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GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
     Secretaria do Planejamento e Coordenação (SEPLAN)
Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)




        Fundo de Combate
            à Pobreza




                          Fortaleza
                            2004
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ
Lúcio Gonçalo de Alcântara

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN)
Francisco de Queiroz Maia Júnior

INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ (IPECE)
Marcos Costa Holanda




Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE)
End.: Centro Administrativo do Estado Governador Virgílio Távora
Av.: General Afonso Albuquerque Lima, S/N
Ed. SEPLAN - 2º andar
60839-900 - Fortaleza-CE
A
Apresentação

A pobreza é um obstáculo que persiste e se amplia não
só no Ceará, mas em todos os estados brasileiros. Diante
disto, o Governo do Estado do Ceará aceitou o desafio de
superar este problema e estabeleceu como um dos seus
grandes objetivos, adotar uma política clara e consistente
de combate à pobreza.
Seu ponto de partida foi a tomada de consciência de que
transferir renda é um instrumento emergencial e que não
combate as causas fundamentais do problema. Por isto,
faz-se necessário, também, implementar políticas mais
abrangentes que dotem os pobres de meios para sair da
pobreza e para caminharem com seus próprios pés,
independentemente da ajuda do Governo ou de instituições
filantrópicas.
Pensando nisto, foi idealizado o Programa de Combate à
Pobreza, que tem como mecanismo financeiro o Fundo
Estadual de Combate à Pobreza (FECOP), criado através
da Lei Complementar n º 37 de 26 de novembro de 2003.
O FECOP não é um mecanismo isolado. Ele compõe todo
um trabalho que se inicia na descentralização da execução
das políticas, no planejamento integrado, na focalização
das ações, e consolida-se na implementação de uma política
de combate sistemático à pobreza que está aberta para a
participação da comunidade.
Assim, o Programa proposto vem num momento em que o
problema exige uma visão integrada e sistêmica. Sua idéia
principal é combater a pobreza em suas dimensões mais
importantes, através de soluções inovadoras, eficazes e efetivas.
Sumário



1 Três   Fundamentos Básicos, 7
  1.1    O Que é Pobreza?, 7
  1.2    O Que Causa a Pobreza?, 7
  1.3    Como Medir a Pobreza?, 8
2 Objetivos, 9
  2.1 Macro Objetivos, 9
  2.2 Objetivos Estratégicos, 10
3 Princípios Norteadores, 10
4 O Caráter Inovador do FECOP, 11
5 Foco de Atuação, 12
6 Seleção das Áreas, 12
7 As Políticas e Programas, 13
Fundo Estadual de Combate à Pobreza




1 Três Fundamentos Básicos
A base técnica deste programa é a compreensão do fenômeno da
pobreza, sua origem e formas de medi-la.

1.1 O Que é Pobreza?
De uma forma bastante ampla, a pobreza é considerada como a
privação acentuada dos elementos básicos para a sobrevivência
humana, incluindo a falta de alimentação adequada, a carência
de habitação e vestuário, a baixa escolarização, a falta de
participação nas decisões políticas etc. Isso se manifesta no fato
de certos indivíduos não possuírem renda e/ou patrimônio suficientes
para ter acesso a bens e serviços essenciais em níveis considerados
adequados, de acordo com o padrão vigente numa sociedade.
Finalmente, deve-se destacar que existem dois aspectos que
precisam ser esclarecidos:
i) o conceito de pobre é estático e representa uma situação em
   que um determinado grupo social se encontra;
ii) a pobreza é um conceito dinâmico e reflete o processo que
    leva algumas pessoas à privação de bens e serviços condizentes
    com uma situação socialmente aceitável.


1.2 O Que Causa a Pobreza?
Em sua dinâmica, a pobreza é motivada por choques nas condições
individuais ou coletivas que privam as pessoas de acesso a um
patrimônio que possibilite um nível de consumo aceitável. De
forma mais específica, o patrimônio dos indivíduos e da sociedade
pode ser classificado em três grandes grupos:

                                                                  7
Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará



Capital Físico/Financeiro:
Abrange o capital financeiro, o capital físico permanente e o
capital público que os indivíduos dispõe, cujos exemplos são:
habitação, propriedades, máquinas, ferramentas, materiais,
estoques de matérias-primas e de produtos acabados, serviços
públicos disponíveis, etc.;
Capital Humano:
Abrange o nível de escolarização, as condições de saúde, a
capacidade empresarial e a experiência dos indivíduos que
determinam a sua produtividade e o seu potencial para alcançar
uma determinada renda;
Capital Social:
Abrange aspectos relacionados à estrutura familiar dos indivíduos,
o seu grau de associativismo e de cooperação, aspectos
institucionais etc.
É de fundamental importância entender a diferença entre ser
pobre, que é uma situação permanente de não ter condições de
gerar renda que possibilite o consumo, e estar pobre que, na
maioria das vezes, é uma situação temporária em que o indivíduo
se encontra, podendo ser superada através do acesso aos três
tipos de capital, acima mencionados.

1.3 Como Medir a Pobreza?
A operacionalização do conceito de pobreza exige a utilização
de um indicador que possa identificá-la. Em geral, são mais
utilizados: a renda monetária ou o consumo. A partir daí, a
questão principal passa a ser determinar um nível de renda,
abaixo do qual um indivíduo será considerado pobre, o que
caracterizará a chamada “linha de pobreza”. É importante que

8
Fundo Estadual de Combate à Pobreza



o indicador escolhido esteja vinculado ao custo de atender
necessidades básicas das pessoas, de acordo com a região
geográfica em que vivem.
Neste sentido, o Banco Mundial tem utilizado o critério de um
dólar por dia, por pessoa, como o nível de renda mínimo para
que uma família não seja classificada como abaixo da linha da
pobreza. Também, neste sistema, quem tem renda menor do que
meio dólar por dia é considerado indigente.
Para o caso brasileiro, alguns estudos consideram pobre quem tem
renda mensal inferior a meio salário mínimo. Já o indigente é
aquele que tem rendimento inferior a um quarto do salário mínimo.
Sob este último enfoque, de acordo com estatísticas da Pesquisa Nacional
por Amostragem de Domicílios (PNAD/IBGE-2001), 53,4% da
população cearense são consideradas pobres e 26,3% são indigentes.

2 Objetivos
A partir dos elementos expostos é possível estabelecer a política
que se quer oferecer à sociedade, levando-se em conta que o
ponto principal é o combate das causas da pobreza. Para tanto,
foram definidos os seguintes objetivos.

2.1 Macro Objetivos
• Promover transformações estruturantes, que possibilitem
  um efetivo combate à pobreza em áreas selecionadas do
  Estado do Ceará;
• Dar assistência às populações vulneráveis, que se situam
  abaixo da linha de pobreza, potencializando programas e
  projetos voltados para a melhoria das condições de vida,
  favorecendo-lhes o acesso a bens e serviço sociais.

                                                                      9
Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará



2.2 Objetivos Estratégicos
Para garantir a sobrevivência humana de forma digna, definem-
se objetivos estratégicos, consubstanciados no fortalecimento:
• Do Capital Humano, através de melhoria das condições de
  educação, saúde, capacitação para ocupação e renda;
• Do Capital Social, através do fortalecimento das políticas de
  trabalho cooperativo dentro da própria comunidade assistida;
• Do Capital Físico e Financeiro, através da infra-estrutura, do
  crédito para pequenos negócios e da transferência de renda.

3 Princípios Norteadores
• Transparência - socialização das informações, principalmente nas fases
     de formulação e implementação das políticas públicas.
• Participação - o poder público isoladamente não consegue atender
     demandas da sociedade. Portanto, para o fortalecimento do programa
     será procurado um amplo apoio da população, adotando um novo modelo
     de gestão governamental participativa.
• Possibilidade de Avaliação - a avaliação é uma ferramenta voltada para
                   Avaliação
     aprendizagem e melhoria do desempenho atual e futuro dos programas a
     serem implementados, possibilitando correções de deficiências e garantindo
     melhores resultados e impactos das atividades articuladas aos objetivos
     dos programas.
• Sustentabilidade - busca a obtenção de resultados permanentes,
     assegurando crescimento e uma melhor distribuição de renda, garantindo
     condições de cidadania e participação da sociedade.
• Responsabilidade Social - promover o combate à pobreza apoiado na
     cooperação e parceria com o setor privado, constitui-se um preceito
     governamental para fomentar o desenvolvimento de uma cultura sócio-
     cidadã, em co-responsabilidade na resolução de problemas, garantindo a
     inclusão social.


10
Fundo Estadual de Combate à Pobreza




4 O Caráter Inovador do FECOP
Além dos princípios já mencionados, a proposta do FECOP tem
ainda um cunho de inovação, baseado na concepção de análise
do problema de forma integrada, envolvendo famílias e
comunidades. Tais inovações, buscam inserir:
• Novos programas, determinados em decorrência da identificação
  das particularidades dos locais a serem assistidas e das
  demandas da comunidade;
• Um novo olhar sobre os programas existentes, considerando
  que existe uma grande variedade de programas de combate à
  pobreza que apresentam uma razoável consistência e que podem
  ser racionalizados, integrados e adaptados a cada comunidade
  a ser assistida pelo Fundo;
• Novas formas de gestão, correspondendo à percepção de que
  existem diversos atores que poderão se integrar ao processo de
  implementação do Programa e, com isto, potencializar seus
  resultados e impactos;
• A comunidade como parceira, a partir da percepção de que os
  beneficiários passarão a considerar as ações desenvolvidas
  pelo Fundo como um elemento de integração interna da
  comunidade com os demais atores que participarão das diversas
  etapas da implementação dos programas;
• Programas a partir da percepção do problema pelos próprios
  pobres, considerando que eles têm uma vasta experiência em
  como se defender da pobreza e isto lhes dá uma gama de
  conhecimentos, estratégias e procedimentos para conviver com
  a adversidade e superá-las.




                                                               11
Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará



5 Foco de Atuação
Para se definir o foco de atuação do FECOP, é necessário,
primeiramente, delimitar o seu público alvo. No caso, serão
consideradas, como potenciais beneficiárias dos recursos do Fundo,
as famílias abaixo da linha de pobreza, que têm renda mensal,
por pessoa, menor do que meio salário mínimo e que são residentes
em áreas caracterizadas por graves indicadores sociais.
Adicionalmente, deve-se ter a compreensão de que os programas
do FECOP são marcados pela intersetorialidade, ou seja, a sua
área de atuação vai além da família, voltando-se para um trabalho
integrado, na observação das relações pessoais e seus
desdobramentos na comunidade, identificando as oportunidades
de geração de renda ali existentes e sua capacidade em produzir bens
e serviços. É a integração entre moradores/comunidade/entorno.
Finalmente, é extremamente importante considerar que, para
aumentar a chance de sucesso do FECOP, deve haver uma
concentração de seus esforços e não a sua pulverização. Portanto,
cogita-se a utilização dos recursos disponíveis para o atendimento
integral de cada área selecionada.

6 Seleção das Áreas
Considerando-se que o FECOP é uma nova linha de atuação,
cujos recursos previstos serão liberados gradativamente, os
programas a serem contemplados serão implantados
parceladamente em localidades reconhecidamente pobres, que
concentrem famílias, grupos ou pessoas em condições de extrema
vulnerabilidade. Como diretrizes de atuação sugerem-se duas
frentes de intervenção:



12
Fundo Estadual de Combate à Pobreza



A primeira seleção compreende como critério inicial:
i) os municípios que apresentem menor Índice de Desenvolvimento
   Municipal (IDM) em 2002, de acordo com cálculos realizados pelo
   Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE);
ii) os bairros da Região Metropolitana de Fortaleza, cujos chefes
    de família tenham menor renda média. Em seguida, devem-se
    considerar outros indicadores sócio-econômicos de cada
    localidade, tais como: escolaridade do chefe da família, acesso
    a água, saneamento, coleta de lixo, etc.;
A segunda seleção será direcionada às pessoas, grupos ou famílias
que se encontram em extrema situação de vulnerabilidade, bem
como as localidades/bairros que apresentam baixos indicadores
sociais e agraves da condição de pobreza.

7 As Políticas e Programas
O Programa de Combate à Pobreza do Estado do Ceará, será
composto de programas e ações propostos pelas várias Secretarias
Setoriais, com vistas a garantir ações integrais e integradas,
com a otimização de recursos e insumos.
Metodologicamente o plano se divide em dois grupos: o de
Transferência de Renda e o Estruturantes.

Políticas de Transferência de Renda
São políticas compensatórias que devem ser priorizadas para:
i) O contingente de pobres crônicos, ou seja, os grupos de pessoas
   que têm pouca chance de sair daquela condição, pois têm
   pouquíssimas disponibilidade de capital físico, financeiro,
   humano e social, o que limita suas possibilidades de conseguir
   uma atividade remunerada;


                                                                13
Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará



ii) Os grupos mais vulneráveis, quando ocorrem adversidades
    (secas, enchentes etc.);
iii) Os grupos com potencialidades, que dependem de um apoio
     inicial e temporário para migrar da condição de pobre para
     não pobre;

• Políticas Estruturantes
São aquelas que dotam a população pobre de condições de
acumulação de capital físico, humano e social. Estão voltadas
para a educação, saúde, participação na vida da sociedade,
etc. Devem criar condições e estimular a população a sair da
pobreza. Entre elas, podem ser mencionadas:
i) Programas de melhoria da habitação;
ii) Programas de abastecimento de água e saneamento;
iii) Programas integrados de esporte e educação artística na escola;
iv) Programas de melhorias da educação;
v) Programas de fortalecimento da agricultura familiar;
vi) Crédito Empreendedor;
vii) Capacitação Profissional;
viii) Fortalecimento das potencialidades regionais.
Os programas indicados acima constituem um passo inicial. Seu
detalhamento, a inserção de novas políticas e a adaptação das
ações existentes serão desenvolvidos pela Gerência do FECOP,
juntamente com as respectivas Secretarias Setoriais e com a
participação da comunidade a ser assistida.




14
Fundo Estadual de Combate à Pobreza



De uma forma esquematizada, a figura a seguir, sintetiza os
Programas do FECOP, considerando que as ações a serem
desenvolvidas tem um forte conteúdo de integração e participação
comunitária, o que resulta no fortalecimento do Capital Social.
     TRANSFERIR CAPITAL PARA




                               CAPITAL FINANCEIRO
                                 Bolsa Família
     A POPULAÇÃO POBRE




                                 Bolsa Crédito


                               CAPITAL HUMANO
                                 Prêmio Bom Aluno
                                 Prêmio Talento
                                 Esporte/Cultura                 CENTEC / CVT
                                 Prêmio Professor                SETE
                                 Capacitação Profissional        SEAGRI


                               CAPITAL FÍSICO/PRODUTIVO
        OBJETIVO




                                 São José
                                 Habitação
                                 Saneamento
                                 Agente Rural




Finalmente, uma faceta muito importante desses programas é a
necessidade de um controle social. Portanto, a sociedade deve
estar mobilizada e transformada num interlocutor privilegiado,
recebendo informações, opinando e influenciando o programa
em todas as suas etapas.




                                                                                15
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Cart fecop[1]

  • 1. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Secretaria do Planejamento e Coordenação (SEPLAN) Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) Fundo de Combate à Pobreza Fortaleza 2004
  • 2. GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ Lúcio Gonçalo de Alcântara SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO (SEPLAN) Francisco de Queiroz Maia Júnior INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATÉGIA ECONÔMICA DO CEARÁ (IPECE) Marcos Costa Holanda Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE) End.: Centro Administrativo do Estado Governador Virgílio Távora Av.: General Afonso Albuquerque Lima, S/N Ed. SEPLAN - 2º andar 60839-900 - Fortaleza-CE
  • 3. A Apresentação A pobreza é um obstáculo que persiste e se amplia não só no Ceará, mas em todos os estados brasileiros. Diante disto, o Governo do Estado do Ceará aceitou o desafio de superar este problema e estabeleceu como um dos seus grandes objetivos, adotar uma política clara e consistente de combate à pobreza. Seu ponto de partida foi a tomada de consciência de que transferir renda é um instrumento emergencial e que não combate as causas fundamentais do problema. Por isto, faz-se necessário, também, implementar políticas mais abrangentes que dotem os pobres de meios para sair da pobreza e para caminharem com seus próprios pés, independentemente da ajuda do Governo ou de instituições filantrópicas. Pensando nisto, foi idealizado o Programa de Combate à Pobreza, que tem como mecanismo financeiro o Fundo Estadual de Combate à Pobreza (FECOP), criado através da Lei Complementar n º 37 de 26 de novembro de 2003. O FECOP não é um mecanismo isolado. Ele compõe todo um trabalho que se inicia na descentralização da execução das políticas, no planejamento integrado, na focalização das ações, e consolida-se na implementação de uma política de combate sistemático à pobreza que está aberta para a participação da comunidade. Assim, o Programa proposto vem num momento em que o problema exige uma visão integrada e sistêmica. Sua idéia principal é combater a pobreza em suas dimensões mais importantes, através de soluções inovadoras, eficazes e efetivas.
  • 4.
  • 5. Sumário 1 Três Fundamentos Básicos, 7 1.1 O Que é Pobreza?, 7 1.2 O Que Causa a Pobreza?, 7 1.3 Como Medir a Pobreza?, 8 2 Objetivos, 9 2.1 Macro Objetivos, 9 2.2 Objetivos Estratégicos, 10 3 Princípios Norteadores, 10 4 O Caráter Inovador do FECOP, 11 5 Foco de Atuação, 12 6 Seleção das Áreas, 12 7 As Políticas e Programas, 13
  • 6.
  • 7. Fundo Estadual de Combate à Pobreza 1 Três Fundamentos Básicos A base técnica deste programa é a compreensão do fenômeno da pobreza, sua origem e formas de medi-la. 1.1 O Que é Pobreza? De uma forma bastante ampla, a pobreza é considerada como a privação acentuada dos elementos básicos para a sobrevivência humana, incluindo a falta de alimentação adequada, a carência de habitação e vestuário, a baixa escolarização, a falta de participação nas decisões políticas etc. Isso se manifesta no fato de certos indivíduos não possuírem renda e/ou patrimônio suficientes para ter acesso a bens e serviços essenciais em níveis considerados adequados, de acordo com o padrão vigente numa sociedade. Finalmente, deve-se destacar que existem dois aspectos que precisam ser esclarecidos: i) o conceito de pobre é estático e representa uma situação em que um determinado grupo social se encontra; ii) a pobreza é um conceito dinâmico e reflete o processo que leva algumas pessoas à privação de bens e serviços condizentes com uma situação socialmente aceitável. 1.2 O Que Causa a Pobreza? Em sua dinâmica, a pobreza é motivada por choques nas condições individuais ou coletivas que privam as pessoas de acesso a um patrimônio que possibilite um nível de consumo aceitável. De forma mais específica, o patrimônio dos indivíduos e da sociedade pode ser classificado em três grandes grupos: 7
  • 8. Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará Capital Físico/Financeiro: Abrange o capital financeiro, o capital físico permanente e o capital público que os indivíduos dispõe, cujos exemplos são: habitação, propriedades, máquinas, ferramentas, materiais, estoques de matérias-primas e de produtos acabados, serviços públicos disponíveis, etc.; Capital Humano: Abrange o nível de escolarização, as condições de saúde, a capacidade empresarial e a experiência dos indivíduos que determinam a sua produtividade e o seu potencial para alcançar uma determinada renda; Capital Social: Abrange aspectos relacionados à estrutura familiar dos indivíduos, o seu grau de associativismo e de cooperação, aspectos institucionais etc. É de fundamental importância entender a diferença entre ser pobre, que é uma situação permanente de não ter condições de gerar renda que possibilite o consumo, e estar pobre que, na maioria das vezes, é uma situação temporária em que o indivíduo se encontra, podendo ser superada através do acesso aos três tipos de capital, acima mencionados. 1.3 Como Medir a Pobreza? A operacionalização do conceito de pobreza exige a utilização de um indicador que possa identificá-la. Em geral, são mais utilizados: a renda monetária ou o consumo. A partir daí, a questão principal passa a ser determinar um nível de renda, abaixo do qual um indivíduo será considerado pobre, o que caracterizará a chamada “linha de pobreza”. É importante que 8
  • 9. Fundo Estadual de Combate à Pobreza o indicador escolhido esteja vinculado ao custo de atender necessidades básicas das pessoas, de acordo com a região geográfica em que vivem. Neste sentido, o Banco Mundial tem utilizado o critério de um dólar por dia, por pessoa, como o nível de renda mínimo para que uma família não seja classificada como abaixo da linha da pobreza. Também, neste sistema, quem tem renda menor do que meio dólar por dia é considerado indigente. Para o caso brasileiro, alguns estudos consideram pobre quem tem renda mensal inferior a meio salário mínimo. Já o indigente é aquele que tem rendimento inferior a um quarto do salário mínimo. Sob este último enfoque, de acordo com estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD/IBGE-2001), 53,4% da população cearense são consideradas pobres e 26,3% são indigentes. 2 Objetivos A partir dos elementos expostos é possível estabelecer a política que se quer oferecer à sociedade, levando-se em conta que o ponto principal é o combate das causas da pobreza. Para tanto, foram definidos os seguintes objetivos. 2.1 Macro Objetivos • Promover transformações estruturantes, que possibilitem um efetivo combate à pobreza em áreas selecionadas do Estado do Ceará; • Dar assistência às populações vulneráveis, que se situam abaixo da linha de pobreza, potencializando programas e projetos voltados para a melhoria das condições de vida, favorecendo-lhes o acesso a bens e serviço sociais. 9
  • 10. Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará 2.2 Objetivos Estratégicos Para garantir a sobrevivência humana de forma digna, definem- se objetivos estratégicos, consubstanciados no fortalecimento: • Do Capital Humano, através de melhoria das condições de educação, saúde, capacitação para ocupação e renda; • Do Capital Social, através do fortalecimento das políticas de trabalho cooperativo dentro da própria comunidade assistida; • Do Capital Físico e Financeiro, através da infra-estrutura, do crédito para pequenos negócios e da transferência de renda. 3 Princípios Norteadores • Transparência - socialização das informações, principalmente nas fases de formulação e implementação das políticas públicas. • Participação - o poder público isoladamente não consegue atender demandas da sociedade. Portanto, para o fortalecimento do programa será procurado um amplo apoio da população, adotando um novo modelo de gestão governamental participativa. • Possibilidade de Avaliação - a avaliação é uma ferramenta voltada para Avaliação aprendizagem e melhoria do desempenho atual e futuro dos programas a serem implementados, possibilitando correções de deficiências e garantindo melhores resultados e impactos das atividades articuladas aos objetivos dos programas. • Sustentabilidade - busca a obtenção de resultados permanentes, assegurando crescimento e uma melhor distribuição de renda, garantindo condições de cidadania e participação da sociedade. • Responsabilidade Social - promover o combate à pobreza apoiado na cooperação e parceria com o setor privado, constitui-se um preceito governamental para fomentar o desenvolvimento de uma cultura sócio- cidadã, em co-responsabilidade na resolução de problemas, garantindo a inclusão social. 10
  • 11. Fundo Estadual de Combate à Pobreza 4 O Caráter Inovador do FECOP Além dos princípios já mencionados, a proposta do FECOP tem ainda um cunho de inovação, baseado na concepção de análise do problema de forma integrada, envolvendo famílias e comunidades. Tais inovações, buscam inserir: • Novos programas, determinados em decorrência da identificação das particularidades dos locais a serem assistidas e das demandas da comunidade; • Um novo olhar sobre os programas existentes, considerando que existe uma grande variedade de programas de combate à pobreza que apresentam uma razoável consistência e que podem ser racionalizados, integrados e adaptados a cada comunidade a ser assistida pelo Fundo; • Novas formas de gestão, correspondendo à percepção de que existem diversos atores que poderão se integrar ao processo de implementação do Programa e, com isto, potencializar seus resultados e impactos; • A comunidade como parceira, a partir da percepção de que os beneficiários passarão a considerar as ações desenvolvidas pelo Fundo como um elemento de integração interna da comunidade com os demais atores que participarão das diversas etapas da implementação dos programas; • Programas a partir da percepção do problema pelos próprios pobres, considerando que eles têm uma vasta experiência em como se defender da pobreza e isto lhes dá uma gama de conhecimentos, estratégias e procedimentos para conviver com a adversidade e superá-las. 11
  • 12. Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará 5 Foco de Atuação Para se definir o foco de atuação do FECOP, é necessário, primeiramente, delimitar o seu público alvo. No caso, serão consideradas, como potenciais beneficiárias dos recursos do Fundo, as famílias abaixo da linha de pobreza, que têm renda mensal, por pessoa, menor do que meio salário mínimo e que são residentes em áreas caracterizadas por graves indicadores sociais. Adicionalmente, deve-se ter a compreensão de que os programas do FECOP são marcados pela intersetorialidade, ou seja, a sua área de atuação vai além da família, voltando-se para um trabalho integrado, na observação das relações pessoais e seus desdobramentos na comunidade, identificando as oportunidades de geração de renda ali existentes e sua capacidade em produzir bens e serviços. É a integração entre moradores/comunidade/entorno. Finalmente, é extremamente importante considerar que, para aumentar a chance de sucesso do FECOP, deve haver uma concentração de seus esforços e não a sua pulverização. Portanto, cogita-se a utilização dos recursos disponíveis para o atendimento integral de cada área selecionada. 6 Seleção das Áreas Considerando-se que o FECOP é uma nova linha de atuação, cujos recursos previstos serão liberados gradativamente, os programas a serem contemplados serão implantados parceladamente em localidades reconhecidamente pobres, que concentrem famílias, grupos ou pessoas em condições de extrema vulnerabilidade. Como diretrizes de atuação sugerem-se duas frentes de intervenção: 12
  • 13. Fundo Estadual de Combate à Pobreza A primeira seleção compreende como critério inicial: i) os municípios que apresentem menor Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM) em 2002, de acordo com cálculos realizados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE); ii) os bairros da Região Metropolitana de Fortaleza, cujos chefes de família tenham menor renda média. Em seguida, devem-se considerar outros indicadores sócio-econômicos de cada localidade, tais como: escolaridade do chefe da família, acesso a água, saneamento, coleta de lixo, etc.; A segunda seleção será direcionada às pessoas, grupos ou famílias que se encontram em extrema situação de vulnerabilidade, bem como as localidades/bairros que apresentam baixos indicadores sociais e agraves da condição de pobreza. 7 As Políticas e Programas O Programa de Combate à Pobreza do Estado do Ceará, será composto de programas e ações propostos pelas várias Secretarias Setoriais, com vistas a garantir ações integrais e integradas, com a otimização de recursos e insumos. Metodologicamente o plano se divide em dois grupos: o de Transferência de Renda e o Estruturantes. Políticas de Transferência de Renda São políticas compensatórias que devem ser priorizadas para: i) O contingente de pobres crônicos, ou seja, os grupos de pessoas que têm pouca chance de sair daquela condição, pois têm pouquíssimas disponibilidade de capital físico, financeiro, humano e social, o que limita suas possibilidades de conseguir uma atividade remunerada; 13
  • 14. Intituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará ii) Os grupos mais vulneráveis, quando ocorrem adversidades (secas, enchentes etc.); iii) Os grupos com potencialidades, que dependem de um apoio inicial e temporário para migrar da condição de pobre para não pobre; • Políticas Estruturantes São aquelas que dotam a população pobre de condições de acumulação de capital físico, humano e social. Estão voltadas para a educação, saúde, participação na vida da sociedade, etc. Devem criar condições e estimular a população a sair da pobreza. Entre elas, podem ser mencionadas: i) Programas de melhoria da habitação; ii) Programas de abastecimento de água e saneamento; iii) Programas integrados de esporte e educação artística na escola; iv) Programas de melhorias da educação; v) Programas de fortalecimento da agricultura familiar; vi) Crédito Empreendedor; vii) Capacitação Profissional; viii) Fortalecimento das potencialidades regionais. Os programas indicados acima constituem um passo inicial. Seu detalhamento, a inserção de novas políticas e a adaptação das ações existentes serão desenvolvidos pela Gerência do FECOP, juntamente com as respectivas Secretarias Setoriais e com a participação da comunidade a ser assistida. 14
  • 15. Fundo Estadual de Combate à Pobreza De uma forma esquematizada, a figura a seguir, sintetiza os Programas do FECOP, considerando que as ações a serem desenvolvidas tem um forte conteúdo de integração e participação comunitária, o que resulta no fortalecimento do Capital Social. TRANSFERIR CAPITAL PARA CAPITAL FINANCEIRO Bolsa Família A POPULAÇÃO POBRE Bolsa Crédito CAPITAL HUMANO Prêmio Bom Aluno Prêmio Talento Esporte/Cultura CENTEC / CVT Prêmio Professor SETE Capacitação Profissional SEAGRI CAPITAL FÍSICO/PRODUTIVO OBJETIVO São José Habitação Saneamento Agente Rural Finalmente, uma faceta muito importante desses programas é a necessidade de um controle social. Portanto, a sociedade deve estar mobilizada e transformada num interlocutor privilegiado, recebendo informações, opinando e influenciando o programa em todas as suas etapas. 15