O documento apresenta trechos de uma prova sobre linguagens, códigos e tecnologias contendo questões sobre textos literários. As questões abordam temas como o efeito da repetição em um discurso jornalístico, a dissimulação das emoções na sociedade e o uso da arte para provocar reflexão sobre o trabalho infantil.
1. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Helio de Sant’Anna dos Santos
Professor do Colégio Pedro II
2. Questão 98 – prova amarela
Texto: Querô
DELEGADO – Então desce ele. Vê o que arrancam desse
sacana.
SARARÁ – Só que tem um porém. Ele é menor.
DELEGADO – Então vai com jeito. Depois a gente entrega pro
juiz.
(Luz apaga no delegado e acende no repórter, que se dirige ao
público.)
REPÓRTER – E o Querô foi espremido, empilhado, esmagado de
corpo e alma num cubículo imundo, com outros meninos. Meninos
todos espremidos, empilhados, esmagados de corpo e alma,
alucinados pelos seus desesperos, cegados por muitas aflições.
Muitos meninos, com seus desesperos e seus ódios, empilhados,
espremidos, esmagados de corpo e alma no imundo cubículo do
reformatório. E foi lá que o Querô cresceu.
MARCOS, P. Melhor teatro. São Paulo:. Global, 2003
(fragmento).
3. No discurso do repórter, a repetição causa um
efeito de sentido de intensificação, construindo a
ideia de
a)opressão física e moral, que gera rancor nos
meninos.
b)repressão policial e social, que gera apatia
nos meninos.
c)polêmica judicial e midiática, que gera
confusão entre os meninos.
d)concepção educacional e carcerária, que gera
comoção nos meninos.
e)informação crítica e jornalística, que gera
indignação entre os meninos.
4. No discurso do repórter, a repetição causa um
efeito de sentido de intensificação, construindo a
ideia de
a)opressão física e moral, que gera rancor nos
meninos.
b)repressão policial e social, que gera apatia
nos meninos.
c)polêmica judicial e midiática, que gera
confusão entre os meninos.
d)concepção educacional e carcerária, que gera
comoção nos meninos.
e)informação crítica e jornalística, que gera
indignação entre os meninos.
5. REPÓRTER – E o Querô foi espremido,
empilhado, esmagado de corpo e alma num
cubículo imundo, com outros meninos. Meninos
todos espremidos, empilhados, esmagados de
corpo e alma, alucinados pelos seus desesperos,
cegados por muitas aflições. Muitos meninos,
com seus desesperos e seus ódios, empilhados,
espremidos, esmagados de corpo e alma no
imundo cubículo do reformatório. E foi lá que o
Querô cresceu.
É preciso treinar a observação, a leitura, para
compreender o que se quer de fato na questão.
Neste caso, é importante identificar
explicitamente os elementos repetidos.
6. Questão 99 – prova amarela
Texto: Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
7. Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
CORREIA, R. In: PATRIOTA, M. Para
compreender Raimundo Correia. Brasília:
Alhambra, 1995.
8. Coerente com a proposta parnasiana de cuidado
formal e racionalidade na condução temática, o
soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma
como as emoções do indivíduo são julgadas em
sociedade.
Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela
que
a)a necessidade de ser socialmente aceito leva o
indivíduo a agir de forma dissimulada.
b)o sofrimento íntimo torna-se mais ameno
quando compartilhado por um grupo social.
c)a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças
neutraliza o sentimento de inveja.
d)o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a
apiedar-se do próximo.
e)a transfiguração da angústia em alegria é um
artifício nocivo ao convívio social.
9. Coerente com a proposta parnasiana de cuidado
formal e racionalidade na condução temática, o
soneto de Raimundo Correia reflete sobre a forma
como as emoções do indivíduo são julgadas em
sociedade.
Na concepção do eu lírico, esse julgamento revela
que
a)a necessidade de ser socialmente aceito leva o
indivíduo a agir de forma dissimulada.
b)o sofrimento íntimo torna-se mais ameno
quando compartilhado por um grupo social.
c)a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças
neutraliza o sentimento de inveja.
d)o instinto de solidariedade conduz o indivíduo a
apiedar-se do próximo.
e)a transfiguração da angústia em alegria é um
artifício nocivo ao convívio social.
10. Texto: Mal secreto
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;
Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!
Mais uma vez,
exercitar o comando da
questão é indispensável, para
acertar a resposta de modo
preciso e rápido.
No soneto, além de
se fazer a leitura adequada,
observando-se a pontuação e
não simplesmente a
sequência de versos, é
determinante reconhecer os
termos que remetem à
dissimulação.
11. Questão 102 prova amarela
KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração, 2008. Disponível em: http://capu.pl. Acesso
em 3 ago. 2012.
12. O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu
em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil,
Kuczynskiego usa sua arte para
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários
países do mundo.
13. O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu
em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas
ilustrações.
Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil,
Kuczynskiego usa sua arte para
a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.
b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.
c) provocar a reflexão sobre essa realidade.
d) propor alternativas para solucionar esse problema.
e) retratar como a questão é enfrentada em vários
países do mundo.
Muito importante aqui é não extrapolar os
sentidos sugeridos pela imagem. É preciso atentar
para a oposição entre puxar o carrinho como uma
brincadeira e como um trabalho como provocação de
reflexão.
15. A tirinha denota a postura assumida por seu
produtor frente ao uso social da tecnologia para fins
de interação e de informação.
Tal posicionamento é expresso, de forma
argumentativa, por meio de uma atitude
a) crítica, expressa pelas ironias.
b) resignada, expressa pelas enumerações.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
e) alienada, expressa pela negação da realidade.
16. A tirinha denota a postura assumida por seu
produtor frente ao uso social da tecnologia para fins
de interação e de informação.
Tal posicionamento é expresso, de forma
argumentativa, por meio de uma atitude
a) crítica, expressa pelas ironias.
b) resignada, expressa pelas enumerações.
c) indignada, expressa pelos discursos diretos.
d) agressiva, expressa pela contra-argumentação.
e) alienada, expressa pela negação da realidade.
Nesta questão, é importante, dentre outros
aspectos, reconhecer a ironia como recurso. As
declarações sobre as redes sociais, confrontadas com
os personagens que representariam a realidade
sugerida pelo autor, dão o tom irônico e crítico.