Epidemiologia
É a ciência que estuda a dinâmica das doenças
e/ou agravos de uma determinada população
em um determinado período de tempo.
(Rouquairol, 2004)
Estudos demonstram que o envelhecimento populacional é um
fenômeno mundial, notadamente acentuado na américa latina e,
especialmente no Brasil, onde, segundo a OMS, a população com
mais de 60 anos crescerá de forma a colocá-lo em sexto lugar em
nº de idosos no mundo no ano de 2025.
Ocorrerá reflexo direto no setor de saúde, objetivando a
promoção de sua saúde e a prevenção e/ou tratamento das
enfermidades prevalecentes aos mesmos
PROCESSO DE ENVELHECIMENTO
Segundo Babb, “envelhecer é um fenômeno universal, sequencial,
acumulativo, irreversível, não-patológico, de deterioração de um
organismo maduro, próprio a todos os membros de uma espécie,
de maneira a tornar-se com o tempo incapaz de enfrentar o stress
do meio ambiente, aumentando assim sua possibilidade de
morte”.
Embora universal, o envelhecimento é um processo individual,
manifestando-se de forma diferente em cada indivíduo e
diretamente relacionado ao envelhecimento biológico, às
enfermidades apresentadas, à perda de capacidade e às alterações
sociais importantes ocorridas no decorrer da vida.
É uma fase caracterizada por três fatores fundamentais:
Stress relacionado a acontecimentos que alteram e
perturbam a sequência e o ritmo dos ciclos vitais;
“Balanço”, caracterizado por uma maior interiorização,
com reexame e reavaliação de competências e prioridades.
Alteração na perspectiva temporal, na qual começa-se a
pensar em termos de vida restante e não mais em tempo
vivido e assim torna a confrontação com a morte algo mais
presente e próximo.
Cabe à enfermagem estimular o idoso a encarar o
processo de envelhecimento como um período dinâmico,
que propicie reflexões sobre o passado de forma a cultivar
uma visão esperançosa de futuro, e, acima de tudo, dar-
lhe um tratamento digno, ouvindo-o atentamente,
focalizando sua atenção no presente e discutindo com ele
seus planos futuros, garantindo-lhe desta forma sua
individualidade e respeito.
Fatores relevantes do aumento da população idosa no
Brasil
⇓ das taxas de mortalidade;
⇓ da taxa de fecundidade;
Às melhores condições de saneamento básico;
Ao domínio das doenças infectocontagiosas;
Às vacinações sistemáticas;
Às terapêuticas avançadas no combate das doenças em geral.
GERONTOLOGIA
Ciência que estuda o envelhecimento nos
seus aspectos biológico, psicológico e
social, como ciência pura, básica ou
acadêmica.
(Ruipérez, 2000)
O especialista em Gerontologia atua na prevenção de
doenças, propõe ações de prevenção aos problemas
que mais impactam os idosos e orienta a criação de
condições adequadas para um envelhecimento com
qualidade. Orienta ainda a criação de condições
ambientais para uma vida com qualidade, propõe
intervenções à episódios de perdas de saúde e aspectos
sociais para a busca de uma vida digna.
GERIATRIA
Ramo da medicina que se dedica ao idoso,
ocupando-se não só da prevenção, do diagnóstico
e do tratamento das suas doenças agudas e
crônicas, mas também da sua recuperação
funcional e reinserção na sociedade.
(Ruipérez, 2000)
SENESCÊNCIA
Mudanças que ocorrem no organismo
apenas pela passagem dos anos,
correspondentes aos efeitos naturais do
processo de envelhecimento.
O Paciente Geriátrico
É aquele que apresenta três ou mais dos seguintes pontos:
Idade superior a 60 anos;
Pluripatologias;
Seu processo ou doença principal têm caráter
incapacitante;
Patologia mental acompanhante ou predominante;
Existe problemática social relacionada ao seu estado de
saúde.
O que é Enfermagem Gerontológica ?
Gunter e Miller: estudo científico do cuidado de
enfermagem ao idoso, caracterizado como ciência
aplicada com o propósito de utilizar os conhecimentos do
processo de envelhecimento, para o planejamento da
assistência de enfermagem e dos serviços que melhor
atendam à promoção da saúde, à longevidade, à
independência e ao nível mais alto possível de
funcionamento da pessoa idosa.
Os sentimentos, ações e atividades das pessoas idosas estão diretamente
relacionados às suas necessidades de saúde, cuidados e bem-estar.
Faz-se necessário, portanto, o desenvolvimento de uma estrutura teórica de
conhecimento que auxilie os profissionais de enfermagem a identificar e
avaliar corretamente as demandas específicas deste grupo etário e assim:
Maximizar suas condições de saúde;
Minimizar as perdas e limitações desenvolvidas com o processo de
envelhecimento;
Facilitar o diagnóstico e auxiliar no tratamento das enfermidades que possam
acometê-los;
Proporcionar conforto nos momentos de angústia e fragilidade, incluindo o
processo de morte.
Objetivos da enfermagem gerontológica
Assistir integralmente ao idoso, à sua família e à comunidade na
qual estiver inserido, auxiliando sua compreensão e facilitando sua
adaptação às mudanças decorrentes do processo de
envelhecimento;
Desenvolver ações educativas nos níveis primário, secundário e
terciário de atenção à saúde do idoso;
Estimular a participação ativa do idoso e, quando necessário, de
seus familiares, em seu processo de autocuidado, tornando-o(s),
desta forma, os principais responsáveis pela manutenção de seu
melhor nível de saúde e bem-estar.
Os desafios trazidos pelo envelhecimento da população
têm diversas dimensões e dificuldades, mas nada é mais
justo do que garantir ao idoso a sua integração na
comunidade.
O envelhecimento da população influencia o consumo, a
transferência de capital e propriedades, impostos,
pensões, o mercado de trabalho, a saúde e assistência
médica, a composição e organização da família.
Constituição federal de 1988
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação.
A Política Nacional do Idoso
Estabelecida em 1994 (Lei 8.842), criou normas para os direitos
sociais dos idosos, garantindo autonomia, integração e
participação efetiva como instrumento de cidadania. Essa lei foi
reivindicada pela sociedade, sendo resultado de inúmeras
discussões e consultas ocorridas nos estados, nas quais
participaram idosos ativos, aposentados, professores
universitários, profissionais da área de gerontologia e geriatria e
várias entidades representativas desse segmento, que
elaboraram um documento que se transformou no texto base da
lei.
PNI
Art. 1º A política nacional do idoso tem por objetivo
assegurar os direitos sociais do idoso, criando
condições para promover sua autonomia, integrada
e participada o efetiva na sociedade.
Art. 2º Considera-se idoso, para os efeitos desta lei,
a pessoa maior de sessenta anos de idade.
a) garantir ao idoso a assistência mais saúde, nos diversos
níveis de atendimento do Sistema único de Saúde;
b) prevenir, promover, proteger e recuperar a saúde do
idoso, mediante programas e medidas profiláticas;
c) adotar e aplicar normas de funcionamento das
instituições geriátricas e similares, com fiscalizados pelos
gestores do Sistema único de Saúde;
d) elaborar normas de serviços geriátricos hospitalares;
e) desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde
dos Estados, do Distrito Federal, e dos Municípios e entre os
Centros de Referência em Geriatria e Gerontologia para
treinamento de equipes Inter profissionais;
f) incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de
concursos públicos federais, estaduais, do Distrito Federal e
municipais;
g) realizar estudos para detectar o caráter epidemiológico de
determinadas doenças do idoso, com vistas a prevenção,
tratamento e reabilitação;
h) criar sérvios alternativos de saúde para o idoso;
Art. 9º Ao Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de
Assistência Saúde, em articulação com as Secretarias de Saúde dos
estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compete:
I - Garantir ao idoso a assistência integral saúde, entendida como o
conjunto articulado e contínuo das ações e sérvios preventivos e
curativos, nos diversos níveis de atendimento do Sistema ˙nico de Saúde
- SUS;
II - Hierarquizar o atendimento ao idoso a partir das Unidades Básicas e
da implantação da Unidade de Referência, com equipe multiprofissional
e interdisciplinar de acordo com as normas específicas do Ministério da
Saúde;
III - estruturar Centros de Referência de acordo com as normas
específicas do Ministério da
Saúde com características de assistência saúde, de
pesquisa, de avaliação e de treinamento;
IV - Garantir o acesso a assistência hospitalar;
V - Fornecer medicamentos, próteses e próteses,
necessários, recuperação e reabilitação da saúde do idoso;
VI - Estimular a participação do idoso nas diversas instâncias
de controle social do Sistema Único de Saúde;
VII - desenvolver política de prevenção para que a
população envelheça mantendo um bom estado de saúde;
X -Elaborar normas de sérvios geriátricos hospitalares e acompanhar
a sua implementação;
XI - desenvolver formas de cooperação entre as Secretarias de Saúde
dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, as organizações
governamentais e entre os Centros de Referência em Geriatria e
Gerontologia, para treinamento dos profissionais de saúde;
XII - incluir a Geriatria como especialidade clínica, para efeito de
concursos públicos federais;
XIII - realizar e apoiar estudos e pesquisas de caráter epidemiológico
visando a ampliação do conhecimento sobre o idoso e subsidiar as
ações de prevenção, tratamento e reabilitação;
Art. 15° Compete aos Ministérios envolvidos na
Política Nacional do Idoso, dentro das suas
competências, promover a capacitação de recursos
humanos voltados ao atendimento do idoso.
Art. 17° 0 idoso ter· atendimento preferencial no
órgão públicos e privados prestadores de serviços
população.
Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs)
As ILPIs são instituições governamentais ou não
governamentais, de caráter residencial, destinadas
ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos, com ou sem suporte familiar e
em condições de liberdade, dignidade e cidadania.
Estatuto do Idoso
O Estatuto do Idoso, como é conhecida a Lei 10.741/2003,
tem como objetivo assegurar os direitos do idoso. Algo
cada vez mais importante, já que a população idosa cresce
mais a cada ano no país.
Entre os anos de 2021 e 2017, por exemplo, a população
idosa do Brasil cresceu 18%. Ultrapassando 30 milhões,
conforme dados do IBGE, em contraste aos 15 milhões
que era o número dessa parcela da população quando foi
promulgado o estatuto.
A Lei Federal está vigente desde o ano de 2004 e
protege e é um importante instrumento de cidadania e
proteção às pessoas com idade igual ou superior a 60
anos, que já contribuíram muito para com a sociedade.
A lei aborda questões familiares, de saúde,
discriminação e violência contra o idoso. O objetivo é a
persecução de princípios e direitos fundamentais à vida
humana, principalmente a garantia da dignidade
humana, princípio também presente na Constituição
Federal.