O documento descreve como o comércio na Europa Medieval ocorria principalmente por meio de feiras e como as cidades começaram a ressurgir como centros de produção e comércio, dando origem à burguesia.
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1. CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA: AS FEIRAS MEDIEVAIS
As invasões germânicas e a progressiva ruralização
do Império Romano a partir dos séculos IV e V
transformaram o comércio europeu numa atividade
econômica secundária em relação à agricultura.
A insegurança e a tendência à auto-suficiência dos
domínios senhoriais diminuíram o ritmo e a quantidade
das trocas. As antigas cidades romanas que
sobreviveram às invasões perderam sua função
mercantil e manufatureira e permaneceram apenas
com função religiosa de sede de bispado, ou política,
abrigando a corte de reis e condes.
Nessa época de início da Idade Média, o comércio era
realizado por mercadores "sirios", designação que
incluía todos aqueles provenientes da parte oriental do
antigo Império Romano que ia da Grécia ao Egito, incluindo os judeus. Esses mercadores
comercializavam produtos exóticos de luxo, como especiarias, perfumes, tecidos finos, couros
trabalhados, papiros, azeite, tâmaras e figos. Existiam também os mercadores, servidores
especializados dos reis, condes, bispos e abades que percorriam os domínios comprando e vendendo a
produção excedente e negociando os artigos orientais.
O comércio regional na Europa Medieval deu origem aos portos localizados ao longo das vias fluviais,
utilizadas por serem mais rápidas e seguras que as péssimas e mal-conservadas estradas, e às feiras,
encontros periódicos de produtores e mercadores realizados numa data fixa a cada ano. A atividade
comercial era vista com desconfiança, apesar de ser reconhecida como importante e necessária
para os reis, os nobres e o povo em geral.
A Igreja via o mercador como "um escravo
do vício... um amante do dinheiro", e
portanto, um pecador. Na sociedade feudal,
a riqueza não era para ser aumentada e
somente era reconhecida como fruto da
herança. O trabalho deveria ser suficiente
para manter a condição em que cada um
nascera.
Assim, o lucro em si não era condenável
quando fosse "uma retribuição justa pelo
trabalho que tinha dado". O comércio estava
submetido ao controle dos soberanos.
Condes e bispos deveriam estar presentes
quando das trocas de escravos, cavalos,
artigos de ouro e prata, a fim de evitar a comercialização de artigos roubados.
Os mercadores pagavam impostos em troca da proteção dos reis, que os consideravam seus vassalos.
Aos poucos, aglomerações de mercadores que mais tarde seriam denominadas burgos foram ganhando
uma importância na economia, em função do crescimento demográfico e agrícola da Europa Ocidental
contribuindo para a recuperação econômica das cidades e para o aumento do número de mercadores,
2. dando origem a uma classe social nova, a burguesia.
Essa transformação ocorrida a partir de meados do
século X mudaria de uma vez por toda a ordem
econômica feudal, dando início ao que chamamos de
acumulação primitiva do capital, ou capitalismo.
Nos períodos do ano em que as estradas se tornavam
intransitáveis devido à chuva ou à neve, os mercadores
procuravam parar no cruzamento de grandes rotas em
portos fluviais ou marítimos, ou junto a uma antiga
cidade ou castelo fortificado. Essa permanência logo
fazia surgir um bairro mercantil ou manufatureiro – o
burgo - ao lado do castelo feudal ou da catedral. A
princípio, o burgo era apenas "um emaranhado de
vielas, cloacas e pocilgas", espremido entre muralhas e
portões que se fechavam à noite.
Nele, como já foi citado, concentravam-se mercadores
e artesãos dos diversos ofícios, o que incentivava as trocas com as aldeias dos camponeses visto que
os centros urbanos necessitavam de matérias primas e de alimentos. Os burgos, nascidos próximos
aos domínios castelos ou catedrais, não tardaram em procurar se libertar do jugo dos senhores
feudais, obtendo sua autonomia através da compra da Carta de Franquia, mediante uma indenização
paga ao conde ou barão, ou pela guerra.
Para os camponeses, a cidade significava a
liberdade, pois a servidão não existia no solo
urbano, daí afirmar-se na época que "o ar das
cidades liberta". Nas cidades, a produção era
realizada pelos artesãos que se reuniam em
corporações de ofício ou guildas. Em cada
corporação existiam os mestres, os oficiais e os
aprendizes de determinada profissão, que
fabricavam e comercializavam os artigos
necessários ao consumo da cidade e das
propriedades senhoriais vizinhas. Cada mestre
tinha um número variável de aprendizes e o
número de mestres guardava certa proporção
com as necessidades da comunidade.
A verdade é que, de um simples local de trocas,
um mercado, as cidades ou burgos, lugar dos
burgueses, foram se transformando em
centros manufatureiros especializados no
artesanato de lã, linho, tapetes, couraças,
elmos, vestuário, vitrais para as catedrais, etc.,
se especializaram também na comercialização
de produtos orientais de luxo que iam buscar
em Bizâncio e Alexandria, para revender na
Europa. O comércio com os árabes trouxe a prosperidade de Nápoles, Bari, Salerno, Amalfi, Gaeta e
principalmente Gênova e Veneza que se tornaram importantes centros comerciais, manufatureiros
e bancários da Europa Medieval. O processo lento e gradual no qual as cidades começaram a
ressurgir, após as Cruzadas, é chamado pelos historiadores de Renascimento Comercial e Urbano.
Fonte principal: www.miniweb.com.br
OBSERVAÇÕES:
3. CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO:
AS RELAÇÕES DE EXPLORAÇÃO NO TRABALHO
A sociedade feudal, predominante na Europa Ocidental
medieval, tinha como contradição fundamental a
relação entre senhores e servos. Os servos não eram
escravos de seus senhores, pois não eram propriedade
deles. Eles serviam a seus senhores em troca da
ocupação de pequena parcela da grande propriedade
senhorial, ou seja, em troca de poderem usufruir de
casa e comida.
Os camponeses trabalhavam para garantir a sua
sobrevivência e a de sua família, por meio da
agricultura de subsistência, e estavam sujeitos a uma
série de obrigações para com o senhor das terras,
dentre as quais a mais importante era o trabalho
forçado em determinados dias da semana diretamente
nas terras administradas pelo senhor feudal. A
submissão ao senhor também podia se traduzir na
obrigação de entregar o excedente da produção
agrícola ou, no momento de decadência do sistema, do
pagamento de taxas e impostos por dinheiro obtido no
comércio dos bens produzidos pelos camponeses.
A exploração senhorial do braço camponês se dava através da coerção extraeconômica, ou seja, por meios não
puramente econômicos, e sim através da força das armas e de imposições ideológicas e de ordem cultural-
religiosa. Isto porque o camponês, proprietário de fato das terras por ele ocupadas (mas não de direito), exercia o
controle dos meios de produção. Somente com o uso superior da força militar e ideológica, o senhor feudal
submetia o camponês ao trabalho compulsório e ao conjunto de obrigações servis.
Na Idade Média o trabalho tem uma estreita vinculação com a
religiosidade e sua organização vincula-se fortemente às diretrizes
da Igreja. É sabido que a Igreja Católica tinha forte influência na
manutenção da estratificação social. A concepção predominante
é de que o trabalho exige sacrifício e desprendimento e que a
docilidade para enfrentar as dificuldades físicas e materiais
enobrece o espírito.
Assim, o trabalho é procurado como penitência para os pecados
da carne. Deveria proporcionar cansaço para o corpo e distração
para o espírito, afastando-o de tentações demoníacas. Na Idade
Média, a ênfase do trabalho recai na expiação dos pecados e no
combate à fraqueza da carne, prestando-se à manutenção da
estratificação social. A sociedade medieval, marcada pelas
diferenças sociais, mantinha um modo de produção característico da
divisão entre senhores e servos.
Nesse modelo as relações sociais caracterizam-se por rígida
hierarquia entre os senhores, proprietários das terras, e os servos,
aqueles que as cultivavam. A esses últimos cabia, em troca do
trabalho, apenas a parte da produção necessária à subsistência
familiar. Os servos deviam obediência aos senhores, mas,
diferentemente dos escravos, possuíam direito à vida e proteção dos senhores em caso de guerra. À igreja,
4. detentora do saber competia a manutenção dos princípios de obediência que regulavam essas relações.
(GONÇALVES; WISE, 1997, p. 22)
A vida nos mosteiros sugeria uma rígida disciplina de orações e introspecção. Parece ter surgido aí, segundo
Carmo (1997) a obrigatoriedade moral do trabalho, independente da sua necessidade material, para
ocupação da mente, de vez que a desocupação é inimiga da alma. Assim, os monges dedicavam algumas horas
dos seus dias aos ofícios manuais. Nas sociedades medievais, o ócio (ótium) aparece como um termo associado ao
não trabalho, ao estar desocupado ou livre de uma obrigação. Neste sentido, estar ocupado significa negar o
ócio, daí o termo negócio - nec-otium - conhecido até os dias do hoje.
Num determinado momento, as relações feudais começaram a dificultar o desenvolvimento das forças produtivas.
Como a exploração sobre os servos no campo aumentava, devido à necessidade crescente de os senhores feudais,
para manterem sua posição de domínio, ostentarem luxo e riqueza, elementos simbólicos essenciais numa
sociedade aristocrática, o rendimento da agricultura era cada vez mais baixo. Na cidade, o crescimento da
produtividade dos artesãos era freado pelos regulamentos existentes e o próprio crescimento das cidades era
impedido pela ordem feudal. A crise da sociedade feudal, provocada pelas próprias leis internas ao sistema, abriu
caminho para o desenvolvimento progressivo das relações capitalistas de produção. Com a reforma
protestante, o trabalho aparece como a base e a chave da vida. "Há uma ênfase de que a fé deve ser reforçada
pelo trabalho" (CARMO, 1992, p. 27). Neste sentido, passa a ser exaltado o esforço pessoal e a dedicação ao
trabalho, estimulando-se a poupança ou investimento do capital excedente obtido, condenando-se o desfrute de
bens.
AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NA ATUALIDADE
Hoje, todos os funcionários de qualquer fábrica que seja, bem como
qualquer trabalhador de outro setor, desfrutam de benefícios e leis
trabalhistas que definem os direitos e deveres dos empregados. Existem os
sindicatos que ainda defendem a classe dos trabalhadores, e mais do que
isto, existe uma legislação específica em que, conforme consta na CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho), são alguns direitos dos trabalhadores:
Carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia de serviço; Exames
médicos de admissão e demissão; Repouso Semanal Remunerado (1 folga
por semana); Salário pago até o 5º dia útil do mês; Primeira parcela do 13º
salário paga até 30 de novembro. Segunda parcela até 20 de dezembro;
Férias de 30 dias com acréscimos de 1/3 do salário; Vale-Transporte com
desconto máximo de 6% do salário; Licença Maternidade de 120 dias, com
garantia de emprego até 5 meses depois do parto; Licença Paternidade de 5
dias corridos; FGTS: depósito de 8% do salário em conta bancária a favor
do empregado; Garantia de 12 meses em casos de acidente; Adicional
noturno de 20% para quem trabalha de 22:00 às 05:00 horas; Faltas ao
trabalho nos casos de casamento (3 dias), doação de sangue (1 dia/ano),
alistamento eleitoral (2 dias), morte de parente próximo (2 dias),
testemunho na Justiça do Trabalho (no dia), doença comprovada por
atestado médico; Aviso prévio de 30 dias, em caso de demissão; Seguro-
Desemprego (Os direitos do trabalhador, 2009).
É bom ressaltar que estes são alguns dos direitos válidos no Brasil e que as leis trabalhistas podem variar
conforme cada país. Outro aspecto a ser destacado é que existem muitas empresas que atuam de maneira
clandestina ou até mesmo que sonegam impostos, prejudicando assim a situação dos trabalhadores.
Portanto, mesmo com todos esses direitos garantidos e conquistados através de muita luta por parte dos
trabalhadores, podemos perceber que a situação de alguns trabalhadores não evoluiu, alguns ainda são tratados
com desigualdade, de forma humilhante e desumana, não recebendo nenhum direito garantido por Lei, e o que
pode ser pior: muitas vezes, para garantir a permanência no emprego, trabalhadores (em sua maioria leigos ou de
baixo nível de escolaridade) se submetem a condições ilegais como trabalhar mais horas do que foram
contratados, receber salários às prestações, desconto no salário do funcionário o prejuízo da empresa, enfim,
condições desumanas e que lesam a condição do empregado, forçando-o a trabalhar com medo de ser demitido e
perder a única fonte de renda da sua família.
OBSERVAÇÕES:
5. CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA:
OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA IDADE MÉDIA
Em geral, os historiadores tradicionais mostram grande má vontade para com o
período medieval: Teria sido uma época de superstição e atraso, estagnação e
crueldade. É uma visão certamente preconceituosa, causada pelo ódio à influência
exercida naquela época pela Igreja Católica, de cujo espírito estavam impregnadas,
em maior ou menor grau, todas as instituições.
Da era medieval, herdamos desde a diversão proporcionada pelo baralho, tarô,
xadrez e pelo próprio Carnaval, à proteção contra o frio, o vento e a chuva
proporcionada pelo vidro, lareiras e chaminés. O garfo que nos ajuda a comer as
massas feitas com a farinha de trigo, e esta por sua vez processada pelos moinhos
de água ou de vento, foram algumas das comodidades que resultaram das
invenções feitas nesse período que vai do século V ao XV.
Foi durante o século XIII, com os primeiros relógios mecânicos das igrejas, que se
regularizou a percepção do tempo com a introdução das horas de igual duração, tanto
nos dias mais longos de verão como nos mais curtos do inverno. Tal feito não havia
sido alcançado na Antiguidade por notáveis civilizações como a dos egípcios, persas
ou gregos. O toque dos sinos regulava a vida comunitária das aldeias e dos feudos, sendo uma referência para todos os tipos de
compromissos: de simples encontros, aos de trabalho nas oficinas e no comércio.
Portanto, a Idade Média foi época de muitos inventos, grandes e pequenos, de cuja
origem às vezes não se suspeita. Vejamos alguns:
Foram os medievais os primeiros a tirar todo o proveito, para a navegação, das
agulhas imantadas que se dirigem sempre para o Norte. Com pleno aproveitamento
dessa propriedade, nasceu a bússola.
Foram os medievais, que conseguiram ‒ e infelizmente não trouxeram com isto
grande vantagem à civilização ‒ utilizar a pólvora, não apenas como fogo de
artifício à moda dos chineses, mas como eficientíssimo meio de combate.
Foram ainda os medievais, que conseguiram inventar a imprensa. A imprensa em
madeira ‒ xilografia ‒ já era conhecida na Europa desde o século XII, mas seu
desenvolvimento maior datou do século XV, quando Gutenberg, natural da
Mogúncia, inventou os caracteres móveis de metal.
Também foi na Idade Média, no século X, que começou a ser utilizado o papel na
Europa, em lugar do pergaminho.
Quase todas as invenções medievais foram fruto das necessidades daquela época em que o homem via o trabalho como uma
forma de proporcionar cansaço para o corpo e distração para o espírito, afastando-o das tentações demoníacas, dentre muitas
temos mais algumas, fruto do conhecimento acumulado dos monges beneditinos:
a máquina para enovelar a seda;
moinho de água; o guindaste
a serra hidráulica; a dobadoura;
o relógio mecânico; o tear;
o arado; o cabrestante complexo;
o jugo para o cavalo; as Universidades;
o canal com reclusas e portas; a utilização do carvão fóssil;
a canga múltipla para os bois; a química dos ácidos e das bases;
Os relógios mecânicos de peso difundem-se no fim do século XIII. No século XV surgem os relógios de areia, ou
ampulhetas.
Foi inventado também esse aparelho extraordinário, o carrinho de mão, que permite a um homem realizar o trabalho de
dois.
No século XI, os europeus começaram a usar ferraduras nos animais; isto lhes aumenta a vida útil e, com a utilização da
carreta de quatro rodas, possibilita um distanciamento maior entre a aldeia e os campos.
São também criações medievais a chaminé doméstica, a vela e o círio.
A roda d’água foi usada em toda a parte, para bombear água, serrar madeira, pulverizar o pigmento das tintas e o malte
da cerveja, acionar máquinas, triturar minérios, forjar ferro, espichar arames... Com ela, a escavação das minas
ultrapassou em muito os 800 metros de profundidade.
6. Aprimoraram-se as engrenagens e outros dispositivos mecânicos. Surge o fole com
placas e válvulas.
No fim da Idade Média, o alto-forno possibilitou a fabricação do ferro fundido. Essa foi
a invenção mais importante da indústria metalúrgica. O bronze, uma liga de cobre e
estanho, com um ponto de fusão mais baixo que o ferro, era fundido desde os começos
do século XII e utilizado na fabricação de sinos e estátuas. A fabricação de um sino
exigia técnica especial para que o mesmo produzisse um som adequado. O fundidor
deveria, antes de iniciar o trabalho, calcular o tamanho do sino e as proporções exatas.
O primeiro poço artesiano conhecido foi perfurado em 1126.
Entre as inovações medievais, aparecem também a sericultura (introduzida na Sicília
por volta de 1130), a falcoaria, o arenque defumado e a “champanhização” do
vinho branco.
Na indústria doméstica, a roca substitui o fuso para enrolar a estriga. E a partir de
1280, a roda de fiar (provavelmente uma das grandes invenções da indústria têxtil)
compete com a roca e o fuso, os quais possibilitaram às mulheres trabalhar enquanto
supervisionavam outras atividades.
No século XIV, o linho é pela primeira vez empregado na confecção de roupas brancas,
em oposição aos grosseiros panos de lã até então usados, o que acarreta uma melhoria
na higiene e o retrocesso da lepra; fornece também matéria-prima barata para a
indústria papeleira trazida da China no século XIII.
Além disso, foram inventados o botão e a camisa.
O álcool aparece em Salerno por volta de 1110 e sua
fabricação melhora rapidamente, com o emprego de
desidratantes, como o carbonato de potassa. Além disso, a
técnica da destilação aperfeiçoa-se, empregando-se o
alambique clássico cujo escoadouro tubular, em forma de
serpentina, mergulha numa cuba para a circulação da água.
Os óculos para corrigir a miopia aparecem por volta de
1285; primeiro, de cristal de rocha, depois de vidro.
Nos séculos seguintes, outros artesãos iriam melhorar as
lentes, de onde resultariam o telescópio e o microscópio.
Na arquitetura, temos o estilo gótico e o estilo românico, o
aperfeiçoamento da técnica dos vitrais, utilizados
principalmente nas igrejas e possibilitando melhor iluminação
das mesmas, as pontes com arcos em segmento, as
comportas e as dragas.
A letra de câmbio aparece no século XIII. Os cambistas examinavam e pesavam as moedas; do ―banco‖ onde eles
realizavam essa operação surgiu a instituição bancária, e as variadas práticas financeiras nasceram desse serviço primitivo
de câmbio de dinheiro.
As feiras, existentes desde o século XI, eram centros de intercâmbio em grande
escala, que se esforçavam em reunir o maior número possível de homens e
produtos.
Começa-se a utilizar a grade; revolvido mais amplamente, melhor arejado, o solo
absorve melhor a marga, uma argila que contém carbonato de cálcio e, quando
misturada à camada superior do solo, mostra-se um fertilizante valioso.
A irrigação (de pastos e terras de lavoura) começou a ser empregada em larga
escala e a Itália provavelmente abriu o caminho.
Na Idade Média, outra invenção, o mangual, que substituiu a vara de bater,
aperfeiçoa o processo de debulha.
Nesse período, além das plantas cultivadas nos tempos clássicos, foram
aprimorados: a espelta, o centeio, a aveia e o fagópiro. Além do sorgo, outras
culturas foram introduzidas na região mediterrânea, pelos gregos ou árabes:
arroz, cana-de-açúcar, algodão e amoreira.
O pousio trienal e, a partir do século VIII, o sistema de três plantações
alternadas, permitem a aclimatação de novas culturas e aumentam
acentuadamente a produção agrícola.
Depois da manivela — descoberta de importância fundamental — ocorreu a
invenção alemã da biela, peça rígida com duas articulações para transformar o
movimento rotativo em alternativo. Começaram a utilizar-se ferramentas, como a
plaina, e passou-se a usar o carvão como combustível.
Diversas invenções, como a cola e o papel, foram transmitidas pela China à
Europa.
A tinta romana para escrever, feita do negro da fumaça com goma e água, não tinha fixadores; era uma tinta moída; ao
passo que a utilizada na Idade Média se fazia por infusão, com goma, pedra-ume e resina de carvalho.
Vê-se, portanto, que a Idade Média, ao contrário do que muitos imaginam, foi extremamente fecunda em avanços técnicos.
FONTES:
ANDERSON, Perry. Passagens da antiguidade ao feudalismo. Porto, Afrontamento, 1982. 7
http://www.lepanto.com.br/dados/EstPrgIdM.html
http://www.arscientia.com.br/materia/ver_materia.php?id_materia=483
http://www.clerus.org/clerus/dati/2007-11/23-13/06IDADEMEDIA.html
pt.wikilingue.com/es/Agricultura
7. CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM
CURIOSIDADES SOBRE A SAÚDE NA IDADE MÉDIA
HIGIENE E DOENÇAS
Na Idade Média, o banho, era considerado prejudicial se tomado em excesso. As
pessoas geralmente tomavam apenas dois ou três banhos ao ano; e quase sempre
por volta do mês de Maio ou Junho, quando começa a primavera na Europa e o clima
já estava um pouquinho mais quente. Daí a origem do mês de Maio, ser o mês eleito
para os casamentos, porque desta feita as noivas tomavam o banho no mês de Maio e
o cheiro das partes intimas não era tão forte. O uso do bouquet pela noiva também
era utilizado para dissipar o mau odor da mesma. Quando era decidido que o banho
seria tomado, quem tinha prioridade de usar a água limpa, ou seja a primeira água,
era o chefe da família, e assim sucessivamente os banhos eram tomados, a começar
pelo pai, mãe, filhos, e por último os bebês; quando então a água já estava
totalmente imunda.
O cheiro dos corpos, de suor e das partes íntimas impregnavam todas as casas. As
roupas eram lavadas também somente duas ou três vezes ao ano, devido a raridade
das mesmas e o alto custo do sabão. Em consequência disto, cheiravam mal, eram imundas, e viviam cheias de pulgas, piolhos
e insetos. Os dentes não eram lavados, portanto a grande maioria já não os tinha na boca, e as pessoas que ainda os tinham,
estavam apodrecidos e negros. Quando vemos em fotos antigas, lacaios a abanar as pessoas, não era pelo calor e sim pelo odor
fétido que era exalado das bocas e das partes íntimas; portanto usava-se o abano para dissipar o mau cheiro.
Nas áreas urbanas, o excrementos corporais e a água usada no banho eram atirados pela janela, o esgoto era a céu aberto o
que obviamente propiciava a proliferação do mau cheiro e de doenças altamente contagiosas e infecciosas. As roupas de cama
eram sujas, e às vezes dormiam numa mesma cama quatro ou seis pessoas.
Devido a tanta falta de higiene e a muitas vezes manterem animais de grande porte dentro de casa, a proliferação dos ratos era
também grande. A taxa de mortalidade infantil era grande, 1/3 das crianças morriam antes de completar um ano de idade. A
saúde era tratada com desleixo, e quase sempre designavam a doença como um castigo divino. As doenças eram tratadas com
infusões caseiras e por vezes tratamentos absurdamente exóticos, utilizando excrementos de animais, urina e outros tipos de
unguentos.
A doença fazia parte da vida cotidiana. Para muitas enfermidades não havia tratamento, e os doentes aceitavam que tinham
simplesmente que viver com elas. Uma dessas doenças era a lepra, uma doença infecciosa da pele. Os leprosos tinham que viver
afastados, por causa do medo do contágio e havia leis que os proibiam de entrar nas cidades.
Construíram-se casas (leprosarias ou gafarias) onde os leprosos podiam viver juntos, em geral longe das cidades.
Entre as doenças vulgares para as quais não havia cura temos o sarampo, a tuberculose, a disenteria, a difteria, a varíola e a
escarlatina.
A mais temida das doenças, entretanto, era a peste bubônica, conhecida
por peste negra. Chegou à Europa vinda do Oriente, e manifestou-se pela
primeira vez em Itália em 1347. Espalhou-se rapidamente matando entre
20% a 40% da população européia. Em Portugal, entre fins de Setembro
e o Natal de 1348, a peste negra matou cerca de um terço da população.
A peste era transmitida pelos ratos e pelas pulgas destes, ambos
contaminados pela bactéria Pasteurella Pestis. . Após o contágio a pessoa
tinha poucos dias de vida. Os sintomas eram febre altíssima, mal-estar
geral, vômitos e bolhas de pus espalhavam-se pelo corpo do doente,
principalmente nas axilas e virilhas. As pessoas atribuíam a peste como
sendo um castigo divino, enviado aos homens para pagarem os seus
pecados.
Uma das razões da rápida propagação da peste nas cidades era a falta de
higiene. Nesta época as pessoas viviam no meio de grande sujidade. O
lixo das casas e oficinas era simplesmente atirado para a rua. Só no
século XIX se compreendeu devidamente a importância da limpeza para a
saúde.
8. ALIMENTAÇÃO
De uma maneira geral, a alimentação medieval era pobre, se comparada com os
padrões modernos. A quantidade era superior à qualidade. A arte de cozinhar
estava ainda numa fase rudimentar uma vez que as conquistas da cozinha romana
tinham-se perdido com a queda do Império. As duas refeições principais do dia
eram o jantar e a ceia. Jantava-se, nos fins do século XIV, entre as dez e as
onze horas da manhã. Ceava-se pelas seis ou sete horas da tarde.
O jantar era a refeição mais forte do dia. O número de pratos servidos andava, em
média, pelos três, sem contar sopas, acompanhamentos ou sobremesas. Para os
menos ricos, o número de pratos ao jantar podia descer para dois ou até um. À
ceia, baixava para dois a média das iguarias tomadas.
A base da alimentação dos ricos era a carne. Ao lado das carnes de matadouro ou
carnes gordas - vaca, porco, carneiro, cabrito - consumia-se largamente caça e
criação. A criação não variava muito da de hoje: galinhas, patos, gansos, pombos,
faisões, pavões, rolas e coelhos. Não existia ainda o peru que só veio para a
Europa depois da descoberta da América. Fabricavam-se também enchidos vários,
como chouriços e linguiça. A forma mais frequente de cozinhar a carne era assá-la
no espeto (assado). Mas servia-se também carne cozida (cozido), carne picada
(desfeito) e carne estufada (estufado).
O peixe situava-se também na base da alimentação, especialmente entre as classes menos abastadas, e durante os dias de
jejum estipulados pela Igreja. Um dos peixes mais consumidos pelos portugueses na Idade Média, parece ter sido a pescada
(peixota). Sardinha, congros, sáveis, salmonetes e lampreias viam-se também com frequência nas mesas de todas as classe
sociais. Também se comia carne de baleia e de toninha, bem como mariscos e crustáceos. Ao lado do peixe fresco, a Idade
Média fez grande uso de peixe seco salgado e defumado.
A fruta desempenhava papel de relevo nas dietas alimentares medievais. Conheciam-se praticamente todas as frutas que
comemos hoje. Muitas eram autóctones, outras foram introduzidas pelos árabes. Apenas a laranja doce viria a ser trazida por
Vasco da Gama, no século XV. Certas frutas eram consideradas pouco saudáveis como as cerejas e os pêssegos por os julgarem
"vianda húmida". Também o limão se desaconselhava por "muito frio e agudo". Era uso comer fruta acompanhada de vinho, à
laia de refresco ou como refeição ligeira, própria da noite. Da fruta fresca se passava à fruta seca e às conservas e doces de
fruta. Fabricavam-se conservas e doces de cidra, pêssego, limão, pêra, abóbora e marmelo. De laranja se fazia a famosa flor de
laranja, simultaneamente tempero e perfume.
O fabrico de bolos não se encontrava muito desenvolvido. Anteriormente ao século XV, o elevado preço do açúcar obrigava ao
uso do mel como único adoçante ao alcance de todas as bolsas. Havia exceções: fabricavam-se biscoitos de flor de laranja,
pastéis de leite e pão de ló, juntamente com os chamados farteis, feitos à base de mel, farinha e especiarias. Com ovos também
se produziam alguns doces: canudos e ovos de laçoa. Contudo, só a partir do Renascimento se desenvolverá a afamada
indústria doceira nacional.
Mas a base da alimentação medieval, quanto ao povo miúdo, residia nos cereais e no vinho. Farinha e pão, de trigo, milho ou
centeio, e também cevada e aveia, ao lado do vinho, compunham os elementos fundamentais da nutrição medieval.
O número de bebidas era extremamente limitado. Desconhecia-se o café. chá, chocolate e a cerveja, à base do vinho e água se
matava a sede ou se acompanhavam os alimentos. Bebia-se vinho não só ao natural mas também cozido e temperado com
água.
Não eram especialmente apreciadas as hortaliças e os legumes, pelo menos
entre as classes superiores. O povo, esse fazia basto uso das couves, feijões e
favas. As favas, assim como as ervilhas, as lentilhas, o grão de bico tinham
igualmente significado como substituição ou complementos do pão. Os
portugueses do interior, sobretudo beirões e transmontanos recorriam à
castanha. Durante metade do ano comiam castanha em vez de pão. Nas casas
ricas, onde a culinária era requintada, as ervas de cheiro serviam de
ingredientes indispensáveis à preparação das iguarias, como coentros, salsa e
hortelã, ao lado de sumos de limão e de agraço, vinagre, de cebola e de
pinhões. Cebola e azeite entravam para o tradicional refogado.
Para bem condimentar os alimentos, usavam os portugueses da Idade Média
espécies várias de matérias gordas. O azeite, em primeiro lugar mas também
a manteiga, o toucinho e a banha de porco ou de vaca. O tempero básico
era, naturalmente, o sal também usado para a conservação dos alimentos.
As chamadas viandas de leite estão sempre presentes, isto é, queijo, nata, manteiga e doces feitos à base de lacticínios. O leite
consumia-se em muito fraca quantidade. Na sua maior parte transformava-se em queijo ou manteiga. Servia também como
medicamento. Ovos consumiam-se cozidos, escalfaldos e mexidos.
É após do ano 1000 que a procura da comida se torna mais complicada, devido à diminuição das áreas destinadas às plantações.
A carne era valiosa e escassa e por isso considerada sinônimo de prosperidade e abundância.
Os poucos animais domésticos que existiam eram considerados animais de trabalho, essenciais para desenvolver o trabalho nos
campos e não carne para comer. Aumenta por isso o consumo de cereais como o centeio e trigo-sarraceno, utilizados pela
preparação de simples pães. O pão presente em todas as refeições, era de vários tipos: de cevada, de centeio e até de castanha.
A mesa de quem vivia dos produtos da terra previa também a presença de verduras e legumes. Couves, abóboras, cebolas,
espinafres eram ótimos quando preparados em sopas e acompanhados com grão-de-bico, favas e lentilhas. Os legumes, ricos de
proteínas, eram fáceis de conservar, e muitas vezes eram as lógicas substituições da carne. Esta era destinada apenas para os
dias de festivos: frangos, galinhas, alguns coelhos, representavam a única variante para os trabalhadores da agricultura. As
ervas aromáticas, já bastante conhecidas, como o tomilho, o alecrim e o manjericão, junto ao pouco azeite de oliveira,
enriqueciam essas simples refeições que estavam na base da alimentação de um camponês.
9. TRATAMENTOS PARA ENFERMIDADES
CIRURGIA: CRUEL, SUJA E TERRIVELMENTE
“DWALE”: UM ANESTÉSICO CRUEL QUE PODIA SER
DOLOROSA
FATAL
Os cirurgiões da época tinham
A cirurgia na idade média era usada
pouquíssimo conhecimento
somente em casos de vida ou morte.
sobre a anatomia humana,
Uma razão é que não havia anestésico
sobre antissépticos, que
―confiável‖ que pudesse aliviar a dor
fizessem com que as feridas
enorme de um procedimento cirúrgico.
não infeccionassem, e sobre
Algumas poções usadas para amortecer
anestésicos. Não era agradável
o paciente ou induzir o sono podiam
ser um paciente nessas horas,
ser letais. Um dos exemplos é o Dwale, uma mistura de
mas não havia muita escolha. Para se livrar da dor, você
suco de alho, suco de cicuta, ópio, vinagre e vinho que
era submetido a mais dor. Na maioria dos casos, monges
era dado ao paciente antes de uma cirurgia. O suco de
se tornavam cirurgiões, já que eles tinham acesso à
cicuta sozinho poderia ser fatal – ele é tão forte como
literatura sobre medicina. No entanto, em 1215, o Papa
anestésico que o paciente para de respirar.
pediu para que eles não fizessem mais o trabalho. A tarefa
sobrou para fazendeiros que tinham experiência tratando CIRURGIA DE CATARATA: DOLORIDA
animais. E RARAMENTE SALVAVA O OLHO DO PACIENTE
Uma operação de catarata
FEITIÇOS: RITUAIS PAGÃOS OU PENITÊNCIA incluía a inserção de uma faca
RELIGIOSA COMO FORMA DE CURA ou de uma agulha pela córnea,
Tratamentos medievais, forçando as lentes do olho até
normalmente, eram uma o fundo do órgão.
mistura de fatos científicos, Posteriormente, uma seringa
crenças pagãs e imposições era usada para extrair por
religiosas. Um exemplo é que, sucção a catarata.
quando alguém contraía a
peste bubônica, era CIRURGIÕES EM CAMPOS DE BATALHA: PUXAR
determinado que ele passasse FLECHAS NÃO É UM TRABALHO FÁCIL
por um período de penitência, Como remover flechas dos corpos de
se confessando com um padre. Como a doença era vista soldados? Normalmente a ponta da flecha
como um castigo de Deus, se o paciente admitisse seus ficava dentro do corpo do soldado, enquanto
pecados, talvez sua vida fosse poupada. só era possível tirar o cabo. Esse problema
BEXIGA BLOQUEADA: UM CATETER DE METAL foi ―resolvido‖ com a colher de flecha, que
INSERIDO DIRETAMENTE era inserida na ferida causada pelo disparo e ―pescava‖ a
NA BEXIGA ponta da flecha.
O bloqueio da bexiga, devido à SANGRIA: A CURA PARA QUASE
sífilis ou a outras doenças QUALQUER DOENÇA
venéreas, era comum na época, Os médicos da idade média achavam que praticamente
já que não havia antibiótico. O todas as doenças eram causadas por excesso de líquido no
cateter urinário (um tubo de corpo. Então a solução era tirar o
metal inserido através da sangue dos pacientes. Havia dois
uretra até a bexiga) começou a métodos ―principais‖. O primeiro
ser usado em meados de 1300. usava sanguessugas para tirar o
Quando o tubo não conseguia passar pela uretra, outros sangue. O bicho era colocado sobre
aparelhos eram usados – provavelmente apresentando um o local e sugava uma boa
risco tão grande quanto o da própria doença. quantidade do líquido. O outro era
um tradicional corte na veia,
PARTO: MULHERES, QUANDO GRÁVIDAS, ERAM normalmente no braço.
PREPARADAS PARA A PRÓPRIA MORTE
Dar a luz na idade média era tão mortal que a Igreja pedia CLYSTERS: UM MÉTODO MEDIEVAL USADO PARA
que as grávidas se preparassem para morrer. E teve uma INJETAR REMÉDIOS… PELO ÂNUS
época em que parteiras mais experientes foram O ―clyster‖ era uma versão
perseguidas como bruxas, já que medieval do supositório, um
usavam métodos para aliviar a aparelho que injetava fluidos no
dor de suas pacientes. Quando corpo através do ânus. Era um
um bebê estava morto no útero, cano ligado a um recipiente. O
uma faca era usada para que ele cano ia ―lá‖ enquanto, no
fosse desmembrado ainda na recipiente, estava o remédio.
barriga da mãe, para facilitar a
―retirada‖ do feto.
HEMORRÓIDAS: A AGONIA ANAL TRATADA COM FERRO QUENTE
Você leu direito. O tratamento para hemorróidas era queimá-las com ferro quente.
Há até uma história sobre um monge que, sofrendo com suas hemorróidas
enquanto trabalhava no jardim, sentou se em uma pedra que, milagrosamente, o
curou do problema. A pedra existe até hoje, com a marca das hemorróidas do
monge, e é visitada por muitos que esperam curar seu ―problema‖ até hoje.
FONTE: INTERNET