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Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio
CADERNO PEDAGÓGICO
EDUCAÇÃO ESPECIAL
Cabo Frio – 2012
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ÍNDICE
Apresentação ............................................................................................................................................................. 3
1. Deficiência intelectual – síndrome de Down........................................................................................................ 4
1.1. Adaptação curricular .................................................................................................................................................... 5
1.2. Sugestões de atividades ............................................................................................................................................ 12
1.3. Sugestões de recursos ................................................................................................................................................ 17
1.4. Sugestões de jogos ..................................................................................................................................................... 18
1.5. Sugestões de brincadeiras............................................................................................................................................ 19
1.6. Sugestões de estratégias ............................................................................................................................................ 20
2. Autismo............................................................. ........................................................................................................... 23
2.1.Sugestões de estratégias .............................................................................................................................................. 23
2.2. Sugestões de jogos ........................................... .......................................................................................................... 25
2.3. Sugestões de atividades interativas ..................................... ....................................................................................... 28
2.4. Sugestões de atividades e recursos ................ ............................................................................................................ 31
2.5. Sugestões de jogos e atividades ................... .............................................................................................................. 42
3. Deficiência auditiva ............................................................... .................................................................................. 45
3.1. Organização da sala de aula .......................... ............................................................................................................. 45
3.2. Sugestões de atividades ............................................................................................................................................... 46
3.3. Sugestões de recursos ... ............................................................................................................................................ 53
3.4. Treinamento auditivo na educação infantil............................................ ...................................................................... 55
4. Deficiência visual ............ ......................................................................................................................................... 60
4.1. Orientações para auxiliar o aluno com deficiência visual ............................................................................................. 60
4.2. Sugestões de recursos e atividades ............................................................................................................................. 62
4.3. Sugestões de recursos ................................................................................................................................................ 68
4.4. O uso do computador .................................................................................................................................................. 73
4.5. Sugestões de estratégias ............... ............................................................................................................................. 76
5. Deficiência física ... ................................................................................................................................................... 79
5.1. Orientações para auxiliar o aluno com deficiência física ............................................................................................ 80
5.2. Sugestões de adaptações e recursos........................................................................................................................... 82
5.3. Atividades que estimulam a leitura e escrita ................................................................................................................ 85
5.4. Comunicação alternativa .............................................................................................................................................. 87
5.5. Sugestões de atividades................................................................................................................................................
6. Bibliografia ............................................................ .......................................................................................................
90
92
3
APRESENTAÇÃO
O Caderno Pedagógico que estamos apresentando visa ser um instrumento de
apoio didático na sala de aula, oferecendo aos professores que atendem a alunos com
deficiência um leque de atividades didáticas planejadas para estimular a sua
aprendizagem e consolidar seus conhecimentos.
A publicação do Caderno Pedagógico da Educação Especial representa mais uma
concretização de uma política pública direcionada à melhoria do ensino. Este caminho
não é linear, rápido, nem tampouco isento de obstáculos e dificuldades. O caminho deve
ser trilhado por todos nós, professores, equipe técnico-pedagógica, diretores, enfim por
toda a comunidade escolar. A busca pela inclusão efetiva do aluno com deficiência tem
que ser contínua e, acima de tudo, articulada e integrada com as diferentes instâncias,
para que se possa consolidar as conquistas e os avanços na Educação Especial.
Por meio de exemplos de atividades didático-pedagógicas e da articulação entre
teoria e prática, nossos professores são convidados a selecionar alternativas, fazer
escolhas, propor aos alunos com deficiência atividades significativas a fim de ampliar
suas possibilidades cognitivas. Entretanto, tal documento não deve ser visto como um
“manual” que engesse a criatividade e a autonomia do educador, mas, pelo contrário, que
seja fonte de inspiração para que, a partir das ideias aqui apresentadas, o professor crie
novas atividades, estratégias e formas de ensinar ao aluno com deficiência.
Esperamos que a publicação desse Caderno contribua para a organização
pedagógica do trabalho realizado nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio
a fim de que possamos concretizar uma verdadeira política de inclusão: escolas que
recebem e oferecem condições de aprendizagem a todo o seu alunado.
4
1. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL - SÍNDROME DE DOWN
A síndrome de Down é uma deficiência de
origem genética, causada por um acidente que pode
ocorrer no óvulo, no espermatozóide ou após a
união dos dois (ovo), provocando uma alteração
cromossômica. Ocorre quando crianças nascem
dotadas de três cromossomos 21, e não dois, como
é o normal. Isso leva à produção exagerada de
proteínas, o que acaba por desregular a química do
organismo e provoca sérios problemas, inclusive a
deficiência intelectual.
O que é deficiência intelectual?
É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação,
autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da
comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu
"deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas
(ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de
pessoas que têm o intelecto igual ao da média, mas que, por algum problema, acabam
temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência
intelectual.
As causas da deficiência intelectual variam e são complexas, englobando fatores
genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e
uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas
cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também
costumam causar limitações intelectuais.
Para auxiliar no desenvolvimento escolar do aluno com deficiência intelectual, faz-
se necessário elaborar as adaptações curriculares, adequando os conteúdos e recursos à
sua realidade.
5
Pessoas com síndrome de Down podem ser alfabetizadas. A limitação cognitiva
presente nessa síndrome varia de pessoa para pessoa, alterando assim, o ritmo de
aprendizagem, o processamento de informação e também a memória visual, a memória
auditiva, a atenção e a motivação. Essas alterações tornam a aprendizagem mais lenta,
mas não impossível.
1. 1. ADAPTAÇÃO CURRICULAR
Um ponto muito importante nas adaptações curriculares das crianças com
síndrome de Down é a necessidade de decompor os objetivos em objetivos parciais.
Precisamos analisar os passos intermediários necessários para alcançar um objetivo final,
de maneira que a criança possa adquirir um determinado conteúdo sem lacunas e sem
deixar de lado aspectos básicos que não compreenda.
Existem cinco perguntas-chave que a equipe pedagógica e professores devem
fazer na hora de realizar uma adaptação curricular:
O que é o que o aluno não consegue fazer? OBJETIVO.
Quais conteúdos são necessários para alcançar esse
objetivo e o que o aluno já possui?
AVALIAÇÃO INICIAL.
Qual é a sequência das aprendizagens? Qual é o passo
mais estratégico para ajudar o aluno?
SEQUÊNCIA, ORDEM,
TEMPORALIZAÇÃO.
Como vou ensinar tudo isto? METODOLOGIA - ESTRATÉGIAS.
A ajuda tem sido eficaz? Tem alcançado o objetivo? AVALIAÇÃO CONTÍNUA.
Mas à margem dessas considerações, na hora de desenvolver uma adaptação
curricular para um aluno com deficiência intelectual, devemos levar em consideração suas
características particulares. Sabemos que os alunos com deficiência intelectual não se
limitam a ser mais lentos que o resto da turma, mas apresentam necessidades
educacionais especiais e são nessas que devemos fundamentar a adaptação curricular.
6
Habilidades a serem contempladas na elaboração da Adaptação Curricular
Habilidades acadêmicas Habilidades motoras Habilidades da vida diária/
autocuidado
Habilidades sociais
atitudes e comportamento
Habilidades de
Linguagem e
comunicação
 Atenção e concen-
tração para realizar
tarefas
 Utilização de material de
escrita
 Orientação espaço -
temporal
 Raciocínio lógico -
matemático
 Construção do signifi-
cado dos números e
suas representações.
 Resolução de situa-
ções-problema
 Reconhecimento das
letras do alfabeto
 Relação entre unidades
sonoras e suas repre-
sentações gráficas
 Leitura
 Produção escrita
 Localização de infor-
mações em textos lidos
e ouvidos
 Identidade
Equilíbrio
Locomoção
Lateralidade
Orientação espaço -
temporal
Coordenação motora
fina e ampla
Atividades físicas
Postura
 Vestuário (cuidado e
colocação das roupas e
calçados)
 Aparência
 Organização dos pertences
 Locomoção
 Autonomia na alimentação
 Rotina
 Uso do banheiro
 Conhecimento do corpo
 Higiene das mãos e dos
dentes
 Regras de segurança
 Cuidado com objetos
perigosos
 Reconhecimento de sinais
de trânsito
 Travessia de ruas
 Comportamentos de
autodefesa
 Conhecimento do corpo
 Área emocional / afetiva /
social
 Interação social (com o
professor, com os profissionais
da escola etc)
 Cooperação
 Afetividade
 Respeito aos direitos e às
propriedades dos outros
 Respeito às regras da vida
em grupo
 Autocontrole
 Cooperação com os outros
nas atividades
 Interesse e participação nas
atividades
 Exposição de seus pensa-
mentos, ideias, opiniões e
sentimentos
 Reação às frustrações
 Recreação e lazer
 Compreensão da
língua oral, expressão oral,
leitura de palavras e
imagens, clareza ao
expressar ideias, articu-
lação correta das
palavras...
 Expressão através da
fala, gestos, expressões
faciais
 Compreensão de
pedidos ou ordens para
executar tarefas
 Clareza ao transmitir
recados, reproduzir histó-
rias, descrever objetos,
quadros, gravuras e
pessoas
 Argumentação e defesa
do seu ponto de vista,
relato de acontecimentos
de forma compreensível
 Comunicação ao sentir
dor ou indisposição...
7
Além das habilidades acima apresentadas, os alunos com deficiência intelectual,
principalmente os com síndrome de Down, apresentam necessidades educacionais
especiais nas seguintes áreas:
a) percepção;
b) atenção;
c) memória;
d) leitura e escrita;
e) psicomotricidade;
f) raciocínio lógico-matemático.
a) A percepção
Os alunos com síndrome de Down possuem dificuldades a nível perceptivo que
afetam a assimilação dos estímulos que recebe. Para auxiliar a minimizar tais
dificuldades, pode-se seguir as seguintes orientações:
 mostrar os estímulos utilizando o maior número possível de vias sensoriais.
Explorar ao máximo o canal visual utilizando imagens ou palavras escritas;
 ao iniciar a atividade é importante que a criança manipule livremente o
material, deste modo a aprendizagem será vivenciada e partirá da experiência
do aluno. Depois, é necessário conversar com o aluno sobre o que farão.
Finalizando, representa-se graficamente o que se fez e coloca-se uma
etiqueta no conceito.
8
b) A atenção
Os alunos com síndrome de Down apresentam muita dificuldade em fixar a atenção,
distraem-se com muita facilidade, por isso é importante:
 dar instruções claras e precisas, pouco numerosas, assim como fazê-las
acompanhadas de um modelo;
 começar com tarefas que requeiram pouco tempo de execução, a fim de que
o tempo de atenção exigido para realizar a atividade seja breve; ir
gradativamente aumentando o tempo de atenção;
 elaborar atividades que prendam a atenção do aluno, motivando-o para que
sua atenção se mantenha ativada;
 utilizar jogos que trabalhem a atenção como o jogo “Cara a Cara”, jogos em
que ele terá que observar uma imagem/modelo e representar ou procurar
uma igual, jogo dos 7 erros, quebra cabeça, dominó, caça palavras, caça-
figuras...
c) A memória
Os alunos com síndrome de Down possuem dificuldades na memorização, por isso,
é importante:
 trabalhar primeiro as estratégias de reconhecimento, por exemplo: ao se
trabalhar alimentação saudável, apresentar para o aluno várias frutas para que ele as
manipule, ou usar encartes de mercados e figuras. A partir disso, faz-se uma lista de
alimentos saudáveis e alimentos que não se pode comer muito por que fazem mal à
saúde. Depois disso é que entra o conceito de alimentação saudável.
Para que o aluno recorde o conceito, é necessário utilizar as mesmas estratégias
/recursos utilizados na apresentação do conteúdo. Esta recomendação também é
aplicável na avaliação, já que se perguntarmos sobre um conceito de forma abstrata,
frequentemente os alunos com síndrome de Down não conseguirão nos responder.
9
 para melhorar a memória é importante apoiar-se no maior número possível
de canais de entrada / estimulação: visual, auditivo, tátil, cinestésico...
Sugestão Avental de Histórias: após contar a história para o aluno,
retirar um dos personagens e perguntar qual está faltando.
d) A leitura e a escrita
Quanto à escrita, os alunos com síndrome de Down apresentam grandes dificuldades
na hora de escrever, não só em relação à grafia, mas também quanto à relação letra/som
e ortografia. Por isso é importante:
 trabalhar todos os aspectos da escrita,
não se limitar apenas à grafia, mas realizar também a
análise e síntese das palavras (primeira letra/sílaba –
última letra/sílaba; quantas letras/sílabas a palavra
tem; listar outras que comecem / terminem igual;
palavras que rimam...);
 não se limitar à escrita manual, mas utilizar também o alfabeto móvel, o
computador com o fim de trabalhar a escrita; construir letras/palavras
utilizando massinha de modelar; utilizar atividades que envolvam música,
textos que rimam, livro de imagens ou com textos
simples, leitura incidental, dominó de palavras /
figuras, entre outras.
Colocar um pouco de guache dentro de um saco
resistente e colá-lo com uma fita adesiva na parte de
cima. Desta forma, o aluno pode escrever usando o
dedo ou um cotonete.
10
e) A psicomotricidade
 trabalhar o controle motor, a coordenação dos movimentos, a lateralidade, o
equilíbrio, a imagem corporal e as relações espaço – temporais;
 aproveitar as aulas de educação física para trabalhar a integração do aluno no
grupo assim como a socialização;
 trabalhar a coordenação motora ampla e fina: deslocar-se em espaço aberto
utilizando vários tipos de recursos, como bola, bambolê, etc, utilizar-se de
brincadeiras cantadas, músicas infantis, entre outras.
f) O raciocínio lógico-matemático
Os alunos com síndrome de Down apresentam dificuldades na compreensão dos
conceitos abstratos, por isso é importante:
 partir das aprendizagens funcionais e que tenham representação na vida do aluno;
 trabalhar os conceitos mediante a manipulação dos materiais e a vivência através
de material concreto;
 solicitar que o aluno agrupe imagens ou objetos e depois perguntar qual foi o
critério utilizado, por que ele agrupou as imagens/objetos daquele jeito? Trabalhar
agrupamentos por cor, tamanho, utilização, etc ;
 perceber as diferenças entre os agrupamentos (mais/menos, muito/pouco,
grande/pequeno) por meio de material concreto;
 reconhecer as formas geométricas, as cores, os números;
 desenvolver a noção de temporalidade (hoje/ontem/amanhã - manhã/tarde/noite)
por meio de figuras, relação com momentos/afazeres do dia, exemplo: pela manhã
tomo café da manhã, à tarde estou na escola estudando e janto à noite.
11
Utilizando vários recursos/sucatas pode-se trabalhar de forma concreta conceitos matemáticos
simples.
12
1.2. SUGESTÕES DE ATIVIDADES
 Atividades de figura-fundo (encontradas em revistas de passatempo): trabalham a
atenção e a concentração;
 Desenho de si próprio diante do espelho desenvolve o autoconhecimento, auto-
estima, conhecimento maior do real;
 Manipulação de objetos com os olhos vendados e verbalização de seus atributos
trabalha representação mental e discriminação de estímulos táteis;
 Expressão oral, plástica e corporal auxilia no desenvolvimento global do aluno;
 Pintura a dedo e atividades artísticas como essa favorecem o desenvolvimento
afetivo por facilitarem a livre-expressão e descarregarem as tensões, favorecendo
o equilíbrio emocional;
 Massinha de modelar trabalha a coordenação motora fina;
 Atividades de recortar trabalham a motricidade fina, colaborando também para a
melhoria da grafia;
 Dobraduras desenvolvem a criatividade, a atenção e a coordenação motora;
 Bolinhas de gude ou boliche desenvolvem a coordenação motora, a capacidade de
contagem de objetos e a comparação de quantidade;
 Jogos com regras trabalham o raciocínio, atenção, antecipação de situações e
diferentes estratégias, além de ajudar as crianças com baixa tolerância à frustração
a lidarem com seus sentimentos;
 Brincadeiras com fantoches trabalham a criatividade, a linguagem e a expressão
corporal;
 Quebra-cabeça desenvolve a observação, concentração, percepção visual e
raciocínio;
 Pular corda desenvolve a coordenação motora ampla;
 Trabalhos para alinhavar desenvolvem a coordenação motora fina, essencial para
a escrita;
 Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a percorrer...): nestes jogos o
ganhar e o perder são aleatórios, não dependendo da eficiência dos jogadores.
São muito úteis para crianças que não aceitam perder.
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Habitat Natural
Área envolvida: Geografia
Objetivos: pesquisar a origem dos animais
domésticos.
1) Divida a turma em pequenos grupos (2 ou
3 alunos);
2) Peça para que eles façam um painel/
pesquisa sobre o habitat natural dos animais
(domésticos e selvagens);
3) Entregue revistas/livros didáticos para
recorte ao aluno com deficiência intelectual
– D.I. e peça para que ele ajude os colegas
a procurar figuras de animais. O aluno irá
recortar e colar as figuras no trabalho do
grupo.
Gráficos Simples
Área envolvida: Matemática
Objetivos: levar a turma a perceber a proporção
de alunos que têm animais de estimação.
Nesta atividade o professor pode chamar o
aluno com deficiência intelectual – D.I. para ser
seu ajudante. Peça para que a turma responda
junto com o aluno.
1) Peça para os alunos que têm animais de
estimação que levantem o braço. Conte junto
com o aluno com D.I. quantos alunos
levantaram o braço. Registre a quantidade no
quadro e peça para que todos registrem a
quantidade no caderno;
2) Solicite, agora, que os alunos que não têm
animais de estimação levantem o braço e ajude
o aluno com D.I. na contagem. Registre no
quadro a quantidade e peça para que todos os
alunos façam o mesmo no caderno;
3) Entregue papel quadriculado para os alunos
e peça para que eles formem o gráfico de
acordo com as quantidades registradas;
4) Depois, o professor pode ver com os alunos
que têm animais domésticos quais os animais
que eles têm e fazer um gráfico para cada tipo
de animal (donos de cães, donos de gatos,
donos de peixes, etc).
Alimentação Saudável
Área envolvida: Ciências
Objetivos: refletir sobre os alimentos que
ingerimos, seus riscos e benefícios ao nosso
organismo.
DESENVOLVIMENTO
1) Divida a turma em pequenos grupos (2 ou
3 alunos);
2) Peça para que eles façam um painel com
pesquisas sobre os alimentos (frutas,
verduras, legumes, cereais, gorduras,
laticínios, açúcar, etc);
3) Entregue revistas/livros didáticos para
recorte ao aluno com deficiência intelectual-
D.I. e peça para que ele ajude os colegas a
procurar figuras dos alimentos. O aluno irá
recortar e colar as figuras no trabalho do
grupo;
4) Cada grupo irá conversar entre si e elaborar
frases sobre os alimentos pesquisados. O
aluno com D.I. poderá participar dessa
discussão;
5) Pode-se dividir os tipos de alimento
pesquisados para que cada grupo exponha
para turma se ele é saudável ou não, a
quantidade que podemos comer, etc.
Sistema Solar
Área envolvida: Ciências
As atividades a serem desenvolvidas
pelos alunos podem variar de propostas:
 elaboração de frases;
 construção de maquetes do
sistema planetário;
 realização de pesquisas em
livros, revistas, jornais, internet
para confecção de cartazes
 apresentação de seminários
sobre o tema...
O aluno com deficiência intelectual –
D.I. assim como os demais colegas,
escolhe a atividade que mais lhe
interessar e a executa.
17
1.3. SUGESTÕES DE RECURSOS
Dominó das cores
Facilita a nomeação das cores, a discriminação visual e a
correspondência um a um. As peças ampliadas permitem melhor
manuseio pelos alunos com dificuldade de preensão.
Dominó e fichas número x quantidade
Auxiliam na discriminação visual das quantidades relacionando-
as ao numeral.
Dominó/caixa de encaixe de figuras geométricas
Permite a discriminação visual e tátil das figuras geométricas.
Dominó temático
Auxilia o professor a trabalhar com temas desenvolvidos em
aula.
Ex.: meios de transporte, partes da planta, sistemas do corpo
humano, alimentação...
Jogo da memória
Auxilia o desenvolvimento da memória visual dentro de um
espaço delimitado e permite trabalhar com a atenção
concentrada, regras sociais, etc.
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Utilização do alfabeto móvel
Auxilia no desenvolvimento da memória visual e
relação letra/som.
Ábaco de argolas
Auxilia na compreensão do sistema de unidades,
dezenas e centenas...
1.4. SUGESTÕES DE JOGOS
a) Jogo de Classificação - cores
Material: 1 dado, cartelas de cores.
Conteúdo: noção de cor, de quantidade e de conjunto.
Desenvolvimento: as cartelas estão dispostas com a face colorida para baixo. A criança
vira uma delas e separa os objetos daquela cor (tampinhas, carrinhos, etc). Não esquecer
que a verbalização deve acompanhar constantemente a atividade e a criança precisa
aprender a justificar suas conclusões, pois só assim poderá incorporar o novo
conhecimento. O professor deve estimular as reflexões: “Que cor você vai separar?”,
“Que cores sobraram?”
Pode-se variar esse jogo utilizando blocos lógicos e, dessa forma, será trabalhada a
classificação de seus atributos: cor, forma, tamanho, espessura.
As cores: vermelho, azul e amarelo.
As formas: quadrado, retângulo, círculo e triângulo.
Tamanhos: grande e pequeno.
Espessuras: grosso e fino.
19
b) Jogo Cor e Quantidade
Material: cartelas de cores, 1 dado, pinos coloridos.
Conteúdo: noção de cores e quantidade.
Desenvolvimento: a professora apresenta uma caixa com as cartelas coloridas. A criança
joga o dado e pega uma cartela. Ela deverá pegar os pinos de acordo com o que sair (por
exemplo, se ela tirar uma cartela verde e no dado tirar 5, deverá pegar 5 pinos verdes).
Ganha o jogo quem tiver mais pinos.
c) Jogo dos Atributos
Material: cartelas de cores (primárias/secundárias), cartela de formas (retângulo/
triangulo/quadrado/círculo), cartelas de tamanho (grande/pequeno), cartelas de espessura
(fino/ grosso).
Conteúdo: cor, forma, tamanho, espessura, contagem, quantidade.
Desenvolvimento: a professora dispõe as cartelas com a face para baixo e a criança vira
uma. Todas as peças com aquela característica deverão ser separadas. Na etapa
seguinte, serão virados dois cartões, a criança deverá então separar as peças que
apresentam os dois atributos. E vai aumentando gradativamente o número de atributos
que o aluno deverá procurar em uma mesma peça.
1.5. SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS
Amarelinha: desenvolve a noção espacial e auxilia diretamente na organização do
esquema corporal das crianças;
Bola de gude: desenvolve a estruturação do espaço, a coordenação perceptivo-motora, o
raciocínio numérico, a oralidade, além de proporcionar o controle e a contagem dos
números de bolinhas e classificações variadas;
Brincadeiras com bola: auxiliam no desenvolvimento de habilidades como noção de
espaço, tempo, identificação e comparação de formas geométricas (bola e círculo),
contagem, comparação de quantidades, noção de adição.
*Boliche: direção, impulso, força, coordenação viso-motora, noção de espaço.
20
*Batata-quente: concentração, percepção auditiva e coordenação dos movimentos no
ritmo e tempo em que a professora fala.
*Alerta: o jogador que está com a bola grita um nome e joga a bola para cima. A criança
chamada deve pegar a bola e continuar a brincadeira. (percepção auditiva, agilidade e
destreza)
*Bola ao cesto: noção de direção, sentido, localização, contagem, comparação de
quantidades.
Brincadeiras de roda: desenvolvem a coordenação sensório-motora, educam o senso
rítmico, desenvolvem o gosto pela música, disciplinam emoções como timidez e
agressividade e trabalham a atenção. Desenvolvem também as noções de tempo, de
espaço, contagem e noção de par. Exemplos:
* Se eu fosse um peixinho;
* Carneirinho carneirão;
* A canoa virou;
* Galinha do vizinho;
* Corre-cutia;
* Coelho sai da toca;
* Escravos de Jó;
* O mestre mandou;
* Morto vivo.
1.6. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
 Apresentar o conteúdo por meio de resumos, frases curtas ou em pequenos
tópicos. Desta forma, o aluno terá autonomia para ler e executar a atividade
solicitada.
 Quando for trabalhar algum texto com o aluno, priorizar textos curtos (poesia,
quadrinha, etc), ou, então, que esse texto apresente as linhas com cores
intercaladas, pois, desta forma, o aluno não se perderá na hora de ler e transcrever
o texto do quadro para o caderno.
21
 Evitar atividades que envolvam cópias extensas do quadro. O professor deverá
trazer a atividade digitalizada ou xerocada. As mesmas deverão ser apresentadas
em forma de tópicos ou textos curtos com uma linguagem simplificada;
 Elaborar a adaptação curricular priorizando os conteúdos essenciais do ano de
escolaridade;
 Subdividir as atividades propostas, caso estas exijam um nível maior de atenção e
escrita por parte do aluno;
 Utilizar um número maior de gravuras ou legendas que clarifiquem para o aluno o
que se está solicitando;
 Permitir que o aluno use respostas curtas/frases curtas em suas respostas, tanto
nas orais quanto nas escritas;
 Realizar prova prática, por exemplo, experiências;
 Ler os testes e avaliações para o aluno;
 Utilizar questões de múltipla escolha;
 Estender a duração da prova;
 Diminuir o nível de dificuldade das questões;
 Dar sugestões ou “dicas” extras, a fim de auxiliar o aluno no entendimento da
questão;
 Para revisar o conceito aprendido, é necessário utilizar as mesmas estratégias e
recursos usados na apresentação inicial desse conteúdo. O mesmo deve
acontecer no momento da avaliação;
 Usar linguagem simples e familiar, acessível à compreensão do aluno. A linguagem
não deve ser complexa, com muitas informações ao mesmo tempo;
 Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais;
22
 Reforçar instruções faladas com instruções impressas. Usar também imagens,
diagramas, símbolos e material concreto;
 Checar o entendimento – pedir para o aluno repetir as instruções dadas;
 Evitar perguntas fechadas e respostas monossilábicas do tipo “sim” e “não”.
Procurar sempre tornar a resposta do aluno mais completa e, se ele usar
monossílabo, peça complementação;
 Encorajar o aluno a falar em voz alta, dando a ele estímulos visuais;
 Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente;
 Utilizar sempre que possível o material concreto, pois tal recurso auxilia o aluno a
entender os conceitos apresentados;
 Fazer perguntas para tentar compreender melhor o que o aluno tenta expressar;
 Repetir para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada à turma;
 Permitir que o aluno apresente os trabalhos de pesquisa digitados e em pequenos
tópicos;
 Possibilitar diariamente que o aluno desenvolva as atividades em dupla. O
professor deverá escolher um “aluno monitor” e, se possível, que haja mudança
desse aluno de vez em quando, favorecendo a autonomia e socialização do aluno
com deficiência intelectual com os outros alunos da turma;
 Criar um caderno de vocabulário com conceitos específicos da disciplina.
23
2. AUTISMO
O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento, é uma alteração que afeta
a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer
relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente —
segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo
de síndromes chamada transtorno global do desenvolvimento (TGD).
O autismo apresenta comprometimento em três principais eixos:
 Interação social: alheios ao ambiente social, baixa incidência de interação com
crianças da mesma idade, falhas em apresentar comportamentos de atenção
conjunta como apontar e rastrear o olhar.
 Comportamentos estereotipados, repetitivos e restrição de interesses: adesão a
rotinas ou rituais incomuns; padrões repetitivos de comportamento, tais como
movimentos pendulares do corpo, postura não usual dos dedos, agito frequente
das mãos; preocupação persistente com partes de objetos.
 Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem: atraso ou
ausência completa de linguagem falada. Quando presente, a fala pode ocorrer
completamente fora de contexto, além de apresentar dificuldade em iniciar e
manter conversação.
2.1. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
 Muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da linguagem verbal.
Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, pois em sua
mente ele pode relacionar a palavra a uma figura. Para aprender substantivos a
criança precisa escutar o professor falar a palavra, ver a figura e a palavra escrita
simultaneamente. O mesmo deve acontecer quando for ensinar um verbo: segure
um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto executa o ato de pular.
24
 Crianças não verbais terão mais facilidade em associar palavras às figuras se
visualizarem a palavra escrita e a figura em um cartão. Alguns não entendem
desenhos e, por isso, é recomendável trabalhar primeiramente com objetos reais e
fotos
 Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança autista se
não forem demonstrados de forma concreta. Por exemplo: ao ensinar o conceito de
para cima/para baixo, utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para cima” enquanto
faz o movimento de decolagem e “para baixo” enquanto faz o movimento de
aterrissagem. Dessa forma, a criança autista terá maior facilidade para
compreender tais conceitos
 Muitas crianças autistas são boas em desenho, em artes e na utilização de
computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar com
essa fixação é usá-la para motivar os trabalhos da escola. Se a criança gosta de
trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática usando trens por
exemplo;
 Use métodos visuais concretos para ensinar conceitos numéricos;
 Uma criança não-verbal não consegue, ao mesmo tempo, processar estímulo
verbal e visual. Ela é “mono-canal” (consegue aprender melhor utilizando apena
um tipo de estímulo) e apresenta muita dificuldade para receber informações de
forma visual e auditiva;
 Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais conseguem aprender melhor por
meio do toque. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo que as
crianças toquem letras confeccionadas em lixa ou outro material que estimule a
percepção sensorial. Elas podem aprender a rotina diária sentindo alguns objetos
minutos antes da atividade ser executada. Por exemplo, quinze minutos antes do
almoço, dê uma colher para segurarem;
 Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham mais fácil ler
letras impressas na cor preta sobre papel colorido para diminuir o contraste. Utilize
papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Evite amarelo brilhante que pode
incomodar os olhos dos autistas.
25
COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA AUTISTA
Dificuldade Estratégia
Falta de atenção a instruções verbais, e
baixa compreensão da linguagem falada.
Pistas visuais, estruturação do ambiente,
rotina previsível, apoio concreto nas regras e
informações importantes.
Baixa resistência à frustração (desiste
facilmente e pode ficar agressivo se não
consegue realizar determinada
atividade).
Estruturação de jogos e atividades
(visualização de seu início, meio e fim),
aprendizagem com níveis de ajuda, inclusão
de pausas com atividades do interesse da
criança.
Distração.
Controle dos estímulos distrativos,
estruturação da rotina, atenção individual.
Insistência em realizar atividades
restritas e de seu próprio interesse
(baixa socialização).
Condução da rotina, abrindo espaço para as
atividades de interesse em momento oportuno
(após a realização das atividades coletivas).
Dificuldade de organização.
Estruturação do ambiente e das atividades;
pistas visuais, ordenação entre atividades e
pausas.
2.2. SUGESTÕES DE JOGOS
Os jogos constituem um recurso privilegiado para a aprendizagem e, quando bem
utilizados, ampliam possibilidades de compreensão por meio de experiências
significativas. Além disso, os jogos, por seu caráter coletivo, permitem que alunos autistas
troquem informações, façam perguntas e explicitem suas ideias e estratégias, avançando
em seu processo de aprendizagem e comunicação.
a) Jogo da Batalha
26
Material: cartas do baralho – do Ás ao 10.
Conteúdo: leitura de números, comparação.
Desenvolvimento: a meta é ganhar mais cartas. Um dos jogadores distribui as cartas: uma
para cada participante a cada rodada. Na sua vez, cada jogador abre a primeira carta de
seu monte. Aquele que virar a carta mais alta pega todas as cartas apresentadas. Todas
as jogadas se repetem da mesma forma até que todas as cartas já tenham sido
distribuídas. Se abrirem cartas iguais, os jogadores que empataram devem virar outra
carta e aquele que tirar a maior ganha. Pode ser jogado em duplas ou pequenos grupos.
b) Jogo 7 cobras
Material: 2 dados, lápis e papel.
Conteúdo: soma de dados, leitura e grafia de números.
Desenvolvimento: escreve-se a sequência numérica na folha de papel (2 a 12). Na sua
vez de jogar, o jogador soma os dados e marca com um X o número sorteado. Se a soma
der 7, o jogador desenha uma cobra no seu papel. Quem marcar todos os números
primeiro com o menor número de cobras é o vencedor. Quem obtiver 7 cobras sai do
jogo.
c) Jogo Nunca 10
Material: tampinhas de garrafa de cores diferentes ou palitos de sorvete coloridos (2, 3 ou
4 cores), 1 ou 2 dados.
Conteúdo: soma, noção de unidade, dezena, centena e milhar.
Desenvolvimento: cada jogador, na sua vez, jogará o dado. Soma-se o número e pega-se
a quantidade de palitos, iniciando com uma cor que representará as unidades (verde por
exemplo). Ao se obter 10 palitos verdes (10 unidades) troca-se por 1 palito de cor que
represente a dezena (azul, por exemplo). A centena é vermelha e o milhar amarelo. No
final das rodadas combinadas, efetua-se a soma para saber qual o vencedor.
d) Jogo dos atributos com bloco lógico:
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Material: cartelas de cor, forma, espessura e tamanho.
Conteúdo: noção de cor, forma, tamanho, espessura, contagem, quantidade.
Desenvolvimento: a professora pega 03 cartelas e a criança deve procurar um bloco
lógico que apresente três características apresentadas. Ex.: a professora pega 3 cartelas:
uma com o desenho do círculo, uma com o atributo fino e uma com atributo grande. O
aluno deverá encontrar um bloco que apresente as 03 características, ou seja, um círculo
fino e grande.
e) Jogos de mímica: (Imagem e Ação, por exemplo):
Ao transmitir, sem palavras, sentimentos ou situações, a criança organiza seu
pensamento lógico e busca compreender causas e consequências para melhor se
expressar.
f) Jogo Uno:
Estimula o raciocínio lógico-matemático, reversibilidade de pensamento,
trabalhando também sentimentos de intolerância e frustração.
Como jogar: cada jogador recebe 7 cartas. O restante do baralho é deixado na mesa com
a face virada para baixo e então vira-se uma carta do monte. Esta carta fica em cima da
mesa e serve como base para que o jogo comece.
O jogador à esquerda do que distribuiu as cartas inicia o jogo, que deve seguir em
sentido horário. Os jogadores devem jogar, na sua vez, uma carta de mesmo número ou
cor igual à da carta que está na mesa. Exemplo: se a carta inicial for um 2 vermelho o
primeiro jogador deve jogar sobre ela um 2 (não importando a cor) ou uma carta vermelha
(não importando o número). O jogador sucessivo faz o mesmo, dessa vez valendo como
base a carta colocada pelo jogador anterior. Ao jogar a penúltima carta, o jogador deve
anunciar em voz alta falando “UNO". Se não fizer isso, os demais jogadores podem
obrigá-lo a comprar mais duas cartas. A rodada termina quando um dos jogadores zerar
as suas cartas na mão.
g) Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a percorrer...):
28
Nestes jogos o ganhar e o perder são aleatórios, não dependendo da eficiência dos
jogadores. São muito úteis para crianças que não aceitam perder.
h) Jogos de estratégia (damas, trilha, xadrez, gamão...).
Nestes jogos, é preciso que a criança planeje a jogada, faça antecipações de suas
próprias jogadas e as do adversário.
i) Quebra-cabeça
Desenvolve a observação, concentração, percepção visual e raciocínio.
2.3. SUGESTÕES DE ATIVIDADES INTERATIVAS
Atividades interativas servem para auxiliar crianças e adultos com autismo a interagir e
desenvolver suas habilidades sociais e podem ser realizadas na sala de aula ou no momento
da recreação. As atividades podem ser adaptadas à faixa etária, interesses e estágios de
desenvolvimento social de cada aluno autista.
*Sinal Verde para Interação: depois de um período de isolamento, a criança demonstrará estar
disponível para uma interação social através de um “Sinal Verde”. Geralmente esse sinal verde
pode se dar por meio do: contato visual, comunicação verbal ou contato físico.
a) Caça ao quebra-cabeça
Meta: inspirar um aumento do intervalo de atenção compartilhada.
Motivações/Interesses: figuras, quebra-cabeças e passeios pela sala/escola.
Preparação: imprima da internet ou desenhe uma versão grande de um dos personagens
favoritos da criança (Barney, Backyardigans, Mickey, etc.). Plastifique com papel contact
(para tornar o material mais durável) e corte em pedaços para fazer um quebra-cabeça.
Início da atividade: quando a criança oferecer a você um “Sinal Verde para Interação”,
apresente a atividade pegando uma ou duas peças do quebra-cabeça. Explique
animadamente que figura será formada quando vocês pegarem todas as peças. Diga
também que a maneira de pegar mais peças será ela ir passear pela sala ou pelas
29
dependências da escola com você. Aproveite esse momento para lhe apresentar os
colegas de classe e pessoas da escola.
Passeie com a criança pela sala e pegue uma peça por vez, e levando-a até a mesa para
juntar a peça ao quebra-cabeça. Se a criança não quiser passear com você, procure
convidá-la outras vezes quando ela oferecer Sinais Verdes até que ela aceite passear.
Demonstre para a criança como pode ser divertido observar a figura crescer e se tornar o
personagem.
b) Pescando as sentenças
Meta: estimular a utilização de sentenças mais longas.
Motivações/Interesses: atividades físicas (Ex.: passear de cavalinho, balançar, rodar,
pular na bola grande, etc.)
Preparação: em letras bem grandes, escreva as sentenças que descrevem atividades nas
quais você acredita que sua criança terá interesse em participar. Por exemplo: “Eu quero
passear no pátio”, “Eu quero ir à sala de leitura”, “Eu quero pular amarelinha”, “Eu quero
brincar com avião”. Escreva quantas sentenças você conseguir inventar para ações que
você vai oferecer. Plastifique as sentenças para que elas possam ser reutilizadas.
Início da atividade: Quando sua criança oferecer um Sinal Verde, “pesque” uma atividade,
leia para ela e a convide para realizá-la com você. Quando sua criança estiver bem
motivada dentro da atividade, você pode pedir para que ela leia a sentença inteira ou para
que repita depois de você. E você oferece a ação motivadora.
c) Conversa com os dados
Meta: conversação com conteúdo social.
Motivação/Interesses: o assunto que sua criança gosta de conversar (Ex.: carros.).
Preparação: faça dois dados gigantes. Um dado será o dado das “situações”, cada face
terá uma situação diferente relacionada com a área de interesse de sua criança (ex: o
carro quebrando, comprando um novo carro, etc.). No outro dado, escreva em cada face
nomes de pessoas que sua criança conhece (Ex.: membros da família, amigos da escola,
professora e o nome da criança).
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Início da atividade: explique para a criança que neste jogo, cada um tem a sua vez para
jogar ambos os dados ao mesmo tempo. A combinação entre a situação e o nome da
pessoa ditará o assunto da conversa. A ideia é conversar sobre como aquela pessoa
agiria naquela determinada situação. Queremos encorajar conversas que tenham o foco
em informações pessoais. Se você jogar os dados e obtiver a mesma combinação uma
segunda vez, jogue o dado dos nomes novamente até que você tenha um nome diferente
para iniciar a conversa.
d) Histórias engraçadas
Meta: linguagem oral.
Motivação/Interesses: faça uma pilha de cartões com uma palavra ou desenho em cada
um. As palavras devem estar relacionadas aos interesses do aluno autista. Inclua nas
fichas uma que tenha o ponto de interrogação.
Início da atividade: inicie então uma história utilizando uma cartolina. Inicie a frase e faça
uma pausa, pegue um cartão e use a palavra para completar a frase. Se você pegar um
ponto de interrogação, você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para escrever
naquele ponto da história. Quanto mais engraçada e sem sentido a história, melhor!
Descreva a situação de forma animada, divertida e bem detalhada. Procure adicionar na sua
descrição vários interesses da criança. Por exemplo, se a criança gosta de humor tipo “pastelão”,
inclua na história pessoas escorregando ou deixando coisas cair, etc. Estimule a criança a ter a
vez dela. Auxilie a criança a contar a história o quanto você achar necessário. Quando a criança
entender bem o mecanismo do jogo e estiver altamente motivada, comece a introduzir desafios
maiores. Ofereça menos auxílio, fique em silêncio e espere que a criança ofereça mais ideias
espontaneamente. Se necessário, ofereça algumas dicas relativas à personalidade daquela
pessoa específica (Ex.: “Você se lembra como o Beto gosta de conversar o tempo todo? O que
você acha que ele faria se o carro dele quebrasse?”).
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2.4. SUGESTÕES DE ATIVIDADES E RECURSOS
a) TRABALHAR SOCIALIZAÇÃO E ORALIDADE
Para trabalhar o nome dos colegas da sala, pode-se utilizar esse tipo de chamada.
O aluno autista coloca a foto dos colegas que estão presentes, nomeia–os e realiza a
contagem dos presentes. É uma maneira lúdica e que geralmente surte efeito na
aprendizagem e socialização do aluno.
b) TRABALHANDO O NOME
Para trabalhar o nome dos familiares
e o parentesco, utilize vários tipos de
recursos lúdicos. O aluno autista coloca a
foto do familiar e nomeia–o ou coloca-se
frases sobre o que está fazendo na foto.
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c) TRABALHAR REGRAS E SOCIALIZAÇÃO
Utilizar fichas com figuras ou pranchas de comunicação para que o aluno autista
consiga entender e observar o passo a passo da regra/assunto trabalhado.
OS 03 PASSOS PARA
ACALMAR
33
d) TRABALHANDO A ROTINA
Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua
rotina diária e para auxiliar nessa necessidade, podemos montar a rotina semanal
utilizando fichas/cartazes, organizando a rotina diária/semanal do mesmo.
Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo com as
necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece a associação entre
a atividade e o símbolo, facilita tanto a comunicação quanto a compreensão.
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Organizar o ambiente físico da sala de aula a partir de placas que tenham
desenhos para indicar coisas básicas como: ir ao banheiro, comer, beber água, um
brinquedo específico, sair de sala, etc. Essas placas devem ser trabalhadas com o aluno
autista e esse, com o tempo, poderá se comunicar com a professora e os colegas
mostrando o que quer.
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e) TRABALHANDO A LEITURA E A ESCRITA
Alguns autistas, mais comprometidos,
não conseguirão soletrar as sílabas das
palavras, mas todos podem ler algumas
palavras globalmente. Para isto, apresente
sempre a figura com a palavra escrita, para que
ele faça a leitura das palavras memorizadas.
Decompor a palavra e separar as sílabas na ordem
compondo a palavra no papel.
Trabalhando a escrita da sílaba x palavra.
36
37
38
f) TRABALHANDO A RELAÇÃO NÚMERO x QUANTIDADE
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g) TRABALHANDO ADIÇÃO SIMPLES
h) TRABALHANDO AGRUPAMENTO POR COR
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i) TRABALHANDO AS FIGURAS GEOMÉTRICAS E AS FORMAS
j) TRABALHANDO A RELAÇÃO OBJETO x FICHA
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k) TRABALHANDO CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Trabalhando antônimos Trabalhando as partes das plantas
Trabalhando os sintomas da gripe Trabalhando as partes do corpo humano
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2.5. SUGESTÃO DE JOGOS E ATIVIDADES
a) Jogo cada número no seu quadrado
O objetivo é trabalhar:
• cores;
• números;
• sequência numérica;
• identificação dos personagens
Desenvolvimento:
1- Disponha a atividade para que os alunos possam explorar, visualizando-a e ao mesmo
tempo chamando a atenção para a atividade.
2- Peça para identificarem os personagens; caso o aluno não verbalize, neste momento
aponte e fale o nome de cada personagem para ele.
3- Peça para colocar uma bola no quadrado de mesma cor, ou para que coloque em um
quadrado de um personagem específico.
4- Com os números, peça para o aluno grudá-los nos quadrados de forma ordenada.
Explore a atividade conforme o nível do aluno. Se o mesmo não conhece os números,
entregue cada número na mão dele pedindo para grudar no local indicado por você e
identifique cada um.
Também, se preferir, pode usar tampas de pet nos quadrados pedindo ao aluno para
significar ou relacionar o número com a quantidade.
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b) Utilizando o tangran
A filosofia do tangram é que um todo é divisível em
partes, as quais podem ser reorganizadas num todo, como
a própria concepção de Malba Tahan sobre a Matemática.
Podemos dizer que o autismo também se assemelha com
esta regra do tangram, que devemos conhecer todas as
particularidades (partes) da pessoa com autismo, para
entendê-lo como um todo seguindo a regra do respeito.
O tangram é extremamente eficiente para o desenvolvimento do raciocínio lógico e
geométrico, principalmente no que se refere às relações espaciais. Também desenvolve a
coordenação motora fina.
Para auxiliar o nosso aluno autista a desenvolver tais competências, pode-se
confeccionar o tangran utilizando E.V.A. e papelão: fazem-se os moldes com papelão e
cola-se o E.V.A. nos dois lados, conforme imagem ao lado.
Essas peças vão ser usadas como encaixe de
uma base também feita com E.V.A. para cada figura
(ver figuras abaixo). Como você pode observar, foram
usadas só duas cores para evitar desatenção.
Este modelo de atividade com encaixes facilita
muito o trabalho, principalmente para quem tem
dificuldades na coordenação motora. Dentro do molde tem o lugar identificado para cada
peça. Para cada nível de aprendizagem do aluno, deve ser usado o grau de dificuldade
adequado.
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Trabalhando o Corpo Humano
Atividades de Ciências podem se tornar lúdicas ao se
usar o corpo da criança como molde. Utilizam-se, se
necessário, duas folhas de papel madeira para ficar do
tamanho da criança.
Na frente do espelho, a criança olha o reflexo do próprio
corpo e compara com o corpo desenhado no papel. Durante a
atividade, a professora explica sobre o corpo humano, o que é,
pra que serve... Depois, pode-se buscar na Internet um
esqueleto, aumentando-o para o tamanho real da criança.
Novamente, a professora explica sobre o esqueleto, o que é, qual a finalidade... A
criança recorta todos os ossos e os cola em seus respectivos lugares. Para cada osso
que a criança colar, ela deve tocar no osso de um colega e nomeá-lo.
Posteriormente, pode-se acrescentar outras partes como: pulmão, coração,
cérebro, etc, até chegar nas partes externas, cabelo, pele, unha. Mas lembrando: sempre
devemos nomear e explicar cada coisa, pois o que é comum acontecer com muitos
autistas é ele falar coisas que não sabem o que significam, ler textos sem entender o que
estão lendo, etc...
Variação da atividade:
Nomeie cada parte do corpo com um cartão
removível. Na parte de cima do cartaz, escreva “Colorir
______”. Peça para a pessoa pegar o cartão que
corresponde à parte do corpo que ela quer que seja
colorida e que o coloque no espaço para completar a
sentença.
Quando estiver altamente motivada, estimule a
criança autista a dizer a sentença completa. Se ela disser
apenas “colorir”, responda colorindo algo fora do corpo. Se
ela disser apenas “perna”, responda balançando a sua
própria perna.
A ideia é incentivar a pessoa a dizer “colorir perna” ou “colorir a perna” para você
“entender” e colorir a perna no corpo do cartaz.
COLORIR:
_________
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3. DEFICIÊNCIA AUDITIVA
Deficiência auditiva é a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a
habilidade normal para a detecção sonora. Considera-se, em geral, que a audição normal
corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de
audição). Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a
uma deficiência na audição.
A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na
manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um
mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos
ouvidos não descansam nem quando dormimos.
3.1. ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA
A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens
visuais e de todo tipo de referências que possa colaborar para o aprendizado dos
conteúdos curriculares que estão sendo estudados, como por exemplo:
 mural de avisos e notícias, cantinho da leitura, painéis de gravuras e fotos sobre
temas da aula, fichas de atividades;
 construção de maquetes utilizando diversos materiais, utilização de material
concreto;
 utilização do dicionário ilustrado ou glossário ilustrado;
 amplo acervo textual e visual.
A variedade de materiais e recursos visuais (imagens) possibilitam o entendimento dos
significados do conteúdo/objeto estudado.
Maquetes do sistema solar: Utilizando isopor e massinha
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3.2. SUGESTÕES DE ATIVIDADES
a) Saco das novidades
Objetivos:
 estimular na criança a habilidade de expressar-se perante um
grupo;
 desenvolver na criança a capacidade de expor seus
pensamentos de forma clara e organizada, situando-se no tempo
e no espaço, utilizando este recurso como apoio.
Material:
1 saco de pano, com a inscrição SACO DAS NOVIDADES e o nome da criança abaixo.
Desenvolvimento da atividade:
Cada criança deve possuir seu próprio saco das novidades, que será levado para
casa toda sexta-feira. Durante o final de semana, colocará no saco um objeto ou qualquer
material que represente ou faça parte de alguma atividade realizada neste período (seja
um passeio, uma brincadeira, um lanche, um momento em casa,...).Se não houver
possibilidade de colocar uma representação concreta, que seja então uma folha com um
desenho da atividade desenvolvida.
O saco das novidades deve ser levado e explorado em sala sempre na segunda-
feira. A criança mostra o objeto e conta o que ele significa, que atividade representa, onde
e quando foi realizada, quem participou dela.... Se não consegue fazê-lo
espontaneamente, o professor pode, num primeiro momento, auxiliá-la fazendo alguns
questionamentos: “O que você trouxe aí?”, “É seu? Não? De quem é?”,“Quando fez isto,
foi no sábado ou no domingo?”, “Você gostou?”,...
Conforme o nível de aprendizagem da turma, após a atividade, pode-se:
– fazer o registro individual ou em grupo; escrito ou ilustrado;
– montar histórias em quadrinhos que podem ser trocadas entre as crianças para que
recontem a atividade do colega em língua de sinais, proporcionando a troca e o
desenvolvimento linguístico;
– aproveitar algum registro para o trabalho de Português.
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Exemplo: uma criança traz dentro do saco uma boneca de pano nova.
1) Momento de conversação e exploração do objeto em língua de sinais: A criança pode
contar como e quando a ganhou, quem a fez, como é a boneca, se ela tem outras
bonecas ou não, como e onde ela brinca com a boneca, se já escolheu um nome para a
boneca.... Após este momento, as outras crianças podem manusear a boneca, fazer
perguntas e o professor pode aproveitar para explorar mais algum detalhe. Depois que
todos tenham mostrado e contado o que trouxeram faz-se o registro dos mesmos.
2) O registro pode ser em grupo, de duas formas:
Exemplo 1: A cada semana as crianças escolhem a
novidade de um dos colegas e formam o texto em
conjunto.
Exemplo 2: Monta-se um livro em conjunto, onde cada criança faz um desenho e uma
frase que resuma a sua novidade. Então se juntam todas as folhas, cria-se uma capa e
faz-se o livro do fim de semana.
Registro do Saco da Novidade:
Ana trouxe uma boneca de pano.
Ela ganhou esta boneca da vovó no
domingo.
Foi a vovó quem a costurou.
Domingo à noite Ana colocou a
boneca em sua cama e dormiu com
ela.
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3) O registro pode ser individual e de acordo com as possibilidades de cada criança.
Exemplo 1: Em forma de desenho, onde ela também escreve uma frase sobre o mesmo.
Domingo eu ganhei uma boneca de pano da vovó.
Exemplo 2: Em forma de história em sequência, onde a criança desenha e as frases
podem ser dadas ou não pelo professor.
DOMINGO EU FUI À CASA DA VOVÓ. VOVÓ FEZ UMA BONECA. VOVÓ ME DEU A BONECA.
Exemplo 3: Em forma de texto escrito pelo aluno.
Sugestões de trabalho a partir destes registros
a) trabalhar com as frases completas:
Minha Boneca de Pano
Domingo eu fui à casa da vovó e ela me deu a boneca.
Vovó costurou o corpo, o cabelo e a roupa.
Eu dormi com a boneca na minha cama.
Hoje eu trouxe a boneca de pano.
Minha Boneca de Pano
Domingo eu fui à casa da vovó
e ela me deu a boneca.
Vovó costurou o corpo, o
cabelo e a roupa.
Eu dormi com a boneca na
minha cama.
Hoje eu trouxe a boneca de
pano.
– Apresentar uma frase em LIBRAS para que seja identificada pelos
alunos;
– Apresentar a frase em alfabeto manual para que a criança a
apresente em LIBRAS;
– Apresentar um desenho para que a criança indique qual é a frase no
texto;
– Ordenar frases: recortar todas as frases, misturá-las e organizá-las
novamente;
– Recortar todos os elementos das frases e brincar com eles
formando novos textos;
– Fazer a leitura em LIBRAS e transcrevê-la exatamente como foi
sinalizada, para depois comparar este texto com o texto escrito na
língua portuguesa.
49
b) Saco da novidade: hábitos de higiene
1) Objeto a ser tirado: PAPEL HIGIÊNICO
O objeto é mostrado e inicia-se a conversação em língua de
sinais e através da oralidade:
“É mesmo macio? Qual é o “sinal” dele? Que cor é esta?
Para que serve? Qual é o nome em português? Alguém
sabe fazê-lo em alfabeto manual (LIBRAS)? É formado por
duas palavras: “papel” e “higiênico”. O que significam cada uma? É o mesmo papel onde
escrevemos e desenhamos? É possível desenhar ou escrever no papel higiênico?
2) Depois que todas as crianças participarem, trabalhar com todos os sinais e nomes dos
objetos expostos: listar os objetos em língua de sinais; escolher um objeto e criar frases,
montar cartões com os sinais e com os nomes em alfabeto manual e cartões com os
nomes em língua portuguesa, e brincar com todos eles.
a) Pegar um cartão em alfabeto manual (LIBRAS) e colocar junto ao material
correspondente;
b) Pegar um cartão em português e juntar ao cartão em sinal;
c) Pegar um cartão com o sinal e dramatizar uma situação de uso deste material para que
os colegas o identifiquem em alfabeto manual;
d) Pegar um cartão e criar uma frase em língua portuguesa sobre o objeto escolhido;
e) Aproveitar os cartões e montar as cartelas para jogo de bingo.
Para fixação do conteúdo, promover:
 conversas e trocas de informações em língua de sinais sobre os hábitos de higiene
pessoais e familiares;
 pesquisas em jornais, revistas e internet sobre hábitos de higiene;
 trabalhar com texto sobre o assunto.
ESPELHO
50
f) Propor exercícios para fixação do conteúdo:
Uso para lavar as mãos:
Uso para cortar unhas:
Uso para escovar os dentes:
Recorte as palavras, cole-as nos espaços adequados e desenhe as frases:
Eu lavo minhas mãos com _____________.
Eu corto minhas unhas com _____________.
Eu escovo os dentes com ___________.
c) Revisão dos conteúdos
Realizar revisão sobre o tema trabalhado em aula (conceitos, classificações,
sinalização...) utilizando fichas com as respostas para que a criança possa fazer uma
autocorreção ao terminar a atividade.
sabonete
tesoura
creme dental
tesoura
Creme dental
sabonete
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d) Atividades com o vocabulário
Material: folhas contendo meios de transporte misturados, em sinal e em português
escrito, tesoura e cola.
Recortar os sinais e as palavras da folha; juntar o sinal ao nome do meio de
transporte correspondente e colar no caderno.
e) Atividades de exploração e análise
Coleta de materiais para análise e descrição das
partes das plantas. Os alunos deverão procurar e
trazer para a escola raízes, partes de caules, folhas,
flores e frutos de diferentes vegetais. Em sala,
confeccionarão os cartões com os nomes destas
partes e discutirão sobre as diferenças e semelhanças
entre elas, bem como as funções de cada uma. Após,
montarão um painel sobre a utilidade das plantas,
utilizando as partes dos vegetais para complementar as informações do texto.
f) Jogo de Memória
Montar diferentes jogos de memória:
Sinal x Figura Sinal x Palavra
Alfabeto Manual x Palavra Figura x Palavra
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Variação: utilizar os conteúdos que estejam sendo trabalhados em aula (verbos, meios de
transporte, países,...) para fixação ou confeccioná-lo por classificação aleatoriamente
(comidas, bebidas, vestuário, brinquedos, animais,...) para introdução de palavras novas.
Aproveitando a brincadeira: durante a partida, sempre que um par for encontrado, o aluno
individualmente, ou o grupo, terá que repetir a palavra em alfabeto manual e oralmente.
No final do jogo, cada criança registra no caderno os seus pares e desenha-os ou forma
frases escritas. O professor pode aproveitar as palavras para atividades posteriores.
g) Jogo do Baralho
Montar um baralho de letras (português/alfabeto
manual) ou de sílabas com os alunos.
Como jogar: metade das cartas são distribuídas e a
outra metade fica no monte. A primeira carta do monte é
virada e colocada na mesa. A criança, na sua vez,
compra do monte ou da mesa, baixa as palavras que
conseguir formar e descarta sempre uma carta no final
da sua jogada. Vence o jogo aquele que terminar
primeiro suas cartas ou quando acabarem as do monte.
Cada letra ou sílaba do baralho pode ter uma
pontuação, assim os alunos poderão somar seus pontos
conforme as palavras que conseguirem formar, porém só ganharão os pontos se
souberem o sinal correspondente.
Sistematizando a brincadeira: no final de cada partida, as palavras são registradas e, ao
terminar a brincadeira, pode ser montado um minidicionário com todo o vocabulário do
jogo para ser aproveitado em outras atividades de português.
h) Jogo do Bingo
Montar diferentes jogos de bingo: cartões com
palavras e cartelas com sinais; cartões com sinais e
cartelas com palavras; cartões com alfabeto manual e
cartelas com letras; cartões com configuração de mão e
cartelas com figura e palavra; etc.
53
Sistematizando a brincadeira:
No fim de cada rodada todos terão que copiar as palavras marcadas na sua
cartela. Em seguida, formarão frases ou pequenos textos em português com as palavras
registradas. Esta brincadeira também pode ser aproveitada para montar em conjunto
situações problemas ou de interpretação escrita com os dados que obtiverem dela.
Exemplo: As crianças brincaram com um bingo de animais. Ao final do jogo montaram um
cartaz com a tabela abaixo e marcaram somente os animais que havia na sua cartela.
Depois, responderam as questões no caderno:
CACHORRO GATO SAPO PATO
JOÃO X X X
MARIA X X X
ANA X X X
CARLOS X X X
3.3. SUGESTÃO DE RECURSOS
a) Fichário
Descrição do material: caixa repleta de fichas
padronizadas, com figuras e palavras, que pode ser
utilizada em qualquer momento de aula com o intuito
de mostrar à criança “o nome das coisas” em
português ou o que determinada palavra representa.
As palavras podem ser colocadas na ficha de
formas diferentes: escritas só com letra bastão ou
escrita com letra bastão e LIBRAS. A escrita pode vir
logo abaixo da figura, atrás da ficha ou escrita num cartão à parte, possibilitando assim
utilizar a ficha em atividades que não exijam o apoio escrito.
Quantos colegas marcaram sapo?
Quem marcou pato?
Quem não marcou nada?
Quem venceu a rodada?
Que animais João marcou?
Maria e Ana tinham animais em
comum? Quais?
54
Sugestões de uso:
 apresentar palavras novas;
 relacionar sinais feitos pela criança à figura ou palavra correspondente;
 usar como apoio quando houver dúvida ou dificuldade de compreensão;
 procurar figuras que comecem com a letra sugerida pelo professor ou pelo
colega, em letra bastão ou alfabeto Braille;
 organizar figuras por ordem alfabética ou por quantidade de letras ou sílabas;
 organizar figuras por classes de palavras, onde você mostra, por exemplo, um
cartão escrito “BRINQUEDOS” e as crianças têm que escolher entre várias
fichas só as que fazem parte deste conjunto;
 escolher 2 ou 3 fichas para a criança escrever uma frase utilizando todas elas.
Exemplo: “bola – casa - menina” – “A menina tem uma bola em casa.”
b) Dicionário configuração de mãos/português
Material confeccionado com os alunos
durante as aulas com o objetivo de incentivá-los
a buscar sozinhos as palavras em que
apresentem dúvida.
As crianças ouvintes elaboram este dicionário
utilizando o sinal da primeira letra da palavra e
colando na beirada das páginas. Cola-se a
palavra nova que comece com aquela letra e
acrescenta-se junto a ela o desenho ou a figura
correspondente.
A criança com deficiência auditiva incluirá o
sinal do que pretende escrever, por exemplo, na
palavra avião ela colocará o desenho ou figura e o “sinal de avião”.
Sugestões de uso:
 utilizar esse dicionário sempre que a criança não souber como se escreve
determinada palavra;
55
 apoiar o aluno em qualquer atividade, tanto nas horas de leitura e produção textual,
quanto nas horas de atividades lúdicas.
c) Alfabeto móvel LIBRAS e português
Confeccionar com as crianças vários
conjuntos de alfabetos tanto em língua de sinais
quanto em português para utilizá-los em
diferentes momentos de aprendizagem.
Sugestões de uso:
 o professor monta palavras em alfabeto
manual/LIBRAS para a criança montá-las abaixo em português;
 fazer pareamento de letras com os dois alfabetos;
 brincar com as letras num saco, onde uma criança tira uma letra para que as
demais apresentem sinais de objetos cujos nomes em português comecem ou
terminem com a letra escolhida;
 montar bingo utilizando este recurso: figuras e letras, palavras e letras.
3.4. TREINAMENTO AUDITIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O treinamento auditivo tem por finalidade fazer com que o aluno com deficiência
auditiva aprenda a ouvir e interpretar os sons, desenvolvendo ao máximo seus resíduos
auditivos. O treinamento auditivo é apresentado seguindo uma gradação de sons
grosseiros para sons mais elaborados, dos mais graves e fortes para os mais agudos e
fracos. A distância da fonte sonora também segue uma gradação, de início mais perto e
aos poucos mais longe.
Esse treinamento visa desenvolver as funções auditivas necessárias à aquisição e
ao desenvolvimento da linguagem oral final.
Objetivos do treinamento auditivo
 Adquirir e desenvolver a consciência do mundo sonoro: presença e ausência de
ruídos, sons instrumentais e da fala;
56
 Desenvolver a capacidade de conceituar a atividade psíquica nos estímulos
auditivos (atenção auditiva);
 Localizar a fonte sonora, visando à segurança existencial e à construção do espaço
não alcançados pela visão (localização auditiva);
 Identificar e reconhecer ruídos ambientais, sons instrumentais e sons de fala (mais
grosseiros)
 Discriminar a intensidade (forte/fraco) dos ruídos, dos sons instrumentais e das
palavras
 Discriminar a frequência (altura) dos ruídos, dos sons instrumentais e da fala
(grave/aguda)
 Perceber a quantidade de impulsos dos ruídos, dos sons
 Desenvolver a consciência da duração dos ruídos, dos sons instrumentais e das
vogais (longa/breve)
 Desenvolver a capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos sonoros
anteriormente apresentados (memória auditiva)
 Desenvolver a capacidade de relembrar rapidamente ruídos e sons (evocação)
 Desenvolver a capacidade de perceber e reproduzir sons na mesma ordem em que
foram apresentados (memória sequencial auditiva)
 Desenvolver a capacidade de identificar as características dos sons dentro de um
todo e de reuni-los formando um todo (análise/síntese auditiva).
Obs.: Uma criança que iniciar a estimulação auditiva na faixa etária de zero a três anos e
der continuidade ao treinamento e ao uso sistemático do aparelho de amplificação sonora,
até o final da pré-escola, provavelmente alcançará a maioria dos objetivos do treinamento
auditivo. Quando o treinamento auditivo iniciar-se na pré-escola, essas atividades
deverão estender-se por mais tempo até as séries iniciais do Ensino Fundamental.
a) Consciência auditiva - é a capacidade de reagir a um estímulo sonoro.
Como problemas decorrentes da ausência de consciência auditiva podem aparecer:
 alheamento ao ambiente sonoro;
 dificuldade de comunicação;
 dificuldade na aprendizagem.
57
Sugestão de Atividade
Levar CD de vários ritmos musicais (lento – rápido – forte – suave), pedir para o aluno
sentir o ritmo da música ao colocar as mãos no aparelho de CD. O professor deve
perguntar que tipo de ritmo a música apresenta. Incluir também momentos em que não
haja ritmo / música tocando, para que o aluno perceba a ausência de vibração.
b) Atenção auditiva - é a capacidade de concentrar a atividade psíquica nos
estímulos auditivos. Como problema decorrente de falhas na atenção auditiva pode
aparecer dificuldade em se concentrar em estímulos sonoros, prejudicando assim a
aprendizagem.
Sugestão de Atividade
A mesma sugestão de atividade da consciência auditiva, pois na medida em que a criança
distingue o ritmo, a presença ou ausência do som, precisa prestar atenção ao que a
professora diz.
c) Localização auditiva - é a capacidade de localizar a fonte sonora. Como
problemas decorrentes de ausência de localização auditiva podem aparecer:
 respostas em direções diferentes das fontes;
 dificuldades em identificar os sons;
 dificuldades na aprendizagem.
Para desenvolver a habilidade de localização auditiva, coloca-se inicialmente a criança
em contato com o local onde está situada a fonte sonora.
Sugestão de Atividade
Colocar na sala de aula, em local escondido (atrás / dentro de algo) o aparelho de CD. O
aluno deverá apontar a direção de onde está vindo o som. Caso não acerte, permita que
ele chegue mais próximo do som e pergunte novamente se ainda acha que vem do lado
em que informou anteriormente.
58
d) Discriminação auditiva - é a habilidade de diferenciar um som do outro e de
distinguir pequenas diferenças nos sons. Como problemas decorrentes de falhas
na discriminação auditiva podem aparecer:
 confusão e troca de fonemas quando de sua enunciação. Ex.: /pote/ /bote/;
 dificuldade na associação dos fonemas (sons) aos grafemas (letras)
correspondentes, com problemas para a aprendizagem da leitura e escrita.
A criança aprende a associar um som com a fonte que o produziu. À medida que
desenvolve essa habilidade, começa a discriminar um som do outro.
Sugestão de Atividade
Utilizar duplas de caixinha de fósforos com diferentes materiais (terra fina – pedrinhas –
maisena – arroz). Mostre para o aluno o barulho de cada caixinha, depois, peça para ele
agrupar em duplas os sons semelhantes. Ao final, confira, abrindo a caixinha, se há o
mesmo material nas duas e consequentemente o mesmo som.
e) Memória auditiva - é a capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos
sonoros anteriormente apresentados. Como problemas decorrentes de dificuldades
na memória auditiva podem aparecer:
 dificuldades em reconhecer e reproduzir estímulos auditivos;
 dificuldades aparentes de compreensão;
 dificuldades em cumprir ordens.
A partir do momento em que a criança é capaz de identificar sons, demonstra estar
armazenando impressões auditivas.
Sugestão de Atividade
Mostre figuras de animais (gato, cachorro, galinha, passarinho...) e emita o som de cada
animal (pode-se levar cd que tenha o som dos bichos). Peça para o aluno imitar o som
dos bichos, e, caso apresente dúvida em algum som, repita-o e auxilie o aluno a emiti-lo.
f) Memória auditiva sequencial - é a capacidade de perceber e reproduzir sons na
mesma ordem em que foram produzidos. Como problemas decorrentes de
distúrbios da memória auditiva sequencial podem aparecer:
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 inabilidade de apreciar a ordem temporal ou a sequência dos acontecimentos
auditivos que podem se refletir nas trocas de sílabas nas palavras (por
exemplo: macoca por macaco) ou troca de palavras nas frases;
 dificuldade de aprender os dias da semana, os meses do ano e até mesmo a
sequência dos fatos históricos;
 a memória e a sequência auditivas envolvidas no processo de leitura - escrita;
 problemas na análise e síntese auditiva das palavras dificultando o processo de
aprendizagem da leitura e da escrita.
Sugestão de Atividade
Apresentar uma sequência de sons (poucos no início, aumentando gradativamente) e
pedir para que o aluno repita na ordem apresentada. Podem ser sons de bichos ou de
sílabas.
g) Análise - Síntese auditiva - é a capacidade de identificar as características dos
sons dentro de um todo e de reuni-los formando esse todo. Como problemas
decorrentes de dificuldades de análise-síntese auditivas podem aparecer:
 dificuldades em combinar fonemas e sílabas para formar uma palavra e em
combinar palavras para formar uma sentença, dificultando, assim, a
aprendizagem da leitura e da escrita, principalmente se o professor utilizar um
método fonético;
 dificuldades em separar as palavras em sílabas ou em fonemas (sons
individuais), afetando a aprendizagem da leitura.
Para aprender a ler, a criança deverá aprimorar suas habilidades de análise/síntese
auditivas. Ela necessita analisar a palavra nas partes que a compõem, percebendo as
palavras como feitas de sons iniciais, mediais e finais.
Sugestão de Atividade
Trabalhar a palavra com o reconhecimento dos fonemas que a compõem. Assim como
trabalhamos com os alunos nos anos iniciais para reconhecerem a sílaba inicial, mediana
e final de uma palavra, deve-se trabalhar com o aluno com deficiência auditiva para que
ele emita o som inicial, mediano e final da palavra estudada.
60
4. DEFICIÊNCIA VISUAL
Deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho,
após a melhor correção óptica. Classifica-se em:
 cegueira - perda total ou resíduo mínimo de visão que leve a pessoa a necessitar
do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.
 baixa visão ou visão subnormal - é o comprometimento do funcionamento visual
de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa
visão possui resíduo visual em grau que lhe permita ler textos impressos ampliados
ou com uso de recursos ópticos especiais.
Os recursos tecnológicos e a utilização de jogos pedagógicos contribuem para que
as situações de aprendizagem sejam mais agradáveis e motivadoras para a criança com
deficiência visual. E tais recursos podem ser usados por todos os alunos, com deficiência
ou não.
A utilização de jogos, instrumentos de medir, mapas de encaixe e diversos objetos
devem ser adaptados, tornando-se assim significativos para alunos cegos ou com baixa
visão. Tais materiais devem apresentar cores contrastantes, texturas e tamanhos
adequados a fim de favorecer a aprendizagem dos conceitos estudados.
4.1. ORIENTAÇÕES PARA AUXILIAR O ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
1ª Orientação: posicionamento do aluno na classe
A escola deverá descobrir com o aluno qual é a melhor localização deste na sala
de aula para que ele consiga utilizar ao máximo a sua visão e participar do que está
sendo desenvolvido na aula.
Geralmente, colocamos o aluno a um metro do quadro e sentado na 1ª cadeira do
lado direito da sala; depois, na 1ª cadeira do lado esquerdo e, por fim, na 1ª cadeira da
fila central. O aluno tentará visualizar algo escrito no quadro (em letra grande) e informará
em qual posição consegue enxergar melhor. Descoberto o melhor posicionamento na
sala, o aluno deverá sentar-se sempre no mesmo local e mudar quando houver
necessidade por conta do seu resíduo visual.
61
2ª Orientação: claridade
As janelas deverão ter uma "barreira" que poderá ser feita colocando papel
madeira nos vidros para que a luz natural não interfira na visão do aluno. A luz artificial
ficará funcionando normalmente. Tal orientação serve p/ todos os alunos, desde que não
haja alguma outra orientação específica do Instituto Benjamin Constant - IBC ou de um
outro especialista da área médica.
3ª Orientação: cópia do quadro / atividades
Caso o aluno tenha dificuldades em copiar as atividades do quadro, a escola,
juntamente com a família, poderá utilizar a estratégia de tirar cópia do caderno de um
aluno da mesma classe e o responsável pelo aluno com deficiência visual deverá ler as
anotações em casa para que ele (o aluno) reforce a atividade desenvolvida em aula, ou o
professor deverá elaborar um resumo do tema e atividades em letra ampliada.
4ª. Orientação: tamanho da fonte / letra
As provas e atividades deverão ser realizadas (se forem por escrito) em fonte
maior do que a utilizada normalmente com os outros alunos. Para que se ache o tamanho
da fonte adequada para o aluno com deficiência visual, leve-o ao laboratório de
informática e digite uma palavra/frase na fonte Arial e coloque o tamanho 30 e vá
aumentando até que o aluno consiga informar qual é o tamanho da fonte mais apropriada
para ele.
Outra sugestão: o aluno pode realizar a avaliação/atividade na sala de informática,
utilizando o computador. Desta forma ele terá melhor visualização ou, ainda as provas e
atividades poderão ser respondidas oralmente, (gravando a resposta, mesmo que seja em
áudio, durante a avaliação).
5ª . Orientação: atividades
O aluno com deficiência visual apresenta maior facilidade em aprender os
conteúdos se estes forem apresentados de maneira concreta: maquete, aulas passeio,
experimentos, cartazes com letras grandes e em bastão, utilizando contraste preto no
branco.
62
4.2. SUGESTÕES DE RECURSOS E ATIVIDADES
a) Escala de Cuisenaire
A Escala Cuisenaire propicia a apredizagem de
conteúdos como soma, subtração, propriedades
comutativa e associativa, noções de dobro, metade,
etc.
Sugestões de uso:
 fazer jogo de bingo, em que o professor vai chamando os números e as crianças
colocam as barrinhas correspondentes em suas cartelas;
 construir uma escada com as barras, tanto em ordem crescente quanto
decrescente;
 brincar de compra e venda, utilizando as barras para simbolizar o valor do dinheiro;
b) Material Dourado
Nessa atividade as crianças vão perceber que há
uma relação entre as peças. A pergunta a ser feita
é: quantas peças menores vale uma peça maior?
Sobrepondo umas às outras, os alunos chegarão à
relação de equivalência entre elas.
Posteriormente, esta atividade servirá como base
para compreensão do conceito de área.
c) Jogo do Sistema de Numeração Decimal
Este é o momento mais sistemático da “numerização”
antes do uso formal dos contadores mecânicos.
Utilizando o material dourado, atribuem-se valores a
cada peça: o cubo menor vale 1; a barra vale 10; a placa vale
100 e o cubo maior vale 1.000. Pode-se utilizar palitos coloridos ao
invés do material dourado.
63
A PRODUÇÃO TEXTUAL E O ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Esses alunos são potencialmente capazes de compreender, interpretar e
estabelecer relações. Estão habituados a exercitar predominantemente a escuta e a fala
que costumam ser mais encorajadas do que o exercício da escrita. A produção de texto
contribui para a estruturação da linguagem e do pensamento, além de despertar a
imaginação e a criatividade. Esta é uma situação de aprendizagem muito rica que
possibilita o contato e a interação com diversos códigos de expressão oral e escrita. O
aluno com deficiência visual pode realizar a produção textual utilizando o computador.
a) Trabalhando o alfabeto
Esses materiais auxiliam o professor nas
atividades que envolvam o alfabeto, a
consciência fonológica e grafológica.
 Solicitar ao aluno que encontre as
letras e estabeleça relação entre elas e
os objetos colocados nas gavetas;
 Ler com os alunos as letras em
sequência de A a Z;
 Contar quantas fileiras e quantos
compartimentos existem;
 Trabalhar a noção de direita/esquerda, em
cima/embaixo;
 Perguntar qual a primeira letra e qual a
última de cada fileira;
 Pedir a cada criança que escolha uma
gaveta/compartimento, retire os objetos nela
contidos, conte-os, brinque, identifique o nome,
uso e função.
 Incentivar a troca de ideias entre as
crianças a respeito dos objetos. Propor que
encontrem no ambiente outros objetos cujos nomes começam com a mesma letra;
64
 Periodicamente, substituir alguns objetos por outros novos para que os alunos
tenham oportunidade de conhecer um maior número de objetos do ambiente.
b) Trabalhando relação número x quantidade
Pedir aos alunos que contem as gavetas, iniciando
pelo lado esquerdo e indo na direção da direita.
Ajudar a encontrar e explorar os números escritos na
frente da gaveta; a ler os números em sequência.
 Explicar o que são números ímpares e pares
e que os números ímpares estão nas gavetas
da esquerda e os pares na coluna da direita.
 Trabalhar os conceitos de direita e esquerda,
em cima e embaixo.
 Incentivar as crianças a conversar e relatar suas
experiências sobre os objetos.
 Pedir que retirem os objetos de todas as gavetas
que os contêm, colocando-os em um recipiente. Em
seguida, devem juntar os objetos iguais, formando
pequenos montes.
 Pedir que contem um grupo de objetos e
procurem a gaveta com o número correspondente para guardá-los. Repetir com os
outros objetos até que todos estejam guardados;
 Outra forma de se trabalhar a relação número/quantidade, é confeccionar cartões
com o número em alto relevo e contraste (branco/preto) e utilizar para registrar a
quantidade de palitos de picolé, canudos ou cartelas com desenhos representando
a quantidade.
c) Livro sensorial
Pode-se usar o livro sensorial para a
introdução de conceitos, promover experiências
concretas com elementos do ambiente, na forma e
tamanho naturais, com os exemplos mais variados
65
possíveis. Quando for impossível, usar objetos e mostrar exemplos reais, usar réplicas,
brinquedos, miniaturas e explicações verbais.
d) Livros ilustrados
O livro adaptado deve apresentar o texto ampliado, em letra de forma, de modo a
favorecer a leitura por crianças com baixa visão.
Para as ilustrações, podem ser utilizadas figuras montadas com diferentes
recursos: EVA, tecido, lã costurada, contas costuradas para indicar olhos e outros
detalhes, objetos miniatura.
e) Trabalhando classificação e seriação com blocos lógicos
Auxilia no trabalho com os conceitos de
organização espacial como: direita, esquerda,
primeiro, segundo, terceiro, quarto, último,
penúltimo, em cima, embaixo.
Sugestões de uso:
 pedir que formem grupos de placas com
a mesma forma;
 pedir que digam os nomes das figuras;
 pedir que peguem uma peça, identifiquem-na pelo nome e coloquem-na na
caixa correspondente sua forma;
 ajudar as crianças a identificar as cores;
 propor algumas continhas usando as placas.
66
67
68
4.3. SUGESTÕES DE RECURSOS
a) Miniaturas
Para auxiliar o aluno com deficiência
visual, deve-se utilizar miniaturas a fim de
possibilitar a compreensão e aplicação
adequada do conceito estudado, a percepção
tátil, as unidades de medidas, preço,
categorias, etc.
b) Mapas
Os mapas políticos, hidrográficos e outros
podem ser representados em alto relevo,
utilizando-se cartolina, linha, barbante, cola e
outros materiais de diferentes texturas.
Observação: a riqueza de detalhes em um
mapa pode dificultar a percepção de aspectos
significativos.
c) Mapa de encaixe
Auxilia na aquisição de conceitos em relação às
Regiões Geográficas, pois suas peças são
destacáveis como um quebra-cabeça.
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d) Maquetes
A utilização de maquetes é uma boa maneira para se trabalhar conceitos complexos,
como por exemplo: as noções e os conceitos relacionados aos acidentes geográficos, ao
sistema planetário e aos fenômenos da natureza.
O conceito de árvore para a criança
com deficiência visual limita-se ao
toque do caule, e das partes em
separado, quando lhes são mostradas
as folhas, os frutos em sua mão. O
todo só pode ser entendido pelo toque
em uma figura em relevo, como a
desta foto, onde a criança poderá
entender o conjunto.
70
e) Caixa tátil
Através do orifício disposto na lateral da caixa a
criança deverá enfiar a mão, retirar uma peça e,
posteriormente, repetindo a operação, encontrar o
par do objeto. Ideal para o treinamento e
desenvolvimento da percepção tátil.
f) Bingo
O jogo de bingo permite o trabalho com diferentes conceitos (formas, números,
espécie e gênero, figura e palavra, etc).
Bingo de formas: as formas devem ser desenhadas em material tateável e coladas sobre
cada cartela e também em pequenos cartões, a serem sorteados. Vários tipos de
materiais podem ser utilizados para preparar figuras em relevo: EVA, lixa, flanela, papel
rugoso... Os "feijões", ou peças para marcar figuras sorteadas, podem ser substituídos
por quadrados de EVA que se encaixem nos orifícios no canto da cartela. Isso permite
que as informações não se percam sobre as figuras já sorteadas.
g) Dominó de percepção manual
Este é um excelente material para o desenvolvimento
da coordenação motora fina e para o reconhecimento
tátil de figuras variadas.
h) Dominó de texturas
As peças são revestidas por inteiro, o que facilita a percepção
sensorial, desenvolvendo a discriminação tátil e o raciocínio
lógico pelo emparelhamento de peças iguais.
Estabelecendo o hábito de realizar atividades em grupo e
elaborando estratégia para ser o primeiro a se livrar de todas as
pedras, esse é um excelente jogo para todas as idades.
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i) Discos de frações
Auxiliam na aquisição do conceito de frações.
Desenvolvem a noção de inteiro e parte, de
equivalência e do conceito matemático de divisão.
j) Sólidos geométricos
Possibilitam o reconhecimento das formas
geométricas básicas tridimensionalmente
facilitando a compreensão dos conceitos da
Geometria.
k) Esquadro / Régua adaptados
Colocam-se pontos nas marcações dos centímetros (cola colorida). Auxiliam o aluno com
deficiência visual a traçar, transferir retas e compor ângulos.
72
l) Ábaco
Auxilia no entendimento de conceitos de quantidades, na relação número/quantidade e
nas quatro operações (com ênfase na adição e subtração).
m)
n)
o)
p) Fixador de folhas e pauta ampliada
É um recurso que substitui o uso do caderno pelo aluno com baixa visão. Geralmente
utiliza-se folha A4 ou A3 com as linhas com espaçamento ampliado e com as linhas bem
marcadas em negrito. O fixador de folhas age como um “prendedor ou fichário”, fazendo
com que as folhas fiquem juntas, auxiliando assim, o aluno na sua organização e
sequência.
73
q) Tiposcópio
Auxilia o aluno com baixa visão no momento da leitura, pois serve como um guia de
linha. Com a utilização desse recurso, o aluno não confunde a linha em que estava
realizando a leitura.
4.4. O USO DO COMPUTADOR
Atividades escritas no quadro apresentam baixo custo e rapidez para o professor,
mas para o aluno com baixa visão se tornam difíceis pelo fato de enxergarem pouco e
para o aluno com deficiência física por terem dificuldade para digitar de forma ágil.
Desta forma, a utilização do computador se torna eficaz, visto que esse recurso dá
ao aluno autonomia na realização das atividades e auxilia em sua aprendizagem.
 O professor deve providenciar a digitalização do texto/atividade a ser desenvolvida
com a turma (em pen drive), com antecedência, para que o aluno possa participar
da aula com autonomia.
 Quando a imagem não tem a função de mera ilustração, mas estiver articulada
com o conteúdo em discussão na atividade, é preciso adaptá-la; os desenhos não
podem ter muitos detalhes e, de preferência, que sejam grandes e nomeados.
Além desta estratégia é preciso narrar a imagem apresentada.
74
 Usar a letra Arial, fonte 30. Se necessário, aumentar a fonte para uma maior e usar
o comando negrito para ressaltar a escrita e facilitar a leitura pelo aluno.
 Usar espaçamento duplo entre as linhas do texto/atividades.
 Há no ambiente Windows a opção de se realizar configurações básicas no monitor
e áudio, favorecendo, assim, a acessibilidade da pessoa com deficiência. Tais
configurações podem ser realizadas em: Menu Iniciar – Painel de Controle –
Facilidade de Acesso – Central de Facilidade de Acesso
a) Ampliadores de texto
 Lente de aumento do Windows / Lupa
A lente de aumento do Windows ou Lupa talvez seja o recurso de ampliação
mais acessível aos usuários, já que o mesmo vem instalado por padrão no
sistema Windows. Ele é extremamente leve, mas, em compensação, possui
poucas opções. Seus principais recursos são: nível de ampliação de até 9x,
alto contraste e seguir foco do mouse e teclado.
Localizado em: Menu Iniciar – Todos os Programas – Acessórios – Acessibilidade
 Virtual Magnifying Glass Portable - VMGP
O VMGP amplia a tela do computador. Possui um menu intuitivo e de fácil
configuração. A lupa acompanha o mouse e você pode definir o tamanho
da área de ampliação. Outro ponto a favor do VMGP é o fato dele ser
portátil, podendo ser levado num pen drive.
Versão: 3.4 (Gratuito - Portátil) - Desenvolvedor: Portable Apps
 Magical Glass
O Magical Glass é mais um ampliador da "família" gratuito e cumpridor naquilo
que lhe é proposto. Pra quem gosta do estilo "lupa que acompanha o mouse" o
programa é uma boa pedida. Não possui muitas funções e é bem fácil de
configurá-lo, bastando para isso utilizar o teclado numérico (1 a 9) para
ampliar, aumentar a área de zoom e ativar alto contraste.
Versão: 2.0.0.2 (Gratuito) - Site Oficial: http://freestone-group.com/magg.htm
75
 DesktopZoom
Fácil de usar, leve e portátil, o DesktopZomm possui diversos modos
de ampliação, controle de zoom, cores invertidas e alto contraste. O
que chama a atenção é uma espécie de miniatura que fica no canto
inferior da tela, mostrando ao usuário em que parte da tela ele se
encontra. Versão: 3.5 (Gratuito)
Site Oficial: http://users.telenet.be/littlegems/MySoft/DesktopZoom/Index.html
b) Leitores de texto
 Virtual Vision
Desenvolvido em 1997 pela Empresa Brasileira Micropower, o Virtual Vision,
atualmente na versão 6.0, é o único leitor de telas totalmente desenvolvido
no Brasil. É capaz de interagir com os principais programas normalmente
utilizados em um computador, reconhecendo assim Word, Excel, Internet
Explorer, Outlook, MSN, Skype, entre outros.
Desenvolvedor: MicroPower - Site Oficial: www.virtualvision.com.br
Alunos com deficiência podem obtê-lo gratuitamente em bancos como o
Bradesco, Itaú e Real.
 DOSVOX
Desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), o DOSVOX não é apenas um leitor de telas e sim um
Sistema Operacional completo rodando em ambiente Windows.
O DOSVOX é o leitor de telas mais indicado para crianças, jovens ou para um
usuário que esteja começando a usar um computador.
Dentro do sistema você encontrará editor de texto, jogos de caráter didático e lúdico,
programas para ajudar na educação de crianças com deficiência visual, entre outras tantas
funcionalidades.
Desenvolvedor: Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ
Site Oficial: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox
76
4.5. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
a) Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira
 Entregar com antecedência o texto que será estudado em sala para que o aluno
tenha tempo de lê-lo e de ter acesso ao assunto a ser abordado.
 O aluno deverá ser incentivado a perguntar ao professor as grafias que são
significativamente mais difíceis.
 Os desenhos, esquemas, figuras, gravuras e demais imagens (inclusive as
mostradas em vídeo) deverão ser apresentados antecipadamente ao aluno,
devendo, ainda, ser descritos.
 O professor de Língua Portuguesa ou de Língua Estrangeira deve lembrar-se de
que, em situação de teste, as questões que envolvem a leitura de textos devem ser
revistas, pois acabam prejudicando o desenvolvimeno do aluno devido ao tempo
que será demandado para ler o texto e responder as perguntas. Para sanar tal
problema, pode-se entregar o texto antes para o aluno ler e assim, no momento da
prova, ele o lerá muito mais rápido e conseguirá responder as questões dentro do
tempo, da mesma forma que seus colegas.
b) História e Geografia
 Os mapas, gráficos e esquemas em testes de História, Geografia e outras
disciplinas devem ser oferecidos em relevo e acompanhados de perguntas que
possam ser respondidas sem o auxílio da visão.
 Os textos mais curtos e diretos são mais acessíveis, podem ser apresentados
escritos em tópicos ou resumidos.
 Sempre que for utilizar uma figura, esta deve ser apresentada em alto relevo, com
contrastes ou texturas que possam ser sentidas através do tato.
 As atividades e testes deverão ser adaptados. O aluno se beneficiará de perguntas
que permitam a oferta de respostas diretas e não requeiram recurso de produção
textual, de mapas, tabelas, gráficos, uma vez que tais produções exigem maior
tempo;. Os gráficos, mapas, tabelas, etc. devem ser oferecidos em partes sempre
77
que forem grandes, pois muitas informações em um pequeno espaço dificultará a
aquisição e/ou processamento das informações.
c) Ciências, Física e Química
 Permitir que o aluno explore os esquemas, gráficos e outros recursos
antecipadamente, sempre que possível.
 Os experimentos químicos observados exclusivamente pela visão sempre que não
puderem ser substituídos por vias sensoriais (tátil, auditiva, olfativa ou gustativa)
devem ser fornecidos ao aluno pelo professor, de maneira oral;
 Na exibição de um filme ou "slides" o professor deverá oferecer ao aluno com
deficiência visual, a audiodescrição, podendo o professor, valer-se de um colega
do aluno para fazer tal atividade, de modo que ambos aprendam juntos.
 Usar o laboratório ou possibilitar ao aluno outra situação de experiência concreta.
Isso deverá ser feito, tanto permitindo que ele faça a experiência diretamente,
como colaborando com ela indiretamente, por exemplo, anotando os dados
observados pelos colegas, etc. A observação, a experimentação e a exploração do
concreto, do palpável, é muito importante.
d) Matemática
 Os exercícios escritos no quadro devem ser lidos em voz alta.
 Caso o aluno apresente dificuldades para copiar, o professor deverá elaborar a
atividade em folha ofício com letra ampliada.
 É preferível se obter um único exercício bem executado pelo aluno, do princípio ao
fim, e devidamente corrigido pelo professor, a se ter muitos exercícios por acabar e
sem correção;
 Deve-se oferecer esquemas/exercícios menos densos e mais significativos;
 O professor deve favorecer ao aluno a leitura em voz alta dos exercícios que
resolveu.
78
 Cálculos muito "complicados", que envolvam muitas contas longas, devem ser
oferecidos ao aluno apenas quando ele já estiver resolvendo as operações
menores e menos complexas com autonomia;
 O material concreto, tridimensional, palpável, deve estar à mão do professor de
modo a poder servir-se dele, quando a explicação ou compreensão da matéria pelo
aluno assim o exigir.
e) Educação Artística
 Os alunos terão grande proveito ao usarem diferentes materiais, com diferentes
texturas, que permitam diferentes temperaturas, que provoquem diferentes odores
etc, devendo esses materiais fazerem parte dos trabalhos de toda a turma na
classe;
 Colagens e outras técnicas devem ser ensinadas, cuidando para que o aluno com
deficiencia visual possa oferecer ao seu trabalho a mesma beleza visual que
oferecerá com a estética tátil; a beleza e a estética visual precisam ser ensinadas e
estar presentes nas produções dos alunos;
 Para a produção dos trabalhos escolares, o aluno deverá receber informações que,
por vezes, já estão disponíveis para as pessoas que enxergam. A observação e a
exploração de objetos, animais, flores, ambientes reais, concretos e/ou sua
descrição devem compor a educação artística e visual do aluno com deficiência.
 Educação Física
 Os alunos com deficiência visual deverão ter a oportunidade de participar de todas
as atividades propostas para a classe.
 A competição, muitas vezes promovida nas atividades em Educação Física, deve
ser substituída pela cooperação, participação, colaboração de cada um para o
bem-estar e a aprendizagem de todos.
 As atividades que exigem deslocamento em maior velocidade deverão ser
praticadas em ambientes propícios e esses devem ser apresentados/explorados
pelo aluno com deficiência antes da aula.
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Caderno pedagógico Educação Especial

  • 1. Secretaria Municipal de Educação de Cabo Frio CADERNO PEDAGÓGICO EDUCAÇÃO ESPECIAL Cabo Frio – 2012
  • 2. 2 ÍNDICE Apresentação ............................................................................................................................................................. 3 1. Deficiência intelectual – síndrome de Down........................................................................................................ 4 1.1. Adaptação curricular .................................................................................................................................................... 5 1.2. Sugestões de atividades ............................................................................................................................................ 12 1.3. Sugestões de recursos ................................................................................................................................................ 17 1.4. Sugestões de jogos ..................................................................................................................................................... 18 1.5. Sugestões de brincadeiras............................................................................................................................................ 19 1.6. Sugestões de estratégias ............................................................................................................................................ 20 2. Autismo............................................................. ........................................................................................................... 23 2.1.Sugestões de estratégias .............................................................................................................................................. 23 2.2. Sugestões de jogos ........................................... .......................................................................................................... 25 2.3. Sugestões de atividades interativas ..................................... ....................................................................................... 28 2.4. Sugestões de atividades e recursos ................ ............................................................................................................ 31 2.5. Sugestões de jogos e atividades ................... .............................................................................................................. 42 3. Deficiência auditiva ............................................................... .................................................................................. 45 3.1. Organização da sala de aula .......................... ............................................................................................................. 45 3.2. Sugestões de atividades ............................................................................................................................................... 46 3.3. Sugestões de recursos ... ............................................................................................................................................ 53 3.4. Treinamento auditivo na educação infantil............................................ ...................................................................... 55 4. Deficiência visual ............ ......................................................................................................................................... 60 4.1. Orientações para auxiliar o aluno com deficiência visual ............................................................................................. 60 4.2. Sugestões de recursos e atividades ............................................................................................................................. 62 4.3. Sugestões de recursos ................................................................................................................................................ 68 4.4. O uso do computador .................................................................................................................................................. 73 4.5. Sugestões de estratégias ............... ............................................................................................................................. 76 5. Deficiência física ... ................................................................................................................................................... 79 5.1. Orientações para auxiliar o aluno com deficiência física ............................................................................................ 80 5.2. Sugestões de adaptações e recursos........................................................................................................................... 82 5.3. Atividades que estimulam a leitura e escrita ................................................................................................................ 85 5.4. Comunicação alternativa .............................................................................................................................................. 87 5.5. Sugestões de atividades................................................................................................................................................ 6. Bibliografia ............................................................ ....................................................................................................... 90 92
  • 3. 3 APRESENTAÇÃO O Caderno Pedagógico que estamos apresentando visa ser um instrumento de apoio didático na sala de aula, oferecendo aos professores que atendem a alunos com deficiência um leque de atividades didáticas planejadas para estimular a sua aprendizagem e consolidar seus conhecimentos. A publicação do Caderno Pedagógico da Educação Especial representa mais uma concretização de uma política pública direcionada à melhoria do ensino. Este caminho não é linear, rápido, nem tampouco isento de obstáculos e dificuldades. O caminho deve ser trilhado por todos nós, professores, equipe técnico-pedagógica, diretores, enfim por toda a comunidade escolar. A busca pela inclusão efetiva do aluno com deficiência tem que ser contínua e, acima de tudo, articulada e integrada com as diferentes instâncias, para que se possa consolidar as conquistas e os avanços na Educação Especial. Por meio de exemplos de atividades didático-pedagógicas e da articulação entre teoria e prática, nossos professores são convidados a selecionar alternativas, fazer escolhas, propor aos alunos com deficiência atividades significativas a fim de ampliar suas possibilidades cognitivas. Entretanto, tal documento não deve ser visto como um “manual” que engesse a criatividade e a autonomia do educador, mas, pelo contrário, que seja fonte de inspiração para que, a partir das ideias aqui apresentadas, o professor crie novas atividades, estratégias e formas de ensinar ao aluno com deficiência. Esperamos que a publicação desse Caderno contribua para a organização pedagógica do trabalho realizado nas escolas da Rede Municipal de Ensino de Cabo Frio a fim de que possamos concretizar uma verdadeira política de inclusão: escolas que recebem e oferecem condições de aprendizagem a todo o seu alunado.
  • 4. 4 1. DEFICIÊNCIA INTELECTUAL - SÍNDROME DE DOWN A síndrome de Down é uma deficiência de origem genética, causada por um acidente que pode ocorrer no óvulo, no espermatozóide ou após a união dos dois (ovo), provocando uma alteração cromossômica. Ocorre quando crianças nascem dotadas de três cromossomos 21, e não dois, como é o normal. Isso leva à produção exagerada de proteínas, o que acaba por desregular a química do organismo e provoca sérios problemas, inclusive a deficiência intelectual. O que é deficiência intelectual? É a limitação em pelo menos duas das seguintes habilidades: comunicação, autocuidado, vida no lar, adaptação social, saúde e segurança, uso de recursos da comunidade, determinação, funções acadêmicas, lazer e trabalho. O termo substituiu "deficiência mental" em 2004, por recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), para evitar confusões com "doença mental", que é um estado patológico de pessoas que têm o intelecto igual ao da média, mas que, por algum problema, acabam temporariamente sem usá-lo em sua capacidade plena. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial tem alguma deficiência intelectual. As causas da deficiência intelectual variam e são complexas, englobando fatores genéticos, como a síndrome de Down, e ambientais, como os decorrentes de infecções e uso de drogas na gravidez, dificuldades no parto, prematuridade, meningite e traumas cranianos. Os Transtornos Globais de Desenvolvimento (TGDs), como o autismo, também costumam causar limitações intelectuais. Para auxiliar no desenvolvimento escolar do aluno com deficiência intelectual, faz- se necessário elaborar as adaptações curriculares, adequando os conteúdos e recursos à sua realidade.
  • 5. 5 Pessoas com síndrome de Down podem ser alfabetizadas. A limitação cognitiva presente nessa síndrome varia de pessoa para pessoa, alterando assim, o ritmo de aprendizagem, o processamento de informação e também a memória visual, a memória auditiva, a atenção e a motivação. Essas alterações tornam a aprendizagem mais lenta, mas não impossível. 1. 1. ADAPTAÇÃO CURRICULAR Um ponto muito importante nas adaptações curriculares das crianças com síndrome de Down é a necessidade de decompor os objetivos em objetivos parciais. Precisamos analisar os passos intermediários necessários para alcançar um objetivo final, de maneira que a criança possa adquirir um determinado conteúdo sem lacunas e sem deixar de lado aspectos básicos que não compreenda. Existem cinco perguntas-chave que a equipe pedagógica e professores devem fazer na hora de realizar uma adaptação curricular: O que é o que o aluno não consegue fazer? OBJETIVO. Quais conteúdos são necessários para alcançar esse objetivo e o que o aluno já possui? AVALIAÇÃO INICIAL. Qual é a sequência das aprendizagens? Qual é o passo mais estratégico para ajudar o aluno? SEQUÊNCIA, ORDEM, TEMPORALIZAÇÃO. Como vou ensinar tudo isto? METODOLOGIA - ESTRATÉGIAS. A ajuda tem sido eficaz? Tem alcançado o objetivo? AVALIAÇÃO CONTÍNUA. Mas à margem dessas considerações, na hora de desenvolver uma adaptação curricular para um aluno com deficiência intelectual, devemos levar em consideração suas características particulares. Sabemos que os alunos com deficiência intelectual não se limitam a ser mais lentos que o resto da turma, mas apresentam necessidades educacionais especiais e são nessas que devemos fundamentar a adaptação curricular.
  • 6. 6 Habilidades a serem contempladas na elaboração da Adaptação Curricular Habilidades acadêmicas Habilidades motoras Habilidades da vida diária/ autocuidado Habilidades sociais atitudes e comportamento Habilidades de Linguagem e comunicação  Atenção e concen- tração para realizar tarefas  Utilização de material de escrita  Orientação espaço - temporal  Raciocínio lógico - matemático  Construção do signifi- cado dos números e suas representações.  Resolução de situa- ções-problema  Reconhecimento das letras do alfabeto  Relação entre unidades sonoras e suas repre- sentações gráficas  Leitura  Produção escrita  Localização de infor- mações em textos lidos e ouvidos  Identidade Equilíbrio Locomoção Lateralidade Orientação espaço - temporal Coordenação motora fina e ampla Atividades físicas Postura  Vestuário (cuidado e colocação das roupas e calçados)  Aparência  Organização dos pertences  Locomoção  Autonomia na alimentação  Rotina  Uso do banheiro  Conhecimento do corpo  Higiene das mãos e dos dentes  Regras de segurança  Cuidado com objetos perigosos  Reconhecimento de sinais de trânsito  Travessia de ruas  Comportamentos de autodefesa  Conhecimento do corpo  Área emocional / afetiva / social  Interação social (com o professor, com os profissionais da escola etc)  Cooperação  Afetividade  Respeito aos direitos e às propriedades dos outros  Respeito às regras da vida em grupo  Autocontrole  Cooperação com os outros nas atividades  Interesse e participação nas atividades  Exposição de seus pensa- mentos, ideias, opiniões e sentimentos  Reação às frustrações  Recreação e lazer  Compreensão da língua oral, expressão oral, leitura de palavras e imagens, clareza ao expressar ideias, articu- lação correta das palavras...  Expressão através da fala, gestos, expressões faciais  Compreensão de pedidos ou ordens para executar tarefas  Clareza ao transmitir recados, reproduzir histó- rias, descrever objetos, quadros, gravuras e pessoas  Argumentação e defesa do seu ponto de vista, relato de acontecimentos de forma compreensível  Comunicação ao sentir dor ou indisposição...
  • 7. 7 Além das habilidades acima apresentadas, os alunos com deficiência intelectual, principalmente os com síndrome de Down, apresentam necessidades educacionais especiais nas seguintes áreas: a) percepção; b) atenção; c) memória; d) leitura e escrita; e) psicomotricidade; f) raciocínio lógico-matemático. a) A percepção Os alunos com síndrome de Down possuem dificuldades a nível perceptivo que afetam a assimilação dos estímulos que recebe. Para auxiliar a minimizar tais dificuldades, pode-se seguir as seguintes orientações:  mostrar os estímulos utilizando o maior número possível de vias sensoriais. Explorar ao máximo o canal visual utilizando imagens ou palavras escritas;  ao iniciar a atividade é importante que a criança manipule livremente o material, deste modo a aprendizagem será vivenciada e partirá da experiência do aluno. Depois, é necessário conversar com o aluno sobre o que farão. Finalizando, representa-se graficamente o que se fez e coloca-se uma etiqueta no conceito.
  • 8. 8 b) A atenção Os alunos com síndrome de Down apresentam muita dificuldade em fixar a atenção, distraem-se com muita facilidade, por isso é importante:  dar instruções claras e precisas, pouco numerosas, assim como fazê-las acompanhadas de um modelo;  começar com tarefas que requeiram pouco tempo de execução, a fim de que o tempo de atenção exigido para realizar a atividade seja breve; ir gradativamente aumentando o tempo de atenção;  elaborar atividades que prendam a atenção do aluno, motivando-o para que sua atenção se mantenha ativada;  utilizar jogos que trabalhem a atenção como o jogo “Cara a Cara”, jogos em que ele terá que observar uma imagem/modelo e representar ou procurar uma igual, jogo dos 7 erros, quebra cabeça, dominó, caça palavras, caça- figuras... c) A memória Os alunos com síndrome de Down possuem dificuldades na memorização, por isso, é importante:  trabalhar primeiro as estratégias de reconhecimento, por exemplo: ao se trabalhar alimentação saudável, apresentar para o aluno várias frutas para que ele as manipule, ou usar encartes de mercados e figuras. A partir disso, faz-se uma lista de alimentos saudáveis e alimentos que não se pode comer muito por que fazem mal à saúde. Depois disso é que entra o conceito de alimentação saudável. Para que o aluno recorde o conceito, é necessário utilizar as mesmas estratégias /recursos utilizados na apresentação do conteúdo. Esta recomendação também é aplicável na avaliação, já que se perguntarmos sobre um conceito de forma abstrata, frequentemente os alunos com síndrome de Down não conseguirão nos responder.
  • 9. 9  para melhorar a memória é importante apoiar-se no maior número possível de canais de entrada / estimulação: visual, auditivo, tátil, cinestésico... Sugestão Avental de Histórias: após contar a história para o aluno, retirar um dos personagens e perguntar qual está faltando. d) A leitura e a escrita Quanto à escrita, os alunos com síndrome de Down apresentam grandes dificuldades na hora de escrever, não só em relação à grafia, mas também quanto à relação letra/som e ortografia. Por isso é importante:  trabalhar todos os aspectos da escrita, não se limitar apenas à grafia, mas realizar também a análise e síntese das palavras (primeira letra/sílaba – última letra/sílaba; quantas letras/sílabas a palavra tem; listar outras que comecem / terminem igual; palavras que rimam...);  não se limitar à escrita manual, mas utilizar também o alfabeto móvel, o computador com o fim de trabalhar a escrita; construir letras/palavras utilizando massinha de modelar; utilizar atividades que envolvam música, textos que rimam, livro de imagens ou com textos simples, leitura incidental, dominó de palavras / figuras, entre outras. Colocar um pouco de guache dentro de um saco resistente e colá-lo com uma fita adesiva na parte de cima. Desta forma, o aluno pode escrever usando o dedo ou um cotonete.
  • 10. 10 e) A psicomotricidade  trabalhar o controle motor, a coordenação dos movimentos, a lateralidade, o equilíbrio, a imagem corporal e as relações espaço – temporais;  aproveitar as aulas de educação física para trabalhar a integração do aluno no grupo assim como a socialização;  trabalhar a coordenação motora ampla e fina: deslocar-se em espaço aberto utilizando vários tipos de recursos, como bola, bambolê, etc, utilizar-se de brincadeiras cantadas, músicas infantis, entre outras. f) O raciocínio lógico-matemático Os alunos com síndrome de Down apresentam dificuldades na compreensão dos conceitos abstratos, por isso é importante:  partir das aprendizagens funcionais e que tenham representação na vida do aluno;  trabalhar os conceitos mediante a manipulação dos materiais e a vivência através de material concreto;  solicitar que o aluno agrupe imagens ou objetos e depois perguntar qual foi o critério utilizado, por que ele agrupou as imagens/objetos daquele jeito? Trabalhar agrupamentos por cor, tamanho, utilização, etc ;  perceber as diferenças entre os agrupamentos (mais/menos, muito/pouco, grande/pequeno) por meio de material concreto;  reconhecer as formas geométricas, as cores, os números;  desenvolver a noção de temporalidade (hoje/ontem/amanhã - manhã/tarde/noite) por meio de figuras, relação com momentos/afazeres do dia, exemplo: pela manhã tomo café da manhã, à tarde estou na escola estudando e janto à noite.
  • 11. 11 Utilizando vários recursos/sucatas pode-se trabalhar de forma concreta conceitos matemáticos simples.
  • 12. 12 1.2. SUGESTÕES DE ATIVIDADES  Atividades de figura-fundo (encontradas em revistas de passatempo): trabalham a atenção e a concentração;  Desenho de si próprio diante do espelho desenvolve o autoconhecimento, auto- estima, conhecimento maior do real;  Manipulação de objetos com os olhos vendados e verbalização de seus atributos trabalha representação mental e discriminação de estímulos táteis;  Expressão oral, plástica e corporal auxilia no desenvolvimento global do aluno;  Pintura a dedo e atividades artísticas como essa favorecem o desenvolvimento afetivo por facilitarem a livre-expressão e descarregarem as tensões, favorecendo o equilíbrio emocional;  Massinha de modelar trabalha a coordenação motora fina;  Atividades de recortar trabalham a motricidade fina, colaborando também para a melhoria da grafia;  Dobraduras desenvolvem a criatividade, a atenção e a coordenação motora;  Bolinhas de gude ou boliche desenvolvem a coordenação motora, a capacidade de contagem de objetos e a comparação de quantidade;  Jogos com regras trabalham o raciocínio, atenção, antecipação de situações e diferentes estratégias, além de ajudar as crianças com baixa tolerância à frustração a lidarem com seus sentimentos;  Brincadeiras com fantoches trabalham a criatividade, a linguagem e a expressão corporal;  Quebra-cabeça desenvolve a observação, concentração, percepção visual e raciocínio;  Pular corda desenvolve a coordenação motora ampla;  Trabalhos para alinhavar desenvolvem a coordenação motora fina, essencial para a escrita;  Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a percorrer...): nestes jogos o ganhar e o perder são aleatórios, não dependendo da eficiência dos jogadores. São muito úteis para crianças que não aceitam perder.
  • 13. 13
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  • 16. 16 Habitat Natural Área envolvida: Geografia Objetivos: pesquisar a origem dos animais domésticos. 1) Divida a turma em pequenos grupos (2 ou 3 alunos); 2) Peça para que eles façam um painel/ pesquisa sobre o habitat natural dos animais (domésticos e selvagens); 3) Entregue revistas/livros didáticos para recorte ao aluno com deficiência intelectual – D.I. e peça para que ele ajude os colegas a procurar figuras de animais. O aluno irá recortar e colar as figuras no trabalho do grupo. Gráficos Simples Área envolvida: Matemática Objetivos: levar a turma a perceber a proporção de alunos que têm animais de estimação. Nesta atividade o professor pode chamar o aluno com deficiência intelectual – D.I. para ser seu ajudante. Peça para que a turma responda junto com o aluno. 1) Peça para os alunos que têm animais de estimação que levantem o braço. Conte junto com o aluno com D.I. quantos alunos levantaram o braço. Registre a quantidade no quadro e peça para que todos registrem a quantidade no caderno; 2) Solicite, agora, que os alunos que não têm animais de estimação levantem o braço e ajude o aluno com D.I. na contagem. Registre no quadro a quantidade e peça para que todos os alunos façam o mesmo no caderno; 3) Entregue papel quadriculado para os alunos e peça para que eles formem o gráfico de acordo com as quantidades registradas; 4) Depois, o professor pode ver com os alunos que têm animais domésticos quais os animais que eles têm e fazer um gráfico para cada tipo de animal (donos de cães, donos de gatos, donos de peixes, etc). Alimentação Saudável Área envolvida: Ciências Objetivos: refletir sobre os alimentos que ingerimos, seus riscos e benefícios ao nosso organismo. DESENVOLVIMENTO 1) Divida a turma em pequenos grupos (2 ou 3 alunos); 2) Peça para que eles façam um painel com pesquisas sobre os alimentos (frutas, verduras, legumes, cereais, gorduras, laticínios, açúcar, etc); 3) Entregue revistas/livros didáticos para recorte ao aluno com deficiência intelectual- D.I. e peça para que ele ajude os colegas a procurar figuras dos alimentos. O aluno irá recortar e colar as figuras no trabalho do grupo; 4) Cada grupo irá conversar entre si e elaborar frases sobre os alimentos pesquisados. O aluno com D.I. poderá participar dessa discussão; 5) Pode-se dividir os tipos de alimento pesquisados para que cada grupo exponha para turma se ele é saudável ou não, a quantidade que podemos comer, etc. Sistema Solar Área envolvida: Ciências As atividades a serem desenvolvidas pelos alunos podem variar de propostas:  elaboração de frases;  construção de maquetes do sistema planetário;  realização de pesquisas em livros, revistas, jornais, internet para confecção de cartazes  apresentação de seminários sobre o tema... O aluno com deficiência intelectual – D.I. assim como os demais colegas, escolhe a atividade que mais lhe interessar e a executa.
  • 17. 17 1.3. SUGESTÕES DE RECURSOS Dominó das cores Facilita a nomeação das cores, a discriminação visual e a correspondência um a um. As peças ampliadas permitem melhor manuseio pelos alunos com dificuldade de preensão. Dominó e fichas número x quantidade Auxiliam na discriminação visual das quantidades relacionando- as ao numeral. Dominó/caixa de encaixe de figuras geométricas Permite a discriminação visual e tátil das figuras geométricas. Dominó temático Auxilia o professor a trabalhar com temas desenvolvidos em aula. Ex.: meios de transporte, partes da planta, sistemas do corpo humano, alimentação... Jogo da memória Auxilia o desenvolvimento da memória visual dentro de um espaço delimitado e permite trabalhar com a atenção concentrada, regras sociais, etc.
  • 18. 18 Utilização do alfabeto móvel Auxilia no desenvolvimento da memória visual e relação letra/som. Ábaco de argolas Auxilia na compreensão do sistema de unidades, dezenas e centenas... 1.4. SUGESTÕES DE JOGOS a) Jogo de Classificação - cores Material: 1 dado, cartelas de cores. Conteúdo: noção de cor, de quantidade e de conjunto. Desenvolvimento: as cartelas estão dispostas com a face colorida para baixo. A criança vira uma delas e separa os objetos daquela cor (tampinhas, carrinhos, etc). Não esquecer que a verbalização deve acompanhar constantemente a atividade e a criança precisa aprender a justificar suas conclusões, pois só assim poderá incorporar o novo conhecimento. O professor deve estimular as reflexões: “Que cor você vai separar?”, “Que cores sobraram?” Pode-se variar esse jogo utilizando blocos lógicos e, dessa forma, será trabalhada a classificação de seus atributos: cor, forma, tamanho, espessura. As cores: vermelho, azul e amarelo. As formas: quadrado, retângulo, círculo e triângulo. Tamanhos: grande e pequeno. Espessuras: grosso e fino.
  • 19. 19 b) Jogo Cor e Quantidade Material: cartelas de cores, 1 dado, pinos coloridos. Conteúdo: noção de cores e quantidade. Desenvolvimento: a professora apresenta uma caixa com as cartelas coloridas. A criança joga o dado e pega uma cartela. Ela deverá pegar os pinos de acordo com o que sair (por exemplo, se ela tirar uma cartela verde e no dado tirar 5, deverá pegar 5 pinos verdes). Ganha o jogo quem tiver mais pinos. c) Jogo dos Atributos Material: cartelas de cores (primárias/secundárias), cartela de formas (retângulo/ triangulo/quadrado/círculo), cartelas de tamanho (grande/pequeno), cartelas de espessura (fino/ grosso). Conteúdo: cor, forma, tamanho, espessura, contagem, quantidade. Desenvolvimento: a professora dispõe as cartelas com a face para baixo e a criança vira uma. Todas as peças com aquela característica deverão ser separadas. Na etapa seguinte, serão virados dois cartões, a criança deverá então separar as peças que apresentam os dois atributos. E vai aumentando gradativamente o número de atributos que o aluno deverá procurar em uma mesma peça. 1.5. SUGESTÕES DE BRINCADEIRAS Amarelinha: desenvolve a noção espacial e auxilia diretamente na organização do esquema corporal das crianças; Bola de gude: desenvolve a estruturação do espaço, a coordenação perceptivo-motora, o raciocínio numérico, a oralidade, além de proporcionar o controle e a contagem dos números de bolinhas e classificações variadas; Brincadeiras com bola: auxiliam no desenvolvimento de habilidades como noção de espaço, tempo, identificação e comparação de formas geométricas (bola e círculo), contagem, comparação de quantidades, noção de adição. *Boliche: direção, impulso, força, coordenação viso-motora, noção de espaço.
  • 20. 20 *Batata-quente: concentração, percepção auditiva e coordenação dos movimentos no ritmo e tempo em que a professora fala. *Alerta: o jogador que está com a bola grita um nome e joga a bola para cima. A criança chamada deve pegar a bola e continuar a brincadeira. (percepção auditiva, agilidade e destreza) *Bola ao cesto: noção de direção, sentido, localização, contagem, comparação de quantidades. Brincadeiras de roda: desenvolvem a coordenação sensório-motora, educam o senso rítmico, desenvolvem o gosto pela música, disciplinam emoções como timidez e agressividade e trabalham a atenção. Desenvolvem também as noções de tempo, de espaço, contagem e noção de par. Exemplos: * Se eu fosse um peixinho; * Carneirinho carneirão; * A canoa virou; * Galinha do vizinho; * Corre-cutia; * Coelho sai da toca; * Escravos de Jó; * O mestre mandou; * Morto vivo. 1.6. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS  Apresentar o conteúdo por meio de resumos, frases curtas ou em pequenos tópicos. Desta forma, o aluno terá autonomia para ler e executar a atividade solicitada.  Quando for trabalhar algum texto com o aluno, priorizar textos curtos (poesia, quadrinha, etc), ou, então, que esse texto apresente as linhas com cores intercaladas, pois, desta forma, o aluno não se perderá na hora de ler e transcrever o texto do quadro para o caderno.
  • 21. 21  Evitar atividades que envolvam cópias extensas do quadro. O professor deverá trazer a atividade digitalizada ou xerocada. As mesmas deverão ser apresentadas em forma de tópicos ou textos curtos com uma linguagem simplificada;  Elaborar a adaptação curricular priorizando os conteúdos essenciais do ano de escolaridade;  Subdividir as atividades propostas, caso estas exijam um nível maior de atenção e escrita por parte do aluno;  Utilizar um número maior de gravuras ou legendas que clarifiquem para o aluno o que se está solicitando;  Permitir que o aluno use respostas curtas/frases curtas em suas respostas, tanto nas orais quanto nas escritas;  Realizar prova prática, por exemplo, experiências;  Ler os testes e avaliações para o aluno;  Utilizar questões de múltipla escolha;  Estender a duração da prova;  Diminuir o nível de dificuldade das questões;  Dar sugestões ou “dicas” extras, a fim de auxiliar o aluno no entendimento da questão;  Para revisar o conceito aprendido, é necessário utilizar as mesmas estratégias e recursos usados na apresentação inicial desse conteúdo. O mesmo deve acontecer no momento da avaliação;  Usar linguagem simples e familiar, acessível à compreensão do aluno. A linguagem não deve ser complexa, com muitas informações ao mesmo tempo;  Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais;
  • 22. 22  Reforçar instruções faladas com instruções impressas. Usar também imagens, diagramas, símbolos e material concreto;  Checar o entendimento – pedir para o aluno repetir as instruções dadas;  Evitar perguntas fechadas e respostas monossilábicas do tipo “sim” e “não”. Procurar sempre tornar a resposta do aluno mais completa e, se ele usar monossílabo, peça complementação;  Encorajar o aluno a falar em voz alta, dando a ele estímulos visuais;  Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente;  Utilizar sempre que possível o material concreto, pois tal recurso auxilia o aluno a entender os conceitos apresentados;  Fazer perguntas para tentar compreender melhor o que o aluno tenta expressar;  Repetir para o aluno qualquer informação ou instrução que foi dada à turma;  Permitir que o aluno apresente os trabalhos de pesquisa digitados e em pequenos tópicos;  Possibilitar diariamente que o aluno desenvolva as atividades em dupla. O professor deverá escolher um “aluno monitor” e, se possível, que haja mudança desse aluno de vez em quando, favorecendo a autonomia e socialização do aluno com deficiência intelectual com os outros alunos da turma;  Criar um caderno de vocabulário com conceitos específicos da disciplina.
  • 23. 23 2. AUTISMO O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento, é uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes chamada transtorno global do desenvolvimento (TGD). O autismo apresenta comprometimento em três principais eixos:  Interação social: alheios ao ambiente social, baixa incidência de interação com crianças da mesma idade, falhas em apresentar comportamentos de atenção conjunta como apontar e rastrear o olhar.  Comportamentos estereotipados, repetitivos e restrição de interesses: adesão a rotinas ou rituais incomuns; padrões repetitivos de comportamento, tais como movimentos pendulares do corpo, postura não usual dos dedos, agito frequente das mãos; preocupação persistente com partes de objetos.  Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem: atraso ou ausência completa de linguagem falada. Quando presente, a fala pode ocorrer completamente fora de contexto, além de apresentar dificuldade em iniciar e manter conversação. 2.1. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS  Muitos autistas são pensadores visuais, não pensam através da linguagem verbal. Geralmente, substantivos são as palavras mais fáceis de aprender, pois em sua mente ele pode relacionar a palavra a uma figura. Para aprender substantivos a criança precisa escutar o professor falar a palavra, ver a figura e a palavra escrita simultaneamente. O mesmo deve acontecer quando for ensinar um verbo: segure um cartão que diz “pular” e você fala “pular” enquanto executa o ato de pular.
  • 24. 24  Crianças não verbais terão mais facilidade em associar palavras às figuras se visualizarem a palavra escrita e a figura em um cartão. Alguns não entendem desenhos e, por isso, é recomendável trabalhar primeiramente com objetos reais e fotos  Alguns conceitos tornam-se difíceis de serem apreendidos pela criança autista se não forem demonstrados de forma concreta. Por exemplo: ao ensinar o conceito de para cima/para baixo, utiliza-se um avião de brinquedo e diz “para cima” enquanto faz o movimento de decolagem e “para baixo” enquanto faz o movimento de aterrissagem. Dessa forma, a criança autista terá maior facilidade para compreender tais conceitos  Muitas crianças autistas são boas em desenho, em artes e na utilização de computadores e se fixam num assunto específico. A melhor maneira de lidar com essa fixação é usá-la para motivar os trabalhos da escola. Se a criança gosta de trens, leia um livro sobre trens e faça exercícios de matemática usando trens por exemplo;  Use métodos visuais concretos para ensinar conceitos numéricos;  Uma criança não-verbal não consegue, ao mesmo tempo, processar estímulo verbal e visual. Ela é “mono-canal” (consegue aprender melhor utilizando apena um tipo de estímulo) e apresenta muita dificuldade para receber informações de forma visual e auditiva;  Muitas vezes, crianças mais velhas e não-verbais conseguem aprender melhor por meio do toque. Pode ser ensinado o significado das letras, permitindo que as crianças toquem letras confeccionadas em lixa ou outro material que estimule a percepção sensorial. Elas podem aprender a rotina diária sentindo alguns objetos minutos antes da atividade ser executada. Por exemplo, quinze minutos antes do almoço, dê uma colher para segurarem;  Alguns autistas apresentam processamento visual deficiente e acham mais fácil ler letras impressas na cor preta sobre papel colorido para diminuir o contraste. Utilize papel bege claro, azul claro, cinza ou verde claro. Evite amarelo brilhante que pode incomodar os olhos dos autistas.
  • 25. 25 COMO TRABALHAR COM A CRIANÇA AUTISTA Dificuldade Estratégia Falta de atenção a instruções verbais, e baixa compreensão da linguagem falada. Pistas visuais, estruturação do ambiente, rotina previsível, apoio concreto nas regras e informações importantes. Baixa resistência à frustração (desiste facilmente e pode ficar agressivo se não consegue realizar determinada atividade). Estruturação de jogos e atividades (visualização de seu início, meio e fim), aprendizagem com níveis de ajuda, inclusão de pausas com atividades do interesse da criança. Distração. Controle dos estímulos distrativos, estruturação da rotina, atenção individual. Insistência em realizar atividades restritas e de seu próprio interesse (baixa socialização). Condução da rotina, abrindo espaço para as atividades de interesse em momento oportuno (após a realização das atividades coletivas). Dificuldade de organização. Estruturação do ambiente e das atividades; pistas visuais, ordenação entre atividades e pausas. 2.2. SUGESTÕES DE JOGOS Os jogos constituem um recurso privilegiado para a aprendizagem e, quando bem utilizados, ampliam possibilidades de compreensão por meio de experiências significativas. Além disso, os jogos, por seu caráter coletivo, permitem que alunos autistas troquem informações, façam perguntas e explicitem suas ideias e estratégias, avançando em seu processo de aprendizagem e comunicação. a) Jogo da Batalha
  • 26. 26 Material: cartas do baralho – do Ás ao 10. Conteúdo: leitura de números, comparação. Desenvolvimento: a meta é ganhar mais cartas. Um dos jogadores distribui as cartas: uma para cada participante a cada rodada. Na sua vez, cada jogador abre a primeira carta de seu monte. Aquele que virar a carta mais alta pega todas as cartas apresentadas. Todas as jogadas se repetem da mesma forma até que todas as cartas já tenham sido distribuídas. Se abrirem cartas iguais, os jogadores que empataram devem virar outra carta e aquele que tirar a maior ganha. Pode ser jogado em duplas ou pequenos grupos. b) Jogo 7 cobras Material: 2 dados, lápis e papel. Conteúdo: soma de dados, leitura e grafia de números. Desenvolvimento: escreve-se a sequência numérica na folha de papel (2 a 12). Na sua vez de jogar, o jogador soma os dados e marca com um X o número sorteado. Se a soma der 7, o jogador desenha uma cobra no seu papel. Quem marcar todos os números primeiro com o menor número de cobras é o vencedor. Quem obtiver 7 cobras sai do jogo. c) Jogo Nunca 10 Material: tampinhas de garrafa de cores diferentes ou palitos de sorvete coloridos (2, 3 ou 4 cores), 1 ou 2 dados. Conteúdo: soma, noção de unidade, dezena, centena e milhar. Desenvolvimento: cada jogador, na sua vez, jogará o dado. Soma-se o número e pega-se a quantidade de palitos, iniciando com uma cor que representará as unidades (verde por exemplo). Ao se obter 10 palitos verdes (10 unidades) troca-se por 1 palito de cor que represente a dezena (azul, por exemplo). A centena é vermelha e o milhar amarelo. No final das rodadas combinadas, efetua-se a soma para saber qual o vencedor. d) Jogo dos atributos com bloco lógico:
  • 27. 27 Material: cartelas de cor, forma, espessura e tamanho. Conteúdo: noção de cor, forma, tamanho, espessura, contagem, quantidade. Desenvolvimento: a professora pega 03 cartelas e a criança deve procurar um bloco lógico que apresente três características apresentadas. Ex.: a professora pega 3 cartelas: uma com o desenho do círculo, uma com o atributo fino e uma com atributo grande. O aluno deverá encontrar um bloco que apresente as 03 características, ou seja, um círculo fino e grande. e) Jogos de mímica: (Imagem e Ação, por exemplo): Ao transmitir, sem palavras, sentimentos ou situações, a criança organiza seu pensamento lógico e busca compreender causas e consequências para melhor se expressar. f) Jogo Uno: Estimula o raciocínio lógico-matemático, reversibilidade de pensamento, trabalhando também sentimentos de intolerância e frustração. Como jogar: cada jogador recebe 7 cartas. O restante do baralho é deixado na mesa com a face virada para baixo e então vira-se uma carta do monte. Esta carta fica em cima da mesa e serve como base para que o jogo comece. O jogador à esquerda do que distribuiu as cartas inicia o jogo, que deve seguir em sentido horário. Os jogadores devem jogar, na sua vez, uma carta de mesmo número ou cor igual à da carta que está na mesa. Exemplo: se a carta inicial for um 2 vermelho o primeiro jogador deve jogar sobre ela um 2 (não importando a cor) ou uma carta vermelha (não importando o número). O jogador sucessivo faz o mesmo, dessa vez valendo como base a carta colocada pelo jogador anterior. Ao jogar a penúltima carta, o jogador deve anunciar em voz alta falando “UNO". Se não fizer isso, os demais jogadores podem obrigá-lo a comprar mais duas cartas. A rodada termina quando um dos jogadores zerar as suas cartas na mão. g) Jogos de vitória ao acaso (roleta, dados, trilha, pistas a percorrer...):
  • 28. 28 Nestes jogos o ganhar e o perder são aleatórios, não dependendo da eficiência dos jogadores. São muito úteis para crianças que não aceitam perder. h) Jogos de estratégia (damas, trilha, xadrez, gamão...). Nestes jogos, é preciso que a criança planeje a jogada, faça antecipações de suas próprias jogadas e as do adversário. i) Quebra-cabeça Desenvolve a observação, concentração, percepção visual e raciocínio. 2.3. SUGESTÕES DE ATIVIDADES INTERATIVAS Atividades interativas servem para auxiliar crianças e adultos com autismo a interagir e desenvolver suas habilidades sociais e podem ser realizadas na sala de aula ou no momento da recreação. As atividades podem ser adaptadas à faixa etária, interesses e estágios de desenvolvimento social de cada aluno autista. *Sinal Verde para Interação: depois de um período de isolamento, a criança demonstrará estar disponível para uma interação social através de um “Sinal Verde”. Geralmente esse sinal verde pode se dar por meio do: contato visual, comunicação verbal ou contato físico. a) Caça ao quebra-cabeça Meta: inspirar um aumento do intervalo de atenção compartilhada. Motivações/Interesses: figuras, quebra-cabeças e passeios pela sala/escola. Preparação: imprima da internet ou desenhe uma versão grande de um dos personagens favoritos da criança (Barney, Backyardigans, Mickey, etc.). Plastifique com papel contact (para tornar o material mais durável) e corte em pedaços para fazer um quebra-cabeça. Início da atividade: quando a criança oferecer a você um “Sinal Verde para Interação”, apresente a atividade pegando uma ou duas peças do quebra-cabeça. Explique animadamente que figura será formada quando vocês pegarem todas as peças. Diga também que a maneira de pegar mais peças será ela ir passear pela sala ou pelas
  • 29. 29 dependências da escola com você. Aproveite esse momento para lhe apresentar os colegas de classe e pessoas da escola. Passeie com a criança pela sala e pegue uma peça por vez, e levando-a até a mesa para juntar a peça ao quebra-cabeça. Se a criança não quiser passear com você, procure convidá-la outras vezes quando ela oferecer Sinais Verdes até que ela aceite passear. Demonstre para a criança como pode ser divertido observar a figura crescer e se tornar o personagem. b) Pescando as sentenças Meta: estimular a utilização de sentenças mais longas. Motivações/Interesses: atividades físicas (Ex.: passear de cavalinho, balançar, rodar, pular na bola grande, etc.) Preparação: em letras bem grandes, escreva as sentenças que descrevem atividades nas quais você acredita que sua criança terá interesse em participar. Por exemplo: “Eu quero passear no pátio”, “Eu quero ir à sala de leitura”, “Eu quero pular amarelinha”, “Eu quero brincar com avião”. Escreva quantas sentenças você conseguir inventar para ações que você vai oferecer. Plastifique as sentenças para que elas possam ser reutilizadas. Início da atividade: Quando sua criança oferecer um Sinal Verde, “pesque” uma atividade, leia para ela e a convide para realizá-la com você. Quando sua criança estiver bem motivada dentro da atividade, você pode pedir para que ela leia a sentença inteira ou para que repita depois de você. E você oferece a ação motivadora. c) Conversa com os dados Meta: conversação com conteúdo social. Motivação/Interesses: o assunto que sua criança gosta de conversar (Ex.: carros.). Preparação: faça dois dados gigantes. Um dado será o dado das “situações”, cada face terá uma situação diferente relacionada com a área de interesse de sua criança (ex: o carro quebrando, comprando um novo carro, etc.). No outro dado, escreva em cada face nomes de pessoas que sua criança conhece (Ex.: membros da família, amigos da escola, professora e o nome da criança).
  • 30. 30 Início da atividade: explique para a criança que neste jogo, cada um tem a sua vez para jogar ambos os dados ao mesmo tempo. A combinação entre a situação e o nome da pessoa ditará o assunto da conversa. A ideia é conversar sobre como aquela pessoa agiria naquela determinada situação. Queremos encorajar conversas que tenham o foco em informações pessoais. Se você jogar os dados e obtiver a mesma combinação uma segunda vez, jogue o dado dos nomes novamente até que você tenha um nome diferente para iniciar a conversa. d) Histórias engraçadas Meta: linguagem oral. Motivação/Interesses: faça uma pilha de cartões com uma palavra ou desenho em cada um. As palavras devem estar relacionadas aos interesses do aluno autista. Inclua nas fichas uma que tenha o ponto de interrogação. Início da atividade: inicie então uma história utilizando uma cartolina. Inicie a frase e faça uma pausa, pegue um cartão e use a palavra para completar a frase. Se você pegar um ponto de interrogação, você ou a pessoa podem inventar qualquer palavra para escrever naquele ponto da história. Quanto mais engraçada e sem sentido a história, melhor! Descreva a situação de forma animada, divertida e bem detalhada. Procure adicionar na sua descrição vários interesses da criança. Por exemplo, se a criança gosta de humor tipo “pastelão”, inclua na história pessoas escorregando ou deixando coisas cair, etc. Estimule a criança a ter a vez dela. Auxilie a criança a contar a história o quanto você achar necessário. Quando a criança entender bem o mecanismo do jogo e estiver altamente motivada, comece a introduzir desafios maiores. Ofereça menos auxílio, fique em silêncio e espere que a criança ofereça mais ideias espontaneamente. Se necessário, ofereça algumas dicas relativas à personalidade daquela pessoa específica (Ex.: “Você se lembra como o Beto gosta de conversar o tempo todo? O que você acha que ele faria se o carro dele quebrasse?”).
  • 31. 31 2.4. SUGESTÕES DE ATIVIDADES E RECURSOS a) TRABALHAR SOCIALIZAÇÃO E ORALIDADE Para trabalhar o nome dos colegas da sala, pode-se utilizar esse tipo de chamada. O aluno autista coloca a foto dos colegas que estão presentes, nomeia–os e realiza a contagem dos presentes. É uma maneira lúdica e que geralmente surte efeito na aprendizagem e socialização do aluno. b) TRABALHANDO O NOME Para trabalhar o nome dos familiares e o parentesco, utilize vários tipos de recursos lúdicos. O aluno autista coloca a foto do familiar e nomeia–o ou coloca-se frases sobre o que está fazendo na foto.
  • 32. 32 c) TRABALHAR REGRAS E SOCIALIZAÇÃO Utilizar fichas com figuras ou pranchas de comunicação para que o aluno autista consiga entender e observar o passo a passo da regra/assunto trabalhado. OS 03 PASSOS PARA ACALMAR
  • 33. 33 d) TRABALHANDO A ROTINA Uma característica do aluno autista é a necessidade de ter segurança em sua rotina diária e para auxiliar nessa necessidade, podemos montar a rotina semanal utilizando fichas/cartazes, organizando a rotina diária/semanal do mesmo. Utilizar o sistema baseado em figuras ou fotos selecionadas de acordo com as necessidades e/ou interesses individuais. Quando o autista estabelece a associação entre a atividade e o símbolo, facilita tanto a comunicação quanto a compreensão.
  • 34. 34 Organizar o ambiente físico da sala de aula a partir de placas que tenham desenhos para indicar coisas básicas como: ir ao banheiro, comer, beber água, um brinquedo específico, sair de sala, etc. Essas placas devem ser trabalhadas com o aluno autista e esse, com o tempo, poderá se comunicar com a professora e os colegas mostrando o que quer.
  • 35. 35 e) TRABALHANDO A LEITURA E A ESCRITA Alguns autistas, mais comprometidos, não conseguirão soletrar as sílabas das palavras, mas todos podem ler algumas palavras globalmente. Para isto, apresente sempre a figura com a palavra escrita, para que ele faça a leitura das palavras memorizadas. Decompor a palavra e separar as sílabas na ordem compondo a palavra no papel. Trabalhando a escrita da sílaba x palavra.
  • 36. 36
  • 37. 37
  • 38. 38 f) TRABALHANDO A RELAÇÃO NÚMERO x QUANTIDADE
  • 39. 39 g) TRABALHANDO ADIÇÃO SIMPLES h) TRABALHANDO AGRUPAMENTO POR COR
  • 40. 40 i) TRABALHANDO AS FIGURAS GEOMÉTRICAS E AS FORMAS j) TRABALHANDO A RELAÇÃO OBJETO x FICHA
  • 41. 41 k) TRABALHANDO CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Trabalhando antônimos Trabalhando as partes das plantas Trabalhando os sintomas da gripe Trabalhando as partes do corpo humano
  • 42. 42 2.5. SUGESTÃO DE JOGOS E ATIVIDADES a) Jogo cada número no seu quadrado O objetivo é trabalhar: • cores; • números; • sequência numérica; • identificação dos personagens Desenvolvimento: 1- Disponha a atividade para que os alunos possam explorar, visualizando-a e ao mesmo tempo chamando a atenção para a atividade. 2- Peça para identificarem os personagens; caso o aluno não verbalize, neste momento aponte e fale o nome de cada personagem para ele. 3- Peça para colocar uma bola no quadrado de mesma cor, ou para que coloque em um quadrado de um personagem específico. 4- Com os números, peça para o aluno grudá-los nos quadrados de forma ordenada. Explore a atividade conforme o nível do aluno. Se o mesmo não conhece os números, entregue cada número na mão dele pedindo para grudar no local indicado por você e identifique cada um. Também, se preferir, pode usar tampas de pet nos quadrados pedindo ao aluno para significar ou relacionar o número com a quantidade.
  • 43. 43 b) Utilizando o tangran A filosofia do tangram é que um todo é divisível em partes, as quais podem ser reorganizadas num todo, como a própria concepção de Malba Tahan sobre a Matemática. Podemos dizer que o autismo também se assemelha com esta regra do tangram, que devemos conhecer todas as particularidades (partes) da pessoa com autismo, para entendê-lo como um todo seguindo a regra do respeito. O tangram é extremamente eficiente para o desenvolvimento do raciocínio lógico e geométrico, principalmente no que se refere às relações espaciais. Também desenvolve a coordenação motora fina. Para auxiliar o nosso aluno autista a desenvolver tais competências, pode-se confeccionar o tangran utilizando E.V.A. e papelão: fazem-se os moldes com papelão e cola-se o E.V.A. nos dois lados, conforme imagem ao lado. Essas peças vão ser usadas como encaixe de uma base também feita com E.V.A. para cada figura (ver figuras abaixo). Como você pode observar, foram usadas só duas cores para evitar desatenção. Este modelo de atividade com encaixes facilita muito o trabalho, principalmente para quem tem dificuldades na coordenação motora. Dentro do molde tem o lugar identificado para cada peça. Para cada nível de aprendizagem do aluno, deve ser usado o grau de dificuldade adequado.
  • 44. 44 Trabalhando o Corpo Humano Atividades de Ciências podem se tornar lúdicas ao se usar o corpo da criança como molde. Utilizam-se, se necessário, duas folhas de papel madeira para ficar do tamanho da criança. Na frente do espelho, a criança olha o reflexo do próprio corpo e compara com o corpo desenhado no papel. Durante a atividade, a professora explica sobre o corpo humano, o que é, pra que serve... Depois, pode-se buscar na Internet um esqueleto, aumentando-o para o tamanho real da criança. Novamente, a professora explica sobre o esqueleto, o que é, qual a finalidade... A criança recorta todos os ossos e os cola em seus respectivos lugares. Para cada osso que a criança colar, ela deve tocar no osso de um colega e nomeá-lo. Posteriormente, pode-se acrescentar outras partes como: pulmão, coração, cérebro, etc, até chegar nas partes externas, cabelo, pele, unha. Mas lembrando: sempre devemos nomear e explicar cada coisa, pois o que é comum acontecer com muitos autistas é ele falar coisas que não sabem o que significam, ler textos sem entender o que estão lendo, etc... Variação da atividade: Nomeie cada parte do corpo com um cartão removível. Na parte de cima do cartaz, escreva “Colorir ______”. Peça para a pessoa pegar o cartão que corresponde à parte do corpo que ela quer que seja colorida e que o coloque no espaço para completar a sentença. Quando estiver altamente motivada, estimule a criança autista a dizer a sentença completa. Se ela disser apenas “colorir”, responda colorindo algo fora do corpo. Se ela disser apenas “perna”, responda balançando a sua própria perna. A ideia é incentivar a pessoa a dizer “colorir perna” ou “colorir a perna” para você “entender” e colorir a perna no corpo do cartaz. COLORIR: _________
  • 45. 45 3. DEFICIÊNCIA AUDITIVA Deficiência auditiva é a diferença existente entre o desempenho do indivíduo e a habilidade normal para a detecção sonora. Considera-se, em geral, que a audição normal corresponde à habilidade para detecção de sons até 20 dB N.A (decibéis, nível de audição). Qualquer problema que ocorra em alguma das partes do ouvido pode levar a uma deficiência na audição. A audição desempenha um papel principal e decisivo no desenvolvimento e na manutenção da comunicação por meio da linguagem falada, além de funcionar como um mecanismo de defesa e alerta contra o perigo que funciona 24 horas por dia, pois nossos ouvidos não descansam nem quando dormimos. 3.1. ORGANIZAÇÃO DA SALA DE AULA A organização didática desse espaço de ensino implica o uso de muitas imagens visuais e de todo tipo de referências que possa colaborar para o aprendizado dos conteúdos curriculares que estão sendo estudados, como por exemplo:  mural de avisos e notícias, cantinho da leitura, painéis de gravuras e fotos sobre temas da aula, fichas de atividades;  construção de maquetes utilizando diversos materiais, utilização de material concreto;  utilização do dicionário ilustrado ou glossário ilustrado;  amplo acervo textual e visual. A variedade de materiais e recursos visuais (imagens) possibilitam o entendimento dos significados do conteúdo/objeto estudado. Maquetes do sistema solar: Utilizando isopor e massinha
  • 46. 46 3.2. SUGESTÕES DE ATIVIDADES a) Saco das novidades Objetivos:  estimular na criança a habilidade de expressar-se perante um grupo;  desenvolver na criança a capacidade de expor seus pensamentos de forma clara e organizada, situando-se no tempo e no espaço, utilizando este recurso como apoio. Material: 1 saco de pano, com a inscrição SACO DAS NOVIDADES e o nome da criança abaixo. Desenvolvimento da atividade: Cada criança deve possuir seu próprio saco das novidades, que será levado para casa toda sexta-feira. Durante o final de semana, colocará no saco um objeto ou qualquer material que represente ou faça parte de alguma atividade realizada neste período (seja um passeio, uma brincadeira, um lanche, um momento em casa,...).Se não houver possibilidade de colocar uma representação concreta, que seja então uma folha com um desenho da atividade desenvolvida. O saco das novidades deve ser levado e explorado em sala sempre na segunda- feira. A criança mostra o objeto e conta o que ele significa, que atividade representa, onde e quando foi realizada, quem participou dela.... Se não consegue fazê-lo espontaneamente, o professor pode, num primeiro momento, auxiliá-la fazendo alguns questionamentos: “O que você trouxe aí?”, “É seu? Não? De quem é?”,“Quando fez isto, foi no sábado ou no domingo?”, “Você gostou?”,... Conforme o nível de aprendizagem da turma, após a atividade, pode-se: – fazer o registro individual ou em grupo; escrito ou ilustrado; – montar histórias em quadrinhos que podem ser trocadas entre as crianças para que recontem a atividade do colega em língua de sinais, proporcionando a troca e o desenvolvimento linguístico; – aproveitar algum registro para o trabalho de Português.
  • 47. 47 Exemplo: uma criança traz dentro do saco uma boneca de pano nova. 1) Momento de conversação e exploração do objeto em língua de sinais: A criança pode contar como e quando a ganhou, quem a fez, como é a boneca, se ela tem outras bonecas ou não, como e onde ela brinca com a boneca, se já escolheu um nome para a boneca.... Após este momento, as outras crianças podem manusear a boneca, fazer perguntas e o professor pode aproveitar para explorar mais algum detalhe. Depois que todos tenham mostrado e contado o que trouxeram faz-se o registro dos mesmos. 2) O registro pode ser em grupo, de duas formas: Exemplo 1: A cada semana as crianças escolhem a novidade de um dos colegas e formam o texto em conjunto. Exemplo 2: Monta-se um livro em conjunto, onde cada criança faz um desenho e uma frase que resuma a sua novidade. Então se juntam todas as folhas, cria-se uma capa e faz-se o livro do fim de semana. Registro do Saco da Novidade: Ana trouxe uma boneca de pano. Ela ganhou esta boneca da vovó no domingo. Foi a vovó quem a costurou. Domingo à noite Ana colocou a boneca em sua cama e dormiu com ela.
  • 48. 48 3) O registro pode ser individual e de acordo com as possibilidades de cada criança. Exemplo 1: Em forma de desenho, onde ela também escreve uma frase sobre o mesmo. Domingo eu ganhei uma boneca de pano da vovó. Exemplo 2: Em forma de história em sequência, onde a criança desenha e as frases podem ser dadas ou não pelo professor. DOMINGO EU FUI À CASA DA VOVÓ. VOVÓ FEZ UMA BONECA. VOVÓ ME DEU A BONECA. Exemplo 3: Em forma de texto escrito pelo aluno. Sugestões de trabalho a partir destes registros a) trabalhar com as frases completas: Minha Boneca de Pano Domingo eu fui à casa da vovó e ela me deu a boneca. Vovó costurou o corpo, o cabelo e a roupa. Eu dormi com a boneca na minha cama. Hoje eu trouxe a boneca de pano. Minha Boneca de Pano Domingo eu fui à casa da vovó e ela me deu a boneca. Vovó costurou o corpo, o cabelo e a roupa. Eu dormi com a boneca na minha cama. Hoje eu trouxe a boneca de pano. – Apresentar uma frase em LIBRAS para que seja identificada pelos alunos; – Apresentar a frase em alfabeto manual para que a criança a apresente em LIBRAS; – Apresentar um desenho para que a criança indique qual é a frase no texto; – Ordenar frases: recortar todas as frases, misturá-las e organizá-las novamente; – Recortar todos os elementos das frases e brincar com eles formando novos textos; – Fazer a leitura em LIBRAS e transcrevê-la exatamente como foi sinalizada, para depois comparar este texto com o texto escrito na língua portuguesa.
  • 49. 49 b) Saco da novidade: hábitos de higiene 1) Objeto a ser tirado: PAPEL HIGIÊNICO O objeto é mostrado e inicia-se a conversação em língua de sinais e através da oralidade: “É mesmo macio? Qual é o “sinal” dele? Que cor é esta? Para que serve? Qual é o nome em português? Alguém sabe fazê-lo em alfabeto manual (LIBRAS)? É formado por duas palavras: “papel” e “higiênico”. O que significam cada uma? É o mesmo papel onde escrevemos e desenhamos? É possível desenhar ou escrever no papel higiênico? 2) Depois que todas as crianças participarem, trabalhar com todos os sinais e nomes dos objetos expostos: listar os objetos em língua de sinais; escolher um objeto e criar frases, montar cartões com os sinais e com os nomes em alfabeto manual e cartões com os nomes em língua portuguesa, e brincar com todos eles. a) Pegar um cartão em alfabeto manual (LIBRAS) e colocar junto ao material correspondente; b) Pegar um cartão em português e juntar ao cartão em sinal; c) Pegar um cartão com o sinal e dramatizar uma situação de uso deste material para que os colegas o identifiquem em alfabeto manual; d) Pegar um cartão e criar uma frase em língua portuguesa sobre o objeto escolhido; e) Aproveitar os cartões e montar as cartelas para jogo de bingo. Para fixação do conteúdo, promover:  conversas e trocas de informações em língua de sinais sobre os hábitos de higiene pessoais e familiares;  pesquisas em jornais, revistas e internet sobre hábitos de higiene;  trabalhar com texto sobre o assunto. ESPELHO
  • 50. 50 f) Propor exercícios para fixação do conteúdo: Uso para lavar as mãos: Uso para cortar unhas: Uso para escovar os dentes: Recorte as palavras, cole-as nos espaços adequados e desenhe as frases: Eu lavo minhas mãos com _____________. Eu corto minhas unhas com _____________. Eu escovo os dentes com ___________. c) Revisão dos conteúdos Realizar revisão sobre o tema trabalhado em aula (conceitos, classificações, sinalização...) utilizando fichas com as respostas para que a criança possa fazer uma autocorreção ao terminar a atividade. sabonete tesoura creme dental tesoura Creme dental sabonete
  • 51. 51 d) Atividades com o vocabulário Material: folhas contendo meios de transporte misturados, em sinal e em português escrito, tesoura e cola. Recortar os sinais e as palavras da folha; juntar o sinal ao nome do meio de transporte correspondente e colar no caderno. e) Atividades de exploração e análise Coleta de materiais para análise e descrição das partes das plantas. Os alunos deverão procurar e trazer para a escola raízes, partes de caules, folhas, flores e frutos de diferentes vegetais. Em sala, confeccionarão os cartões com os nomes destas partes e discutirão sobre as diferenças e semelhanças entre elas, bem como as funções de cada uma. Após, montarão um painel sobre a utilidade das plantas, utilizando as partes dos vegetais para complementar as informações do texto. f) Jogo de Memória Montar diferentes jogos de memória: Sinal x Figura Sinal x Palavra Alfabeto Manual x Palavra Figura x Palavra
  • 52. 52 Variação: utilizar os conteúdos que estejam sendo trabalhados em aula (verbos, meios de transporte, países,...) para fixação ou confeccioná-lo por classificação aleatoriamente (comidas, bebidas, vestuário, brinquedos, animais,...) para introdução de palavras novas. Aproveitando a brincadeira: durante a partida, sempre que um par for encontrado, o aluno individualmente, ou o grupo, terá que repetir a palavra em alfabeto manual e oralmente. No final do jogo, cada criança registra no caderno os seus pares e desenha-os ou forma frases escritas. O professor pode aproveitar as palavras para atividades posteriores. g) Jogo do Baralho Montar um baralho de letras (português/alfabeto manual) ou de sílabas com os alunos. Como jogar: metade das cartas são distribuídas e a outra metade fica no monte. A primeira carta do monte é virada e colocada na mesa. A criança, na sua vez, compra do monte ou da mesa, baixa as palavras que conseguir formar e descarta sempre uma carta no final da sua jogada. Vence o jogo aquele que terminar primeiro suas cartas ou quando acabarem as do monte. Cada letra ou sílaba do baralho pode ter uma pontuação, assim os alunos poderão somar seus pontos conforme as palavras que conseguirem formar, porém só ganharão os pontos se souberem o sinal correspondente. Sistematizando a brincadeira: no final de cada partida, as palavras são registradas e, ao terminar a brincadeira, pode ser montado um minidicionário com todo o vocabulário do jogo para ser aproveitado em outras atividades de português. h) Jogo do Bingo Montar diferentes jogos de bingo: cartões com palavras e cartelas com sinais; cartões com sinais e cartelas com palavras; cartões com alfabeto manual e cartelas com letras; cartões com configuração de mão e cartelas com figura e palavra; etc.
  • 53. 53 Sistematizando a brincadeira: No fim de cada rodada todos terão que copiar as palavras marcadas na sua cartela. Em seguida, formarão frases ou pequenos textos em português com as palavras registradas. Esta brincadeira também pode ser aproveitada para montar em conjunto situações problemas ou de interpretação escrita com os dados que obtiverem dela. Exemplo: As crianças brincaram com um bingo de animais. Ao final do jogo montaram um cartaz com a tabela abaixo e marcaram somente os animais que havia na sua cartela. Depois, responderam as questões no caderno: CACHORRO GATO SAPO PATO JOÃO X X X MARIA X X X ANA X X X CARLOS X X X 3.3. SUGESTÃO DE RECURSOS a) Fichário Descrição do material: caixa repleta de fichas padronizadas, com figuras e palavras, que pode ser utilizada em qualquer momento de aula com o intuito de mostrar à criança “o nome das coisas” em português ou o que determinada palavra representa. As palavras podem ser colocadas na ficha de formas diferentes: escritas só com letra bastão ou escrita com letra bastão e LIBRAS. A escrita pode vir logo abaixo da figura, atrás da ficha ou escrita num cartão à parte, possibilitando assim utilizar a ficha em atividades que não exijam o apoio escrito. Quantos colegas marcaram sapo? Quem marcou pato? Quem não marcou nada? Quem venceu a rodada? Que animais João marcou? Maria e Ana tinham animais em comum? Quais?
  • 54. 54 Sugestões de uso:  apresentar palavras novas;  relacionar sinais feitos pela criança à figura ou palavra correspondente;  usar como apoio quando houver dúvida ou dificuldade de compreensão;  procurar figuras que comecem com a letra sugerida pelo professor ou pelo colega, em letra bastão ou alfabeto Braille;  organizar figuras por ordem alfabética ou por quantidade de letras ou sílabas;  organizar figuras por classes de palavras, onde você mostra, por exemplo, um cartão escrito “BRINQUEDOS” e as crianças têm que escolher entre várias fichas só as que fazem parte deste conjunto;  escolher 2 ou 3 fichas para a criança escrever uma frase utilizando todas elas. Exemplo: “bola – casa - menina” – “A menina tem uma bola em casa.” b) Dicionário configuração de mãos/português Material confeccionado com os alunos durante as aulas com o objetivo de incentivá-los a buscar sozinhos as palavras em que apresentem dúvida. As crianças ouvintes elaboram este dicionário utilizando o sinal da primeira letra da palavra e colando na beirada das páginas. Cola-se a palavra nova que comece com aquela letra e acrescenta-se junto a ela o desenho ou a figura correspondente. A criança com deficiência auditiva incluirá o sinal do que pretende escrever, por exemplo, na palavra avião ela colocará o desenho ou figura e o “sinal de avião”. Sugestões de uso:  utilizar esse dicionário sempre que a criança não souber como se escreve determinada palavra;
  • 55. 55  apoiar o aluno em qualquer atividade, tanto nas horas de leitura e produção textual, quanto nas horas de atividades lúdicas. c) Alfabeto móvel LIBRAS e português Confeccionar com as crianças vários conjuntos de alfabetos tanto em língua de sinais quanto em português para utilizá-los em diferentes momentos de aprendizagem. Sugestões de uso:  o professor monta palavras em alfabeto manual/LIBRAS para a criança montá-las abaixo em português;  fazer pareamento de letras com os dois alfabetos;  brincar com as letras num saco, onde uma criança tira uma letra para que as demais apresentem sinais de objetos cujos nomes em português comecem ou terminem com a letra escolhida;  montar bingo utilizando este recurso: figuras e letras, palavras e letras. 3.4. TREINAMENTO AUDITIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL O treinamento auditivo tem por finalidade fazer com que o aluno com deficiência auditiva aprenda a ouvir e interpretar os sons, desenvolvendo ao máximo seus resíduos auditivos. O treinamento auditivo é apresentado seguindo uma gradação de sons grosseiros para sons mais elaborados, dos mais graves e fortes para os mais agudos e fracos. A distância da fonte sonora também segue uma gradação, de início mais perto e aos poucos mais longe. Esse treinamento visa desenvolver as funções auditivas necessárias à aquisição e ao desenvolvimento da linguagem oral final. Objetivos do treinamento auditivo  Adquirir e desenvolver a consciência do mundo sonoro: presença e ausência de ruídos, sons instrumentais e da fala;
  • 56. 56  Desenvolver a capacidade de conceituar a atividade psíquica nos estímulos auditivos (atenção auditiva);  Localizar a fonte sonora, visando à segurança existencial e à construção do espaço não alcançados pela visão (localização auditiva);  Identificar e reconhecer ruídos ambientais, sons instrumentais e sons de fala (mais grosseiros)  Discriminar a intensidade (forte/fraco) dos ruídos, dos sons instrumentais e das palavras  Discriminar a frequência (altura) dos ruídos, dos sons instrumentais e da fala (grave/aguda)  Perceber a quantidade de impulsos dos ruídos, dos sons  Desenvolver a consciência da duração dos ruídos, dos sons instrumentais e das vogais (longa/breve)  Desenvolver a capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos sonoros anteriormente apresentados (memória auditiva)  Desenvolver a capacidade de relembrar rapidamente ruídos e sons (evocação)  Desenvolver a capacidade de perceber e reproduzir sons na mesma ordem em que foram apresentados (memória sequencial auditiva)  Desenvolver a capacidade de identificar as características dos sons dentro de um todo e de reuni-los formando um todo (análise/síntese auditiva). Obs.: Uma criança que iniciar a estimulação auditiva na faixa etária de zero a três anos e der continuidade ao treinamento e ao uso sistemático do aparelho de amplificação sonora, até o final da pré-escola, provavelmente alcançará a maioria dos objetivos do treinamento auditivo. Quando o treinamento auditivo iniciar-se na pré-escola, essas atividades deverão estender-se por mais tempo até as séries iniciais do Ensino Fundamental. a) Consciência auditiva - é a capacidade de reagir a um estímulo sonoro. Como problemas decorrentes da ausência de consciência auditiva podem aparecer:  alheamento ao ambiente sonoro;  dificuldade de comunicação;  dificuldade na aprendizagem.
  • 57. 57 Sugestão de Atividade Levar CD de vários ritmos musicais (lento – rápido – forte – suave), pedir para o aluno sentir o ritmo da música ao colocar as mãos no aparelho de CD. O professor deve perguntar que tipo de ritmo a música apresenta. Incluir também momentos em que não haja ritmo / música tocando, para que o aluno perceba a ausência de vibração. b) Atenção auditiva - é a capacidade de concentrar a atividade psíquica nos estímulos auditivos. Como problema decorrente de falhas na atenção auditiva pode aparecer dificuldade em se concentrar em estímulos sonoros, prejudicando assim a aprendizagem. Sugestão de Atividade A mesma sugestão de atividade da consciência auditiva, pois na medida em que a criança distingue o ritmo, a presença ou ausência do som, precisa prestar atenção ao que a professora diz. c) Localização auditiva - é a capacidade de localizar a fonte sonora. Como problemas decorrentes de ausência de localização auditiva podem aparecer:  respostas em direções diferentes das fontes;  dificuldades em identificar os sons;  dificuldades na aprendizagem. Para desenvolver a habilidade de localização auditiva, coloca-se inicialmente a criança em contato com o local onde está situada a fonte sonora. Sugestão de Atividade Colocar na sala de aula, em local escondido (atrás / dentro de algo) o aparelho de CD. O aluno deverá apontar a direção de onde está vindo o som. Caso não acerte, permita que ele chegue mais próximo do som e pergunte novamente se ainda acha que vem do lado em que informou anteriormente.
  • 58. 58 d) Discriminação auditiva - é a habilidade de diferenciar um som do outro e de distinguir pequenas diferenças nos sons. Como problemas decorrentes de falhas na discriminação auditiva podem aparecer:  confusão e troca de fonemas quando de sua enunciação. Ex.: /pote/ /bote/;  dificuldade na associação dos fonemas (sons) aos grafemas (letras) correspondentes, com problemas para a aprendizagem da leitura e escrita. A criança aprende a associar um som com a fonte que o produziu. À medida que desenvolve essa habilidade, começa a discriminar um som do outro. Sugestão de Atividade Utilizar duplas de caixinha de fósforos com diferentes materiais (terra fina – pedrinhas – maisena – arroz). Mostre para o aluno o barulho de cada caixinha, depois, peça para ele agrupar em duplas os sons semelhantes. Ao final, confira, abrindo a caixinha, se há o mesmo material nas duas e consequentemente o mesmo som. e) Memória auditiva - é a capacidade de reter, reconhecer e reproduzir estímulos sonoros anteriormente apresentados. Como problemas decorrentes de dificuldades na memória auditiva podem aparecer:  dificuldades em reconhecer e reproduzir estímulos auditivos;  dificuldades aparentes de compreensão;  dificuldades em cumprir ordens. A partir do momento em que a criança é capaz de identificar sons, demonstra estar armazenando impressões auditivas. Sugestão de Atividade Mostre figuras de animais (gato, cachorro, galinha, passarinho...) e emita o som de cada animal (pode-se levar cd que tenha o som dos bichos). Peça para o aluno imitar o som dos bichos, e, caso apresente dúvida em algum som, repita-o e auxilie o aluno a emiti-lo. f) Memória auditiva sequencial - é a capacidade de perceber e reproduzir sons na mesma ordem em que foram produzidos. Como problemas decorrentes de distúrbios da memória auditiva sequencial podem aparecer:
  • 59. 59  inabilidade de apreciar a ordem temporal ou a sequência dos acontecimentos auditivos que podem se refletir nas trocas de sílabas nas palavras (por exemplo: macoca por macaco) ou troca de palavras nas frases;  dificuldade de aprender os dias da semana, os meses do ano e até mesmo a sequência dos fatos históricos;  a memória e a sequência auditivas envolvidas no processo de leitura - escrita;  problemas na análise e síntese auditiva das palavras dificultando o processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Sugestão de Atividade Apresentar uma sequência de sons (poucos no início, aumentando gradativamente) e pedir para que o aluno repita na ordem apresentada. Podem ser sons de bichos ou de sílabas. g) Análise - Síntese auditiva - é a capacidade de identificar as características dos sons dentro de um todo e de reuni-los formando esse todo. Como problemas decorrentes de dificuldades de análise-síntese auditivas podem aparecer:  dificuldades em combinar fonemas e sílabas para formar uma palavra e em combinar palavras para formar uma sentença, dificultando, assim, a aprendizagem da leitura e da escrita, principalmente se o professor utilizar um método fonético;  dificuldades em separar as palavras em sílabas ou em fonemas (sons individuais), afetando a aprendizagem da leitura. Para aprender a ler, a criança deverá aprimorar suas habilidades de análise/síntese auditivas. Ela necessita analisar a palavra nas partes que a compõem, percebendo as palavras como feitas de sons iniciais, mediais e finais. Sugestão de Atividade Trabalhar a palavra com o reconhecimento dos fonemas que a compõem. Assim como trabalhamos com os alunos nos anos iniciais para reconhecerem a sílaba inicial, mediana e final de uma palavra, deve-se trabalhar com o aluno com deficiência auditiva para que ele emita o som inicial, mediano e final da palavra estudada.
  • 60. 60 4. DEFICIÊNCIA VISUAL Deficiência visual é a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho, após a melhor correção óptica. Classifica-se em:  cegueira - perda total ou resíduo mínimo de visão que leve a pessoa a necessitar do Sistema Braille como meio de leitura e escrita.  baixa visão ou visão subnormal - é o comprometimento do funcionamento visual de ambos os olhos, mesmo após tratamento ou correção. A pessoa com baixa visão possui resíduo visual em grau que lhe permita ler textos impressos ampliados ou com uso de recursos ópticos especiais. Os recursos tecnológicos e a utilização de jogos pedagógicos contribuem para que as situações de aprendizagem sejam mais agradáveis e motivadoras para a criança com deficiência visual. E tais recursos podem ser usados por todos os alunos, com deficiência ou não. A utilização de jogos, instrumentos de medir, mapas de encaixe e diversos objetos devem ser adaptados, tornando-se assim significativos para alunos cegos ou com baixa visão. Tais materiais devem apresentar cores contrastantes, texturas e tamanhos adequados a fim de favorecer a aprendizagem dos conceitos estudados. 4.1. ORIENTAÇÕES PARA AUXILIAR O ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL 1ª Orientação: posicionamento do aluno na classe A escola deverá descobrir com o aluno qual é a melhor localização deste na sala de aula para que ele consiga utilizar ao máximo a sua visão e participar do que está sendo desenvolvido na aula. Geralmente, colocamos o aluno a um metro do quadro e sentado na 1ª cadeira do lado direito da sala; depois, na 1ª cadeira do lado esquerdo e, por fim, na 1ª cadeira da fila central. O aluno tentará visualizar algo escrito no quadro (em letra grande) e informará em qual posição consegue enxergar melhor. Descoberto o melhor posicionamento na sala, o aluno deverá sentar-se sempre no mesmo local e mudar quando houver necessidade por conta do seu resíduo visual.
  • 61. 61 2ª Orientação: claridade As janelas deverão ter uma "barreira" que poderá ser feita colocando papel madeira nos vidros para que a luz natural não interfira na visão do aluno. A luz artificial ficará funcionando normalmente. Tal orientação serve p/ todos os alunos, desde que não haja alguma outra orientação específica do Instituto Benjamin Constant - IBC ou de um outro especialista da área médica. 3ª Orientação: cópia do quadro / atividades Caso o aluno tenha dificuldades em copiar as atividades do quadro, a escola, juntamente com a família, poderá utilizar a estratégia de tirar cópia do caderno de um aluno da mesma classe e o responsável pelo aluno com deficiência visual deverá ler as anotações em casa para que ele (o aluno) reforce a atividade desenvolvida em aula, ou o professor deverá elaborar um resumo do tema e atividades em letra ampliada. 4ª. Orientação: tamanho da fonte / letra As provas e atividades deverão ser realizadas (se forem por escrito) em fonte maior do que a utilizada normalmente com os outros alunos. Para que se ache o tamanho da fonte adequada para o aluno com deficiência visual, leve-o ao laboratório de informática e digite uma palavra/frase na fonte Arial e coloque o tamanho 30 e vá aumentando até que o aluno consiga informar qual é o tamanho da fonte mais apropriada para ele. Outra sugestão: o aluno pode realizar a avaliação/atividade na sala de informática, utilizando o computador. Desta forma ele terá melhor visualização ou, ainda as provas e atividades poderão ser respondidas oralmente, (gravando a resposta, mesmo que seja em áudio, durante a avaliação). 5ª . Orientação: atividades O aluno com deficiência visual apresenta maior facilidade em aprender os conteúdos se estes forem apresentados de maneira concreta: maquete, aulas passeio, experimentos, cartazes com letras grandes e em bastão, utilizando contraste preto no branco.
  • 62. 62 4.2. SUGESTÕES DE RECURSOS E ATIVIDADES a) Escala de Cuisenaire A Escala Cuisenaire propicia a apredizagem de conteúdos como soma, subtração, propriedades comutativa e associativa, noções de dobro, metade, etc. Sugestões de uso:  fazer jogo de bingo, em que o professor vai chamando os números e as crianças colocam as barrinhas correspondentes em suas cartelas;  construir uma escada com as barras, tanto em ordem crescente quanto decrescente;  brincar de compra e venda, utilizando as barras para simbolizar o valor do dinheiro; b) Material Dourado Nessa atividade as crianças vão perceber que há uma relação entre as peças. A pergunta a ser feita é: quantas peças menores vale uma peça maior? Sobrepondo umas às outras, os alunos chegarão à relação de equivalência entre elas. Posteriormente, esta atividade servirá como base para compreensão do conceito de área. c) Jogo do Sistema de Numeração Decimal Este é o momento mais sistemático da “numerização” antes do uso formal dos contadores mecânicos. Utilizando o material dourado, atribuem-se valores a cada peça: o cubo menor vale 1; a barra vale 10; a placa vale 100 e o cubo maior vale 1.000. Pode-se utilizar palitos coloridos ao invés do material dourado.
  • 63. 63 A PRODUÇÃO TEXTUAL E O ALUNO COM DEFICIÊNCIA VISUAL Esses alunos são potencialmente capazes de compreender, interpretar e estabelecer relações. Estão habituados a exercitar predominantemente a escuta e a fala que costumam ser mais encorajadas do que o exercício da escrita. A produção de texto contribui para a estruturação da linguagem e do pensamento, além de despertar a imaginação e a criatividade. Esta é uma situação de aprendizagem muito rica que possibilita o contato e a interação com diversos códigos de expressão oral e escrita. O aluno com deficiência visual pode realizar a produção textual utilizando o computador. a) Trabalhando o alfabeto Esses materiais auxiliam o professor nas atividades que envolvam o alfabeto, a consciência fonológica e grafológica.  Solicitar ao aluno que encontre as letras e estabeleça relação entre elas e os objetos colocados nas gavetas;  Ler com os alunos as letras em sequência de A a Z;  Contar quantas fileiras e quantos compartimentos existem;  Trabalhar a noção de direita/esquerda, em cima/embaixo;  Perguntar qual a primeira letra e qual a última de cada fileira;  Pedir a cada criança que escolha uma gaveta/compartimento, retire os objetos nela contidos, conte-os, brinque, identifique o nome, uso e função.  Incentivar a troca de ideias entre as crianças a respeito dos objetos. Propor que encontrem no ambiente outros objetos cujos nomes começam com a mesma letra;
  • 64. 64  Periodicamente, substituir alguns objetos por outros novos para que os alunos tenham oportunidade de conhecer um maior número de objetos do ambiente. b) Trabalhando relação número x quantidade Pedir aos alunos que contem as gavetas, iniciando pelo lado esquerdo e indo na direção da direita. Ajudar a encontrar e explorar os números escritos na frente da gaveta; a ler os números em sequência.  Explicar o que são números ímpares e pares e que os números ímpares estão nas gavetas da esquerda e os pares na coluna da direita.  Trabalhar os conceitos de direita e esquerda, em cima e embaixo.  Incentivar as crianças a conversar e relatar suas experiências sobre os objetos.  Pedir que retirem os objetos de todas as gavetas que os contêm, colocando-os em um recipiente. Em seguida, devem juntar os objetos iguais, formando pequenos montes.  Pedir que contem um grupo de objetos e procurem a gaveta com o número correspondente para guardá-los. Repetir com os outros objetos até que todos estejam guardados;  Outra forma de se trabalhar a relação número/quantidade, é confeccionar cartões com o número em alto relevo e contraste (branco/preto) e utilizar para registrar a quantidade de palitos de picolé, canudos ou cartelas com desenhos representando a quantidade. c) Livro sensorial Pode-se usar o livro sensorial para a introdução de conceitos, promover experiências concretas com elementos do ambiente, na forma e tamanho naturais, com os exemplos mais variados
  • 65. 65 possíveis. Quando for impossível, usar objetos e mostrar exemplos reais, usar réplicas, brinquedos, miniaturas e explicações verbais. d) Livros ilustrados O livro adaptado deve apresentar o texto ampliado, em letra de forma, de modo a favorecer a leitura por crianças com baixa visão. Para as ilustrações, podem ser utilizadas figuras montadas com diferentes recursos: EVA, tecido, lã costurada, contas costuradas para indicar olhos e outros detalhes, objetos miniatura. e) Trabalhando classificação e seriação com blocos lógicos Auxilia no trabalho com os conceitos de organização espacial como: direita, esquerda, primeiro, segundo, terceiro, quarto, último, penúltimo, em cima, embaixo. Sugestões de uso:  pedir que formem grupos de placas com a mesma forma;  pedir que digam os nomes das figuras;  pedir que peguem uma peça, identifiquem-na pelo nome e coloquem-na na caixa correspondente sua forma;  ajudar as crianças a identificar as cores;  propor algumas continhas usando as placas.
  • 66. 66
  • 67. 67
  • 68. 68 4.3. SUGESTÕES DE RECURSOS a) Miniaturas Para auxiliar o aluno com deficiência visual, deve-se utilizar miniaturas a fim de possibilitar a compreensão e aplicação adequada do conceito estudado, a percepção tátil, as unidades de medidas, preço, categorias, etc. b) Mapas Os mapas políticos, hidrográficos e outros podem ser representados em alto relevo, utilizando-se cartolina, linha, barbante, cola e outros materiais de diferentes texturas. Observação: a riqueza de detalhes em um mapa pode dificultar a percepção de aspectos significativos. c) Mapa de encaixe Auxilia na aquisição de conceitos em relação às Regiões Geográficas, pois suas peças são destacáveis como um quebra-cabeça.
  • 69. 69 d) Maquetes A utilização de maquetes é uma boa maneira para se trabalhar conceitos complexos, como por exemplo: as noções e os conceitos relacionados aos acidentes geográficos, ao sistema planetário e aos fenômenos da natureza. O conceito de árvore para a criança com deficiência visual limita-se ao toque do caule, e das partes em separado, quando lhes são mostradas as folhas, os frutos em sua mão. O todo só pode ser entendido pelo toque em uma figura em relevo, como a desta foto, onde a criança poderá entender o conjunto.
  • 70. 70 e) Caixa tátil Através do orifício disposto na lateral da caixa a criança deverá enfiar a mão, retirar uma peça e, posteriormente, repetindo a operação, encontrar o par do objeto. Ideal para o treinamento e desenvolvimento da percepção tátil. f) Bingo O jogo de bingo permite o trabalho com diferentes conceitos (formas, números, espécie e gênero, figura e palavra, etc). Bingo de formas: as formas devem ser desenhadas em material tateável e coladas sobre cada cartela e também em pequenos cartões, a serem sorteados. Vários tipos de materiais podem ser utilizados para preparar figuras em relevo: EVA, lixa, flanela, papel rugoso... Os "feijões", ou peças para marcar figuras sorteadas, podem ser substituídos por quadrados de EVA que se encaixem nos orifícios no canto da cartela. Isso permite que as informações não se percam sobre as figuras já sorteadas. g) Dominó de percepção manual Este é um excelente material para o desenvolvimento da coordenação motora fina e para o reconhecimento tátil de figuras variadas. h) Dominó de texturas As peças são revestidas por inteiro, o que facilita a percepção sensorial, desenvolvendo a discriminação tátil e o raciocínio lógico pelo emparelhamento de peças iguais. Estabelecendo o hábito de realizar atividades em grupo e elaborando estratégia para ser o primeiro a se livrar de todas as pedras, esse é um excelente jogo para todas as idades.
  • 71. 71 i) Discos de frações Auxiliam na aquisição do conceito de frações. Desenvolvem a noção de inteiro e parte, de equivalência e do conceito matemático de divisão. j) Sólidos geométricos Possibilitam o reconhecimento das formas geométricas básicas tridimensionalmente facilitando a compreensão dos conceitos da Geometria. k) Esquadro / Régua adaptados Colocam-se pontos nas marcações dos centímetros (cola colorida). Auxiliam o aluno com deficiência visual a traçar, transferir retas e compor ângulos.
  • 72. 72 l) Ábaco Auxilia no entendimento de conceitos de quantidades, na relação número/quantidade e nas quatro operações (com ênfase na adição e subtração). m) n) o) p) Fixador de folhas e pauta ampliada É um recurso que substitui o uso do caderno pelo aluno com baixa visão. Geralmente utiliza-se folha A4 ou A3 com as linhas com espaçamento ampliado e com as linhas bem marcadas em negrito. O fixador de folhas age como um “prendedor ou fichário”, fazendo com que as folhas fiquem juntas, auxiliando assim, o aluno na sua organização e sequência.
  • 73. 73 q) Tiposcópio Auxilia o aluno com baixa visão no momento da leitura, pois serve como um guia de linha. Com a utilização desse recurso, o aluno não confunde a linha em que estava realizando a leitura. 4.4. O USO DO COMPUTADOR Atividades escritas no quadro apresentam baixo custo e rapidez para o professor, mas para o aluno com baixa visão se tornam difíceis pelo fato de enxergarem pouco e para o aluno com deficiência física por terem dificuldade para digitar de forma ágil. Desta forma, a utilização do computador se torna eficaz, visto que esse recurso dá ao aluno autonomia na realização das atividades e auxilia em sua aprendizagem.  O professor deve providenciar a digitalização do texto/atividade a ser desenvolvida com a turma (em pen drive), com antecedência, para que o aluno possa participar da aula com autonomia.  Quando a imagem não tem a função de mera ilustração, mas estiver articulada com o conteúdo em discussão na atividade, é preciso adaptá-la; os desenhos não podem ter muitos detalhes e, de preferência, que sejam grandes e nomeados. Além desta estratégia é preciso narrar a imagem apresentada.
  • 74. 74  Usar a letra Arial, fonte 30. Se necessário, aumentar a fonte para uma maior e usar o comando negrito para ressaltar a escrita e facilitar a leitura pelo aluno.  Usar espaçamento duplo entre as linhas do texto/atividades.  Há no ambiente Windows a opção de se realizar configurações básicas no monitor e áudio, favorecendo, assim, a acessibilidade da pessoa com deficiência. Tais configurações podem ser realizadas em: Menu Iniciar – Painel de Controle – Facilidade de Acesso – Central de Facilidade de Acesso a) Ampliadores de texto  Lente de aumento do Windows / Lupa A lente de aumento do Windows ou Lupa talvez seja o recurso de ampliação mais acessível aos usuários, já que o mesmo vem instalado por padrão no sistema Windows. Ele é extremamente leve, mas, em compensação, possui poucas opções. Seus principais recursos são: nível de ampliação de até 9x, alto contraste e seguir foco do mouse e teclado. Localizado em: Menu Iniciar – Todos os Programas – Acessórios – Acessibilidade  Virtual Magnifying Glass Portable - VMGP O VMGP amplia a tela do computador. Possui um menu intuitivo e de fácil configuração. A lupa acompanha o mouse e você pode definir o tamanho da área de ampliação. Outro ponto a favor do VMGP é o fato dele ser portátil, podendo ser levado num pen drive. Versão: 3.4 (Gratuito - Portátil) - Desenvolvedor: Portable Apps  Magical Glass O Magical Glass é mais um ampliador da "família" gratuito e cumpridor naquilo que lhe é proposto. Pra quem gosta do estilo "lupa que acompanha o mouse" o programa é uma boa pedida. Não possui muitas funções e é bem fácil de configurá-lo, bastando para isso utilizar o teclado numérico (1 a 9) para ampliar, aumentar a área de zoom e ativar alto contraste. Versão: 2.0.0.2 (Gratuito) - Site Oficial: http://freestone-group.com/magg.htm
  • 75. 75  DesktopZoom Fácil de usar, leve e portátil, o DesktopZomm possui diversos modos de ampliação, controle de zoom, cores invertidas e alto contraste. O que chama a atenção é uma espécie de miniatura que fica no canto inferior da tela, mostrando ao usuário em que parte da tela ele se encontra. Versão: 3.5 (Gratuito) Site Oficial: http://users.telenet.be/littlegems/MySoft/DesktopZoom/Index.html b) Leitores de texto  Virtual Vision Desenvolvido em 1997 pela Empresa Brasileira Micropower, o Virtual Vision, atualmente na versão 6.0, é o único leitor de telas totalmente desenvolvido no Brasil. É capaz de interagir com os principais programas normalmente utilizados em um computador, reconhecendo assim Word, Excel, Internet Explorer, Outlook, MSN, Skype, entre outros. Desenvolvedor: MicroPower - Site Oficial: www.virtualvision.com.br Alunos com deficiência podem obtê-lo gratuitamente em bancos como o Bradesco, Itaú e Real.  DOSVOX Desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o DOSVOX não é apenas um leitor de telas e sim um Sistema Operacional completo rodando em ambiente Windows. O DOSVOX é o leitor de telas mais indicado para crianças, jovens ou para um usuário que esteja começando a usar um computador. Dentro do sistema você encontrará editor de texto, jogos de caráter didático e lúdico, programas para ajudar na educação de crianças com deficiência visual, entre outras tantas funcionalidades. Desenvolvedor: Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ Site Oficial: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox
  • 76. 76 4.5. SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS a) Língua Portuguesa ou Língua Estrangeira  Entregar com antecedência o texto que será estudado em sala para que o aluno tenha tempo de lê-lo e de ter acesso ao assunto a ser abordado.  O aluno deverá ser incentivado a perguntar ao professor as grafias que são significativamente mais difíceis.  Os desenhos, esquemas, figuras, gravuras e demais imagens (inclusive as mostradas em vídeo) deverão ser apresentados antecipadamente ao aluno, devendo, ainda, ser descritos.  O professor de Língua Portuguesa ou de Língua Estrangeira deve lembrar-se de que, em situação de teste, as questões que envolvem a leitura de textos devem ser revistas, pois acabam prejudicando o desenvolvimeno do aluno devido ao tempo que será demandado para ler o texto e responder as perguntas. Para sanar tal problema, pode-se entregar o texto antes para o aluno ler e assim, no momento da prova, ele o lerá muito mais rápido e conseguirá responder as questões dentro do tempo, da mesma forma que seus colegas. b) História e Geografia  Os mapas, gráficos e esquemas em testes de História, Geografia e outras disciplinas devem ser oferecidos em relevo e acompanhados de perguntas que possam ser respondidas sem o auxílio da visão.  Os textos mais curtos e diretos são mais acessíveis, podem ser apresentados escritos em tópicos ou resumidos.  Sempre que for utilizar uma figura, esta deve ser apresentada em alto relevo, com contrastes ou texturas que possam ser sentidas através do tato.  As atividades e testes deverão ser adaptados. O aluno se beneficiará de perguntas que permitam a oferta de respostas diretas e não requeiram recurso de produção textual, de mapas, tabelas, gráficos, uma vez que tais produções exigem maior tempo;. Os gráficos, mapas, tabelas, etc. devem ser oferecidos em partes sempre
  • 77. 77 que forem grandes, pois muitas informações em um pequeno espaço dificultará a aquisição e/ou processamento das informações. c) Ciências, Física e Química  Permitir que o aluno explore os esquemas, gráficos e outros recursos antecipadamente, sempre que possível.  Os experimentos químicos observados exclusivamente pela visão sempre que não puderem ser substituídos por vias sensoriais (tátil, auditiva, olfativa ou gustativa) devem ser fornecidos ao aluno pelo professor, de maneira oral;  Na exibição de um filme ou "slides" o professor deverá oferecer ao aluno com deficiência visual, a audiodescrição, podendo o professor, valer-se de um colega do aluno para fazer tal atividade, de modo que ambos aprendam juntos.  Usar o laboratório ou possibilitar ao aluno outra situação de experiência concreta. Isso deverá ser feito, tanto permitindo que ele faça a experiência diretamente, como colaborando com ela indiretamente, por exemplo, anotando os dados observados pelos colegas, etc. A observação, a experimentação e a exploração do concreto, do palpável, é muito importante. d) Matemática  Os exercícios escritos no quadro devem ser lidos em voz alta.  Caso o aluno apresente dificuldades para copiar, o professor deverá elaborar a atividade em folha ofício com letra ampliada.  É preferível se obter um único exercício bem executado pelo aluno, do princípio ao fim, e devidamente corrigido pelo professor, a se ter muitos exercícios por acabar e sem correção;  Deve-se oferecer esquemas/exercícios menos densos e mais significativos;  O professor deve favorecer ao aluno a leitura em voz alta dos exercícios que resolveu.
  • 78. 78  Cálculos muito "complicados", que envolvam muitas contas longas, devem ser oferecidos ao aluno apenas quando ele já estiver resolvendo as operações menores e menos complexas com autonomia;  O material concreto, tridimensional, palpável, deve estar à mão do professor de modo a poder servir-se dele, quando a explicação ou compreensão da matéria pelo aluno assim o exigir. e) Educação Artística  Os alunos terão grande proveito ao usarem diferentes materiais, com diferentes texturas, que permitam diferentes temperaturas, que provoquem diferentes odores etc, devendo esses materiais fazerem parte dos trabalhos de toda a turma na classe;  Colagens e outras técnicas devem ser ensinadas, cuidando para que o aluno com deficiencia visual possa oferecer ao seu trabalho a mesma beleza visual que oferecerá com a estética tátil; a beleza e a estética visual precisam ser ensinadas e estar presentes nas produções dos alunos;  Para a produção dos trabalhos escolares, o aluno deverá receber informações que, por vezes, já estão disponíveis para as pessoas que enxergam. A observação e a exploração de objetos, animais, flores, ambientes reais, concretos e/ou sua descrição devem compor a educação artística e visual do aluno com deficiência.  Educação Física  Os alunos com deficiência visual deverão ter a oportunidade de participar de todas as atividades propostas para a classe.  A competição, muitas vezes promovida nas atividades em Educação Física, deve ser substituída pela cooperação, participação, colaboração de cada um para o bem-estar e a aprendizagem de todos.  As atividades que exigem deslocamento em maior velocidade deverão ser praticadas em ambientes propícios e esses devem ser apresentados/explorados pelo aluno com deficiência antes da aula.