para garantir um bom resultado. Existem pigmentos que não clareiam facilmente e cabelos frágeis que aparentam ser fortes. Como bom profissional zele pelo seu nome fazendo sempre o teste de mecha, de preferência no alto da cabeça, no meio e nas pontas, não esquecendo que a raiz clareia mais rápido. - Converse sempre com a cliente. Não adianta querer sair de um cabelo preto azulado para um tom 10. Deve-se levar em conta dois fatores: condições do cabelo e o choque de uma mudança tão drástica. - Nunca clareie em excesso. Observe o tom desejado e o fundo de clareamento para obter a cor escolhida. Ex.: a cliente deseja um cabelo ou mechas vermelhas e o profissional clareia até o amarelo e ainda reclama que a cor não fixou. - Lembre-se que antes de colorir um cabelo descolorido deve-se enxaguá-lo bastante, sem deixar resíduo de descolorante; e se for longo, usar o condicionador para não embaraçar.
  • 2. O enxágüe deve ser feito com água morna. - Mais uma vez: quanto mais prática você tiver, melhor. Esteja preparado treinando muito. Em função das dúvidas apre- sentadas através de telefo-nemas e e-mails, prolongamos o tema descoloração nesta edição. Na próxima aborda-remos o assunto escurecimento de cabelos descoloridos. A Creattive Professional é uma revista técnica e essas orientações são direcionadas para profissionais cabeleireiros e afins; não utilize as técnicas se você não for um profissional. Neste caso, consulte o seu cabeleireiro. Qualquer pro-cesso químico deve ser aplicado por um especialista. Coloração e Diagnóstico V Técnicas de escurecimento (Pré-pigmentação – Repigmentação). Dando seqüência a nossa matéria de colorimetria, abordamos, nesta edição, o assunto escurecimento, também chamado de pré-pigmentação ou repigmentação. Agora que está havendo uma tendência natural das loiras escurecerem os cabelos, é bom saber que, assim como clarear não é um processo fácil, escurecer requer diagnóstico e uma excelente aplicação. O primeiro item a observar é o estado em que se encontra o fio do cabelo: quanto mais poroso e sem resistência, mais difícil o escurecimento. Isso é causado pela abertura das cutículas, ou até a falta de algumas delas, o que facilita o desbotamento pós-química. Um cabelo descolorido perde a melanina e outros constituintes naturais, o que dificulta a fixação do pigmento. Entre algumas regras para o escurecimento que devem ser respeitadas, uma delas é não escurecer o cabelo com cor natural. A cor natural foi elaborada para deixar os cabelos em um processo de clareamento o mais próximo do natural possível, eliminando o efeito avermelhado. Já no escurecimento, quando usamos a cor natural, é muito comum acontecer a revelação da cor oposta ao vermelho que é o verde ou cinza, dependendo da composição da tinta. Por isso é indicado o uso de uma cor quente para evitar que isso aconteça Existem algumas técnicas de pré-pigmentação: Primeira técnica e mais antiga: Escolha a cor e aplique um tom mais claro, com nuance acobreada ou avermelhada, pura ou com água morna; logo em seguida prepare a cor desejada e aplique com oxidante de 20 volumes com o tempo de pausa de 35 minutos. Exemplo: O cabelo está com o tom 10. A cor desejada 5. A cor a ser aplicada na pré-pigmentação: um 6 avermelhado ou acobreado, que pode ser aplicado puro ou com água morna. Em seguida aplique a cor desejada 5 com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos.
  • 3. Segunda técnica: Escolha a cor e aplique um tonalizante ou uma coloração com oxidante de, no máximo, 10 volumes, um tom mais claro com nuance acobreada, avermelhada ou dourada, deixe em pausa por 20 minutos, enxágüe, e logo em seguida prepare a cor desejada com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos. Exemplo: O cabelo está com o tom 10. A cor desejada 5. Tonalizar com 6 com nuance acobreada, avermelhada ou dourada e tempo de pausa de 20 minutos Enxágüe. Aplicar a coloração 5 com oxidante de 20 volumes. Tempo de pausa de 35 minutos. Terceira técnica: Aplicar uma cor com um tom mais escuro que a desejada, com nuance dourada, deixar 40 minutos e enxaguar. Esta técnica facilita voltar à cor mais clara, caso a cliente resolva, fato que seria muito difícil nas técnicas acima. Porém, o que predomina aqui é a técnica de aplicação, que deve ser precisa e minuciosa em todos os detalhes. Exemplo: O cabelo está com o tom 10. A cor desejada 5. Preparar a cor 4 com nuance dourada um pouco a mais do que usaria normalmente; tempo de pausa de 40 minutos. Massagear mecha por mecha a cada 10 minutos. A cada massagem observar onde houve maior absorção da tinta e ir reaplicando nessas regiões o que sobrou na cumbuca. Enxaguar e aplicar um condicionador com pH abaixo de 3,5; de preferência não aplicar shampoo, ou caso não seja possível, aplicar shampoo com pH abaixo de 4,5. Essa última técnica é uma das mais modernas, e para utilizá-la dependerá muito da qualidade e da quantidade de pigmento utilizado na coloração. Como não é possível determinar este fator através do rótulo, o cabeleireiro deve entrar em contato com o departamento técnico da empresa de coloração e se informar qual a melhor técnica aconselhável para este processo. Estas são as técnicas que são denominadas como pré- pigmentação ou repigmentação. Todas as técnicas apresentam melhores resultados na segunda aplicação da tinta, após a pré-pigmentação. Cada profissional utiliza a técnica que achar conveniente, de acordo com o produto que utiliza. É importante o profissional aconselhar sua cliente a utilizar a linha de manutenção indicada por ele e que deve ter o pH abaixo de 4,5.
  • 4. Colorimetria - A Arte e a Técnica Nas edições anteriores o assunto colorimetria e diagnósticos foi amplamente abordado, porém a necessidade do profissional cabeleireiro em obter mais conhecimento sobre o assunto, e pela importância desse trabalho, fez com que mais informações fossem acrescentadas sobre a arte e a técnica da colorimetria. O profissional cabeleireiro que almeja o sucesso e não sabe, ou não gosta, de colorir cabelos deveria repensar esse conceito, pois a arte de colorir cabelos vem ganhando cada vez mais adeptos. Basta observar as pessoas na rua para comprovar a evolução desse trabalho. Nas grandes capitais do país são poucas as mulheres que não têm os cabelos coloridos. Até quando faço seleção de modelos para eventos, apenas em uma minoria os cabelos são virgens. É certo que muitas mulheres ainda colorem os cabelos em casa, apesar da maioria, por não conseguir o efeito desejado, acabar acertando a cor no salão. É que, com a auto-aplicação fica difícil conseguir acompanhar a tendência atual que é cabelos coloridos, com cores variadas, onde vai prevalecer o bom senso e o bom gosto em variar as mesclas de cores, mechas, transparências e técnicas similares, que valorizam o movimento do cabelo. Particularmente, prefiro um cabelo com mais de uma cor, pois esta opção valoriza os trabalhos de corte, escova e penteado, destacando os detalhes e o movimento dos fios. A criatividade está em alta, só que hoje ela é redirecionada; nos anos 80, ser colorista criativo era saber misturar as cores na preparação para obter um resultado diferenciado. Hoje, é aplicar na mesma cabeça duas, três ou mais cores, sem deixar a cliente fantasiada, utilizando bom gosto e técnicas variadas (transparência, mechas, balayagens entre outros). Por tudo isso, hoje, um cabeleireiro exemplar é aquele que está sempre se aperfeiçoando, destinando parte de seu tempo a cursos e literatura referentes ao seu trabalho. Principalmente, a treinamentos específicos, dentre eles a colorimetria, que muitos dizem ser fácil, mas que tem poucos especialistas no assunto, em relação à quantidade de profissional existente. O bom colorista é aquele que: Realmente sabe analisar um cabelo “antes” de iniciar o processo, pois o bom resultado depende do bom estado do fio. Lê a bula do produto e prepara a coloração como manda o figurino, sem querer inventar moda de diluir o produto de forma não estabelecida pelo fabricante. Só utiliza produtos profissionais, e demonstra segurança em preparar o produto na frente da cliente, sabendo que ela não encontrará o produto no mercado, farmácia ou na perfumaria. Não sente vergonha em ligar para um centro técnico e tirar suas dúvidas referente ao trabalho a ser feito ou produto a ser utilizado. Sabe que para fazer um bom trabalho é preciso: 1-Diagnóstico 2-Produto 3-Aplicação
  • 5. E que ele é responsável pelos três itens acima e não adianta culpar o produto quando algo sai errado (o produto não pensa, apenas age). Sabe que no processo de coloração o oxidante é responsável pela liberação de oxigênio e é o motor principal para que tudo funcione perfeitamente, não podendo utilizar os de baixa qualidade e os que não são estabilizados. Se preocupa com a cor, mas também com o estado de saúde do fio, e por isso só usa colorantes, oxidantes e descolorantes profissionais e que contenham proteínas. Se especializa em descoloração, pois o profissional que não domina esta técnica não conseguirá clarear os cabelos coloridos a não ser através de mechas. Sabe ser enfático ao indicar uma perfeita linha profissional de manutenção capilar (shampoo, condicionador e leave-in) e hidratações periódicas no salão para manter o resultado do trabalho. É organizado e disciplinado a ponto de ter uma ficha-cadastro de cada cliente, com os diagnósticos, aplicações e produtos utilizados na mesma. Estas são algumas das regras dentre muitas. Não é tão complicado como se imagina, mas exige disciplina. Uma dica especial para os amigos profissionais: nunca foi tão bom como agora ser cabeleireiro e, principalmente, especialista em colorimetria capilar. É só ser atualizado, inclusive no que se refere ao comportamento. Questione- se sempre sobre: - Sua profissão - Suas técnicas - Sua abordagem ao cliente - Sua imagem - Sua comunicação - O perfil de sua cliente - Qual seu objetivo nesta profissão e onde quer chegar? Coloração - A busca da perfeição A mudança de rotina, no dia-a-dia dos salões, cria um novo perfil de clientes e exige competência e atualização profissional. Nos últimos 20 anos, os profissionais cabeleireiros sentiram uma grande mudança no dia-a-dia do salão com relação ao movimento de clientes, que foi diminuindo com o passar do tempo. Vários fatores concorreram para esta alteração de rotina. Entre eles, novos hábitos das clientes e novas técnicas que substituíram algumas, anteriormente utilizadas. O perfil da cliente mudou e muitos profissionais não acompanharam essa evolução. Isto não quer dizer que não estejam atualizados e capacitados para exercer suas funções com competência. Não é isto! A realidade hoje é outra. Antes, trabalhava-se exaustivamente, de segunda-feira a sábado, com um movimento intenso, e os serviços mais procurados eram definidos mais ou menos nessa ordem: corte, escova, coquetéis (banho de creme), coloração, permanente e touca de gesso (uma mistura de líquido de permanente e farinha de trigo utilizada por alguns profissionais para diminuir o excesso de volume). Hoje, só continua inalterado o perfil da cliente que procura o serviço de corte, mensal, bimestral ou semestral. A diferença está na procura dos outros trabalhos. Naquela época, 80% das clientes, mesmo as que
  • 6. tinham cabelos curtos, iam ao salão até duas vezes por semana para escovar os cabelos. Com a evolução das técnicas de corte e a moda, que proporciona praticidade, a escova deixou de ser exclusividade e prioridade no salão. Em compensação, outros serviços ganharam força substituindo práticas anteriores. É o caso da coloração, que antigamente só era procurado para cobrir fios brancos, e agora passou a ser um grande gerador de lucros e fidelidade, por parte das clientes. Um serviço de coloração exige fatores agregados que somam lucro, com práticas complementares, e, conseqüentemente, o retorno constante da cliente. Além de retoques periódicos, de 30 a 35 dias, a cliente que colore seus cabelos passa a fazer tratamentos constantes para manter a cor e adota uma linha especial de produtos profissionais, geralmente indicados pelo seu cabeleireiro. Sendo assim, o profissional moderno tem que estar capacitado para executar o trabalho químico que requer diagnóstico do cabelo, tanto para a coloração quanto para tratamento, e a indicação correta do shampoo e condicionador, com e sem enxágüe, para cada tipo de cabelo. Tudo isso requer do profissional atualização constante através de cursos, leitura e principalmente, muito treino. As fórmulas das colorações evoluíram, e os produtos para tratamento capilar acompanharam essa evolução, exigindo conhecimento do cabeleireiro para serem aplicados e indicados corretamente. As clientes não buscam somente colorir os cabelos uniformemente. Querem estilo e personalidade: uma mecha, várias mechas, transparências, duas ou mais cores, harmoniosas ou contrastantes, de acordo com o seu gosto e estilo. E todas estas técnicas são executadas no salão, por um profissional competente e atualizado. Analisando todos esses fatores se conclui que o perfil da cliente mudou muito. Se antes ela freqüentava mais o salão, gastando pouco, hoje vem menos, mas, em compensação, gera uma maior lucratividade. O que só vai ocorrer em salões com profissionais preparados para essa evolução, que saibam que um trabalho executado com tranqüilidade e lucros maiores dependem da qualidade do desempenho de cada um. Coloração - Arte com técnica O mercado atual exige e impõe regras de conduta para todos os profissionais que nele atuam. E com o profissional cabeleireiro não é diferente. Conquistar espaço e conseguir mantê-lo requer determinadas atitudes. O objetivo desta matéria é oferecer informações indispensáveis ao profissional cabeleireiro, para que ele crie um diferencial facilitador frente a um mercado altamente competitivo. Porém, como em qualquer profissão, para fazer uso dessas informações torna-se necessário que cada um analise, friamente, o mercado em que atua, pois só assim poderá conseguir este diferencial. Resultados não surgem da noite para o dia, por isso temos que estar sempre receptivos ao conhecimento, atentos às nossas falhas e, principalmente, às dos nossos colegas de profissão, não para comentá-las e sim para transformá-las em instrumento de aperfeiçoamento contínuo. Conforme o que já foi escrito nas edições anteriores, houve uma grande mudança no mercado e o cabeleireiro já percebeu que não dá mais para viver somente em função de cortar e pentear cabelos. Analisamos a profissão, como artistas, mas fazemos uso incorreto deste adjetivo na prática. E aí começa a surgir um monte de invenções que, muitas vezes, não resulta em nada e acaba não surtindo resultados positivos nem para o cabeleireiro nem para os clientes.Vamos tentar explicar isto através de um seguimento que vem se tornando o carro chefe na maioria dos salões: a coloração.
  • 7. Coloração Com a informação de alguns amigos e percorrendo diversos salões, no Brasil e no exterior, chegamos à conclusão que a coloração é cada vez mais procurada no salão de beleza, e que o sonho de todo cabeleireiro é que este serviço seja exclusivamente profissional. Daí, algumas empresas que trabalham unicamente para o profissional foram ganhando mercado, e outras, que sempre atuaram no mercado varejista, estão tentando se infiltrar no setor profissional. Apesar da crescente procura, alguns profissionais cabeleireiros ainda não se deram conta da valorização deste serviço, que gera fidelidade entre a cliente e o salão, pois mantém, em média, uma visita por mês. Mesmo assim, alguns ainda acham que a cliente faz coloração em casa por economia. Vale acrescentar que, em uma pesquisa informal entre clientes de classes diferenciadas, constatamos algo interessante: um grande percentual não colore mais no salão porque não ficaram satisfeitas com o resultado obtido. Eis aí, amigo cabeleireiro, um mercado a ser explorado, trazendo de volta aos salões este tipo de cliente. Sabemos que algumas pessoas, ao lerem isto, poderão pensar: “Não é tão fácil quanto ele imagina“. Mas quem disse que ganhar dinheiro e ter sucesso é fácil? Tudo isso requer das pessoas objetividade e perseverança. Então meu amigo procure criar um grande diferencial em sua profissão, através de algumas mudanças no dia-a-dia da coloração. O primeiro passo é conhecer o produto que você usa, desde a sua concepção. Quando digo concepção não me refiro ao processo de fabricação e sim à filosofia da empresa com relação ao mercado. Se você tiver a intenção de trabalhar com produtos do varejo saiba que assim você depõe contra o seu patrimônio. Não se esqueça que o cabeleireiro é formador de opiniões perante sua clientela, e que o uso de um produto para ela é como o receituário de um médico: é a sua assinatura. Neste caso, analise bem o que está usando e lembre que preços e brindes não são importantes, e sim custos-benefício. Quanto custa manter uma cliente fiel ao salão de beleza? Isto só ocorrerá com serviços exclusivos e o uso de produtos direcionados ao profissional, criteriosamente selecionados para determinados fins. Quanto ao trabalho de coloração capilar é importante que você, mesmo que seja um profissional conceituado no mercado, faça novos cursos de colorimetria. Vá, invista seu dinheiro, pague o curso como todos e sente na cadeira como se fosse a primeira vez que estivesse indo a um curso destes. Não vá com conceitos formados, apenas ouça e analise para você mesmo. O que for útil ponha em prática e o que não for armazene. Além do mais, nestes cursos você vai observar o trabalho de seus amigos de profissão e entender onde deve melhorar, ou apenas mudar o conceito de trabalho. Nunca critique, apenas analise. Se você for novo na profissão será mais fácil absorver informações. É mais fácil adquirir novos conceitos do que compará-los com os antigos para realizar a aprendizagem. Se você já é um profissional conceituado e continua fazendo cursos, além de se tornar um exemplo a ser seguido, é sinal que sempre temos muito a aprender. Fique atento a estes detalhes que serão explicados na próxima edição e que são tópicos importantes para a colorimetria.
  • 8. Para estar em evidência como cabeleireiro colorista é preciso: Conceito de trabalho (explicado nesta edição) Observar, através de diagnóstico, qual a condição do fio, pois isso está relacionado com a conservação da cor. Como tratar o cabelo colorido ou tratado quimicamente. Ainda existem profissionais que querem utilizar fonte de calor para regenerar o fio colorido Entender que os corantes utilizados na coloração capilar são diferentes dos corantes utilizados para pinturas de outros materiais como, por exemplo: os de parede ou automotivos. Explicar à cliente que a temperatura da água, a exposição do cabelo ao sol sem proteção solar e condicionadores podem desbotar a cor ou degenerar o fio. Indicar produtos adequados Ensinar a cliente a lavar os cabelos sem esfregá-los e com os produtos adequados Conhecer o processo oxidativo e quais as vantagens e desvantagens de usar produtos com ou sem amônia e o que é realmente um tonalizante Coloração - Arte com técnica II O sucesso da coloração capilar está nas condições do fio de cabelo. Na edição anterior escrevemos sobre conceito de trabalho do colorista. Dando continuidade ao assunto abordaremos mais um tópico, referente à arte de colorir, estabelecido na primeira matéria: “Observar, através do diagnóstico, qual a condição do fio, pois isso está relacionado com a conservação da cor”. Antigamente, o processo de coloração gerava mal-estar nas clientes pelo estado em que ficava o fio. Após a coloração o cabelo podia até ter uma boa cor, mas perdia a maleabilidade, o brilho e o toque. Hoje, este problema foi solucionado pela evolução tecnológica dos cosméticos utilizados. Além de pigmentos de melhor qualidade os produtos são aditivados com proteínas e substâncias hidratantes, que conseguem colorir sem gerar nenhum dano ao cabelo e até em alguns casos promovem a melhoria no estado do fio. Certos fatores determinados pelo diagnóstico, feito antes da aplicação, garantem o êxito da coloração: O estado do couro cabeludo – Não se deve aplicar a química se o couro cabeludo apresentar vermelhidão, irritação ou qualquer inflamação cutânea. O certo é sugerir que a cliente procure um dermatologista. O estado do fio de cabelo – Durante o diagnóstico, algumas características do fio devem ser observadas: A espessura: quanto mais grosso é o fio maior deve ser o depósito de coloração sobre o mesmo. A porosidade: está relacionada com as condições das cutículas. Estando elevadas ou danificadas dificultam o reflexo de luz e retenção de pigmentos causando o desbotamento rápido da cor. Principalmente se for um vermelho, que tem o menor tamanho de pigmento e se perde com mais facilidade, ou cria uma cor opaca. A resistência: relaciona-se com o grau extremo de porosidade, ocasionado por uma perda protéica muito grande, impossibilitando qualquer processo químico. Quanto mais saudável estiver o fio de cabelo melhor o brilho e a fixação da cor. Um cabelo sem resistência pode não fixar cor alguma ou até mesmo se partir durante o processo químico. Estes itens são os mais importantes porque podem inviabilizar as aplicações de coloração, descoloração ou relaxamento capilar. Geralmente em meus cursos eu
  • 9. costumo citar uma situação que serve como exemplo para o desempenho da coloração. Digo que vou pintar uma parede, que apresenta buracos e outras imperfeições na superfície, e então pergunto? - “Qual é a cor que podemos aplicar nessa parede para corrigir suas imperfeições?”. Logicamente, se aplicarmos uma cor escura poderá disfarçar os defeitos quando vista de longe, mas de perto seria perceptível. Para tratar dessa parede eu vou ter que limpar, aplicar cimento ou, dependendo do tamanho do buraco, até mesmo um pedaço de tijolo. Depois aplicar massa fina, massa corrida e mesmo assim esperar secar para lixar, corrigindo as imperfeições, e finalmente como grand finale pintar, aplicando no mínimo duas demãos de tinta. Se em uma parede, que não tem nenhum movimento, demora tanto assim, por que os profissionais querem repor a camada do fio somente com a coloração ou uma aplicação de tratamento? E olha que o fio é tão sensível que até os raios solares são capazes de danificá-los. A evolução tecnológica e a abertura do mercado globalizado causaram uma grande melhoria na qualidade e na diversidade das matérias-primas, mas isso não quer dizer que dispensem o diagnóstico. Muito pelo contrário, a coloração é uma ferramenta na mão do profissional. Se dermos um carro da escuderia Ferrari para um leigo pilotar ele acabará com o carro na primeira curva e dirá que o carro não é bom. O mesmo acontece com os produtos profissionais: não dispensa o bom piloto, ou seja, o profissional cabeleireiro com seu diagnóstico. Enfim, o sucesso da coloração depende da base que recebe a aplicação. Quanto mais saudável o fio melhor a revelação da cor; e caso não esteja é o profissional que irá tratá- lo no salão com constantes hidratações e com a parceria da cliente, que utilizará a linha de manutenção indicada por ele. Na próxima edição continuaremos com mais dois tópicos da seqüência desta matéria: - Como tratar o cabelo colorido ou tratado quimicamente. - Entender que os corantes utilizados na coloração capilar são diferentes de outros tipos de corantes. Coloração - Arte com técnica III A coloração capilar e seus corantes Uma das técnicas mais procuradas nos salões de beleza, a coloração capilar exige de cada profissional um conhecimento profundo sobre cabelo, e um domínio total sobre o uso dos produtos utilizados. Nos últimos anos, o Brasil vem registrando um crescimento expressivo no setor de beleza. E a coloração capilar, especificamente, a cada dia torna-se uma das técnicas mais procuradas e utilizadas neste ramo. A tendência é crescer ainda mais, pois como o Brasil é um país em crescimento populacional, a perspectiva é de continuidade, haverá sempre um público jovem que vai querer colorir os cabelos. Com este crescimento precisamos desenvolver um conhecimento maior em cima deste trabalho, que cada vez mais se torna a vedete nos salões de beleza, principalmente por se tratar de um serviço contínuo que cria a fidelização da cliente com o salão. Só a aplicação não é suficiente para gerar esta fidelidade. Existem fatores importantíssimos além de um bom desempenho profissional. Deve-se levar em conta a criatividade e a técnica, que obedecendo às medidas do produto utilizado aproveita a cosmeticidade do mesmo, principalmente se este contém ativos hidratantes. Outro fator
  • 10. é utilizar linhas que investem no profissional cabeleireiro, com exclusividade. Já é muito difícil manter a cliente no salão e será pior se o profissional utilizar uma linha que vende no mercado. Nesse caso ele passa a concorrer com ele mesmo, criando a possibilidade da cliente comprar o produto e aplicar em casa, pois se engana o profissional que acredita que alguém faça isto apenas por dificuldade financeira. Muitas vezes isto ocorre por curiosidade ou admiração indireta pelo profissional, que passa a ser copiado inconscientemente. Quem nunca teve uma cliente que já cortou a franjinha da filha ou escovou os cabelos da amiga? O profissional colorista que quer ter sucesso nesta belíssima profissão tem que desenvolver, e mostrar para a clientela, seu conhecimento sobre cabelo e demonstrar competência na utilização do produto. Ao contrário do que muitos imaginam, não há a necessidade de estudar química para ser um bom colorista assim como o médico não precisa estudar farmácia para ser um bom medico. Lógico que alguns conhecimentos básicos ajudam bastante, mas não necessita de graduação. O que deve ser bem analisado é a condição do cabelo, pois como disse na edição anterior não é a tinta que vai tratar o cabelo. Ela apenas vai colorir e se for de boa qualidade, colorir sem gerar ressecamento. Por isso, quanto melhor as condições do fio, melhor a revelação da cor. A coloração capilar de oxidação trabalha com intermediários de corantes que se revelarão dentro do fio de cabelo, e o oxigênio tem duas funções interessantes: clarear os pigmentos naturais e revelar os corantes dentro do fio. Às vezes, por motivos de economia, o profissional cabeleireiro adquire um oxidante de baixa qualidade que termina por comprometer o trabalho técnico de coloração. Se faltar oxigênio não se consegue clarear a cor natural do cabelo, como também não se consegue revelar adequadamente todos os corantes na coloração, gerando uma cor mais clara ou mais escura que a desejada, desbotamento prematuro, ressecamento ou até a irritação no couro cabeludo. A coloração capilar é um processo fascinante. No Brasil encontramos produtos com fórmulas de mais de 50 anos atrás, e ao mesmo tempo temos empresas que investem no profissional cabeleireiro, com fórmulas modernas que não deixam nada a desejar em relação às importadas. O profissional cabeleireiro só precisa estar atento às modernidades e se adequar a elas. Não adianta querer dirigir e cuidar de uma Ferrari da mesma forma que cuidava de um Fusca. Tem mais é que se reciclar adquirindo novos conhecimentos e se adaptar às novas disciplinas e ferramentas atualizadas. Na coloração, os pigmentos utilizados não podem ser comparados com os pigmentos aplicados em paredes ou tintas automotivas, que são corantes prontos e visíveis antes da aplicação. Já os intermediários de corantes, utilizados na coloração, são de total eficiência e eficácia quando se unem ao diagnóstico de um cabeleireiro colorista capacitado. Cabe ao profissional saber preparar o cabelo para o processo de coloração, identificar a cor e o oxidante com a volumagem e a medida adequada, e indicar ao cliente uma manutenção para garantir o resultado e o estado do fio. Ou até mesmo, se for o caso, dizer ao cliente que não há condição de executar o trabalho por falta de resistência do fio. Coloração e Pigmentos: perguntas e respostas Apesar de ser uma técnica que faz parte do dia-a-dia do colorista, a coloração requer um profundo conhecimento e uma atualização constante. Com o objetivo de ampliar o conhecimento através da informação, elaboramos respostas esclarecedoras, para algumas questões com as principais dúvidas de nossos leitores sobre coloração e pigmentos, que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro.
  • 11. Como analisar se a coloração que estou aplicando na minha cliente tem boa qualidade de pigmentos? A melhor maneira de identificar a qualidade do pigmento é através da intensidade da cor aplicada no fio de cabelo, porém é importante avaliar a cor, com um oxidante de marca igual a do fabricante da coloração, e respeitar à risca as medidas sugeridas na bula do produto. Em coloração de oxidação os corantes vão se formar dentro do fio de cabelo através da liberação de oxigênio dos oxidantes; por isso é tão importante a qualidade dos mesmos, quanto a sua medida e o tempo de pausa do produto no cabelo. Apliquei uma coloração de determinada marca em uma cliente e a mesma cor em outra cliente, porém de marca diferente. Além de notar uma pequena diferença de tom, percebi que uma delas desbotou mais rápido que a outra. Por que isso ocorre? Estaria sendo injusto em afirmar que uma coloração é melhor que a outra, comparando desta maneira. As diferenças de cor e de durabilidade podem se dar dependendo da estrutura e da pigmentação natural do fio que vai receber a coloração. A única maneira de se comparar marcas de coloração é aplicar sobre a mesma base, ou seja, sobre a mesma cabeça, metade a metade. O cabelo de uma pessoa não é igual ao de outra. O cabelo é como uma impressão digital, só que pode variar. Se fizermos um teste de mineralograma temos um relato de todos os oligoelementos que existem, ou que estão em excesso no corpo naquele momento. Uma pessoa que quase não bebe água e que se alimenta muito mal tem uma estrutura de cabelo diferente daquela que toma, pelo menos, dois litros de água por dia e tem uma alimentação equilibrada. Sem contar como, e com o que, a pessoa trata os cabelos diariamente. Duas pessoas podem ter os cabelos castanhos claros, e um deles clarear mais rápido ou ter porosidade diferente. Por isso, só é possível comparar marcas e cores sobre a mesma cabeça. Tudo isto levando em conta que as preparações, aplicações e tempo de pausa terão que ser feitas uniformemente, em ambos os lados. Por isso, também, recomendamos aos leitores que não são profissionais, e que eventualmente venham a ler nossas matérias, a procurar sempre um profissional cabeleireiro para a execução destes trabalhos. Como fazer uma mudança de tom fantasia em um cabelo colorido, sem alterar a altura de tom, mantendo a uniformidade? Seguindo as regras da estrela de Oswald, usando a cor complementar na mesma altura de tom. Exemplo: Um cabelo com a cor fantasia, vermelho, e altura de tom 7, aplica-se uma cor 7 cinza para a neutralização. Lembre-se que esta neutralização se dá através de sobreposição de cores e que em alguns casos pode se obter melhor resultado na segunda aplicação. Por que depois de muito tempo loiríssima é difícil para uma cliente voltar à cor natural? É muito difícil mudar de uma hora para outra sem gerar um desconforto. Nesta hora exige-se muito do profissional cabeleireiro, que deve ter a sensibilidade de entender que a cliente não tem muita noção de escurecimento. Às vezes ela quer escurecer um ou dois tons e acaba pedindo um castanho. Um bom diálogo, esclarecendo as opções que se tem e usando artifícios como fotos ou cartela de cores, pode ajudar muito. Caso sinta que existe alguma dúvida, utilize técnicas que gerem um desbotamento gradativo, ou que propiciem uma descoloração depois, caso ela resolva voltar atrás. Coloração e Pigmentos: Perguntas e Respostas II
  • 12. A cada dia surgem novos produtos e procedimentos a serem utilizados na coloração, que exige do profissional muita prática e informação para realizar, de maneira correta, esta técnica. Dando seqüência ao nosso trabalho de esclarecer as principais dúvidas de nossos leitores sobre coloração e pigmentos, respondemos aqui duas perguntas interessantes que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro. O que eu preciso fazer para escurecer um cabelo muito claro, com sucesso? Em um cabelo na cor natural 5 e com pontas na altura de tom 10, o que eu faço para uniformizar na cor natural sem que fique verde? Estas questões têm respostas semelhantes que se complementam: Quando um cabelo passa por um processo de descoloração, além de perder os pigmentos naturais ele sofre também uma perda de outros nutrientes causando assim uma determinada porosidade, que é agravada se no processo for usada uma fonte de calor. Esta porosidade e a falta de nutrientes dificultam a fixação da cor, que está relacionada com o estado do cabelo. Quando um cabelo está muito claro, na altura de um tom 10, ele é declarado quimicamente sem pigmento, o que exige técnicas de reposição dos pigmentos que faltam. A cor natural de um cabelo contém azul, vermelho e amarelo: quanto mais azul mais escuro, o castanho claro contém mais vermelho e o louro mais amarelo. Quando vamos descolorir um cabelo o primeiro pigmento eliminado é o azul e o cabelo passa a ficar avermelhado. Mantendo o tempo de pausa passamos a retirar o vermelho, ficando alaranjado até o amarelo, e quando retiramos todo o amarelo o cabelo fica esbranquiçado e geralmente quebradiço. Quanto mais descolorido maiores os cuidados com a manutenção. No processo de escurecer os cabelos descoloridos essa regra é usada de forma inversa. Toda coloração é feita para clarear os cabelos e deixá-los o mais natural possível, sem o aspecto avermelhado. Para que isto ocorra se faz necessário, no processo fabril, adicionar a contra cor do vermelho na sua formulação. Esta contra cor como sabemos é esverdeada, por isso não se escurece cabelo descolorido com tom natural, para não correr o risco de ficar verde ou muito cinza. Para este procedimento existem técnicas de pré-pigmentação ou repigmentação, confira: Primeira técnica e mais antiga: Escolha a cor e aplique um tom mais claro, com nuance acobreada ou avermelhada, pura ou com água morna; logo em seguida prepare a cor desejada e aplique com oxidante de 20 volumes com o tempo de pausa de 35 minutos. Exemplo: • O cabelo está com o tom 10. • A cor desejada 5. • A cor a ser aplicada na pré-pigmentação: um 6 avermelhado ou acobreado, que pode ser aplicado puro ou com água morna. • Em seguida aplique a cor desejada 5 com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos. Segunda técnica:
  • 13. Escolha a cor e aplique um tonalizante ou uma coloração com oxidante de, no máximo, 10 volumes, um tom mais claro com nuance acobreada, avermelhada ou dourada, deixe em pausa por 20 minutos, enxágüe, e logo em seguida prepare a cor desejada com oxidante de 20 volumes e tempo de pausa de 35 minutos. Exemplo: • O cabelo está com o tom 10. • A cor desejada 5. • Tonalizar com 6 com nuance acobreada, avermelhada ou dourada e tempo de pausa de 20 minutos. • Enxágüe. • Aplicar a coloração 5 com oxidante de 20 volumes. Tempo de pausa de 35 minutos. Terceira técnica: Aplicar uma cor com um tom mais escuro que a desejada, com nuance dourada, deixar agir por 40 minutos e enxaguar. Esta técnica facilita voltar à cor mais clara, caso a cliente resolva, fato que seria muito difícil nas técnicas acima. Porém, o que predomina aqui é a técnica de aplicação, que deve ser precisa e minuciosa em todos os detalhes. Exemplo: • O cabelo está com tom 10. • A cor desejada 5. • Preparar a cor 4 com nuance dourada um pouco mais do que usaria normalmente; tempo de pausa de 40 minutos. • Massagear mecha por mecha a cada 10 minutos. • A cada massagem observar onde houve maior absorção da tinta e ir reaplicando nessas regiões o que sobrou da cumbuca. • Enxaguar e aplicar um condicionador com pH abaixo de 3,5; de preferência não aplicar shampoo, ou caso não seja possível, aplicar shampoo com pH abaixo de 4,5. Esta última técnica é uma das mais modernas, e para utilizá-la dependerá muito da qualidade e da quantidade de pigmento utilizado na coloração. Como não é possível determinar este fator através do rótulo, o cabeleireiro deve entrar em contato com o departamento técnico da empresa de coloração e se informar qual a melhor técnica aconselhável para este processo. Com a abertura do mercado brasileiro vieram novos produtos, e com isso novos conceitos e técnicas. O produto é simplesmente uma ferramenta na mão de um profissional, por isso não existe produto que substitua o profissional cabeleireiro com seu diagnóstico e sua aplicação. O que podemos fazer é fornecer conhecimentos, que aumentam a capacidade técnica do profissional, para que ele utilize esta ferramenta com mais êxito colocando em prática a colorimetria moderna. Coloração e Pigmentos: perguntas e respostas III
  • 14. A cada dia surgem novos produtos e procedimentos a serem utilizados na coloração, que exigem do profissional muita prática e informação para realizar, de maneira correta, esta técnica. Dando continuidade ao nosso trabalho de esclarecer as principais dúvidas de nossos leitores sobre coloração e pigmentos, respondemos aqui mais duas perguntas interessantes, que facilitarão o desempenho do profissional cabeleireiro. Qual o segredo para uma coloração ter mais fixação, ou seja, menos desbotamento? A fixação da cor está relacionada com o estado do fio do cabelo, principalmente com as cutículas: quanto mais comprometida menor é a fixação. Nem sempre conseguimos notar a olho nu o quanto realmente esta cutícula está danificada e examiná-la criteriosamente seria dispendioso, pois o microscópio eletrônico, capaz de detectar as ranhuras no fio, é um investimento inviável em um salão de beleza. Para que uma coloração tenha uma melhor fixação e, conseqüentemente, um menor desbotamento é necessário respeitar as medidas e o tempo de uso de cada produto, indicados pelo fabricante. Isto se dá porque os produtos são elaborados com vários ativos, que necessitam da quantidade correta de oxidante e de um tempo determinado para revelar a cor adequadamente. Daí a importância do profissional freqüentar cursos de coloração promovidos pelos fabricantes dos produtos que se pretende usar. Fora estes fatores, é muito importante que a própria coloração a ser utilizada, tenha qualidade e que seus corantes sejam de primeira linha, por isso aconselho utilizar produtos de exclusividade profissional. É importante também que o cabeleireiro indique à cliente uma linha de manutenção da mesma empresa da coloração aplicada, para que o cabelo tenha condições de manter os pigmentos por mais tempo. Soma-se a isto um tratamento periódico no salão e, aí sim, teremos um serviço de coloração com maior durabilidade. Alguns perguntam: “Quais pigmentos têm maior fixação, e quais tem menos?” Levando em consideração estas informações podemos presumir que, independentemente da cor aplicada, ela terá maior durabilidade e fixação se seguirmos os seguintes critérios: • Um bom diagnóstico das condições de saúde do fio, da cor natural, da altura de tom, ou seja, das condições totais que o fio apresenta, pois são estes os fatores principais que podem comprometer a fixação. • Utilizar somente produtos, única e exclusivamente, destinados a profissionais cabeleireiros. Estes produtos costumam utilizar corantes de primeira linha e são capazes de atingir o resultado desejado dependendo somente do diagnóstico e aplicação do cabeleireiro. • Respeito às medidas e tempo indicados pelo fabricante e uma boa técnica de aplicação, conforme o diagnóstico. Em uma descoloração, seguida de coloração, é necessário o uso de shampoo antes da aplicação da coloração desejada? Por quê? Sim, por mera precaução. Na realidade, a água morna e em abundância já seria o suficiente para eliminar os resíduos de produtos químicos, não contrair as cutículas e nem reter alguma partícula de descolorante em qualquer ponto dos fios. Quando este enxágüe com água morna não é bem feito sobram resíduos de descolorante, que modificam o resultado final, em partes ou por inteiro, no cabelo. Com isso não atingiremos o objetivo e não teremos, conseqüentemente, sucesso no nosso trabalho de coloração. Nesse caso, o shampoo tem que ser suave, nunca anti-resíduos, para não endurecer a fibra, não deve ser esfregado ou massageado, nem aplicado no couro cabeludo. Aplique somente sobre os fios e enxágüe rapidamente, pois se lembre que
  • 15. você ainda vai colorir e precisa da oleosidade natural do couro cabeludo para a proteção do mesmo. Em caso de cabelos longos também usar um condicionador, para facilitar o desembarace, e enxaguar bem. Após a coloração não é necessário o uso de shampoo sobre os fios! Se você fizer um bom enxágüe com bastante água, não há necessidade de shampoo. O uso de um condicionador próprio, para realinhar as cutículas, já é suficiente. Porém, se neste caso formos aplicar algum shampoo, que este seja um apropriado para coloração, com um pH ácido e com ativos que visem garantir o resultado da cor e não extrair os pigmentos depositados. Dê sempre preferência a produtos da mesma marca do fabricante da coloração.