2. • Francisco Roberto Cabrini nasceu em Piracicaba (SP), no dia 3 de
outubro de 1960. Formou-se em Jornalismo nos Estados Unidos, em
1983.
• Iniciou a carreira com 16 anos na Rádio A Voz Agrícola de Piracicaba
(editoria de esporte) e na equipe de reportagem do Jornal do Povo.
• Quando tinha 17 anos foi para a Globo como repórter esportivo. Em três
meses já era repórter do Jornal Nacional. Aos 22 cobriu uma Copa do
Mundo e se tornou correspondente internacional em Nova York, como
freelance.
• Cobriu cinco guerras e cinco copas do mundo. Atualmente é editor-chefe
e apresentador do Conexão Repórter (SBT)
• Ganhou o Prêmio Esso, Prêmio Tim Lopes, Troféu Imprensa, entre
outros
3. O INÍCIO
Apresentador: Roberto Cabrini - Site Conexão Repórter – SBT
Matéria Investigativa: “Vendem-se brasileiros”. Roberto Cabrini
mostra como funciona a compra ilegal de um bebê, e como agem os
aliciadores com o conhecimento do Ministério Público. Matéria
publicada no site no dia 07/12/2012 – As investigações começaram
a mais de dois anos.
Foco: Adoção ilegal no Brasil, especificamente no interior da Bahia.
O objetivo da investigação é descobrir: Como? Por quê? As
crianças estão sendo vendidas. Quem são os aliciadores? Como
funciona o esquema? Quem são as vítimas?
4. Maria Elisabete, conhecida como Bete, enfermeira e
vereadora, ela mora na Vila do Café, na cidade de
Encruzilhada, interior da Bahia (cerca de 600 km de
Salvador), com cerca de 39.000 habitantes. É uma
região carente.
Patrícia Custódio, é outra envolvida no esquema. Ela
junto com Bete faz a intermediação entre os
interessados pela adoção. Quando procurada por
Roberto Cabrini, ela nega, mesmo com as imagens
escondidas gravadas pela produtora do programa.
PRINCIPAIS ALICIADORAS:
5. ONDE TUDO COMEÇA
Esse esquema começa nas grandes cidades, com
casais que não podem ter filhos biológicos, mas estão
dispostos a pagar qualquer valor em dinheiro para
“fugir” dos processos legais de adoção.
Roberto Cabrini vai até a cidade de Encruzilhada, BA.
Lá ele entrevista várias mulheres que entregaram seus
filhos para Bete. Elas dizem que Bete é conhecida na
cidade por promover a caridade.
6. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO
Roberto Cabrini diz na reportagem que foram meses para se chegar aos
aliciadores, foram feitas viagens até a Bahia, na cidade de Encruzilhada.
Uma das principais formas de conseguir informações foram as entrevistas
com várias mães que moram na Bahia e venderam seus filhos.
Uso de câmeras escondidas: uma produtora da equipe de reportagem se
passa por uma mulher interessada em adotar um bebê e marca um
encontro em um shopping da zona oeste de SP , com Patrícia Custódio.
Ela também viaja para encruzilhada com Patrícia para conhecer a jovem
(Amanda, 20 anos) que vai entregar o seu filho logo que nascer.
Uso de documentos e informações do MP, com depoimentos de Patrícia
Custódio. Nesse depoimento ela nega que conheça Bete.
Recibos com os depósitos pedidos por Patrícia ( 1000,00 para a mãe da
criança, 500 para despesas com exames da grávida)
Usa o bate-bapo na internet para descobrir suspeitos no esquema, inclusive
Patrícia Custódio foi descoberta dessa forma.
7. VÍTIMAS QUE CABRINI ENTREVISTOU
Maria mora em Belém (Pára). Iria vender um de seus filhos em troca de
madeira para construir sua casa. Maria diz à Roberto Cabrini , dizendo
que é uma mãe sofredora e nem tem o que comer.
Amanda foi convencida pelas intermediárias a vender um de seus
filhos, logo que o bebê nasceu. Ela disse que recebeu uma oferta de
emprego em SP. ( esse caso é investigado na reportagem)
Maria Nádia de Oliveira, dona de casa, diz que quando engravidou do
sexto filho foi abordada por Bete, como estava passando por
dificuldades decidiu doar a filha recém-nascida. Ela se arrepende,
porém não tinha mais volta. Maria ficou sabendo por outras pessoas de
Encruzilhada, que Bete iria tirar os olhos e o coração da recém-nascida
para vender, e com o dinheiro iria comprar um carro.
8. VÍTIMAS QUE CABRINI ENTREVISTOU
Marinalva Gonçalves trabalha como lavradora. Ela já tinha dois filhos,
quando ficou grávida do terceiro, sem condições para cuidar do bebê
entregou sua filha recém-nascida à Bete. Marinalva tentou desistir, mas
Bete disse que era tarde demais, pois o casal tinha vindo de longe para
buscar a menina.
Adeídes Maris disse que em troca da filha, Bete prometeu a ela uma
cirurgia. Ela conta que na certidão de nascimento da recém-nascida
assinou como testemunha e não como mãe. Na entrevista com Cabrini,
em sua casa, Adeídes conta que caso não entregasse a criança, Bete
colocaria um fim nela ou na menina.
9. RESULTADO DAS ALICIADORAS:
Maria Elisabete é indiciada em duas CPIs
em Brasília. Em novembro de 2010, ela é
chamada para depor sobre tráfico de
pessoas no Brasil. Os processos ainda estão
em andamento.
Patrícia Custódio responde a processo na
justiça de São Paulo e aguarda a decisão
em liberdade, até a exibição da reportagem.
Fonte: Ministério Público / SP.
10. PERGUNTAS QUE CABRINI NÃO PODE RESPONDER:
Como surgiu a ideia de investigar o tema adoção ilegal no Brasil?
Qual foi o método de investigação para se chegar até os aliciadores?
Você pode citar as fontes que passaram essas informações? Foi um
processo de investigação a parte?
Como a reportagem descobriu quem eram as mães que entregaram
seus filhos para Bete?
Quais foram os critérios adotados para usar câmeras escondidas?
Tinha outras possibilidades de conseguir a informação ou não?
Quanto tempo de investigação levou para descobrir Patrícia por meio do
bate-papo? A produção contou com informações de fontes para se
chegar até ela? E como surgiu a ideia de usar o bate-papo para
descobrir suspeitos que participavam do esquema?
11. PERGUNTAS QUE O GRUPO ENVIOU À CABRINI
O dinheiro depositado na conta de Patrícia (500,00) era da produção do
programa?
Qual foi o processo de investigação para se chegar até Bete? Quais
foram as fontes que passaram essas informações? Eram pessoas que
já conhecia ela ou suspeitavam das adoções ilegais?
Como foram documentadas todas as provas (gravações, documentos
etc.)?
Teve o uso de informações de fontes anônimas?
Como a reportagem ficou sabendo que uma das mães entrevistadas,
iria trocar seu filho por madeira para construir uma casa?
12. PERGUNTAS QUE O GRUPO ENVIOU À CABRINI
Na reportagem você chama atenção para um detalhe: Patrícia está loira
quando você a procura na casa dela, bem diferente de quando ela foi
ao encontro com a produtora da equipe de reportagem em um shopping
da zona oeste de São Paulo. O fato de Patrícia ter mudado a cor do
cabelo, pode ter sido uma forma de se “disfarçar”?
A visita na casa de Amanda (quando a produtora se passou por uma
interessada em adotar um bebê, e vai até Encruzilhada com Patrícia), já
estava planejada pela reportagem?
Pela sua experiência no jornalismo investigativo, em algum momento
dessa investigação houve fontes que tinham interesses particulares ao
passar alguma informação?
13. SONORA
Roberto Cabrini explica quais são os motivos de
não responder às nossas perguntas:
Ética profissional com os profissionais envolvidos
na investigação
Não “atrapalhar” as investigações da Justiça, pois
esse caso ainda está em andamento