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TRABALHO DE ESTATÍSTICA
A Evolução do Setor Agrícola
COMPONENTE: JOSEVANI TOCCHETTO
PROFESSOR: GILBERTO BRANDALISE
O desafio de alimentar 6 bilhões de pessoas
A pressão sobre o preço dos alimentos atemoriza o mundo. Só há uma
solução: produzir mais. E essa é uma ótima notícia para o Brasil.
No final do século 18, logo após a Revolução Francesa, alguns estudiosos
declaravam que a população iria crescer em proporção geométrica, enquanto o
volume de alimentos produzido aumentaria em proporção aritmética. Com base
nessa projeção olhavam à frente e só conseguiam enxergar o fantasma da fome.
Nos 200 anos que se seguiram, a população mundial cresceu sete vezes,
chegando a 6,7 bilhões de pessoas, e, ao contrário da famosa previsão, a
qualidade de vida média deu um salto inédito. Dado esse retrospecto, qual é a
explicação para o recente renascimento da idéia de escassez de alimentos? Nos
últimos dois anos, o preço de todas as commodities agrícola subiu 60%, um
número por si só assustador. Os produtos que puxaram essa média são
justamente alguns dos mais consumidos. Desde 2006, o preço do arroz teve alta
de 250%. O do milho e o da soja, 155%, e o do trigo, 122%. Protestos de rua
contra o preço dos alimentos espalharam-se do Egito ao México e o alarme da
inflação soou mundo afora. Se o passado recente é preocupante as perspectivas
de curto e médio prazo não são melhores. Decretou-se o início da era da comida
cara. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o
FMI e a maior parte dos analistas prevêem que os preços vão oscilar nos
próximos meses e, depois, se manterão num patamar semelhante ao atual por
vários anos. A FAO fala em uma década. O FMI em cinco anos. Estoques baixos,
provocados por quebras de safras, alto preço do petróleo, o que encarece os
insumos e incentiva a produção de etanol à base de milho, e demanda crescente
seriam os vilões por trás da inflação dos alimentos. É a velha e invencível regra da
demanda e da oferta funcionando mais uma vez.
Previsões sobre o preço das commodities agrícolas são sempre
complicadas. Envolvem muitos fatores do clima em várias partes do globo ao
longo de anos à imposição de políticas protecionistas. No passado, quando havia
um choque de demanda, o mercado demorava poucos anos para responder. Ao
ver os preços em alta, os produtores plantavam mais, e em dois ou três anos os
valores voltavam a cair. Desta vez, é provável que esse ciclo demore mais tempo.
O fato novo é a gigantesca fome por commodities de vários países emergentes,
principalmente a China.
O FMI estima que 25% do aumento do preço das principais commodities
agrícolas nos últimos dois anos tenha sido causado pela alta dos combustíveis.
Com o valor do barril nas alturas, ficou mais caro transportar alimentos e comprar
fertilizantes. Além disso, o valor do petróleo fez com que o governo americano
aumentasse os incentivos para a produção de etanol de milho. Resultado: nos
últimos 12 meses, a saca do grão mais consumido no mundo subiu 43%. Se os
efeitos dessa decisão ficassem restritos à cadeia do milho — que é utilizado na
indústria de alimentos do mundo todo e como ração animal — já seria um grave
problema. Mas, induzidos pêlos incentivos do governo à produção de um etanol
pouco eficiente, produtores americanos estão deixando de se dedicar à soja. As
conseqüências são previsíveis: com a diminuição da produção, a tendência é que
os preços da soja continuem subindo. No longo prazo, os combustíveis de origem
vegetal serão o principal fator para o aumento dos preços das commodities
agrícolas.
No fim, alimento sempre se transforma em energia. E é disso que um
mundo em crescimento mais precisa. Pode ser o etanol de milho que vai para o
motor dos carros dos americanos. Ou as calorias necessárias para movimentar o
corpo de milhões de chineses que saíram da miséria e descobriram o mercado e
as delícias de uma dieta mais rica. À medida que as populações de países em
desenvolvimento ganham mais poder de compra, a dieta alimentar muda
radicalmente. Aumenta o consumo de diferentes carnes, frutos do mar, frutas e
vegetais.
O mapa da expansão da agricultura no mundo
Em muitos países, há espaço para a expansão agrícola, mas faltam
empreendedores. Somando todas as áreas agrícolas em uso, chega-se a 1,4
bilhão de hectares. Potencialmente há outro 1,1 bilhão de hectares que poderia
ser destinado à agricultura, seja pela incorporação de terras novas, seja pela
transformação de pastagens em plantações. Mas as barreiras para o aumento
imediato da produção são grandes e diversificadas. A África é o continente com
maior estoque de terras, teria capacidade de triplicar a área de produção agrícola.
Mas, a instabilidade política da região e o baixo desenvolvimento econômico
deverão ainda impor anos de atraso. Em boa parte da Europa, as propriedades
são pequenas e seus donos vivem mais dos subsídios do que da competência
produtiva. Para ampliar a produção competitivamente, é preciso ter escala. Com
isso, os ganhos nas negociações de logística e de defensivos são enormes. Ou
seja, para a maioria dos pequenos agricultores comprar maquinário e investir em
tecnologia é inviável.
Diante desse panorama no resto do mundo, o Brasil e a América do Sul
surgem como lugares indispensáveis. A América do Sul é a região que está mais
pronta para ser expandida rapidamente. O Brasil tem a maior fronteira agrícola do
mundo isso sem avançar um centímetro na floresta Amazônica. São 133 milhões
de hectares, dos quais 30% ainda não explorados e 70% que estão sendo usados
pela pecuária. Somadas, essas áreas equivalem a quatro vezes o território da
Alemanha ou 12% das terras que ainda podem ser ocupadas com a agricultura em
todo o mundo. Além do clima favorável e das terras abundantes, o Brasil conta
com uma elite esclarecida de produtores rurais. São empresários conectados.
O Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ícone),
de São Paulo, avaliou a capacidade produtiva de 65 países agrícolas,
responsáveis por 90% da área produtiva do mundo e chegou aos seguintes dados
da agricultura mundial por regiões:
América do Norte – os Estados Unidos poderiam agregar à agricultura
cerca de 90 milhões de hectares hoje ocupados pela pecuária. O Canadá é
contribuir com 8 milhões de hectares de áreas novas para agricultura.
Crescimento possível 49%.
Europa – A Rússia, maior fronteira agrícola do continente, tem pastos do
tamanho da Venezuela, que poderiam ser utilizados pela agricultura. Para
aumentar o espaço da agricultura, a França teria de usar áreas hoje destinadas á
criação de gado. Crescimento possível 61%.
Ásia – A Ásia deve perder área agrícola, como resultado da expansão das
cidades e do esgotamento do solo. A China pode perder nesse processo cerca de
20 milhões de hectares que hoje são cultivados. Na índia, apenas o aumento do
uso de tecnologia agrícola seria capaz de ampliar a produção. Crescimento
possível -12%.
África – O avanço da agricultura na África deve ocorrer principalmente no
sul do continente. Embora haja um estoque muito grande de terras, a falta de
tradição agrícola e a ausência de tecnologia dificultam a atividade agrícola.
Crescimento possível 223%.
Oceania – A Austrália poderia dedicar quase 34 milhões de hectares de
pastagens à agricultura. A Nova Zelândia poderia ceder quase 2 milhões de
hectares, mas, na condição de maior exportador mundial de leite, é pouco
provável que o faça. Crescimento possível 68%.
América do Sul – O Brasil é o país com a maior fronteira agrícola do mundo.
Sem tocar na floresta Amazônica, são 133 milhões de hectares ainda não
explorados ou usados para a criação de animais, área que equivale a quatro
vezes o território da Alemanha. Crescimento possível 297%.
Tecnologia
A partir da década de 50 do século 20, começaram as pesquisas para o
desenvolvimento de sementes melhoradas, técnicas de manejo e defensivos
agrícolas mais eficientes. Uma segunda fase de progresso tecnológico aconteceu
com a criação dos grãos transgênicos, de plantas geneticamente modificadas.
Inicialmente, as pesquisas com transgênicos buscavam ganhos de produtividade e
redução de custos no campo. Agora, olham para temas como aquecimento global
e escassez de água. A multinacional Monsanto está desenvolvendo nos Estados
Unidos uma variedade de milho para regiões onde há falta de recursos hídricos.
Em pouco tempo, a ciência poderá tornar a agricultura viável em áreas que estão
fora dos mapas de potencial de produção. Esse é um processo conhecido no
Brasil. Nos anos 60, a produção de café no país estava restrita às férteis terras
roxas do Paraná e do oeste de São Paulo. Hoje. os melhores cafés brasileiros
vêm de áreas de cerrado em Minas Gerais e na Bahia, que estão livres das
ameaças de geada.
Segundo dados do ministério da agricultura do Brasil, se toda tecnologia já
existente hoje fosse aplicada no Brasil, seria possível quase triplicar a produção
de milho nacional sem expandir a área de plantio o mesmo raciocínio vale para as
culturas de algodão e de arroz, que poderiam ter suas produções mais que
duplicadas. No caso da soja os ganhos com aplicação de tecnologia poderiam
elevar a safra brasileira em 35%, passando dos atuais 60 milhões para 81 milhões
de toneladas.
Conforme matéria publicada na revista Dinheiro Rural, “agricultura se faz
nos mínimos detalhes e não há produtor que se preze que contradiga essa
verdade”. Esta teoria, na verdade, foi percebida por alguns cientistas brasileiros
que resolveram levar esses detalhes para o microscópio. Essa é a nanotecnologia,
um tipo de ciência que desenvolve produtos tão pequenos que correspondem à
espessura de um fio de cabelo dividido em 70 mil partes. Foi a partir dessa
tecnologia que os cientistas desenvolveram um papel-filme protetor para frutas,
que possibilita aumentar o seu tempo de prateleira, além de ser comestível.
Segundo o pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pelo desenvolvimento
do produto, Odílio Assis, no caso da maçã, o tempo de conservação aumenta de
25 dias a um mês. “Em condições controladas, com refrigeração ela pode durar
até um ano a mais”, diz. O filme é uma película feita à base de enzimas animais e
vegetais, que são transformadas em um líquido. Após a aplicação, as partículas
dessa solução se agregam aos poros da fruta, alterando sua respiração e
retardando sua decomposição.
Através de nanopartículas será possível fazer a aplicação de insumos como
fertilizantes e nutrientes, de forma controlada, no solo. Assim, essas substâncias
seriam liberadas na medida da necessidade da planta, trazendo ganhos para o
meio ambiente e para o produtor.
Para eliminar os resíduos de defensivos, está em desenvolvimento uma
nanopartícula que acelera as reações químicas e que, em contato com as
partículas desse produto, causam uma reação química, acelerando a
decomposição dos resíduos de defensivos no meio ambiente.
Tratando-se de tecnologia não podemos deixar de mencionar a industria de
máquinas, equipamentos e ferramentas que vem se destacando pela fabricação
de instrumentos de precisão, como é chamada a tecnologia para uso racional de
insumos, por meio de aplicações controladas de fertilizantes e defensivos. É o
caso da Stara, do interior gaúcho, que em 2007 ingressou neste novo segmento
ao lançar dois modelos de plantadeiras equipadas com sensores que monitoram a
quantidade adequada de semente plantada por área.
Conforme dados retirados do site do IBGE, outro fator relevante é o que diz
respeito à escolaridade da mão-de-obra ocupada no setor. Dados dos Censos
Agropecuários de 1970 até 1995/96 mostram uma evolução dos anos de estudo
dos trabalhadores. Vale ressaltar que em 1970 um trabalhador rural possuía, em
média, entre 0 e 1 ano de estudo, já em 1995/96 este número passou a figurar
entre 3 e 4 anos. Isto comprova, apesar de ainda muito baixo, que o capital
humano do setor vem evoluindo ao longo dos anos. Na literatura sobre
desenvolvimento econômico, o capital humano tem sido considerado um fator
crucial na explicação do processo de crescimento econômico dos países. No
entanto, é necessário que, aliado à força de trabalho qualificada, haja também
estoque de capital físico e poupança interna para alavancar e sustentar o
processo de crescimento econômico.
Uma era de muitas oportunidades e grandes desafios para o agronegócio
brasileiro
Conforme dados da revista Exame, o planeta esta com uma população de
6,7 bilhões de pessoas e em crescimento. Neste cenário tudo o que gera energia
para movimentar essa massa humana ganha valor. É nesse mundo de quase
insaciável demanda que o agronegócio brasileiro ganha enorme relevância. Após
décadas de trabalho, pesquisa tecnológica e investimentos quase silenciosos, o
Brasil surge no cenário internacional como a grande fronteira para a produção de
alimentos e energia. E nesse ambiente, também, que o lado mais produtivo do
campo brasileiro pôde despontar. Em 2008, os produtores rurais devem colher a
maior safra de grãos da história. A produção deve alcançar 142 milhões de
toneladas, volume quase 8% superior ao atingido no ano passado. As empresas
brasileiras do agronegócio também atingiram a liderança mundial na produção de
carne e de frango, passaram a produzir o etanol mais competitivo e
economicamente viável do planeta e avançam em outras formas de bioenergia.
Alimentos e energia. O mundo precisa desesperadamente deles. O Brasil tem hoje
para entregar. Ao ganhar estatura como provedor de alimentos e energia, o país
passa também a ser alvo prioritário de um jogo de interesses global. E é aí que
surgem desafios e obstáculos que não podem ser desprezados ou ignorados. Os
empresários brasileiros do agronegócio terão de achar alternativas para conciliar
altos volumes de produção e custos competitivos com os novos conceitos de
sustentabilidade que estão moldando os mercados e os consumidores de todo o
mundo. Ao se tornarem grandes, os empresários brasileiros do campo se
transformam em vidraça para concorrentes, ambientalistas, políticos. Trata-se de
um processo inexorável, cujo desfecho, positivo ou negativo, dependerá da atitude
que empresários e governantes terão diante dele.
Comparação com outras potências agrícolas
Produzir mais no mesmo espaço de terra é algo que vem sendo feito com
sucesso ao longo das últimas décadas. Os Estados Unidos, líder dessa corrida em
função dos grandes investimentos científicos realizados, conseguem tirar hoje de
um hectare quase três vezes mais do que tiravam em 1950.
Confira o desempenho atual do Brasil, produto a produto, na comparação
com outras potências agropecuárias:
Arroz
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 7 694
2. Argentina 7 061
3. China 6 265
4. México 4 785
5. Federação Russa 4 394
6. Brasil 3 868
7. Índia 3 124
Milho
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 9 360
2. Argentina 5 903
3. China 5 365
4. Federação Russa 3 629
5. Brasil 3 383
6. México 2 966
7. Índia 1 938
Soja
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 3 025
2. Argentina 2 680
3. Brasil 2 379
4. China 1 703
5. México 1 496
6. Índia 1 073
7. Federação Russa 996
Trigo
País
Quilos por hectare ao
ano
1. México 5 252
2. China 4 455
3. Estados Unidos 2 825
4. Índia 2 619
5. Argentina 2 546
6. Federação Russa 1 953
7. Brasil 1 593
Batata
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 43 667
2. Argentina 29 486
3. México 25 212
4. Brasil 22 296
5. Índia 17 079
6. China 14 350
7. Federação Russa 13 021
Tomate
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 66 176
2. Brasil 57 574
3. Argentina 49 679
4. China 23 158
5. México 22 846
6. Índia 17 359
7. Federação Russa 15 907
Laranja
País
Quilos por hectare ao
ano
1. Estados Unidos 30 152
2. Índia 26 051
3. Brasil 22 495
4. Argentina 14 045
5. México 12 417
6. China 7 477
7. Federação Russa 3 800
Cana-de-açúcar
País
Quilos por hectare ao
ano
1. China 82 528
2. México 75 710
3. Brasil 73 996
4. Estados Unidos 73 833
5. Índia 66 945
6. Argentina 66 045
7. Federação Russa -
Algodão em fibra
País
Quilos por hectare ao
ano
1. China 1 243
2. México 1 076
3. Brasil 958
4. Estados Unidos 805
5. Argentina 428
6. Índia 400
7. Federação Russa -
Leite de vaca
País Litros por animal
1. Estados Unidos 9 118
2. México 6 438
3. Argentina 4 050
4. Federação Russa 3 221
5. China 3 031
6. Brasil 1 235
7. Índia 1 087
Carne de porco
País Quilos por animal
1. Argentina 94
2. Estados Unidos 91
3. Federação Russa 83
4. Brasil 81
5. México 77
6. China 76
7. Índia 35
Carne de gado
País Quilos por animal
1. Estados Unidos 351
2. Brasil 212
3. Argentina 206
4. México 204
5. Federação Russa 169
6. China 138
7. Índia 103
Fonte: FAO/Nações Unidas, 2006.
Os obstáculos e soluções
O anuário Exame pesquisou 121 dos maiores empresários do setor e
constatou que os maiores problemas para o agronegócio brasileiro são a
deficiência na infra-estrutura e a carga tributária elevada. Também contribuem
para o agravamento do problema a taxa de cambio, as barreiras comercias e
protecionistas, as questões ambientais e sanitárias, o crédito rural, as questões
fundiárias, tecnologia, seguro rural e outros.
As soluções apontadas pelos empresários para superar os gargalos
dependem principalmente de ações que devem ser tomadas pelo governo. Os
maiores desafios para os próximos anos são a redução do custo Brasil, a busca
de novos mercados, o desenvolvimento de um agronegócio sustentável, maiores
investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a diminuição do endividamento e
aumento da rentabilidade.
Os maiores mercados para o Brasil
Desde o inicio da década, as exportações nacionais de produtos do
agronegócio praticamente triplicaram, atingindo 58,4 bilhões de dólares em 2007.
A soja e seus derivados lideram a pauta das vendas ao exterior, seguidos de perto
pelas carnes. O principal mercado é a união Européia (35,8%), destino de um
terço do total exportado pelo Brasil. Em seguida destacam-se os Estados Unidos
(11%), China (8%), Rússia (5,8%), Japão (3%), Irã (2,7%), Argentina (2,1%) entre
outros.
Os principais mercados para os produtos brasileiros do agronegócio
União Européia
35%
Estados Unidos
11%
China
8%
Rússia
6%
Japão
3%
Irã
3%
Demais Paises
26%
Arábia Saudita
2%
Venezuela
2%
Hong Kong
2%
Argentina
2%
Os Principais Produtos Exportados em 2007
19,5%
19,3%
15,1%
11,3%
6,7%
6,1%
4,1%
3,9%
3,8%
2,7%
1,3%
6,2%
Soja e derivados
Carnes
Produtos Florestais
Açucar e álcool
Café
Couro e seus produtos
Suco de frutas
Fumo e seus produtos
Cerais, farinhas e preparações
Fibras e produtos têxteis
Frutas, nozes e castanhas
Demais produtos
A Evolução das Exportações (bilhões de dolares)
20,5
24 25
30,6
39
43,6
50
58,4
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
O mapa das principais culturas
A revista Anuário Exame de junho de 2008, apresenta o mapa de
distribuição dos dez principais produtos agropecuários do Brasil. Os produtos são:
algodão, bovinos, café, cana-de-açúcar, aves, laranja, leite, milho, soja e suínos.
Soja - A soja é o principal produto agrícola do Brasil em área plantada. É
cultivada em 20 estados. A Região Centro-Oeste, liderada por Mato Grosso, o
maior produtor nacional, é responsável por quase metade da colheita do grão. Em
seguida vem a Região Sul, que teve sua participação no total nacional reduzida de
90%, há 30 anos, para 34%, atualmente. O Nordeste começa também a se
destacar na cultura e já representa 7% da produção brasileira. Seus índices de
produtividade vêm crescendo a um ritmo mais acelerado do que o aumento da
área plantada. Em 1990, os agricultores brasileiros colhiam em média 1700 quilos
de soja por hectare. Em 2006, a média atingiu 2 400 quilos por hectare, 40% mais.
O aumento da eficiência ajudou o Brasil a se tornar o segundo maior produtor
mundial de soja, atrás dos Estados Unidos, com o qual vem revezando a liderança
nas exportações do produto nos últimos anos. Em 2007, a soja e seus derivados
renderam 11,4 bilhões de dólares de divisas para o país, 19,5% do total exportado
pelo agronegócio brasileiro.
Pecuária - No Brasil, a pecuária de corte tem sido uma atividade típica de
desbravamento de novas fronteiras agrícolas. O gado é criado extensivamente
nas pastagens e, à medida que as terras se valorizam, elas passam a ser
utilizadas para a agricultura, expulsando os animais para terras mais baratas.
Devido a isso, a pecuária vem crescendo principalmente na Região Norte, com
destaque para os estados de Rondônia e Pará, e vem diminuindo no Centro-Sul.
Dono do segundo maior rebanho de bovinos do mundo, atrás da índia, o Brasil é o
segundo maior produtor de carne do planeta, perdendo apenas para os Estados
Unidos. Em 2007, o Brasil vendeu carne a 129 países obtendo uma receita
recorde de 4,3 bilhões de dólares. Dez anos atrás eram apenas 68 países. O
Evolução da Produção de Soja - milhões toneladas
32,8
37,9
42,1
51,9
49,5 51,2 52,4
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Brasil tornou-se o maior exportador mundial do produto mesmo não tendo acesso
a mercados como Estados Unidos (para carne in natura), Japão, México e Coréia
do Sul, que representam quase metade das importações mundiais de carne
bovina.
Suínos – O Brasil é o quarto maior exportador de carne suína do mundo,
obteve receita externa de 1,2 bilhão de dólares em 2007, 20% mais do que no ano
anterior. Com isso, o setor recuperou parte dos prejuízos que sofreu em
conseqüência da descoberta de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no
Paraná em 2005. A certificação sanitária de Santa Catarina cria um cenário
favorável para as exportações. Com isso, a expectativa é de abertura de novos
mercados lá fora. Em razão do problema sanitário, o produto estava impedido de
entrar em países que representam cerca de 60% do mercado mundial.
Aves – O Brasil é líder mundial na exportação de carne de frango desde
2004, quando ultrapassou os Estados Unidos. Em 2007 obteve receita recorde de
A Evolução do Rebanho Bovino - milhões cabeças
169,9 176,4 185,3
195,5 204,5 207,1 205,9
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
A Evolução do Rebanho Suíno - milhões cabeças
31,6 32,6 31,9 32,3 33,1 34,1 35,2
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
4,6 bilhões de dólares. Na análise do departamento de Agricultura dos Estados
Unidos, o Brasil tende nos próximos anos a se consolidar como o maior
exportador mundial de carne de frango, distanciando-se de seus maiores
concorrentes (Estados Unidos, União Européia, Tailândia e China).
Cana-de-açúcar – A cana-de-açúcar está presente hoje em todos os 27
estados brasileiros. São Paulo lidera a produção, com quase 60% do total,
seguido por Paraná, Minas Gerais e Alagoas. A cultura teve forte expansão nesta
década graças ao aumento da demanda tanto do açúcar quanto do álcool. Em
2006, a cana ocupava 6,2 milhões de hectares, ou 2,5% da área total da atividade
agropecuária no país, atrás apenas da soja e do milho. O Brasil é atualmente o
maior produtor de açúcar do mundo (19% do total) e o segundo de etanol (33% do
total, atrás dos Estados Unidos, com 36%).
A Evolução da Criação de Aves - milhões de cabeça
31,6 32,6 31,9 32,3 33,1 34,1 35,2
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Evolução da Produção de Cana-de-açúcar - milhões toneladas
326,1 344,3
364,4
396
415,2 422,9
457,2
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Algodão – A cultura do algodão esta distribuída por 18 estados brasileiros,
mas apenas dois. No entanto, Mato Grosso e Bahia são responsáveis por quase
80% da produção nacional. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão,
com mesmos de 6% do volume global, atrás de China, Índia, Estados Unidos e
Paquistão. Em 2007 as exportações atingiram 2,4 bilhões de dólares, um recorde
histórico, o dobro do valor registrado no inicio da década.
Laranja - O estado de São Paulo continua como líder absoluto na produção
de laranja do Brasil, com quase 80% da colheita total. As frutas abastecem
principalmente as indústrias de suco, que em 2007 obtiveram receita externa
recorde de 1,5 bilhão de dólares. O crescimento foi impulsionado pelo aumento do
preço internacional da bebida em conseqüência da queda da produção nos
Estados Unidos. Atualmente, o Brasil é líder mundial tanto na produção quanto na
exportação de suco de laranja. Com o avanço da cana-de-açúcar no estado de
São Paulo, uma das tendências para os próximos anos é o crescimento da
produção de laranja nas regiões nordeste e sul do país.
A Evolução da Produção de Algodão - mil toneladas
2.007
2.643
2.166 2.199
3.798 3.666
2.898
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
A Evolução da Produção de Laranja - milhões toneladas
17
18,5
17
18,3 17,8 18
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Milho – O milho é um cereal que, no Brasil, tradicionalmente era produzido
apenas para o consumo interno. Nos últimos dois anos, um novo mercado se
abriu. Como os Estados Unidos estão direcionando um volume crescente do grão
para a produção de etanol, cria-se uma oportunidade para o Brasil abastecer o
mercado internacional. Em 2007, o Brasil exportou 1,9 bilhão de dólares em milho,
quase quatro vezes mais que no ano anterior. Para o país ampliar sua
participação nesse mercado, é preciso elevar a produtividade e baixar os custos.
Atualmente, os agricultores brasileiros colhem, em média, menos de 3500 quilos
de milho por hectare, menos da metade da performance dos americanos. Os
principais estados produtores são: Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São
Paulo e Mato Grosso.
Leite – Até o início da década, o Brasil era um dos maiores importadores de
leite do mundo. Agora o país caminha para se tornar um importante exportador.
Em 2007, a venda de produtos lácteos ao exterior gerou 346 milhões de dólares,
81 % mais do que no ano anterior. Municípios como São Félix do Xingu, no Pará,
conseguem uma produção acima de 65000 litros por ano. No entanto, é possível
aumentar a produção sem ampliar a área dos rebanhos. Basta melhorar o manejo
dos animais. Hoje os pecuaristas brasileiros tiram em média 1500 litros de leite por
vaca ao ano, enquanto na Nova Zelândia a produção chega a 4000 litros por
cabeça.
A Evolução da Produção de Milho - milhões toneladas
32,3
41,9
35,9
48,3
41,8
35,1
42,6
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Café – A cultura do café encontra-se espalhada por cerca de 1850
municípios de 17 estados. A maior produção, no entanto, está concentrada na
Região Sudeste. Juntos, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo são
responsáveis por mais de 80% do mercado. Atualmente o Brasil é o maior
produtor e exportador mundial de café (em consumo, ocupa a segunda posição,
atrás dos Estados Unidos). A maior parte das exportações brasileiras é de café
verde em grãos. Uma das metas do setor é ampliar venda de café torrado e
solúvel, de maior valor. Países que importam o grão brasileiro, como Itália e
Alemanha, estão entre os principais produtores mundiais de café industrializado.
Os estados com o maior PIB do agronegócio brasileiro
O estado de São Paulo lidera o ranking dos estados com o maior PIB do
agronegócio. São Paulo representa 27% do PIB do país com 146 bilhões de
A Evolução da Produção de Leite - bilhões litros
19,8 20,5
21,6 22,2
23,5 24,6 25,4
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
A Evolução da Produção de Café - 1000 toneladas
3.807
3.639
2.610
1.987
2.465
2.140
2.573
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Reais. Em segundo lugar encontra-se o Rio Grande do Sul com 66,05 bilhões de
reais 12,30% do PIB Nacional. O Paraná esta em terceiro com 49,5 bilhões ou
9,11%. Minas Gerais com 42,35 bilhões, 7,83% do PIB brasileiro, esta em quarto
lugar e Santa Catarina com 39,22 bilhões, 7,25%, esta em quinto lugar.
A liderança dos paulistas é resultado de uma atividade diversificada. São
Paulo é o maior produtor de amendoim, limão, caqui, goiaba e tangerina. E
aparece como segundo maior produtor de banana, batata, tomate, uva, milho e
carne bovina.
Os gaúchos são os maiores produtores de arroz (60% do total do país), de
fumo (52%), de uva (50%), e de lã (92%).
O Paraná mantém-se como um dos principais celeiros do país. O estado é
o maior produtor nacional de milho, feijão, e carne de frango. É o segundo maior
em soja, cana-de-açúcar e leite. Terceiro em batata, carne suína e ovos de
galinha.
Minas Gerais é o maior produtor de café, leite e batata. O estado se
destaca também na pecuária de corte.
Santa Catarina é uma potência em vários mercados do agronegócio. Trata-
se do maior produtor de carne suína do país e o segundo no mercado de carne de
frango.
PIB do Agronegócio em R$ bilhões - 2005
146,03
66,05
49,25
42,35 39,22
São Paulo Rio Grande do
Sul
Paraná Minas Gerais Santa Catarina
As novas fronteiras agrícolas do Brasil
Dentre as novas fronteiras do agronegócio brasileiro destacam-se o estado
da Bahia, Mato Grosso, Maranhão, Pará e Piauí. Estes Estados possuem
extensas áreas agricultáveis inexploradas. Esta condição vem atraindo nos últimos
anos muitos agricultores do sul e sudeste para estas regiões. Além de seduzir,
também, grandes produtores e empresas do Brasil e do exterior. O fato é que
apesar da abundância de terras as condições de infra-estruturas são precárias e
necessitam de grandiosos investimentos governamentais. Os agricultores ali
instalados solicitam a tempos melhores condições e como não estão sendo
atendidos pelos governadores dos respectivos estados estão liderando um
movimento separatista o qual pode criar cinco novos Estados no Brasil. Os quais
seriam: o estado do Sul do Maranhão, o estado de São Francisco (no oeste da
Bahia), do Tapajós (leste do Pará) e de Carajás (sul do Pará).
As maiores empresas do agronegócio
O anuário Exame 2008/2009 traz o ranking das maiores empresas do setor.
Destacamos abaixo algumas delas.
A maior empresa, por região do país:
Na região sul do Brasil a principal empresa é a Bunge Alimentos, esta
sediada na cidade de Gaspar, SC atua no segmento de óleos, farinhas e
conservas.
Na região sudeste destacasse a cargill. Localizada na cidade de São Paulo,
SP opera no segmento de óleos, farinhas e conservas.
Participação do Agronegócio no PIB do
Rio Grande do Sul
45%
Na região Norte-Nordeste e Centro-Oeste a maior é a Suzano, empresa
que trabalha na área de madeiras e celulose e esta instalada na cidade de
Salvador, BA.
As três maiores empregadoras do setor são:
1º lugar - A Sadia, Concórdia, SC. Atua na área de aves e suínos e
emprega 53.297 funcionários.
2º lugar - A JBS, São Paulo, SP. Possui 44.700 colaboradores e opera no
segmento de carne bovina.
3º lugar – Perdigão Agroindustrial, São Paulo, SP. Atua no ramo de aves e
suínos. Emprega 34.247 funcionários.
As cinco maiores empresas do agronegócio brasileiro são:
1º Bunge Alimentos, Gaspar, SC.
2º Cargill, São Paulo, SP.
3º Souza Cruz, Rio de janeiro, RJ.
4º Unilever, São Paulo, SP.
5º Sadia, Concórdia, SC.
As cidades com o maior PIB do agronegócio
A revista Dinheiro Rural publicou em sua edição de fevereiro de 2008 um
levantamento do IBGE sobre as cidades com os maiores percentuais do PIB
brasileiro. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2002 a 2005.Veja a seguir a
relação:
1º - Campo Verde, MT. Possui um PIB de R$ 735 milhões. A grande
campeã ficou com 0,7% do PIB agropecuário e tem na soja o carro-chefe.
2º - S. Disidério, BA. Além do turismo, a cidade é forte no algodão e possui
0,5% do PIB agropecuário. R$ 559 milhões.
3º - Primavera do Leste, MT. Seu PIB é de R$ 466 milhões. O município se
firmou na soja e é responsável por 0,4% do PIB agropecuário.
4º - Uberaba, MG. Capital do gado nelore e forte no milho, a cidade detém
0,4% do PIB agropecuário. R$ 371 milhões.
5º - Barreiras, BA. O PIB é de R$ 366 milhões. A cidade possui 0,3% do
PIB agropecuário e é a nova Meca do algodão.
O município de Campo Verde (MT), saltou da modesta 91ª posição em
2002, para o primeiro lugar em 2005, registrando um PIB de R$ 735 milhões, um
crescimento de 413%. De acordo com o secretário de Agricultura do município,
Aparecido Batista Brito, a aposta é na diversificação de culturas. “Nossa grande
vantagem é que, ao contrário de outras cidades, temos uma produção
diversificada, de algodão, milho, leite e outras culturas”.
As pequenas propriedades rurais do Brasil
A secretaria de comunicação do estado do Mato Grosso divulgou no seu
site que no Brasil existem cerca de 4 milhões de pequenas propriedades
agrícolas. E que de acordo com dados do IBGE, do total do Produto Interno Bruto
(PIB) gerado pela agricultura no país, 32% provêm do trabalho realizado nas
pequenas propriedades rurais.
Já o site repórter Brasil ressalta que as pequenas propriedades rurais
empregam 80% da mão-de-obra do campo e produzem 60% dos alimentos
consumidos pela população brasileira. No país dos latifúndios, a bem-sucedida
produção da agricultura familiar disputa com o agronegócio exportador a atenção
do poder público e o reconhecimento de sua participação no desenvolvimento. A
alta produtividade das pequenas propriedades contrasta com as extensas áreas
ocupadas por lavouras de monoculturas e pastagens de pecuária extensiva.
Entende-se como pequena propriedade rural, ou agricultura familiar,
aquelas que têm no trabalho produtivo da célula familiar rural, o objetivo básico a
sua reprodução e geração de renda pela produção de mercadorias e produtos
mediante a utilização de mão de obra própria.
O Ministério da Agricultura Brasileiro, para encaminhamento do programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (PRONAF), considera pequenas
aquelas propriedades com 02 empregados e área inferior a 04 (quatro) módulos,
sendo que o tamanho do modulo varia de região para região no Brasil. Na região
do grande Santa Rosa o modulo é composto por 20 (vinte) hectares de terra.
O setor de máquinas agrícolas voltadas para o pequeno produtor é um
nicho de mercado que mostra sinais de crescimento nos próximos anos. A
agricultura familiar mecanizada é uma exigência para melhorar a produtividade e
aumentar os ganhos destes produtores. Por isso, os fabricantes, de olho neste
mercado, estão investindo no desenvolvimento de máquinas para atender às
necessidades dos pequenos e médios agricultores.
O crescimento do mercado mundial de carnes e a liderança brasileira
A revista Panorama Rural enfatiza que o mercado mundial de carnes,
especialmente as mais consumidas - de frango, suína e bovina -, vive um
crescimento considerável. E os preços têm aumentado de modo significativo. A
demanda crescente é um dos principais motivos do aquecimento do mercado. O
crescimento se deve a um substancial aumento na renda disponível de alguns
países. Em alguns casos, a renda mais alta reflete longos períodos de taxas
elevadas de crescimento econômico. Em outros, é conseqüência da ampliação
das receitas cambiais geradas pelo petróleo, cujas cotações têm subido
acentuadamente.
A expansão do consumo mundial de carnes nos últimos anos pode ser
retratada pêlos expressivos aumentos nos volumes transacionados. Entre 2002 e
2006, a quantidade de carne de frango comercializada no mercado mundial
cresceu em torno de 15% e o de carne suína em 12,5%. A de carne bovina
manteve-se praticamente estável. Considerando a grandeza dos números
envolvidos, tais percentuais são muito significativos.
O crescimento das exportações brasileiras não se explica apenas pelo
aumento da demanda mundial. Para suprir o mercado e manter o equilíbrio das
forças, a oferta cresceu, puxada pela demanda, com clara pressão de alta nos
preços das carnes. Mas alguns países exportadores, com destaque para a
Austrália, tiveram problemas climáticos ou cíclicos e não puderam ampliar a oferta.
Em alguns casos, nem mesmo conseguiram manter os volumes exportados.
Outros exportadores vêm enfrentando uma inflação de custos, mais recentemente,
o que resulta em perda de competitividade. Esse conjunto de circunstâncias
beneficiou muito o Brasil. O crescimento das exportações brasileiras de 2002 a
2006 foi intenso. Na carne bovina, foi de 126% e na de frango, 61%. A exportação
de carne suína cresceu menos no período, à modesta taxa de 9,5%. Com exceção
desta última, o Brasil tem ocupado o espaço deixado por outros exportadores
mundiais de carnes.
A economia mundial deve-se manter em expansão, porém em ritmo inferior
ao observado nos últimos anos. Nessa hipótese, a concorrência tende a se tornar
mais acirrada no mercado mundial de carnes. A guerra por fatias do mercado
dependerá muito mais da eficiência produtiva de cada país. A busca de ganhos de
produtividade em cada um dos elos das cadeias de produção de carnes é
absolutamente indispensável. Só assim o País manterá uma boa taxa de
expansão de suas exportações e a posição de maior exportador mundial.
Diante do cenário mundial exposto, algumas empresas brasileiras investem
em novas tecnologias para obter carnes de melhor qualidade para atender ao
crescimento da demanda. Este é o caso da Central Bela Vista, empresa de
inseminação artificial, sediada em Pardinho – SP, que criou um novo laboratório,
para mapear os animais por meio dos narradores moleculares, com o objetivo de
descobrir as características responsáveis pela maciez da carne.
Obter maciez no preparo da carne bovina sempre foi um desafio tanto para
a dona de casa quanto para os grandes chefs de restaurantes. Com o aumento do
consumo, que, de acordo com Embrapa Gado de Corte, crescerá 25% nos
próximos cinco anos, e também o ligeiro crescimento no mercado externo, a
qualidade dos animais continuará sendo um quesito essencial para ser atendido.
Para satisfazer aos novos consumidores grandes empresas estão investindo em
pesquisas científicas com vistas a obter carne de melhor qualidade, sem que isso
implique um aumento exagerado nos preços.
BIBLIOGRAFIA
1. Revista Exame. Edição 919, 4 de junho de 2008. Editora Abril.
2. Revista Anuário Exame 2008/2009. Junho de 2008. Editora Abril.
3. Revista Isto é Dinheiro Rural. Edição 42. Abril de 2008. Editora Três.
4. Revista Panorama Rural. Ano VIII / nº 108. Janeiro de 2008.Editora
PubliE Publicações e Eventos Ltda.
5. http://www.ibege.gov.br. Acessado em 07de setembro de 2008.
6. http://www.secom.mt.gov.br. Novembro de 2005. Acessado em 07 de
setembro de 2008.
7. http://www.reporterbrasil.com.br. Outubro de 2006. Acessado em 07 de
setembro de 2008.
8. http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/pronaf.asp#2). Acessado em 07
de setembro de 2008.

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A Evolução do Setor Agrícola

  • 1. TRABALHO DE ESTATÍSTICA A Evolução do Setor Agrícola COMPONENTE: JOSEVANI TOCCHETTO PROFESSOR: GILBERTO BRANDALISE
  • 2. O desafio de alimentar 6 bilhões de pessoas A pressão sobre o preço dos alimentos atemoriza o mundo. Só há uma solução: produzir mais. E essa é uma ótima notícia para o Brasil. No final do século 18, logo após a Revolução Francesa, alguns estudiosos declaravam que a população iria crescer em proporção geométrica, enquanto o volume de alimentos produzido aumentaria em proporção aritmética. Com base nessa projeção olhavam à frente e só conseguiam enxergar o fantasma da fome. Nos 200 anos que se seguiram, a população mundial cresceu sete vezes, chegando a 6,7 bilhões de pessoas, e, ao contrário da famosa previsão, a qualidade de vida média deu um salto inédito. Dado esse retrospecto, qual é a explicação para o recente renascimento da idéia de escassez de alimentos? Nos últimos dois anos, o preço de todas as commodities agrícola subiu 60%, um número por si só assustador. Os produtos que puxaram essa média são justamente alguns dos mais consumidos. Desde 2006, o preço do arroz teve alta de 250%. O do milho e o da soja, 155%, e o do trigo, 122%. Protestos de rua contra o preço dos alimentos espalharam-se do Egito ao México e o alarme da inflação soou mundo afora. Se o passado recente é preocupante as perspectivas de curto e médio prazo não são melhores. Decretou-se o início da era da comida cara. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o FMI e a maior parte dos analistas prevêem que os preços vão oscilar nos próximos meses e, depois, se manterão num patamar semelhante ao atual por vários anos. A FAO fala em uma década. O FMI em cinco anos. Estoques baixos, provocados por quebras de safras, alto preço do petróleo, o que encarece os insumos e incentiva a produção de etanol à base de milho, e demanda crescente seriam os vilões por trás da inflação dos alimentos. É a velha e invencível regra da demanda e da oferta funcionando mais uma vez. Previsões sobre o preço das commodities agrícolas são sempre complicadas. Envolvem muitos fatores do clima em várias partes do globo ao longo de anos à imposição de políticas protecionistas. No passado, quando havia um choque de demanda, o mercado demorava poucos anos para responder. Ao ver os preços em alta, os produtores plantavam mais, e em dois ou três anos os valores voltavam a cair. Desta vez, é provável que esse ciclo demore mais tempo. O fato novo é a gigantesca fome por commodities de vários países emergentes, principalmente a China. O FMI estima que 25% do aumento do preço das principais commodities agrícolas nos últimos dois anos tenha sido causado pela alta dos combustíveis. Com o valor do barril nas alturas, ficou mais caro transportar alimentos e comprar fertilizantes. Além disso, o valor do petróleo fez com que o governo americano aumentasse os incentivos para a produção de etanol de milho. Resultado: nos últimos 12 meses, a saca do grão mais consumido no mundo subiu 43%. Se os efeitos dessa decisão ficassem restritos à cadeia do milho — que é utilizado na indústria de alimentos do mundo todo e como ração animal — já seria um grave problema. Mas, induzidos pêlos incentivos do governo à produção de um etanol pouco eficiente, produtores americanos estão deixando de se dedicar à soja. As conseqüências são previsíveis: com a diminuição da produção, a tendência é que
  • 3. os preços da soja continuem subindo. No longo prazo, os combustíveis de origem vegetal serão o principal fator para o aumento dos preços das commodities agrícolas. No fim, alimento sempre se transforma em energia. E é disso que um mundo em crescimento mais precisa. Pode ser o etanol de milho que vai para o motor dos carros dos americanos. Ou as calorias necessárias para movimentar o corpo de milhões de chineses que saíram da miséria e descobriram o mercado e as delícias de uma dieta mais rica. À medida que as populações de países em desenvolvimento ganham mais poder de compra, a dieta alimentar muda radicalmente. Aumenta o consumo de diferentes carnes, frutos do mar, frutas e vegetais. O mapa da expansão da agricultura no mundo Em muitos países, há espaço para a expansão agrícola, mas faltam empreendedores. Somando todas as áreas agrícolas em uso, chega-se a 1,4 bilhão de hectares. Potencialmente há outro 1,1 bilhão de hectares que poderia ser destinado à agricultura, seja pela incorporação de terras novas, seja pela transformação de pastagens em plantações. Mas as barreiras para o aumento imediato da produção são grandes e diversificadas. A África é o continente com maior estoque de terras, teria capacidade de triplicar a área de produção agrícola. Mas, a instabilidade política da região e o baixo desenvolvimento econômico deverão ainda impor anos de atraso. Em boa parte da Europa, as propriedades são pequenas e seus donos vivem mais dos subsídios do que da competência produtiva. Para ampliar a produção competitivamente, é preciso ter escala. Com isso, os ganhos nas negociações de logística e de defensivos são enormes. Ou seja, para a maioria dos pequenos agricultores comprar maquinário e investir em tecnologia é inviável. Diante desse panorama no resto do mundo, o Brasil e a América do Sul surgem como lugares indispensáveis. A América do Sul é a região que está mais pronta para ser expandida rapidamente. O Brasil tem a maior fronteira agrícola do mundo isso sem avançar um centímetro na floresta Amazônica. São 133 milhões de hectares, dos quais 30% ainda não explorados e 70% que estão sendo usados pela pecuária. Somadas, essas áreas equivalem a quatro vezes o território da Alemanha ou 12% das terras que ainda podem ser ocupadas com a agricultura em todo o mundo. Além do clima favorável e das terras abundantes, o Brasil conta com uma elite esclarecida de produtores rurais. São empresários conectados. O Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (ícone), de São Paulo, avaliou a capacidade produtiva de 65 países agrícolas, responsáveis por 90% da área produtiva do mundo e chegou aos seguintes dados da agricultura mundial por regiões: América do Norte – os Estados Unidos poderiam agregar à agricultura cerca de 90 milhões de hectares hoje ocupados pela pecuária. O Canadá é contribuir com 8 milhões de hectares de áreas novas para agricultura. Crescimento possível 49%. Europa – A Rússia, maior fronteira agrícola do continente, tem pastos do tamanho da Venezuela, que poderiam ser utilizados pela agricultura. Para
  • 4. aumentar o espaço da agricultura, a França teria de usar áreas hoje destinadas á criação de gado. Crescimento possível 61%. Ásia – A Ásia deve perder área agrícola, como resultado da expansão das cidades e do esgotamento do solo. A China pode perder nesse processo cerca de 20 milhões de hectares que hoje são cultivados. Na índia, apenas o aumento do uso de tecnologia agrícola seria capaz de ampliar a produção. Crescimento possível -12%. África – O avanço da agricultura na África deve ocorrer principalmente no sul do continente. Embora haja um estoque muito grande de terras, a falta de tradição agrícola e a ausência de tecnologia dificultam a atividade agrícola. Crescimento possível 223%. Oceania – A Austrália poderia dedicar quase 34 milhões de hectares de pastagens à agricultura. A Nova Zelândia poderia ceder quase 2 milhões de hectares, mas, na condição de maior exportador mundial de leite, é pouco provável que o faça. Crescimento possível 68%. América do Sul – O Brasil é o país com a maior fronteira agrícola do mundo. Sem tocar na floresta Amazônica, são 133 milhões de hectares ainda não explorados ou usados para a criação de animais, área que equivale a quatro vezes o território da Alemanha. Crescimento possível 297%. Tecnologia A partir da década de 50 do século 20, começaram as pesquisas para o desenvolvimento de sementes melhoradas, técnicas de manejo e defensivos agrícolas mais eficientes. Uma segunda fase de progresso tecnológico aconteceu com a criação dos grãos transgênicos, de plantas geneticamente modificadas. Inicialmente, as pesquisas com transgênicos buscavam ganhos de produtividade e redução de custos no campo. Agora, olham para temas como aquecimento global e escassez de água. A multinacional Monsanto está desenvolvendo nos Estados Unidos uma variedade de milho para regiões onde há falta de recursos hídricos. Em pouco tempo, a ciência poderá tornar a agricultura viável em áreas que estão fora dos mapas de potencial de produção. Esse é um processo conhecido no Brasil. Nos anos 60, a produção de café no país estava restrita às férteis terras roxas do Paraná e do oeste de São Paulo. Hoje. os melhores cafés brasileiros vêm de áreas de cerrado em Minas Gerais e na Bahia, que estão livres das ameaças de geada. Segundo dados do ministério da agricultura do Brasil, se toda tecnologia já existente hoje fosse aplicada no Brasil, seria possível quase triplicar a produção de milho nacional sem expandir a área de plantio o mesmo raciocínio vale para as culturas de algodão e de arroz, que poderiam ter suas produções mais que duplicadas. No caso da soja os ganhos com aplicação de tecnologia poderiam elevar a safra brasileira em 35%, passando dos atuais 60 milhões para 81 milhões de toneladas. Conforme matéria publicada na revista Dinheiro Rural, “agricultura se faz nos mínimos detalhes e não há produtor que se preze que contradiga essa verdade”. Esta teoria, na verdade, foi percebida por alguns cientistas brasileiros que resolveram levar esses detalhes para o microscópio. Essa é a nanotecnologia,
  • 5. um tipo de ciência que desenvolve produtos tão pequenos que correspondem à espessura de um fio de cabelo dividido em 70 mil partes. Foi a partir dessa tecnologia que os cientistas desenvolveram um papel-filme protetor para frutas, que possibilita aumentar o seu tempo de prateleira, além de ser comestível. Segundo o pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pelo desenvolvimento do produto, Odílio Assis, no caso da maçã, o tempo de conservação aumenta de 25 dias a um mês. “Em condições controladas, com refrigeração ela pode durar até um ano a mais”, diz. O filme é uma película feita à base de enzimas animais e vegetais, que são transformadas em um líquido. Após a aplicação, as partículas dessa solução se agregam aos poros da fruta, alterando sua respiração e retardando sua decomposição. Através de nanopartículas será possível fazer a aplicação de insumos como fertilizantes e nutrientes, de forma controlada, no solo. Assim, essas substâncias seriam liberadas na medida da necessidade da planta, trazendo ganhos para o meio ambiente e para o produtor. Para eliminar os resíduos de defensivos, está em desenvolvimento uma nanopartícula que acelera as reações químicas e que, em contato com as partículas desse produto, causam uma reação química, acelerando a decomposição dos resíduos de defensivos no meio ambiente. Tratando-se de tecnologia não podemos deixar de mencionar a industria de máquinas, equipamentos e ferramentas que vem se destacando pela fabricação de instrumentos de precisão, como é chamada a tecnologia para uso racional de insumos, por meio de aplicações controladas de fertilizantes e defensivos. É o caso da Stara, do interior gaúcho, que em 2007 ingressou neste novo segmento ao lançar dois modelos de plantadeiras equipadas com sensores que monitoram a quantidade adequada de semente plantada por área. Conforme dados retirados do site do IBGE, outro fator relevante é o que diz respeito à escolaridade da mão-de-obra ocupada no setor. Dados dos Censos Agropecuários de 1970 até 1995/96 mostram uma evolução dos anos de estudo dos trabalhadores. Vale ressaltar que em 1970 um trabalhador rural possuía, em média, entre 0 e 1 ano de estudo, já em 1995/96 este número passou a figurar entre 3 e 4 anos. Isto comprova, apesar de ainda muito baixo, que o capital humano do setor vem evoluindo ao longo dos anos. Na literatura sobre desenvolvimento econômico, o capital humano tem sido considerado um fator crucial na explicação do processo de crescimento econômico dos países. No entanto, é necessário que, aliado à força de trabalho qualificada, haja também estoque de capital físico e poupança interna para alavancar e sustentar o processo de crescimento econômico. Uma era de muitas oportunidades e grandes desafios para o agronegócio brasileiro Conforme dados da revista Exame, o planeta esta com uma população de 6,7 bilhões de pessoas e em crescimento. Neste cenário tudo o que gera energia para movimentar essa massa humana ganha valor. É nesse mundo de quase insaciável demanda que o agronegócio brasileiro ganha enorme relevância. Após décadas de trabalho, pesquisa tecnológica e investimentos quase silenciosos, o
  • 6. Brasil surge no cenário internacional como a grande fronteira para a produção de alimentos e energia. E nesse ambiente, também, que o lado mais produtivo do campo brasileiro pôde despontar. Em 2008, os produtores rurais devem colher a maior safra de grãos da história. A produção deve alcançar 142 milhões de toneladas, volume quase 8% superior ao atingido no ano passado. As empresas brasileiras do agronegócio também atingiram a liderança mundial na produção de carne e de frango, passaram a produzir o etanol mais competitivo e economicamente viável do planeta e avançam em outras formas de bioenergia. Alimentos e energia. O mundo precisa desesperadamente deles. O Brasil tem hoje para entregar. Ao ganhar estatura como provedor de alimentos e energia, o país passa também a ser alvo prioritário de um jogo de interesses global. E é aí que surgem desafios e obstáculos que não podem ser desprezados ou ignorados. Os empresários brasileiros do agronegócio terão de achar alternativas para conciliar altos volumes de produção e custos competitivos com os novos conceitos de sustentabilidade que estão moldando os mercados e os consumidores de todo o mundo. Ao se tornarem grandes, os empresários brasileiros do campo se transformam em vidraça para concorrentes, ambientalistas, políticos. Trata-se de um processo inexorável, cujo desfecho, positivo ou negativo, dependerá da atitude que empresários e governantes terão diante dele. Comparação com outras potências agrícolas Produzir mais no mesmo espaço de terra é algo que vem sendo feito com sucesso ao longo das últimas décadas. Os Estados Unidos, líder dessa corrida em função dos grandes investimentos científicos realizados, conseguem tirar hoje de um hectare quase três vezes mais do que tiravam em 1950. Confira o desempenho atual do Brasil, produto a produto, na comparação com outras potências agropecuárias: Arroz País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 7 694 2. Argentina 7 061 3. China 6 265 4. México 4 785 5. Federação Russa 4 394 6. Brasil 3 868 7. Índia 3 124 Milho País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 9 360 2. Argentina 5 903 3. China 5 365 4. Federação Russa 3 629 5. Brasil 3 383 6. México 2 966 7. Índia 1 938
  • 7. Soja País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 3 025 2. Argentina 2 680 3. Brasil 2 379 4. China 1 703 5. México 1 496 6. Índia 1 073 7. Federação Russa 996 Trigo País Quilos por hectare ao ano 1. México 5 252 2. China 4 455 3. Estados Unidos 2 825 4. Índia 2 619 5. Argentina 2 546 6. Federação Russa 1 953 7. Brasil 1 593 Batata País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 43 667 2. Argentina 29 486 3. México 25 212 4. Brasil 22 296 5. Índia 17 079 6. China 14 350 7. Federação Russa 13 021 Tomate País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 66 176 2. Brasil 57 574 3. Argentina 49 679 4. China 23 158 5. México 22 846 6. Índia 17 359 7. Federação Russa 15 907 Laranja País Quilos por hectare ao ano 1. Estados Unidos 30 152 2. Índia 26 051 3. Brasil 22 495 4. Argentina 14 045 5. México 12 417 6. China 7 477 7. Federação Russa 3 800 Cana-de-açúcar País Quilos por hectare ao ano 1. China 82 528 2. México 75 710 3. Brasil 73 996 4. Estados Unidos 73 833 5. Índia 66 945 6. Argentina 66 045 7. Federação Russa -
  • 8. Algodão em fibra País Quilos por hectare ao ano 1. China 1 243 2. México 1 076 3. Brasil 958 4. Estados Unidos 805 5. Argentina 428 6. Índia 400 7. Federação Russa - Leite de vaca País Litros por animal 1. Estados Unidos 9 118 2. México 6 438 3. Argentina 4 050 4. Federação Russa 3 221 5. China 3 031 6. Brasil 1 235 7. Índia 1 087 Carne de porco País Quilos por animal 1. Argentina 94 2. Estados Unidos 91 3. Federação Russa 83 4. Brasil 81 5. México 77 6. China 76 7. Índia 35 Carne de gado País Quilos por animal 1. Estados Unidos 351 2. Brasil 212 3. Argentina 206 4. México 204 5. Federação Russa 169 6. China 138 7. Índia 103 Fonte: FAO/Nações Unidas, 2006. Os obstáculos e soluções O anuário Exame pesquisou 121 dos maiores empresários do setor e constatou que os maiores problemas para o agronegócio brasileiro são a deficiência na infra-estrutura e a carga tributária elevada. Também contribuem para o agravamento do problema a taxa de cambio, as barreiras comercias e protecionistas, as questões ambientais e sanitárias, o crédito rural, as questões fundiárias, tecnologia, seguro rural e outros. As soluções apontadas pelos empresários para superar os gargalos dependem principalmente de ações que devem ser tomadas pelo governo. Os maiores desafios para os próximos anos são a redução do custo Brasil, a busca de novos mercados, o desenvolvimento de um agronegócio sustentável, maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a diminuição do endividamento e aumento da rentabilidade.
  • 9. Os maiores mercados para o Brasil Desde o inicio da década, as exportações nacionais de produtos do agronegócio praticamente triplicaram, atingindo 58,4 bilhões de dólares em 2007. A soja e seus derivados lideram a pauta das vendas ao exterior, seguidos de perto pelas carnes. O principal mercado é a união Européia (35,8%), destino de um terço do total exportado pelo Brasil. Em seguida destacam-se os Estados Unidos (11%), China (8%), Rússia (5,8%), Japão (3%), Irã (2,7%), Argentina (2,1%) entre outros. Os principais mercados para os produtos brasileiros do agronegócio União Européia 35% Estados Unidos 11% China 8% Rússia 6% Japão 3% Irã 3% Demais Paises 26% Arábia Saudita 2% Venezuela 2% Hong Kong 2% Argentina 2%
  • 10. Os Principais Produtos Exportados em 2007 19,5% 19,3% 15,1% 11,3% 6,7% 6,1% 4,1% 3,9% 3,8% 2,7% 1,3% 6,2% Soja e derivados Carnes Produtos Florestais Açucar e álcool Café Couro e seus produtos Suco de frutas Fumo e seus produtos Cerais, farinhas e preparações Fibras e produtos têxteis Frutas, nozes e castanhas Demais produtos A Evolução das Exportações (bilhões de dolares) 20,5 24 25 30,6 39 43,6 50 58,4 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
  • 11. O mapa das principais culturas A revista Anuário Exame de junho de 2008, apresenta o mapa de distribuição dos dez principais produtos agropecuários do Brasil. Os produtos são: algodão, bovinos, café, cana-de-açúcar, aves, laranja, leite, milho, soja e suínos. Soja - A soja é o principal produto agrícola do Brasil em área plantada. É cultivada em 20 estados. A Região Centro-Oeste, liderada por Mato Grosso, o maior produtor nacional, é responsável por quase metade da colheita do grão. Em seguida vem a Região Sul, que teve sua participação no total nacional reduzida de 90%, há 30 anos, para 34%, atualmente. O Nordeste começa também a se destacar na cultura e já representa 7% da produção brasileira. Seus índices de produtividade vêm crescendo a um ritmo mais acelerado do que o aumento da área plantada. Em 1990, os agricultores brasileiros colhiam em média 1700 quilos de soja por hectare. Em 2006, a média atingiu 2 400 quilos por hectare, 40% mais. O aumento da eficiência ajudou o Brasil a se tornar o segundo maior produtor mundial de soja, atrás dos Estados Unidos, com o qual vem revezando a liderança nas exportações do produto nos últimos anos. Em 2007, a soja e seus derivados renderam 11,4 bilhões de dólares de divisas para o país, 19,5% do total exportado pelo agronegócio brasileiro. Pecuária - No Brasil, a pecuária de corte tem sido uma atividade típica de desbravamento de novas fronteiras agrícolas. O gado é criado extensivamente nas pastagens e, à medida que as terras se valorizam, elas passam a ser utilizadas para a agricultura, expulsando os animais para terras mais baratas. Devido a isso, a pecuária vem crescendo principalmente na Região Norte, com destaque para os estados de Rondônia e Pará, e vem diminuindo no Centro-Sul. Dono do segundo maior rebanho de bovinos do mundo, atrás da índia, o Brasil é o segundo maior produtor de carne do planeta, perdendo apenas para os Estados Unidos. Em 2007, o Brasil vendeu carne a 129 países obtendo uma receita recorde de 4,3 bilhões de dólares. Dez anos atrás eram apenas 68 países. O Evolução da Produção de Soja - milhões toneladas 32,8 37,9 42,1 51,9 49,5 51,2 52,4 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 12. Brasil tornou-se o maior exportador mundial do produto mesmo não tendo acesso a mercados como Estados Unidos (para carne in natura), Japão, México e Coréia do Sul, que representam quase metade das importações mundiais de carne bovina. Suínos – O Brasil é o quarto maior exportador de carne suína do mundo, obteve receita externa de 1,2 bilhão de dólares em 2007, 20% mais do que no ano anterior. Com isso, o setor recuperou parte dos prejuízos que sofreu em conseqüência da descoberta de focos de febre aftosa em Mato Grosso do Sul e no Paraná em 2005. A certificação sanitária de Santa Catarina cria um cenário favorável para as exportações. Com isso, a expectativa é de abertura de novos mercados lá fora. Em razão do problema sanitário, o produto estava impedido de entrar em países que representam cerca de 60% do mercado mundial. Aves – O Brasil é líder mundial na exportação de carne de frango desde 2004, quando ultrapassou os Estados Unidos. Em 2007 obteve receita recorde de A Evolução do Rebanho Bovino - milhões cabeças 169,9 176,4 185,3 195,5 204,5 207,1 205,9 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A Evolução do Rebanho Suíno - milhões cabeças 31,6 32,6 31,9 32,3 33,1 34,1 35,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 13. 4,6 bilhões de dólares. Na análise do departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Brasil tende nos próximos anos a se consolidar como o maior exportador mundial de carne de frango, distanciando-se de seus maiores concorrentes (Estados Unidos, União Européia, Tailândia e China). Cana-de-açúcar – A cana-de-açúcar está presente hoje em todos os 27 estados brasileiros. São Paulo lidera a produção, com quase 60% do total, seguido por Paraná, Minas Gerais e Alagoas. A cultura teve forte expansão nesta década graças ao aumento da demanda tanto do açúcar quanto do álcool. Em 2006, a cana ocupava 6,2 milhões de hectares, ou 2,5% da área total da atividade agropecuária no país, atrás apenas da soja e do milho. O Brasil é atualmente o maior produtor de açúcar do mundo (19% do total) e o segundo de etanol (33% do total, atrás dos Estados Unidos, com 36%). A Evolução da Criação de Aves - milhões de cabeça 31,6 32,6 31,9 32,3 33,1 34,1 35,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Evolução da Produção de Cana-de-açúcar - milhões toneladas 326,1 344,3 364,4 396 415,2 422,9 457,2 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 14. Algodão – A cultura do algodão esta distribuída por 18 estados brasileiros, mas apenas dois. No entanto, Mato Grosso e Bahia são responsáveis por quase 80% da produção nacional. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de algodão, com mesmos de 6% do volume global, atrás de China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Em 2007 as exportações atingiram 2,4 bilhões de dólares, um recorde histórico, o dobro do valor registrado no inicio da década. Laranja - O estado de São Paulo continua como líder absoluto na produção de laranja do Brasil, com quase 80% da colheita total. As frutas abastecem principalmente as indústrias de suco, que em 2007 obtiveram receita externa recorde de 1,5 bilhão de dólares. O crescimento foi impulsionado pelo aumento do preço internacional da bebida em conseqüência da queda da produção nos Estados Unidos. Atualmente, o Brasil é líder mundial tanto na produção quanto na exportação de suco de laranja. Com o avanço da cana-de-açúcar no estado de São Paulo, uma das tendências para os próximos anos é o crescimento da produção de laranja nas regiões nordeste e sul do país. A Evolução da Produção de Algodão - mil toneladas 2.007 2.643 2.166 2.199 3.798 3.666 2.898 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A Evolução da Produção de Laranja - milhões toneladas 17 18,5 17 18,3 17,8 18 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 15. Milho – O milho é um cereal que, no Brasil, tradicionalmente era produzido apenas para o consumo interno. Nos últimos dois anos, um novo mercado se abriu. Como os Estados Unidos estão direcionando um volume crescente do grão para a produção de etanol, cria-se uma oportunidade para o Brasil abastecer o mercado internacional. Em 2007, o Brasil exportou 1,9 bilhão de dólares em milho, quase quatro vezes mais que no ano anterior. Para o país ampliar sua participação nesse mercado, é preciso elevar a produtividade e baixar os custos. Atualmente, os agricultores brasileiros colhem, em média, menos de 3500 quilos de milho por hectare, menos da metade da performance dos americanos. Os principais estados produtores são: Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso. Leite – Até o início da década, o Brasil era um dos maiores importadores de leite do mundo. Agora o país caminha para se tornar um importante exportador. Em 2007, a venda de produtos lácteos ao exterior gerou 346 milhões de dólares, 81 % mais do que no ano anterior. Municípios como São Félix do Xingu, no Pará, conseguem uma produção acima de 65000 litros por ano. No entanto, é possível aumentar a produção sem ampliar a área dos rebanhos. Basta melhorar o manejo dos animais. Hoje os pecuaristas brasileiros tiram em média 1500 litros de leite por vaca ao ano, enquanto na Nova Zelândia a produção chega a 4000 litros por cabeça. A Evolução da Produção de Milho - milhões toneladas 32,3 41,9 35,9 48,3 41,8 35,1 42,6 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 16. Café – A cultura do café encontra-se espalhada por cerca de 1850 municípios de 17 estados. A maior produção, no entanto, está concentrada na Região Sudeste. Juntos, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo são responsáveis por mais de 80% do mercado. Atualmente o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café (em consumo, ocupa a segunda posição, atrás dos Estados Unidos). A maior parte das exportações brasileiras é de café verde em grãos. Uma das metas do setor é ampliar venda de café torrado e solúvel, de maior valor. Países que importam o grão brasileiro, como Itália e Alemanha, estão entre os principais produtores mundiais de café industrializado. Os estados com o maior PIB do agronegócio brasileiro O estado de São Paulo lidera o ranking dos estados com o maior PIB do agronegócio. São Paulo representa 27% do PIB do país com 146 bilhões de A Evolução da Produção de Leite - bilhões litros 19,8 20,5 21,6 22,2 23,5 24,6 25,4 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 A Evolução da Produção de Café - 1000 toneladas 3.807 3.639 2.610 1.987 2.465 2.140 2.573 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
  • 17. Reais. Em segundo lugar encontra-se o Rio Grande do Sul com 66,05 bilhões de reais 12,30% do PIB Nacional. O Paraná esta em terceiro com 49,5 bilhões ou 9,11%. Minas Gerais com 42,35 bilhões, 7,83% do PIB brasileiro, esta em quarto lugar e Santa Catarina com 39,22 bilhões, 7,25%, esta em quinto lugar. A liderança dos paulistas é resultado de uma atividade diversificada. São Paulo é o maior produtor de amendoim, limão, caqui, goiaba e tangerina. E aparece como segundo maior produtor de banana, batata, tomate, uva, milho e carne bovina. Os gaúchos são os maiores produtores de arroz (60% do total do país), de fumo (52%), de uva (50%), e de lã (92%). O Paraná mantém-se como um dos principais celeiros do país. O estado é o maior produtor nacional de milho, feijão, e carne de frango. É o segundo maior em soja, cana-de-açúcar e leite. Terceiro em batata, carne suína e ovos de galinha. Minas Gerais é o maior produtor de café, leite e batata. O estado se destaca também na pecuária de corte. Santa Catarina é uma potência em vários mercados do agronegócio. Trata- se do maior produtor de carne suína do país e o segundo no mercado de carne de frango. PIB do Agronegócio em R$ bilhões - 2005 146,03 66,05 49,25 42,35 39,22 São Paulo Rio Grande do Sul Paraná Minas Gerais Santa Catarina
  • 18. As novas fronteiras agrícolas do Brasil Dentre as novas fronteiras do agronegócio brasileiro destacam-se o estado da Bahia, Mato Grosso, Maranhão, Pará e Piauí. Estes Estados possuem extensas áreas agricultáveis inexploradas. Esta condição vem atraindo nos últimos anos muitos agricultores do sul e sudeste para estas regiões. Além de seduzir, também, grandes produtores e empresas do Brasil e do exterior. O fato é que apesar da abundância de terras as condições de infra-estruturas são precárias e necessitam de grandiosos investimentos governamentais. Os agricultores ali instalados solicitam a tempos melhores condições e como não estão sendo atendidos pelos governadores dos respectivos estados estão liderando um movimento separatista o qual pode criar cinco novos Estados no Brasil. Os quais seriam: o estado do Sul do Maranhão, o estado de São Francisco (no oeste da Bahia), do Tapajós (leste do Pará) e de Carajás (sul do Pará). As maiores empresas do agronegócio O anuário Exame 2008/2009 traz o ranking das maiores empresas do setor. Destacamos abaixo algumas delas. A maior empresa, por região do país: Na região sul do Brasil a principal empresa é a Bunge Alimentos, esta sediada na cidade de Gaspar, SC atua no segmento de óleos, farinhas e conservas. Na região sudeste destacasse a cargill. Localizada na cidade de São Paulo, SP opera no segmento de óleos, farinhas e conservas. Participação do Agronegócio no PIB do Rio Grande do Sul 45%
  • 19. Na região Norte-Nordeste e Centro-Oeste a maior é a Suzano, empresa que trabalha na área de madeiras e celulose e esta instalada na cidade de Salvador, BA. As três maiores empregadoras do setor são: 1º lugar - A Sadia, Concórdia, SC. Atua na área de aves e suínos e emprega 53.297 funcionários. 2º lugar - A JBS, São Paulo, SP. Possui 44.700 colaboradores e opera no segmento de carne bovina. 3º lugar – Perdigão Agroindustrial, São Paulo, SP. Atua no ramo de aves e suínos. Emprega 34.247 funcionários. As cinco maiores empresas do agronegócio brasileiro são: 1º Bunge Alimentos, Gaspar, SC. 2º Cargill, São Paulo, SP. 3º Souza Cruz, Rio de janeiro, RJ. 4º Unilever, São Paulo, SP. 5º Sadia, Concórdia, SC. As cidades com o maior PIB do agronegócio A revista Dinheiro Rural publicou em sua edição de fevereiro de 2008 um levantamento do IBGE sobre as cidades com os maiores percentuais do PIB brasileiro. A pesquisa foi realizada entre os anos de 2002 a 2005.Veja a seguir a relação: 1º - Campo Verde, MT. Possui um PIB de R$ 735 milhões. A grande campeã ficou com 0,7% do PIB agropecuário e tem na soja o carro-chefe. 2º - S. Disidério, BA. Além do turismo, a cidade é forte no algodão e possui 0,5% do PIB agropecuário. R$ 559 milhões. 3º - Primavera do Leste, MT. Seu PIB é de R$ 466 milhões. O município se firmou na soja e é responsável por 0,4% do PIB agropecuário. 4º - Uberaba, MG. Capital do gado nelore e forte no milho, a cidade detém 0,4% do PIB agropecuário. R$ 371 milhões. 5º - Barreiras, BA. O PIB é de R$ 366 milhões. A cidade possui 0,3% do PIB agropecuário e é a nova Meca do algodão. O município de Campo Verde (MT), saltou da modesta 91ª posição em 2002, para o primeiro lugar em 2005, registrando um PIB de R$ 735 milhões, um crescimento de 413%. De acordo com o secretário de Agricultura do município, Aparecido Batista Brito, a aposta é na diversificação de culturas. “Nossa grande vantagem é que, ao contrário de outras cidades, temos uma produção diversificada, de algodão, milho, leite e outras culturas”. As pequenas propriedades rurais do Brasil A secretaria de comunicação do estado do Mato Grosso divulgou no seu site que no Brasil existem cerca de 4 milhões de pequenas propriedades agrícolas. E que de acordo com dados do IBGE, do total do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pela agricultura no país, 32% provêm do trabalho realizado nas pequenas propriedades rurais.
  • 20. Já o site repórter Brasil ressalta que as pequenas propriedades rurais empregam 80% da mão-de-obra do campo e produzem 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira. No país dos latifúndios, a bem-sucedida produção da agricultura familiar disputa com o agronegócio exportador a atenção do poder público e o reconhecimento de sua participação no desenvolvimento. A alta produtividade das pequenas propriedades contrasta com as extensas áreas ocupadas por lavouras de monoculturas e pastagens de pecuária extensiva. Entende-se como pequena propriedade rural, ou agricultura familiar, aquelas que têm no trabalho produtivo da célula familiar rural, o objetivo básico a sua reprodução e geração de renda pela produção de mercadorias e produtos mediante a utilização de mão de obra própria. O Ministério da Agricultura Brasileiro, para encaminhamento do programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura familiar (PRONAF), considera pequenas aquelas propriedades com 02 empregados e área inferior a 04 (quatro) módulos, sendo que o tamanho do modulo varia de região para região no Brasil. Na região do grande Santa Rosa o modulo é composto por 20 (vinte) hectares de terra. O setor de máquinas agrícolas voltadas para o pequeno produtor é um nicho de mercado que mostra sinais de crescimento nos próximos anos. A agricultura familiar mecanizada é uma exigência para melhorar a produtividade e aumentar os ganhos destes produtores. Por isso, os fabricantes, de olho neste mercado, estão investindo no desenvolvimento de máquinas para atender às necessidades dos pequenos e médios agricultores. O crescimento do mercado mundial de carnes e a liderança brasileira A revista Panorama Rural enfatiza que o mercado mundial de carnes, especialmente as mais consumidas - de frango, suína e bovina -, vive um crescimento considerável. E os preços têm aumentado de modo significativo. A demanda crescente é um dos principais motivos do aquecimento do mercado. O crescimento se deve a um substancial aumento na renda disponível de alguns países. Em alguns casos, a renda mais alta reflete longos períodos de taxas elevadas de crescimento econômico. Em outros, é conseqüência da ampliação das receitas cambiais geradas pelo petróleo, cujas cotações têm subido acentuadamente. A expansão do consumo mundial de carnes nos últimos anos pode ser retratada pêlos expressivos aumentos nos volumes transacionados. Entre 2002 e 2006, a quantidade de carne de frango comercializada no mercado mundial cresceu em torno de 15% e o de carne suína em 12,5%. A de carne bovina manteve-se praticamente estável. Considerando a grandeza dos números envolvidos, tais percentuais são muito significativos. O crescimento das exportações brasileiras não se explica apenas pelo aumento da demanda mundial. Para suprir o mercado e manter o equilíbrio das forças, a oferta cresceu, puxada pela demanda, com clara pressão de alta nos preços das carnes. Mas alguns países exportadores, com destaque para a Austrália, tiveram problemas climáticos ou cíclicos e não puderam ampliar a oferta. Em alguns casos, nem mesmo conseguiram manter os volumes exportados. Outros exportadores vêm enfrentando uma inflação de custos, mais recentemente,
  • 21. o que resulta em perda de competitividade. Esse conjunto de circunstâncias beneficiou muito o Brasil. O crescimento das exportações brasileiras de 2002 a 2006 foi intenso. Na carne bovina, foi de 126% e na de frango, 61%. A exportação de carne suína cresceu menos no período, à modesta taxa de 9,5%. Com exceção desta última, o Brasil tem ocupado o espaço deixado por outros exportadores mundiais de carnes. A economia mundial deve-se manter em expansão, porém em ritmo inferior ao observado nos últimos anos. Nessa hipótese, a concorrência tende a se tornar mais acirrada no mercado mundial de carnes. A guerra por fatias do mercado dependerá muito mais da eficiência produtiva de cada país. A busca de ganhos de produtividade em cada um dos elos das cadeias de produção de carnes é absolutamente indispensável. Só assim o País manterá uma boa taxa de expansão de suas exportações e a posição de maior exportador mundial. Diante do cenário mundial exposto, algumas empresas brasileiras investem em novas tecnologias para obter carnes de melhor qualidade para atender ao crescimento da demanda. Este é o caso da Central Bela Vista, empresa de inseminação artificial, sediada em Pardinho – SP, que criou um novo laboratório, para mapear os animais por meio dos narradores moleculares, com o objetivo de descobrir as características responsáveis pela maciez da carne. Obter maciez no preparo da carne bovina sempre foi um desafio tanto para a dona de casa quanto para os grandes chefs de restaurantes. Com o aumento do consumo, que, de acordo com Embrapa Gado de Corte, crescerá 25% nos próximos cinco anos, e também o ligeiro crescimento no mercado externo, a qualidade dos animais continuará sendo um quesito essencial para ser atendido. Para satisfazer aos novos consumidores grandes empresas estão investindo em pesquisas científicas com vistas a obter carne de melhor qualidade, sem que isso implique um aumento exagerado nos preços.
  • 22. BIBLIOGRAFIA 1. Revista Exame. Edição 919, 4 de junho de 2008. Editora Abril. 2. Revista Anuário Exame 2008/2009. Junho de 2008. Editora Abril. 3. Revista Isto é Dinheiro Rural. Edição 42. Abril de 2008. Editora Três. 4. Revista Panorama Rural. Ano VIII / nº 108. Janeiro de 2008.Editora PubliE Publicações e Eventos Ltda. 5. http://www.ibege.gov.br. Acessado em 07de setembro de 2008. 6. http://www.secom.mt.gov.br. Novembro de 2005. Acessado em 07 de setembro de 2008. 7. http://www.reporterbrasil.com.br. Outubro de 2006. Acessado em 07 de setembro de 2008. 8. http://www.bcb.gov.br/pre/bc_atende/port/pronaf.asp#2). Acessado em 07 de setembro de 2008.