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FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI
FREDI LUCAS SOARES
ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO
FUTEBOL
BATATAIS
2005
FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI
FREDI LUCAS SOARES
ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO
FUTEBOL
Monografia apresentada ao Centro
Universitário Claretiano para obtenção do
título de graduados em Educação Física.
Orientador: Prof. Alexandre Palma
Pimenta.
BATATAIS
2005
FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI
FREDI LUCAS SOARES
Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de
graduados em Educação Física. Orientador: Prof. Alexandre Palma Pimenta.
ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO
FUTEBOL
Orientador: _________________________________________________
Prof. Alexandre Palma Pimenta
Examinador(a): _______________________________________________
Examinador(a): _______________________________________________
Batatais, ______ de _________________________ de 2005.
Dedicamos este trabalho, intensamente a todas as pessoas
que são apaixonadas pelo esporte, e que de alguma forma
proporcionam grandes e contagiosas alegrias. Em
especial ao nosso professor Marcelo Justino pela
inspiração que nos deste desde jovens, pelo amor ao
esporte.
Agradecemos primeiramente a Deus, porque sem ele nada
existiria, e por ter nos dado a vida e familiares
maravilhosos. Agradecemos também aos nossos pais pela
oportunidade de grandes estudos. As nossas namoradas
pela paciência e dedicação. E aos nossos grandes amigos
pelo imenso apoio.
RESUMO
Aperfeiçoado pelos ingleses, inventado por várias nações, o futebol, soccer,
cálcio, assim chamado por todos é um dos esportes mais popular do mundo. O Brasil, país do
futebol como é chamado vem se tornando cada vez mais popular e primordial entre os seus
adeptos que se espalham por todo o mundo. O jogador Edson Arantes do Nascimento, o Rei, é
o maior ídolo mundial, obtendo suas participações fundamentais em campeonatos mundiais e
mantendo o título de maior goleador da historia do futebol com 1.283 gols. Neste trabalho
você vai conhecer um pouco da história e a organização e a evolução dos vários sistemas
táticos espalhados pelo mundo. Com o passar dos anos a organização e evolução dos sistemas
táticos sofreram várias mudanças, adquirindo a importância de conhecer os adversários e de
alcançar resultados esperados. Deste modo mostraremos a importância da organização e a
evolução dos sistemas táticos, ou seja, o que são, como são utilizados, suas funções e suas
variações. A comunicação nos mostra o quanto à evolução foi importante em termos de
resultados, arte e estratégias apresentada pelas equipes. Exemplo de equipes nacionais,
entrevistas com profissionais da área que se tornaram técnicos, são as fontes que você
encontrara neste texto.
Palavras-chave: Organização. Evolução. Futebol. Sistemas. Táticas.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Representação esquemática dos campos de futebol em 1863................ 14
Figura 2 - Representação do campo com a demarcação da pequena área no ano
de 1891................................................................................................... 14
Figura 3 - Representação esquemática da evolução da marcação do campo de
futebol de 1891 a 1902........................................................................... 15
Figura 4 - Representação esquemática do campo de futebol com as medidas
atuais e a demarcação da grande e pequena área e a distância do
pênalti, mostrando a evolução de 1902 até 1936.................................... 16
Figura 5 - Representação esquemática da evolução da demarcação do campo de
futebol de 1936 até os dias atuais........................................................... 16
Figura 6 - Representação esquemática do sistema tático 1-1-8............................... 18
Figura 7 - Representação esquemática do sistema tático 2-2-6............................... 18
Figura 8 - Representação esquemática do sistema tático 1-2-7............................... 19
Figura 9 - Representação esquemática do sistema tático 2-3-5............................... 20
Figura 10 - Representação esquemática do sistema tático 3-4-3, o WM.................. 21
Figura 11 - Representação esquemática da variação do esquema tático 3-4-3......... 22
Figura 12 - Representação esquemática do sistema tático 4-2-4............................... 23
Figura 13 - Representação esquemática do sistema tático 4-3-3............................... 24
Figura 14 - Representação esquemática do sistema tático 4-4-2............................... 25
Figura 15 - Representação esquemática do sistema 3-5-2........................................ 27
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 08
1 A ORIGEM DO FUTEBOL.............................................................. 09
2 O SISTEMA................................................................................................ 13
2.1 EVOLUÇÃO DO CAMPO DE JOGO.................................... 13
3 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS.................................................. 17
4 O JOGADOR INCOMPARÁVEL................................................ 29
5 O SISTEMA TÁTICO.......................................................................... 30
5.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA TÁTICO................. 31
5.2 FUNÇÕES TÁTICAS.................................................................... 33
5.2.1 Tática ofensiva....................................................................... 33
5.2.2 Tática defensiva..................................................................... 35
5.2.3 Tática de posicionamento..................................................... 38
5.2.4 Tática coletiva de jogo.......................................................... 42
5.2.5 Tática de bola parada........................................................... 43
5.2.6 Tática para as condições extremas...................................... 44
CONCLUSÃO........................................................................................................ 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 48
APÊNDICE A – PESSOAS ENTREVISTADAS............................. 49
APÊNDICE B – ENTREVISTAS.............................................................. 52
APÊNDICE C – O TREINADOR DE FUTEBOL.......................... 56
8
INTRODUÇÃO
A escolha do tema Organização e evolução do sistema tático no futebol,
ocorreu devido a uma questão de afinidade. Fredi Lucas Soares foi ex-jogador das categorias
de base de Luiz Antonio, Altinópolis, Sertãozinho. Fabio Cassiano Crivellenti pratica o
esporte desde criança e também possui uma enorme afinidade.
Com a organização e a evolução do sistema tático as equipes passaram a se
preocupar com os resultados e números de jogo, além da preparação física. A pesquisa, além
da revisão bibliográfica, apresenta características em equipes profissionais e ex-jogadores que
hoje se tornaram técnicos.
O objetivo do trabalho é mostrar uma viagem à história do futebol e as
variações dos sistemas táticos no transcorrer do tempo, para aquelas pessoas que admiram e
são apaixonadas por esta modalidade esportiva, que nos transmite emoção e nos ensina a
importância do trabalho em equipe.
Para melhor entendimento dividimos o trabalho em capítulos. No primeiro
capítulo apresentamos, brevemente, a origem do futebol. O segundo capítulo discorre sobre a
evolução do campo de futebol de 1863 até os dias de hoje. O terceiro capítulo trata da
evolução dos sistemas desde o surgimento até os dias atuais. No quarto capítulo, um breve
relato sobre o que foi o jogador Pelé para o futebol. E o último capítulo trata dos sistemas
táticos, suas características, funções e sistemas propriamente ditos.
9
1 A ORIGEM DO FUTEBOL
Segundo Unzelte (2002), as primeiras manifestações do futebol ocorreram
entre 3.000 e 2.500 a.C., na China. Há indícios que durante o império chinês, os soldados
chineses tinham o costume de chutar crânios de inimigos derrotados, que por sua vez mais
tarde crânio seriam substituídos por bolas de couro usadas por soldados em exército militar,
onde deveriam ser lançados entre duas estacas cravadas no chão, teriam sido as primeiras
traves da história.
Também foram encontrados vestígios da prática de jogar com bola na Síria,
Antigo Egito e na Polinésia com bolas feitas de casca de coqueiro, bambu e de couro cru
recheada com cereais.
O tsu-chu de chineses que significa (chutar com os pés), tiveram grande
importância na revolução do jogo. Um esporte criado para fins militares onde somente depois
de vários séculos, passaria a ser praticados por várias classes sociais. Certas semelhanças já
eram consideradas naquela época, o campo do jogo era retangular media 30 metros por 60
metros contra o mínimo de 45 metros por 90 metros exigido atualmente, havia 12 jogadores
de cada lado um a mais do que hoje em dia, já o campo era determinado com fios de sedas
preso em estacas cravadas no chão, hoje linhas pintadas no solo, estacas de bambu de 40
centímetros e guarnecidas por fio de seda faziam o papel das traves atualmente feitas de cano
de ferro e fios de náilon, a bola era feita de couro cru recheada de crina, media cerca de 22
centímetros, hoje com 70 centímetros feita de couro, borracha recheada com ar.
10
Os japoneses também tiveram sua participação no futebol ao contrário do tsu-
chu chinês o kemari, conhecido pelos japoneses como chutar a bola, onde só o sexo
masculino poderiam praticar o jogo de bola. Esse tipo de jogo era definido por pontos e era
extremamente proibido o contato corporal entre os participantes, ao contrário do tsu-chu
chinês o kemari era praticado com 8 jogadores e o campo quadrado e cercado por árvores a
sua volta.
O kemari, se tornou um grande símbolo tradicional japonês sendo sua
apresentação obrigatória em vários jogos e eventos envolvendo o jogo.
Já os gregos contavam com o epyskiros, o parente mais próximo do futebol
disputados com os pés, em campo retangular por duas equipes de 9 jogadores de cada lado, e
a bola feita de bexiga de boi e recheada com ar e areia. O objetivo era arremessar a bola para
o fundo de cada lado do campo, também foram constatadas as expressões que os jogadores
usavam durante o jogo como “bola longa”, “passe curto” e “para frente”.
No caso dos Maias o jogo era visto de forma diferente dividido em dois grupos
em campos circulares, o objetivo era lançar a bola em pedras cravadas no fundo sendo que o
perdedor era sacrificado.
O outro parente do futebol e do epyskiros eram os Romanos e harpastum, só
não se sabe ao certo se era disputado com as mãos ou com os pés, mas era igual ao praticado
pelos gregos.
Por outro lado os franceses mantinham uma forma mais clássica para a prática
do jogo que se chamava soule, versão do harpastum introduzido pelos Romanos criando
respeito e levado para os grandes jardins e praticado pela realeza.
Os Italianos e o cálcio, (futebol) assim chamado ate hoje pelos Italianos
tiveram uma grande evolução para o futebol. Rivais de facções políticas resolveram acertar
11
suas diferenças em um jogo de bola, com vinte e sete jogadores de cada lado enfrentavam-se
durante horas pelas ruas, tentando levar a bola além dos portões da cidade.
A partida se tornou tão famosa que ate hoje é apresentado em eventos Italianos
como um grande desafio daquela época.
Enquanto os ingleses e o famoso futebol, e a polemica de quem seria o
verdadeiro fundador do jogo.
Embora se tenha provado que o haspartum, kemari, o tsu-chu chinês e outros
vários não se tenham provado que o soule tenha chegado na Inglaterra sem antes ter chegado
a França.
Quando os ingleses numa espécie de terça-feira gorda saiam as ruas para chutar
uma bola de couro entre os portões da cidade comemorando as expulsões dos Dinamarqueses.
Esse tipo de brincadeira acabou sendo festejado em todos festivais anual mas
acabou se tornando muito polemico devido à violência pois seu resultado acabava sempre em
pernas quebradas, vidraças quebradas, dentes arrancados onde ate houve uma noticia de que
um jogador ao saltar de uma ponte para apanhar a bola acabou se afogando, assim era o
futebol de massa durante o século XVIII.
Depois da proibição de formas violentas, em 1700 o jogo foi obrigado a mudar,
as escolas passaram a adotá-lo como uma atividade física e logo ganhou a simpatia dos jovens
que foram se apaixonando pelo jogo.
Segundo Unzelte (2002), Taylor e Paul foram os primeiros a verem o jogo
como um valor educativo, limitando os participantes e admitindo um árbitro para a partida
fazendo cumprir as regras e os conteúdos adotados severamente.
O problema passou a ser uniformização das regras, pois nos colégios se
jogavam diferentes tipos de futebol, em algumas escolas utilizavam somente os pés em outras
as mãos, braços e pés. Depois dessa separação o esporte praticado usando mãos, braços e pés
12
foram batizados como “rugby”, já no outro caso o jogo praticado somente com os pés foi
adotado como futebol.
Representante de 11 clubes e escolas instituíram regras que são utilizadas ate
hoje, e foram produzidos livros, cartazes, panfletos e distribuídos em escolas, livrarias, banca
de jornal e por toda parte para difundir as regras entre a população. E assim o futebol que
conhecemos estava inventado para o mundo.
E o Brasil? Em depoimento a revista Cruzeiro de 1952, o brasileiro Charles
Miller realizou um jogo em um campo de Várzea em São Paulo em abril de 1895, os times
formados por brasileiros e ingleses funcionários de uma companhia realizaram a primeira
partida.
Essa historia começou quando um brasileiro descendente de ingleses retornou a
Inglaterra para concluir seus estudos, de onde mais tarde voltaria trazendo em suas malas duas
bolas de couro. Atacante amador mais conhecido entre os ingleses, Miller no Brasil, chegou a
ser jogador, dirigente e até árbitro.
Assim cada estado passou a conhecer o futebol por ambos fundadores
diferentes e em 1917 o futebol já havia sido difundido para todo o Brasil tornando-se uma
paixão nacional.
13
2 O SISTEMA
O sistema consiste em como distribuir os jogadores no terreno de jogo, para
que possam ocupar de maneira racional todos os setores do campo.
O sistema não deve ser modificado toda hora pelo treinador, mas ele teve ter
táticas diferentes para utilizar em função de cada adversário.
As dimensões do campo e as mudanças nas regras foram os principais fatores
que contribuíram para a evolução dos sistemas e táticas usadas no futebol.
2.1 EVOLUÇÃO DO CAMPO DE JOGO
Quando se iniciou o futebol os campos não tinham linhas demarcatórias em
traves. Existiam apenas quatro bandeirinhas que marcavam as limitações do campo e ao invés
das traves, havia dois postes de vinte e oito centímetros e sete metros de comprimento (1863)
14
Figura 1 - Representação esquemática dos campos de futebol em 1863.
Fonte: MELO, 1999, p. 12.
Com a finalidade de proteger a integridade do goleiro, foi criada a pequena
área, que era a junção de dois meios círculos.(1891).
Figura 2 – Representação do campo com a demarcação da pequena área no ano de 1891.
Fonte: MELO, 1999, p. 13.
15
Em 1891 foi criada a marcação do pênalti, que tinha como intuito proteger a
integridade física do goleiro, principalmente próximo das metas onde sempre ocorriam faltas
violentas, a Internacional Board determinou a inclusão de uma linha paralela ao gol, a doze
jardas de distancia. Todas as infrações cometidas pelos defensores dentro desta faixa,
passavam ser punidas como tiro livre direto, ou seja, pênalti sendo cobrado de qualquer ponto
da linha de doze jardas (1891 até 1902).
Figura 3 - Representação esquemática da evolução da marcação do campo de futebol de 1891
a 1902.
Fonte: MELO, 1999, p. 14.
Em 1902, foram adotadas as medidas atuais da grande e pequena área, e a
distancia do pênalti, que deveria ser cobrado á uma linha reta ao gol a doze jardas (1902 até
1936).
16
Figura 4 – Representação esquemática do campo de futebol com as medidas atuais e a
demarcação da grande e pequena área e a distância do pênalti, mostrando a evolução de 1902
até 1936.
Fonte: MELO, 1999, p. 15.
Em 1936, foi criada a meia lua á frente da grande área, que tem como objetivo
manter os jogadores das duas equipes afastados nove metros e quinze centímetros da bola, na
hora da cobrança do pênalti (1936 até 2005).
Figura 5 – Representação esquemática da evolução da demarcação do campo de futebol de
1936 até os dias atuais.
Fonte: MELLO, 1999, p. 16.
17
3 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS
Frisselli e Mantovani (1999), afirmam que:
A evolução do sistema tático nasceu em Florença (Itália), no dia 17
de fevereiro de 1529, quando duas equipes resolveram decidir suas
diferenças políticas em uma partida de “cálcio” (futebol).
A preocupação de ambas as equipes a obterem a vitória era de grande
importância, que os obrigou a planejar funções táticas para o posicionamento dos jogadores,
para que vencessem a qualquer preço. Foram divididos da seguinte forma, 9 elementos para o
ataque 4 para funções do meio campo, 4 para as funções defensivas, 5 adiantados e 5
zagueiros, provavelmente os primeiros “líberos” do futebol, levando-se em conta que naquela
época eram divididos em 27 jogadores para cada equipe.
No dia 29 de outubro de 1863, foi oficializado o primeiro sistema tático que
poderia ser definido hoje como um ataque suicida, porque as equipes entravam em campo
com 10 atacantes, e atrás ficava somente um jogador no caso o goleiro chamado de vigia.
Com o passar do tempo continuava a preferência pelo ataque, mas já não permanecia somente
um jogador atrás com o goleiro e sim um “beque” (back que no inglês significa atrás), e
também mais um homem no meio do campo nascendo assim o 1-1-8.
18
Figura 6 - Representação esquemática do sistema tático 1-1-8.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
A seleção escocesa, para obter um grande mérito na época adotou um novo
esquema tático, passando a preocupar-se um pouco mais com a zona defensiva, com 2
zagueiros, 2 médios que ficavam na frente dos zagueiros, e outros 6 jogadores formando a
ataque realizando o 2-2-6.
Figura 7 - Representação esquemática do sistema tático 2-2-6.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
19
Em 1870 alguns atacantes das equipes inglesas passaram a jogar no meio do
campo, devido ou tentando manter um equilíbrio entre a defesa e o ataque, já que com tantos
atacantes ainda era difícil a finalização em gol, assim nascendo o 1-2-7.
Figura 8 – Representação esquemática do sistema tático 1-2-7.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
E foi a partir deste sistema que em 1883 que os grandes técnicos passaram a se
preocupar com a defesa e com o ataque, tentando manter assim um equilíbrio entre ambos,
surgindo um sistema clássico da época chamado “Piramidal”, formado por 2 zagueiros, 3
médios e 5 atacantes, 2-3-5.
20
Figura 9 – Representação esquemática do sistema tático 2-3-5.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
Segundo Leal (2000), em 1925 devido às mudanças ocorridas nas regras como
o impedimento do jogador que no momento do passe para ataque o próprio deveria estar na
linha dos zagueiros e entre a linha de fundo, caso o atacante estivesse na frente dos zagueiros
e próximo à linha de fundo no momento do passe estaria em posição irregular sendo marcada
falta para a equipe adversária.
Passado os 40 anos após a criação de novos sistemas e evolução das regras, o
Sir Hebert Chapman, treinador inglês, foi responsável pela grande evolução do sistema tático
recuando o centro-médio do 2-3-5 para a zaga passando a contar com 3 zagueiros forçando-se
assim os mesmos a se posicionarem mais abertos marcando os pontas que com a volta do
médio haveria mais espaço no meio campo obrigando o recuo de 2 dos 5 atacantes para
fazerem a ligação entre o meio e o ataque tornando-se assim o 3-4-3 ou o famoso WM,
chamado assim porque visto de cima os jogadores posicionados formavam as letras WM.
21
Figura 10 - Representação esquemática do sistema tático 3-4-3, o WM.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
No Brasil não foi diferente o sistema se expandiu por todo país, aqui chamado
de “defesa cerrada” não foi muito bem correspondido devido à falta de adaptação dos centros-
médios à linha de defesa.
Após uma excursão na Argentina em 1941, uma equipe brasileira conhecida
como Flamengo, foram humilhados dentro do campo com o sistema tático WM pela qual
começaram a implantar uma pequena variação a qual eles recuariam o médio para o centro
formando um quadrado no meio do campo para marcar os pontas conformando a defesa com
3 zagueiros obrigando assim os meias a ficarem próximos e centralizados fazendo com que 2
dos 5 atacantes recuassem para buscar jogo.
22
Figura 11 - Representação esquemática da variação do esquema tático 3-4-3.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
Esse sistema tático, ou jogo alternativo obteve um grande reconhecimento pelo
qual levou o time do Flamengo a ser tri-campeão com muito sucesso, esse aperfeiçoamento do
sistema WM chamou-se diagonal pela forma da linha em que formava entre os zagueiros,
meias e atacantes.
Para Luiz Mendez (1979), em 1950 foi criado um sistema tático muito
consagrado pela equipe Suíça, sendo um sistema com a característica extremamente defensiva
chamado “ferrolho suíço”. Esse sistema forma uma base bem ofensiva com 7 jogadores na
zona defensiva, 1 jogador no meio campo e 2 atacantes na frente.
Embora alguns jogadores durante o decorrer da partida se soltavam das
posições defensivas e partiam em busca do jogo causando tremenda dificuldade para as
equipes adversárias, no Brasil esse sistema não foi adaptado. O ferrolho suíço tinha a
formação 7-1-2.
Após 25 anos de utilização do sistema WM, mais utilizado no mundo, surge à
necessidade de maior marcação e desmarcação, os futebolistas não estavam preparados para
essas ações táticas, foi quando no mundial de 1954, a Hungria do treinador Bella Gutlman que
trabalhou no futebol brasileiro apresentou um sistema com 4 defensores, 2 futebolistas no
meio campo e 4 atacantes adotando assim o sistema 4-2-4.
23
Adotados assim devido aos três defensores sistemas WM, encontravam parar
os três atacantes das equipes adversárias, porque com a aproximação de um meia fazia com
que sempre houvesse 4 atacantes, sendo que essa marcação era homem á homem e
apresentava muitas falhas. Com isto foi recuado um dos elementos do meio para a defesa e
outro no meio para atuar mais avançado, ficando assim apenas 2 no meio campo, passando a
utilizar a forma de marcação por zona, ou seja possibilitando uma cobertura mais adequada
em um espaço tão grande.
No Brasil, o Santos F.C. era a equipe que melhor adotara esse sistema tático de
forma bem mais rígida que as demais equipes, onde os 4 zagueiros formavam rigidamente a
linha de defesa com pouquíssimos avanços.
Onde que por sua vez um só jogador justificava tudo. Pelé era incomparável
como jamais houve e talvez não haja nunca mais. Este atleta por sua vez poderia suportar
adversário usando um sistema mais evoluído, referindo ao 4-3-3, que foi um passo a frente do
4-2-4, que todos passaram a adotar menos a equipe santista.
Figura 12 - Representação esquemática do sistema tático 4-2-4.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
24
De acordo com Leal (2000), houve um aperfeiçoamento então nos métodos de
marcação e deram grande ênfase na participação dos jogadores, encerrando o período
romântico de jogar futebol. A função do jogador passou a ser, então, um pouco agressivo, não
dando espaço nem tempo para os adversários no qual o sistema tático tinha o objetivo de
reforçar mais o meio de campo com o recuo de 1 dos 4 atacantes, para tornar-se o quarto
homem no meio do campo, fazendo assim a transferência ou lançamentos nas marginais ou
laterais do campo, formando assim o 4-3-3.
Figura 13 – Representação esquemática do sistema tático 4-3-3.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
Esse sistema foi utilizado principalmente pelas equipes sul-americanas, em 2
campeonatos mundiais de 1966 e 1970, sendo que a próxima inovação do sistema tático iria
surgir na Holanda no mundial de 1974 onde os futebolistas apresentavam uma necessidade de
possuir varias funções de atacar e defender.
Na Copa do Mundo de 1966, constatou-se o aparecimento de um novo sistema
inclusive na equipe campeã a Inglaterra, um modo de jogo com maior intensidade de
25
marcação e bloqueio de espaços no campo superavam sistemas de jogos ultrapassados
marcando “uma nova era” no futebol, que passou a ser menos artístico plástico e belo mas não
menos importante, foi batizado como “futebol força”, formando o 4-4-2.
Figura 14 - Representação esquemática do sistema tático 4-4-2.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
Mais do que um sistema tático a forma de atuar da seleção holandesa
apresentava uma preparação física superior e na polivalência dos futebolistas, tanto que em
1974 na Copa da Alemanha a equipe da Holanda apresentava jogadores versáteis sem
posições fixas, denominadas “o carrossel holandês”, nele toda a equipe rodava e avançava ao
mesmo tempo para deixar o adversário em impedimento, e às vezes, corria a equipe toda para
tirar a bola do adversário.
Neste sistema, procuravam jogar pelas laterais, onde se localizavam três
jogadores os quais se juntavam para trocar passes, até que um deles pudesse chegar a linha de
fundo, a jogada feita pela direita que não obtinha resultado, era transferida pela esquerda pelo
jogador que sempre ficava atrás, no centro do campo assim rapidamente e de lados opostos
26
assim formando uma espécie de um giro de carrossel, onde os adversários permaneciam
voltados para o lado da bola sem saber na armadilha que lhes era preparada pelas costas.
O treinador Rinus Michels, cansou de afirmar que o objetivo era a retomada da
bola nos rebotes, partindo para o contra ataque, projetando em formas de linhas para o
adversário a quem a bola se dirigia, tanto os seus jogadores de defesa, quanto os meias
colocados atrás de quem recebia a bola, sendo que um desses meias projetava-se na direção da
linha de cobertura, para tornar-se o homem de segurança em caso de falha na ação tática. Esta
tática foi digna de reverencia pela forma perfeita do posicionamento e execução.
Esse talvez seja o melhor sistema tático criado até hoje, pois todos os jogadores
apresentavam um ótimo preparo físico e preparação técnica, que por onde se variavam e
faziam uma espécie de giro de posições dentro do campo confundindo os adversários. Fator
curioso em que a equipe holandesa nunca se consagrou campeã , tendo sempre se contentar
com o vice-campeonato, coisa que só o futebol pode explicar.
Aqui no Brasil, não obtiveram o mesmo sucesso pois achavam que se baseava
em uma simples manobra tática, de colocar atacantes em impedimento com manobras de
preguiçosos e pouca visão denominada aqui de “linha burra”.
Principalmente nos paises que adotavam o sistema 4-4-2, havia sérios
problemas com a dupla de ataque que presa à área causava sérios embaraços para a defesa que
por distribuição permitia aos atacantes uma posição de mano-à-mano, com os zagueiros
centrais sempre desvantajosos a quem defende.
A solução encontrada foi de substituir o lateral por um zagueiro central,
passando a formar um trio central na zona de defesa quase sempre cabendo 2 interruptores de
jogada a marcar os atacantes, ficando assim 1 jogador na sobra ou libero para cobrir os
caçadores e a linha da bola além de libertar o outro lateral para jogar no meio do campo, ou
27
substituindo por um meio especialista capaz de executar funções chamada de “ala” bem
próximo à linha marginal do campo.
O sistema 3-5-2 foi introduzido na seleção da Dinamarca e utilizado na Copa
do Mundo de 1986, no México, com bons resultados, com seleções de tradições mundiais que
por sua vez em 1990, 20 das 24 seleções utilizaram esse sistema, inclusive a equipe campeã, a
Alemanha.
Esse sistema consiste em 3 zagueiros sendo que um deles com a função de
sobra ou líbero, 5 jogadores no meio campo sendo que 2 deles teriam a função de ala atuando
pelas marginais do campo e 2 jogadores atacantes que são responsáveis pela marcação no gol.
Figura 15 - Representação esquemática do sistema 3-5-2.
Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
Nesse sistema tático dá-se grande importância aos alas pois os mesmos teriam
que fazer varias funções como: marcar, atacar e voltar para ajudar na marcação, portanto
teriam que obter um enorme preparo físico e excelente domínio sobre a tática, já o zagueiro
28
chamado libero teria que obter um ótimo senso de cobertura entre os dois, direitos e
esquerdos, suficientes para ter qualidade técnica de sair jogando e se lançar ao ataque como
elemento surpresa.
Já os jogadores do meio campo seriam responsáveis pela marcação normal em
versões de jogadas, fazer finalizações à longa distancia, e um bom posicionamento no meio
para não manter um espaço vago, já os atacantes teriam funções de finalização e
principalmente na saída de bola adversária tendo um bom posicionamento para entrar e sair da
área onde deixaram espaço livre para penetração dos meios ofensivos.
29
4 O JOGADOR INCOMPARÁVEL
Luis Mendez (1979) ressalta que Pelé foi grande como ninguém em nenhuma
época do futebol brasileiro, reunia qualidades juntas que só isoladamente foram vistas em
outros astros de antes ou de agora.
Valdemar de Brito, foi o grande responsável pela maior descoberta de todos os
tempos, pois viu em Pelé um jogador de muitas qualidades, sendo que até hoje se procura um
jogador da qualidade de Pelé. Quando é encontrado um jogador que tenha alguma qualidade
ao mero semelhante às qualidades no seu tempo de “Rei de Futebol”, já é consagrado nos dias
atuais como craque de futebol, comparando com o melhor de todos os tempos em varias
posições, pois até no gol Pelé sabia jogar.
Não se tratava apenas de um simples jogador, mas sim a uma alegria para o
publico onde trouxe o sangue o ritmo do samba aplicado ao futebol, jogava com elegância,
driblava com a firmeza de um passista e suas arrancadas eram uma estranha sonoplastia, como
se rufassem tambores que se fizessem ouvir das multidões empolgadas com as jogadas do
jogador mais famoso do mundo.
O Rei como era chamado era a mistura de tudo que foi bom dos outros craques,
sendo que á de chegar um dia que se dividira em antes de Pelé e depois de Pelé.
30
5 O SISTEMA TÁTICO
O sistema tático dá ênfase a várias funções de medidas dos meios ofensivos e
defensivos. Matveiev (1977) acha que o sistema tático nada mais é que um plano de jogo
durante a partida e o enfoque que o treinador pode dar a todo o campeonato.
Grosser et al. (1988) acredita que a tática é uma aplicação de ações
preparatórias para realizar ações estratégicas.
Assim, para vários autores as táticas são, por sua vez, uma escolha estratégica
com diversos jogadores estabelecendo varias funções.
O sistema tático é um modo de jogo planejado no qual se tira proveito de todas
as situações favoráveis para dominar o adversário, sendo uma distribuição adequada dos
jogadores pelo campo obedecendo às várias formas de atuações.
Ocasionando assim várias funções e variações no decorrer da partida, devido
aos adversários que por sua vez adotam sistemas táticos de outras equipes. Uma equipe de
potencial inferior adota o mesmo sistema tático se outras equipes superiores, não deixando a
importância de um bom alcance do objetivo assegurado por uma tática adequada, podendo
assim conseguir um bom resultado mesmo com uma equipe inferior.
O componente tático para esportes coletivos é ligado a uma grande diversidade
motora de fatores de jogo, que estabelece a percepção e a tomada de decisões durante a
partida.
Tendo a importância que é necessária aos jogadores que obterem uma ótima
preparação física, psicológica e educacional, para que possam por em prática as exigências
31
passadas pelo técnico.
Sendo possível afirmar que o sistema tático não varia de acordo com o
adversário, e sim variam as táticas dentro de um sistema.
5.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA TÁTICO
Para que haja uma formação tática os atletas devem obter varias ações no
decorrer da partida, sendo as de movimentos dos adversários e companheiros, antecipar e
direcionar a velocidade da bola, concentrar-se na execução das técnicas aplicadas no durante
os treinamentos e perceber rapidamente situações táticas. Assim são considerados vários
fatores para uma completa execução do sistema tático, tendo a percepção, a antecipação,
tomada de decisões, imaginação do movimento, memória motora, velocidade de reação,
emoções, sentido de formação tática e regulação do movimento.
Percepção: baseia-se na impressão e sentido dos jogadores como ou em
conjunto de grupo.
Antecipação: é resumida em uma forma de prévia de uma situação, sendo
classificada em experiência de antecipação, programa de antecipação e percepção antecipada
classificada em acontecimentos de programas e ações que possam prever a ação adversária.
Tomada de decisões: este fator envolve três importantes mecanismos, como o
uso de memória que atua nos setores de correções e posicionamento dos atletas comparados
processos antigos e atuais a serem utilizados nas situações táticas, também o uso da atenção a
percepção em campo ou em situação ambiental, capacidades de tomar decisões dentro do jogo
e a inteligência que é normalmente a mais importante devido ao atleta estar relacionado à
32
variedade de processos e percepções dentro do campo obtendo uma boa recuperação e
utilização dos dados armazenados na memória.
Imaginação do movimento: é uma situação em que ocorra a prática e jogo, do
que já foi passado em treinamento.
Memória motora: trata-se de um conjunto de experiências vividas em curto,
médio e longo prazo, em que contribuam para a escolha ou adaptação de um novo sistema
tático.
Velocidade de reação: classifica-se em uma reação no decorrer da partida,
sendo necessário um estimulo, exemplo um grito, um chamado, um apito.
Emoções: conjunto de aspectos afetivos em uma partida de futebol, como a
influencia da torcida torcendo ou agredindo de forma verbal e até dos próprios companheiros
de trabalho, jogadores, técnicos e outros.
Sentido de formação tática: conhecimento teórico e prático de formações
táticas e das possíveis variações táticas no decorrer da partida ou em problemas apresentados
durante a mesma.
Regulação do movimento: é a necessidade de executar corretamente os
elementos necessários de volume no decorrer da partida, exemplo o grau de dificuldade,
reação da equipe, e a velocidade da mesma durante a partida.
Assim as capacidades táticas estão diretamente relacionadas aos processos
cognitivos sendo estes desenvolvidos em treinamento desportivo.
33
5.2 FUNÇÕES TÁTICAS
O futebol é classificado como um esporte fantástico, devido a tudo em que se
envolve esta apaixonante modalidade desportiva, obtendo ser mais complexa do que as outras
modalidades esportivas.
Todos se consideram grandes conhecedores dessa modalidade, e as cobranças
são grandes e os prazos curtos, já que a alta exigência técnica e física é extremamente
rigorosa, além dos treinamentos em geral do grupo sendo realizado em beneficio da equipe.
Sem falar nos chamados “homens-chave”, pelo qual passa o roteiro das táticas e estratégias
para que este possa colocar em pratica, dando prosseguimento ao trabalho da equipe.
Não se esquecendo do importante papel do treinador em utilizar corretamente
todos os conhecimentos práticos e técnicas, para fornecer formas táticas e harmonia dos
sistemas de jogo estruturando toda equipe.
Fernandes (1994), acredita que há vários fatores que influenciam um sistema
tático, levando-se em conta a preparação dos atletas, e a organização das equipes para que
sejam capazes de relacionarem seus problemas em jogo através das estruturas de
conhecimentos, e experiências vividas entre os mesmos, e classificadas de vários modos como
segue.
5.2.1 Tática ofensiva
Esta tática é valorizada por toda a equipe, onde dividida as ações a serem
34
realizadas são valorizadas pelo grupo. Passe que é à base do jogo coletivo, pois o sucesso de
uma equipe depende de uma grande precisão de passes durante o jogo, sendo fundamental
característica de passes certos, pois não há nada que influencia uma equipe negativamente do
que passes errados. Existem vários tipos de passes durante uma partida, eles podem ser
realizados com ou sem efeito, ser curto ou longo, rasteiro ou alto, lateral e em diagonal, para
trás e em profundidade e passe contrário conhecido como “virada de jogo”.
Cruzamentos: os cruzamentos são bolas cruzadas das laterais para a área
adversária, sendo fundamental o posicionamento tático da equipe adversária, em que neste
momento em função da marcação não ocorra a finalização positiva para a equipe atacante.
Chutes: são elementos fundamentais táticos que definem uma partida, sendo
que o mesmo deve ser preciso, sendo realizado o mais natural possível, assim sendo ao se
livrar do marcador, quando o atacante percebe que o goleiro esta mal posicionado, na bola
passada pelo companheiro em perigo de gol, quando os marcadores estão esperando um passe
e principalmente quando estiverem jogando em campo molhado tentando assim varias vezes
devido o mesmo estar molhado fazendo a bola escorregar e se tornar mais rápida e precisa.
Dribles: trata-se de um elemento tático individual, talvez o mais emocionante
depois do gol, por ser individual possuindo o objetivo de eliminar a marcação através da
condução da bola e às vezes feito em velocidade para abrir caminho para o chute, assim
chegando com perigo ao gol adversário, sendo que deve ser evitado em sua própria defesa,
nos minutos finais, sendo que os últimos defensores devem evitar pois se falharem as
conseqüências poderão ser fatais.
Domínio de bola: este é um dos principais princípios táticos, pois um domínio
da bola favorece o equilíbrio da equipe permanecendo com a mesma durante mais tempo
podendo tentar varias formas de ataque e defesa, sendo com os pés, peito e até com a cabeça.
Desmarcação e espaços: a maior virtude de uma equipe é saber se posicionar
35
rapidamente na marcação e com a posse de bola na desmarcação e criar espaços livres,
confundindo o adversário.
Com a recuperação da posse de bola a equipe deva mover-se rapidamente para
espaços vazios e apresentar-se se livrando da marcação, sendo que uma ótima desmarcação
facilita a reposição de bola.
Apresentar-se ou buscar jogo: chamados homens-chaves àqueles que se
apresentam e se oferecem, facilitando o posicionamento e a tarefa do companheiro que esta
com a bola.
Esse método de táticas ofensivas, muitas vezes pode ser encontrado em
jogadores, mas também podem ser desenvolvidas com treinamentos e repetições diárias com
essas finalidades.
5.2.2 Tática defensiva
No momento em que uma equipe perde a posse de bola, começa o jogo
defensivo, onde devem ser ampliados os princípios da tática individual defensiva, que
terminará com a recuperação da bola.
Nesse momento o importante é que todos os jogadores estejam concentrados
em alguma forma de proteger o seu gol no momento da perda de bola.
A organização do jogo defensivo define as responsabilidades dos jogadores
quanto à marcação e cobertura. Na maioria das vezes são utilizados três tipos de marcação:
Individual: cada jogador se responsabiliza pela marcação de um determinado
adversário. É a mais difícil pois podem se abrir os espaços na defesa em função da maneira
36
que o atacante se desloca.
Por zona: marcação em determinadas zonas de campo, cada jogador deve
guardar aquele espaço que lhe cabe vigiar. É o tipo de marcação mais utilizada.
Marcação mista: é utilizada ao mesmo tempo das marcações individuais e por
zonas. Ela é apenas utilizada conforme as circunstancias da competição.
Marcação: o defensor se desloca o mais próximo possível de um atacante que
possui a posse de bola, formando uma reta entre a bola e o seu gol.
O defensor não deve marcar apenas quem ele está marcando, mas também agir
em conjunto com os demais companheiros.Uma marcação fechada possibilita a antecipação
de um passe ou cruzamento, e uma intervenção instantânea no momento em que o atacante
receba a bola.
A constante atenção dos defensores e o grande entrosamento entre eles são
muito importantes, pois os atacantes variam de posições durante a partida. Tanto o adversário
quanto à bola devem ser vigiados simultaneamente.
Os grandes marcadores costumam marcar extremamente próximo ao
adversário, vigiando o que se passa, por cima dos ombros do mesmo.
Cobertura: todo sistema defensivo de uma equipe necessita de uma
colaboração mutua, em que se deve manifestar toda vez em que o companheiro estiver com
dificuldades na marcação.
No momento em que o defensor é driblado ou ultrapassado pelo atacante , o
seu companheiro deve pressioná-lo imediatamente. Este apoio defensivo chamado de
cobertura é um elemento muito importante pois passa confiança ao marcador que realiza o
primeiro combate.
É importante que o jogador que faz a cobertura tenha em mente a distancia que
o separa do companheiro, pois seu objetivo consiste em reduzir o tempo e o espaço atrás
37
deste, o que dificultará a seqüência de ação do atacante.
O jogador que faz a cobertura deverá interceptar os passes em profundidades
ou intervir na jogada se seus companheiros que forem colocados fora de ação.
Se o atacante for muito rápido ele poderá passar por ambos defensores. Neste
caso o atacante só não concluirá a jogada, dependendo das organizações dos demais jogadores
da equipe, que dependerão de muita orientação e entrosamento. Quando um defensor vai ao
ataque sempre haverá de ficar um companheiro que lhe faça a cobertura, para não sobrar um
espaço vazio em suas costas.
O jogador que executa a cobertura deverá ter em mente alguns fatores, antes de
decidir a distancia do companheiro que lhe apoiará:
• posicionamento dos demais defensores;
• habilidade do atacante que possui a posse de bola;
• zona de campo em que se joga;
• se for mais interessante que o atacante partindo em direção á zona central
então á cobertura deverá ser feita paralelamente á lateral impedindo o
avanço do atacante para a linha de fundo.
Bloqueio: existem varias definições para caracterizar esta ação tática
individual que serve para bloquear, interceptar a bola através de uma ação muito rápida e
precisa. No meio do futebol é chamada de, antecipação, intercepção, bloqueio e carrinho.
É um tipo de ação feita diretamente sobre a bola onde se exija habilidade,
força, técnica e coragem, constituindo-se também de uma ação muito arriscada, pois qualquer
erro fará com que o defensor fique totalmente batido, completamente fora de combate.
Apesar de ser comumente utilizada por jogadores de defesa, em algumas
situações o atacante poderá utilizar para impedir a saída rápida dos defensores contrários em
contra ataque e também nas marcações sobre pressão. Neste caso existe a possibilidade do
38
atacante recuperar a posse de bola e criar uma situação de gol.
Para sua realização é necessário considerar alguns princípios:
• velocidade de movimentos;
• capacidade de decisões;
• força e destreza corporal;
• visão rápida da bola e do adversário;
• convicção de chegar sobre a bola no momento exata;
• coragem e valentia de ação.
Existem momentos oportunos para a realização do bloqueio:
• no instante em que o adversário domina ou está por dominar a bola;
• quando o adversário avança com a bola dominada;
• no momento exato em que o atacante vai realizar um passe, um cruzamento
ou uma finalização em gol, o defensor trava a bola (prensada).
Existem várias técnicas para a realização destes fundamentos táticos:
• pela frente;
• por trás;
• lateralmente;
• em pé;
• deslizante (carrinho), lateral, frente e costas.
5.2.3 Tática de posicionamento
Cada jogador de uma equipe possui uma missão tática especifica numa partida.
39
Essa define a especialidade de cada um dos 11 jogadores e cada uma delas exige
particularidades que definem cada posição no conjunto da equipe.
Do mesmo jeito que os sistemas foram evoluindo as táticas de posicionamento
também passaram por mudanças em função das novas exigências táticas solicitadas.
Essas exigências fazem atualmente um futebol mais compacto e os jogadores
são denominados “polivalentes”.
Apesar destas exigências devem ser consideradas certas características básicas
em cada posição para se transformar em uma equipe no seu conjunto final. Essas
características é que se denominam táticas de posicionamento.
Goleiro: ele é o ultimo reduto a ser batido para que a bola ultrapasse a linha de
gol. Talvez ele seja o único que não pode falhar. Além de defensor do gol, no plano tático ele
deve dominar algumas situações inerentes á sua posição.
Organizar a defesa e orientar todas as manobras de marcação. Ele deve estar
constantemente em movimento da bola, dos companheiros e dos adversários.
Defesa nos chutes diretos, deve orientar a barreira e também a colocação dos
demais companheiros de maneira a facilitar o máximo possível à defesa do chute. Deve estar
muito atento ao adversário que executará o chute.
Para que ocorra interceptação da bola, o goleiro deverá sair do gol em bolas
cruzadas na sua área, o que pode ocasionar em um contra ataque. A reposição da bola poderá
ser feita com a bola parada, com as mãos, ou com os pés.
Nas bolas atrasadas além de jogar com as mãos, o goleiro participa ativamente
com os pés quando a bola lhe é atrasada, ele deverá possuir habilidade suficiente para jogar
com os companheiros, fazer um passe correto e até driblar.
Defesas laterais: a posição de lateral é muito importante no futebol praticado
na atualidade em que uma equipe não consiga desenvolver um futebol moderno sem possuir
40
laterais que desempenham funções solicitadas pelos sistemas de jogos atuais.
Pode-se dizer que é a posição mais difícil no futebol de hoje, pois além da
função de marcador, o lateral necessita tornar-se ponteiro ofensivo, em praticamente em todas
as ações de ataque de sua equipe. É importante também que ele tenha um ótimo preparo
físico.
Defesas centrais: são basicamente jogadores responsáveis pela marcação na
zona central de uma defesa, vigiando tudo que se passa neste espaço, principalmente na frente
da sua área, além de serem responsáveis pela cobertura dos laterais quando estes estão no
ataque.
Normalmente devem ser jogadores altos, fortes e bons cabeçeadores, mas
também devem possuir habilidade para poderem sair ao ataque e participar de ações
ofensivas, como cobranças de escanteio e tiro livre.
Outra grande virtude desses jogadores é que normalmente eles são lideres tanto
pela sua função tática quanto pela personalidade marcante. Esses dois zagueiros centrais
recebem denominações diferentes, no Brasil são chamados de zagueiro central e quarto
zagueiro. Os grandes jogadores desta posição se caracterizam por serem atletas que não se
limitam a jogar neste espaço reduzido, socorrendo os laterais e enfrentando os cabeceios
inimigos, sendo que sempre procuram sair jogando, armar contra ataques e até marcar gols.
Meio campistas: são os jogadores que atuam na chamada zona de construção.
São responsáveis por todo o equilíbrio da equipe. Cadenciando o jogo ou dando lhe maior
velocidade, garantem a posse de bola, ajudam a defesa, apóiam e armam o contra ataque,
fazem gols e normalmente pela habilidade que possuem são os requisitados para a cobrança
do tiro livre. As equipes atuais procuram jogar com maior número de jogadores no setor do
meio campo o que dificulta o trabalho adversário.
Existem basicamente três tipos de meio campistas:
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• Defensivo: disciplinado taticamente, forte fisicamente e bom marcador;
• Polivalente: grande resistência física, desmarca-se constantemente, infiltra-
se nos espaços vazios em direção ao gol, e além de tudo cumprem funções
defensivas;
• Organizador: tipo de grande calma, líder técnico e inteligente, busca sempre
orientar os companheiros, acalma ou acelera o jogo conforme as
necessidades, altera passes curtos e longos, tem facilidades para
lançamentos e mudanças de jogo mas também devem cumprir funções
defensivas.
Ponteiros: o ponteiro é uma posição praticamente extinta no futebol. O espaço
que era ocupado pelos ponteiros hoje é utilizado quase que com exclusividade pelos laterais
que avançam ao ataque. Às vezes um meio campista ocupa este setor quando está livre.
Normalmente um dos chamados ponteiros executa papel de meio campista voltando também à
zona de defesa e se transformando em lateral.
Centroavante: existem três tipos de centroavantes, o primeiro é o protótipo,
denominado de “matador”. Oportunista explora extremamente o erro adversário. Joga
constantemente de costas para o gol, com grande capacidade de fazer a volta sobre seu
marcador e chutar com velocidade ao gol. Normalmente não é muito técnico.
O segundo é um tipo lutador, rápido sem técnica porem eficaz. Costuma
deslocar-se muito, buscando desorganizar a defesa adversária e levar consigo o marcador,
para abrir espaços a serem aproveitados pelos companheiros.
O terceiro é o tipo normal, que é muito astuto, lúcido especialista em
combinações rápidas, com uma excelente técnica e que abandona constantemente o setor para
buscar jogadas, trocando muito de posição com meio campistas.
É importante que quando o adversário recupera a bola na defesa, o primeiro
42
combate seja feito pelo centroavante, para que sua equipe possa se organizar no plano
defensivo.
5.2.4 Tática coletiva de jogo
Utilizada em determinados momentos do jogo, e em situações convenientes em
função das necessidades com diferentes características.
Tática defensiva deslocando-se para trás: quando o adversário é frágil, ele
costuma se deslocar no seu campo defensivo. Para atraí-lo ao ataque, a equipe mais forte
voltará em bloco para seu campo, fazendo com que o adversário adiante sua linhas e então
recebendo um forte combate até perder a bola.
Tática defensiva com pressão: ao enfrentar adversários mais fracos estes
devem sofrer marcação sob pressão em sua metade do campo. Isto desconcerta o oponente
que se apavora ficando sem ação.
Jogar com tempo: utilizada nos minutos finais de jogo, com finalidade de se
manter um resultado até o final do tempo regulamentar. Isto é feito através da manutenção da
posse de bola, com passes precisos e seguros.
Troca de velocidade: utilizada para surpreender o adversário. São utilizadas
variações de passes curtos e longos, para trás e em diagonal e mudanças de jogo.
Tática de contra ataque: é usada quando se enfrenta uma equipe mais forte ou
quando se tem um resultado favorável.
Tática ofensiva: quando está com a bola, avança em bloco realizando vários
passes curtos para confundir o adversário.
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5.2.5 Tática de bola parada
Normalmente existem jogadores especializados com qualidades para a
realização de cobranças de bola parada.
Cobrança de lateral: alguns jogadores não se definem ao realizar uma
cobrança de lateral , por exemplo quando equipe adversária realiza uma marcação cerrada.
Em cobranças próximas ao gol adversário, são muito aproveitadas bolas lançadas próximo a
área penal com um longo arremesso lateral. Na pratica isto tem valor semelhante á um
escanteio ou cruzamento.
Tiro livre: as cobranças de tiros livres executadas nas imediações da área penal
se constituem em verdadeiro pavor para as equipes penalizadas principalmente quando se tem
um bom chutador na equipe. Além do mais existe uma variedade muito grande de
combinações para a realização desse tipo de chute, obtidas em ensaios feitas durante
treinamentos.
Tiro penal: esta forma de infração é praticamente mortal para quem a pratica,
uma vez que as chances para o goleiro dependem mais da sorte que da sua condição técnica.
Escanteio: pode ser executado através de um centro direito, em chute normal
ou com pés trocados, com passe curto e outras combinações. A organização da defesa deve
contar com a ajuda de todos os jogadores para congestionar os espaços dos atacantes e dar
proteção à saída do goleiro.
Tiro de meta: é aquele que menos possibilita condições positivas de
aproveitamento aos atacantes.
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5.2.6 Tática para as condições extremas
As condições climáticas no dia do jogo se constituem num fator que pode ser
decisivo para o resultado final do jogo. Deverão ser consideradas todas as possibilidades de
influencia do clima no andamento do jogo, bem como as condições atmosféricas e o tipo e
tamanho do campo.
Condições atmosféricas: o vento, o sol, a chuva e a neve são fatores
atmosféricos que alteram o desenvolvimento normal de uma partida.
A favor do vento deve-se buscar chutes de longa distancia, as trocas de passes
devem ser feitas com a bola no chão. Contra o vento a equipe deve estar precavida, deve-se
manter uma boa proteção da zona defensiva para evitar os chutes dos adversários. O goleiro,
por sua vez deve estar atento para a saída do gol e interceptar uma bola lançada em
profundidade.
A favor do sol, os atacantes devem estar atentos as bolas altas enviadas ao gol
aos escanteios e os chutes longos, devido ao goleiro e os demais defensores que terão a visão
prejudicada pelo sol.
Já contra o sol, todos os defensores devem utilizar um ótimo esquema de
cobertura mutua para suprir uma possível dificuldade do companheiro que busca a bola.
Condições do terreno de jogo: existem algumas em jogar em um campo
molhado como, favorecer os jogadores leves e ágeis, o goleiro terá dificuldades para segurar a
bola, os passes deveram ser feitos diretamente aos pés dos companheiros, evitar a condução
de bola e até os dribles, e em especial ter cuidado nos lançamentos dentro da área penal.
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Dimensões do campo: o campo grande, favorece as equipes com melhor
preparação física, já o campo pequeno favorece o jogo defensivo e também os jogadores
ágeis. Campo comprido e estreito, deve-se explorar o máximo os jogadores em profundidade.
E no campo largo, os atacantes serão favorecidos, terão maior espaço para se movimentarem.
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CONCLUSÃO
Depois de termos lido e pesquisado em vários autores, chegamos à conclusão
que a organização e a evolução do sistema tático é, e sempre será, um ponto principal para as
equipes dentro do futebol.
Obtendo as variações de sistema como um ícone, principal para as equipes
devido as grandes equipes e os grandes técnicos com seu modo de aperfeiçoar os vários
sistemas e táticas. Tendo a equipe como principal item o sistema tático, devido o mesmo ter
obtido vários resultados. Como disse Jorge Luiz Borelli em nossa entrevista: “O futebol se
tornou um jogo de xadrez, já que as equipes estudam muito bem o esquema tático do
adversário para poder neutralizá-lo e até superá-lo”.
Com a evolução do sistema, varias equipes adotaram esquemas diferentes para
confundir o adversário e se adaptar a sua própria equipe, já que o jogo se tornou mais tático e
pegado, mas ao mesmo tempo não perdendo sua beleza e emoção.
Mesmo com toda essa evolução as equipes não perderam seu brilho e sim
evoluíram seu método de jogar, tendo como objetivo montar uma equipe fortemente
competitiva, com varias mudanças entre um sistema para o outro, sendo que esse varia entre
um esquema fortemente defensivo e outro absolutamente ofensivo, entre varias mudanças de
posicionamentos de jogadores mesmo durante a partida, transformando assim em outro
esquema tático no decorrer da partida.
Essas são as características do sistema tático, percepção, antecipação, tomada
de decisões, imaginação do movimento , memória motora, velocidade de reação, emoções,
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sentido de formação tática, regulação do movimento.
Um dos pontos mais marcantes da evolução se deu quando o treinador, Rinus
Michels, que criou um sistema em que os jogadores mudavam de posições no decorrer da
partida confundindo o adversário, formando uma espécie de carrossel, chamado “carrossel
holandês” se tornando um esquema totalmente diferente mas que nunca chegou a ser
campeão.
Outro ponto importante ocorreu no ano de 2004, quando uma equipe
considerada inferior conquistou um campeonato extremamente importante. A equipe do Once
Caldas, que era considerada uma equipe de baixo nível surpreendeu a todos jogando com um
esquema tático totalmente defensivo (6-3-1), neutralizou as grandes equipes do futebol
mundial se tornando campeã sul-americana, de forma inacreditável.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNANDES, J. L. Futebol: ciência, arte ou: sorte! São Paulo: EPU, 1994.
FRISSELLI, A; MANTOVANI, M. Futebol teoria e prática. São Paulo: Phorte, 1999.
GRECO, P. J. Treinamento de alto nível com crianças e adolescentes. Viçosa: Universitária,
UFMG, 1990. (Coletânea 2).
GROSSER, M et al. Alto rendimento desportivo: planificación y dessarolo. Espanha:
Martinez Roca, 1988.
LEAL, J. C. Futebol: arte e oficio. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.
MATVEIEV, L. P. Periodización del entrenamiento deportivo. Madrid: INEF, 1977.
MELO, R. S. Futebol 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint, 1997.
MELO, R. S. Sistemas e táticas para futebol. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
MENDES, L. As táticas do futebol. Rio de Janeiro: Ouro, 1979.
UNZELTE, C. O Livro de ouro do futebol. São Paulo: Ediouro, 2002.
VIANA, A. R.; RIGUEIRA, J. E. Futebol prático. Preparação física, técnica e tática. Viçosa:
Universitária, 1981.
49
APÊNDICE A
PESSOAS ENTREVISTADAS
50
Entrevistado 1- Olimpio Batista Ferreira Junior (Pinho, 55 anos)
Principais Equipes:
- Comercial Futebol Clube (Ribeirão Preto)
- Santo André
- Bragantino
- Sampaio Correa Maranhão
- CRB Alagoas
- Remo Belém do Pará
- Novo Horizontino
Atual técnico da equipe do Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto)
Entrevistado 2- Marcelo Justino do Nascimento (Xexéu, 34 anos)
Formado em Educação Física (Centro Universitário Claretiano)
Principais Equipes:
- Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto)
- Rio Branco Futebol Clube
- Americana (São Paulo)
- Anápolis (Goiás)
- Esportivo (Minas Gerais)
- Dracena Futebol Clube
- Corinthians (Presidente Prudente)
- Anapolina (Goiás)
- Batatais Futebol Clube
Atual professor das escolinhas de base de Altinópolis
51
Entrevistado 3- Jorge Luis Borelli, 50 anos
Principais Equipes:
- Batatais Futebol Clube
- Rio Branco (Ibitinga)
- Relo Clube
- Guairense
Atual técnico da equipe do Batatais Futebol Clube
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APÊNDICE B
ENTREVISTAS
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ENTREVISTA 1
Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia?
Olimpio (Pinho)- Acho que é muito importante desde que o jogador seja obediente para fazer
as funções que são determinadas pelo treinador, jogador de qualidade e personalidade para
cumprir o que é necessário.
Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje?
Olimpio (Pinho)- Sim, pois o futebol evolui muito da época que eu jogava até hoje, devido
aos esquemas que foram adotados, a maneira de se trabalhar, a cobrança que existe hoje, o
condicionamento físico que se tornou muito importante em todos os setores.
Pergunta 3: È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria a
idade adequada para essa iniciação?
Olimpio (Pinho)- A base é tudo, desde que o profissional seja adequado, haverá de começar a
se preparar nas escolinhas o básico para o futebol, a idade adequada para a iniciação tática
seria de 15(quinze) a 16(dezesseis) anos.
Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um
bom resultado?
Olimpio (Pinho)- A equipe deve estar preparada para qualquer imprevisto às vezes você entra
com um esquema e depende do resultado, ou quando um jogador é expulso, você tem que
mudar o esquema, pois talvez a equipe não possua um jogador da mesma qualidade.
Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia?
Olimpio (Pinho)- Hoje depois do 4-4-2, o mais usado é o 3-5-2, não só no futebol brasileiro
como mundial.
54
ENTREVISTA 2
Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia?
Marcelo (Xexéu)- O sistema tático é importante, pois ele está decidindo varias partidas,
principalmente quando os campeonatos entram em fases decisivas onde as equipes e
jogadores são conhecidas, onde o treinador por sua vez realiza o treino de portões fechados.
Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje?
Marcelo (Xexéu)- A evolução tática trouxe varias mudança, principalmente quanto aos
treinos que eram realizados sem improvisações, hoje os treinadores usam treinos variados
pois, muitas vezes durante a partida ele é obrigado a mudar a tática
Pergunta 3: : È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria
a idade adequada para essa iniciação?
Marcelo (Xexéu)- É importante a tática nas escolinhas de base, desde que o profissional
esteja preparado para esse mecanismo. Acredito que a idade adequada esta na faixa dos
14(quatorze) anos.
Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um
bom resultado?
Marcelo (Xexéu)- A mudança durante a partida dependerá da situação de jogo, se ela for
necessária o treinador precisará de material humano no banco de reserva, para realizar a
mudança de tática.
Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia?
Marcelo (Xexéu)- Acredito ser o 4-4-2, mas o treinador muitas vezes depende do adversário.
55
ENTREVISTA 3
Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia?
Jorge Borelli- Sem duvida, hoje o futebol virou um jogo de xadrez, todas as equipes possuem
sua estratégia, até para fazerem alguma surpresa para o adversário.
Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje?
Jorge Borelli- Trouxe, hoje os técnicos usam números, exemplo o 4-4-2, o 3-5-2, e assim
sucessivamente. Antigamente se jogava com 4(quatro) zagueiros, 2(dois) meias e 4(quatro)
atacantes, e depois foram mudando, não digo aperfeiçoando porque acredito que cada técnico
possui sua forma de trabalho, então hoje há a necessidade de posicionar um esquema tático
mais cauteloso, devido à preparação física se equivale de uma equipe para outra.
Pergunta 3: È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria a
idade adequada para essa iniciação?
Jorge Borelli- De inicio não acho importante, 6(seis) e 7(sete) anos, até porque eles
necessitam de aprimorar sua parte técnica, para depois iniciar um trabalho tático, acredito que
deva começar a iniciação a partir dos 12(doze) anos de idade.
Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um
bom resultado?
Jorge Borelli- Nem sempre, às vezes da certo mas o técnico deve possuir algumas artimanhas
para poder usar durante a partida, eu acredito que durante a partida a equipe deve saber jogar
com mais de um esquema tático.
Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia?
Jorge Borelli- Eu prefiro trabalhar com o 3-6-1, jogadores que chegam de trás com
facilidade, assim podendo causar uma surpresa ao adversário, mas acredito que o mais usado
seja o 4-4-2 e o 3-5-2.
56
APÊNDICE C
O TREINADOR DE FUTEBOL
57
O TREINADOR DE FUTEBOL
Essa profissão envolve grande gana de responsabilidade, tendo que estar a par
de todos os meios de comunicação , tornando o esporte global. Já as formas de expressão e
comunicação do treinador são fundamentais para sua imagem e carreira que dele se forma.
LEAL (2000), acredita que o treinador deve provir do futebol, nele ter suas
origens, vivencias e de preferência como jogador , não significando que outros possam
desempenhar a função com pleno êxito.
O treinador deve apresentar-se sempre atualizado de forma geral, lendo,
estudando, freqüentando palestras, para que sempre esteja informado sobre qualquer
mudança. Também é dever do treinador escolher seus parceiros de comissão técnica,
formando assim uma unidade sólida totalmente ao seu comando.
O treinador deve conhecer e identificar falhas e estilos de trabalho, sendo
adepto a contratações e novas experiências com novos jogadores, trabalhando
incansavelmente nas metas de curto, médio e longo prazo.
Desde a evolução do esporte, percebe-se que os primeiros técnicos eram
providos do próprio futebol, exemplo, ex-jogadores que eram amparados pelo clube, sendo
que isto ocorria antes da primeira escola de Educação Física e Desportos. Que trazia objetivos
de formação de professores de Educação Física e técnicas desportivas.
O Decreto – Lei 3.199 de 1941, abriu as portas para os técnicos de futebol
formados em Educação Física, e os não formados também foram amparados pela Lei 6.354 de
1976, que em seu artigo dispunha que todos os ex-atletas de futebol que tivessem exercido a
profissão de profissional por um período de três anos, seria considerado monitor de futebol.
58
O CÓDIGO DE ÉTICA DO TREINADOR DE FUTEBOL
São vários requisitos de ética em que o treinador deva obedecer, sendo entre
ele os vários artigos:
Art. 1º O dever do treinador é:
- Cumprir com honestidade o contrato
- Ser pontual
- Providenciar para que a equipe compareça ao local de jogo no horário
determinado
- Respeitar as autoridades:
- Cumprir seus deveres e fazer cumprir os deveres dos atletas
- Dispor aos atletas conhecimentos, regras e leis desportivas
- Recusar compromissos que considerar ilegal
- Responsabilizar-se pela atuação da equipe
-Respeitar sua entidade de classe
Art. 2º Não permitirá ao treinador:
- Fazer declaração á imprensa , problemas administrativos
- Fazer comentários maldosos em relação aos colegas
- Envolver-se em qualquer questão política
Art. 4º Relação com a diretoria:
- O treinador devera tratar os funcionários e diretoria com todo respeito
zelando pelas prerrogativas
- Apresentar-se trajado para a função
59
- Ouvir a classe antes de tomar atitude direta ou indiretamente
Art. 5º Deverá o treinador contratar seus serviços por escrito:
- Neste instrumento de locação de serviços, deverá constar parte pecuniária
(luvas se houver salário, gratificação, prêmios), ficando sempre assegurado a
sua condição de liderança da sua equipe de trabalho.
Art. 6º Sempre que tenha conhecimento de transgressão, a Associação chamará
a atenção do responsável para o dispositivo violado, sem prejuízo das
penalidades que caberem, representando à Comissão Disciplinar sempre que o
caso exija.
Art 7º Fica criada uma Comissão Disciplinar dos Treinadores a qual será
bienalmente constituída de três membros, indicados pelos presidentes
nomeados.
O TREINADOR PROFISSIONAL
O treinador é a pessoa com formação especializada na arte do futebol,
qualificação do homem ou mulher para a atividade definida, regida por direitos e deveres
perante um grupo de trabalho e em grupo social.
O treinador de futebol é ao mesmo tempo, ser social, econômico, financeiro e
fisiológico como operário de futebol.

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Evolução dos Sistemas Táticos no Futebol

  • 1. FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI FREDI LUCAS SOARES ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO FUTEBOL BATATAIS 2005
  • 2. FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI FREDI LUCAS SOARES ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO FUTEBOL Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de graduados em Educação Física. Orientador: Prof. Alexandre Palma Pimenta. BATATAIS 2005
  • 3. FÁBIO CASSIANO CRIVELLENTI FREDI LUCAS SOARES Monografia apresentada ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de graduados em Educação Física. Orientador: Prof. Alexandre Palma Pimenta. ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO DO SISTEMA TÁTICO NO FUTEBOL Orientador: _________________________________________________ Prof. Alexandre Palma Pimenta Examinador(a): _______________________________________________ Examinador(a): _______________________________________________ Batatais, ______ de _________________________ de 2005.
  • 4. Dedicamos este trabalho, intensamente a todas as pessoas que são apaixonadas pelo esporte, e que de alguma forma proporcionam grandes e contagiosas alegrias. Em especial ao nosso professor Marcelo Justino pela inspiração que nos deste desde jovens, pelo amor ao esporte.
  • 5. Agradecemos primeiramente a Deus, porque sem ele nada existiria, e por ter nos dado a vida e familiares maravilhosos. Agradecemos também aos nossos pais pela oportunidade de grandes estudos. As nossas namoradas pela paciência e dedicação. E aos nossos grandes amigos pelo imenso apoio.
  • 6. RESUMO Aperfeiçoado pelos ingleses, inventado por várias nações, o futebol, soccer, cálcio, assim chamado por todos é um dos esportes mais popular do mundo. O Brasil, país do futebol como é chamado vem se tornando cada vez mais popular e primordial entre os seus adeptos que se espalham por todo o mundo. O jogador Edson Arantes do Nascimento, o Rei, é o maior ídolo mundial, obtendo suas participações fundamentais em campeonatos mundiais e mantendo o título de maior goleador da historia do futebol com 1.283 gols. Neste trabalho você vai conhecer um pouco da história e a organização e a evolução dos vários sistemas táticos espalhados pelo mundo. Com o passar dos anos a organização e evolução dos sistemas táticos sofreram várias mudanças, adquirindo a importância de conhecer os adversários e de alcançar resultados esperados. Deste modo mostraremos a importância da organização e a evolução dos sistemas táticos, ou seja, o que são, como são utilizados, suas funções e suas variações. A comunicação nos mostra o quanto à evolução foi importante em termos de resultados, arte e estratégias apresentada pelas equipes. Exemplo de equipes nacionais, entrevistas com profissionais da área que se tornaram técnicos, são as fontes que você encontrara neste texto. Palavras-chave: Organização. Evolução. Futebol. Sistemas. Táticas.
  • 7. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Representação esquemática dos campos de futebol em 1863................ 14 Figura 2 - Representação do campo com a demarcação da pequena área no ano de 1891................................................................................................... 14 Figura 3 - Representação esquemática da evolução da marcação do campo de futebol de 1891 a 1902........................................................................... 15 Figura 4 - Representação esquemática do campo de futebol com as medidas atuais e a demarcação da grande e pequena área e a distância do pênalti, mostrando a evolução de 1902 até 1936.................................... 16 Figura 5 - Representação esquemática da evolução da demarcação do campo de futebol de 1936 até os dias atuais........................................................... 16 Figura 6 - Representação esquemática do sistema tático 1-1-8............................... 18 Figura 7 - Representação esquemática do sistema tático 2-2-6............................... 18 Figura 8 - Representação esquemática do sistema tático 1-2-7............................... 19 Figura 9 - Representação esquemática do sistema tático 2-3-5............................... 20 Figura 10 - Representação esquemática do sistema tático 3-4-3, o WM.................. 21 Figura 11 - Representação esquemática da variação do esquema tático 3-4-3......... 22 Figura 12 - Representação esquemática do sistema tático 4-2-4............................... 23 Figura 13 - Representação esquemática do sistema tático 4-3-3............................... 24 Figura 14 - Representação esquemática do sistema tático 4-4-2............................... 25 Figura 15 - Representação esquemática do sistema 3-5-2........................................ 27
  • 8. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................... 08 1 A ORIGEM DO FUTEBOL.............................................................. 09 2 O SISTEMA................................................................................................ 13 2.1 EVOLUÇÃO DO CAMPO DE JOGO.................................... 13 3 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS.................................................. 17 4 O JOGADOR INCOMPARÁVEL................................................ 29 5 O SISTEMA TÁTICO.......................................................................... 30 5.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA TÁTICO................. 31 5.2 FUNÇÕES TÁTICAS.................................................................... 33 5.2.1 Tática ofensiva....................................................................... 33 5.2.2 Tática defensiva..................................................................... 35 5.2.3 Tática de posicionamento..................................................... 38 5.2.4 Tática coletiva de jogo.......................................................... 42 5.2.5 Tática de bola parada........................................................... 43 5.2.6 Tática para as condições extremas...................................... 44 CONCLUSÃO........................................................................................................ 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................... 48 APÊNDICE A – PESSOAS ENTREVISTADAS............................. 49 APÊNDICE B – ENTREVISTAS.............................................................. 52 APÊNDICE C – O TREINADOR DE FUTEBOL.......................... 56
  • 9. 8 INTRODUÇÃO A escolha do tema Organização e evolução do sistema tático no futebol, ocorreu devido a uma questão de afinidade. Fredi Lucas Soares foi ex-jogador das categorias de base de Luiz Antonio, Altinópolis, Sertãozinho. Fabio Cassiano Crivellenti pratica o esporte desde criança e também possui uma enorme afinidade. Com a organização e a evolução do sistema tático as equipes passaram a se preocupar com os resultados e números de jogo, além da preparação física. A pesquisa, além da revisão bibliográfica, apresenta características em equipes profissionais e ex-jogadores que hoje se tornaram técnicos. O objetivo do trabalho é mostrar uma viagem à história do futebol e as variações dos sistemas táticos no transcorrer do tempo, para aquelas pessoas que admiram e são apaixonadas por esta modalidade esportiva, que nos transmite emoção e nos ensina a importância do trabalho em equipe. Para melhor entendimento dividimos o trabalho em capítulos. No primeiro capítulo apresentamos, brevemente, a origem do futebol. O segundo capítulo discorre sobre a evolução do campo de futebol de 1863 até os dias de hoje. O terceiro capítulo trata da evolução dos sistemas desde o surgimento até os dias atuais. No quarto capítulo, um breve relato sobre o que foi o jogador Pelé para o futebol. E o último capítulo trata dos sistemas táticos, suas características, funções e sistemas propriamente ditos.
  • 10. 9 1 A ORIGEM DO FUTEBOL Segundo Unzelte (2002), as primeiras manifestações do futebol ocorreram entre 3.000 e 2.500 a.C., na China. Há indícios que durante o império chinês, os soldados chineses tinham o costume de chutar crânios de inimigos derrotados, que por sua vez mais tarde crânio seriam substituídos por bolas de couro usadas por soldados em exército militar, onde deveriam ser lançados entre duas estacas cravadas no chão, teriam sido as primeiras traves da história. Também foram encontrados vestígios da prática de jogar com bola na Síria, Antigo Egito e na Polinésia com bolas feitas de casca de coqueiro, bambu e de couro cru recheada com cereais. O tsu-chu de chineses que significa (chutar com os pés), tiveram grande importância na revolução do jogo. Um esporte criado para fins militares onde somente depois de vários séculos, passaria a ser praticados por várias classes sociais. Certas semelhanças já eram consideradas naquela época, o campo do jogo era retangular media 30 metros por 60 metros contra o mínimo de 45 metros por 90 metros exigido atualmente, havia 12 jogadores de cada lado um a mais do que hoje em dia, já o campo era determinado com fios de sedas preso em estacas cravadas no chão, hoje linhas pintadas no solo, estacas de bambu de 40 centímetros e guarnecidas por fio de seda faziam o papel das traves atualmente feitas de cano de ferro e fios de náilon, a bola era feita de couro cru recheada de crina, media cerca de 22 centímetros, hoje com 70 centímetros feita de couro, borracha recheada com ar.
  • 11. 10 Os japoneses também tiveram sua participação no futebol ao contrário do tsu- chu chinês o kemari, conhecido pelos japoneses como chutar a bola, onde só o sexo masculino poderiam praticar o jogo de bola. Esse tipo de jogo era definido por pontos e era extremamente proibido o contato corporal entre os participantes, ao contrário do tsu-chu chinês o kemari era praticado com 8 jogadores e o campo quadrado e cercado por árvores a sua volta. O kemari, se tornou um grande símbolo tradicional japonês sendo sua apresentação obrigatória em vários jogos e eventos envolvendo o jogo. Já os gregos contavam com o epyskiros, o parente mais próximo do futebol disputados com os pés, em campo retangular por duas equipes de 9 jogadores de cada lado, e a bola feita de bexiga de boi e recheada com ar e areia. O objetivo era arremessar a bola para o fundo de cada lado do campo, também foram constatadas as expressões que os jogadores usavam durante o jogo como “bola longa”, “passe curto” e “para frente”. No caso dos Maias o jogo era visto de forma diferente dividido em dois grupos em campos circulares, o objetivo era lançar a bola em pedras cravadas no fundo sendo que o perdedor era sacrificado. O outro parente do futebol e do epyskiros eram os Romanos e harpastum, só não se sabe ao certo se era disputado com as mãos ou com os pés, mas era igual ao praticado pelos gregos. Por outro lado os franceses mantinham uma forma mais clássica para a prática do jogo que se chamava soule, versão do harpastum introduzido pelos Romanos criando respeito e levado para os grandes jardins e praticado pela realeza. Os Italianos e o cálcio, (futebol) assim chamado ate hoje pelos Italianos tiveram uma grande evolução para o futebol. Rivais de facções políticas resolveram acertar
  • 12. 11 suas diferenças em um jogo de bola, com vinte e sete jogadores de cada lado enfrentavam-se durante horas pelas ruas, tentando levar a bola além dos portões da cidade. A partida se tornou tão famosa que ate hoje é apresentado em eventos Italianos como um grande desafio daquela época. Enquanto os ingleses e o famoso futebol, e a polemica de quem seria o verdadeiro fundador do jogo. Embora se tenha provado que o haspartum, kemari, o tsu-chu chinês e outros vários não se tenham provado que o soule tenha chegado na Inglaterra sem antes ter chegado a França. Quando os ingleses numa espécie de terça-feira gorda saiam as ruas para chutar uma bola de couro entre os portões da cidade comemorando as expulsões dos Dinamarqueses. Esse tipo de brincadeira acabou sendo festejado em todos festivais anual mas acabou se tornando muito polemico devido à violência pois seu resultado acabava sempre em pernas quebradas, vidraças quebradas, dentes arrancados onde ate houve uma noticia de que um jogador ao saltar de uma ponte para apanhar a bola acabou se afogando, assim era o futebol de massa durante o século XVIII. Depois da proibição de formas violentas, em 1700 o jogo foi obrigado a mudar, as escolas passaram a adotá-lo como uma atividade física e logo ganhou a simpatia dos jovens que foram se apaixonando pelo jogo. Segundo Unzelte (2002), Taylor e Paul foram os primeiros a verem o jogo como um valor educativo, limitando os participantes e admitindo um árbitro para a partida fazendo cumprir as regras e os conteúdos adotados severamente. O problema passou a ser uniformização das regras, pois nos colégios se jogavam diferentes tipos de futebol, em algumas escolas utilizavam somente os pés em outras as mãos, braços e pés. Depois dessa separação o esporte praticado usando mãos, braços e pés
  • 13. 12 foram batizados como “rugby”, já no outro caso o jogo praticado somente com os pés foi adotado como futebol. Representante de 11 clubes e escolas instituíram regras que são utilizadas ate hoje, e foram produzidos livros, cartazes, panfletos e distribuídos em escolas, livrarias, banca de jornal e por toda parte para difundir as regras entre a população. E assim o futebol que conhecemos estava inventado para o mundo. E o Brasil? Em depoimento a revista Cruzeiro de 1952, o brasileiro Charles Miller realizou um jogo em um campo de Várzea em São Paulo em abril de 1895, os times formados por brasileiros e ingleses funcionários de uma companhia realizaram a primeira partida. Essa historia começou quando um brasileiro descendente de ingleses retornou a Inglaterra para concluir seus estudos, de onde mais tarde voltaria trazendo em suas malas duas bolas de couro. Atacante amador mais conhecido entre os ingleses, Miller no Brasil, chegou a ser jogador, dirigente e até árbitro. Assim cada estado passou a conhecer o futebol por ambos fundadores diferentes e em 1917 o futebol já havia sido difundido para todo o Brasil tornando-se uma paixão nacional.
  • 14. 13 2 O SISTEMA O sistema consiste em como distribuir os jogadores no terreno de jogo, para que possam ocupar de maneira racional todos os setores do campo. O sistema não deve ser modificado toda hora pelo treinador, mas ele teve ter táticas diferentes para utilizar em função de cada adversário. As dimensões do campo e as mudanças nas regras foram os principais fatores que contribuíram para a evolução dos sistemas e táticas usadas no futebol. 2.1 EVOLUÇÃO DO CAMPO DE JOGO Quando se iniciou o futebol os campos não tinham linhas demarcatórias em traves. Existiam apenas quatro bandeirinhas que marcavam as limitações do campo e ao invés das traves, havia dois postes de vinte e oito centímetros e sete metros de comprimento (1863)
  • 15. 14 Figura 1 - Representação esquemática dos campos de futebol em 1863. Fonte: MELO, 1999, p. 12. Com a finalidade de proteger a integridade do goleiro, foi criada a pequena área, que era a junção de dois meios círculos.(1891). Figura 2 – Representação do campo com a demarcação da pequena área no ano de 1891. Fonte: MELO, 1999, p. 13.
  • 16. 15 Em 1891 foi criada a marcação do pênalti, que tinha como intuito proteger a integridade física do goleiro, principalmente próximo das metas onde sempre ocorriam faltas violentas, a Internacional Board determinou a inclusão de uma linha paralela ao gol, a doze jardas de distancia. Todas as infrações cometidas pelos defensores dentro desta faixa, passavam ser punidas como tiro livre direto, ou seja, pênalti sendo cobrado de qualquer ponto da linha de doze jardas (1891 até 1902). Figura 3 - Representação esquemática da evolução da marcação do campo de futebol de 1891 a 1902. Fonte: MELO, 1999, p. 14. Em 1902, foram adotadas as medidas atuais da grande e pequena área, e a distancia do pênalti, que deveria ser cobrado á uma linha reta ao gol a doze jardas (1902 até 1936).
  • 17. 16 Figura 4 – Representação esquemática do campo de futebol com as medidas atuais e a demarcação da grande e pequena área e a distância do pênalti, mostrando a evolução de 1902 até 1936. Fonte: MELO, 1999, p. 15. Em 1936, foi criada a meia lua á frente da grande área, que tem como objetivo manter os jogadores das duas equipes afastados nove metros e quinze centímetros da bola, na hora da cobrança do pênalti (1936 até 2005). Figura 5 – Representação esquemática da evolução da demarcação do campo de futebol de 1936 até os dias atuais. Fonte: MELLO, 1999, p. 16.
  • 18. 17 3 A EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS Frisselli e Mantovani (1999), afirmam que: A evolução do sistema tático nasceu em Florença (Itália), no dia 17 de fevereiro de 1529, quando duas equipes resolveram decidir suas diferenças políticas em uma partida de “cálcio” (futebol). A preocupação de ambas as equipes a obterem a vitória era de grande importância, que os obrigou a planejar funções táticas para o posicionamento dos jogadores, para que vencessem a qualquer preço. Foram divididos da seguinte forma, 9 elementos para o ataque 4 para funções do meio campo, 4 para as funções defensivas, 5 adiantados e 5 zagueiros, provavelmente os primeiros “líberos” do futebol, levando-se em conta que naquela época eram divididos em 27 jogadores para cada equipe. No dia 29 de outubro de 1863, foi oficializado o primeiro sistema tático que poderia ser definido hoje como um ataque suicida, porque as equipes entravam em campo com 10 atacantes, e atrás ficava somente um jogador no caso o goleiro chamado de vigia. Com o passar do tempo continuava a preferência pelo ataque, mas já não permanecia somente um jogador atrás com o goleiro e sim um “beque” (back que no inglês significa atrás), e também mais um homem no meio do campo nascendo assim o 1-1-8.
  • 19. 18 Figura 6 - Representação esquemática do sistema tático 1-1-8. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. A seleção escocesa, para obter um grande mérito na época adotou um novo esquema tático, passando a preocupar-se um pouco mais com a zona defensiva, com 2 zagueiros, 2 médios que ficavam na frente dos zagueiros, e outros 6 jogadores formando a ataque realizando o 2-2-6. Figura 7 - Representação esquemática do sistema tático 2-2-6. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
  • 20. 19 Em 1870 alguns atacantes das equipes inglesas passaram a jogar no meio do campo, devido ou tentando manter um equilíbrio entre a defesa e o ataque, já que com tantos atacantes ainda era difícil a finalização em gol, assim nascendo o 1-2-7. Figura 8 – Representação esquemática do sistema tático 1-2-7. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. E foi a partir deste sistema que em 1883 que os grandes técnicos passaram a se preocupar com a defesa e com o ataque, tentando manter assim um equilíbrio entre ambos, surgindo um sistema clássico da época chamado “Piramidal”, formado por 2 zagueiros, 3 médios e 5 atacantes, 2-3-5.
  • 21. 20 Figura 9 – Representação esquemática do sistema tático 2-3-5. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. Segundo Leal (2000), em 1925 devido às mudanças ocorridas nas regras como o impedimento do jogador que no momento do passe para ataque o próprio deveria estar na linha dos zagueiros e entre a linha de fundo, caso o atacante estivesse na frente dos zagueiros e próximo à linha de fundo no momento do passe estaria em posição irregular sendo marcada falta para a equipe adversária. Passado os 40 anos após a criação de novos sistemas e evolução das regras, o Sir Hebert Chapman, treinador inglês, foi responsável pela grande evolução do sistema tático recuando o centro-médio do 2-3-5 para a zaga passando a contar com 3 zagueiros forçando-se assim os mesmos a se posicionarem mais abertos marcando os pontas que com a volta do médio haveria mais espaço no meio campo obrigando o recuo de 2 dos 5 atacantes para fazerem a ligação entre o meio e o ataque tornando-se assim o 3-4-3 ou o famoso WM, chamado assim porque visto de cima os jogadores posicionados formavam as letras WM.
  • 22. 21 Figura 10 - Representação esquemática do sistema tático 3-4-3, o WM. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. No Brasil não foi diferente o sistema se expandiu por todo país, aqui chamado de “defesa cerrada” não foi muito bem correspondido devido à falta de adaptação dos centros- médios à linha de defesa. Após uma excursão na Argentina em 1941, uma equipe brasileira conhecida como Flamengo, foram humilhados dentro do campo com o sistema tático WM pela qual começaram a implantar uma pequena variação a qual eles recuariam o médio para o centro formando um quadrado no meio do campo para marcar os pontas conformando a defesa com 3 zagueiros obrigando assim os meias a ficarem próximos e centralizados fazendo com que 2 dos 5 atacantes recuassem para buscar jogo.
  • 23. 22 Figura 11 - Representação esquemática da variação do esquema tático 3-4-3. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. Esse sistema tático, ou jogo alternativo obteve um grande reconhecimento pelo qual levou o time do Flamengo a ser tri-campeão com muito sucesso, esse aperfeiçoamento do sistema WM chamou-se diagonal pela forma da linha em que formava entre os zagueiros, meias e atacantes. Para Luiz Mendez (1979), em 1950 foi criado um sistema tático muito consagrado pela equipe Suíça, sendo um sistema com a característica extremamente defensiva chamado “ferrolho suíço”. Esse sistema forma uma base bem ofensiva com 7 jogadores na zona defensiva, 1 jogador no meio campo e 2 atacantes na frente. Embora alguns jogadores durante o decorrer da partida se soltavam das posições defensivas e partiam em busca do jogo causando tremenda dificuldade para as equipes adversárias, no Brasil esse sistema não foi adaptado. O ferrolho suíço tinha a formação 7-1-2. Após 25 anos de utilização do sistema WM, mais utilizado no mundo, surge à necessidade de maior marcação e desmarcação, os futebolistas não estavam preparados para essas ações táticas, foi quando no mundial de 1954, a Hungria do treinador Bella Gutlman que trabalhou no futebol brasileiro apresentou um sistema com 4 defensores, 2 futebolistas no meio campo e 4 atacantes adotando assim o sistema 4-2-4.
  • 24. 23 Adotados assim devido aos três defensores sistemas WM, encontravam parar os três atacantes das equipes adversárias, porque com a aproximação de um meia fazia com que sempre houvesse 4 atacantes, sendo que essa marcação era homem á homem e apresentava muitas falhas. Com isto foi recuado um dos elementos do meio para a defesa e outro no meio para atuar mais avançado, ficando assim apenas 2 no meio campo, passando a utilizar a forma de marcação por zona, ou seja possibilitando uma cobertura mais adequada em um espaço tão grande. No Brasil, o Santos F.C. era a equipe que melhor adotara esse sistema tático de forma bem mais rígida que as demais equipes, onde os 4 zagueiros formavam rigidamente a linha de defesa com pouquíssimos avanços. Onde que por sua vez um só jogador justificava tudo. Pelé era incomparável como jamais houve e talvez não haja nunca mais. Este atleta por sua vez poderia suportar adversário usando um sistema mais evoluído, referindo ao 4-3-3, que foi um passo a frente do 4-2-4, que todos passaram a adotar menos a equipe santista. Figura 12 - Representação esquemática do sistema tático 4-2-4. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169.
  • 25. 24 De acordo com Leal (2000), houve um aperfeiçoamento então nos métodos de marcação e deram grande ênfase na participação dos jogadores, encerrando o período romântico de jogar futebol. A função do jogador passou a ser, então, um pouco agressivo, não dando espaço nem tempo para os adversários no qual o sistema tático tinha o objetivo de reforçar mais o meio de campo com o recuo de 1 dos 4 atacantes, para tornar-se o quarto homem no meio do campo, fazendo assim a transferência ou lançamentos nas marginais ou laterais do campo, formando assim o 4-3-3. Figura 13 – Representação esquemática do sistema tático 4-3-3. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. Esse sistema foi utilizado principalmente pelas equipes sul-americanas, em 2 campeonatos mundiais de 1966 e 1970, sendo que a próxima inovação do sistema tático iria surgir na Holanda no mundial de 1974 onde os futebolistas apresentavam uma necessidade de possuir varias funções de atacar e defender. Na Copa do Mundo de 1966, constatou-se o aparecimento de um novo sistema inclusive na equipe campeã a Inglaterra, um modo de jogo com maior intensidade de
  • 26. 25 marcação e bloqueio de espaços no campo superavam sistemas de jogos ultrapassados marcando “uma nova era” no futebol, que passou a ser menos artístico plástico e belo mas não menos importante, foi batizado como “futebol força”, formando o 4-4-2. Figura 14 - Representação esquemática do sistema tático 4-4-2. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. Mais do que um sistema tático a forma de atuar da seleção holandesa apresentava uma preparação física superior e na polivalência dos futebolistas, tanto que em 1974 na Copa da Alemanha a equipe da Holanda apresentava jogadores versáteis sem posições fixas, denominadas “o carrossel holandês”, nele toda a equipe rodava e avançava ao mesmo tempo para deixar o adversário em impedimento, e às vezes, corria a equipe toda para tirar a bola do adversário. Neste sistema, procuravam jogar pelas laterais, onde se localizavam três jogadores os quais se juntavam para trocar passes, até que um deles pudesse chegar a linha de fundo, a jogada feita pela direita que não obtinha resultado, era transferida pela esquerda pelo jogador que sempre ficava atrás, no centro do campo assim rapidamente e de lados opostos
  • 27. 26 assim formando uma espécie de um giro de carrossel, onde os adversários permaneciam voltados para o lado da bola sem saber na armadilha que lhes era preparada pelas costas. O treinador Rinus Michels, cansou de afirmar que o objetivo era a retomada da bola nos rebotes, partindo para o contra ataque, projetando em formas de linhas para o adversário a quem a bola se dirigia, tanto os seus jogadores de defesa, quanto os meias colocados atrás de quem recebia a bola, sendo que um desses meias projetava-se na direção da linha de cobertura, para tornar-se o homem de segurança em caso de falha na ação tática. Esta tática foi digna de reverencia pela forma perfeita do posicionamento e execução. Esse talvez seja o melhor sistema tático criado até hoje, pois todos os jogadores apresentavam um ótimo preparo físico e preparação técnica, que por onde se variavam e faziam uma espécie de giro de posições dentro do campo confundindo os adversários. Fator curioso em que a equipe holandesa nunca se consagrou campeã , tendo sempre se contentar com o vice-campeonato, coisa que só o futebol pode explicar. Aqui no Brasil, não obtiveram o mesmo sucesso pois achavam que se baseava em uma simples manobra tática, de colocar atacantes em impedimento com manobras de preguiçosos e pouca visão denominada aqui de “linha burra”. Principalmente nos paises que adotavam o sistema 4-4-2, havia sérios problemas com a dupla de ataque que presa à área causava sérios embaraços para a defesa que por distribuição permitia aos atacantes uma posição de mano-à-mano, com os zagueiros centrais sempre desvantajosos a quem defende. A solução encontrada foi de substituir o lateral por um zagueiro central, passando a formar um trio central na zona de defesa quase sempre cabendo 2 interruptores de jogada a marcar os atacantes, ficando assim 1 jogador na sobra ou libero para cobrir os caçadores e a linha da bola além de libertar o outro lateral para jogar no meio do campo, ou
  • 28. 27 substituindo por um meio especialista capaz de executar funções chamada de “ala” bem próximo à linha marginal do campo. O sistema 3-5-2 foi introduzido na seleção da Dinamarca e utilizado na Copa do Mundo de 1986, no México, com bons resultados, com seleções de tradições mundiais que por sua vez em 1990, 20 das 24 seleções utilizaram esse sistema, inclusive a equipe campeã, a Alemanha. Esse sistema consiste em 3 zagueiros sendo que um deles com a função de sobra ou líbero, 5 jogadores no meio campo sendo que 2 deles teriam a função de ala atuando pelas marginais do campo e 2 jogadores atacantes que são responsáveis pela marcação no gol. Figura 15 - Representação esquemática do sistema 3-5-2. Fonte: FRISSELLI; MANTOVANI, 1999, p. 159-169. Nesse sistema tático dá-se grande importância aos alas pois os mesmos teriam que fazer varias funções como: marcar, atacar e voltar para ajudar na marcação, portanto teriam que obter um enorme preparo físico e excelente domínio sobre a tática, já o zagueiro
  • 29. 28 chamado libero teria que obter um ótimo senso de cobertura entre os dois, direitos e esquerdos, suficientes para ter qualidade técnica de sair jogando e se lançar ao ataque como elemento surpresa. Já os jogadores do meio campo seriam responsáveis pela marcação normal em versões de jogadas, fazer finalizações à longa distancia, e um bom posicionamento no meio para não manter um espaço vago, já os atacantes teriam funções de finalização e principalmente na saída de bola adversária tendo um bom posicionamento para entrar e sair da área onde deixaram espaço livre para penetração dos meios ofensivos.
  • 30. 29 4 O JOGADOR INCOMPARÁVEL Luis Mendez (1979) ressalta que Pelé foi grande como ninguém em nenhuma época do futebol brasileiro, reunia qualidades juntas que só isoladamente foram vistas em outros astros de antes ou de agora. Valdemar de Brito, foi o grande responsável pela maior descoberta de todos os tempos, pois viu em Pelé um jogador de muitas qualidades, sendo que até hoje se procura um jogador da qualidade de Pelé. Quando é encontrado um jogador que tenha alguma qualidade ao mero semelhante às qualidades no seu tempo de “Rei de Futebol”, já é consagrado nos dias atuais como craque de futebol, comparando com o melhor de todos os tempos em varias posições, pois até no gol Pelé sabia jogar. Não se tratava apenas de um simples jogador, mas sim a uma alegria para o publico onde trouxe o sangue o ritmo do samba aplicado ao futebol, jogava com elegância, driblava com a firmeza de um passista e suas arrancadas eram uma estranha sonoplastia, como se rufassem tambores que se fizessem ouvir das multidões empolgadas com as jogadas do jogador mais famoso do mundo. O Rei como era chamado era a mistura de tudo que foi bom dos outros craques, sendo que á de chegar um dia que se dividira em antes de Pelé e depois de Pelé.
  • 31. 30 5 O SISTEMA TÁTICO O sistema tático dá ênfase a várias funções de medidas dos meios ofensivos e defensivos. Matveiev (1977) acha que o sistema tático nada mais é que um plano de jogo durante a partida e o enfoque que o treinador pode dar a todo o campeonato. Grosser et al. (1988) acredita que a tática é uma aplicação de ações preparatórias para realizar ações estratégicas. Assim, para vários autores as táticas são, por sua vez, uma escolha estratégica com diversos jogadores estabelecendo varias funções. O sistema tático é um modo de jogo planejado no qual se tira proveito de todas as situações favoráveis para dominar o adversário, sendo uma distribuição adequada dos jogadores pelo campo obedecendo às várias formas de atuações. Ocasionando assim várias funções e variações no decorrer da partida, devido aos adversários que por sua vez adotam sistemas táticos de outras equipes. Uma equipe de potencial inferior adota o mesmo sistema tático se outras equipes superiores, não deixando a importância de um bom alcance do objetivo assegurado por uma tática adequada, podendo assim conseguir um bom resultado mesmo com uma equipe inferior. O componente tático para esportes coletivos é ligado a uma grande diversidade motora de fatores de jogo, que estabelece a percepção e a tomada de decisões durante a partida. Tendo a importância que é necessária aos jogadores que obterem uma ótima preparação física, psicológica e educacional, para que possam por em prática as exigências
  • 32. 31 passadas pelo técnico. Sendo possível afirmar que o sistema tático não varia de acordo com o adversário, e sim variam as táticas dentro de um sistema. 5.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA TÁTICO Para que haja uma formação tática os atletas devem obter varias ações no decorrer da partida, sendo as de movimentos dos adversários e companheiros, antecipar e direcionar a velocidade da bola, concentrar-se na execução das técnicas aplicadas no durante os treinamentos e perceber rapidamente situações táticas. Assim são considerados vários fatores para uma completa execução do sistema tático, tendo a percepção, a antecipação, tomada de decisões, imaginação do movimento, memória motora, velocidade de reação, emoções, sentido de formação tática e regulação do movimento. Percepção: baseia-se na impressão e sentido dos jogadores como ou em conjunto de grupo. Antecipação: é resumida em uma forma de prévia de uma situação, sendo classificada em experiência de antecipação, programa de antecipação e percepção antecipada classificada em acontecimentos de programas e ações que possam prever a ação adversária. Tomada de decisões: este fator envolve três importantes mecanismos, como o uso de memória que atua nos setores de correções e posicionamento dos atletas comparados processos antigos e atuais a serem utilizados nas situações táticas, também o uso da atenção a percepção em campo ou em situação ambiental, capacidades de tomar decisões dentro do jogo e a inteligência que é normalmente a mais importante devido ao atleta estar relacionado à
  • 33. 32 variedade de processos e percepções dentro do campo obtendo uma boa recuperação e utilização dos dados armazenados na memória. Imaginação do movimento: é uma situação em que ocorra a prática e jogo, do que já foi passado em treinamento. Memória motora: trata-se de um conjunto de experiências vividas em curto, médio e longo prazo, em que contribuam para a escolha ou adaptação de um novo sistema tático. Velocidade de reação: classifica-se em uma reação no decorrer da partida, sendo necessário um estimulo, exemplo um grito, um chamado, um apito. Emoções: conjunto de aspectos afetivos em uma partida de futebol, como a influencia da torcida torcendo ou agredindo de forma verbal e até dos próprios companheiros de trabalho, jogadores, técnicos e outros. Sentido de formação tática: conhecimento teórico e prático de formações táticas e das possíveis variações táticas no decorrer da partida ou em problemas apresentados durante a mesma. Regulação do movimento: é a necessidade de executar corretamente os elementos necessários de volume no decorrer da partida, exemplo o grau de dificuldade, reação da equipe, e a velocidade da mesma durante a partida. Assim as capacidades táticas estão diretamente relacionadas aos processos cognitivos sendo estes desenvolvidos em treinamento desportivo.
  • 34. 33 5.2 FUNÇÕES TÁTICAS O futebol é classificado como um esporte fantástico, devido a tudo em que se envolve esta apaixonante modalidade desportiva, obtendo ser mais complexa do que as outras modalidades esportivas. Todos se consideram grandes conhecedores dessa modalidade, e as cobranças são grandes e os prazos curtos, já que a alta exigência técnica e física é extremamente rigorosa, além dos treinamentos em geral do grupo sendo realizado em beneficio da equipe. Sem falar nos chamados “homens-chave”, pelo qual passa o roteiro das táticas e estratégias para que este possa colocar em pratica, dando prosseguimento ao trabalho da equipe. Não se esquecendo do importante papel do treinador em utilizar corretamente todos os conhecimentos práticos e técnicas, para fornecer formas táticas e harmonia dos sistemas de jogo estruturando toda equipe. Fernandes (1994), acredita que há vários fatores que influenciam um sistema tático, levando-se em conta a preparação dos atletas, e a organização das equipes para que sejam capazes de relacionarem seus problemas em jogo através das estruturas de conhecimentos, e experiências vividas entre os mesmos, e classificadas de vários modos como segue. 5.2.1 Tática ofensiva Esta tática é valorizada por toda a equipe, onde dividida as ações a serem
  • 35. 34 realizadas são valorizadas pelo grupo. Passe que é à base do jogo coletivo, pois o sucesso de uma equipe depende de uma grande precisão de passes durante o jogo, sendo fundamental característica de passes certos, pois não há nada que influencia uma equipe negativamente do que passes errados. Existem vários tipos de passes durante uma partida, eles podem ser realizados com ou sem efeito, ser curto ou longo, rasteiro ou alto, lateral e em diagonal, para trás e em profundidade e passe contrário conhecido como “virada de jogo”. Cruzamentos: os cruzamentos são bolas cruzadas das laterais para a área adversária, sendo fundamental o posicionamento tático da equipe adversária, em que neste momento em função da marcação não ocorra a finalização positiva para a equipe atacante. Chutes: são elementos fundamentais táticos que definem uma partida, sendo que o mesmo deve ser preciso, sendo realizado o mais natural possível, assim sendo ao se livrar do marcador, quando o atacante percebe que o goleiro esta mal posicionado, na bola passada pelo companheiro em perigo de gol, quando os marcadores estão esperando um passe e principalmente quando estiverem jogando em campo molhado tentando assim varias vezes devido o mesmo estar molhado fazendo a bola escorregar e se tornar mais rápida e precisa. Dribles: trata-se de um elemento tático individual, talvez o mais emocionante depois do gol, por ser individual possuindo o objetivo de eliminar a marcação através da condução da bola e às vezes feito em velocidade para abrir caminho para o chute, assim chegando com perigo ao gol adversário, sendo que deve ser evitado em sua própria defesa, nos minutos finais, sendo que os últimos defensores devem evitar pois se falharem as conseqüências poderão ser fatais. Domínio de bola: este é um dos principais princípios táticos, pois um domínio da bola favorece o equilíbrio da equipe permanecendo com a mesma durante mais tempo podendo tentar varias formas de ataque e defesa, sendo com os pés, peito e até com a cabeça. Desmarcação e espaços: a maior virtude de uma equipe é saber se posicionar
  • 36. 35 rapidamente na marcação e com a posse de bola na desmarcação e criar espaços livres, confundindo o adversário. Com a recuperação da posse de bola a equipe deva mover-se rapidamente para espaços vazios e apresentar-se se livrando da marcação, sendo que uma ótima desmarcação facilita a reposição de bola. Apresentar-se ou buscar jogo: chamados homens-chaves àqueles que se apresentam e se oferecem, facilitando o posicionamento e a tarefa do companheiro que esta com a bola. Esse método de táticas ofensivas, muitas vezes pode ser encontrado em jogadores, mas também podem ser desenvolvidas com treinamentos e repetições diárias com essas finalidades. 5.2.2 Tática defensiva No momento em que uma equipe perde a posse de bola, começa o jogo defensivo, onde devem ser ampliados os princípios da tática individual defensiva, que terminará com a recuperação da bola. Nesse momento o importante é que todos os jogadores estejam concentrados em alguma forma de proteger o seu gol no momento da perda de bola. A organização do jogo defensivo define as responsabilidades dos jogadores quanto à marcação e cobertura. Na maioria das vezes são utilizados três tipos de marcação: Individual: cada jogador se responsabiliza pela marcação de um determinado adversário. É a mais difícil pois podem se abrir os espaços na defesa em função da maneira
  • 37. 36 que o atacante se desloca. Por zona: marcação em determinadas zonas de campo, cada jogador deve guardar aquele espaço que lhe cabe vigiar. É o tipo de marcação mais utilizada. Marcação mista: é utilizada ao mesmo tempo das marcações individuais e por zonas. Ela é apenas utilizada conforme as circunstancias da competição. Marcação: o defensor se desloca o mais próximo possível de um atacante que possui a posse de bola, formando uma reta entre a bola e o seu gol. O defensor não deve marcar apenas quem ele está marcando, mas também agir em conjunto com os demais companheiros.Uma marcação fechada possibilita a antecipação de um passe ou cruzamento, e uma intervenção instantânea no momento em que o atacante receba a bola. A constante atenção dos defensores e o grande entrosamento entre eles são muito importantes, pois os atacantes variam de posições durante a partida. Tanto o adversário quanto à bola devem ser vigiados simultaneamente. Os grandes marcadores costumam marcar extremamente próximo ao adversário, vigiando o que se passa, por cima dos ombros do mesmo. Cobertura: todo sistema defensivo de uma equipe necessita de uma colaboração mutua, em que se deve manifestar toda vez em que o companheiro estiver com dificuldades na marcação. No momento em que o defensor é driblado ou ultrapassado pelo atacante , o seu companheiro deve pressioná-lo imediatamente. Este apoio defensivo chamado de cobertura é um elemento muito importante pois passa confiança ao marcador que realiza o primeiro combate. É importante que o jogador que faz a cobertura tenha em mente a distancia que o separa do companheiro, pois seu objetivo consiste em reduzir o tempo e o espaço atrás
  • 38. 37 deste, o que dificultará a seqüência de ação do atacante. O jogador que faz a cobertura deverá interceptar os passes em profundidades ou intervir na jogada se seus companheiros que forem colocados fora de ação. Se o atacante for muito rápido ele poderá passar por ambos defensores. Neste caso o atacante só não concluirá a jogada, dependendo das organizações dos demais jogadores da equipe, que dependerão de muita orientação e entrosamento. Quando um defensor vai ao ataque sempre haverá de ficar um companheiro que lhe faça a cobertura, para não sobrar um espaço vazio em suas costas. O jogador que executa a cobertura deverá ter em mente alguns fatores, antes de decidir a distancia do companheiro que lhe apoiará: • posicionamento dos demais defensores; • habilidade do atacante que possui a posse de bola; • zona de campo em que se joga; • se for mais interessante que o atacante partindo em direção á zona central então á cobertura deverá ser feita paralelamente á lateral impedindo o avanço do atacante para a linha de fundo. Bloqueio: existem varias definições para caracterizar esta ação tática individual que serve para bloquear, interceptar a bola através de uma ação muito rápida e precisa. No meio do futebol é chamada de, antecipação, intercepção, bloqueio e carrinho. É um tipo de ação feita diretamente sobre a bola onde se exija habilidade, força, técnica e coragem, constituindo-se também de uma ação muito arriscada, pois qualquer erro fará com que o defensor fique totalmente batido, completamente fora de combate. Apesar de ser comumente utilizada por jogadores de defesa, em algumas situações o atacante poderá utilizar para impedir a saída rápida dos defensores contrários em contra ataque e também nas marcações sobre pressão. Neste caso existe a possibilidade do
  • 39. 38 atacante recuperar a posse de bola e criar uma situação de gol. Para sua realização é necessário considerar alguns princípios: • velocidade de movimentos; • capacidade de decisões; • força e destreza corporal; • visão rápida da bola e do adversário; • convicção de chegar sobre a bola no momento exata; • coragem e valentia de ação. Existem momentos oportunos para a realização do bloqueio: • no instante em que o adversário domina ou está por dominar a bola; • quando o adversário avança com a bola dominada; • no momento exato em que o atacante vai realizar um passe, um cruzamento ou uma finalização em gol, o defensor trava a bola (prensada). Existem várias técnicas para a realização destes fundamentos táticos: • pela frente; • por trás; • lateralmente; • em pé; • deslizante (carrinho), lateral, frente e costas. 5.2.3 Tática de posicionamento Cada jogador de uma equipe possui uma missão tática especifica numa partida.
  • 40. 39 Essa define a especialidade de cada um dos 11 jogadores e cada uma delas exige particularidades que definem cada posição no conjunto da equipe. Do mesmo jeito que os sistemas foram evoluindo as táticas de posicionamento também passaram por mudanças em função das novas exigências táticas solicitadas. Essas exigências fazem atualmente um futebol mais compacto e os jogadores são denominados “polivalentes”. Apesar destas exigências devem ser consideradas certas características básicas em cada posição para se transformar em uma equipe no seu conjunto final. Essas características é que se denominam táticas de posicionamento. Goleiro: ele é o ultimo reduto a ser batido para que a bola ultrapasse a linha de gol. Talvez ele seja o único que não pode falhar. Além de defensor do gol, no plano tático ele deve dominar algumas situações inerentes á sua posição. Organizar a defesa e orientar todas as manobras de marcação. Ele deve estar constantemente em movimento da bola, dos companheiros e dos adversários. Defesa nos chutes diretos, deve orientar a barreira e também a colocação dos demais companheiros de maneira a facilitar o máximo possível à defesa do chute. Deve estar muito atento ao adversário que executará o chute. Para que ocorra interceptação da bola, o goleiro deverá sair do gol em bolas cruzadas na sua área, o que pode ocasionar em um contra ataque. A reposição da bola poderá ser feita com a bola parada, com as mãos, ou com os pés. Nas bolas atrasadas além de jogar com as mãos, o goleiro participa ativamente com os pés quando a bola lhe é atrasada, ele deverá possuir habilidade suficiente para jogar com os companheiros, fazer um passe correto e até driblar. Defesas laterais: a posição de lateral é muito importante no futebol praticado na atualidade em que uma equipe não consiga desenvolver um futebol moderno sem possuir
  • 41. 40 laterais que desempenham funções solicitadas pelos sistemas de jogos atuais. Pode-se dizer que é a posição mais difícil no futebol de hoje, pois além da função de marcador, o lateral necessita tornar-se ponteiro ofensivo, em praticamente em todas as ações de ataque de sua equipe. É importante também que ele tenha um ótimo preparo físico. Defesas centrais: são basicamente jogadores responsáveis pela marcação na zona central de uma defesa, vigiando tudo que se passa neste espaço, principalmente na frente da sua área, além de serem responsáveis pela cobertura dos laterais quando estes estão no ataque. Normalmente devem ser jogadores altos, fortes e bons cabeçeadores, mas também devem possuir habilidade para poderem sair ao ataque e participar de ações ofensivas, como cobranças de escanteio e tiro livre. Outra grande virtude desses jogadores é que normalmente eles são lideres tanto pela sua função tática quanto pela personalidade marcante. Esses dois zagueiros centrais recebem denominações diferentes, no Brasil são chamados de zagueiro central e quarto zagueiro. Os grandes jogadores desta posição se caracterizam por serem atletas que não se limitam a jogar neste espaço reduzido, socorrendo os laterais e enfrentando os cabeceios inimigos, sendo que sempre procuram sair jogando, armar contra ataques e até marcar gols. Meio campistas: são os jogadores que atuam na chamada zona de construção. São responsáveis por todo o equilíbrio da equipe. Cadenciando o jogo ou dando lhe maior velocidade, garantem a posse de bola, ajudam a defesa, apóiam e armam o contra ataque, fazem gols e normalmente pela habilidade que possuem são os requisitados para a cobrança do tiro livre. As equipes atuais procuram jogar com maior número de jogadores no setor do meio campo o que dificulta o trabalho adversário. Existem basicamente três tipos de meio campistas:
  • 42. 41 • Defensivo: disciplinado taticamente, forte fisicamente e bom marcador; • Polivalente: grande resistência física, desmarca-se constantemente, infiltra- se nos espaços vazios em direção ao gol, e além de tudo cumprem funções defensivas; • Organizador: tipo de grande calma, líder técnico e inteligente, busca sempre orientar os companheiros, acalma ou acelera o jogo conforme as necessidades, altera passes curtos e longos, tem facilidades para lançamentos e mudanças de jogo mas também devem cumprir funções defensivas. Ponteiros: o ponteiro é uma posição praticamente extinta no futebol. O espaço que era ocupado pelos ponteiros hoje é utilizado quase que com exclusividade pelos laterais que avançam ao ataque. Às vezes um meio campista ocupa este setor quando está livre. Normalmente um dos chamados ponteiros executa papel de meio campista voltando também à zona de defesa e se transformando em lateral. Centroavante: existem três tipos de centroavantes, o primeiro é o protótipo, denominado de “matador”. Oportunista explora extremamente o erro adversário. Joga constantemente de costas para o gol, com grande capacidade de fazer a volta sobre seu marcador e chutar com velocidade ao gol. Normalmente não é muito técnico. O segundo é um tipo lutador, rápido sem técnica porem eficaz. Costuma deslocar-se muito, buscando desorganizar a defesa adversária e levar consigo o marcador, para abrir espaços a serem aproveitados pelos companheiros. O terceiro é o tipo normal, que é muito astuto, lúcido especialista em combinações rápidas, com uma excelente técnica e que abandona constantemente o setor para buscar jogadas, trocando muito de posição com meio campistas. É importante que quando o adversário recupera a bola na defesa, o primeiro
  • 43. 42 combate seja feito pelo centroavante, para que sua equipe possa se organizar no plano defensivo. 5.2.4 Tática coletiva de jogo Utilizada em determinados momentos do jogo, e em situações convenientes em função das necessidades com diferentes características. Tática defensiva deslocando-se para trás: quando o adversário é frágil, ele costuma se deslocar no seu campo defensivo. Para atraí-lo ao ataque, a equipe mais forte voltará em bloco para seu campo, fazendo com que o adversário adiante sua linhas e então recebendo um forte combate até perder a bola. Tática defensiva com pressão: ao enfrentar adversários mais fracos estes devem sofrer marcação sob pressão em sua metade do campo. Isto desconcerta o oponente que se apavora ficando sem ação. Jogar com tempo: utilizada nos minutos finais de jogo, com finalidade de se manter um resultado até o final do tempo regulamentar. Isto é feito através da manutenção da posse de bola, com passes precisos e seguros. Troca de velocidade: utilizada para surpreender o adversário. São utilizadas variações de passes curtos e longos, para trás e em diagonal e mudanças de jogo. Tática de contra ataque: é usada quando se enfrenta uma equipe mais forte ou quando se tem um resultado favorável. Tática ofensiva: quando está com a bola, avança em bloco realizando vários passes curtos para confundir o adversário.
  • 44. 43 5.2.5 Tática de bola parada Normalmente existem jogadores especializados com qualidades para a realização de cobranças de bola parada. Cobrança de lateral: alguns jogadores não se definem ao realizar uma cobrança de lateral , por exemplo quando equipe adversária realiza uma marcação cerrada. Em cobranças próximas ao gol adversário, são muito aproveitadas bolas lançadas próximo a área penal com um longo arremesso lateral. Na pratica isto tem valor semelhante á um escanteio ou cruzamento. Tiro livre: as cobranças de tiros livres executadas nas imediações da área penal se constituem em verdadeiro pavor para as equipes penalizadas principalmente quando se tem um bom chutador na equipe. Além do mais existe uma variedade muito grande de combinações para a realização desse tipo de chute, obtidas em ensaios feitas durante treinamentos. Tiro penal: esta forma de infração é praticamente mortal para quem a pratica, uma vez que as chances para o goleiro dependem mais da sorte que da sua condição técnica. Escanteio: pode ser executado através de um centro direito, em chute normal ou com pés trocados, com passe curto e outras combinações. A organização da defesa deve contar com a ajuda de todos os jogadores para congestionar os espaços dos atacantes e dar proteção à saída do goleiro. Tiro de meta: é aquele que menos possibilita condições positivas de aproveitamento aos atacantes.
  • 45. 44 5.2.6 Tática para as condições extremas As condições climáticas no dia do jogo se constituem num fator que pode ser decisivo para o resultado final do jogo. Deverão ser consideradas todas as possibilidades de influencia do clima no andamento do jogo, bem como as condições atmosféricas e o tipo e tamanho do campo. Condições atmosféricas: o vento, o sol, a chuva e a neve são fatores atmosféricos que alteram o desenvolvimento normal de uma partida. A favor do vento deve-se buscar chutes de longa distancia, as trocas de passes devem ser feitas com a bola no chão. Contra o vento a equipe deve estar precavida, deve-se manter uma boa proteção da zona defensiva para evitar os chutes dos adversários. O goleiro, por sua vez deve estar atento para a saída do gol e interceptar uma bola lançada em profundidade. A favor do sol, os atacantes devem estar atentos as bolas altas enviadas ao gol aos escanteios e os chutes longos, devido ao goleiro e os demais defensores que terão a visão prejudicada pelo sol. Já contra o sol, todos os defensores devem utilizar um ótimo esquema de cobertura mutua para suprir uma possível dificuldade do companheiro que busca a bola. Condições do terreno de jogo: existem algumas em jogar em um campo molhado como, favorecer os jogadores leves e ágeis, o goleiro terá dificuldades para segurar a bola, os passes deveram ser feitos diretamente aos pés dos companheiros, evitar a condução de bola e até os dribles, e em especial ter cuidado nos lançamentos dentro da área penal.
  • 46. 45 Dimensões do campo: o campo grande, favorece as equipes com melhor preparação física, já o campo pequeno favorece o jogo defensivo e também os jogadores ágeis. Campo comprido e estreito, deve-se explorar o máximo os jogadores em profundidade. E no campo largo, os atacantes serão favorecidos, terão maior espaço para se movimentarem.
  • 47. 46 CONCLUSÃO Depois de termos lido e pesquisado em vários autores, chegamos à conclusão que a organização e a evolução do sistema tático é, e sempre será, um ponto principal para as equipes dentro do futebol. Obtendo as variações de sistema como um ícone, principal para as equipes devido as grandes equipes e os grandes técnicos com seu modo de aperfeiçoar os vários sistemas e táticas. Tendo a equipe como principal item o sistema tático, devido o mesmo ter obtido vários resultados. Como disse Jorge Luiz Borelli em nossa entrevista: “O futebol se tornou um jogo de xadrez, já que as equipes estudam muito bem o esquema tático do adversário para poder neutralizá-lo e até superá-lo”. Com a evolução do sistema, varias equipes adotaram esquemas diferentes para confundir o adversário e se adaptar a sua própria equipe, já que o jogo se tornou mais tático e pegado, mas ao mesmo tempo não perdendo sua beleza e emoção. Mesmo com toda essa evolução as equipes não perderam seu brilho e sim evoluíram seu método de jogar, tendo como objetivo montar uma equipe fortemente competitiva, com varias mudanças entre um sistema para o outro, sendo que esse varia entre um esquema fortemente defensivo e outro absolutamente ofensivo, entre varias mudanças de posicionamentos de jogadores mesmo durante a partida, transformando assim em outro esquema tático no decorrer da partida. Essas são as características do sistema tático, percepção, antecipação, tomada de decisões, imaginação do movimento , memória motora, velocidade de reação, emoções,
  • 48. 47 sentido de formação tática, regulação do movimento. Um dos pontos mais marcantes da evolução se deu quando o treinador, Rinus Michels, que criou um sistema em que os jogadores mudavam de posições no decorrer da partida confundindo o adversário, formando uma espécie de carrossel, chamado “carrossel holandês” se tornando um esquema totalmente diferente mas que nunca chegou a ser campeão. Outro ponto importante ocorreu no ano de 2004, quando uma equipe considerada inferior conquistou um campeonato extremamente importante. A equipe do Once Caldas, que era considerada uma equipe de baixo nível surpreendeu a todos jogando com um esquema tático totalmente defensivo (6-3-1), neutralizou as grandes equipes do futebol mundial se tornando campeã sul-americana, de forma inacreditável.
  • 49. 48 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERNANDES, J. L. Futebol: ciência, arte ou: sorte! São Paulo: EPU, 1994. FRISSELLI, A; MANTOVANI, M. Futebol teoria e prática. São Paulo: Phorte, 1999. GRECO, P. J. Treinamento de alto nível com crianças e adolescentes. Viçosa: Universitária, UFMG, 1990. (Coletânea 2). GROSSER, M et al. Alto rendimento desportivo: planificación y dessarolo. Espanha: Martinez Roca, 1988. LEAL, J. C. Futebol: arte e oficio. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. MATVEIEV, L. P. Periodización del entrenamiento deportivo. Madrid: INEF, 1977. MELO, R. S. Futebol 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. MELO, R. S. Sistemas e táticas para futebol. Rio de Janeiro: Sprint, 1999. MENDES, L. As táticas do futebol. Rio de Janeiro: Ouro, 1979. UNZELTE, C. O Livro de ouro do futebol. São Paulo: Ediouro, 2002. VIANA, A. R.; RIGUEIRA, J. E. Futebol prático. Preparação física, técnica e tática. Viçosa: Universitária, 1981.
  • 51. 50 Entrevistado 1- Olimpio Batista Ferreira Junior (Pinho, 55 anos) Principais Equipes: - Comercial Futebol Clube (Ribeirão Preto) - Santo André - Bragantino - Sampaio Correa Maranhão - CRB Alagoas - Remo Belém do Pará - Novo Horizontino Atual técnico da equipe do Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto) Entrevistado 2- Marcelo Justino do Nascimento (Xexéu, 34 anos) Formado em Educação Física (Centro Universitário Claretiano) Principais Equipes: - Botafogo Futebol Clube (Ribeirão Preto) - Rio Branco Futebol Clube - Americana (São Paulo) - Anápolis (Goiás) - Esportivo (Minas Gerais) - Dracena Futebol Clube - Corinthians (Presidente Prudente) - Anapolina (Goiás) - Batatais Futebol Clube Atual professor das escolinhas de base de Altinópolis
  • 52. 51 Entrevistado 3- Jorge Luis Borelli, 50 anos Principais Equipes: - Batatais Futebol Clube - Rio Branco (Ibitinga) - Relo Clube - Guairense Atual técnico da equipe do Batatais Futebol Clube
  • 54. 53 ENTREVISTA 1 Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia? Olimpio (Pinho)- Acho que é muito importante desde que o jogador seja obediente para fazer as funções que são determinadas pelo treinador, jogador de qualidade e personalidade para cumprir o que é necessário. Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje? Olimpio (Pinho)- Sim, pois o futebol evolui muito da época que eu jogava até hoje, devido aos esquemas que foram adotados, a maneira de se trabalhar, a cobrança que existe hoje, o condicionamento físico que se tornou muito importante em todos os setores. Pergunta 3: È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria a idade adequada para essa iniciação? Olimpio (Pinho)- A base é tudo, desde que o profissional seja adequado, haverá de começar a se preparar nas escolinhas o básico para o futebol, a idade adequada para a iniciação tática seria de 15(quinze) a 16(dezesseis) anos. Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um bom resultado? Olimpio (Pinho)- A equipe deve estar preparada para qualquer imprevisto às vezes você entra com um esquema e depende do resultado, ou quando um jogador é expulso, você tem que mudar o esquema, pois talvez a equipe não possua um jogador da mesma qualidade. Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia? Olimpio (Pinho)- Hoje depois do 4-4-2, o mais usado é o 3-5-2, não só no futebol brasileiro como mundial.
  • 55. 54 ENTREVISTA 2 Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia? Marcelo (Xexéu)- O sistema tático é importante, pois ele está decidindo varias partidas, principalmente quando os campeonatos entram em fases decisivas onde as equipes e jogadores são conhecidas, onde o treinador por sua vez realiza o treino de portões fechados. Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje? Marcelo (Xexéu)- A evolução tática trouxe varias mudança, principalmente quanto aos treinos que eram realizados sem improvisações, hoje os treinadores usam treinos variados pois, muitas vezes durante a partida ele é obrigado a mudar a tática Pergunta 3: : È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria a idade adequada para essa iniciação? Marcelo (Xexéu)- É importante a tática nas escolinhas de base, desde que o profissional esteja preparado para esse mecanismo. Acredito que a idade adequada esta na faixa dos 14(quatorze) anos. Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um bom resultado? Marcelo (Xexéu)- A mudança durante a partida dependerá da situação de jogo, se ela for necessária o treinador precisará de material humano no banco de reserva, para realizar a mudança de tática. Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia? Marcelo (Xexéu)- Acredito ser o 4-4-2, mas o treinador muitas vezes depende do adversário.
  • 56. 55 ENTREVISTA 3 Pergunta 1: Você considera importante o sistema tático, hoje em dia? Jorge Borelli- Sem duvida, hoje o futebol virou um jogo de xadrez, todas as equipes possuem sua estratégia, até para fazerem alguma surpresa para o adversário. Pergunta 2: A evolução do sistema tático, trouxe alguma mudança no futebol de hoje? Jorge Borelli- Trouxe, hoje os técnicos usam números, exemplo o 4-4-2, o 3-5-2, e assim sucessivamente. Antigamente se jogava com 4(quatro) zagueiros, 2(dois) meias e 4(quatro) atacantes, e depois foram mudando, não digo aperfeiçoando porque acredito que cada técnico possui sua forma de trabalho, então hoje há a necessidade de posicionar um esquema tático mais cauteloso, devido à preparação física se equivale de uma equipe para outra. Pergunta 3: È importante o trabalho tático nas escolinhas de iniciação esportiva? Qual seria a idade adequada para essa iniciação? Jorge Borelli- De inicio não acho importante, 6(seis) e 7(sete) anos, até porque eles necessitam de aprimorar sua parte técnica, para depois iniciar um trabalho tático, acredito que deva começar a iniciação a partir dos 12(doze) anos de idade. Pergunta 4: Você acha que a mudança do sistema tático durante a partida, acarretará em um bom resultado? Jorge Borelli- Nem sempre, às vezes da certo mas o técnico deve possuir algumas artimanhas para poder usar durante a partida, eu acredito que durante a partida a equipe deve saber jogar com mais de um esquema tático. Pergunta 5: Qual o sistema tático mais usado no futebol, hoje em dia? Jorge Borelli- Eu prefiro trabalhar com o 3-6-1, jogadores que chegam de trás com facilidade, assim podendo causar uma surpresa ao adversário, mas acredito que o mais usado seja o 4-4-2 e o 3-5-2.
  • 58. 57 O TREINADOR DE FUTEBOL Essa profissão envolve grande gana de responsabilidade, tendo que estar a par de todos os meios de comunicação , tornando o esporte global. Já as formas de expressão e comunicação do treinador são fundamentais para sua imagem e carreira que dele se forma. LEAL (2000), acredita que o treinador deve provir do futebol, nele ter suas origens, vivencias e de preferência como jogador , não significando que outros possam desempenhar a função com pleno êxito. O treinador deve apresentar-se sempre atualizado de forma geral, lendo, estudando, freqüentando palestras, para que sempre esteja informado sobre qualquer mudança. Também é dever do treinador escolher seus parceiros de comissão técnica, formando assim uma unidade sólida totalmente ao seu comando. O treinador deve conhecer e identificar falhas e estilos de trabalho, sendo adepto a contratações e novas experiências com novos jogadores, trabalhando incansavelmente nas metas de curto, médio e longo prazo. Desde a evolução do esporte, percebe-se que os primeiros técnicos eram providos do próprio futebol, exemplo, ex-jogadores que eram amparados pelo clube, sendo que isto ocorria antes da primeira escola de Educação Física e Desportos. Que trazia objetivos de formação de professores de Educação Física e técnicas desportivas. O Decreto – Lei 3.199 de 1941, abriu as portas para os técnicos de futebol formados em Educação Física, e os não formados também foram amparados pela Lei 6.354 de 1976, que em seu artigo dispunha que todos os ex-atletas de futebol que tivessem exercido a profissão de profissional por um período de três anos, seria considerado monitor de futebol.
  • 59. 58 O CÓDIGO DE ÉTICA DO TREINADOR DE FUTEBOL São vários requisitos de ética em que o treinador deva obedecer, sendo entre ele os vários artigos: Art. 1º O dever do treinador é: - Cumprir com honestidade o contrato - Ser pontual - Providenciar para que a equipe compareça ao local de jogo no horário determinado - Respeitar as autoridades: - Cumprir seus deveres e fazer cumprir os deveres dos atletas - Dispor aos atletas conhecimentos, regras e leis desportivas - Recusar compromissos que considerar ilegal - Responsabilizar-se pela atuação da equipe -Respeitar sua entidade de classe Art. 2º Não permitirá ao treinador: - Fazer declaração á imprensa , problemas administrativos - Fazer comentários maldosos em relação aos colegas - Envolver-se em qualquer questão política Art. 4º Relação com a diretoria: - O treinador devera tratar os funcionários e diretoria com todo respeito zelando pelas prerrogativas - Apresentar-se trajado para a função
  • 60. 59 - Ouvir a classe antes de tomar atitude direta ou indiretamente Art. 5º Deverá o treinador contratar seus serviços por escrito: - Neste instrumento de locação de serviços, deverá constar parte pecuniária (luvas se houver salário, gratificação, prêmios), ficando sempre assegurado a sua condição de liderança da sua equipe de trabalho. Art. 6º Sempre que tenha conhecimento de transgressão, a Associação chamará a atenção do responsável para o dispositivo violado, sem prejuízo das penalidades que caberem, representando à Comissão Disciplinar sempre que o caso exija. Art 7º Fica criada uma Comissão Disciplinar dos Treinadores a qual será bienalmente constituída de três membros, indicados pelos presidentes nomeados. O TREINADOR PROFISSIONAL O treinador é a pessoa com formação especializada na arte do futebol, qualificação do homem ou mulher para a atividade definida, regida por direitos e deveres perante um grupo de trabalho e em grupo social. O treinador de futebol é ao mesmo tempo, ser social, econômico, financeiro e fisiológico como operário de futebol.