2. INTRODUÇÃO DO HUMANISMO
Surgiu na Itália (fim da Idade Média).
Vinculou-se ao renascimento cultural.
Propostas: restaurar modelos da antiguidade clássica / Focar-se no
ser humano / Afasta-se do teocentrismo medieval / Romper com a
Igreja Católica / Explica fenômenos através da ciência.
Contexto de produção: Diversão da aristocracia /
Olhar mais realista para o mundo.
Estruturalmente, o soneto foi
escolhido como métrica padrão. 2
3. POEMAS PALACIANOS
As composições são coletivas
Diferente do trovadorismo, não apresenta um idealizado.
Artistas: Em Portugal, destaque para Gil Vicente:
• Pai do teatro Português.
• Peças têm caráter moralizante.
• Tema principal: comportamentos.
O Fernão Lopes nascido na cidade de Lisboa:
• Guarda-mor da Torre de Tombo
• Tabelião geral do reino
• Cronista dos reis de Portugal
• Tema principal: “verdade crua” 3
5. CONTEXTO HISTÓRICO
Transição do Feudalismo para o Mercantilismo: Grandes
navegações.
Crise do teocentrismo e ascensão do racionalismo: preparo
para o Renascimento.
Revolução de Avis: comprometimento do rei com a burguesia
mercantilista.
Fim das guerras de Independência.
Declínio da organização feudal
agrária e ascensão da burguesia. 5
6. CONTEXTO CULTURAL
A burguesia passa a investir em cultura, algo que até então era
feito apenas pela igreja e pelos grandes soberanos.
Com enfraquecimento do poder da igreja sobre a cultura, há
uma verdadeira redescoberta de textos e autores da antiguidade
clássica (greco-latina).
O foco dos humanistas é o ser humano, o que os afasta do
teocentrismo medieval.
Resgata-se, assim, a visão
antropocêntrica característica
da cultura greco-romana.
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7. CONTEXTO LITERÁRIO
O Humanismo na Literatura teve início em 1418, quando Fernão
Lopes foi nomeado guarda-mor da Torre de Tombo, passando a
cronista-mor da Torre de Tombo em 1434.
O Humanismo caracterizou-se, portanto, por ter sido um período
de transição entre a Idade Média (teocentrismo) e o Renascimento
(antropocentrismo). O seu término foi em 1527 como retorno de
Sá Miranda a Portugal, introduzindo o Classicismo.
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8. O SISTEMA LITERÁRIO
Poesia Palaciana: é o nome dado para as poesias que eram
produzidas em palácios pelos nobres. Destinada também ao
público nobre, esse tipo de poesia foi recolhida por Garcia
Resende, no Cancioneiro Geral e impresso em 880 composições no
ano de 1516.
Esparsa: expressava tristeza ou melancolia, geralmente, composta
de 8 a 16 versos em somente uma estrofe.
Vilancete: semelhante à cantiga, mas com menor número de
versos em cada estrofe.
Cantiga: expressava temas amorosos,
tinha o mote (tema) de 4 ou 5 versos
ou de uma glosa (desenvolvimento)
de 8 a 10 versos.
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9. POEMA DE JOÃO ROIZ DE CASTELO BRANCO, UM
DOS PRINCIPAIS POETAS PALACIANOS PRESENTES
NA ANTOLOGIA CANCIONEIRO GERAL.
"Cantiga Sua Partindo-se"
Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos,
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
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10. O HUMANISMO EM PORTUGAL
Quando o humanismo chega a Portugal, no início do reinado da
Dinastia de Avis (1385), a produção poética vive em crise: entre 1350 e
1450 não se tem notícia da circulação de textos poéticos no país.
O Humanismo português vai desde a nomeação de Fernão Lopes para
o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em 1434, até o retorno de
Sá de Miranda da Itália, em 1527, quando começou a introduzir em
Portugal a nova estética clássica. Como o próprio nome já diz, o ser
humano passou a ser valorizado.
Foi nessa época que surgiu uma nova classe social: a burguesia. Os
burgueses não eram nem servos e nem comerciantes.
O “status” econômico passou a ser muito valorizado, muito mais
do que o título de nobreza.
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11. Com o aparecimento desta nova classe social foram aparecendo as
cidades e muitos homens que moravam no campo se mudaram
para morar nestas cidades, como conseqüência o feudalismo estava
em declínio .
As Grandes Navegações trouxeram ao homem confiança de sua
capacidade e vontade de conhecer e descobrir várias
coisas. O teocentrismo deu lugar o antropocentrismo, ou seja, o
homem passou a ser o centro de tudo e não mais Deus.
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12. TRECHOS DE OBRAS:
Gil Vicente:
“Corregedor – Ó arrais dos
gloriosos,
passai-nos neste batel!
Anjo – Oh, pragas pera papel
pera as almas odiosos!
Como vindes preciosos,
sendo filhos da ciência!
Corregedor – Oh, habetatis,
clemência
e passai-nos como vossos!
Parvo – Hou, homem dos
breviários,
rapinastis coelhorum
et pernis perdigotorum
e mijais nos campanários!”
Fernão Lopes:
Está é a cidade de muitas e desvairadas gentes.
E hoje é ainda este formigar nas ruas
da turba que vai e vem confusa.
E é a confusão de carros e autocarros
atulhados de ninguém.
E são os cegos, os mendigos, os mutilados
que cantam o seu descontentamento estático.
Ai a vertigem quilométrica e a fúria
de galgar o tempo e o livro de ponto•!
Ai os mitos! os gritos! os apitos!
Ai a vida esmagada, estrangulada, acotovelada
em cada dia que se não vive!
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Ilhéu prisioneiro em Lisboa
fiz-me ao Tejo e rumei às ilhas
- para o lado de lá de tudo isso.
13. GLOSSÁRIO
Teocentrismo: Deus como centro do universo.
Antropocentrismo: o ser humano como o centro de tudo.
Guarda-mor: chefe dos guardas ou empregados
subalternos (inferiores).
Cronista-mor: é um cargo do Reino de Portugal. E tinha o
dever de escrever as crônicas dos reis portugueses.
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