1) A JS Summer Fest 2009 reuniu cerca de 2000 jovens de todo o país para debater temas que preocupam a juventude portuguesa e consolidar os laços de amizade e compromisso político entre os militantes da Juventude Socialista.
2) Os organizadores e participantes consideraram o evento um sucesso e destacaram a importância de promover a participação política dos jovens através de iniciativas dinâmicas e agregadoras.
3) Vários oradores, incluindo os secretários-gerais da JS e do PS, enal
1. 03 EDITORIAL 06 PULSAR DAS AUTÁRQUICAS
Ultrapassar limites, Renato França, jovem candidato do PS
vencer desafios à Câmara de Penela, em entrevista
JoVEM
NÚMERO 488 / 8 Setembro 2009
Director Tiago Gonçalves
Equipa de Redacção Ana Catarina Aidos, André Batista,
David Erlich, Guido Teles, João Correia, Luís Pereira,
socıalısta
Mariana Mouzinho, Rui Moreira e Vanessa Neto.
ÓRGÃO OFICIAL DA JUVENTUDE SOCIALISTA
Js suMMEr FEst
aposta ganha!
Páginas 4 e 5
2. 02
Termó O outro lado do
metro JS Summer Fest
Depoimentos
> DE QUEm LIDERA… motivá-los para a política, num quadro em que os
partidos devem diversificar os métodos de comuni-
F
oi muito bom ter jovens de todos os distritos do cação com os jovens.
país, podíamos ter tido mais não fosse agendas O futuro para mim vai ser marcado pelos jovens que
autárquicas, que acabam por desmobilizar participaram nesta iniciativa e tenho a certeza que
alguns jovens, mas notava-se que faltavam mais tarde reivindicarão iniciativas destas.
JS Summer Fest 2009 estas iniciativas. A mobilização de 2000 Espero que a JS no futuro continue a
jovens revela que é uma iniciativa que organizar iniciativas destas e digo mais,
A JS Summer Fest 2009 foi um sucesso. faz falta, pois há jovens que estão acho que o PS se deveria envolver mais
Debateram-se os temas que preocupam a
cá pela primeira vez numa iniciativa nestas organizações. Há muito a fazer,
juventude portuguesa (estratégias de cresci-
política, que gostam destas inicia- vários desafios a travar nos próximos
mento, o compromisso político do PS e da JS,
tivas, que aderem e é uma forma de tempos, com a finalidade de reduzir
energias renováveis e eficiência energética,
qualificação e emprego, igualdade), com conjugar as duas coisas, pois motiva- desigualdades sociais e acabar com as
informação, diversão e companheirismo à os e atrai-os. O resultado é positivo. discriminações. É isso que une os jovens.
mistura. Uma conclusão é certa: os jovens As expectativas foram superadas. Todos É isso que é agir por mais igualdade. Essa é
querem um Portugal melhor e, isto, só o PS sabiam que esta iniciativa era de carácter a identidade da Juventude Socialista e que nos
está preparado para conseguir. político, mesmo que alguns viessem motivados por faz ter as bandeiras que temos.
diversão, o mais importante era que viessem, pois a Aos que vieram obrigado por terem vindo. Aos que
ideia era mesmo criar laços, sentimentos de grupo não vieram, temos pena, esperamos que haja mais
Indicadores Económicos e incutir política aos poucos. Temos que motivar à iniciativas destas e se conversarem com quem veio
participação de várias formas e esta é uma maneira estou certo que se vão arrepender por não ter vindo.
A subida dos indicadores económicos no
de o fazer. O que nos interessou foi que saíssem E já agora, obrigado a todos os que estiveram do lado
mês de Agosto demonstram que o princípio
daqui mais preparados do que quando aqui chega- da organização, o seu contributo foi bastante útil.
do fim da crise económica pode estar
para chegar. Mesmo assim é importante ram. Cabe-nos, portanto, envolvê-los, agarrá-los e Duarte Cordeiro Secretário-Geral da Juventude Socialista
continuar a trabalhar com todo o afinco e
dedicação. Não nos podemos resignar...
> DE QUEm ESTEVE NA ORgANIzAçãO…
Q
uando, numa Nem tudo foi fácil, mas tudo foi facilitado pela envol-
PSD reunião de secre- vência e empenho de algumas pessoas com mais
O programa político do PSD é pequenino... tariado nacional experiência nestas questões, como sejam, a Cristina
Querem mais estudos ao fim muitos e tantos o Duarte Cordeiro anun- Lopes, o Carlos Granadas, o Pedro Vaz, o Ricardo Lino
anos a estudar as acções que temos de to-
ciou a intenção de que o (Mirandela) e o Rui Roque (Farras), a quem de todo o
mar para levar o país a encontrar o rumo cer-
Summer Fest se realizasse coração agradeço e nos quais personifico um agrade-
to. É um PSD dos que pensam pequenino e
em Santa Cruz, senti um cimento mais lato a todos os quantos abdicaram do
são incapazes de pensar em soluções viáveis
e capazes de impulsinonar Portugal. misto de contentamento e seu tempo em favor do sucesso deste evento.
preocupação, pois, como bem Estando eu a menos de um mês dos 30 anos e em con-
sabem aqueles que melhor me tagem decrescente para a saída dos órgãos dirigentes
conhecem, para o meu espírito perfeccionista, o tempo da JS agradeço o presente adiantado que foi receber
que restava até à concretização do evento não era o cerca de 2000 jovens unidos pelos ideais socialistas
suficiente para que tudo fosse planeado e realizado na “minha” terra. Agradeço ter tido a possibilidade de
ao mais ínfimo pormenor. No entanto, os dias foram ouvir os secretários-gerais da JS e do PS, que com os
passando e a honra de levar a cabo na minha Federação seus testemunhos e discursos a todos deram alento e
o maior evento já realizado pela JS, com a componente coragem redobrada para buscar a vitória nas eleições
de diversão e convívio, mas também, de debate político, que se avizinham, pois, temos consciência de que, ou-
com a presença de jovens de todo o país e oradores de tro resultado não será justo para com um Governo que
renome nos nossos workshops levaram a que qualquer foi uma verdadeira marca de coragem, determinação
receio se desvanecesse e a vontade de que o evento e vontade de todos os dias trabalhar por um Portugal
Gripe A fosse um enorme sucesso se apoderasse de mim, melhor, mais justo, mais igual, mais evoluído e mais
do Secretário-coordenador da JS de Torres Vedras, desenvolvido para todos. Assim, a todos os camaradas
A grande pandemia ameaça a saúde das Rodrigo Miranda, e de todos os militantes da FRO que, e amigos um sentido obrigada e um voltem sempre
pessoas e a já frágil economia portugue-
coadjuvados, por vários voluntários de outras Federa- acompanhados de saudações Jovens Socialistas!
sa e mundial. Os países desenvolvidos
ções do país tornaram possível esta Nossa “festa”. Cláudia Horta Ferreira Presidente da Federação Regional do Oeste
têm encontrado soluções de prevenção
e tratamento mas, o que preocupa, é a
c
disseminação da doença nos país sub-
desenvolvidos, que não têm meios de onsidero que na vida, não escolhemos, quando e só, um enorme grupo com cerca de dois mil jovens,
combater eficazmente a doença e têm e como fazer amigos, quanto muito procura- unidos na diversidade e irreverência que nos caracteri-
grandes surtos virais no seu país. É difícil mos a oportunidade para que tal suceda, o res- za, em torno dos ideais orientadores da JS, conscientes
pensar positivo. to surge naturalmente. Este primeiro Summer Fest da de que temos um papel fundamental no objectivo de
JS foi uma oportunidade desse género, principalmente Avançar Portugal, contribuindo cada um à sua maneira,
pela experiência de vivermos durante três dias entre jo- para um país mais justo, mais solidário, mais livre e
vens de todo o país, partilhando os valores da igualdade cada vez menos desigual. No final não houve diplomas
por João Correia e solidariedade inerentes à condição de campistas em de mérito ou de bom comportamento, nem atestados
joao.correia@juventudesocialista.org que nos vemos envolvidos. de esquerda e insígnias da luta, tivemos sim, apenas e
Durante esses dias não houve distinções, fomos apenas só, a experiência vivida, as fotos tiradas e os contactos
3. 03
Editorial Tiago Gonçalves
Director do Jovem Socialista
trocados com a promessa de nos voltar- bilidade foram uma fonte inspiradora para tiagogoncalves@juventudesocialista.org
mos a encontrar. A consciência política toda a organização, a Cláudia Ferreira, a
e a mobilização para a participação, tal Mafalda Serrasqueiro e o Pedro Alves
como a amizade, surgem naturalmen- pelos excelentes workshops. E por fim
te, como pôde ser constatado pelas agradecer a todos os militantes dos
assistências esgotadas em todos os
workshops políticos que organizámos.
vários pontos do país, mas especialmen-
te da FRO, que participaram na orga- Ultrapassar
Não podia deixar de referir, todos aqueles
com quem tive a oportunidade de trabalhar na
nização, por todo o trabalho e empenho
demonstrado, mas acima de tudo pelo orgulho limites,
coordenação deste evento, nomeadamente o Pedro
Vaz, pela sua paixão e dedicação à JS, o Ricardo Lino, o
que ter podido estar ao vosso lado. Tal como disse
um amigo que ganhei neste Summer Fest: “A luta conti- vencer desafios
Rui Roque e a Cristina Lopes que através da sua expe- nua…vemo-nos nas legislativas!”. Até lá então.
riência, boa disposição, espírito de sacrifício e disponi- Carlos Granadas Alenquer, Federação Regional do Oeste Escrevo este editorial na tenda da recep-
ção aos participantes no JS Summer Fest
2009. Lá dentro, no recinto, não falta gente e
N
ão sabendo Quando me juntei à JS, disseram-me que éramos animação. E isto decorre depois de um dia de
exactamente o uma grande família. No Summer Fest pude verificar palestras no âmbito do Campus JS, dedica-
que seria aquilo a o quão grande somos e senti-me verdadeiramente das a temas desde o ambiente e a energia às
que me propunha, rumei parte de um todo. Esse foi o sentimento que me ficou questões programáticas para desenvolver,
expectante a Santa Cruz presente. Não se trata do X, do Y ou do Z, somos no governo de Portugal, durante os próximos
na certeza porém de que todos JS. quatro anos.
iria fazer parte de um grande Não me atreveria a falar da Summer Fest sem referir
momento. O trabalho foi ape- a colaboração e paciência de todos os que a tornaram Sobre este JS Summer Fest tenho a dizer
nas uma pequena parte de tudo, possível, elementos da organização e participantes, e que a aposta está ganha e revela um espírito
ainda que tenha sido bastante. O cansaço, ainda que em especial do Sr. Afonso que comigo passou horas e uma ambição de ultrapassar os limites até
muito, foi apenas um pequeno obstáculo a superar. No ao telefone de modo a tornar possível o transporte de agora impostos e vencer mais um desafio, o
fim de contas, dormir significava não estar presente e o todos. Muito obrigado e até à próxima. de proporcionar mais uma grande iniciativa
entusiasmo foi sempre uma reserva de energia. Cristina Lopes Torres Vedras, Federação Regional do Oeste nacional de qualidade a todos os militantes e
simpatizantes da Juventude Socialista. E sem
eles, sem o seu contributo nada disto teria
o
Summer Fest 2009… Para nós, outro, participar com eles na festa e desfru- sido possível de concretizar. Desde anfitriões
organização, foram longos e duros tando, também, da iniciativa. As pessoas a militantes de outras concelhias e federa-
dias sem dormir, alimentados a que conheci, tanto da organização como ções, é notável o empenho de todos. Uma vez
cachorros quentes. Ainda assim, foram participantes, bem como, a retrospec- que não posso aqui referir o nome de todos
dias de muita festa, convívio e diver- tiva geral que faço daqueles três dias aqueles que estiveram de forma voluntária
são. Nunca tinha visto pessoas que se compensam bem o esforço e a dedica- envolvidos na organização, dou à Cláudia
tinham acabado de conhecer serem ção. Numa frase, o JS Summer Fest foi Ferreira, a presidente da Federação anfitriã, os
tão unidas e trabalharem tão bem em uma experiência única e inesquecível. parabéns pelo trabalho realizado, pelas horas
equipa como vi neste festival. O espírito Só espero que este espírito não se perca e de sono não dormidas, pelo suor de todo o
da organização era, por um lado, assegurar que para o ano haja mais JS Summer Fest. esforço que implica a organização de uma
que nada corria mal para os participantes e, por Duarte Pedroso Lourinhã, Federação Regional do Oeste iniciativa com este festival.
Mas, se é verdade que muitos disseram “sim!”
o
JS Summer Fest diferentes da minha. Claro que o festival foi também à chamada de participar neste JS Summer
foi para mim, muito cansativo, principalmente porque nós enquan- Fest, outros, por motivos vários ficaram nas
acima de tudo, to organização quisemos gozar, também, o festival suas terras, de certo que por motivos tam-
uma experiência única, e as noites de festa, o que resultou em poucas horas bém eles importantes, tais como o trabalho
palco de grande festa, de sono, para que desta forma fossem cumpridos os autárquico, uma vez que também esse acto
convívio e debate, que turnos de trabalhos e assegurado que tudo decor- eleitoral, a par com o das eleições legislativas,
me deu a conhecer outra resse sem incidentes (o que se veio a verificar). Fica se aproxima. Para quem não esteve presente,
face da JS, novas pessoas a vontade e o desejo de que o JS Summer Fest se nesta edição deixamos um relato dos três
vindas de norte a sul do país e volte repetir num futuro próximo. dias de festival em Santa Cruz e fotografias de
com experiências de vida muito João Nicolau Alenquer, Federação Regional do Oeste várias estruturas que não faltaram à chama-
da. Desse modo, estou certo, alguma inveja
saudável será alimentada no espírito de quem
> DE QUEm NãO ESTEVE PRESENTE… não pode vir ao JS Summer Fest.
D
e acordo com os militantes que lente organização e pela proximidade da JS Um abraço amigo do
participaram na “JS SUMMER- a todos os jovens que quiseram aliar a
FEST” fica-me a certeza de ter diversão à formação política democrá-
sido uma experiência ímpar e enri- tica. Servirá, por isso, como motivação
quecedora do espírito de camarada- suplementar para a intervenção activa
gem. Apesar de já usual nas inicia- dos jovens no ciclo político que entu-
tivas desenvolvidas pela Juventude siasticamente vivemos!
Socialista, os participantes confirmam Rui Machado Coimbra, Federação Distrital
que esta realização primou pela exce- de Coimbra
4. 04
JS Summer Fest:
o retrato de um sucesso
AS BANDEiRAS Já ESTAVAM PREPARADAS. MAiS DE QUATRO MiL
PESSOAS ESPERAVA O SECRETáRiO-GERAL DO PARTiDO
SOCiALiSTA, JOSÉ SóCRATES. JOVENS DE TODO O PAíS,
PARTiCiPANTES NO JS SUMMER FEST, MiSTURADOS COM
AS GENTES LOCAiS, FORMAVAM UM QUADRO DE PLURALiDADE.
u
m quadro de pessoas diferentes na proveniência e nas idades, Sexta-feira foi um dia repleto de reflexões importantes para o futuro do País. Pela
mas unidas sob um lema: o de Avançar Portugal. Já muito manhã, Teixeira dos Santos, Ministro de Estado das Finanças e da Economia e candi-
havia ocorrido no festival organizado pelos Jovens Socialistas. dato a deputado, e Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de
Concertos, debates, praia, animação. E ainda havia grandes Ministros e também candidato a deputado, debateram “Estratégias para o Crescimen-
nomes da música portuguesa guardados para o fim. Mas to”. A crise económica e a resposta sólida que lhe tem sido dada pelo Governo, bem
aquela era a altura de ouvir o candidato a Primeiro-Ministro, o como os caminhos de aposta futura, foram dois dos temas em cima da mesa. Pela tar-
líder de um partido moderno, solidário e progressista. de, António Vitorino, Coordenador do Programa Eleitoral do PS, Augusto Santos Silva,
Com entrada livre, grandes artistas, debates profundos, praia e convívio, o JS Ministro dos Assuntos Parlamentares e candidato a deputado, e Sérgio Sousa Pinto,
Summer Fest tinha tudo para ser bem sucedido. O festival começou na quinta-feira, dirigente nacional do PS e candidato a deputado, abordaram “O nosso compromisso
dia 27 de Agosto. Por volta da uma da manhã, o parque de campismo de Santa Cruz, político.” O conteúdo do Programa Eleitoral do PS, Avançar Portugal – 2009-2013, foi o
onde ficaram os milhares de jovens que participaram nesta iniciativa, vivia um invulgar grande tema abordado. Finalmente, Jorge Seguro e António Ramos Preto, deputados
sossego. Este era trazido às inúmeras tendas sempre que os concertos e actuações do PS e recandidatos, e Carlos Martins, CEO da Martifer, empresa especializada no
atraíam a juventude para fora do recinto de alojamento. De resto, o terreno protegido fabrico e montagem de estruturas metálicas, nomeadamente para energia a eólica, fo-
por árvores imponentes, que durante três dias se tornou a casa de centenas de jovens, ram os convidados para debater o tema “Energias Renováveis e Eficiência Energética” .
contava sempre com música, conversas, gritos, correrias; no fundo, com o entusiasmo O caminho já percorrido com as apostas deste Governo, a importância ambiental das
daqueles que, com a irreverência própria da juventude, se sabiam unidos pelos ideias energias renováveis e a centralidade da eficiência energética na autonomia energética
de mudança e de modernidade. Na noite de dia 27, ainda havia algumas pessoas reu- foram alguns dos temas debatidos. O local escolhido para os Campus JS foi o Hotel
nidas à porta das tendas, aproveitando, ao ar livre, a companhia de uma noite quente. Santa Cruz, numa sala que albergava cerca de duas centenas de jovens. Depois de
Todas as outras estavam já na discoteca Faraó, dançando ao som do DJ Zé Pedro, dos uma festa na praia e do jantar, já no interior do parque de campismo, Jorge Beirão
Xutos e Pontapés, cujo apoio foi, aliás, agradecido por José Sócrates. Relembre-se dedicou-se a animar as hostes. Multifacetado artista, especialista na concertina, no
que apesar do aproveitamento político que a oposição fez em torno do novo êxito dos teclado e na voz, Beirão cantou êxitos conhecidos, e outros menos conhecidos. Eco-
Xutos e Pontapés “Sem Eira nem Beira”, Zé Pedro disse, depois, em entrevista, que ando por todo o parque de campismo, o músico polivalente emitiu ritmos dançantes.
“perante o estado da Nação, não temos outra alternativa ao [Governo] dirigido por Só- Mas não só de Beirão se fez a noite, que contou também com o DJ Fernando Alvim,
crates” e que “o engº Sócrates tem uma posição mais futurista com que me identifico. na discoteca Faraó. De manhã, uma vez mais, as tendas assistiram ao regresso dos
Muito mais do que a da oposição.” De manhã, as tendas assistiram ao regresso dos seus habitantes, no prenúncio de um dia que iria ser o culminar de uma das maiores
seus habitantes. iniciativas de sempre da JS.
5. 05
As palavras dos campus
Tendo contado com 2000 jovens de todo o País, a adesão ao JS
Summer Fest, segundo Duarte Cordeiro, “revela que esta é uma
iniciativa que faz falta” “uma forma de conjugar política, convívio
,
e diversão, que motiva e atrai os jovens” Fica aqui, precisamente,
.
o registo das declarações políticas mais marcantes que os
participantes nos Campus puderam ouvir.
No Sábado o entusiasmo pairava no ar. Novos jovens haviam chegado durante a
noite, para participarem no último dia do JS Summer Fest. Depois dos Campus JS,
iria haver os esperados concertos, e a não menos aguardada intervenção de José “Entendo que Portugal não deve “A vencerem as posições de direita, o
Sócrates. Acordou-se com um sorriso, pronto a conquistar o dia, sabendo que aumentar os impostos, porque isso Estado Social que defendemos estará em
aquilo que se estava a viver era uma marca na história da JS. Durante a tarde os seria errado, já que o objectivo deve ser crise.”
Campus JS contaram com a presença de Fernando Medina, Secretário de Estado controlar e reduzir a despesa. Acho que Augusto Santos Silva
do Emprego e da Formação Profissional e candidato a deputado, e de João Pro- também não é possível neste momento
ença, Secretário-Geral da UGT, para explorar o tema da “Qualificação e Emprego”. reduzir impostos sem pôr em causa “O actual Governo deixou uma marca
O sucesso das Novas Oportunidades e a necessidade de uma aposta continuada a saúde das finanças públicas e fazer extremamente positiva que tem a ver
nessa área foi uma das referências. Os candidatos a deputado inês de Medeiros, regressar uma crise orçamental. Parece com a implementação das energias
actriz, Elza Pais, Presidente da Comissão para a Cidadania e igualdade de Género agora que estamos perante um regresso renováveis.”
e Miguel Vale de Almeida, antropólogo, debateram o tema da “igualdade”. A crítica ao passado [perante a proposta do PSD Jorge Seguro
à tentativa de apropriação das questões identitárias de igualdade por parte de de redução de impostos].”
sectores radicais da sociedade foi uma das mensagens veiculadas. Teixeira dos Santos “Sabemos que há que reduzir a emissão
Muito havia acontecido. Já os The Plus haviam pisado o palco, bem como Luís de dióxido de carbono para entre 2 a 3
Represas – ainda nele estariam os Wray Gunn, os GNR, e na discoteca Faraó o DJ “A política de isolacionismo ficou toneladas per capita, de forma a que a
Miguel Quintão. Já o presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos espatifada.” temperatura não aumente mais de dois
Manuel Soares Miguel, havia saudado a iniciativa da JS e afirmado a mudança que Jorge Lacão graus celsius, em 2050, em relação
a gestão socialista fez sentir no município. Carolina Patrocínio, mandatária do PS a 1990. Isto não é fácil. Por exemplo,
para a Juventude, falara sobre a alegria que sentira quando, chegada de férias, lera “É surpreendente que sobre a os EUA estão a emitir 20 toneladas
duas boas notícias: o fim da recessão técnica e os melhores resultados escolares. necessidade de maior coordenação per capita; a Europa está quase nas 15
E Duarte Cordeiro, líder da Juventude Socialista, fizera um discurso forte e frontal internacional em relação ao toneladas per capita”.
contra o conservadorismo e insensibilidade social da Presidente do PSD. Consi- funcionamento dos bancos que operam António Ramos Preto
derando que a verdadeira opção é entre o “PS de José Sócrates ou o PSD da Dra. a nível transnacional, o principal partido
Ferreira Leite” o Secretário-Geral da JS afirmou que “votar BE ou PCP é votar na
, da oposição em Portugal tenha achado “Eu acredito que a médio prazo Portugal
direita” e ainda que “o verdadeiro voto de protesto, de protesto contra a desigual-
, por bem que era possível apresentar pode ser auto-suficiente em termos
dade e discriminação, é o voto no PS”. As bandeiras já estavam preparadas e mais um programa eleitoral sem dedicar energéticos. Se calhar a pessoa mais
de um milhar de pessoas esperava o Secretário-Geral do Partido Socialista, José sequer um parágrafo ou uma frase que nova que estiver nesta sala, quando tiver
Sócrates. As gentes locais e os jovens de todo o País formavam um quadro de seja à questão da regulação financeira a minha idade, vai ver um Portugal auto-
pluralidade, de pessoas diferentes na proveniência e nas idades, mas unidas sob internacional. Percebe-se qual o alcance sustentável em termos de energia.”
um lema: o de Avançar Portugal. E foi desse mesmo Avanço que Sócrates falou. político dessa estratégia de Manuela Carlos Martins
Elegeu as “leis progressistas” aprovadas pelo PS desde 2005 como exemplo da Ferreira Leite: dizer que os problemas
visão de “modernidade e de futuro” contra “a visão passadista”da líder do PSD. do país são todos internos e ficam a “Quando as questões da igualdade
Depois de afirmar que o PS não desistirá da lei das uniões de facto – “não foi dever-se à má política económica deste começam a ser defendidas por outras
possível aprová-la nesta legislatura, mas aprová-la-emos na próxima” – Sócrates Governo, e para que essa tese possa pessoas que não as do costume, ou
falou da lei de Procriação Medicamente Assistida, promulgada “para nunca mais ter alguma verosimilhança é preciso quando as pessoas que as defendem já
estarmos nas mãos dos preconceitos ideológicos e retrógrados e os casais não então apagar da mente das pessoas não o fazem dentro de um determinado
terem de sofrer com a infertilidade”. Abordou ainda a Lei da Paridade e a “nova a circunstância de estarmos a viver a chapéu-de-chuva político, aí o caldo fica
lei do divórcio” apresentada “para terminarmos com o espectáculo degradante,
, mais grave crise internacional desde entornado. Começa a ver-se que, de facto,
de dor e sofrimento, e da exibição dessa dor e sofrimento de tantos casais nos a grande depressão dos anos 30. Em havia uma tentativa de apropriação de
tribunais” afirmando que “o divórcio litigioso não tinha e não tem razão de ser”. O
, relação a esta conjuntura de crise agendas por alguns sectores políticos”
Secretário-Geral do PS traçou também, eficaz e frontalmente, as duas alternativas internacional, o PSD ou não tem ideias Miguel Vale de Almeida
que verdadeiramente estão em jogo nas próximas eleições. “Uma das principais alternativas, ou pura e simplesmente as
escolhas será entre duas mundivisões”. Ou seja, “há duas formas de olhar para a ideias alternativas que tem não as quer “Há que terminar com as discriminações
sociedade e para o futuro. Aqui, neste partido, neste Governo, ninguém acredita explicitar.” que ainda persistem, não só ao nível da
que o casamento deve servir apenas para a procriação; aqui ninguém acredita que António Vitorino lei, mas também no plano prático. Ainda
é preciso uma lei do divórcio que o dificulte, porque aqui acredita-se na liberdade e identificamos discriminações de género,
na tolerância. Este partido tem uma visão progressista, de um país aberto, contra “Este programa eleitoral da direita podia de orientação sexual, com as minorias
um partido fechado e retrógrado, que acredita que as obras públicas apenas ter sido escrito há quinze ou dez anos, étnicas ou com os imigrantes”
servem para dar emprego a cabo-verdianos e ucranianos.” “Neste arranque da com a mesma fé cega no mercado e Elza Pais
caminhada, o que nos une é a confiança em nós próprios, no país e nos portugue- a mesma mentalidade de seita, sem
ses. É a atitude de quem quer andar para frente”, declarou. No fim de um discurso abertura para novas respostas. A direita Péricles disse uma coisa de que gosto
directo que marcou a reentrée, perante uma multidão ao rubro e a gritar “um, dois, provou que não tem qualquer resposta muito: «não há felicidade sem liberdade e
três, maioria outra vez!”, José Sócrates retribuiu com “Porreiro Pá, Força JS!”. para os problemas do nosso tempo.” não há liberdade sem coragem».”
por David Erlich daviderlich@hotmail.com Sérgio Sousa Pinto Inês de Medeiros
6. 06
Jovem Socialista
à entrevista com
Renato França
JOVEM CANDiDATO DO PS à CâMARA
DE PENELA, EM ENTREViSTA
c
omo encaras este desafio de seres o candidato do PS à Câ- educação etc. Mais recentemente, e também com o contributo decisivo do Governo PS,
mara Municipal de Penela? desenvolveu-se em Arruda a vertente dos transportes com a construção do terminal
Foi com grande honra e humildade, valores pelos quais sempre rodoviário, a vertente do desporto com o campo sintético de jogos municipal, tendo-se
procurei pautar a minha vida, que aceitei ser candidato pelo Parti- assistido também ao alargamento do parque escolar e ao incremento de condições de
do Socialista à Câmara Municipal de Penela. Faço-o na convicção operacionalidade para as forças de segurança com o novo quartel da GNR.
de que estou à altura do desafio.
Porque reconheço que perante a vida devo assumir uma atitude Quais são as principais apostas do teu programa para a Autarquia?
humilde, de constante aprendizagem, chamei à minha equipa os “menos jovens”, O nosso projecto é de mudança e se for eleito Presidente da Câmara Municipal como
a quem a vida foi ensinando o que jamais se aprenderá pela leitura de um livro, espero, não faz qualquer sentido a persistência em actividades despesistas que pro-
contando com as suas experiências e os seus ensinamentos sempre sábios. Juntos curam passar a ideia de um Concelho desenvolvido e próspero, quando na realidade
elaborámos um projecto para o Município de Penela, capaz de restaurar a esperan- os problemas de hoje são os de ontem agravados pelo passar do tempo.
ça, devolvendo o futuro aos Penelenses. Se fosse utópico, diria que iria criar melhores condições para que o desenvol-
vimento do Concelho fosse uma realidade nas suas diferentes vertentes. Sendo
Quais são as principais apostas do teu programa para a Autarquia? realista, tenho perfeita consciência que o Concelho deverá deixar de seguir a via
Arruda dos Vinhos no período do pós 25 de Abril conheceu um significativo progresso, despesista irresponsável, sem qualquer rumo ou estratégia, seguida pelo actual exe-
no que à área das infra-estruturas básicas diz respeito, nomeadamente na área das cutivo. Tal atitude comprometeu seriamente, para o futuro qualquer estratégia mais
redes de abastecimento de águas para consumo público, na rede de esgotos e sanea- arrojada de investimentos públicos no Concelho, com uma estrutura de receitas
mento básico, nas principais vias de circulação rodoviária, e nos equipamentos de saúde, praticamente dependente do Orçamento de Estado.
7. 07
empregadores e para quem procura trabalho, será outra medida a implementar, em
resposta ao actual momento de crise internacional.
Penela, sempre foi uma Câmara governada pelo PSD. Qual é o balanço
que fazes desses mandatos?
Seria errado da minha parte não reconhecer que foi percorrido um caminho. Efec-
tivamente o Concelho encontra-se actualmente dotado de um conjunto de infra-
estruturas que acrescentaram qualidade ao dia-a-dia dos Penelenses.
No entanto, o essencial não foi conseguido. A tendência de desertificação huma-
na, o envelhecimento da população e a fraca relevância do Concelho em termos
económicos, com clara dependência do sector público e social, são um diagnóstico
pouco animador pelo qual o PSD tem que ser responsabilizado.
Nos últimos 4 anos, o trabalho da maioria do PSD e do seu Presidente na Câmara
Municipal, poderá ser divido em duas vertentes: a ilusão e a desilusão.
A ilusão assentou na promoção mediática do Concelho, que para além de dar a
conhecer o Concelho “fora de portas”, custou muito dinheiro ao cofre municipal e
com resultados efectivos para a população pouco ou nada visíveis. Tratou-se mais
de uma atitude de promoção pessoal do Presidente da Câmara Municipal, que neste
momento já cansou os penelenses.
A desilusão assenta no abandono da população do Concelho, fraca execução de
obra pública, o Concelho está mais pobre que no ano de 2005, perdeu-se emprego,
a dívida municipal aumentou desmesuradamente, não sendo de excluir graves pro-
blemas financeiros e de liquidez a curto prazo.
Tendo em linha de conta as particularidades do concelho de Penela, quais
os principais horizontes estratégicos para onde ele se deve virar ou cen-
trar a sua actividade?
A certificação e criação de denominação de origem para produtos como o Queijo
do Rabaçal, o mel, o vinho, o azeite e a noz, assumem prioridade enquanto salva-
guarda e valorização da economia local. Por outro lado, a criação de “imagens de
marca” facilmente associáveis ao Concelho, potencia estes recursos. O desprezo
pela marca “Rabaçal” tem sido uma constante, quando a meu ver constitui um valor
acrescentado, com enorme potencial. A aposta tem que passar cada vez mais pelas
singularidades concelhias, uma vez que os denominadores comuns deixaram de ser
pólos de atracção para pessoas, investimento e turismo.
Começarei por elaborar um plano de saneamento financeiro e de pagamento das Uma vez que falamos em particularidades do Concelho de Penela e face ao valioso
dívidas negociado com os credores municipais, salvaguardando sempre as despe- património arquivístico existente, consagrado pelos seus longos anos de história,
sas de funcionamento de modo a não comprometer a operacionalidade da Câmara defendo a criação de um Arquivo Municipal, como garantia da sua salvaguarda e
Municipal. Pretendo com esta estratégia sair da situação de grande dificuldade direito de acesso.
financeira e, no futuro, ainda dentro deste mandato, retomar os projectos estrutu-
rantes para o Concelho. Sendo que és um dirigente da JS e candidato à Câmara de Penela, a
Defendo um crescimento concelhio assente numa base sólida, pelo que a juventude será, evidentemente, uma das preocupações
ampliação e remodelação das redes de saneamento básico, de modo centrais. Em que aspectos contarás desenvolver essa
a atingir uma percentagem de população servida de 80% (ac- acção?
tualmente 29%), a beneficiação e conservação da rede viária Numa primeira linha, procurarei estabelecer contactos
municipal, dotando-a de bermas e valetas, a requalificação com a Direcção Regional de Educação do Centro e o
e expansão da Zona industrial de Penela, situada junto ao Agrupamento de Escolas infante D. Pedro, tendo em
futuro nó de acesso ao iC3, serão linhas estratégicas na vista a reactivação do Ensino Secundário em Penela.
nossa acção. Falo em reactivação porque decorreu no passado
O desenvolvimento económico para nós é a questão uma “experiência” inserida neste propósito, e que
fundamental para que o Concelho se possa afirmar e em meu ver foi mal conduzida. A pouca procura
inverter a tendência de desertificação humana a que se deveu-se não porque os estudantes prefiram
assiste. Começaremos no apoio aos pequenos projec- frequentar o Ensino Secundário em concelhos
tos, nomeadamente investimentos ao nível da pequena vizinhos, mas sim porque o agrupamento na altura
indústria, do pequeno comércio e da agricultura que, seleccionado para arranque não correspondeu ao
assentes no cariz familiar e local, são o sustentáculo da que mais estudantes absorvia. Estamos a colocar
vida económica do Concelho. os nossos jovens em desvantagem, pelo que esta
Verificando-se o envelhecimento da população, o apoio à questão tem que ser alvo de uma reflexão, ausente de
terceira idade é uma necessidade imperiosa no Concelho. As qualquer demagogia.
estruturas existentes não conseguem dar resposta, por muito Porque entendo que constituem pólos dinamizadores, e
mérito e empenho que tenham, pelo que consideramos importante porque falamos numa conversão, pretendo estabelecer con-
a construção de lares de terceira idade e centros de dia, que apoiem tactos com a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto e
idosos com menor capacidade económica, permitindo-lhes o acesso a uma a Direcção Regional de Educação do Centro, de modo a que seja conver-
“velhice” humanizada e digna. tida em Pousada da Juventude a antiga Residência de Estudantes, actualmente sem
O património edificado das zonas históricas e aldeias do Concelho está degrada- ocupação, sujeita à “erosão” do tempo.
do, sendo para nós uma preocupação a sua reabilitação, por via da elaboração de Tendo em vista a fixação de residência, destaco a intenção de criar “Loteamentos
protocolos com o instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana. de Habitação Jovem”, possibilitando a aquisição por jovens a custo reduzido.
Numa situação de crise internacional, que medidas pode a Câmara tomar, no O que podem os penelenses esperar de ti enquanto próximo presidente
âmbito das suas competências, na área social e no apoio às famílias jovens? da Câmara?
A criação do “Cartão 60+”, com o objectivo de apoiar os idosos economicamente Apesar da minha juventude, tenho a consciência e a responsabilidade de não cair
mais carenciados, nomeadamente nas áreas da saúde e do social, será uma realida- na promessa eleitoral de tudo ser possível, mas sim de encarar a realidade munici-
de. Paralelamente, será implementada uma linha telefónica de apoio domiciliário aos pal e com ela optimizar os seus recursos e mobilizar os penelenses, tendo sempre
utentes do “Cartão 60+”. A “Bolsa Municipal de Emprego”, possibilitando uma busca em atenção que se deverá reduzir o nível da dívida municipal, para que no futuro o
geograficamente mais eficiente, promovendo uma boa rede de contactos junto do Concelho prospere. Trabalho, empenho e dedicação serão uma constante da minha
tecido empresarial local, de modo a transformá-la num instrumento eficaz para acção, pedindo para tal o apoio de todos em Outubro próximo.