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p i d e q u e e l c a m i n o s e a l a r g o ,
l l e n o d e a v e n t u r a s , l l e n o d e e x p e r i e n c i a s .
N o t e m a s a l o s l e s t r i g o n e s n i a l o s c í c l o p e s
n i a l c o l é r i c o P o s e i d ó n ,
s e r e s t a l e s j a m á s h a l l a r á s e n t u c a m i n o ,
s i t u p e n s a r e s e l e v a d o , s i s e l e c t a
e s l a e m o c i ó n q u e t o c a t u e s p í r i t u y t u c u e r p o .
N i a l o s l e s t r i g o n e s n i a l o s c í c l o p e s
n i a l s a l v a j e P o s e i d ó n e n c o n t r a r á s ,
s i n o l o s l l e v a s d e n t r o d e t u a l m a ,
s i n o l o s y e r g u e t u a l m a a n t e t i .
P i d e q u e e l c a m i n o s e a l a r g o .
Q u e m u c h a s s e a n l a s m a ñ a n a s d e v e r a n o
e n q u e l l e g u e s - ¡ c o n q u é p l a c e r y a l e g r í a ! -
a p u e r t o s n u n c a v i s t o s a n t e s .
D e t e n t e e n l o s e m p o r i o s d e F e n i c i a
y h a z t e c o n h e r m o s a s m e r c a n c í a s ,
n á c a r y c o r a l , á m b a r y é b a n o
y t o d a s u e r t e d e p e r f u m e s s e n s u a l e s ,
c u a n t o s m á s a b u n d a n t e s p e r f u m e s s e n s u a l e s p u e d a s .
V e a m u c h a s c i u d a d e s e g i p c i a s
a a p r e n d e r , a a p r e n d e r d e s u s s a b i o .
T e n s i e m p r e a Í t a c a e n t u m e n t e .
L l e g a r a l l í e s t u d e s t i n o .
M a s n o a p r e s u r e s n u n c a e l v i a j e .
M e j o r q u e d u r e m u c h o s a ñ o s
y a t r a c a r , v i e j o y a , e n l a i s l a ,
e n r i q u e c i d o d e c u a n t o g a n a s t e e n e l c a m i n o
s i n a g u a n t a r a q u e Í t a c a t e e n r i q u e z c a .
Í t a c a t e b r i n d ó t a n h e r m o s o v i a j e .
S i n e l l a n o h a b r í a s e m p r e n d i d o e l c a m i n o .
P e r o n o t i e n e y a n a d a q u e d a r t e .
A u n q u e l a h a l l e s p o b r e , Í t a c a n o t e h a e n g a ñ a d o .
A s í , s a b i o c o m o t e h a s v u e l t o , c o n t a n t a e x p e r i e n c i a ,
e n t e n d e r á s y a q u é s i g n i f i c a n l a s Í t a c a s .
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PRESENTACIÓN
Un nuevo proyecto
Antonio Luis González Moliné, director
del IES Odiel
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EDITORIAL
La quijotización del docente.
José Antonio Díaz, profesor de Lengua y
Literatura.
7
CLAQUETA
La realidad siempre supera la ficción.
Paco Expósito. Profesor de Geografía e
Historia.
8
SABÍAS QUÉ...
Divulgación científica
Luis González Albéndiz, profesor de
Biología
11
SUMARIO
CERVANTES FEMINISTA
Literatura
Patricia Márquez. profesora de Lengua
Castellana y Literatura
17
ENTREVISTA
Maria Victoria Galloso Camacho. Profesora
de la Universidad de Huelva.
Jose Antonio Díaz Trastallino, profesor
de Lengua y Literatura.
20
EN LA OTRA MITAD DEL DÍA
Astronomía
Marta Morán, profesora de Física
13
CULTURA INGLESA
The Way of Wisdom.
Esther Vallejo, profesora de Ingles.
28
DONDE BRILLAN LAS
LUCIERNAGAS
Haykus de 3º de ESO
Rebeca de la Cova. Profesora de Lengua
y Literatura.
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LA ISLA DE LAS ORIENTACIONES
9 Consejos para familias con adolescentes.
Laura Sánchez, Orientadora escolar
30
ACERTIJOS MATEMÁTICOS
Encuentra las monedas
Alfonso Morato, profesor de
matemáticas
34
EL OTRO IES
Colaboraciones
Manuel Sierra, Maestro de Audición y
Lenguaje
36
EL PASADO EN EL PRESENTE
Antiguas alumnas de nuestro IES
Alicia Tejada y Mayka
38
LA VOZ DE LOS ALUMNOS
Artículos de nuestro alumnado
Game zone, Relaviájate, Diarios de
soldados,...
44
UN MINUTO DE SILENCIO
Reflexiones.
Paco García, profesor de Religión.
61
Hace unos años en nuestro instituto se publicaron dos revistas digitales, una en 2013 y otra en 2016.
Por la distancia temporal entre ambas publicaciones podemos advertir la complejidad que entraña
consolidar este tipo de proyectos.
No obstante, hoy presentamos una nueva revista en el IES Odiel, gracias al trabajo y dedicación de un
grupo de profesores que ha tomado la iniciativa para dirigir y sacar a la luz esta publicación que hoy
presentamos. Confiamos en poder asegurar la continuidad de Odilea con la ayuda de toda nuestra
comunidad educativa. Lo consideramos muy importante y necesario para contribuir a seguir marcando
las señas de identidad de nuestro centro.
Construir una revista contribuye, sin duda alguna, a la mayor expresión multicultural y democrática de
una colectividad y permite a todos los miembros de su comunidad expresarse en sus diversas formas,
ya sean relatos, crónicas, opinión, fotografía, historia, arte, humanismo, ciencia, tecnología, etc.
Con esta idea surge Odilea, que aspira a ser ese espacio en el que comuniquemos nuestras
inquietudes y nuestro saber -a veces desconocido para muchos-. Será ese espacio que nos permitirá
expresarnos, desarrollarnos y conocernos mejor, a la vez que nos dará la oportunidad de aprender con
los contenidos que alberguen sus distintas secciones.
El ingrediente esencial para conseguir los objetivos que persigue la revista es la ilusión con la que se
viene abordando este proyecto. Contamos con un grupo de profesores y alumnos que van a constituir
el alma máter de la misma, su Equipo Editorial. Estamos convencidos de que esta idea es muy positiva
para el centro y, sin duda alguna, valdrá la pena disfrutar con este desafío.
Un primer rasgo que queremos destacar en la revista Odilea es su carácter participativo. La revista va
a llegar hasta donde se propongan sus lectores, ya que el desarrollo de sus contenidos dependerá
fundamentalmente del nivel de participación de los mismos, quienes en colaboración con el Equipo
Editorial, han de ser los verdaderos protagonistas de esta publicación.
En definitiva, Odilea pretende fomentar la creatividad plural y multidisciplinar para contribuir al
desarrollo personal y colectivo de sus colaboradores y participantes –autores y lectores-.
Con el fin de no hacer más dilatada esta presentación me gustaría, en primer lugar, agradecer al
equipo editorial su ilusión por esta interesante y necesaria iniciativa y, por supuesto, a todos los
autores su participación en este primer número de Odilea, revista que, sin duda, hará historia en el IES
Odiel de Gibraleón.
ALGM
Antonio Luis
González Moliné
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PRESENTACIÓN
ODILEA
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EDITORIAL
la realidad, leyes educativas, la excesiva
burocracia o la indiferencia y desprecio con que,
a veces, nos mira y nos trata parte de la
sociedad.
Con todo, si algo mueve a Don Quijote, el
inmortal personaje cervantino, es la lucha por la
libertad. Don Quijote tiene un propósito que
trasciende su propia locura: que el hombre sea
libre y pueda ejercer su libertad para pensar,
expresarse y actuar. Y en eso también tenemos
bastante de quijotescos los que enseñamos.
Desde un centro educativo tratamos de
contribuir a que la sociedad, que pasa por
nuestras manos en forma de niño o adolescente,
tenga recursos para interpretar el mundo en el
que vive, tenga la lucidez y la capacidad para
analizarlo y, sobre todo, disponga de las armas
necesarias para ejercer su libertad de forma
consciente y aprenda a protegerse de quienes
desean una ciudadanía somnolienta, indiferente
y maleable.
Por eso, querido lector, ante tus ojos tienes una
prueba más de nuestra locura. Una revista que
nace con la ilusión de habilitar un espacio de
encuentro para todos los miembros de la
comunidad educativa y con el deseo de que este
proyecto se mantenga en el tiempo gracias a la
implicación y participación de profesores y
alumnos. Quizá no podamos cambiar el mundo,
pero merece la pena intentar mejorar muestra
realidad más inmediata.
Bienvenidos a vuestra revista.
José Antonio Díaz Trastallino
Hay quien piensa que consagrar la vida a la
docencia es un acto de fe. Estoy en parte de
acuerdo, aunque habría que matizar de qué tipo
de fe hablamos. Yo diría que la nuestra es una fe
quijotesca. Es la fe de quien se empecina en
trocar la realidad aunque todo en la realidad
desmienta su propósito. Don Quijote recorría
las llanuras de La Mancha animado por un
designio enloquecido: revivir el tiempo pasado
de la caballería andante. Nosotros, los docentes,
recorremos las aulas de nuestros centros
(gélidas en invierno y candentes en verano
como los caminos manchegos) con el
convencimiento delirante de mejorar nuestra
sociedad. Aunque casi todo en la realidad
desmienta tal propósito.
Don Quijote es una imagen cómica. La de un
hidalgo cincuentón pertrechado con una
armadura anacrónica y un morrión hecho celada
de forma artesanal que, a lomos de un corcel
desvencijado, recorre los polvorientos caminos
con el propósito de deshacer todo tipo de
agravios, de hacer del mundo un lugar mejor.
Así caminamos los docentes. Con ese propósito
pero sin más rocín que nuestra ilusión, sin más
lanza que nuestra tiza, sin más protección que
una mascarilla convertida en celada. Quizá por
eso nuestra imagen también resulte cómica a
veces.
Al igual que a Don Quijote no lo arredraban
los golpes , los desengaños o la tozudez de
LA QUIJOTIZACIÓN DEL DOCENTE
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P R I M E R A L E Y :
" U n r o b o t n o h a r á d a ñ o a u n s e r h u m a n o n i , p o r
i n a c c i ó n , p e r m i t i r á q u e u n s e r h u m a n o s u f r a d a ñ o "
S E G U N D A L E Y :
" U n r o b o t d e b e c u m p l i r l a s ó r d e n e s d a d a s p o r l o s
s e r e s h u m a n o s , a e x c e p c i ó n d e a q u e l l a s q u e e n t r e n
e n c o n f l i c t o c o n l a p r i m e r a o l a s e g u n d a l e y "
T E R C E R A L E Y :
" U n r o b o t d e b e p r o t e g e r s u p r o p i a e x i s t e n c i a e n l a
m e d i d a e n q u e e s t a p r o t e c c i ó n n o e n t r e e n c o n f l i c t o
c o n l a p r i m e r a o c o n l a s e g u n d a l e y "
LA REALIDAD (SIEMPRE) SUPERA LA FICCIÓN
P O R F R A N C I S C O E X P Ó S I T O
Una clase de Geografía e Historia
en 3º de ESO. En desarrollo, la
unidad didáctica referida al sector
secundario o industrial. El
alumnado, como suele ser
costumbre, pasivo y parapetado tras
sus mascarillas ante el tedio con el
que afronta el estudio de los
sectores económicos, cuando de
repente el concepto Inteligencia
Artificial (IA) lo remueve en sus
sillas. Este entró en escena junto a
la robotización de los procesos
productivos que definen a las
fábricas más punteras del momento
y que, paulatinamente, sustituyen la
mano de obra de los obreros por el
trabajo programado de máquinas
cada vez más autónomas y
autosuficientes. Creyendo haber
encontrado un filón con el que
hacerlos reflexionar empecé a
preguntar por historias en las que
una IA fuese de algún modo la
protagonista: Matrix, Terminator,
Wall-e, Yo Robot, etc. Ante la
negativa general les pedí que
hiciesen una breve investigación .
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L A C L A Q U E T A
sobre las tres leyes de la robótica
del polifacético Isaac Asimov -con
las que abrimos este post- y que
nos sirven para hacer un recorrido
por algunas de las producciones
cinematográficas más emblemáticas
a este respecto.
Al repasar algunas de las más
icónicas obras distópicas en las que
la Inteligencia Artificial juega un
papel relevante, si no protagonista
(muchas de ellas tienen nombre
propio e incluso rasgos carismáticos
o personalidad), percibimos que hay
una serie de enfoques argumentales
que se repiten.
Por un lado, encontramos historias
en las que la humanidad utiliza a los
robots como sirvientes en una clara
relación de superioridad de los
primeros frente a los segundos,
como es el caso de Tars y Case en
Interestelar o Jarvis en Iron Man. En
este caso las IA son sumisas y el ser
humano puede controlar y
programar todos sus parámetros
cumpliendo escrupulosamente las
normas de Asimov.
Otras distopías plantean
abiertamente la “rebelión de las
máquinas” tras tomar conciencia de
sí mismas dando un vuelco a su
relación con el ser humano y, por lo
tanto, rompiendo los principios
básicos de “no hacer daño a un ser
humano” o “cumplir las órdenes
dadas por el ser humano” (primera y
segunda ley). En este sentido
resulta paradigmático el caso de
Skaynet, la IA que se rebela en
Terminator, la cual inicia su
rebelión en el mismo instante en
que se percata de su propia
existencia: el 29 de agosto de 1997,
a las 2:14 A.M. (día del Juicio final).
Más radical y efectiva es Matrix,
una película en la que la homónima
Inteligencia Artificial ha
desarrollado una realidad simulada
con la que controla la mentalidad de
los hombres para obtener de ellos
energía. En esta cinta destacan
tanto la duda metódica con la que
Neo descubre el camino de la
salvación como el anhelo de su
antagonista, el agente Smith, quien
a modo de virus de la propia Matrix
tratará de imponer su supremacía.
En este apartado también podemos
citar Yo, robot, adaptando una de
las historias del propio Asimov.
También existen argumentos en los
que alguno de los protagonistas es
un híbrido mitad humano y mitad
máquina en un intento de unir la
tecnología y la biología. En estos
casos el organismo mecanizado
resultante suele disfrutar de las
bondades de ambas realidades: el
ingenio humano y la fuerza y
resistencia de las máquinas. Cabe
nombrar películas como Elysium, y
clásicos como Robocop o Akira.
En otras obras el conflicto no es tan
maniqueo, sino mucho más sutil,
planteando cuestiones ético-morales
profundas al colocar a un robot
carismático, y con el que
rápidamente empatiza el espectador,
en el centro de un conflicto
emocional, es decir, humano. En
estos casos, los robots, lejos de
querer imponerse a la humanidad,
desarrollan un profundo anhelo por
recorrer esa distancia que los
separa con los seres humanos. Esto
es, son personajes cuyo empeño es
colmar la plenitud humana experi-
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mentando sus emociones,
sentimientos, creatividad, etc., es
decir, logrando su libertad plena
(libre albedrío). En este caso resulta
especialmente simbólico el film
Blade Runner, en cuya poética
escena final, el abatido replicante
Roy Batty, nos afirma haber visto
cosas que no creeríamos mientras la
lluvia hace las veces de sus
anheladas lágrimas.
Sin embargo, todas las distopías
herraron en su profética misión ya
que ninguna pudo concebir el futuro
que estamos viviendo, un futuro
tamizado, cuando no controlado,
por Internet. Esa es la IA de nuestra
realidad, casi una deidad, y en su
desarrollo se afanan las industrias
que estudiamos en clase de 3º de
ESO. De momento, ya han
conseguido que no podamos
concebir la vida sin llevar con
nosotros ese espejo negro
(teléfono, táblet, ordenador,
televisión…) con el que poder
acceder a Internet en todo momento
y lugar. Los límites de dicha
realidad los explora la serie Black
Mirror, la cual daría para otro post
que no descartamos.
Terminamos con el atemporal
discurso final de Charles Chaplin en
su aguda sátira sobre Adolf Hitler,
El gran dictador, destacando el
siguiente extracto:
“[…] Hemos progresado muy deprisa,
pero nos hemos encarcelado a
nosotros. El maquinismo que crea
abundancia nos deja en la necesidad.
Nuestro conocimiento nos ha hecho
cínicos. Nuestra inteligencia, duros y
secos. Pensamos demasiado y
Pensamos demasiado y sentimos muy
poco. Más que máquinas, necesitamos
humanidad. Más que inteligencia,
tener bondad y dulzura. Sin estas
cualidades la vida será violenta. Se
perderá todo. Los aviones y la radio
nos hacen sentirnos más cercanos. La
verdadera naturaleza de estos
inventos exige bondad humana, exige
hermandad universal que nos una a
todos nosotros […]”.
Top 10 de obras cinematográficas
sobre distopías robóticas:
1.- Blade Runner (1982) y Blade
Runner 2049 (2017).
2.- 2001: Una odisea del espacio
(1968).
3.- Black Mirror (2011).
4.- Matrix (1999).
5.- Her (2013).
6.- Wall-e (2008).
7.- Terminator 1 y 2 (1984-1991).
8.- Inteligencia Artificia (IA)
(2001).
9.- Ex-Machina (2015).
10.- Westworld (2016).
Mención especial:
Metrópolis (1927)
y
Tiempos modernos (1936)
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SABÍAS
QUE...
Por Luis González Albéndiz
Uno de los errores más catastróficos que se ha cometido a lo largo de la
historia es confundir inmortalidad con eterna juventud. Es un tema
recurrente en la mitología griega y romana, y uno de mis mitos favoritos
es el de Titón, de belleza deslumbrante, que incluso la diosa Eos (Aurora
en la mitología romana) se enamoró de él. Tanta era su pasión que se
atrevió a pedirle al mismísimo Zeus que le concediera la inmortalidad
para poder amarlo eternamente... pero claro, olvidó el pequeño detalle de
que también añadiera la juventud eterna, con lo cual su apuesto amante
fue envejeciendo, encogiendo y arrugando hasta convertirse en grillo (los
caprichos de Zeus eran así…)
SECIÓN DE DIVULGACIÓN CIENTÍFICA
Sin embargo, el protagonista de hoy fue
bendecido por la evolución con ambos dones,
inmortalidad y juventud eterna, y además no
es ningún mito, sino real como la vida misma.
Este alarde biológico lo han adquirido varios
géneros de medusas y el más conocido por su
abundancia es el género Turritopsis.
Bueno, entremos en detalle.
Cuando todos nacemos (no el momento del
parto, en el que tan solo cambiamos de medio,
sino desde la fecundación) partimos de una
célula que comienza una vertiginosa carrera
por dividirse y dividirse hasta formar un
organismo desarrollado. En ese proceso hay
una especialización en los diferentes tejidos
(nervioso, muscular, epitelial…etc.).
Sin ánimo de aburrir a nadie ni profundizar en
tecnicismos que no vienen al caso, lo que es
capaz de hacer este ser vivo que lo distingue
de los demás, es revertir este proceso de
diferenciación celular. En otras palabras, una
vez que ha llegado a la madurez, es capaz de
desdiferenciar todas estas células y volver a
ser células madre.
¿Os imagináis que una vez llegados a los
cincuenta años volviéramos a la adolescencia
(no quiero ni imaginarme el despacho de la
jefatura de estudios…) o incluso a la infancia
para volver a desarrollarnos una y otra vez?
Pues exactamente eso es lo que hace nuestro
protagonista de hoy, volver a su adolescencia
(forma de pólipo) para volver a ser adulto. Y
este sorprendente bucle lo repite tantas veces
como quiere, sin que se haya encontrado
límite en los casos que se ha observado en
cautividad, lo que le ha otorgado esta
condición de inmortalidad y eterna juventud.
La verdadera medusa inmortal tiene como
nombre científico Turritopsis dohrnii, la cual,
es originaria del Mar Mediterráneo. Es muy
complicado diferenciar las diferentes
especies de Turritopsis entre sí, siendo la
T. nutriculala más conocida y abundante.
Esta pequeña maravilla mide sólo medio
centímetro de diámetro y tiene forma de cubo
y se está extendiendo por todos los océanos y
mares de nuestro planeta debido a que los
barcos llenan y vacían sus tanques de lastre
contribuyendo a la expansión de miles de
especies invasoras que tanto dañan los
ecosistemas autóctonos.
El poseer esta habilidad no quiere decir que
no se reproduzca. Esta medusa sigue el mismo
patrón de reproducción que cualquiera de sus
parientes mortales, es decir, las medusas
liberan gametos que mediante una
fecundación externa crean una larva que al
crecer forma un pólipo que posteriormente se
transformara en varias medusas adultas.
Forman parte del zooplancton marino, por lo
que constituyen un exquisito manjar para
miles de organismos que utilizan este
abundante alimento para cubrir sus
necesidades nutricionales. Afortunadamente,
sí que mueren al ser devoradas…
La comunidad científica cree que esta
habilidad de inmortalidad biológica le otorga
un punto extra de colonización.
Miedo me da que algunos científicos pongan
su punto de mira en intentar aprender de esta
medusa para nuestro “beneficio” y que en un
futuro, espero que lejano, nos encontremos
en este columpio vital envejeciendo y
rejuveneciendo por lo siglos de los siglos…
P.D: Es para mí un honor confesar que la
existencia de este ser vivo tan peculiar me lo
mostró por primera vez uno de mis alumnos
de hace ya alguna que otra década…
Una vez más se demuestra que esta profesión
de la docencia siempre es de doble sentido.
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POR MARTA MORÁN
ASTRONOMÍA:
EN LA OTRA MITAD DEL DÍA
DE NOCHE EN PRIMAVERA
¿Alguna vez te has parado a pensar en cómo es el cielo mientras duermes? Todos asociamos la
primavera con las flores y el sol, pero cuando este desaparece comienza todo un desfile de
estrellas, planetas, satélites…
Todo esto ya lo sabes desde que eres pequeño, pero…¿Sabes que esos puntos de luz, que parecen
luciérnagas flotando en el cielo, forman en realidad un hermoso paisaje de constelaciones, mitos y
leyendas? Pues venga. Deja de mirar el móvil y abre bien los ojos, que nos vamos de visita. Y,
probablemente, la próxima vez que duermas lo hagas siendo consciente de que sobre ti hay todo
un universo por explorar.
El baile de las constelaciones:
La Osa Mayor es una de las constelaciones boreales más famosas del hemisferio norte y es visible
durante todo el año. ¿Sabes cómo distinguirla? Está formada por un conjunto de siete estrellas
brillantes que dibujan un carro o una sartén, a partir de ella y siguiendo la curva de la cola
encontramos a Arcturo (tercera estrella más brillante del cielo) perteneciente a la constelación del
Boyero, que tiene forma de paracaídas. Si continuamos hacia abajo encontramos a Spica: la estrella
más brillante de la constelación de Virgo.
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A partir de la Osa Mayor también podemos
encontrar a la constelación de Leo, cuya
estrella más brillante es Regulus. Para
encontrarla basta con continuar la
prolongación de dos de sus estrellas, como se
puede ver en el dibujo.
Según la mitología griega Leo representa al
león de Nemea, una enorme bestia
indestructible que tenía aterrorizada a toda la
región. Fueron muchos los intentos para acabar
con el gran león y, a pesar de que se usaron
multitud de armas, su piel era impenetrable.
Fue Heracles, el famoso y fuerte héroe griego
(más conocido por Hércules en la mitología
Romana), quien empleando sus propias manos
logró estrangularle. Estando muerta la bestia
Heracles utilizó su piel como abrigo y su cabeza
como casco.
La luna:
No sé si sabéis que la luna se formó hace 4500
millones de años cuando un protoplaneta del
tamaño de marte, llamado Thea (por la diosa
griega Theia), chocó contra la joven Tierra.
Parte de su masa se fundió con la de la Tierra,
aumentando su tamaño y su gravedad. El resto
de los fragmentos salieron despedidos y la
gravedad de la Tierra los capturó. Formaron un
anillo de asteroides orbitando alrededor de
nuestro planeta. Con el tiempo se agruparon y
condensaron hasta formar la Luna.
- Luna Nueva : Es el mejor momento del mes
para observar el cielo nocturno porque no hay
luz de luna que interfiera, (12 de abril, 11 de
mayo y 10 de junio)
- Luna Llena : Durante esta estación podemos
observar las tres Superlunas del año. La Luna
estará más cercana a la Tierra y puede parecer
un poco más grande y brillante de lo habitual
(27 de abril, 26 de mayo y 24 de junio. Esta
última es conocida como la luna Rosa).
Los planetas
- Conjunción entre Marte y la Luna. El planeta
Marte estará a a 0,1º norte de la Luna. (17 de
abril).
- El planeta Mercurio alcanza la mayor
elongación hacia el este de 22º del sol. Este es
el mejor momento para ver Mercurio ya que
estará en su punto más alto sobre el horizonte
en el cielo del atardecer (17 de mayo).
Lluvia de estrellas :
Para empezar, ¿Sabéis qué es la lluvia de
estrellas? Todo el mundo conoce las Perseidas
o lágrimas de San Lorenzo, pero este
espectáculo de luces y deseos es mucho más
frecuente de lo que pensáis y,
paradójicamente, ni es lluvia ni es de estrellas.
Cuando la Tierra pasa por la órbita de un
cometa, todos los restos de polvo y hielo que
este va dejando chocan con nuestra atmósfera
terrestre a gran velocidad y se desintegran por
fricción, lo que produce el rastro luminoso que
llamamos meteoro o estrella fugaz.
Durante la primavera podemos ver las Líridas,
una lluvia de estrellas cuyos meteoros irradian
desde la constelación de Lyra, produciendo
alrededor de 20 meteoros por hora. Este año
alcanza su punto máximo en la noche del 22 y
en la mañana del 23 de abril. Otra lluvia de
estrellas que podemos observar son las Eta
Acuáridas, capaces de producir 60 meteoros
por hora. En este caso las partículas de polvo
pertenecen al famoso cometa Halley. Este año
alcanza su pico máximo en la noche del 5 de
mayo.
Por Marta Morán
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“Por la libertad, así
como por la honra,
se puede y se debe
aventurar la vida.”
M. CERVANTES
¿ C E R V A N T E S
F E M I N I S T A ?
P O R P A T R I C I A M Á R Q U E Z
Puede resultaros anacrónico
pensar siquiera en la posibilidad
de la existencia de un verdadero
discurso feminista -sólido y
contundente- en boca de un
personaje quijotesco. ¿De verdad
es posible que en el siglo XVII
Cervantes pudiera concebir y
esbozar ideas feministas y,
además, ponerlas en los labios de
un personaje femenino?
¿Verdaderamente pudo dar voz a
todas las mujeres de su época
con la creación de la valiente
Marcela?
Marcela es una pastora que ha
rechazado a un hombre,
Grisóstomo, ya que no lo ama. Ha
decidido que no quiere casarse
pues se niega a que su vida sea
escrita, desde ese momento, por
la mano masculina.
Ante la negativa de Marcela el
" Y O N A C Í
L I B R E "
pastor decide suicidarse y, en
pleno entierro y desde lo alto de
una peña, Marcela declama su
manifiesto delante de todos los
amigos de Crisóstomo, que han
acudido a despedirle.
Os invito, en primer lugar, a que
atendáis a las palabras de la
singular Marcela y que, por un
instante, reflexionéis si sus
palabras tienen en nuestros días
algún tipo de vigencia y que
penséis si, incluso, este discurso
feminista está muy por encima
de los a veces empobrecidos
proyectos y eslóganes
feministas en boca de mujeres u
hombres que persiguen
estrategias comerciales y
publicitarias que nada tienen de
feminista y sí -y mucho- de
estructuras patriarcales rancias
y hondas.
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«Hízome el cielo, según vosotros decís,
hermosa, y de tal manera que, sin ser
poderosos a otra cosa, a que me améis os
mueve mi hermosura; y, por el amor que me
mostráis, decís, y aun queréis, que esté yo
obligada a amaros. Yo conozco, con el
natural entendimiento que Dios me ha
dado, que todo lo hermoso es amable; mas
no alcanzo que, por razón de ser amado,
esté obligado lo que es amado por hermoso
a amar a quien le ama. Y más, que podría
acontecer que el amador de lo hermoso
fuese feo, y, siendo lo feo digno de ser
aborrecido, cae muy mal el decir
“Quiérote por hermosa; hazme de amar
aunque sea feo” […] ¿por qué queréis que
rinda mi voluntad por fuerza, obligada no
más de que decís que me queréis bien? Si
no, decidme: si como el cielo me hizo
hermosa me hiciera fea, ¿fuera justo que me
quejara de vosotros porque no me
amábades? […].
La honra y las virtudes son adornos del
alma, sin las cuales el cuerpo, aunque lo sea,
no debe de parecer hermoso. […]
«Yo nací libre, y para poder vivir libre escogí
la soledad de los campos. Los árboles destas
montañas son mi compañía, las claras aguas
destos arroyos mis espejos; con los árboles
y con las aguas comunico mis pensamientos
y hermosura. Fuego soy apartado y espada
puesta lejos. A los que he enamorado con la
vista he desengañado con las palabras. Y si
los deseos se sustentan con esperanzas, no
habiendo yo dado alguna a Grisóstomo ni a
otro alguno, el fin de ninguno dellos bien se
puede decir que antes le mató su porfía que
mi crueldad. Y si se me hace cargo que eran
honestos sus pensamientos, y que por esto
estaba obligada a corresponder a ellos, digo
que, cuando en ese mismo lugar donde
ahora se cava su sepultura me descubrió la
bondad de su intención, le dije yo que la mía
era vivir en perpetua soledad, y de que sola
la tierra gozase el fruto de mi recogimiento
y los despojos de mi hermosura; y si él, con
todo este desengaño, quiso porfiar contra la
esperanza y navegar contra el viento […]
Porfió desengañado, desesperó sin ser
aborrecido: ¡mirad ahora si será razón que
de su pena se me dé a mí la culpa! […]
«El cielo aún hasta ahora no ha querido que yo
ame por destino, y el pensar que tengo de
amar por elección es escusado.
[…] entiéndase, de aquí adelante, que si alguno
por mí muriere, no muere de celoso ni
desdichado, porque quien a nadie quiere, a
ninguno debe dar celos; que los desengaños no
se han de tomar en cuenta de desdenes. […]
Que si a Grisóstomo mató su impaciencia y
arrojado deseo, ¿por qué se ha de culpar mi
honesto proceder y recato? […] Yo, como
sabéis, tengo riquezas propias y no codicio las
ajenas; tengo libre condición y no gusto de
sujetarme: ni quiero ni aborrezco a nadie. No
engaño a éste ni solicito aquél, ni burlo con
uno ni me entretengo con el otro. La
conversación honesta de las zagalas destas
aldeas y el cuidado de mis cabras me
entretiene. Tienen mis deseos por término
estas montañas, y si de aquí salen, es a
contemplar la hermosura del cielo, pasos con
que camina el alma a su morada primera.»
La pastora Marcela comienza su discurso
planteando a los presentes la siguiente
pregunta: ¿por qué está la mujer obligada a
corresponder los halagos y el amor de un
hombre incluso si este es un amor sincero?
¿Por qué no puede una mujer elegir la
soledad de los campos y renegar del
matrimonio? En la época de Cervantes la
mujer no podía decidir, en la mayoría de los
casos, con quién compartir su vida o
disponer de medios propios para subsistir.
Por ello el hecho de recibir las atenciones
de un hombre honrado era motivo
suficiente para lanzarse al matrimonio.
A través del estudio literario en las clases
vemos como en multitud de obras la mujer
representa un papel subordinado que
comienza a quebrarse con la llegada del
tópico de la femme fatale durante el
Romanticismo. Es una proeza que
Cervantes denunciara la falta de libertad y
autonomía femenina usando como vehículo
de su pensamiento a Marcela. Como ocurre
con otros pasajes de este maravilloso libro,
muchos personajes es tán construidos con
base en la construcción de una parodia de
géneros ya existentes, en este caso el
pastoril -género en el que se nos narra el
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amor idealizado de dos pastores también
idealizados-. Que Cervantes nos muestre,
en contraste, una historia de amor entre
pastores donde la mujer rechaza al hombre
(no por estar enamorada de otro hombre
sino porque prefiere la soledad) y que el
asunto acabe en suicidio no deja de ser una
parodia que invita a la risa. Pero Cervantes
era un genio y aprovecha la máscara de la
parodia para atreverse a lanzar al mundo
una ristra de verdades feministas.
A continuación vemos cómo Marcela
explica que no es responsable de que
Grisóstomo no quisiera escuchar sus
palabras de rechazo.
Si no ha dado esperanzas o ha
correspondido con palabras de amor ¿por
qué debería hacerse cargo ella de la muerte
del pastor? Y es que es tradición que a
veces el hombre no quiera escuchar la
negativa femenina y opte por interpretar
que es un mecanismo para alimentar aún
más el deseo masculino. Marcela, como
todas las mujeres y también los hombres,
tiene derecho a decir no sin desencadenar
con ello algún otro acto que no sea el
respeto de su decisión. Me conmueve que
Cervantes, dueño sin duda de un sentido
común abrumador, viese ya entonces que
todos merecemos ser libres de vivir y amar
como queramos al margen de estructuras
sociales que son, sin duda, injustas. Quiero
que os percatéis que no hay odio en el
discurso de Marcela, así como no debe
haberlo tampoco hoy. El odio es siempre
enemigo de las libertades.
El segundo segmento contiene el famoso
grito por la libertad: “Yo nací libre” que
significa que Marcela, como cualquier
mujer, nació como un ser humano desnudo
de toda construcción social y que es la
propia sociedad la que va instaurando
tanto en hombres como mujeres unas
conductas de comportamiento y
pensamiento orientadas a regular cómo
deben ser las relaciones entre hombre y
mujeres y, por lo tanto, cómo deben
comportarse los humanos socialmente. Esta
construcción social tradicionalmente ha
favorecido al ala masculina y son muchas
las voces que han clamado por la libertad y
la igualdad: Simone de Beauvoir, Virginia
Woolf o Margarett Atwood entre otras
muchas. Muchas de ellas llorarían si vieran
en el escaparate político en que se ha
convertido la defensa de la igualdad y la
libertad. Curiosamente la aceptación de la
necesidad de esta búsqueda de la igualdad
y la lucha contra estereotipos de género -
que desfavorecen el valor de la mujer como
humano y la convierten en objeto sexual-
convive con programas televisivos de
elevada audiencia (de cuyos nombres no
quiero acordarme) -mediocres y vulgares-
que promueven precisamente que sigamos
cosificando a la mujer y midiendo el valor
de la misma con medidas diferentes a las
del alma o la inteligencia. Es
extremadamente grave que estos
estereotipos también se estén extendiendo
al ámbito masculino y con lo cual estemos
asistiendo no solo al estancamiento en la
lucha por la libertad sino a un retroceso.
Debéis daros cuenta de esto.
“tengo
riquezas propias y no codicio las ajenas; tengo
libre condición”
Por último, observamos que Marcela alude a
posesiones que le son propias y que viene a
reforzar su capacidad para ser autónoma,
autosuficiente y libre. No se refiere solo a
posesiones materiales. Es toda una
conquista llegar a la posesión de la idea de
que el individuo, hombre o mujer, tiene
derecho a ser libre.
Finalmente, Marcela no anhela otra cosa
que no sea vivir en la paz en los campos.
El Quijote es la novela de la búsqueda de la
libertad y de la libertad de pensamiento.
Tanto Don Quijote como otros muchos
personajes luchan por vivir sus vidas de la
manera en que siempre lo han soñado. Es
preciso, llegados a este punto, entender
que los grandes principios, como la verdad
o la justicia, son difíciles de conquistar,
pero siempre han
existido grandes mentes que nos han ido
dibujando los trazos del camino a seguir.
Este camino a veces puede chocar con
intereses económicos o políticos, pero
debemos luchar tal como lo hizo don
quijote, caballero incansable. Aunque la
verdad y la justicia anden empañadas por
las sinrazones de nuestra razón.
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La conocí en mis años de estudiante universitario. Se
llama María Victoria Galloso Camacho. Es Profesora
Titular de Filología Española en la Universidad de
Huelva, Coordinadora del área de Lengua Española
de dicha Facultad, imparte clases, investiga y publica,
es madre de dos adolescentes y, por si fuera poco,
aún saca tiempo y ganas para ayudar a quienes lo
necesitan. Tuve la suerte de ser su alumno y, quizá,
por su generosidad sin límites y su cercanía, nuestra
relación mutó hacia una amistad que hoy la ha
convertido en parte de mi familia. Tiene los pies en la
tierra y los ojos puestos en el cielo. Hoy conocemos
un poco más a Victoria Galloso. Victoria, antes de
nada, te agradezco profundamente que nos atiendas
y nos permitas conocerte más de cerca.
Esta invitación es un honor para mí.
Si te parece, empecemos por el principio. Me
gustaría que nos contaras quién eres, dónde naciste
y cómo recuerdas tu infancia.
Soy Victoria Galloso. Nací en Lepe (en la cama de mi
madre, en la calle Plaza, número 48) en la madrugada
del 2 al 3 de junio de 1972. Soy la segunda de cinco
hermanos (tengo un hermano mayor, y una hermana y
dos hermanos menores). Mi madre tuvo 5 hijos en 8
años, algo natural en aquellos tiempos.
El recuerdo de mi infancia ha variado mucho a medida
que me he ido convirtiendo en una mujer adulta. Al
principio eran recuerdos tormentosos porque mi
padre, a pesar de ser un hombre autodidacta, un
lector empedernido, con una memoria prodigiosa, y
unas maravillosas cualidades para la música, la pintura
y las manualidades en general, bebía mucho. Y esta
circunstancia lo transformaba en un ser difícil,
temible, solitario y agresivo en sus formas de mirar y
de hablar.
Pero mi casa no era solo mi padre, era mi maravillosa
abuela Teresa, discapacitada de medio cuerpo desde
que la conocí. ¡Pura magia! Fue la que me enseñó a
honrar a mis padres, fueran como fueran. Con ella
pasaba horas y horas, charlando y acompañándola,
mientras hacía mis deberes u ordenaba
escrupulosamente mis pequeños lápices de colores.
ENTREVISTA
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El colegio me encantaba, mi maestra Dª.
Gertrudis y mi clase de 1º a 5º, gente sencilla,
humilde, sana, a los que sigo viendo por la calle
y me emocionan con el recuerdo de aquellos
preciosos años.
Con mis hermanos he jugado poco, somos
distantes, pero muy unidos en los momentos
en los que nos necesitamos, en los de alegría y
en los de dolor.
No quiero dejar atrás a mi amiga Isabel Díaz
Mingorance, la hija de Paco Díaz, el dueño de la
cadena de supermercados El Jamón. En aquel
tiempo solo tenía un súper en Lepe y otro en La
Antilla. Y yo pasaba con ella las horas muertas
haciendo deberes y jugando en su gran piso de
Lepe, fue otro de mis refugios de infancia: mi
abuela, mi cole y su casa.
En muchos momentos de mi vida hubiera
descrito mi infancia como “horrible”, hoy no.
Gracias a lo que viví soy hoy la persona que
soy.
¿Cómo era tu instituto? ¿Qué recuerdos
guardas de aquellos años?
Cuando terminé la EGB (Educación General
Básica), no quería ir al Instituto.
Mi exceso de responsabilidad y mi miedo al
fracaso no me permitían ver más allá de una
Formación Profesional. Muchos de mis
compañeros hicieron Administrativo y a mí me
hubiera gustado compartir esos cinco años con
ellos. Pero ahí estaba siempre mi madre, que
proyectó en mí todo su deseo de haber tenido
una carrera universitaria. En Lepe no había
Instituto con Bachillerato, teníamos que
desplazarnos diariamente a Cartaya.
Comprábamos un ticket para el autobús, que el
conductor iba picando cada día. Por aquellos
años, las clases eran por la mañana y por la
tarde, así que era muy sacrificado.
Como en mi vida en general, he sido muy crítica
con la gente que se siente superior en algo,
especialmente en lo económico. Y siempre me
he acercado a compañeros sencillos.
Guardo muy buen recuerdo de un buen grupo
de cartayeros, pero otro no me caía nada bien.
En realidad, este problema de prejuicio se debía
a una baja autoestima y a miles de complejos
porque nadie me demostró nunca ser mala
persona.
Hoy los quiero a todos, sin excepción. Tuve
profesores magníficos, quiero destacar a
Estrella Flores, de Lengua Española, una de las
responsables de que hoy me dedique a la
Lengua. No era muy querida por los estudiantes
por su seriedad y disciplina, pero a mí me
gustaba muchísimo. Y otro de mis grandes
regalos fue Juan Ruiz, de Latín, con quien sigo
manteniendo contacto por cuestiones de
investigación y cuya sabiduría me fascina.
No fueron los mejores años de mi vida, creo que
no he tenido nunca épocas que describiría como
“los mejores años de mi vida”, salvo mis
embarazos y los primeros años de mis hijas.
Pero sí estoy llena y soy el producto de muchos
y grandes momentos: minutos, horas, algunos
días que he compartido con buena gente que
han construido el mosaico que soy hoy. Lo poco
bueno que hay en mí se lo debo a todos ellos.
Si atendemos a su origen etimológico, la
palabra “filología” significa “amor o interés por
las palabras”. ¿Cuándo supiste que sentías ese
amor o interés? ¿Por qué te decantaste por la
filología?
Sin ser consciente de ello, porque ningún
maestro me lo enseñó como es debido, me
encantaba la parte matemática de la Lengua: la
sintaxis, y esta asignatura en general. Y quiero
dejar claro que nunca he sido la primera en
nada, pero tampoco me quería quedar atrás. Y,
como el colegio y mi maestra Dª. Gertrudis
fueron pilares fundamentales en mi vida,
entiendo que aquello me marcó para no
descartar la profesión de maestra. Y ahí estaba
de nuevo mi madre, que no solo no se
conformó con que me fuera a estudiar
Administrativo, sino que tampoco le pareció
mucho lo de Magisterio, así que convenció a
Estrella Flores para que hablara conmigo y me
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animara a hacer Filología Hispánica.
He de reconocer que me resultaba pesado leer
la literatura no me encantaba, pero he
aprendido a amarla con el tiempo, y cuando
más mayor soy, aunque soy especialista en
Lengua Española, más me interesa la literatura,
especialmente toda la que tenga que ver con lo
social. Ahora, por ejemplo, estoy leyendo
mucha literatura de mujer: poesía social
hispanoamericana, escritoras místicas
comprometidas con los derechos humanos del
siglo XX, entre otras.
Así que mi madre se salió, afortunadamente
para mí, con la suya, y me fui a la hermosa
ciudad de Salamanca a hacer mi carrera, donde
no solo me licencié en Filología Hispánica, sino
que también comencé mi andadura en la
enseñanza de español como lengua extranjera
en los Cursos Internacionales y donde también
me doctoré en junio de 2001, embarazada de
mi hija mayor, Julia.
Estudiaste en Salamanca. ¿Qué supuso para ti
abandonar Lepe e instalarte allí?
Esa es la pregunta que me hace todo el mundo:
¿por qué hiciste la carrera en Salamanca?, ¿por
qué no la hiciste en Sevilla? Mi madre tiene una
hermana casada en Ayamonte desde hace más
de 50 años. Y tiene dos hijas unos años
mayores que yo, una de las cuales se había ido
a estudiar allí Empresariales, es una aventurera.
Así que todos pensaron que sería mejor que me
fuera con ella y mi tía podría ayudarme con los
gastos si alguna vez me encontraba en apuros,
porque pude sacar la carrera a base de becas y
de trabajar durante las vacaciones.
Irme fue un trauma. Ya por entonces salía con
el que hoy es mi marido, y mi familia y mi
pueblo (es decir, mi ignorancia) me pesaban
mucho. Ni yo misma sabría explicar hoy cómo
pude soportarlo. Solo sé que nunca quise
decepcionar a mi madre y este fue mi regalo
para ella. Hoy entiendo que no es así, que lo
hizo por mi bien y que no se equivocó.
A mis nueve años en Salamanca le debo
muchísimo de lo que soy hoy. No fue fácil, y al
final volví, como siempre había soñado. Hoy no
me arrepiento, pero algunas veces me pregunto
cómo hubiera sido mi vida (y la extraño) si me
hubiera quedado allí. La considero mi segunda
casa.
Comenzaste a trabajar en la Universidad de
Salamanca. ¿Qué circunstancias propiciaron
que acabaras trabajando en la universidad en la
que estudiabas? La verdad es que jamás me
imaginé ser tan afortunada. Muchos estudiantes
universitarios no saben que pueden concursar a
ser Becarios de Colaboración en el último año
del Grado (y, en la actualidad, en el primer año
de Máster). Esta beca es compatible con la del
Ministerio, y supone un vínculo con un proyecto
de investigación del profesor o profesora que
firma dicha solicitud, además de una cuantía
económica. Y así fue, me la concedieron. La
había pedido con mi profesor preferido, claro
está, quien después se convirtió en mi director
de Tesis Doctoral, el catedrático D. Julio
Borrego Nieto.Cuando estaba terminando 5º,
allá por el mes de junio del año 1995, mi
maestro D. Julio me preguntó por mi nota
media, porque la Facultad de Filología daba la
oportunidad a los tres mejores expedientes de
cada promoción que terminaba sus estudios de
impartir cursos de español a extranjeros durante
aquel verano. En aquel momento, no estaba
muy segura de mi media, porque no conocía mis
calificaciones finales, y me sentí contrariada: por
un lado, me hacía mucha ilusión ser elegida (por
el reconocimiento a mi trabajo, por mis padres,
por la experiencia que iba a vivir, por el
dinero…); por otro, no podría volver a casa en
vacaciones. Y fui el tercer mejor expediente de
mi promoción. Y allí estaba el 1 de julio, en un
curso con jóvenes americanos de Pensilvania,
mi primera experiencia docente. Ese mismo año,
aunque empecé a preparar las Oposiciones para
ser profesora de Secundaria, mi maestro me
había animado a concursar de nuevo a las Becas
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de Investigación del Ministerio, que tenían una
duración de cuatro años en los que debía realizar
mi Tesis Doctoral y compaginarlo con la
docencia en la Facultad de Filología de
Salamanca. No me hacía mucha ilusión, me
preocupaba que me la concedieran porque ello
significaría 4 años más allí. ¿Qué hice? La solicité.
¿Qué pasó? Me la concedieron, había 13 becas y
fui la número 13. Así que, a continuar…. Y mi
madre la mujer más feliz del mundo, claro.
De Salamanca regresaste a Huelva. ¿Por qué?
¿Echabas de menos tu Tierra?
A mi pueblo siempre lo he llevado en mi corazón.
Creo que la mejor respuesta a esta pregunta está
en una poesía que escribí allí, en el año 1995, y
se la envié a mis padres por carta, como se hacía
antes. No es buena, no soy poeta, pero responde
a lo que se pregunta:
A MI FAMILIA
Hace ya varios otoños
que salí de mi ciudad,
y mi familia, mi casa,
todo se quedaba atrás.
Atrás quedaban problemas,
tiempos de felicidad,
paisajes, caras, olores,
que nunca puedo olvidar.
Siento con toda mi alma
no poderos consolar
cuando atacan vuestras vidas
momentos de soledad,
o reír a carcajadas,
reír tanto, hasta llorar,
cuando corren buenos tiempos
y los queréis celebrar.
Que sepáis que soy feliz
si vosotros lo sois más.
Es muy injusto que me queje
cuando hay quien no tiene pan
para llevarse a la boca
a la hora de almorzar.
Los éxitos que yo tenga
os los voy a dedicar,
y los fracasos que vengan
los trataré de olvidar,
para llenar vuestras vidas,
no de penas, sí de paz.
Desde esta, mi Salamanca,
nunca os dejaré de amar.
Cuando llegaste a la Universidad de Huelva,
¿Qué tipo de universidad te encontraste?
Una Universidad joven, sin jerarquías, llena de
luz, y muy cerquita físicamente de los míos. Las
Universidades antiguas, las mal llamadas “de
prestigio”, responden en muchas ocasiones a:
cría fama y échate a dormir. Es cierto que no es
verdad al cien por cien, pero sí en un alto
porcentaje. Están llenas de catedráticos ilustres
que vienen a clase contando sus batallitas y las
aulas están repletas de estudiantes que son un
número.
En la Universidad de Huelva, en el Grado de
Filología Hispánica, se está realizando un trabajo
de seguimiento de los estudiantes egresados, y
se procura atender emocional, académica y
profesionalmente a cada uno de ellos desde que
ingresan hasta que egresan. Es un espacio
abierto que oferta una salida al alumnado como
SICUE, ERASMUS, en los Grados y en los
Posgrados. ¿Cometemos fallos? Por supuesto,
estamos trabajando por mejorar siempre.
Mi hija mayor tiene ahora 19 años. Obtuvo una
nota muy alta en Selectividad, lo que le permitía
cursar Enfermería (que era lo que quería) en
cualquier Universidad española. Sin embargo, yo
he querido que la hiciera en Huelva. Es la 6ª en
el ranquin español. Creo que con esto no tengo
mucho más que decir que me gusta mi
Universidad, la UHU.
En mis años de facultad las aulas de Filología
estaban prácticamente vacías. Recibíamos una
atención personalizada y disfrutábamos de una
relación muy directa con el profesorado. Sin
embargo, era insostenible por la escasa
rentabilidad económica de esas titulaciones
¿Cómo están las aulas en la actualidad?
El curso de 1º es el más numeroso, en concreto
el turno de mañana, en el que están
matriculados 60 estudiantes. Y no hay más
porque es el límite establecido por la UHU.
Es un curso común a los estudiantes de Estudios
Ingleses, Filología Hispánica, Doble Grado y
Humanidades.
Ya en 2º se reduce a la mitad, más o menos.
Suelen ser unos 40 los que continúan en Hispá-
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nicas que,comparado con vuestros grupos, son
muchísimos. Y, aunque no esté bien
reconocerlo, algunos de los que había elegido
realizar Estudios Ingleses en 1º se cambian a
Hispánicas. Tenemos mucho trabajo, gracias a
Dios. El área de Lengua Española cuenta ya con
un total de cuatro profesores de plantilla (todos
doctores y yo soy la más vieja, así que es un
lujo), 3 con contratos indefinidos y 1 o 2 con
contrato de sustitución. Aquí es donde se refleja
el crecimiento de la demanda en Filología
Hispánica, y todos somos jóvenes.
Por tu carácter cercano y tu capacidad para
humanizar la relación docente-alumno acabas
conociendo a tus alumnos en la distancia corta.
¿Ha cambiado el alumnado durante todos estos
años de docencia?
En absoluto, en mis cursos siempre hay
estudiantes educados, sencillos y con mucho
interés en aprender. Me sigue sorprendiendo
cada año el encontrarme con jóvenes llenos de
valores y con una gran capacidad cognitiva,
madurativa y de trabajo. Llegan con muy buen
nivel de idiomas y yo me encargo de hacer la
otra parte, de terminar de enamorarlos del
Grado, especialmente de la Lengua Española. En
mi caso, llevo más de 7 años tutorizando a
estudiantes que han conseguido Becas de
Colaboración, que se conceden a nivel de toda
la Universidad en función de la calificación
media del expediente. Y con muchos sigo
trabajando en la realización de artículos, ya
publicados algunos en revistas de reconocido
prestigio. Incluso en la dirección de Tesis
Doctorales. Precisamente, en pocos meses
publicamos Montemayor Martín Camacho y yo
un libro que se llama Diccionario de
onubensismos. Patrimonio lingüístico de Huelva
para su conservación y enseñanza. Ahora ya
dejan de ser mis alumnos para ser mis
compañeros de investigación. En esta
publicación aprovecho para pedirte, Jose,
que te animes a escribir una Tesis Doctorales.
No hay que tener miedo a la responsabilidad,
tú vales para ello.
Háblanos un poco de tu trabajo en la
Universidad de Huelva. Docencia,
investigación, publicaciones… ¿En qué andas
inmersa en la actualidad? ¿Cómo se gestiona
todo ese trabajo? ¿Compensa someterse a esa
presión?
He sufrido mucho, muchísimo en la Universidad,
en gran parte por mi propia condición personal,
sería injusto culpar siempre a los demás. Pero es
cierto que los profesores universitarios
comprometidos, realmente comprometidos
(como sucede en los Institutos), trabajamos de
día y de noche. No tenemos vacaciones, nunca.
El trabajo se ha multiplicado con la creación de
Comisiones, los Trabajos de Fin de Grado, los
Trabajos de Fin de Máster, la docencia virtual, el
invento político de los Sexenios de
Investigación. Yo estudié para ser docente, y
esta tendría que ser mi primera y máxima
dedicación. Sin embargo, hoy el sistema es tan
exigente con nosotros que nos asfixia. Todo se
mueve a base de acreditaciones y concursos
politizados.
El pasado curso me ofrecieron ser Directora de
Acceso en la Universidad, trabajar con el
alumnado. También me han pedido ser
Vicedecana de la Facultad de Humanidades.
Pero durante muchos años he tenido que dejar
de lado la investigación por motivos familiares y
porque la docencia para mí es muy importante.
En el mes de diciembre de 2019 era la tercera
vez que solicitaba el reconocimiento de mi
primer Sexenio de Investigación, las dos primera
veces me lo habían denegado. Y el 1 de agosto
me llegó el sí. Es un reconocimiento a la calidad
de la investigación en cuanto a la publicación de
libros, artículos o capítulos de libros en
editoriales de reconocido prestigio e impacto.
Podía haber renunciado a pedirlo, pero no tener
Sexenio no me permite dirigir Tesis Doctorales
en solitario, ni tener Proyectos de Investigación,
ni Becarios de Investigación, ni formar parte de
Tribunales…
Y ya no lo hago por mí, sino por mis estudiantes,
que se lo merecen todo. Es el único motivo por
el que me ha compensado esta presión.
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Así que entre los años 19-21 mi dedicación a la
investigación ha cambiado. Es cierto que en los
últimos 10 años he tenido que atender a mi
padre, a mi madre y a mis suegros en sus
enfermedades respectivas (todos han fallecido,
mi suegra el pasado mes de octubre). Y mis hijas
se han hecho mayor.
Así que ahora escribo mucho y de muchas
cosas: la lectura de la imagen, el lenguaje
poético de la mujer, la lingüística social, la
pragmática de las nuevas tecnologías, entre
otros.
¿Cómo ha influido la pandemia en la docencia
universitaria? ¿Qué consecuencias puede tener
esta situación para el alumnado universitario?
Ayer hubiera dicho que negativa, hoy puedo
decir que positiva. Verás, esta semana he estado
muy preocupada, angustiada, porque tenía clase
con los estudiantes de 1º por primera vez en mi
vida de manera virtual. Y, quien me conoce,
sabe que yo doy clases con todo mi cuerpo y
con toda mi alma. Y eso no es fácil a través de
una pantalla. Pero el jueves y el viernes he
tenido ese primer contacto, y ha ido bastante
bien.
Estoy muy contenta. Cuando se trabaja duro y
se prepara bien la tarea, se recibe recompensa.
Llevo varios meses realizando cursos de
preparación de la plataforma MOODLE
organizados por la UHU y he aprendido mucho
de la experiencia de los compañeros. Así que
esta ha sido una prueba de fuego que nos ha
servido para volver a afrontar situaciones
inesperadas.
Sí es cierto que habrá profesores y profesores,
pero que la mayoría se está esforzando, no me
cabe ninguna duda. Que me está pasando
factura, por supuesto. Mi cuello, mi espalda y mi
vista se están resintiendo muchísimo. Y tenemos
que acudir a medicación y fisioterapia
constantemente, y las gafas de presbicia.
Pero hay profesiones (y muchas no reconocidas
como tales) muy duras en las que no había
pensado nunca: familiares cuidadores,
mineros,administrativos, camperos, marineros,
asistentes sociales, sanitarios, entre otros, así
que no soy nadie para quejarme, soy una
privilegiada.
Todos los que hemos pasado por la universidad
sabemos con mayor o menor precisión que la
universidad puede ser un lugar hostil en el que
demasiadas personas tratan de medrar y
ascender. ¿Es posible llegar adonde has llegado
sin dejar ningún cadáver en el camino?
No diría yo cadáver, pero sí amigos que hoy son
únicamente compañeros, lastimosamente. Más
aún, diría que todos los que consideraba amigos
son hoy solo compañeros. Sin embargo, cuando
pasa el tiempo, piensas en lo bueno de cada uno
de ellos y a todos les deseo salud, paz y muchos
triunfos, y les agradezco lo que han contribuido
en hacer de mí una persona mejor.
En los últimos años estás desempeñando la
labor de correctora de la materia de Lengua
Castellana y Literatura para la PEvAU (antigua
Selectividad), ¿no? Este año te han nombrado
Ponente de dicha especialidad por la
Universidad de Huelva. ¿Cuáles son los errores
más comunes que comete el alumnado que se
enfrenta a dicha prueba? ¿Qué consejos les
darías a quienes van a afrontar ese examen?
Los consejos deben ser para los profesores,
responsables primeros y últimos de la formación
de los jóvenes. Recuerda que siempre os he
dicho en clase que hay un tratamiento desigual
en la enseñanza de la Lengua y las Matemáticas
en las aulas. Pero esto se debe a la carente
formación universitaria que han recibido
profesores y maestros. En nuestra especialidad
se dejan de enseñar muchos contenidos básicos
o no se enseñan bien. Y esto no se puede
recuperar en un curso de 2º de Bachillerato, y
menos aún con la presión de la Selectividad.
Nuestra materia es muy disciplinada y muy
matemática. Si facilitáramos estrategias a los
estudiantes desde que están en el colegio, y
continuáramos con esta labor en ESO, no habría
problemas de comprensión y expresión.
Mi consejo es responder a las pruebas con ma-
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durez y con conocimiento de lo que está
pasando en el mundo, a todos los niveles. Quien
sabe puede opinar, quien no sabe no puede
opinar. Ser coherente con lo que se pregunta y
argumentar lo que se responde siempre, de
forma breve: mi respuesta es esta por esto. Y no
dejar preguntas en blanco. Este año la nota
media ha bajado porque muchos estudiantes no
quieren estudiar la literatura y son puntos que
se pierden.
Así que más trabajo y esfuerzo desde la
docencia universitaria implica más calidad en la
enseñanza y aprendizaje de Primaria y
Secundaria.
Hablemos ahora del andaluz o de la modalidad
de habla andaluza. ¿De dónde procede el
tópico de que los andaluces hablamos mal?
¿Crees que los medios de comunicación han
contribuido a crear un estereotipo negativo del
hablante andaluz?
Este tema es muy largo y controvertido. Ahora,
cada vez más, me cuestiono los conceptos de
“dialectalismo”, “regionalismo”, etc. El andaluz es
español, ni más ni menos, con sus variantes
fonéticas, morfológicas y sintácticas, pero tan
español como lo es el de Cuenca. Otro asunto
es que en todas las partes donde se habla
español se cometan errores, en el sentido de no
ser normativos según la Real Academia Española
de la Lengua. Y la responsabilidad de ese
estereotipo negativo viene de nosotros mismos,
del propio andaluz. No tenemos una política
lingüística. Y, aunque muchos defienden con
criterio nuestra modalidad de español, son
muchos más los que por ignorancia se ven
reconociendo que “qué bien hablan los de
Madrid, los de Cuenca o los de Valladolid”. Jose,
es un asunto para un curso entero.
Victoria, una de las mayores dificultades que
afrontamos los profesores de secundaria es
conseguir que el alumnado escriba con
corrección ortográfica. ¿Qué recomendación
darías a docentes y alumnos para mejorar ese
aspecto?
Disciplina, disciplina y más disciplina. La
personal del docente, que no la tiene en muchas
ocasiones, y la exigida al estudiante. Escribir
mucho y copiar mucho, más dictado, pulir los
criterios de enseñanza de las reglas de
ortografía (muchos profesores de lengua no
saben distinguir un hiato de un diptongo), más
actualización, más rectitud a la hora de evaluar
los errores de ortografía. Un profesor de
matemáticas no pasa que un 2+2 sea 5.
Nosotros tampoco deberíamos haberlo hecho.
Así nos va. Disciplina, en definitiva.
No es extraño que algún alumno durante el
estudio de la sintaxis esgrima aquello de “¿Y
esto para qué sirve, maestro?”. ¿Qué le dirías?
Se me ocurren muchas cosas y pocas a la vez.
Me estás haciendo preguntas nada fáciles de
responder ni en una vida entera. El sistema ha
fallado, nuestra formación universitaria (en el
sentido pedagógico) ha fallado y ahora no
podemos pretender que los profesores de
secundaria realicen su trabajo con toda la
corrección que deberían. Ese es uno de mis
objetivos docentes siempre, que no seamos
“profesores de lengua estafadores”. La sintaxis
es muy matemática, tiene una serie de normas o
estrategias cuasi inamovibles que, de aplicarlas,
el estudiante disfrutaría con ello y le vería la
lógica. Les diría que hagan Filología Hispánica
en Huelva y lo descubrirán, como lo hiciste tú
en su momento.
Me gustaría conocer tu opinión sobre un
aspecto que afecta a nuestra lengua en la
actualidad. ¿Qué piensas del lenguaje
inclusivo?
Soy partidaria del lenguaje inclusivo, siempre
que se utilice con coherencia y sin agresividad
respecto del sistema lingüístico que ya tenemos.
Siempre habrá que analizar los contextos en los
que nos encontramos y las personas con las que
nos vamos a comunicar. Hay que ser
competentes en este sentido y dominar la
lengua de manera que podamos responder con
acierto a todas las necesidades sociolingüísticas,
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porque el español está lleno de herramientas
para ello.corrección que deberían. Ese es uno de
mis objetivos docentes siempre, que no seamos
“profesores de lengua estafadores”. La sintaxis
es muy matemática, tiene una serie de normas o
estrategias cuasi inamovibles que, de aplicarlas,
el estudiante disfrutaría con ello y le vería la
lógica. Les diría que hagan Filología Hispánica en
Huelva y lo descubrirán, como lo hiciste tú en su
momento.
Me gustaría conocer tu opinión sobre un
aspecto que afecta a nuestra lengua en la
actualidad. ¿Qué piensas del lenguaje inclusivo?
Soy partidaria del lenguaje inclusivo, siempre
que se utilice con coherencia y sin agresividad
respecto del sistema lingüístico que ya tenemos.
Siempre habrá que analizar los contextos en los
que nos encontramos y las personas con las que
nos vamos a comunicar. Hay que ser
competentes en este sentido y dominar la
lengua de manera que podamos responder con
acierto a todas las necesidades sociolingüísticas,
porque el español está lleno de herramientas
para ello.
Para esta revista ha sido un verdadero placer
que nos hayas permitido conocerte un poco
más.
Muchas gracias, Victoria.
Ha sido un verdadero honor. Ya sabes, aquí sigo
para lo que necesites, porque quien no sirve
para servir no sirve para vivir.
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The way
of wisdom
BE ON CLOUD NINE:
BE VERY HAPPY /ELATED
Esta expresión se origina en la Agencia
Meteorológica de Estados Unidos quien
identifica diferentes tipos de nubes. La nube
de tamaño más grande, se encontró a unos
diez mil metros y se la conoce como la nube
nueve. Esta asociación con la felicidad tiene
lugar debido a que la palabra “high” también
significa eufórico o exaltado. Sería el
equivalente en nuestro idioma a estar en el
séptimo cielo. Veamos un ejemplo donde
utilizaríamos dicho refrán.
A: I asked my wife to post off a coupon for
the lottery so we could have a chance to win
a million pounds. We´ve never done it before
but I had a lucky feeling. I couldn´t believe it
when my wife told me we´d won.
B: That´s incredible! You must have been on
cloud nine.
A: Yes I was, until my wife remembered that
she had forgotten to post the coupon. So we
haven´t won anything!
CULTURA
INGLESA
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ESTHER VALLEJO
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DONDE
BRILLAN LAS
LUCIÉRNAGAS
¿Dónde están las luciérnagas?
Recuerdo que al anochecer el porche de mi casa se llenaba de pequeñas luces parpadeantes e
intermitentes, que me llenaban de serenidad, invitando a los sueños . No se parecían en nada a
esas pobres imitaciones que son las tiras de led, tan de moda ahora en las acarameladas
urbanizaciones de los esnobs. Ninguna de esas luces era igual, ninguna brillaba de la misma
manera… estaban vivas, habitaba en ellas un aliento y un latido únicos.
Esas lamparitas titilantes eran luciérnagas, y hoy están en peligro de extinción. Algunos expertos
culpan de esta situación al cambio climático, otros a la torpeza humana, algunos incluso, al
exceso de luz nocturna. Pero ya sabemos que los expertos están demasiado preocupados por su
“expertitud” y quizá no sepan que probablemente estén escondidas, reuniéndose en la oscuridad
de algún bosque solitario, allí donde las dejen brillar sin temor al deslumbramiento.
Y por eso, y por otras cosas que ya contaré otro día, si me apetece decirlas y a ti te apetece
escucharlas, quiero ofrecerte, Luciérnaga, este espacio, con la esperanza de que tu luz se una a
otra luz y esa a otra más y a otra y a otra y así, todas unidas, reconquistemos el brillo que nos
arrebató… el cambio climático, la torpeza humana, la luz de los faros de los coches, las
urbanizaciones de los snobs…. Ven aquí, Luciérnaga.
Un paraguas: incómodo
y necesario
eso fuimos un día
Un día cuando fuimos
no somos ya
ni siquiera un paraguas
DONDE BRILLAN LAS
LUCIERNAGAS
Tiempo fugaz
avanzando en relojes
días y noches
Cronos dormido
mecido por relojes
cuerdas vibrantes
POR REBECA DE LA COVA
La vida fluye
fluye como un gran río
termina en
un mar de almas
fluye hasta el fin delos
enormes días
El dulce amor
de tus caderas rojas
ardiente fuego
pasión es ella
la muerte en sus labïos
tiempo pasado
Liviano pelo
se derrama en tus dedos
y aquieta el alma
roce sufriente
áspero, frío, nuevo
mi niña ingenua
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H A Y K U S
E N C A D E N A D O S
Juntos podremos
llegar tan alto
como cohetes
Por la mañana
oyen la luz del sol
mis dos ventanas
Cálido sol
frío como la seda
tan pasional
El viento mueve
mi largo pelo, mi
alma
por las montaña
Lluviosa ella
poco a poco se moja
el alma hiela
Mi río pasa
por tu cálido pecho
sereno y firme
Con esta barca
Recorro un gran río
el de mi vida
Tus sentimientos
Enfurecidos
como huracanes
Distancia pérdida
con sentimientos
rotos
amor vacío
Calidez roja
en lo alto del mundo
baila nerviosa
Tú eres guapa
como la luna de
aquella tarde
Risa de sol
voluptuoso día
baila en tu iris
Como tu pelo
larga es la cascada
de nuestro bosque
Eres perfecta
como blanca
mañana
de noche azul
Duele tu ausencia
y aullidos de dolor
muerden mi alma
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L A I S L A D E L A S O R I E N T A C I O N E S
P O R L A U R A S Á N C H E Z
Este cuento es una i nvi taci ón a nuestro
al umnado a proponerse metas, a no li mi tar
sus sueños y a creer en una multi tud de
posibil idades propi as, que l e ayudarán a
convertirse en adul tos y adul tas li bres.
“Habí a una vez un ni ño muy curi oso,
sensi bl e e i nqui eto que fue al ci rco y se
quedó maravi l l ado al ver l a actuaci ón de un
gi gantesco el efante. En el transcurso de l a
funci ón, el maj estuoso ani mal hi zo gal a de
un peso, un tamaño y una fuerza
descomunal es… Durante el i ntermedi o del
espectácul o, el chaval se quedó todaví a
más sorprendi do al ver que l a enorme
besti a permanecí a atada a una pequeña
estaca cl avada en el suel o con una
mi núscul a cadena que apri si onaba una de
sus patas.
“¿Cómo puede ser que semej ante el efante,
capaz de arrancar un árbol de cuaj o, sea
preso de un i nsi gni fi cante pedazo de
madera apenas enterrado unos centí metros
del suel o?”, se preguntó el ni ño para sus
adentros. “Pudi endo l i berarse con faci l i dad
de esa cadena, ¿por qué no huye de ahí ?”,
si gui ó pensando el chaval en su fuero
i nterno.
Fi nal mente, comparti ó sus pensami entos
con su padre, a qui én l e preguntó: “¿Papá,
por qué el el efante no se escapa?” Y el
padre, si n darl e demasi ada i mportanci a, l e
respondi ó: “Pues porque está amaestrado. ”
Aquel l a respuesta no fue sufi ci ente para el
ni ño. “Y entonces, por qué l o encadenan?”,
i nsi sti ó.
El padre se encogi ó de hombros y, si n
saber qué contestarl e, l e di j o: Ni i dea”.
Segui damente, l e pi di ó a su hi j o que
l e esperara sentado, que i ba un momento al
baño.
Nada más i rse el padre, un anci ano muy
sabi o que estaba j unto a el l os, y que habí a
escuchado toda su conversaci ón, respondi ó
al chaval su pregunta: “El el efante del ci rco
no se escapa porque ha estado atado a esa
mi sma estaca desde que era muy, muy, muy
pequeño. ” Segui damente, el ni ño cerró l os
oj os y se i magi nó al i ndefenso el efanti to
reci én naci do suj eto a l a estaca.
Mi entras, el abuel o conti nuó con su
expl i caci ón: “Estoy seguro de que el
pequeño el efante i ntentó con todas sus
fuerzas l i berar su pi erna de aquel l a cadena.
Si n embargo, a pesar de todos sus
esfuerzos, no l o consi gui ó porque aquel l a
estaca era demasi ado dura y resi stente para
él . ” Las pal abras del anci ano provocaron
que el ni ño se i magi nara al el efante
durmi éndose cada noche de agotami ento y
extenuaci ón.
“Después de que el el efante i ntentara un
dí a tras otro l i berarse de aquel l a cadena si n
consegui rl o”, conti nuó el anci ano”, l l egó un
momento terri bl e en su hi stori a: el dí a que
se resi gnó a su desti no. ” Fi nal mente, el
sabi o mi ró al ni ño a l os oj os y concl uyó:
“Ese enorme y poderoso el efante que ti enes
del ante de ti no escapa porque cree que no
puede. Todaví a ti ene grabado en su
memori a l a i mpotenci a que si nti ó después
de nacer. Y l o peor de todo es que no ha
vuel to a cuesti onar ese recuerdo. Jamás ha
vuel to a poner a prueba su fuerza. Está tan
resi gnado y se si ente tan i mpotente que ya
ni se l o pl antea. ”
Cuento extraí do del l i bro “Déj ame que te
cuente» de Jorge Bucay.
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Orientaciones a las familias
Orientaciones a las familias
Orientaciones a las familias
CARIÑO
Cuando son niños el cariño y el
apoyo de los padres y madres es
fundamental. A partir de la
pubertad, su importancia es igual o
superior.
02
DIFERENCIA
Los adolescentes buscan, en algún
momento, ser diferentes a los
padres y madres. Esto les ayuda a
crecer.
03
CONVIVENCIA
La adolescencia no ha de deshacer
la convivencia familiar, sino que
debe entenderse como una
transformación.
01
FUTURO
Tomar decisiones sobre un futuro
incierto da miedo, es normal. Sólo
tenemos que ayudarles a avanzar,
pero por su propio camino.
06
IMAGEN
Que nuestros hijos e hijas intenten
«romper» con nuestras ideas más
bien a una voluntad de establecer
la diferencia, con la finalidad de
crearse una imagen de sí mismo
distinta.
04
COMUNICACIÓN
Es muy importante mantener
abierta una vía de comunicación,
que no represente un sermón.
05
DIÁLOGO
El diálogo con los hijos es una gran
herramienta para la tarea educativa
y será el principio de una buena
relación entre adultos.
07
DECISIONES
Si tomamos todas las decisiones
por ellos estaremos ahorrando
tiempo pero no les enseñaremos
de qué es capaz y qué posibilidades
tienen de elección.
08
IRREPETIBLE
Cada hijo e hija es único. Con su
ideosincrasia es como es.
09
Como padres y madres, debemos tener la responsabilidad de guiar a los hijos a avanzar. Debemos
contribuir en la búsqueda de su propio camino, entendiéndoles y valorando cómo son y hacia
dónde se quieren dirigir.
Partiendo de las características de la adolescencia os ofrecemos 9 pautas a tener en cuenta en la
etapa de la adolescencia:
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«Las matemáticas son una
gimnasia del espíritu y una
preparación para la filosofía».
Isócrates
ACERTIJO 1:
Buenos días. Si estáis leyendo esta carta es
porque ha llegado el momento de que el
instituto Odiel conozca los tesoros que tiene
guardado en su terreno. El año de su
construcción, se escondieron ocho piezas de
oro que fueron robadas a un ciudadano del
pueblo muy rico. Estas son ocho damas de
Ajedrez. Para poder encontrarlas en un futuro
se enterraron debajo de un tablero de Ajedrez
pintado en el patio del instituto y se hizo el
siguiente mapa:
En este mapa los números indican la cantidad
de Damas que podemos encontrar alrededor
de la casilla numerada y las X nos indican que
en esa casilla no se encuentra ninguna.
¿Dónde se encontrarán las ocho Damas?
Este problema sigue el mismo razonamiento
que el juego del buscaminas, así que una vez
que veas la estrategia que se debe seguir,
podrás ganar fácilmente a este conocido juego.
ACERTIJO 2:
Después de horas tratando de resolver el
enigma, Julia y Laura lo consiguieron. Se
fueron corriendo para desenterrar el tesoro
y encontraron las ocho Damas de oro. Julia,
que es una apasionada del Ajedrez, no pudo
resistir la tentación de proponerle a Laura el
siguiente reto al verse con las 8 damas:
¿Eres capaz de colocar las 8 damas en el
tablero de Ajedrez sin que se amenacen
entre ellas?
Recuerda que una Dama puede desplazarse
horizontal, vertical o diagonalmente todas
las casillas que quiera.
¿Eres capaz de ayudar a Laura?
Si encuentras las respuestas,
mándalas al correo
revista@iesodiel.es
¡MUCHO ÁNIMO!
ACERTIJOS
MATEMÁTICOS
Al volver de Navidades las orientadoras
del IES Odiel, Laura y Julia, decidieron
cumplir su propósito de año nuevo que
consistía en organizar el despacho del
departamento. Cuando estaban leyendo
informes de antiguos alumnos vieron un
papel muy antiguo que les llamó la
atención. Este estaba prácticamente
amarillo y casi se deshacía en las manos
de lo deteriorado que estaba. En la carta
había escrito lo siguiente:
P O R A L F O N S O M O R A T O
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Ahora que la primavera es inminente y que será mejor bienvenida y
algo más hermosa que la anterior, que se vivió con la pesadumbre
de la maldita peste Covid aún no totalmente erradicada, ahora,
justamente, viene a nacer como una nueva flor esta nueva revista
que recibimos y que debe mover a quienes tienen espíritu inquieto
y aman la lectura, la escritura y la cultura, y ha de implicar a la
gente que tiene algo que contar, algo que decir o que tiene sueños
y quizá quiera incautamente compartir algunos.
Ahora que a estas edades muchos de vosotros sabéis algunas cosas
de nuestro pueblo, también desconocéis otras que parecen ocultas
o quizá olvidadas por esos pliegues que el tiempo hace en su
discurrir. Por tanto, ahora, como uno todavía puede recordar y
contar, os diré que mucho antes de la existencia de este IES, que
figurará para siempre en vuestra biografía, existió otro instituto en
nuestro Gibraleón y en él cursaron estudios algunos de los
profesores que habéis tenido aquí que, dicho sea de paso, antes de
que fuerais siquiera proyectos de vuestros padres, era un campo
aledaño a una vaqueriza donde el ganado pacía en las cercanías del
arroyo que vemos bajando la cuesta, sitio que fue de correrías de
ese pueblo tranquilo de la infancia difícil de olvidar para la
chiquillería de la época.
Esa niñez y adolescencia pretérita que anduvo siempre enfrascada
en aventuras y expediciones por la geografía local en una especie
de nomadismo imposible de entender ahora. A diferencia de
vosotros, no contaban con ese, como decirlo, artilugio del diablo
que ya todos llevamos en el bolsillo y que tanto os detiene y os deja
varados practicando un sedentarismo inverosímil, por mor de las
pulgadas y la escritura conversacional, -más practicada que la pura
conversación-.
Os aseguro que no parábamos. Se quemaban tantas calorías que no
había estudiantes con colesterol y parecía que todavía no se habían
inventado los gimnasios y salir a la calle en chándal era inconcebible
porque esa prenda, era solo para los equipos deportivos.
En esa etapa nuestro pueblo ya contó con su primer instituto. El
edificio estaba situado en la avenida de Andalucía, contiguo a la
plaza de abastos y haciendo esquina con calle Hospital. Años más
tarde cambiaría su ubicación y estaría un tiempo en lo que es el
colegio “Aurora Moreno”.
A quienes dimos el salto y pasamos de aquella escuela primaria,
con nuestro único maestro, al instituto, que en realidad se llamó
Colegio Libre Adoptado “ Santo Tomás de Aquino” nunca se nos
olvidará por formar parte de nuestra vida como este lo forma de la
vuestra. También por ser, precisamente, el primer centro que
albergó la enseñanza media y permitir que los estudiantes
obtuvieran su formación sin necesidad de salir del pueblo, cuestión
importante para la época, puesto que estudiar en el IES Rábida de
Huelva se haría más tarde. Luego se incrementó el número de niños
que aspiraban a estudiar. Como alguien dijo: “ahora todo el mundo
estudia, se ha puesto de moda, nadie quiere ya que su hijo trabaje”.
Esta frase sin duda se las trae, pero hablamos de otra época.
EL OTRO IES
POR MANUEL SIERRA HOLGADO
MAESTRO DE AUDICIÓN Y LENGUAJE
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Inicialmente no hubo suficiente número de estudiantes para crear institutos, tampoco
para crear universidades puesto que ni Huelva la tenía. La gente, no obstante, se puso a
estudiar y hasta lo hizo fuera de su provincia. Los que pudieron permitírselo en aquellos
años precarios en los que hasta viajar resultaba casi imposible por diferentes motivos
desde la escasez de transportes hasta la cuestión económica general y particular.
Muchos se conformaron con los viajes narrados en libros o con los proyectados en la
pantalla de los cines. Quizá sea la mayor deuda impagable y que nadie ha reclamado.
En aquellos días contábamos con ese otro Instituto de “Enseñanza Media” y no de
Secundaria como hoy, (formado por una plantilla de algunos maestros de escuela del
pueblo y por tres profesores licenciados de Huelva: el director D. José Trevijano que
impartió Matemáticas y Física-Química, la señorita Rocío Borrero encargada de Lengua y
Literatura y la señorita Pilar, que dio E.F. a las niñas, pero estuvo poco tiempo). Estos
profesores llegaban todas las mañanas en el 600 del dire (me sorprende no haber
olvidado la matricula). Y siempre que se les recuerda oigo hablar de ellos con
admiración, cariño y respeto. De los maestros locales puedo dar también sus nombres,
como homenaje, aunque hasta podría dejar alguno en el limbo. Nos acordaremos siempre
de D. Manuel Vilán, que nos dio E.F. y FEN (Formación del Espíritu Nacional), D. Rafael
Cotán y su Francés tan nasal, D. José Coronel, para algunos sólo sargento, D. José P.
Román, con su manazas de Dibujo, D. Juan Tocino, el cura, con su Latín y Griego, y
también el otro cura joven D. Diego que nos daba Religión, que en cierto modo abrió las
ventanas para acabar con el olor rancio y alegrar a la juventud local con su guitarra, los
paseos en coche, los partidos de baloncesto y luego la creación del club. Su huella estará
perennemente en la localidad con toda su herencia.
En cuanto al número de alumnos, nos conocíamos por nombres y apellidos, se pasaba
lista diariamente contribuyendo así a dejar ese sustrato en nuestras meninges que
estando atiborradas actualmente de todo lo que con el tiempo se almacena, aún nos
permite recordar quién se sentaba en la mesa del fondo y dar el santo y seña del
compañero.
Estudiábamos diariamente porque todos los días llamaban por lista para preguntar el
tema o parte de este y nos hacían “salir a la palestra” prácticamente en todas las
asignaturas. Eso de llamarlas “materia” se habría visto como una parida o como una
chorrada del profesor de turno y le habríamos puesto mote. Seguro.
También se hacían exámenes a menudo pero cuando llegaba junio venía el comité de
expertos, (por decirlo en términos actuales). Era una comisión de licenciados
procedentes del instituto de Huelva a los que no habíamos visto nunca y que ponían los
exámenes finales (previamente a la llegada de los exámenes, nuestras madres ponían en
lugar preferente de la habitación la estampa de Santa Gema para que no flaqueáramos
estudiando). Y es que ahí te lo jugabas todo. Era el fin de la partida. Arriesgabas todo tu
saber ante cinco grandes preguntas, ante cinco grandes problemas, ante tres dibujos o
con cinco cuestiones sobre un texto. Toda esta guerra se libraba en dos jornadas y luego
se hacía un enorme silencio de incertidumbre durante esos días en los que esperábamos
las notas o las calabazas, -como decían los mayores con bastante sorna-.
El espejo de los años me devuelve mi imagen como estudiante refugiado en lecturas o
buscando en los apuntes el posible fallo en la respuesta del examen. De noche me veo
esos días con mi padre en el cine de verano viendo hipnotizado la nave rodante de
“2.001: Una Odisea del espacio”, película magnética que vi varios días hasta que mi padre
suspendió mi cinefilia por culpa de Física-Química y Francés. Ese mismo día, en aquel
verano, me di cuenta de cuánto faltaba para llegar a ese osado y lejano año de 2.001,
que… llegó. Y lo que son las cosas de la vida, en junio estaba poniendo exámenes yo
también.
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El pasado presente
Antiguos alumnos
del Odiel
Principios de septiembre y aún no habían salido las listas. Todavía recuerdo cuando
en el verano del 2010 quedamos el grupo de amigas que desde pequeñas habíamos
coincidido en clase y crecido juntas para ver si la suerte estaba de nuestra parte y
en “1º de la E.S.O.” seguíamos en la misma clase… Buscando nuestros nombres y
apellidos con los nervios, agarradas a los barrotes de hierro y señalando con el
dedo por el cristal toda aquella infinidad de nombres que se convertirían en mis
nuevos compañeros y compañeras de clase, entre todas aquellas personas que
éramos. Ahí comenzaba la aventura y también los miedos…
Los profesores te podían poner un parte si te portabas mal, incluso te podían
expulsar a casa unos días o, lo que era peor, llegar tarde a clase e informar a tu
madre de un retraso, ¡aquello rozaba el delito! Pero claro, ¿qué nos encontramos?,
un instituto sin taquillas, ¿cómo era posible? Ya no molaba tanto. Por nuestros
hermanos y primos ya llegábamos informados de los nombres de aquellos
profesores a los que había que temerles por si acaso, y sobre todo lo que estaba
terminantemente prohibido: fumar en los servicios. Pero como una gran familia, los
profesores más veteranos leían tu primer apellido y te sacaban el parentesco
rápidamente de tus familiares y sus respectivos antiguos alumnos. Por eso hemos
pasado todos: ya nos tenían fichados.
Es bonito recordar, por ejemplo, el primer sitio que ocupaste en el recreo con tu
grupo de amigas y cómo no fue el mismo ningún año más. Conforme ibas
avanzando de curso te correspondía un nuevo lugar: la zona de la entrada con la
farola, la zona de la pasarela de cristal, la pared de la sala de los profesores, la de
los azulejos azules o incluso las escaleras y la rampa ya en bachillerato. Eso sí, en
verano, el soportal antes de entrar en cafetería era clave y, en invierno, quien
cogiese las mesas de cafetería, con sillas y al lado de la estufa, ya tenía el sitio
adjudicado.
También recuerdo el cambio de edificio. El paso a 2º de la ESO ya eran palabras
mayores… Del pasillo frente a la “cárcel” (donde estaba el laboratorio de Biología) al
servicio ida y vuelta, a nadie se le ocurría todavía subir al pasillo de bachillerato
¡qué vergüenza! Pero es que todo era más divertido cuando te tocaba una clase
llena de repetidores. El año para los profesores era un suplicio, pero es que ese
2ºC…, llevaba nombres y apellidos.
Ya en 3º de ESO la situación mejoró. Las hormonas juveniles terminaron por aflorar
¡y tras una clase de Educación Física un 20 de mayo aún más! ¿Cómo olvidar ese
curso, si coincidí en clase y conocí a los que ahora son mis amigos? Cuántos
móviles requisados, cuántos paquetes de chucherías metidos en el casillero de
metal azul que tenían las mesas para guardarlos para el recreo…. ¡si no se podía
comer en clase!, cuántas pulseras no salieron de colores… Estar en 3º te daba unos
poderes que no se tenían antes: podías ir en los recreos a jugar a las pistas o
incluso en hora libre atreverte a pedir un balón, pero como se te ocurriera
“embarcar” la pelota, quien lo hacía asumía las consecuencias: ir donde estuviese
Camacho y escuchar un “Joío zambombo, ¿tú eres tonto?”, y con una colleja te ibas
calentito con la escalerilla de aluminio al hombro.
BONITOS RECUERDOS
P O R A L I C I A T E J A D A R A M Í R E Z
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En 4º curso ya te tocaba elegir entre ciencias o letras y ahí ya… ¿cómo eliges tu
futuro?, Si eres la misma persona que va en el intercambio de clases a comprarte
un medio de tortilla a las 10:30 de la mañana para ponerlo en la estufa de clase y
así comértelo calentito luego. En 4º la cosa se ponía seria pero las horas libres
pasaron de ser horas aprovechadas para hacer los deberes a horas de ocio mientras
te tirabas encima de tu mochila y te ponías a tomar el sol, porque si algo teníamos
claro fue que la vitamina D era más que necesaria para afrontar el bachillerato que
se nos venía encima. Atrás quedaban las excursiones a Sevilla, las Cabañas de
Cumbres Mayores, los senderismos por el muro aquí en el pueblo, los concursos de
cocina en Francés, los playbacks elaboradísimos que teníamos que hacer para
Educación Física y, sobre todo, el test de Cooper.
Bachillerato. Ya puedes entrar por las mañanas por la puerta de cafetería, y ese olor
a tortilla de papas recién hechas con el calorcito de las estufas en invierno ¿eso a
quién se le olvida? Era el camino más corto para ir a clase, sobre todo si ibas justa
de tiempo (algo común entre los estudiantes de bachillerato año tras año). El primer
curso se pasa prácticamente rápido. Normalmente a los de sociales nos asignaban
“el palomar” así bautizado por nosotros, es decir, volvíamos al otro edificio, al de
hormigón, al “instituto nuevo”, al de más de treinta escalones diarios, y entonces
llegaron los inolvidables compañeros de San Bartolomé, nuestro pueblo vecino.
Cachondeo hubo, pero también éramos muy responsables, como en todos los
cursos. Éramos tan responsables que no se nos olvidó ni un día el carnet que te
dejaba salir en los recreos y los martes tocaban las aceitunas del “rastro”. Pero
también empezamos a ir a la biblioteca del instituto en los recreos y en las horas
libres. Se iba acumulando el trabajo y los exámenes. Pero el premio era el viaje de
fin de curso: el crucero. Cada generación tiene su viaje, sus anécdotas, sus
travesuras…, y puedo asegurar que el mío da para otro artículo… ¡Esto por
desgracia no volverá a ser lo mismo!
Y por último, Selectividad ¡No! 2º de Bachillerato, solo que es un curso dedicado a
ella. Nervios, angustia, exámenes, exámenes y más exámenes. Había que ir a darlo
todo. Dejar de estudiar el día antes. Era el final de una carrera de fondo. Atrás
quedarían todos esos momentos, todos esos proyectos de tecnología, todos esos
pelos de segueta rotos nada más ponerlos, todas esas láminas de plástica que eran
auténticas obras de arte, todas las risas, todas las celebraciones de semana cultural
o Días de Andalucía porque solo nosotros sabíamos cómo se vivía un jueves de
feria esperando a salir a las 15:00… Todos los llantos, todos los “es que me tiene
manía”, todos los suspensos y todas las vivencias que nos sirvieron para ser quienes
somos hoy. Demasiadas travesuras han tenido que soportar con una paciencia
envidiable, ojo, año tras año y curso por curso. Porque al instituto igual que al cole
se va para aprender, pero no te tienen por qué educar, sin embargo, todos aportan
su granito de arena y nos hacen ser quien somos, replanteándonos un futuro en el
que las vivencias de la universidad están muy bien, pero al instituto no puedes
volver, a aquellos años ya no… Fueron años buenos o regulares, pero entre todos
los asumimos y sacamos pecho de ellos. Así se construye lo que somos hoy, y así
nos quedan grabados los buenos momentos, deseando ahora volver como
profesora en mi caso 11 años después, para devolver todo lo que me dieron.
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Estamos hechos de sueños. Esto le habría dicho yo a la chica que fui. Quizá
también le hubiera comentado lo bonita que es la vida cuando aprendes a vivirla
desde la tranquilidad, cuando la ilusión es tu único pasaje de ida y vuelta y la
experiencia es el sueldo de un soñador.
Si me hubieras conocido unos años antes te hubiera hablado de mis incesantes
ganas de crecer, de cambiar el mundo, de viajar y de convertirme en una gran
profesional. Pero la vida no siempre es un plan, la vida improvisa y te cambia y
desde donde estás te hace mirar por la ventana del recuerdo haciéndote pensar
que hubo tiempos mejores, aunque no sea así. Recuerdas el último abrazo que
diste o las veces que no pediste perdón por creer que tu perspectiva del mundo era
la correcta y la única y, para cuando te quieres dar cuenta, la vida se ha ido y no has
sonreído por cada gesto que te has encontrado a lo largo del camino y es una pena.
Durante estos seis años que hace que dejé el IES Odiel he aprendido muchas cosas,
he viajado y me he empapado de la forma de vivir de otros países, de su filosofía,
de vivir desde las entrañas cómo funcionan, desde el respeto, desde la
desestructuración del prejuicio previo a la vivencia. He aprendido otras lenguas y
quizá nunca me di cuenta que gracias a lo que aprendí en el instituto portaba una
mochila cargada de herramientas para solucionar cualquier contratiempo
académico y no tan académico. Aprendí a aceptar que somos el fruto de las
decisiones que tomamos y de las que no. Somos la transición entre lo que decimos
y lo que hacemos.
Entre tantos vaivenes en estos años puedo decir que aún siento cómo mi pelo se
mueve al bajar una ventanilla del tren de PKP en Polonia y cómo cruzo el país de
norte a sur mientras el chico de al lado se ríe. Él lee el “Lobo Estepario” de
Hermann Hesse y yo me dedico a sentir el viento en mi sien.
Pero este no ha sido mi único destino, aún puedo visualizar el “Éxtasis de Santa
Teresa” en la Iglesia de Santa María de la Victoria en Roma o la exquisitez de los
frescos en la bóveda de la Capilla Sixtina, sin olvidar el mercado de Trastévere y sus
interminables calles empapadas de historia.
Aún puedo escuchar el motor del scooter en el que descubrí Tesalónica y el
silencio del Mar Egeo al caminar por el paseo marítimo, ¡lo que yo hubiera dado en
ese momento por haber aprendido griego!
He recorrido el sur de Irlanda en bus y he tirado los fracasos en una toalla en el
parque nacional de Killarney y ahí se han quedado. No podemos llevarlos con
nosotros si pretendemos avanzar.
En algún momento me he quedado sentada con la boca abierta viendo el
espectáculo del reloj astronómico de Praga pero, sin duda, si tuviera que quedarme
con algún momento de mis viajes por Europa me quedaría con la estampa a orillas
del Danubio mientras diviso el Parlamento y me siento a ver el atardecer en la
Plaza de los Héroes de Budapest.
ESTAMOS HECHOS DE SUEÑOS
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Ahora vivo y trabajo en Suiza, no por mucho tiempo, pero sí el suficiente como para
sumar una experiencia más. ¿Y cómo surgió todo esto? Pues bien, surgió porque
seguir la cadencia de lo que creen que es lo mejor para mí no está entre mis planes.
A pesar de lo que muchos pudieran pensar (ser la compañera de mi profesora de
lengua castellana y literatura de 1º y 2º de bachillerato) he sido de todo menos
profesora de lengua. En algún momento quise ser criminóloga y por circunstancias
que no caben mencionar aquí terminé siendo maestra especializada en pedagogía
terapéutica, y no me preguntéis por qué. Sé los motivos de ese cambio tan drástico
y el por qué elegí educación primaria antes que psicología o filología hispánica pero
nunca llegaré a entender cómo me resigné a terminar una carrera que realmente no
me ha impactado, es decir, yo he pasado por la Universidad pero la Universidad no
ha pasado por mí, al contrario de lo que me pasó en el IES Odiel.
Quien me conozca sabe que para mí la escritura, la lectura, la poesía y todas las
manifestaciones artísticas que nacen de un ser que vive, que no tiene miedo a
sentir y que además tiene la necesidad de mostrar su talento al mundo, provoca en
mí la necesidad de protección y lo vivo, conecto con la vida así porque, como decía
líneas más arriba, estamos hechos de sueños y debemos apoyarlos en la medida de
lo posible. Seguramente si algún día decidiera ser profesora de Lengua me gustaría
ser como Carmen.
En este tiempo he trabajado como camarera, como cuidadora de ancianos, he sido
quiromasajista en un hotel y ahora trabajo como aupair.
Cuando decidí dedicarme a la docencia intenté indagar en el por qué de esa
decisión. Fue fácil llegar a la respuesta: quería devolver a la Educación todo lo que
ella me había dado a mí. Obviamente no siempre fue así, pero cuando algo nos llena
el alma y nos marca de manera positiva en nuestra vida: “es de bien nacidos, ser
agradecidos.”
Recuerdo mis paseos interminables por los pasillos del IES Odiel y nunca creí que
en un edificio tan gris pudiera existir tanto color. Y es que no es para menos.
Imagina por un momento que estás en una piragua en medio de la nada y llega
alguien y te enseña a remar, pero es que además rema contigo. Lo más importante
es que independientemente de que la piragua se tambalee nunca llegues a caerte
de ella y eso es lo que transmitía cada día cualquier profesor o profesora del IES
Odiel. Son un equipo, y todos necesarios, con esto incluyo también a Leo y Alberto
porque sin sus bocadillos de tortilla más de un día nos hubiera dado un “chungo” a
los que veníamos del pueblo vecino.
No voy a negar que al principio llegué con miedos. Para mí fue un nuevo lugar, una
nueva etapa académica y tenía muchas ganas de aprender, pero a día de hoy puedo
afirmar que ha sido una de las etapas más felices de mi vida. ¿Por qué?
Primero porque es evidente que vivimos inmersos en las relaciones interpersonales
en un entorno laboral y en ocasiones nos olvidamos del componente humano y ser
profesor tiene mucho de eso. Marcamos límites y nos refugiamos de aquello que
pueda suponer una amenaza para nuestra seguridad, bien sea laboral o personal.
¿Pero qué pasa cuando consigues conectar y proyectar todo tu potencial porque
creen en ti?
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Pues pasa que a la vez que eres aprendiz, enseñas. Y probablemente no sean contenidos
arbitrariamente elegidos para formarte como ciudadano estándar de una sociedad. Quizá son
valores, experiencias, formas de vivir o, incluso, les recuerdas el valor de su profesión y la
incidencia que ellos y ellas pueden tener en la vida del discente.
Al fin y al cabo te hacen disfrutar, y disfrutas, eres emisor y receptor de ese feedback tan
necesario en el binomio profesor-alumno y cumples con el principio de reciprocidad de cualquier
relación, sea del tipo que sea. Eso es lo que me pasó a mí. Fui receptora pero a la vez también emití
un mensaje. No quería dejar de aprender y lo estaba haciendo a niveles que para mí no existían
anteriormente. Me sentí muy realizada porque cuanto más me exigían, más me esforzaba y más
hambre tenía por conocerlo todo y, por supuesto, quería responder todas las preguntas que me
surgían.
Después de contar esto, lo único que puedo decirle al equipo educativo es GRACIAS, pero gracias
de corazón: Gracias por vuestra implicación, por vuestra manera de encauzar vuestras clases, por
sembrar en mí la semilla de la curiosidad y la tolerancia hacia aquello que desconozco.
Fue un placer compartir allí dos años de mi formación y es cierto que llevo en mí un pedacito de
Carmen, otro pedacito de Lucía Maestre, de Ana Romero, de Auxi, de Mari Francis, de Marce, de
Begoña y de Rebeca: para mí son unas verdaderas heroínas.
Ahora mis pasos siguen un sueño y es ser integrante de los Cuerpos de Seguridad del Estado,
dedicarme a la investigación y proteger la fauna y la flora de nuestro entorno. Es un compromiso
que adquirí desde pequeña y es mi manera de mejorar, no el mundo, (obviamente eso sería muy
idealista), pero sí todo lo que está a mi alcance.
Desde Ginebra os mando un abrazo enorme cargado de buenos deseos, mucho cariño y por
supuesto, mucho ánimo. No os rindáis porque a pesar de la situación actual salís cada día a darlo
todo y lucháis para la que la ignorancia no salga a la calle.
Mayka.
Estamos hechos de la misma
materia que los sueños, y
nuestra pequeña vida cierra su
círculo con un sueño.
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Lavozdelosalumnos
GAME ZONE
¿Qué es Ark?
Ark es un juego de supervivencia donde tienes que
sobrevivir en la prehistoria, o eso crees…
Es un juego en el que puedes empezar a jugar a las 12:00 y
que al volver a mirar el reloj sean las 00:00.
Puedes enfrentarte tú solo al mundo de Ark, hacerlo con tus
amigos o entrar a un servidor de rol que para, mi opinión, es
mi favorito porque te creas una vida desde cero.
Tiene cosas malas como la interfaz pero se cambia con mods
pero no se puede comparar con la de cosas buenas que
ofrece.
Ark es un juego
maravilloso
ARK
Por David Pérez Lema
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Buenas días, tardes o lo que proceda, vengo a recomendar un anime titulado Neon Genesis
Evangelion.
Neon Genesis Evangelion es un anime emitido en 1994, categorizado por los géneros de ciencia
ficción, mecha y distopía, abarcando temas psicológicos, filosóficos y religiosos.
Neon Genesis Evangelion se desarrolla en el año 2015, tras una catástrofe abismal reconocida como
el “Segundo Impacto”, que acabó con la vida de la mitad de la población mundial. En este mundo
apocalíptico la faz de la tierra está siendo perturbada por una sucesión de monstruos colosales
apodados “Ángeles”, que amenazan con destruir a la humanidad y todo lo que esta ha logrado. Para
impedir esto, NERV, una organización paramilitar, desarrolla una serie de bio mechas bautizados
como “Eva”, aunque esto es solo una tapadera para la realización de la “Instrumentalización
Humana”. Shinji Ikari, el hijo del comandante de NERV deberá pilotar el segundo prototipo de esta
serie de mechas, el Eva01, para combatir a estas horribles criaturas en su misión de salvar la raza
humana. Aunque no solo luchará contra los Ángeles, sino también contra sus miedos y traumas más
profundos moldeados por su pésima infancia.
Shinji irá acompañado por las pilotos del primer y tercer prototipo de Eva, Rei Ayanami y Asuka
Langley.
Neon Genesis Evangelion se divide en dos partes principales; Neon Genesis Evangelion, una serie de
26 episodios donde se desarrolla toda la trama, pero dejando un final centrado más en los
sentimientos de nuestro protagonista; y The End Of Evangelion, una película de 1h y 19 minutos
donde se cierra la trama con un final un tanto abierto.
También lo componen una serie de cuatro películas que se podría decir que son un “remake” de la
serie original. Estas películas son: Evangelion: 1.0 You Are (Not) Alone, Evangelion: 2.0 You Can (Not)
Advance y Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo. El 8 de marzo fue emitido en cines de Japón la
última de esta serie de películas, Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon A Time.
NEON GENESIS
EVANGELION
Por Pablo Mora
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Revista Odilea - Número 1

  • 1. O D I L E A I E S O D I E L M A R Z O 2 0 2 1 N Ú M E R O 0 1
  • 3. C u a n d o e m p r e n d a s t u v i a j e a Í t a c a p i d e q u e e l c a m i n o s e a l a r g o , l l e n o d e a v e n t u r a s , l l e n o d e e x p e r i e n c i a s . N o t e m a s a l o s l e s t r i g o n e s n i a l o s c í c l o p e s n i a l c o l é r i c o P o s e i d ó n , s e r e s t a l e s j a m á s h a l l a r á s e n t u c a m i n o , s i t u p e n s a r e s e l e v a d o , s i s e l e c t a e s l a e m o c i ó n q u e t o c a t u e s p í r i t u y t u c u e r p o . N i a l o s l e s t r i g o n e s n i a l o s c í c l o p e s n i a l s a l v a j e P o s e i d ó n e n c o n t r a r á s , s i n o l o s l l e v a s d e n t r o d e t u a l m a , s i n o l o s y e r g u e t u a l m a a n t e t i . P i d e q u e e l c a m i n o s e a l a r g o . Q u e m u c h a s s e a n l a s m a ñ a n a s d e v e r a n o e n q u e l l e g u e s - ¡ c o n q u é p l a c e r y a l e g r í a ! - a p u e r t o s n u n c a v i s t o s a n t e s . D e t e n t e e n l o s e m p o r i o s d e F e n i c i a y h a z t e c o n h e r m o s a s m e r c a n c í a s , n á c a r y c o r a l , á m b a r y é b a n o y t o d a s u e r t e d e p e r f u m e s s e n s u a l e s , c u a n t o s m á s a b u n d a n t e s p e r f u m e s s e n s u a l e s p u e d a s . V e a m u c h a s c i u d a d e s e g i p c i a s a a p r e n d e r , a a p r e n d e r d e s u s s a b i o . T e n s i e m p r e a Í t a c a e n t u m e n t e . L l e g a r a l l í e s t u d e s t i n o . M a s n o a p r e s u r e s n u n c a e l v i a j e . M e j o r q u e d u r e m u c h o s a ñ o s y a t r a c a r , v i e j o y a , e n l a i s l a , e n r i q u e c i d o d e c u a n t o g a n a s t e e n e l c a m i n o s i n a g u a n t a r a q u e Í t a c a t e e n r i q u e z c a . Í t a c a t e b r i n d ó t a n h e r m o s o v i a j e . S i n e l l a n o h a b r í a s e m p r e n d i d o e l c a m i n o . P e r o n o t i e n e y a n a d a q u e d a r t e . A u n q u e l a h a l l e s p o b r e , Í t a c a n o t e h a e n g a ñ a d o . A s í , s a b i o c o m o t e h a s v u e l t o , c o n t a n t a e x p e r i e n c i a , e n t e n d e r á s y a q u é s i g n i f i c a n l a s Í t a c a s . Í T A C A Í T A C A , P O E M A D E K O N S T A N T I N O K A V A F I S R E V I S T A O D I L E A P A G . 3
  • 4. PRESENTACIÓN Un nuevo proyecto Antonio Luis González Moliné, director del IES Odiel 5 EDITORIAL La quijotización del docente. José Antonio Díaz, profesor de Lengua y Literatura. 7 CLAQUETA La realidad siempre supera la ficción. Paco Expósito. Profesor de Geografía e Historia. 8 SABÍAS QUÉ... Divulgación científica Luis González Albéndiz, profesor de Biología 11 SUMARIO CERVANTES FEMINISTA Literatura Patricia Márquez. profesora de Lengua Castellana y Literatura 17 ENTREVISTA Maria Victoria Galloso Camacho. Profesora de la Universidad de Huelva. Jose Antonio Díaz Trastallino, profesor de Lengua y Literatura. 20 EN LA OTRA MITAD DEL DÍA Astronomía Marta Morán, profesora de Física 13 CULTURA INGLESA The Way of Wisdom. Esther Vallejo, profesora de Ingles. 28 DONDE BRILLAN LAS LUCIERNAGAS Haykus de 3º de ESO Rebeca de la Cova. Profesora de Lengua y Literatura. 29 R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 LA ISLA DE LAS ORIENTACIONES 9 Consejos para familias con adolescentes. Laura Sánchez, Orientadora escolar 30 ACERTIJOS MATEMÁTICOS Encuentra las monedas Alfonso Morato, profesor de matemáticas 34 EL OTRO IES Colaboraciones Manuel Sierra, Maestro de Audición y Lenguaje 36 EL PASADO EN EL PRESENTE Antiguas alumnas de nuestro IES Alicia Tejada y Mayka 38 LA VOZ DE LOS ALUMNOS Artículos de nuestro alumnado Game zone, Relaviájate, Diarios de soldados,... 44 UN MINUTO DE SILENCIO Reflexiones. Paco García, profesor de Religión. 61
  • 5. Hace unos años en nuestro instituto se publicaron dos revistas digitales, una en 2013 y otra en 2016. Por la distancia temporal entre ambas publicaciones podemos advertir la complejidad que entraña consolidar este tipo de proyectos. No obstante, hoy presentamos una nueva revista en el IES Odiel, gracias al trabajo y dedicación de un grupo de profesores que ha tomado la iniciativa para dirigir y sacar a la luz esta publicación que hoy presentamos. Confiamos en poder asegurar la continuidad de Odilea con la ayuda de toda nuestra comunidad educativa. Lo consideramos muy importante y necesario para contribuir a seguir marcando las señas de identidad de nuestro centro. Construir una revista contribuye, sin duda alguna, a la mayor expresión multicultural y democrática de una colectividad y permite a todos los miembros de su comunidad expresarse en sus diversas formas, ya sean relatos, crónicas, opinión, fotografía, historia, arte, humanismo, ciencia, tecnología, etc. Con esta idea surge Odilea, que aspira a ser ese espacio en el que comuniquemos nuestras inquietudes y nuestro saber -a veces desconocido para muchos-. Será ese espacio que nos permitirá expresarnos, desarrollarnos y conocernos mejor, a la vez que nos dará la oportunidad de aprender con los contenidos que alberguen sus distintas secciones. El ingrediente esencial para conseguir los objetivos que persigue la revista es la ilusión con la que se viene abordando este proyecto. Contamos con un grupo de profesores y alumnos que van a constituir el alma máter de la misma, su Equipo Editorial. Estamos convencidos de que esta idea es muy positiva para el centro y, sin duda alguna, valdrá la pena disfrutar con este desafío. Un primer rasgo que queremos destacar en la revista Odilea es su carácter participativo. La revista va a llegar hasta donde se propongan sus lectores, ya que el desarrollo de sus contenidos dependerá fundamentalmente del nivel de participación de los mismos, quienes en colaboración con el Equipo Editorial, han de ser los verdaderos protagonistas de esta publicación. En definitiva, Odilea pretende fomentar la creatividad plural y multidisciplinar para contribuir al desarrollo personal y colectivo de sus colaboradores y participantes –autores y lectores-. Con el fin de no hacer más dilatada esta presentación me gustaría, en primer lugar, agradecer al equipo editorial su ilusión por esta interesante y necesaria iniciativa y, por supuesto, a todos los autores su participación en este primer número de Odilea, revista que, sin duda, hará historia en el IES Odiel de Gibraleón. ALGM Antonio Luis González Moliné R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 PRESENTACIÓN ODILEA R E V I S T A O D I L E A P A G . 5
  • 6.
  • 7. EDITORIAL la realidad, leyes educativas, la excesiva burocracia o la indiferencia y desprecio con que, a veces, nos mira y nos trata parte de la sociedad. Con todo, si algo mueve a Don Quijote, el inmortal personaje cervantino, es la lucha por la libertad. Don Quijote tiene un propósito que trasciende su propia locura: que el hombre sea libre y pueda ejercer su libertad para pensar, expresarse y actuar. Y en eso también tenemos bastante de quijotescos los que enseñamos. Desde un centro educativo tratamos de contribuir a que la sociedad, que pasa por nuestras manos en forma de niño o adolescente, tenga recursos para interpretar el mundo en el que vive, tenga la lucidez y la capacidad para analizarlo y, sobre todo, disponga de las armas necesarias para ejercer su libertad de forma consciente y aprenda a protegerse de quienes desean una ciudadanía somnolienta, indiferente y maleable. Por eso, querido lector, ante tus ojos tienes una prueba más de nuestra locura. Una revista que nace con la ilusión de habilitar un espacio de encuentro para todos los miembros de la comunidad educativa y con el deseo de que este proyecto se mantenga en el tiempo gracias a la implicación y participación de profesores y alumnos. Quizá no podamos cambiar el mundo, pero merece la pena intentar mejorar muestra realidad más inmediata. Bienvenidos a vuestra revista. José Antonio Díaz Trastallino Hay quien piensa que consagrar la vida a la docencia es un acto de fe. Estoy en parte de acuerdo, aunque habría que matizar de qué tipo de fe hablamos. Yo diría que la nuestra es una fe quijotesca. Es la fe de quien se empecina en trocar la realidad aunque todo en la realidad desmienta su propósito. Don Quijote recorría las llanuras de La Mancha animado por un designio enloquecido: revivir el tiempo pasado de la caballería andante. Nosotros, los docentes, recorremos las aulas de nuestros centros (gélidas en invierno y candentes en verano como los caminos manchegos) con el convencimiento delirante de mejorar nuestra sociedad. Aunque casi todo en la realidad desmienta tal propósito. Don Quijote es una imagen cómica. La de un hidalgo cincuentón pertrechado con una armadura anacrónica y un morrión hecho celada de forma artesanal que, a lomos de un corcel desvencijado, recorre los polvorientos caminos con el propósito de deshacer todo tipo de agravios, de hacer del mundo un lugar mejor. Así caminamos los docentes. Con ese propósito pero sin más rocín que nuestra ilusión, sin más lanza que nuestra tiza, sin más protección que una mascarilla convertida en celada. Quizá por eso nuestra imagen también resulte cómica a veces. Al igual que a Don Quijote no lo arredraban los golpes , los desengaños o la tozudez de LA QUIJOTIZACIÓN DEL DOCENTE R E V I S T A O D I L E A P A G . 7
  • 8. C L A Q U E T A P R I M E R A L E Y : " U n r o b o t n o h a r á d a ñ o a u n s e r h u m a n o n i , p o r i n a c c i ó n , p e r m i t i r á q u e u n s e r h u m a n o s u f r a d a ñ o " S E G U N D A L E Y : " U n r o b o t d e b e c u m p l i r l a s ó r d e n e s d a d a s p o r l o s s e r e s h u m a n o s , a e x c e p c i ó n d e a q u e l l a s q u e e n t r e n e n c o n f l i c t o c o n l a p r i m e r a o l a s e g u n d a l e y " T E R C E R A L E Y : " U n r o b o t d e b e p r o t e g e r s u p r o p i a e x i s t e n c i a e n l a m e d i d a e n q u e e s t a p r o t e c c i ó n n o e n t r e e n c o n f l i c t o c o n l a p r i m e r a o c o n l a s e g u n d a l e y " LA REALIDAD (SIEMPRE) SUPERA LA FICCIÓN P O R F R A N C I S C O E X P Ó S I T O Una clase de Geografía e Historia en 3º de ESO. En desarrollo, la unidad didáctica referida al sector secundario o industrial. El alumnado, como suele ser costumbre, pasivo y parapetado tras sus mascarillas ante el tedio con el que afronta el estudio de los sectores económicos, cuando de repente el concepto Inteligencia Artificial (IA) lo remueve en sus sillas. Este entró en escena junto a la robotización de los procesos productivos que definen a las fábricas más punteras del momento y que, paulatinamente, sustituyen la mano de obra de los obreros por el trabajo programado de máquinas cada vez más autónomas y autosuficientes. Creyendo haber encontrado un filón con el que hacerlos reflexionar empecé a preguntar por historias en las que una IA fuese de algún modo la protagonista: Matrix, Terminator, Wall-e, Yo Robot, etc. Ante la negativa general les pedí que hiciesen una breve investigación . R E V I S T A O D I L E A P A G . 8
  • 9. L A C L A Q U E T A sobre las tres leyes de la robótica del polifacético Isaac Asimov -con las que abrimos este post- y que nos sirven para hacer un recorrido por algunas de las producciones cinematográficas más emblemáticas a este respecto. Al repasar algunas de las más icónicas obras distópicas en las que la Inteligencia Artificial juega un papel relevante, si no protagonista (muchas de ellas tienen nombre propio e incluso rasgos carismáticos o personalidad), percibimos que hay una serie de enfoques argumentales que se repiten. Por un lado, encontramos historias en las que la humanidad utiliza a los robots como sirvientes en una clara relación de superioridad de los primeros frente a los segundos, como es el caso de Tars y Case en Interestelar o Jarvis en Iron Man. En este caso las IA son sumisas y el ser humano puede controlar y programar todos sus parámetros cumpliendo escrupulosamente las normas de Asimov. Otras distopías plantean abiertamente la “rebelión de las máquinas” tras tomar conciencia de sí mismas dando un vuelco a su relación con el ser humano y, por lo tanto, rompiendo los principios básicos de “no hacer daño a un ser humano” o “cumplir las órdenes dadas por el ser humano” (primera y segunda ley). En este sentido resulta paradigmático el caso de Skaynet, la IA que se rebela en Terminator, la cual inicia su rebelión en el mismo instante en que se percata de su propia existencia: el 29 de agosto de 1997, a las 2:14 A.M. (día del Juicio final). Más radical y efectiva es Matrix, una película en la que la homónima Inteligencia Artificial ha desarrollado una realidad simulada con la que controla la mentalidad de los hombres para obtener de ellos energía. En esta cinta destacan tanto la duda metódica con la que Neo descubre el camino de la salvación como el anhelo de su antagonista, el agente Smith, quien a modo de virus de la propia Matrix tratará de imponer su supremacía. En este apartado también podemos citar Yo, robot, adaptando una de las historias del propio Asimov. También existen argumentos en los que alguno de los protagonistas es un híbrido mitad humano y mitad máquina en un intento de unir la tecnología y la biología. En estos casos el organismo mecanizado resultante suele disfrutar de las bondades de ambas realidades: el ingenio humano y la fuerza y resistencia de las máquinas. Cabe nombrar películas como Elysium, y clásicos como Robocop o Akira. En otras obras el conflicto no es tan maniqueo, sino mucho más sutil, planteando cuestiones ético-morales profundas al colocar a un robot carismático, y con el que rápidamente empatiza el espectador, en el centro de un conflicto emocional, es decir, humano. En estos casos, los robots, lejos de querer imponerse a la humanidad, desarrollan un profundo anhelo por recorrer esa distancia que los separa con los seres humanos. Esto es, son personajes cuyo empeño es colmar la plenitud humana experi- R E V I S T A O D I L E A P A G . 9
  • 10. L A C L A Q U E T A mentando sus emociones, sentimientos, creatividad, etc., es decir, logrando su libertad plena (libre albedrío). En este caso resulta especialmente simbólico el film Blade Runner, en cuya poética escena final, el abatido replicante Roy Batty, nos afirma haber visto cosas que no creeríamos mientras la lluvia hace las veces de sus anheladas lágrimas. Sin embargo, todas las distopías herraron en su profética misión ya que ninguna pudo concebir el futuro que estamos viviendo, un futuro tamizado, cuando no controlado, por Internet. Esa es la IA de nuestra realidad, casi una deidad, y en su desarrollo se afanan las industrias que estudiamos en clase de 3º de ESO. De momento, ya han conseguido que no podamos concebir la vida sin llevar con nosotros ese espejo negro (teléfono, táblet, ordenador, televisión…) con el que poder acceder a Internet en todo momento y lugar. Los límites de dicha realidad los explora la serie Black Mirror, la cual daría para otro post que no descartamos. Terminamos con el atemporal discurso final de Charles Chaplin en su aguda sátira sobre Adolf Hitler, El gran dictador, destacando el siguiente extracto: “[…] Hemos progresado muy deprisa, pero nos hemos encarcelado a nosotros. El maquinismo que crea abundancia nos deja en la necesidad. Nuestro conocimiento nos ha hecho cínicos. Nuestra inteligencia, duros y secos. Pensamos demasiado y Pensamos demasiado y sentimos muy poco. Más que máquinas, necesitamos humanidad. Más que inteligencia, tener bondad y dulzura. Sin estas cualidades la vida será violenta. Se perderá todo. Los aviones y la radio nos hacen sentirnos más cercanos. La verdadera naturaleza de estos inventos exige bondad humana, exige hermandad universal que nos una a todos nosotros […]”. Top 10 de obras cinematográficas sobre distopías robóticas: 1.- Blade Runner (1982) y Blade Runner 2049 (2017). 2.- 2001: Una odisea del espacio (1968). 3.- Black Mirror (2011). 4.- Matrix (1999). 5.- Her (2013). 6.- Wall-e (2008). 7.- Terminator 1 y 2 (1984-1991). 8.- Inteligencia Artificia (IA) (2001). 9.- Ex-Machina (2015). 10.- Westworld (2016). Mención especial: Metrópolis (1927) y Tiempos modernos (1936) R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 0
  • 11. SABÍAS QUE... Por Luis González Albéndiz Uno de los errores más catastróficos que se ha cometido a lo largo de la historia es confundir inmortalidad con eterna juventud. Es un tema recurrente en la mitología griega y romana, y uno de mis mitos favoritos es el de Titón, de belleza deslumbrante, que incluso la diosa Eos (Aurora en la mitología romana) se enamoró de él. Tanta era su pasión que se atrevió a pedirle al mismísimo Zeus que le concediera la inmortalidad para poder amarlo eternamente... pero claro, olvidó el pequeño detalle de que también añadiera la juventud eterna, con lo cual su apuesto amante fue envejeciendo, encogiendo y arrugando hasta convertirse en grillo (los caprichos de Zeus eran así…) SECIÓN DE DIVULGACIÓN CIENTÍFICA
  • 12. Sin embargo, el protagonista de hoy fue bendecido por la evolución con ambos dones, inmortalidad y juventud eterna, y además no es ningún mito, sino real como la vida misma. Este alarde biológico lo han adquirido varios géneros de medusas y el más conocido por su abundancia es el género Turritopsis. Bueno, entremos en detalle. Cuando todos nacemos (no el momento del parto, en el que tan solo cambiamos de medio, sino desde la fecundación) partimos de una célula que comienza una vertiginosa carrera por dividirse y dividirse hasta formar un organismo desarrollado. En ese proceso hay una especialización en los diferentes tejidos (nervioso, muscular, epitelial…etc.). Sin ánimo de aburrir a nadie ni profundizar en tecnicismos que no vienen al caso, lo que es capaz de hacer este ser vivo que lo distingue de los demás, es revertir este proceso de diferenciación celular. En otras palabras, una vez que ha llegado a la madurez, es capaz de desdiferenciar todas estas células y volver a ser células madre. ¿Os imagináis que una vez llegados a los cincuenta años volviéramos a la adolescencia (no quiero ni imaginarme el despacho de la jefatura de estudios…) o incluso a la infancia para volver a desarrollarnos una y otra vez? Pues exactamente eso es lo que hace nuestro protagonista de hoy, volver a su adolescencia (forma de pólipo) para volver a ser adulto. Y este sorprendente bucle lo repite tantas veces como quiere, sin que se haya encontrado límite en los casos que se ha observado en cautividad, lo que le ha otorgado esta condición de inmortalidad y eterna juventud. La verdadera medusa inmortal tiene como nombre científico Turritopsis dohrnii, la cual, es originaria del Mar Mediterráneo. Es muy complicado diferenciar las diferentes especies de Turritopsis entre sí, siendo la T. nutriculala más conocida y abundante. Esta pequeña maravilla mide sólo medio centímetro de diámetro y tiene forma de cubo y se está extendiendo por todos los océanos y mares de nuestro planeta debido a que los barcos llenan y vacían sus tanques de lastre contribuyendo a la expansión de miles de especies invasoras que tanto dañan los ecosistemas autóctonos. El poseer esta habilidad no quiere decir que no se reproduzca. Esta medusa sigue el mismo patrón de reproducción que cualquiera de sus parientes mortales, es decir, las medusas liberan gametos que mediante una fecundación externa crean una larva que al crecer forma un pólipo que posteriormente se transformara en varias medusas adultas. Forman parte del zooplancton marino, por lo que constituyen un exquisito manjar para miles de organismos que utilizan este abundante alimento para cubrir sus necesidades nutricionales. Afortunadamente, sí que mueren al ser devoradas… La comunidad científica cree que esta habilidad de inmortalidad biológica le otorga un punto extra de colonización. Miedo me da que algunos científicos pongan su punto de mira en intentar aprender de esta medusa para nuestro “beneficio” y que en un futuro, espero que lejano, nos encontremos en este columpio vital envejeciendo y rejuveneciendo por lo siglos de los siglos… P.D: Es para mí un honor confesar que la existencia de este ser vivo tan peculiar me lo mostró por primera vez uno de mis alumnos de hace ya alguna que otra década… Una vez más se demuestra que esta profesión de la docencia siempre es de doble sentido. R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 2
  • 13. POR MARTA MORÁN ASTRONOMÍA: EN LA OTRA MITAD DEL DÍA
  • 14. DE NOCHE EN PRIMAVERA ¿Alguna vez te has parado a pensar en cómo es el cielo mientras duermes? Todos asociamos la primavera con las flores y el sol, pero cuando este desaparece comienza todo un desfile de estrellas, planetas, satélites… Todo esto ya lo sabes desde que eres pequeño, pero…¿Sabes que esos puntos de luz, que parecen luciérnagas flotando en el cielo, forman en realidad un hermoso paisaje de constelaciones, mitos y leyendas? Pues venga. Deja de mirar el móvil y abre bien los ojos, que nos vamos de visita. Y, probablemente, la próxima vez que duermas lo hagas siendo consciente de que sobre ti hay todo un universo por explorar. El baile de las constelaciones: La Osa Mayor es una de las constelaciones boreales más famosas del hemisferio norte y es visible durante todo el año. ¿Sabes cómo distinguirla? Está formada por un conjunto de siete estrellas brillantes que dibujan un carro o una sartén, a partir de ella y siguiendo la curva de la cola encontramos a Arcturo (tercera estrella más brillante del cielo) perteneciente a la constelación del Boyero, que tiene forma de paracaídas. Si continuamos hacia abajo encontramos a Spica: la estrella más brillante de la constelación de Virgo. R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 4
  • 15. A partir de la Osa Mayor también podemos encontrar a la constelación de Leo, cuya estrella más brillante es Regulus. Para encontrarla basta con continuar la prolongación de dos de sus estrellas, como se puede ver en el dibujo. Según la mitología griega Leo representa al león de Nemea, una enorme bestia indestructible que tenía aterrorizada a toda la región. Fueron muchos los intentos para acabar con el gran león y, a pesar de que se usaron multitud de armas, su piel era impenetrable. Fue Heracles, el famoso y fuerte héroe griego (más conocido por Hércules en la mitología Romana), quien empleando sus propias manos logró estrangularle. Estando muerta la bestia Heracles utilizó su piel como abrigo y su cabeza como casco. La luna: No sé si sabéis que la luna se formó hace 4500 millones de años cuando un protoplaneta del tamaño de marte, llamado Thea (por la diosa griega Theia), chocó contra la joven Tierra. Parte de su masa se fundió con la de la Tierra, aumentando su tamaño y su gravedad. El resto de los fragmentos salieron despedidos y la gravedad de la Tierra los capturó. Formaron un anillo de asteroides orbitando alrededor de nuestro planeta. Con el tiempo se agruparon y condensaron hasta formar la Luna. - Luna Nueva : Es el mejor momento del mes para observar el cielo nocturno porque no hay luz de luna que interfiera, (12 de abril, 11 de mayo y 10 de junio) - Luna Llena : Durante esta estación podemos observar las tres Superlunas del año. La Luna estará más cercana a la Tierra y puede parecer un poco más grande y brillante de lo habitual (27 de abril, 26 de mayo y 24 de junio. Esta última es conocida como la luna Rosa). Los planetas - Conjunción entre Marte y la Luna. El planeta Marte estará a a 0,1º norte de la Luna. (17 de abril). - El planeta Mercurio alcanza la mayor elongación hacia el este de 22º del sol. Este es el mejor momento para ver Mercurio ya que estará en su punto más alto sobre el horizonte en el cielo del atardecer (17 de mayo). Lluvia de estrellas : Para empezar, ¿Sabéis qué es la lluvia de estrellas? Todo el mundo conoce las Perseidas o lágrimas de San Lorenzo, pero este espectáculo de luces y deseos es mucho más frecuente de lo que pensáis y, paradójicamente, ni es lluvia ni es de estrellas. Cuando la Tierra pasa por la órbita de un cometa, todos los restos de polvo y hielo que este va dejando chocan con nuestra atmósfera terrestre a gran velocidad y se desintegran por fricción, lo que produce el rastro luminoso que llamamos meteoro o estrella fugaz. Durante la primavera podemos ver las Líridas, una lluvia de estrellas cuyos meteoros irradian desde la constelación de Lyra, produciendo alrededor de 20 meteoros por hora. Este año alcanza su punto máximo en la noche del 22 y en la mañana del 23 de abril. Otra lluvia de estrellas que podemos observar son las Eta Acuáridas, capaces de producir 60 meteoros por hora. En este caso las partículas de polvo pertenecen al famoso cometa Halley. Este año alcanza su pico máximo en la noche del 5 de mayo. Por Marta Morán R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 5
  • 16. “Por la libertad, así como por la honra, se puede y se debe aventurar la vida.” M. CERVANTES
  • 17. ¿ C E R V A N T E S F E M I N I S T A ? P O R P A T R I C I A M Á R Q U E Z Puede resultaros anacrónico pensar siquiera en la posibilidad de la existencia de un verdadero discurso feminista -sólido y contundente- en boca de un personaje quijotesco. ¿De verdad es posible que en el siglo XVII Cervantes pudiera concebir y esbozar ideas feministas y, además, ponerlas en los labios de un personaje femenino? ¿Verdaderamente pudo dar voz a todas las mujeres de su época con la creación de la valiente Marcela? Marcela es una pastora que ha rechazado a un hombre, Grisóstomo, ya que no lo ama. Ha decidido que no quiere casarse pues se niega a que su vida sea escrita, desde ese momento, por la mano masculina. Ante la negativa de Marcela el " Y O N A C Í L I B R E " pastor decide suicidarse y, en pleno entierro y desde lo alto de una peña, Marcela declama su manifiesto delante de todos los amigos de Crisóstomo, que han acudido a despedirle. Os invito, en primer lugar, a que atendáis a las palabras de la singular Marcela y que, por un instante, reflexionéis si sus palabras tienen en nuestros días algún tipo de vigencia y que penséis si, incluso, este discurso feminista está muy por encima de los a veces empobrecidos proyectos y eslóganes feministas en boca de mujeres u hombres que persiguen estrategias comerciales y publicitarias que nada tienen de feminista y sí -y mucho- de estructuras patriarcales rancias y hondas. R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 7
  • 18. «Hízome el cielo, según vosotros decís, hermosa, y de tal manera que, sin ser poderosos a otra cosa, a que me améis os mueve mi hermosura; y, por el amor que me mostráis, decís, y aun queréis, que esté yo obligada a amaros. Yo conozco, con el natural entendimiento que Dios me ha dado, que todo lo hermoso es amable; mas no alcanzo que, por razón de ser amado, esté obligado lo que es amado por hermoso a amar a quien le ama. Y más, que podría acontecer que el amador de lo hermoso fuese feo, y, siendo lo feo digno de ser aborrecido, cae muy mal el decir “Quiérote por hermosa; hazme de amar aunque sea feo” […] ¿por qué queréis que rinda mi voluntad por fuerza, obligada no más de que decís que me queréis bien? Si no, decidme: si como el cielo me hizo hermosa me hiciera fea, ¿fuera justo que me quejara de vosotros porque no me amábades? […]. La honra y las virtudes son adornos del alma, sin las cuales el cuerpo, aunque lo sea, no debe de parecer hermoso. […] «Yo nací libre, y para poder vivir libre escogí la soledad de los campos. Los árboles destas montañas son mi compañía, las claras aguas destos arroyos mis espejos; con los árboles y con las aguas comunico mis pensamientos y hermosura. Fuego soy apartado y espada puesta lejos. A los que he enamorado con la vista he desengañado con las palabras. Y si los deseos se sustentan con esperanzas, no habiendo yo dado alguna a Grisóstomo ni a otro alguno, el fin de ninguno dellos bien se puede decir que antes le mató su porfía que mi crueldad. Y si se me hace cargo que eran honestos sus pensamientos, y que por esto estaba obligada a corresponder a ellos, digo que, cuando en ese mismo lugar donde ahora se cava su sepultura me descubrió la bondad de su intención, le dije yo que la mía era vivir en perpetua soledad, y de que sola la tierra gozase el fruto de mi recogimiento y los despojos de mi hermosura; y si él, con todo este desengaño, quiso porfiar contra la esperanza y navegar contra el viento […] Porfió desengañado, desesperó sin ser aborrecido: ¡mirad ahora si será razón que de su pena se me dé a mí la culpa! […] «El cielo aún hasta ahora no ha querido que yo ame por destino, y el pensar que tengo de amar por elección es escusado. […] entiéndase, de aquí adelante, que si alguno por mí muriere, no muere de celoso ni desdichado, porque quien a nadie quiere, a ninguno debe dar celos; que los desengaños no se han de tomar en cuenta de desdenes. […] Que si a Grisóstomo mató su impaciencia y arrojado deseo, ¿por qué se ha de culpar mi honesto proceder y recato? […] Yo, como sabéis, tengo riquezas propias y no codicio las ajenas; tengo libre condición y no gusto de sujetarme: ni quiero ni aborrezco a nadie. No engaño a éste ni solicito aquél, ni burlo con uno ni me entretengo con el otro. La conversación honesta de las zagalas destas aldeas y el cuidado de mis cabras me entretiene. Tienen mis deseos por término estas montañas, y si de aquí salen, es a contemplar la hermosura del cielo, pasos con que camina el alma a su morada primera.» La pastora Marcela comienza su discurso planteando a los presentes la siguiente pregunta: ¿por qué está la mujer obligada a corresponder los halagos y el amor de un hombre incluso si este es un amor sincero? ¿Por qué no puede una mujer elegir la soledad de los campos y renegar del matrimonio? En la época de Cervantes la mujer no podía decidir, en la mayoría de los casos, con quién compartir su vida o disponer de medios propios para subsistir. Por ello el hecho de recibir las atenciones de un hombre honrado era motivo suficiente para lanzarse al matrimonio. A través del estudio literario en las clases vemos como en multitud de obras la mujer representa un papel subordinado que comienza a quebrarse con la llegada del tópico de la femme fatale durante el Romanticismo. Es una proeza que Cervantes denunciara la falta de libertad y autonomía femenina usando como vehículo de su pensamiento a Marcela. Como ocurre con otros pasajes de este maravilloso libro, muchos personajes es tán construidos con base en la construcción de una parodia de géneros ya existentes, en este caso el pastoril -género en el que se nos narra el R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 8
  • 19. amor idealizado de dos pastores también idealizados-. Que Cervantes nos muestre, en contraste, una historia de amor entre pastores donde la mujer rechaza al hombre (no por estar enamorada de otro hombre sino porque prefiere la soledad) y que el asunto acabe en suicidio no deja de ser una parodia que invita a la risa. Pero Cervantes era un genio y aprovecha la máscara de la parodia para atreverse a lanzar al mundo una ristra de verdades feministas. A continuación vemos cómo Marcela explica que no es responsable de que Grisóstomo no quisiera escuchar sus palabras de rechazo. Si no ha dado esperanzas o ha correspondido con palabras de amor ¿por qué debería hacerse cargo ella de la muerte del pastor? Y es que es tradición que a veces el hombre no quiera escuchar la negativa femenina y opte por interpretar que es un mecanismo para alimentar aún más el deseo masculino. Marcela, como todas las mujeres y también los hombres, tiene derecho a decir no sin desencadenar con ello algún otro acto que no sea el respeto de su decisión. Me conmueve que Cervantes, dueño sin duda de un sentido común abrumador, viese ya entonces que todos merecemos ser libres de vivir y amar como queramos al margen de estructuras sociales que son, sin duda, injustas. Quiero que os percatéis que no hay odio en el discurso de Marcela, así como no debe haberlo tampoco hoy. El odio es siempre enemigo de las libertades. El segundo segmento contiene el famoso grito por la libertad: “Yo nací libre” que significa que Marcela, como cualquier mujer, nació como un ser humano desnudo de toda construcción social y que es la propia sociedad la que va instaurando tanto en hombres como mujeres unas conductas de comportamiento y pensamiento orientadas a regular cómo deben ser las relaciones entre hombre y mujeres y, por lo tanto, cómo deben comportarse los humanos socialmente. Esta construcción social tradicionalmente ha favorecido al ala masculina y son muchas las voces que han clamado por la libertad y la igualdad: Simone de Beauvoir, Virginia Woolf o Margarett Atwood entre otras muchas. Muchas de ellas llorarían si vieran en el escaparate político en que se ha convertido la defensa de la igualdad y la libertad. Curiosamente la aceptación de la necesidad de esta búsqueda de la igualdad y la lucha contra estereotipos de género - que desfavorecen el valor de la mujer como humano y la convierten en objeto sexual- convive con programas televisivos de elevada audiencia (de cuyos nombres no quiero acordarme) -mediocres y vulgares- que promueven precisamente que sigamos cosificando a la mujer y midiendo el valor de la misma con medidas diferentes a las del alma o la inteligencia. Es extremadamente grave que estos estereotipos también se estén extendiendo al ámbito masculino y con lo cual estemos asistiendo no solo al estancamiento en la lucha por la libertad sino a un retroceso. Debéis daros cuenta de esto. “tengo riquezas propias y no codicio las ajenas; tengo libre condición” Por último, observamos que Marcela alude a posesiones que le son propias y que viene a reforzar su capacidad para ser autónoma, autosuficiente y libre. No se refiere solo a posesiones materiales. Es toda una conquista llegar a la posesión de la idea de que el individuo, hombre o mujer, tiene derecho a ser libre. Finalmente, Marcela no anhela otra cosa que no sea vivir en la paz en los campos. El Quijote es la novela de la búsqueda de la libertad y de la libertad de pensamiento. Tanto Don Quijote como otros muchos personajes luchan por vivir sus vidas de la manera en que siempre lo han soñado. Es preciso, llegados a este punto, entender que los grandes principios, como la verdad o la justicia, son difíciles de conquistar, pero siempre han existido grandes mentes que nos han ido dibujando los trazos del camino a seguir. Este camino a veces puede chocar con intereses económicos o políticos, pero debemos luchar tal como lo hizo don quijote, caballero incansable. Aunque la verdad y la justicia anden empañadas por las sinrazones de nuestra razón. R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 9
  • 20. La conocí en mis años de estudiante universitario. Se llama María Victoria Galloso Camacho. Es Profesora Titular de Filología Española en la Universidad de Huelva, Coordinadora del área de Lengua Española de dicha Facultad, imparte clases, investiga y publica, es madre de dos adolescentes y, por si fuera poco, aún saca tiempo y ganas para ayudar a quienes lo necesitan. Tuve la suerte de ser su alumno y, quizá, por su generosidad sin límites y su cercanía, nuestra relación mutó hacia una amistad que hoy la ha convertido en parte de mi familia. Tiene los pies en la tierra y los ojos puestos en el cielo. Hoy conocemos un poco más a Victoria Galloso. Victoria, antes de nada, te agradezco profundamente que nos atiendas y nos permitas conocerte más de cerca. Esta invitación es un honor para mí. Si te parece, empecemos por el principio. Me gustaría que nos contaras quién eres, dónde naciste y cómo recuerdas tu infancia. Soy Victoria Galloso. Nací en Lepe (en la cama de mi madre, en la calle Plaza, número 48) en la madrugada del 2 al 3 de junio de 1972. Soy la segunda de cinco hermanos (tengo un hermano mayor, y una hermana y dos hermanos menores). Mi madre tuvo 5 hijos en 8 años, algo natural en aquellos tiempos. El recuerdo de mi infancia ha variado mucho a medida que me he ido convirtiendo en una mujer adulta. Al principio eran recuerdos tormentosos porque mi padre, a pesar de ser un hombre autodidacta, un lector empedernido, con una memoria prodigiosa, y unas maravillosas cualidades para la música, la pintura y las manualidades en general, bebía mucho. Y esta circunstancia lo transformaba en un ser difícil, temible, solitario y agresivo en sus formas de mirar y de hablar. Pero mi casa no era solo mi padre, era mi maravillosa abuela Teresa, discapacitada de medio cuerpo desde que la conocí. ¡Pura magia! Fue la que me enseñó a honrar a mis padres, fueran como fueran. Con ella pasaba horas y horas, charlando y acompañándola, mientras hacía mis deberes u ordenaba escrupulosamente mis pequeños lápices de colores. ENTREVISTA R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 0
  • 21. El colegio me encantaba, mi maestra Dª. Gertrudis y mi clase de 1º a 5º, gente sencilla, humilde, sana, a los que sigo viendo por la calle y me emocionan con el recuerdo de aquellos preciosos años. Con mis hermanos he jugado poco, somos distantes, pero muy unidos en los momentos en los que nos necesitamos, en los de alegría y en los de dolor. No quiero dejar atrás a mi amiga Isabel Díaz Mingorance, la hija de Paco Díaz, el dueño de la cadena de supermercados El Jamón. En aquel tiempo solo tenía un súper en Lepe y otro en La Antilla. Y yo pasaba con ella las horas muertas haciendo deberes y jugando en su gran piso de Lepe, fue otro de mis refugios de infancia: mi abuela, mi cole y su casa. En muchos momentos de mi vida hubiera descrito mi infancia como “horrible”, hoy no. Gracias a lo que viví soy hoy la persona que soy. ¿Cómo era tu instituto? ¿Qué recuerdos guardas de aquellos años? Cuando terminé la EGB (Educación General Básica), no quería ir al Instituto. Mi exceso de responsabilidad y mi miedo al fracaso no me permitían ver más allá de una Formación Profesional. Muchos de mis compañeros hicieron Administrativo y a mí me hubiera gustado compartir esos cinco años con ellos. Pero ahí estaba siempre mi madre, que proyectó en mí todo su deseo de haber tenido una carrera universitaria. En Lepe no había Instituto con Bachillerato, teníamos que desplazarnos diariamente a Cartaya. Comprábamos un ticket para el autobús, que el conductor iba picando cada día. Por aquellos años, las clases eran por la mañana y por la tarde, así que era muy sacrificado. Como en mi vida en general, he sido muy crítica con la gente que se siente superior en algo, especialmente en lo económico. Y siempre me he acercado a compañeros sencillos. Guardo muy buen recuerdo de un buen grupo de cartayeros, pero otro no me caía nada bien. En realidad, este problema de prejuicio se debía a una baja autoestima y a miles de complejos porque nadie me demostró nunca ser mala persona. Hoy los quiero a todos, sin excepción. Tuve profesores magníficos, quiero destacar a Estrella Flores, de Lengua Española, una de las responsables de que hoy me dedique a la Lengua. No era muy querida por los estudiantes por su seriedad y disciplina, pero a mí me gustaba muchísimo. Y otro de mis grandes regalos fue Juan Ruiz, de Latín, con quien sigo manteniendo contacto por cuestiones de investigación y cuya sabiduría me fascina. No fueron los mejores años de mi vida, creo que no he tenido nunca épocas que describiría como “los mejores años de mi vida”, salvo mis embarazos y los primeros años de mis hijas. Pero sí estoy llena y soy el producto de muchos y grandes momentos: minutos, horas, algunos días que he compartido con buena gente que han construido el mosaico que soy hoy. Lo poco bueno que hay en mí se lo debo a todos ellos. Si atendemos a su origen etimológico, la palabra “filología” significa “amor o interés por las palabras”. ¿Cuándo supiste que sentías ese amor o interés? ¿Por qué te decantaste por la filología? Sin ser consciente de ello, porque ningún maestro me lo enseñó como es debido, me encantaba la parte matemática de la Lengua: la sintaxis, y esta asignatura en general. Y quiero dejar claro que nunca he sido la primera en nada, pero tampoco me quería quedar atrás. Y, como el colegio y mi maestra Dª. Gertrudis fueron pilares fundamentales en mi vida, entiendo que aquello me marcó para no descartar la profesión de maestra. Y ahí estaba de nuevo mi madre, que no solo no se conformó con que me fuera a estudiar Administrativo, sino que tampoco le pareció mucho lo de Magisterio, así que convenció a Estrella Flores para que hablara conmigo y me R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 1
  • 22. animara a hacer Filología Hispánica. He de reconocer que me resultaba pesado leer la literatura no me encantaba, pero he aprendido a amarla con el tiempo, y cuando más mayor soy, aunque soy especialista en Lengua Española, más me interesa la literatura, especialmente toda la que tenga que ver con lo social. Ahora, por ejemplo, estoy leyendo mucha literatura de mujer: poesía social hispanoamericana, escritoras místicas comprometidas con los derechos humanos del siglo XX, entre otras. Así que mi madre se salió, afortunadamente para mí, con la suya, y me fui a la hermosa ciudad de Salamanca a hacer mi carrera, donde no solo me licencié en Filología Hispánica, sino que también comencé mi andadura en la enseñanza de español como lengua extranjera en los Cursos Internacionales y donde también me doctoré en junio de 2001, embarazada de mi hija mayor, Julia. Estudiaste en Salamanca. ¿Qué supuso para ti abandonar Lepe e instalarte allí? Esa es la pregunta que me hace todo el mundo: ¿por qué hiciste la carrera en Salamanca?, ¿por qué no la hiciste en Sevilla? Mi madre tiene una hermana casada en Ayamonte desde hace más de 50 años. Y tiene dos hijas unos años mayores que yo, una de las cuales se había ido a estudiar allí Empresariales, es una aventurera. Así que todos pensaron que sería mejor que me fuera con ella y mi tía podría ayudarme con los gastos si alguna vez me encontraba en apuros, porque pude sacar la carrera a base de becas y de trabajar durante las vacaciones. Irme fue un trauma. Ya por entonces salía con el que hoy es mi marido, y mi familia y mi pueblo (es decir, mi ignorancia) me pesaban mucho. Ni yo misma sabría explicar hoy cómo pude soportarlo. Solo sé que nunca quise decepcionar a mi madre y este fue mi regalo para ella. Hoy entiendo que no es así, que lo hizo por mi bien y que no se equivocó. A mis nueve años en Salamanca le debo muchísimo de lo que soy hoy. No fue fácil, y al final volví, como siempre había soñado. Hoy no me arrepiento, pero algunas veces me pregunto cómo hubiera sido mi vida (y la extraño) si me hubiera quedado allí. La considero mi segunda casa. Comenzaste a trabajar en la Universidad de Salamanca. ¿Qué circunstancias propiciaron que acabaras trabajando en la universidad en la que estudiabas? La verdad es que jamás me imaginé ser tan afortunada. Muchos estudiantes universitarios no saben que pueden concursar a ser Becarios de Colaboración en el último año del Grado (y, en la actualidad, en el primer año de Máster). Esta beca es compatible con la del Ministerio, y supone un vínculo con un proyecto de investigación del profesor o profesora que firma dicha solicitud, además de una cuantía económica. Y así fue, me la concedieron. La había pedido con mi profesor preferido, claro está, quien después se convirtió en mi director de Tesis Doctoral, el catedrático D. Julio Borrego Nieto.Cuando estaba terminando 5º, allá por el mes de junio del año 1995, mi maestro D. Julio me preguntó por mi nota media, porque la Facultad de Filología daba la oportunidad a los tres mejores expedientes de cada promoción que terminaba sus estudios de impartir cursos de español a extranjeros durante aquel verano. En aquel momento, no estaba muy segura de mi media, porque no conocía mis calificaciones finales, y me sentí contrariada: por un lado, me hacía mucha ilusión ser elegida (por el reconocimiento a mi trabajo, por mis padres, por la experiencia que iba a vivir, por el dinero…); por otro, no podría volver a casa en vacaciones. Y fui el tercer mejor expediente de mi promoción. Y allí estaba el 1 de julio, en un curso con jóvenes americanos de Pensilvania, mi primera experiencia docente. Ese mismo año, aunque empecé a preparar las Oposiciones para ser profesora de Secundaria, mi maestro me había animado a concursar de nuevo a las Becas R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 2
  • 23. de Investigación del Ministerio, que tenían una duración de cuatro años en los que debía realizar mi Tesis Doctoral y compaginarlo con la docencia en la Facultad de Filología de Salamanca. No me hacía mucha ilusión, me preocupaba que me la concedieran porque ello significaría 4 años más allí. ¿Qué hice? La solicité. ¿Qué pasó? Me la concedieron, había 13 becas y fui la número 13. Así que, a continuar…. Y mi madre la mujer más feliz del mundo, claro. De Salamanca regresaste a Huelva. ¿Por qué? ¿Echabas de menos tu Tierra? A mi pueblo siempre lo he llevado en mi corazón. Creo que la mejor respuesta a esta pregunta está en una poesía que escribí allí, en el año 1995, y se la envié a mis padres por carta, como se hacía antes. No es buena, no soy poeta, pero responde a lo que se pregunta: A MI FAMILIA Hace ya varios otoños que salí de mi ciudad, y mi familia, mi casa, todo se quedaba atrás. Atrás quedaban problemas, tiempos de felicidad, paisajes, caras, olores, que nunca puedo olvidar. Siento con toda mi alma no poderos consolar cuando atacan vuestras vidas momentos de soledad, o reír a carcajadas, reír tanto, hasta llorar, cuando corren buenos tiempos y los queréis celebrar. Que sepáis que soy feliz si vosotros lo sois más. Es muy injusto que me queje cuando hay quien no tiene pan para llevarse a la boca a la hora de almorzar. Los éxitos que yo tenga os los voy a dedicar, y los fracasos que vengan los trataré de olvidar, para llenar vuestras vidas, no de penas, sí de paz. Desde esta, mi Salamanca, nunca os dejaré de amar. Cuando llegaste a la Universidad de Huelva, ¿Qué tipo de universidad te encontraste? Una Universidad joven, sin jerarquías, llena de luz, y muy cerquita físicamente de los míos. Las Universidades antiguas, las mal llamadas “de prestigio”, responden en muchas ocasiones a: cría fama y échate a dormir. Es cierto que no es verdad al cien por cien, pero sí en un alto porcentaje. Están llenas de catedráticos ilustres que vienen a clase contando sus batallitas y las aulas están repletas de estudiantes que son un número. En la Universidad de Huelva, en el Grado de Filología Hispánica, se está realizando un trabajo de seguimiento de los estudiantes egresados, y se procura atender emocional, académica y profesionalmente a cada uno de ellos desde que ingresan hasta que egresan. Es un espacio abierto que oferta una salida al alumnado como SICUE, ERASMUS, en los Grados y en los Posgrados. ¿Cometemos fallos? Por supuesto, estamos trabajando por mejorar siempre. Mi hija mayor tiene ahora 19 años. Obtuvo una nota muy alta en Selectividad, lo que le permitía cursar Enfermería (que era lo que quería) en cualquier Universidad española. Sin embargo, yo he querido que la hiciera en Huelva. Es la 6ª en el ranquin español. Creo que con esto no tengo mucho más que decir que me gusta mi Universidad, la UHU. En mis años de facultad las aulas de Filología estaban prácticamente vacías. Recibíamos una atención personalizada y disfrutábamos de una relación muy directa con el profesorado. Sin embargo, era insostenible por la escasa rentabilidad económica de esas titulaciones ¿Cómo están las aulas en la actualidad? El curso de 1º es el más numeroso, en concreto el turno de mañana, en el que están matriculados 60 estudiantes. Y no hay más porque es el límite establecido por la UHU. Es un curso común a los estudiantes de Estudios Ingleses, Filología Hispánica, Doble Grado y Humanidades. Ya en 2º se reduce a la mitad, más o menos. Suelen ser unos 40 los que continúan en Hispá- R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 3
  • 24. nicas que,comparado con vuestros grupos, son muchísimos. Y, aunque no esté bien reconocerlo, algunos de los que había elegido realizar Estudios Ingleses en 1º se cambian a Hispánicas. Tenemos mucho trabajo, gracias a Dios. El área de Lengua Española cuenta ya con un total de cuatro profesores de plantilla (todos doctores y yo soy la más vieja, así que es un lujo), 3 con contratos indefinidos y 1 o 2 con contrato de sustitución. Aquí es donde se refleja el crecimiento de la demanda en Filología Hispánica, y todos somos jóvenes. Por tu carácter cercano y tu capacidad para humanizar la relación docente-alumno acabas conociendo a tus alumnos en la distancia corta. ¿Ha cambiado el alumnado durante todos estos años de docencia? En absoluto, en mis cursos siempre hay estudiantes educados, sencillos y con mucho interés en aprender. Me sigue sorprendiendo cada año el encontrarme con jóvenes llenos de valores y con una gran capacidad cognitiva, madurativa y de trabajo. Llegan con muy buen nivel de idiomas y yo me encargo de hacer la otra parte, de terminar de enamorarlos del Grado, especialmente de la Lengua Española. En mi caso, llevo más de 7 años tutorizando a estudiantes que han conseguido Becas de Colaboración, que se conceden a nivel de toda la Universidad en función de la calificación media del expediente. Y con muchos sigo trabajando en la realización de artículos, ya publicados algunos en revistas de reconocido prestigio. Incluso en la dirección de Tesis Doctorales. Precisamente, en pocos meses publicamos Montemayor Martín Camacho y yo un libro que se llama Diccionario de onubensismos. Patrimonio lingüístico de Huelva para su conservación y enseñanza. Ahora ya dejan de ser mis alumnos para ser mis compañeros de investigación. En esta publicación aprovecho para pedirte, Jose, que te animes a escribir una Tesis Doctorales. No hay que tener miedo a la responsabilidad, tú vales para ello. Háblanos un poco de tu trabajo en la Universidad de Huelva. Docencia, investigación, publicaciones… ¿En qué andas inmersa en la actualidad? ¿Cómo se gestiona todo ese trabajo? ¿Compensa someterse a esa presión? He sufrido mucho, muchísimo en la Universidad, en gran parte por mi propia condición personal, sería injusto culpar siempre a los demás. Pero es cierto que los profesores universitarios comprometidos, realmente comprometidos (como sucede en los Institutos), trabajamos de día y de noche. No tenemos vacaciones, nunca. El trabajo se ha multiplicado con la creación de Comisiones, los Trabajos de Fin de Grado, los Trabajos de Fin de Máster, la docencia virtual, el invento político de los Sexenios de Investigación. Yo estudié para ser docente, y esta tendría que ser mi primera y máxima dedicación. Sin embargo, hoy el sistema es tan exigente con nosotros que nos asfixia. Todo se mueve a base de acreditaciones y concursos politizados. El pasado curso me ofrecieron ser Directora de Acceso en la Universidad, trabajar con el alumnado. También me han pedido ser Vicedecana de la Facultad de Humanidades. Pero durante muchos años he tenido que dejar de lado la investigación por motivos familiares y porque la docencia para mí es muy importante. En el mes de diciembre de 2019 era la tercera vez que solicitaba el reconocimiento de mi primer Sexenio de Investigación, las dos primera veces me lo habían denegado. Y el 1 de agosto me llegó el sí. Es un reconocimiento a la calidad de la investigación en cuanto a la publicación de libros, artículos o capítulos de libros en editoriales de reconocido prestigio e impacto. Podía haber renunciado a pedirlo, pero no tener Sexenio no me permite dirigir Tesis Doctorales en solitario, ni tener Proyectos de Investigación, ni Becarios de Investigación, ni formar parte de Tribunales… Y ya no lo hago por mí, sino por mis estudiantes, que se lo merecen todo. Es el único motivo por el que me ha compensado esta presión. R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 4
  • 25. Así que entre los años 19-21 mi dedicación a la investigación ha cambiado. Es cierto que en los últimos 10 años he tenido que atender a mi padre, a mi madre y a mis suegros en sus enfermedades respectivas (todos han fallecido, mi suegra el pasado mes de octubre). Y mis hijas se han hecho mayor. Así que ahora escribo mucho y de muchas cosas: la lectura de la imagen, el lenguaje poético de la mujer, la lingüística social, la pragmática de las nuevas tecnologías, entre otros. ¿Cómo ha influido la pandemia en la docencia universitaria? ¿Qué consecuencias puede tener esta situación para el alumnado universitario? Ayer hubiera dicho que negativa, hoy puedo decir que positiva. Verás, esta semana he estado muy preocupada, angustiada, porque tenía clase con los estudiantes de 1º por primera vez en mi vida de manera virtual. Y, quien me conoce, sabe que yo doy clases con todo mi cuerpo y con toda mi alma. Y eso no es fácil a través de una pantalla. Pero el jueves y el viernes he tenido ese primer contacto, y ha ido bastante bien. Estoy muy contenta. Cuando se trabaja duro y se prepara bien la tarea, se recibe recompensa. Llevo varios meses realizando cursos de preparación de la plataforma MOODLE organizados por la UHU y he aprendido mucho de la experiencia de los compañeros. Así que esta ha sido una prueba de fuego que nos ha servido para volver a afrontar situaciones inesperadas. Sí es cierto que habrá profesores y profesores, pero que la mayoría se está esforzando, no me cabe ninguna duda. Que me está pasando factura, por supuesto. Mi cuello, mi espalda y mi vista se están resintiendo muchísimo. Y tenemos que acudir a medicación y fisioterapia constantemente, y las gafas de presbicia. Pero hay profesiones (y muchas no reconocidas como tales) muy duras en las que no había pensado nunca: familiares cuidadores, mineros,administrativos, camperos, marineros, asistentes sociales, sanitarios, entre otros, así que no soy nadie para quejarme, soy una privilegiada. Todos los que hemos pasado por la universidad sabemos con mayor o menor precisión que la universidad puede ser un lugar hostil en el que demasiadas personas tratan de medrar y ascender. ¿Es posible llegar adonde has llegado sin dejar ningún cadáver en el camino? No diría yo cadáver, pero sí amigos que hoy son únicamente compañeros, lastimosamente. Más aún, diría que todos los que consideraba amigos son hoy solo compañeros. Sin embargo, cuando pasa el tiempo, piensas en lo bueno de cada uno de ellos y a todos les deseo salud, paz y muchos triunfos, y les agradezco lo que han contribuido en hacer de mí una persona mejor. En los últimos años estás desempeñando la labor de correctora de la materia de Lengua Castellana y Literatura para la PEvAU (antigua Selectividad), ¿no? Este año te han nombrado Ponente de dicha especialidad por la Universidad de Huelva. ¿Cuáles son los errores más comunes que comete el alumnado que se enfrenta a dicha prueba? ¿Qué consejos les darías a quienes van a afrontar ese examen? Los consejos deben ser para los profesores, responsables primeros y últimos de la formación de los jóvenes. Recuerda que siempre os he dicho en clase que hay un tratamiento desigual en la enseñanza de la Lengua y las Matemáticas en las aulas. Pero esto se debe a la carente formación universitaria que han recibido profesores y maestros. En nuestra especialidad se dejan de enseñar muchos contenidos básicos o no se enseñan bien. Y esto no se puede recuperar en un curso de 2º de Bachillerato, y menos aún con la presión de la Selectividad. Nuestra materia es muy disciplinada y muy matemática. Si facilitáramos estrategias a los estudiantes desde que están en el colegio, y continuáramos con esta labor en ESO, no habría problemas de comprensión y expresión. Mi consejo es responder a las pruebas con ma- R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 5
  • 26. durez y con conocimiento de lo que está pasando en el mundo, a todos los niveles. Quien sabe puede opinar, quien no sabe no puede opinar. Ser coherente con lo que se pregunta y argumentar lo que se responde siempre, de forma breve: mi respuesta es esta por esto. Y no dejar preguntas en blanco. Este año la nota media ha bajado porque muchos estudiantes no quieren estudiar la literatura y son puntos que se pierden. Así que más trabajo y esfuerzo desde la docencia universitaria implica más calidad en la enseñanza y aprendizaje de Primaria y Secundaria. Hablemos ahora del andaluz o de la modalidad de habla andaluza. ¿De dónde procede el tópico de que los andaluces hablamos mal? ¿Crees que los medios de comunicación han contribuido a crear un estereotipo negativo del hablante andaluz? Este tema es muy largo y controvertido. Ahora, cada vez más, me cuestiono los conceptos de “dialectalismo”, “regionalismo”, etc. El andaluz es español, ni más ni menos, con sus variantes fonéticas, morfológicas y sintácticas, pero tan español como lo es el de Cuenca. Otro asunto es que en todas las partes donde se habla español se cometan errores, en el sentido de no ser normativos según la Real Academia Española de la Lengua. Y la responsabilidad de ese estereotipo negativo viene de nosotros mismos, del propio andaluz. No tenemos una política lingüística. Y, aunque muchos defienden con criterio nuestra modalidad de español, son muchos más los que por ignorancia se ven reconociendo que “qué bien hablan los de Madrid, los de Cuenca o los de Valladolid”. Jose, es un asunto para un curso entero. Victoria, una de las mayores dificultades que afrontamos los profesores de secundaria es conseguir que el alumnado escriba con corrección ortográfica. ¿Qué recomendación darías a docentes y alumnos para mejorar ese aspecto? Disciplina, disciplina y más disciplina. La personal del docente, que no la tiene en muchas ocasiones, y la exigida al estudiante. Escribir mucho y copiar mucho, más dictado, pulir los criterios de enseñanza de las reglas de ortografía (muchos profesores de lengua no saben distinguir un hiato de un diptongo), más actualización, más rectitud a la hora de evaluar los errores de ortografía. Un profesor de matemáticas no pasa que un 2+2 sea 5. Nosotros tampoco deberíamos haberlo hecho. Así nos va. Disciplina, en definitiva. No es extraño que algún alumno durante el estudio de la sintaxis esgrima aquello de “¿Y esto para qué sirve, maestro?”. ¿Qué le dirías? Se me ocurren muchas cosas y pocas a la vez. Me estás haciendo preguntas nada fáciles de responder ni en una vida entera. El sistema ha fallado, nuestra formación universitaria (en el sentido pedagógico) ha fallado y ahora no podemos pretender que los profesores de secundaria realicen su trabajo con toda la corrección que deberían. Ese es uno de mis objetivos docentes siempre, que no seamos “profesores de lengua estafadores”. La sintaxis es muy matemática, tiene una serie de normas o estrategias cuasi inamovibles que, de aplicarlas, el estudiante disfrutaría con ello y le vería la lógica. Les diría que hagan Filología Hispánica en Huelva y lo descubrirán, como lo hiciste tú en su momento. Me gustaría conocer tu opinión sobre un aspecto que afecta a nuestra lengua en la actualidad. ¿Qué piensas del lenguaje inclusivo? Soy partidaria del lenguaje inclusivo, siempre que se utilice con coherencia y sin agresividad respecto del sistema lingüístico que ya tenemos. Siempre habrá que analizar los contextos en los que nos encontramos y las personas con las que nos vamos a comunicar. Hay que ser competentes en este sentido y dominar la lengua de manera que podamos responder con acierto a todas las necesidades sociolingüísticas, R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 6
  • 27. porque el español está lleno de herramientas para ello.corrección que deberían. Ese es uno de mis objetivos docentes siempre, que no seamos “profesores de lengua estafadores”. La sintaxis es muy matemática, tiene una serie de normas o estrategias cuasi inamovibles que, de aplicarlas, el estudiante disfrutaría con ello y le vería la lógica. Les diría que hagan Filología Hispánica en Huelva y lo descubrirán, como lo hiciste tú en su momento. Me gustaría conocer tu opinión sobre un aspecto que afecta a nuestra lengua en la actualidad. ¿Qué piensas del lenguaje inclusivo? Soy partidaria del lenguaje inclusivo, siempre que se utilice con coherencia y sin agresividad respecto del sistema lingüístico que ya tenemos. Siempre habrá que analizar los contextos en los que nos encontramos y las personas con las que nos vamos a comunicar. Hay que ser competentes en este sentido y dominar la lengua de manera que podamos responder con acierto a todas las necesidades sociolingüísticas, porque el español está lleno de herramientas para ello. Para esta revista ha sido un verdadero placer que nos hayas permitido conocerte un poco más. Muchas gracias, Victoria. Ha sido un verdadero honor. Ya sabes, aquí sigo para lo que necesites, porque quien no sirve para servir no sirve para vivir. R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 7
  • 28. The way of wisdom BE ON CLOUD NINE: BE VERY HAPPY /ELATED Esta expresión se origina en la Agencia Meteorológica de Estados Unidos quien identifica diferentes tipos de nubes. La nube de tamaño más grande, se encontró a unos diez mil metros y se la conoce como la nube nueve. Esta asociación con la felicidad tiene lugar debido a que la palabra “high” también significa eufórico o exaltado. Sería el equivalente en nuestro idioma a estar en el séptimo cielo. Veamos un ejemplo donde utilizaríamos dicho refrán. A: I asked my wife to post off a coupon for the lottery so we could have a chance to win a million pounds. We´ve never done it before but I had a lucky feeling. I couldn´t believe it when my wife told me we´d won. B: That´s incredible! You must have been on cloud nine. A: Yes I was, until my wife remembered that she had forgotten to post the coupon. So we haven´t won anything! CULTURA INGLESA PÁGINA 21 ESTHER VALLEJO R E V I S T A O D I L E A P A G . 2 8
  • 30. ¿Dónde están las luciérnagas? Recuerdo que al anochecer el porche de mi casa se llenaba de pequeñas luces parpadeantes e intermitentes, que me llenaban de serenidad, invitando a los sueños . No se parecían en nada a esas pobres imitaciones que son las tiras de led, tan de moda ahora en las acarameladas urbanizaciones de los esnobs. Ninguna de esas luces era igual, ninguna brillaba de la misma manera… estaban vivas, habitaba en ellas un aliento y un latido únicos. Esas lamparitas titilantes eran luciérnagas, y hoy están en peligro de extinción. Algunos expertos culpan de esta situación al cambio climático, otros a la torpeza humana, algunos incluso, al exceso de luz nocturna. Pero ya sabemos que los expertos están demasiado preocupados por su “expertitud” y quizá no sepan que probablemente estén escondidas, reuniéndose en la oscuridad de algún bosque solitario, allí donde las dejen brillar sin temor al deslumbramiento. Y por eso, y por otras cosas que ya contaré otro día, si me apetece decirlas y a ti te apetece escucharlas, quiero ofrecerte, Luciérnaga, este espacio, con la esperanza de que tu luz se una a otra luz y esa a otra más y a otra y a otra y así, todas unidas, reconquistemos el brillo que nos arrebató… el cambio climático, la torpeza humana, la luz de los faros de los coches, las urbanizaciones de los snobs…. Ven aquí, Luciérnaga. Un paraguas: incómodo y necesario eso fuimos un día Un día cuando fuimos no somos ya ni siquiera un paraguas DONDE BRILLAN LAS LUCIERNAGAS Tiempo fugaz avanzando en relojes días y noches Cronos dormido mecido por relojes cuerdas vibrantes POR REBECA DE LA COVA La vida fluye fluye como un gran río termina en un mar de almas fluye hasta el fin delos enormes días El dulce amor de tus caderas rojas ardiente fuego pasión es ella la muerte en sus labïos tiempo pasado Liviano pelo se derrama en tus dedos y aquieta el alma roce sufriente áspero, frío, nuevo mi niña ingenua R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 0
  • 31. H A Y K U S E N C A D E N A D O S Juntos podremos llegar tan alto como cohetes Por la mañana oyen la luz del sol mis dos ventanas Cálido sol frío como la seda tan pasional El viento mueve mi largo pelo, mi alma por las montaña Lluviosa ella poco a poco se moja el alma hiela Mi río pasa por tu cálido pecho sereno y firme Con esta barca Recorro un gran río el de mi vida Tus sentimientos Enfurecidos como huracanes Distancia pérdida con sentimientos rotos amor vacío Calidez roja en lo alto del mundo baila nerviosa Tú eres guapa como la luna de aquella tarde Risa de sol voluptuoso día baila en tu iris Como tu pelo larga es la cascada de nuestro bosque Eres perfecta como blanca mañana de noche azul Duele tu ausencia y aullidos de dolor muerden mi alma R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 1
  • 32. L A I S L A D E L A S O R I E N T A C I O N E S P O R L A U R A S Á N C H E Z Este cuento es una i nvi taci ón a nuestro al umnado a proponerse metas, a no li mi tar sus sueños y a creer en una multi tud de posibil idades propi as, que l e ayudarán a convertirse en adul tos y adul tas li bres. “Habí a una vez un ni ño muy curi oso, sensi bl e e i nqui eto que fue al ci rco y se quedó maravi l l ado al ver l a actuaci ón de un gi gantesco el efante. En el transcurso de l a funci ón, el maj estuoso ani mal hi zo gal a de un peso, un tamaño y una fuerza descomunal es… Durante el i ntermedi o del espectácul o, el chaval se quedó todaví a más sorprendi do al ver que l a enorme besti a permanecí a atada a una pequeña estaca cl avada en el suel o con una mi núscul a cadena que apri si onaba una de sus patas. “¿Cómo puede ser que semej ante el efante, capaz de arrancar un árbol de cuaj o, sea preso de un i nsi gni fi cante pedazo de madera apenas enterrado unos centí metros del suel o?”, se preguntó el ni ño para sus adentros. “Pudi endo l i berarse con faci l i dad de esa cadena, ¿por qué no huye de ahí ?”, si gui ó pensando el chaval en su fuero i nterno. Fi nal mente, comparti ó sus pensami entos con su padre, a qui én l e preguntó: “¿Papá, por qué el el efante no se escapa?” Y el padre, si n darl e demasi ada i mportanci a, l e respondi ó: “Pues porque está amaestrado. ” Aquel l a respuesta no fue sufi ci ente para el ni ño. “Y entonces, por qué l o encadenan?”, i nsi sti ó. El padre se encogi ó de hombros y, si n saber qué contestarl e, l e di j o: Ni i dea”. Segui damente, l e pi di ó a su hi j o que l e esperara sentado, que i ba un momento al baño. Nada más i rse el padre, un anci ano muy sabi o que estaba j unto a el l os, y que habí a escuchado toda su conversaci ón, respondi ó al chaval su pregunta: “El el efante del ci rco no se escapa porque ha estado atado a esa mi sma estaca desde que era muy, muy, muy pequeño. ” Segui damente, el ni ño cerró l os oj os y se i magi nó al i ndefenso el efanti to reci én naci do suj eto a l a estaca. Mi entras, el abuel o conti nuó con su expl i caci ón: “Estoy seguro de que el pequeño el efante i ntentó con todas sus fuerzas l i berar su pi erna de aquel l a cadena. Si n embargo, a pesar de todos sus esfuerzos, no l o consi gui ó porque aquel l a estaca era demasi ado dura y resi stente para él . ” Las pal abras del anci ano provocaron que el ni ño se i magi nara al el efante durmi éndose cada noche de agotami ento y extenuaci ón. “Después de que el el efante i ntentara un dí a tras otro l i berarse de aquel l a cadena si n consegui rl o”, conti nuó el anci ano”, l l egó un momento terri bl e en su hi stori a: el dí a que se resi gnó a su desti no. ” Fi nal mente, el sabi o mi ró al ni ño a l os oj os y concl uyó: “Ese enorme y poderoso el efante que ti enes del ante de ti no escapa porque cree que no puede. Todaví a ti ene grabado en su memori a l a i mpotenci a que si nti ó después de nacer. Y l o peor de todo es que no ha vuel to a cuesti onar ese recuerdo. Jamás ha vuel to a poner a prueba su fuerza. Está tan resi gnado y se si ente tan i mpotente que ya ni se l o pl antea. ” Cuento extraí do del l i bro “Déj ame que te cuente» de Jorge Bucay. R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 2
  • 33. Orientaciones a las familias Orientaciones a las familias Orientaciones a las familias CARIÑO Cuando son niños el cariño y el apoyo de los padres y madres es fundamental. A partir de la pubertad, su importancia es igual o superior. 02 DIFERENCIA Los adolescentes buscan, en algún momento, ser diferentes a los padres y madres. Esto les ayuda a crecer. 03 CONVIVENCIA La adolescencia no ha de deshacer la convivencia familiar, sino que debe entenderse como una transformación. 01 FUTURO Tomar decisiones sobre un futuro incierto da miedo, es normal. Sólo tenemos que ayudarles a avanzar, pero por su propio camino. 06 IMAGEN Que nuestros hijos e hijas intenten «romper» con nuestras ideas más bien a una voluntad de establecer la diferencia, con la finalidad de crearse una imagen de sí mismo distinta. 04 COMUNICACIÓN Es muy importante mantener abierta una vía de comunicación, que no represente un sermón. 05 DIÁLOGO El diálogo con los hijos es una gran herramienta para la tarea educativa y será el principio de una buena relación entre adultos. 07 DECISIONES Si tomamos todas las decisiones por ellos estaremos ahorrando tiempo pero no les enseñaremos de qué es capaz y qué posibilidades tienen de elección. 08 IRREPETIBLE Cada hijo e hija es único. Con su ideosincrasia es como es. 09 Como padres y madres, debemos tener la responsabilidad de guiar a los hijos a avanzar. Debemos contribuir en la búsqueda de su propio camino, entendiéndoles y valorando cómo son y hacia dónde se quieren dirigir. Partiendo de las características de la adolescencia os ofrecemos 9 pautas a tener en cuenta en la etapa de la adolescencia: R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 3
  • 34. «Las matemáticas son una gimnasia del espíritu y una preparación para la filosofía». Isócrates
  • 35. ACERTIJO 1: Buenos días. Si estáis leyendo esta carta es porque ha llegado el momento de que el instituto Odiel conozca los tesoros que tiene guardado en su terreno. El año de su construcción, se escondieron ocho piezas de oro que fueron robadas a un ciudadano del pueblo muy rico. Estas son ocho damas de Ajedrez. Para poder encontrarlas en un futuro se enterraron debajo de un tablero de Ajedrez pintado en el patio del instituto y se hizo el siguiente mapa: En este mapa los números indican la cantidad de Damas que podemos encontrar alrededor de la casilla numerada y las X nos indican que en esa casilla no se encuentra ninguna. ¿Dónde se encontrarán las ocho Damas? Este problema sigue el mismo razonamiento que el juego del buscaminas, así que una vez que veas la estrategia que se debe seguir, podrás ganar fácilmente a este conocido juego. ACERTIJO 2: Después de horas tratando de resolver el enigma, Julia y Laura lo consiguieron. Se fueron corriendo para desenterrar el tesoro y encontraron las ocho Damas de oro. Julia, que es una apasionada del Ajedrez, no pudo resistir la tentación de proponerle a Laura el siguiente reto al verse con las 8 damas: ¿Eres capaz de colocar las 8 damas en el tablero de Ajedrez sin que se amenacen entre ellas? Recuerda que una Dama puede desplazarse horizontal, vertical o diagonalmente todas las casillas que quiera. ¿Eres capaz de ayudar a Laura? Si encuentras las respuestas, mándalas al correo revista@iesodiel.es ¡MUCHO ÁNIMO! ACERTIJOS MATEMÁTICOS Al volver de Navidades las orientadoras del IES Odiel, Laura y Julia, decidieron cumplir su propósito de año nuevo que consistía en organizar el despacho del departamento. Cuando estaban leyendo informes de antiguos alumnos vieron un papel muy antiguo que les llamó la atención. Este estaba prácticamente amarillo y casi se deshacía en las manos de lo deteriorado que estaba. En la carta había escrito lo siguiente: P O R A L F O N S O M O R A T O R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 5
  • 36. Ahora que la primavera es inminente y que será mejor bienvenida y algo más hermosa que la anterior, que se vivió con la pesadumbre de la maldita peste Covid aún no totalmente erradicada, ahora, justamente, viene a nacer como una nueva flor esta nueva revista que recibimos y que debe mover a quienes tienen espíritu inquieto y aman la lectura, la escritura y la cultura, y ha de implicar a la gente que tiene algo que contar, algo que decir o que tiene sueños y quizá quiera incautamente compartir algunos. Ahora que a estas edades muchos de vosotros sabéis algunas cosas de nuestro pueblo, también desconocéis otras que parecen ocultas o quizá olvidadas por esos pliegues que el tiempo hace en su discurrir. Por tanto, ahora, como uno todavía puede recordar y contar, os diré que mucho antes de la existencia de este IES, que figurará para siempre en vuestra biografía, existió otro instituto en nuestro Gibraleón y en él cursaron estudios algunos de los profesores que habéis tenido aquí que, dicho sea de paso, antes de que fuerais siquiera proyectos de vuestros padres, era un campo aledaño a una vaqueriza donde el ganado pacía en las cercanías del arroyo que vemos bajando la cuesta, sitio que fue de correrías de ese pueblo tranquilo de la infancia difícil de olvidar para la chiquillería de la época. Esa niñez y adolescencia pretérita que anduvo siempre enfrascada en aventuras y expediciones por la geografía local en una especie de nomadismo imposible de entender ahora. A diferencia de vosotros, no contaban con ese, como decirlo, artilugio del diablo que ya todos llevamos en el bolsillo y que tanto os detiene y os deja varados practicando un sedentarismo inverosímil, por mor de las pulgadas y la escritura conversacional, -más practicada que la pura conversación-. Os aseguro que no parábamos. Se quemaban tantas calorías que no había estudiantes con colesterol y parecía que todavía no se habían inventado los gimnasios y salir a la calle en chándal era inconcebible porque esa prenda, era solo para los equipos deportivos. En esa etapa nuestro pueblo ya contó con su primer instituto. El edificio estaba situado en la avenida de Andalucía, contiguo a la plaza de abastos y haciendo esquina con calle Hospital. Años más tarde cambiaría su ubicación y estaría un tiempo en lo que es el colegio “Aurora Moreno”. A quienes dimos el salto y pasamos de aquella escuela primaria, con nuestro único maestro, al instituto, que en realidad se llamó Colegio Libre Adoptado “ Santo Tomás de Aquino” nunca se nos olvidará por formar parte de nuestra vida como este lo forma de la vuestra. También por ser, precisamente, el primer centro que albergó la enseñanza media y permitir que los estudiantes obtuvieran su formación sin necesidad de salir del pueblo, cuestión importante para la época, puesto que estudiar en el IES Rábida de Huelva se haría más tarde. Luego se incrementó el número de niños que aspiraban a estudiar. Como alguien dijo: “ahora todo el mundo estudia, se ha puesto de moda, nadie quiere ya que su hijo trabaje”. Esta frase sin duda se las trae, pero hablamos de otra época. EL OTRO IES POR MANUEL SIERRA HOLGADO MAESTRO DE AUDICIÓN Y LENGUAJE R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 6
  • 37. Inicialmente no hubo suficiente número de estudiantes para crear institutos, tampoco para crear universidades puesto que ni Huelva la tenía. La gente, no obstante, se puso a estudiar y hasta lo hizo fuera de su provincia. Los que pudieron permitírselo en aquellos años precarios en los que hasta viajar resultaba casi imposible por diferentes motivos desde la escasez de transportes hasta la cuestión económica general y particular. Muchos se conformaron con los viajes narrados en libros o con los proyectados en la pantalla de los cines. Quizá sea la mayor deuda impagable y que nadie ha reclamado. En aquellos días contábamos con ese otro Instituto de “Enseñanza Media” y no de Secundaria como hoy, (formado por una plantilla de algunos maestros de escuela del pueblo y por tres profesores licenciados de Huelva: el director D. José Trevijano que impartió Matemáticas y Física-Química, la señorita Rocío Borrero encargada de Lengua y Literatura y la señorita Pilar, que dio E.F. a las niñas, pero estuvo poco tiempo). Estos profesores llegaban todas las mañanas en el 600 del dire (me sorprende no haber olvidado la matricula). Y siempre que se les recuerda oigo hablar de ellos con admiración, cariño y respeto. De los maestros locales puedo dar también sus nombres, como homenaje, aunque hasta podría dejar alguno en el limbo. Nos acordaremos siempre de D. Manuel Vilán, que nos dio E.F. y FEN (Formación del Espíritu Nacional), D. Rafael Cotán y su Francés tan nasal, D. José Coronel, para algunos sólo sargento, D. José P. Román, con su manazas de Dibujo, D. Juan Tocino, el cura, con su Latín y Griego, y también el otro cura joven D. Diego que nos daba Religión, que en cierto modo abrió las ventanas para acabar con el olor rancio y alegrar a la juventud local con su guitarra, los paseos en coche, los partidos de baloncesto y luego la creación del club. Su huella estará perennemente en la localidad con toda su herencia. En cuanto al número de alumnos, nos conocíamos por nombres y apellidos, se pasaba lista diariamente contribuyendo así a dejar ese sustrato en nuestras meninges que estando atiborradas actualmente de todo lo que con el tiempo se almacena, aún nos permite recordar quién se sentaba en la mesa del fondo y dar el santo y seña del compañero. Estudiábamos diariamente porque todos los días llamaban por lista para preguntar el tema o parte de este y nos hacían “salir a la palestra” prácticamente en todas las asignaturas. Eso de llamarlas “materia” se habría visto como una parida o como una chorrada del profesor de turno y le habríamos puesto mote. Seguro. También se hacían exámenes a menudo pero cuando llegaba junio venía el comité de expertos, (por decirlo en términos actuales). Era una comisión de licenciados procedentes del instituto de Huelva a los que no habíamos visto nunca y que ponían los exámenes finales (previamente a la llegada de los exámenes, nuestras madres ponían en lugar preferente de la habitación la estampa de Santa Gema para que no flaqueáramos estudiando). Y es que ahí te lo jugabas todo. Era el fin de la partida. Arriesgabas todo tu saber ante cinco grandes preguntas, ante cinco grandes problemas, ante tres dibujos o con cinco cuestiones sobre un texto. Toda esta guerra se libraba en dos jornadas y luego se hacía un enorme silencio de incertidumbre durante esos días en los que esperábamos las notas o las calabazas, -como decían los mayores con bastante sorna-. El espejo de los años me devuelve mi imagen como estudiante refugiado en lecturas o buscando en los apuntes el posible fallo en la respuesta del examen. De noche me veo esos días con mi padre en el cine de verano viendo hipnotizado la nave rodante de “2.001: Una Odisea del espacio”, película magnética que vi varios días hasta que mi padre suspendió mi cinefilia por culpa de Física-Química y Francés. Ese mismo día, en aquel verano, me di cuenta de cuánto faltaba para llegar a ese osado y lejano año de 2.001, que… llegó. Y lo que son las cosas de la vida, en junio estaba poniendo exámenes yo también. R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 7
  • 38. El pasado presente Antiguos alumnos del Odiel
  • 39. Principios de septiembre y aún no habían salido las listas. Todavía recuerdo cuando en el verano del 2010 quedamos el grupo de amigas que desde pequeñas habíamos coincidido en clase y crecido juntas para ver si la suerte estaba de nuestra parte y en “1º de la E.S.O.” seguíamos en la misma clase… Buscando nuestros nombres y apellidos con los nervios, agarradas a los barrotes de hierro y señalando con el dedo por el cristal toda aquella infinidad de nombres que se convertirían en mis nuevos compañeros y compañeras de clase, entre todas aquellas personas que éramos. Ahí comenzaba la aventura y también los miedos… Los profesores te podían poner un parte si te portabas mal, incluso te podían expulsar a casa unos días o, lo que era peor, llegar tarde a clase e informar a tu madre de un retraso, ¡aquello rozaba el delito! Pero claro, ¿qué nos encontramos?, un instituto sin taquillas, ¿cómo era posible? Ya no molaba tanto. Por nuestros hermanos y primos ya llegábamos informados de los nombres de aquellos profesores a los que había que temerles por si acaso, y sobre todo lo que estaba terminantemente prohibido: fumar en los servicios. Pero como una gran familia, los profesores más veteranos leían tu primer apellido y te sacaban el parentesco rápidamente de tus familiares y sus respectivos antiguos alumnos. Por eso hemos pasado todos: ya nos tenían fichados. Es bonito recordar, por ejemplo, el primer sitio que ocupaste en el recreo con tu grupo de amigas y cómo no fue el mismo ningún año más. Conforme ibas avanzando de curso te correspondía un nuevo lugar: la zona de la entrada con la farola, la zona de la pasarela de cristal, la pared de la sala de los profesores, la de los azulejos azules o incluso las escaleras y la rampa ya en bachillerato. Eso sí, en verano, el soportal antes de entrar en cafetería era clave y, en invierno, quien cogiese las mesas de cafetería, con sillas y al lado de la estufa, ya tenía el sitio adjudicado. También recuerdo el cambio de edificio. El paso a 2º de la ESO ya eran palabras mayores… Del pasillo frente a la “cárcel” (donde estaba el laboratorio de Biología) al servicio ida y vuelta, a nadie se le ocurría todavía subir al pasillo de bachillerato ¡qué vergüenza! Pero es que todo era más divertido cuando te tocaba una clase llena de repetidores. El año para los profesores era un suplicio, pero es que ese 2ºC…, llevaba nombres y apellidos. Ya en 3º de ESO la situación mejoró. Las hormonas juveniles terminaron por aflorar ¡y tras una clase de Educación Física un 20 de mayo aún más! ¿Cómo olvidar ese curso, si coincidí en clase y conocí a los que ahora son mis amigos? Cuántos móviles requisados, cuántos paquetes de chucherías metidos en el casillero de metal azul que tenían las mesas para guardarlos para el recreo…. ¡si no se podía comer en clase!, cuántas pulseras no salieron de colores… Estar en 3º te daba unos poderes que no se tenían antes: podías ir en los recreos a jugar a las pistas o incluso en hora libre atreverte a pedir un balón, pero como se te ocurriera “embarcar” la pelota, quien lo hacía asumía las consecuencias: ir donde estuviese Camacho y escuchar un “Joío zambombo, ¿tú eres tonto?”, y con una colleja te ibas calentito con la escalerilla de aluminio al hombro. BONITOS RECUERDOS P O R A L I C I A T E J A D A R A M Í R E Z R E V I S T A O D I L E A P A G . 3 9
  • 40. En 4º curso ya te tocaba elegir entre ciencias o letras y ahí ya… ¿cómo eliges tu futuro?, Si eres la misma persona que va en el intercambio de clases a comprarte un medio de tortilla a las 10:30 de la mañana para ponerlo en la estufa de clase y así comértelo calentito luego. En 4º la cosa se ponía seria pero las horas libres pasaron de ser horas aprovechadas para hacer los deberes a horas de ocio mientras te tirabas encima de tu mochila y te ponías a tomar el sol, porque si algo teníamos claro fue que la vitamina D era más que necesaria para afrontar el bachillerato que se nos venía encima. Atrás quedaban las excursiones a Sevilla, las Cabañas de Cumbres Mayores, los senderismos por el muro aquí en el pueblo, los concursos de cocina en Francés, los playbacks elaboradísimos que teníamos que hacer para Educación Física y, sobre todo, el test de Cooper. Bachillerato. Ya puedes entrar por las mañanas por la puerta de cafetería, y ese olor a tortilla de papas recién hechas con el calorcito de las estufas en invierno ¿eso a quién se le olvida? Era el camino más corto para ir a clase, sobre todo si ibas justa de tiempo (algo común entre los estudiantes de bachillerato año tras año). El primer curso se pasa prácticamente rápido. Normalmente a los de sociales nos asignaban “el palomar” así bautizado por nosotros, es decir, volvíamos al otro edificio, al de hormigón, al “instituto nuevo”, al de más de treinta escalones diarios, y entonces llegaron los inolvidables compañeros de San Bartolomé, nuestro pueblo vecino. Cachondeo hubo, pero también éramos muy responsables, como en todos los cursos. Éramos tan responsables que no se nos olvidó ni un día el carnet que te dejaba salir en los recreos y los martes tocaban las aceitunas del “rastro”. Pero también empezamos a ir a la biblioteca del instituto en los recreos y en las horas libres. Se iba acumulando el trabajo y los exámenes. Pero el premio era el viaje de fin de curso: el crucero. Cada generación tiene su viaje, sus anécdotas, sus travesuras…, y puedo asegurar que el mío da para otro artículo… ¡Esto por desgracia no volverá a ser lo mismo! Y por último, Selectividad ¡No! 2º de Bachillerato, solo que es un curso dedicado a ella. Nervios, angustia, exámenes, exámenes y más exámenes. Había que ir a darlo todo. Dejar de estudiar el día antes. Era el final de una carrera de fondo. Atrás quedarían todos esos momentos, todos esos proyectos de tecnología, todos esos pelos de segueta rotos nada más ponerlos, todas esas láminas de plástica que eran auténticas obras de arte, todas las risas, todas las celebraciones de semana cultural o Días de Andalucía porque solo nosotros sabíamos cómo se vivía un jueves de feria esperando a salir a las 15:00… Todos los llantos, todos los “es que me tiene manía”, todos los suspensos y todas las vivencias que nos sirvieron para ser quienes somos hoy. Demasiadas travesuras han tenido que soportar con una paciencia envidiable, ojo, año tras año y curso por curso. Porque al instituto igual que al cole se va para aprender, pero no te tienen por qué educar, sin embargo, todos aportan su granito de arena y nos hacen ser quien somos, replanteándonos un futuro en el que las vivencias de la universidad están muy bien, pero al instituto no puedes volver, a aquellos años ya no… Fueron años buenos o regulares, pero entre todos los asumimos y sacamos pecho de ellos. Así se construye lo que somos hoy, y así nos quedan grabados los buenos momentos, deseando ahora volver como profesora en mi caso 11 años después, para devolver todo lo que me dieron. R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 0
  • 41. Estamos hechos de sueños. Esto le habría dicho yo a la chica que fui. Quizá también le hubiera comentado lo bonita que es la vida cuando aprendes a vivirla desde la tranquilidad, cuando la ilusión es tu único pasaje de ida y vuelta y la experiencia es el sueldo de un soñador. Si me hubieras conocido unos años antes te hubiera hablado de mis incesantes ganas de crecer, de cambiar el mundo, de viajar y de convertirme en una gran profesional. Pero la vida no siempre es un plan, la vida improvisa y te cambia y desde donde estás te hace mirar por la ventana del recuerdo haciéndote pensar que hubo tiempos mejores, aunque no sea así. Recuerdas el último abrazo que diste o las veces que no pediste perdón por creer que tu perspectiva del mundo era la correcta y la única y, para cuando te quieres dar cuenta, la vida se ha ido y no has sonreído por cada gesto que te has encontrado a lo largo del camino y es una pena. Durante estos seis años que hace que dejé el IES Odiel he aprendido muchas cosas, he viajado y me he empapado de la forma de vivir de otros países, de su filosofía, de vivir desde las entrañas cómo funcionan, desde el respeto, desde la desestructuración del prejuicio previo a la vivencia. He aprendido otras lenguas y quizá nunca me di cuenta que gracias a lo que aprendí en el instituto portaba una mochila cargada de herramientas para solucionar cualquier contratiempo académico y no tan académico. Aprendí a aceptar que somos el fruto de las decisiones que tomamos y de las que no. Somos la transición entre lo que decimos y lo que hacemos. Entre tantos vaivenes en estos años puedo decir que aún siento cómo mi pelo se mueve al bajar una ventanilla del tren de PKP en Polonia y cómo cruzo el país de norte a sur mientras el chico de al lado se ríe. Él lee el “Lobo Estepario” de Hermann Hesse y yo me dedico a sentir el viento en mi sien. Pero este no ha sido mi único destino, aún puedo visualizar el “Éxtasis de Santa Teresa” en la Iglesia de Santa María de la Victoria en Roma o la exquisitez de los frescos en la bóveda de la Capilla Sixtina, sin olvidar el mercado de Trastévere y sus interminables calles empapadas de historia. Aún puedo escuchar el motor del scooter en el que descubrí Tesalónica y el silencio del Mar Egeo al caminar por el paseo marítimo, ¡lo que yo hubiera dado en ese momento por haber aprendido griego! He recorrido el sur de Irlanda en bus y he tirado los fracasos en una toalla en el parque nacional de Killarney y ahí se han quedado. No podemos llevarlos con nosotros si pretendemos avanzar. En algún momento me he quedado sentada con la boca abierta viendo el espectáculo del reloj astronómico de Praga pero, sin duda, si tuviera que quedarme con algún momento de mis viajes por Europa me quedaría con la estampa a orillas del Danubio mientras diviso el Parlamento y me siento a ver el atardecer en la Plaza de los Héroes de Budapest. ESTAMOS HECHOS DE SUEÑOS R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 1
  • 42. Ahora vivo y trabajo en Suiza, no por mucho tiempo, pero sí el suficiente como para sumar una experiencia más. ¿Y cómo surgió todo esto? Pues bien, surgió porque seguir la cadencia de lo que creen que es lo mejor para mí no está entre mis planes. A pesar de lo que muchos pudieran pensar (ser la compañera de mi profesora de lengua castellana y literatura de 1º y 2º de bachillerato) he sido de todo menos profesora de lengua. En algún momento quise ser criminóloga y por circunstancias que no caben mencionar aquí terminé siendo maestra especializada en pedagogía terapéutica, y no me preguntéis por qué. Sé los motivos de ese cambio tan drástico y el por qué elegí educación primaria antes que psicología o filología hispánica pero nunca llegaré a entender cómo me resigné a terminar una carrera que realmente no me ha impactado, es decir, yo he pasado por la Universidad pero la Universidad no ha pasado por mí, al contrario de lo que me pasó en el IES Odiel. Quien me conozca sabe que para mí la escritura, la lectura, la poesía y todas las manifestaciones artísticas que nacen de un ser que vive, que no tiene miedo a sentir y que además tiene la necesidad de mostrar su talento al mundo, provoca en mí la necesidad de protección y lo vivo, conecto con la vida así porque, como decía líneas más arriba, estamos hechos de sueños y debemos apoyarlos en la medida de lo posible. Seguramente si algún día decidiera ser profesora de Lengua me gustaría ser como Carmen. En este tiempo he trabajado como camarera, como cuidadora de ancianos, he sido quiromasajista en un hotel y ahora trabajo como aupair. Cuando decidí dedicarme a la docencia intenté indagar en el por qué de esa decisión. Fue fácil llegar a la respuesta: quería devolver a la Educación todo lo que ella me había dado a mí. Obviamente no siempre fue así, pero cuando algo nos llena el alma y nos marca de manera positiva en nuestra vida: “es de bien nacidos, ser agradecidos.” Recuerdo mis paseos interminables por los pasillos del IES Odiel y nunca creí que en un edificio tan gris pudiera existir tanto color. Y es que no es para menos. Imagina por un momento que estás en una piragua en medio de la nada y llega alguien y te enseña a remar, pero es que además rema contigo. Lo más importante es que independientemente de que la piragua se tambalee nunca llegues a caerte de ella y eso es lo que transmitía cada día cualquier profesor o profesora del IES Odiel. Son un equipo, y todos necesarios, con esto incluyo también a Leo y Alberto porque sin sus bocadillos de tortilla más de un día nos hubiera dado un “chungo” a los que veníamos del pueblo vecino. No voy a negar que al principio llegué con miedos. Para mí fue un nuevo lugar, una nueva etapa académica y tenía muchas ganas de aprender, pero a día de hoy puedo afirmar que ha sido una de las etapas más felices de mi vida. ¿Por qué? Primero porque es evidente que vivimos inmersos en las relaciones interpersonales en un entorno laboral y en ocasiones nos olvidamos del componente humano y ser profesor tiene mucho de eso. Marcamos límites y nos refugiamos de aquello que pueda suponer una amenaza para nuestra seguridad, bien sea laboral o personal. ¿Pero qué pasa cuando consigues conectar y proyectar todo tu potencial porque creen en ti? R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 2
  • 43. Pues pasa que a la vez que eres aprendiz, enseñas. Y probablemente no sean contenidos arbitrariamente elegidos para formarte como ciudadano estándar de una sociedad. Quizá son valores, experiencias, formas de vivir o, incluso, les recuerdas el valor de su profesión y la incidencia que ellos y ellas pueden tener en la vida del discente. Al fin y al cabo te hacen disfrutar, y disfrutas, eres emisor y receptor de ese feedback tan necesario en el binomio profesor-alumno y cumples con el principio de reciprocidad de cualquier relación, sea del tipo que sea. Eso es lo que me pasó a mí. Fui receptora pero a la vez también emití un mensaje. No quería dejar de aprender y lo estaba haciendo a niveles que para mí no existían anteriormente. Me sentí muy realizada porque cuanto más me exigían, más me esforzaba y más hambre tenía por conocerlo todo y, por supuesto, quería responder todas las preguntas que me surgían. Después de contar esto, lo único que puedo decirle al equipo educativo es GRACIAS, pero gracias de corazón: Gracias por vuestra implicación, por vuestra manera de encauzar vuestras clases, por sembrar en mí la semilla de la curiosidad y la tolerancia hacia aquello que desconozco. Fue un placer compartir allí dos años de mi formación y es cierto que llevo en mí un pedacito de Carmen, otro pedacito de Lucía Maestre, de Ana Romero, de Auxi, de Mari Francis, de Marce, de Begoña y de Rebeca: para mí son unas verdaderas heroínas. Ahora mis pasos siguen un sueño y es ser integrante de los Cuerpos de Seguridad del Estado, dedicarme a la investigación y proteger la fauna y la flora de nuestro entorno. Es un compromiso que adquirí desde pequeña y es mi manera de mejorar, no el mundo, (obviamente eso sería muy idealista), pero sí todo lo que está a mi alcance. Desde Ginebra os mando un abrazo enorme cargado de buenos deseos, mucho cariño y por supuesto, mucho ánimo. No os rindáis porque a pesar de la situación actual salís cada día a darlo todo y lucháis para la que la ignorancia no salga a la calle. Mayka. Estamos hechos de la misma materia que los sueños, y nuestra pequeña vida cierra su círculo con un sueño. S H A K E S P E A R E R E V I S T A O D I L E A P A G . 1 0 R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 3
  • 46. ¿Qué es Ark? Ark es un juego de supervivencia donde tienes que sobrevivir en la prehistoria, o eso crees… Es un juego en el que puedes empezar a jugar a las 12:00 y que al volver a mirar el reloj sean las 00:00. Puedes enfrentarte tú solo al mundo de Ark, hacerlo con tus amigos o entrar a un servidor de rol que para, mi opinión, es mi favorito porque te creas una vida desde cero. Tiene cosas malas como la interfaz pero se cambia con mods pero no se puede comparar con la de cosas buenas que ofrece. Ark es un juego maravilloso ARK Por David Pérez Lema R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 6
  • 47. Buenas días, tardes o lo que proceda, vengo a recomendar un anime titulado Neon Genesis Evangelion. Neon Genesis Evangelion es un anime emitido en 1994, categorizado por los géneros de ciencia ficción, mecha y distopía, abarcando temas psicológicos, filosóficos y religiosos. Neon Genesis Evangelion se desarrolla en el año 2015, tras una catástrofe abismal reconocida como el “Segundo Impacto”, que acabó con la vida de la mitad de la población mundial. En este mundo apocalíptico la faz de la tierra está siendo perturbada por una sucesión de monstruos colosales apodados “Ángeles”, que amenazan con destruir a la humanidad y todo lo que esta ha logrado. Para impedir esto, NERV, una organización paramilitar, desarrolla una serie de bio mechas bautizados como “Eva”, aunque esto es solo una tapadera para la realización de la “Instrumentalización Humana”. Shinji Ikari, el hijo del comandante de NERV deberá pilotar el segundo prototipo de esta serie de mechas, el Eva01, para combatir a estas horribles criaturas en su misión de salvar la raza humana. Aunque no solo luchará contra los Ángeles, sino también contra sus miedos y traumas más profundos moldeados por su pésima infancia. Shinji irá acompañado por las pilotos del primer y tercer prototipo de Eva, Rei Ayanami y Asuka Langley. Neon Genesis Evangelion se divide en dos partes principales; Neon Genesis Evangelion, una serie de 26 episodios donde se desarrolla toda la trama, pero dejando un final centrado más en los sentimientos de nuestro protagonista; y The End Of Evangelion, una película de 1h y 19 minutos donde se cierra la trama con un final un tanto abierto. También lo componen una serie de cuatro películas que se podría decir que son un “remake” de la serie original. Estas películas son: Evangelion: 1.0 You Are (Not) Alone, Evangelion: 2.0 You Can (Not) Advance y Evangelion: 3.0 You Can (Not) Redo. El 8 de marzo fue emitido en cines de Japón la última de esta serie de películas, Evangelion: 3.0+1.0 Thrice Upon A Time. NEON GENESIS EVANGELION Por Pablo Mora R E V I S T A O D I L E A P A G . 4 7