1. COMUNICADO - FALTA DE MÉDICO NA EXTENSÃO DE SAÚDE DO SOUTO
Como é do conhecimento de toda população da Freguesia do Souto estamos sem
médico de família desde o mês de Outubro, sendo este um problema sobre o qual o executivo
da junta tem estado empenhado em resolver junto das entidades competentes.
A Extensão de Saúde do Souto apresenta actualmente cerca de 776 utentes, o que
demonstra e bem a sua vitalidade e necessidade para a população, esta extensão ganha ainda
mais importância, devido ao facto da nossa freguesia ser detentora de uma IPSS (Centro de
Solidariedade da Freguesia do Souto) a qual apresenta actualmente cerca de 25 utentes, tendo
possibilidades de vir aumentar tendo em conta que apresentamos uma população muito idosa.
O problema que se coloca, é que está em causa a garantia dos serviços básicos
de saúde, as situações económicas dos mais desfavorecidos e também não queremos
que a nossa Extensão de Saúde seja uma daquelas que a ARS-LVT pretende encerrar.
A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo em reunião do Conselho
da Comunidade do Agrupamento de Centros de Saúde do Zêzere (ACES), vem já a propor o
1
encerramento de 45 extensões de Saúde cujo aquelas que detenham um número de
utentes inferior a 1500, tendo ainda sido afirmado, pelo Director Executivo do ACES do
Zêzere Dr. Fernando Siborro ao Jornal “O MIRANTE” a 8 de Janeiro de 2011, que “ Não há
recursos humanos para tantas extensões de saúde” 2e que a actual organização de centros
de saúde “…é muito pesado, muito caro e pouco eficiente”.
Tais afirmações e propostas demonstram bem as intenções restritivas dos nossos
representantes, governantes e instituições responsáveis pela saúde, perante esta situação,
sendo no meu entender que a resolução definida por estes, passa simplesmente por uma
reorganização territorial dos serviços em que se pretende o encerramento de diversas
extensões e a centralização dos mesmos numa dada área territorial
A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económica (OCDE) da União
Europeia, afirma que “Portugal está entre os países da Europa que não tem falta de
1
http://www.jmfamilia.com/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=1324
2
http://www.omirante.pt/noticia.asp?idEdicao=&id=42871&idSeccao=424&Action=noticia
2. COMUNICADO - FALTA DE MÉDICO NA EXTENSÃO DE SAÚDE DO SOUTO
médicos”3, o que demonstra perfeitamente que existe um desgoverno em termos de gestão
dos recursos humanos referentes aos serviços de saúde, por um lado, os nossos
representantes afirmam que temos poucos médicos e por outro lado, vêm uma instituição
supranacional devidamente credenciada a afirmar o contrário.
Temos que analisar todos os factos e verificar quais as intenções dos nossos
responsáveis, pois não podem tratar as populações como se fossem apenas números. Na
saúde “Todos têm direito á protecção da saúde e o dever de a defender e promover4, esta é a
posição que o executivo da Junta de Freguesia do Souto defende.
Iremos tomar medidas que esperamos que sejam decisivas e importantes para a
resolução deste problema e que satisfaçam as necessidades da nossa população. Para que
essas medidas sejam implementadas, precisamos da mobilização e do apoio de toda a
população da nossa Freguesia e dos utentes da nossa extensão de saúde.
Actualmente estamos aguardar informações da parte da Sr.ª Presidente da Câmara
Municipal de Abrantes, sendo esta, peça fundamental na resolução deste problema, pois é
também a Presidente do Conselho da Comunidade do ACES do Zêzere. Iremos também
avançar com um abaixo-assinado a partir do dia 23 de Janeiro, a reivindicar a continuação
da extensão de saúde e a urgente colocação do médico de família, posteriormente
marcaremos uma Assembleia de Freguesia Extraordinária e se necessário faremos um
protesto público junto das Entidades responsáveis.
Vamos unir esforços e mobilizarmo-nos para combater este problema que nos é muito
“caro”.
Com os melhores cumprimentos
Presidente da Junta de Freguesia do Souto
Diogo João Ferreira Valentim
3
http://economico.sapo.pt/noticias/ocde-diz-que-nao-ha-falta-de-medicos-no-pais_106434.html
4
Art.º64 nº1 da Constituição da República Portuguesa