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"No momento em que se abriu a última vala, reconheci
toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs
com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais
se cavava para o fundo, mais os corpos estavam
achatados, era praticamente uma posta achatada.
Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava
completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos
forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar
instrumentos, disseram-nos: 'É preciso que se habituem
a isso'; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam
até acrescentado que era proibido empregar a palavra
'morte' ou a palavra 'vítima', porque aquilo era
exatamente como um cepo de madeira, era merda, aquilo
não tinha absolutamente nenhuma importância, não era
nada."
Motke Zaidl e Itzhak Dugin
"No interior do vagão, ficavam tão apertados que
talvez nem sentissem frio. E no verão sufocavam,
porque fazia muito, muito calor. Então os
prisioneiros tinham muita sede, tentavam sair. (...) E
algumas vezes faziam de propósito, muito
simplesmente saiam, sentavam-se no chão, e os
guardas chegavam e lhes davam um tiro na cabeça.
(...) Uma vez os judeus pediram água, um ucraniano
que passava proibiu de dar água. Então a prisioneira
que pedia água jogou-lhe na cabeça a panela que
segurava, então o ucraniano recuou um pouco, dez
metros talvez, e começou a atirar no vagão, a esmo.
Então aqui ficou cheio de sangue e de miolos."
Prisioneiro de Treblinka
"Treblinka nessa época funcionava a plena força.
Estávamos então começando a esvaziar o gueto de
Varsóvia. Em dois dias, chegaram cerca de três
trens (...) Chegaram a Treblinka cinco mil judeus, e
entre eles havia três mil mortos (...) Eles haviam
aberto as veias, ou estavam mortos, assim...
Descarregamos semimortos e semiloucos. (...) Nós
os amontoamos aqui, aqui e aqui. Era milhares de
humanos empilhados uns sobre os outros.
Empilhados como madeira. Mas também outros
judeus, vivos, esperavam ali há dois dias, pois as
pequenas câmaras de gás já não eram suficientes.
Funcionavam dia e noite, naquele tempo.
Franz Suchomel, SS Unterscharführer
viviam, os fornos já estavam cheios, e
eles ficaram no chão. Todos se moviam,
voltavam a si, aqueles vivos... E quando
eles os jogaram aqui nos fornos, todos
estavam reanimados: foram queimados
vivos (...) Quando vi tudo aquilo, aquilo
não me tocou. Só tinha treze anos, e
tudo o que havia visto até ali eram
mortos, cadáveres. Jamais havia visto
nada de diferente. (...) Eu pensava: deve
ser assim, é normal, é assim. (...) As
pessoas tinham fome. Iam e caiam,
caiam... O filho tomava o pão do pai, o
pai o pão do filho, todos queriam
permanecer vivos (...) Pensava também:
'Se sobreviver, só desejo uma coisa: que
me dêem cinco pães. Para comer... Nada
mais." Simon Srebnik
"O gás, quando começava a agir, propagava-se de
baixo para cima. E no pavoroso combate que
travava então pois era um combate — a luz era
cortada nas câmaras de gás, ficava escuro, não
se via nada, e os mais fortes queriam sempre
subir mais alto. Sem dúvida sentiam que quanto
mais subissem, menos o ar lhes faltava. (...) E ao
mesmo tempo quase todos precipitavam-se para
a porta. Era psicológico, a porta estava lá... E é
por isso que as crianças e os mais fracos, os
velhos, encontravam-se embaixo, e os mais fortes
por cima. Nesse combate da morte, o pai já não
sabia que seu filho estava lá, debaixo dele."
Filip Müller — sobrevivente das cinco
liquidações do "comando especial" de
Auschwitz.
O bordel do campo de
concentração: o
trabalho forçado sexual
em campos
• Os prostíbulos dos campos de concentração continuam sendo um capítulo
resguardado dos horrores da era nazista.
• Chutando-as de botas, o soldado da SS tirou Margarete W. e outras
prisioneiras do trem e levou-as para um caminhão. "Levantem a lona.
Todo mundo para dentro", gritou. Pela janela de plástico da lateral da
lona ela observou quando entraram em um campo masculino e pararam
na frente de um dormitório com uma cerca de madeira.
• As mulheres foram levadas para uma sala mobiliada. O alojamento era
diferente daqueles que Margarete W., então com 25 anos, conhecia de
seu tempo no campo de concentração feminino de Ravensbrück. Havia
mesas, cadeiras, bancos, janelas e até cortinas. A supervisora informou às
recém-chegadas que agora estavam em um "bordel de prisioneiros". Elas
viveriam bem ali, disse a mulher, com boa comida e bebida e, se fossem
obedientes, nada aconteceria elas. Então, cada mulher foi enviada a um
quarto. Margaret mudou-se para o número 13.
• O bordel de prisioneiras do campo de concentração de Buchenwald
começou a operar no dia 11 de junho de 1943. Foi o quarto de um total
de 10, chamados "alojamentos especiais" erguidos em campos de
concentração entre 1942 e 1945, a partir de instruções de Heinrich
Himmler, diretor da SS. Ele implementou um esquema de recompensas
nos campos, pelo qual as "realizações particulares" dos prisioneiros lhes
garantiam menor carga de trabalho, alimento extra ou bônus financeiros.
• Himmler também considerou benéfico "fornecer aos
prisioneiros trabalhadores mulheres em prostíbulos", como
escreveu no dia 23 de março de 1942 para Oswald Pohl, oficial
da SS encarregado dos campos de concentração. A visão cínica
de Himmler era que as visitas aos bordéis aumentariam a
produtividade dos trabalhadores forçados nas fábricas de
munição e pedreiras.
"Especialmente pérfido"
Ainda é um aspecto menos conhecido do terror nazista que
Sachsenhausen, Dachau e até Auschwitz incluíam bordéis e
que prisioneiras de campo de concentração foram forçadas à
prostituição.
• De fato, o regime tinha uma fiscalização total da
prostituição, tanto na Alemanha quanto nos territórios
ocupados -especialmente depois do início da guerra. A
rede ampla de bordéis controlados pelo Estado cobriu
metade da Europa, e consistia de "bordéis civis e
militares assim como os de trabalhadores forçados e
ao mesmo tempo eram parte dos campos de
concentração”.
A combatente da resistência austríaca Antônia Bruha,
que sobreviveu ao campo de Ravensbrück, informou
anos atrás que: "As mais bonitas iam para o bordel da
SS, as menos bonitas para o dos soldados".
• O resto terminava no bordel do campo de concentração. No campo de
Mauthausen, na Áustria, nos dez pequenos quartos do "Alojamento 1", o
primeiro bordel de campo começou suas operações com janelas fechadas
em junho de 1942. Naquela altura, havia cerca de 5.500 prisioneiros do
campo de trabalho forçado de Mauthausen, quebrando granito para as
construções nazistas. No final de 1944, mais de 70.000 trabalhadores
forçados moravam no complexo do campo.
A SS tinha recrutado dez mulheres para Mauthausen, seguindo as instruções
da agência de segurança do governo para erguer bordéis nos campos de
trabalho forçado. Isso significava entre 300 a 500 homens por prostituta.
Cerca de 200 mulheres compartilharam o destino dos prisioneiros de
Mauthausen nos bordéis do campo. Prisioneiras saudáveis e de boa
aparência de 17 e 35 atraíam atenção dos recrutadores da SS. Mais de 60%
delas eram alemãs, mas polonesas, soviéticas e uma holandesa foram
transferidas para "a força-tarefa especial". Os nazistas não permitiam
mulheres judias por razões de "higiene racial". Primeiro, as mulheres eram
enviadas para o hospital do campo, onde recebiam injeções de cálcio,
banhos desinfetantes, alimentos e um banho de luz.
• Perto de 70% das trabalhadoras forçadas à prostituição tinham sido presas
originalmente por serem "antissociais". Nos campos, as mulheres eram marcadas
com um triângulo preto. Dentre elas, havia ex-prostitutas, cuja presença
supostamente garantia a administração "profissional" dos bordéis dos campos,
especialmente no início. Era muito fácil para uma mulher ser considerada
"antissocial", bastava, por exemplo, não cumprir as instruções de trabalho.
Até que ponto as mulheres se voluntariaram para essas "forças-tarefas especiais"
não se sabe. Robert Sommer cita a combatente da resistência espanhola Lola
Casadell, que foi levada a Ravensbrück em 1944. Ela disse que a diretora do seu
alojamento ameaçou: "Quem quiser ir para um prostíbulo deve ir para o meu
quarto. Advirto, se não houver voluntárias, vamos pegar vocês à força."
O testemunho de Antonia Bruha, forçada a trabalhar na área do hospital do
campo de concentração, lembra de mulheres "que vieram voluntariamente,
porque foram informadas que depois seriam liberadas". Essa promessa foi
rejeitada por Himmler, que reclamou que "alguns lunáticos no campo de
concentração feminino, ao selecionarem as prostitutas para os bordéis, disseram
às prisioneiras que aquelas que se voluntariassem seriam liberadas depois de
seis meses."
• Para muitas das mulheres vivendo sob ameaça de morte, contudo, servir em um
bordel era a última esperança de sobrevivência. "A principal coisa era escapar do
inferno de Bergen-Belsen e Ravensbrüc", disse Lieselotte B., prisioneira do campo de
Mittlebau-Dora. "A principal coisa era sobreviver". A sugestão de que faziam isso
"voluntariamente" é uma das razões "pelas quais as mulheres dos bordéis são
estigmatizadas até hoje", explicou Insa Eschebach, diretora do memorial de
Ravensbrück.
Mantendo a hierarquia nazista racista nos campos, a princípio, apenas alemães
podiam visitar o bordel, depois os estrangeiros também foram incluídos. Os judeus
eram estritamente proibidos. Recebiam esses bônus os capatazes, diretores de
alojamento e outros ocupantes proeminentes do campo. Primeiro, eles tinham que
ter o dinheiro para adquirir um bilhete, que custava 2 marcos. Vinte cigarros na
cantina, enquanto isso, custavam 3 marcos.
As visitas aos bordéis eram reguladas pela SS, assim como as horas de
funcionamento. Em Buchenwald, por exemplo, o serviço ficava aberto de 7 às 22h.
Ele permanecia fechado na falta de água ou luz, em ataques aéreos ou durante a
transmissão dos discursos de Hitler. Edgar Kupfer-Koberwitz, prisioneiro em Dachau,
descreveu o sistema em um diário do campo de concentração: "Você espera no
salão. Um soldado registra o nome e o número do prisioneiro. Depois, chamam o um
número e o nome do prisioneiro em questão. Aí você corre até o quarto com aquele
número. Cada visita é um número diferente. Você tem 15 minutos, exatamente
quinze minutos."
• A privacidade era um conceito estranho aos campos de concentração, inclusive nos
bordéis. As portas tinham janelas, e um soldado da SS patrulhava o salão. Os prisioneiros
tinham que tirar os sapatos e não podiam falar além do necessário. A única posição sexual
permitida era a de missionário.
Freqüentemente, o encontro nem chegava à penetração. Alguns homens não tinham mais
força física para isso e, de acordo com Sommer, "alguns tinham mais necessidade de
conversar com uma mulher novamente ou sentir a sua presença".
A SS tinha muito medo de espalhar doenças sexualmente transmissíveis. Os homens
recebiam unguentos desinfetantes nos hospitais antes de cada visita ao bordel, e os
médicos tiravam amostras das mulheres para testar gonorréia e sífilis.
A contracepção, por outro lado, era um aspecto que a SS deixava para as mulheres.
Entretanto, raramente engravidavam, já que muitas mulheres tinham sido esterilizadas à
força antes de serem presas e outras tinham se tornado inférteis com o sofrimento nos
campos. No evento de um "acidente ocupacional", a SS simplesmente substituía mulher e
a enviava para um aborto.
Aquelas que aguentavam a dureza da vida num bordel tinham mais chances de escapar da
morte e, de acordo com a pesquisa de Sommer, quase todas as mulheres na prostituição
forçada sobreviveram ao regime de terror nazista. Pouco se sabe o que aconteceu com
elas ou se jamais conseguiram se recuperar da experiência traumática. A maior parte
delas manteve silêncio sobre seu fardo pelo resto de suas vidas.
Aula Palestra Segunda Guerra Mundial - História
Hiroshima e Nagasaki
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Depoimentos
• Tieko Kihara foi uma vítima de primeiro grau, segundo consta em seu documento recebido pelo
governo japonês. Isso quer dizer que ela esteve há menos de 3,5 quilômetros do epicentro da
explosão de Hiroshima. Na época, pouco antes da bomba cair sobre a cidade em que vivia, Tieko
freqüentava o “jyogakkou”, escola só de meninas, equivalente ao colegial brasileiro. Tinha 17
anos e também trabalhava na fábrica de peças da Marinha japonesa na qual dividia a jornada de
trabalho de oito horas diárias com outras duas meninas. Dividindo o tempo entre a escola e o
trabalho, Tieko conseguiu passar na faculdade “Hiroshima Jyoshi Senmon Gakkou”.
• A matrícula era no dia primeiro de agosto de 1945. Mal ingressou na vida acadêmica, teve de
largar os estudos. No quinto dia de aula, na reunião matinal de alunos e professores no ginásio,
ela viu um grande clarão. “Parecia um flash muito reluzente de câmera fotográfica, uma luz
seguida por um barulho ensurdecedor. Depois veio um vento tão forte que foi destruindo as
estruturas do ginásio. Acostumados com treinamentos em situações de bombardeio, todos
correram para baixo de suas mesas. Mas o ginásio começou a desabar e os alunos correram para
fora, desesperados. Uma amiga minha, que tinha chegado atrasada, estava sentada na parte de
trás do ginásio. A vidraça estilhaçada pelo impacto da explosão perfurou o seu rosto. Todos
gritavam. Ninguém sabia o que estava acontecendo.
• “Parecia o fim do mundo”, relembra Tieko. Por sorte ela não sofreu ferimentos graves na queda
do ginásio e levou a amiga para fazer curativos. À medida que se aproximava do hospital, ela
observava mais e mais vítimas. “Muitos estavam desfigurados pelas queimaduras, com pedaços
da pele do rosto e dos braços pendurados, pedindo ajuda, pedindo um gole de água”, afirma.
• Quando chegou em casa, somente à noite, os pais estavam muito preocupados. Seu irmão
Hiroshi ainda não tinha voltado. Ele tinha 12 anos e trabalhava quebrando casas, um serviço
comum na guerra. Como os bombardeios eram freqüentes, o serviço prevenia incêndios muito
grandes, pois as casas, naquela época, eram todas de madeira e grudadas umas nas outras.
• “Meu irmão estava trabalhando muito perto do local onde a bomba explodiu. Suas costas e seu rosto
estavam totalmente queimados. Levaram-no para o hospital, mas ele escapou de lá no dia seguinte,
de manhã bem cedo. Isso porque à noite, Hiroshi ouviu os médicos conversarem sobre a possibilidade
de transferir os enfermos para as ilhas próximas à costa. Isso significava que ele poderia não voltar
mais. As condições médicas nas ilhas eram precárias, para ser sincera, era só uma desculpa para abrir
mais vagas nos leitos dos hospitais. Na fuga, ele não agüentou caminhar de tanta dor e desmaiou. Por
sorte, um professor de sua escola que passava pelo caminho o reconheceu e o trouxe até em casa.
Mas infelizmente, após duas semanas, Hiroshi não resistiu e faleceu.”
• Ao saber do fato, o pai enlouqueceu. O irmão mais velho já não morava mais com eles porque tinha
sido recrutado para a guerra. Ela passava a maior parte do tempo fora de casa. O caçula era a
esperança da família. “Após a morte de meu irmão, me mandaram para um templo budista, onde
morei por alguns meses até me mudar para a casa de meus parentes, no interior. Casei aos 19 anos e
me mudei para o Brasil em 1964 onde vivo até hoje”.
• Tieko Kihara, 77 anos, de Hiroshima
• “Quando a bomba explodiu, eu tinha 21 anos e era um soldado da polícia de
Hiroshima. Estava a 1.300 metros do epicentro da explosão. Se meu uniforme
fosse feito de um tecido menos resistente, teria morrido queimado. As
lembranças que tenho daquele dia são horríveis. Pessoas com os cabelos
queimados e as peles penduradas pelos dedos, agonizando de dor, pulavam no
rio para tentar aliviar as queimaduras. Só que acabavam morrendo afogadas.
Depois de certo tempo, o rio estava coberto por cadáveres. Muitos corpos
também foram encontrados nos tanques de água da cidade, que serviam para
apagar os incêndios causados pelos bombardeios. O cheiro era insuportável.
Todos gritavam. Um colega meu, que esteve nos escombros do epicentro da
bomba à procura de seus pais, disse que chegou um ponto onde não havia onde
pisar, senão em cadáveres.
“Hoje dedico minha vida para propagar a paz. Tudo que aprendi com a guerra é que ela
jamais pode ser repetida. As experiências que nós passamos devem acabar com a nossa
geração”, afirma Morita. Para ele, o intuito da associação não é apenas lutar pelos
direitos das vítimas diretas da bomba, e, sim, representar e dar voz a todas as pessoas
que de alguma forma se prejudicaram com ela. “Na época, muitas crianças se tornaram
órfãos, sem ter onde morar, sem ter o que comer. E nada podia se fazer, já que a
maioria das famílias não estava em condições de fornecer ajuda. Queremos reivindicar
os direitos de todos que tiveram suas infâncias marcadas pelo sofrimento do gembaku.
Ninguém é mais vítima que ninguém.”
Morita acredita que o jeito mais eficaz de combater as atrocidades é a educação. “Até a
Segunda Guerra, aprendíamos nas escolas que o Japão era o país divino. Morrer em
combate pelo seu país era uma honra. Não é a toa que existiam os kamikazes. E não é a
toa que ainda existem terroristas que amarram explosivos em seus corpos e se matam
em nome de seu país. Tudo depende da educação que recebemos desde criança.
Acredito que a paz só pode ser alcançada desta forma. A educação é a chave”.
Takashi Morita, 81 anos, de Hiroshima

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Aula Palestra Segunda Guerra Mundial - História

  • 4. Experimentos em Campos de Concentração
  • 5. “Não há história mais difícil de contar em toda a história da Humanidade do que a do Holocausto” Hannah Arendt
  • 32. "No momento em que se abriu a última vala, reconheci toda a minha família. Mamãe e minhas irmãs. Três irmãs com seus filhos. Elas estavam todas lá. (...) Quanto mais se cavava para o fundo, mais os corpos estavam achatados, era praticamente uma posta achatada. Quando se tentava segurar o corpo, ele esfarelava completamente, era impossível pegá-lo. Quando nos forçaram a abrir as valas, proibiram-nos de utilizar instrumentos, disseram-nos: 'É preciso que se habituem a isso'; trabalhem com as mãos (...) Os alemães haviam até acrescentado que era proibido empregar a palavra 'morte' ou a palavra 'vítima', porque aquilo era exatamente como um cepo de madeira, era merda, aquilo não tinha absolutamente nenhuma importância, não era nada." Motke Zaidl e Itzhak Dugin
  • 33. "No interior do vagão, ficavam tão apertados que talvez nem sentissem frio. E no verão sufocavam, porque fazia muito, muito calor. Então os prisioneiros tinham muita sede, tentavam sair. (...) E algumas vezes faziam de propósito, muito simplesmente saiam, sentavam-se no chão, e os guardas chegavam e lhes davam um tiro na cabeça. (...) Uma vez os judeus pediram água, um ucraniano que passava proibiu de dar água. Então a prisioneira que pedia água jogou-lhe na cabeça a panela que segurava, então o ucraniano recuou um pouco, dez metros talvez, e começou a atirar no vagão, a esmo. Então aqui ficou cheio de sangue e de miolos." Prisioneiro de Treblinka
  • 34. "Treblinka nessa época funcionava a plena força. Estávamos então começando a esvaziar o gueto de Varsóvia. Em dois dias, chegaram cerca de três trens (...) Chegaram a Treblinka cinco mil judeus, e entre eles havia três mil mortos (...) Eles haviam aberto as veias, ou estavam mortos, assim... Descarregamos semimortos e semiloucos. (...) Nós os amontoamos aqui, aqui e aqui. Era milhares de humanos empilhados uns sobre os outros. Empilhados como madeira. Mas também outros judeus, vivos, esperavam ali há dois dias, pois as pequenas câmaras de gás já não eram suficientes. Funcionavam dia e noite, naquele tempo. Franz Suchomel, SS Unterscharführer
  • 35. viviam, os fornos já estavam cheios, e eles ficaram no chão. Todos se moviam, voltavam a si, aqueles vivos... E quando eles os jogaram aqui nos fornos, todos estavam reanimados: foram queimados vivos (...) Quando vi tudo aquilo, aquilo não me tocou. Só tinha treze anos, e tudo o que havia visto até ali eram mortos, cadáveres. Jamais havia visto nada de diferente. (...) Eu pensava: deve ser assim, é normal, é assim. (...) As pessoas tinham fome. Iam e caiam, caiam... O filho tomava o pão do pai, o pai o pão do filho, todos queriam permanecer vivos (...) Pensava também: 'Se sobreviver, só desejo uma coisa: que me dêem cinco pães. Para comer... Nada mais." Simon Srebnik
  • 36. "O gás, quando começava a agir, propagava-se de baixo para cima. E no pavoroso combate que travava então pois era um combate — a luz era cortada nas câmaras de gás, ficava escuro, não se via nada, e os mais fortes queriam sempre subir mais alto. Sem dúvida sentiam que quanto mais subissem, menos o ar lhes faltava. (...) E ao mesmo tempo quase todos precipitavam-se para a porta. Era psicológico, a porta estava lá... E é por isso que as crianças e os mais fracos, os velhos, encontravam-se embaixo, e os mais fortes por cima. Nesse combate da morte, o pai já não sabia que seu filho estava lá, debaixo dele." Filip Müller — sobrevivente das cinco liquidações do "comando especial" de Auschwitz.
  • 37. O bordel do campo de concentração: o trabalho forçado sexual em campos
  • 38. • Os prostíbulos dos campos de concentração continuam sendo um capítulo resguardado dos horrores da era nazista. • Chutando-as de botas, o soldado da SS tirou Margarete W. e outras prisioneiras do trem e levou-as para um caminhão. "Levantem a lona. Todo mundo para dentro", gritou. Pela janela de plástico da lateral da lona ela observou quando entraram em um campo masculino e pararam na frente de um dormitório com uma cerca de madeira. • As mulheres foram levadas para uma sala mobiliada. O alojamento era diferente daqueles que Margarete W., então com 25 anos, conhecia de seu tempo no campo de concentração feminino de Ravensbrück. Havia mesas, cadeiras, bancos, janelas e até cortinas. A supervisora informou às recém-chegadas que agora estavam em um "bordel de prisioneiros". Elas viveriam bem ali, disse a mulher, com boa comida e bebida e, se fossem obedientes, nada aconteceria elas. Então, cada mulher foi enviada a um quarto. Margaret mudou-se para o número 13. • O bordel de prisioneiras do campo de concentração de Buchenwald começou a operar no dia 11 de junho de 1943. Foi o quarto de um total de 10, chamados "alojamentos especiais" erguidos em campos de concentração entre 1942 e 1945, a partir de instruções de Heinrich Himmler, diretor da SS. Ele implementou um esquema de recompensas nos campos, pelo qual as "realizações particulares" dos prisioneiros lhes garantiam menor carga de trabalho, alimento extra ou bônus financeiros.
  • 39. • Himmler também considerou benéfico "fornecer aos prisioneiros trabalhadores mulheres em prostíbulos", como escreveu no dia 23 de março de 1942 para Oswald Pohl, oficial da SS encarregado dos campos de concentração. A visão cínica de Himmler era que as visitas aos bordéis aumentariam a produtividade dos trabalhadores forçados nas fábricas de munição e pedreiras. "Especialmente pérfido" Ainda é um aspecto menos conhecido do terror nazista que Sachsenhausen, Dachau e até Auschwitz incluíam bordéis e que prisioneiras de campo de concentração foram forçadas à prostituição.
  • 40. • De fato, o regime tinha uma fiscalização total da prostituição, tanto na Alemanha quanto nos territórios ocupados -especialmente depois do início da guerra. A rede ampla de bordéis controlados pelo Estado cobriu metade da Europa, e consistia de "bordéis civis e militares assim como os de trabalhadores forçados e ao mesmo tempo eram parte dos campos de concentração”. A combatente da resistência austríaca Antônia Bruha, que sobreviveu ao campo de Ravensbrück, informou anos atrás que: "As mais bonitas iam para o bordel da SS, as menos bonitas para o dos soldados".
  • 41. • O resto terminava no bordel do campo de concentração. No campo de Mauthausen, na Áustria, nos dez pequenos quartos do "Alojamento 1", o primeiro bordel de campo começou suas operações com janelas fechadas em junho de 1942. Naquela altura, havia cerca de 5.500 prisioneiros do campo de trabalho forçado de Mauthausen, quebrando granito para as construções nazistas. No final de 1944, mais de 70.000 trabalhadores forçados moravam no complexo do campo. A SS tinha recrutado dez mulheres para Mauthausen, seguindo as instruções da agência de segurança do governo para erguer bordéis nos campos de trabalho forçado. Isso significava entre 300 a 500 homens por prostituta. Cerca de 200 mulheres compartilharam o destino dos prisioneiros de Mauthausen nos bordéis do campo. Prisioneiras saudáveis e de boa aparência de 17 e 35 atraíam atenção dos recrutadores da SS. Mais de 60% delas eram alemãs, mas polonesas, soviéticas e uma holandesa foram transferidas para "a força-tarefa especial". Os nazistas não permitiam mulheres judias por razões de "higiene racial". Primeiro, as mulheres eram enviadas para o hospital do campo, onde recebiam injeções de cálcio, banhos desinfetantes, alimentos e um banho de luz.
  • 42. • Perto de 70% das trabalhadoras forçadas à prostituição tinham sido presas originalmente por serem "antissociais". Nos campos, as mulheres eram marcadas com um triângulo preto. Dentre elas, havia ex-prostitutas, cuja presença supostamente garantia a administração "profissional" dos bordéis dos campos, especialmente no início. Era muito fácil para uma mulher ser considerada "antissocial", bastava, por exemplo, não cumprir as instruções de trabalho. Até que ponto as mulheres se voluntariaram para essas "forças-tarefas especiais" não se sabe. Robert Sommer cita a combatente da resistência espanhola Lola Casadell, que foi levada a Ravensbrück em 1944. Ela disse que a diretora do seu alojamento ameaçou: "Quem quiser ir para um prostíbulo deve ir para o meu quarto. Advirto, se não houver voluntárias, vamos pegar vocês à força." O testemunho de Antonia Bruha, forçada a trabalhar na área do hospital do campo de concentração, lembra de mulheres "que vieram voluntariamente, porque foram informadas que depois seriam liberadas". Essa promessa foi rejeitada por Himmler, que reclamou que "alguns lunáticos no campo de concentração feminino, ao selecionarem as prostitutas para os bordéis, disseram às prisioneiras que aquelas que se voluntariassem seriam liberadas depois de seis meses."
  • 43. • Para muitas das mulheres vivendo sob ameaça de morte, contudo, servir em um bordel era a última esperança de sobrevivência. "A principal coisa era escapar do inferno de Bergen-Belsen e Ravensbrüc", disse Lieselotte B., prisioneira do campo de Mittlebau-Dora. "A principal coisa era sobreviver". A sugestão de que faziam isso "voluntariamente" é uma das razões "pelas quais as mulheres dos bordéis são estigmatizadas até hoje", explicou Insa Eschebach, diretora do memorial de Ravensbrück. Mantendo a hierarquia nazista racista nos campos, a princípio, apenas alemães podiam visitar o bordel, depois os estrangeiros também foram incluídos. Os judeus eram estritamente proibidos. Recebiam esses bônus os capatazes, diretores de alojamento e outros ocupantes proeminentes do campo. Primeiro, eles tinham que ter o dinheiro para adquirir um bilhete, que custava 2 marcos. Vinte cigarros na cantina, enquanto isso, custavam 3 marcos. As visitas aos bordéis eram reguladas pela SS, assim como as horas de funcionamento. Em Buchenwald, por exemplo, o serviço ficava aberto de 7 às 22h. Ele permanecia fechado na falta de água ou luz, em ataques aéreos ou durante a transmissão dos discursos de Hitler. Edgar Kupfer-Koberwitz, prisioneiro em Dachau, descreveu o sistema em um diário do campo de concentração: "Você espera no salão. Um soldado registra o nome e o número do prisioneiro. Depois, chamam o um número e o nome do prisioneiro em questão. Aí você corre até o quarto com aquele número. Cada visita é um número diferente. Você tem 15 minutos, exatamente quinze minutos."
  • 44. • A privacidade era um conceito estranho aos campos de concentração, inclusive nos bordéis. As portas tinham janelas, e um soldado da SS patrulhava o salão. Os prisioneiros tinham que tirar os sapatos e não podiam falar além do necessário. A única posição sexual permitida era a de missionário. Freqüentemente, o encontro nem chegava à penetração. Alguns homens não tinham mais força física para isso e, de acordo com Sommer, "alguns tinham mais necessidade de conversar com uma mulher novamente ou sentir a sua presença". A SS tinha muito medo de espalhar doenças sexualmente transmissíveis. Os homens recebiam unguentos desinfetantes nos hospitais antes de cada visita ao bordel, e os médicos tiravam amostras das mulheres para testar gonorréia e sífilis. A contracepção, por outro lado, era um aspecto que a SS deixava para as mulheres. Entretanto, raramente engravidavam, já que muitas mulheres tinham sido esterilizadas à força antes de serem presas e outras tinham se tornado inférteis com o sofrimento nos campos. No evento de um "acidente ocupacional", a SS simplesmente substituía mulher e a enviava para um aborto. Aquelas que aguentavam a dureza da vida num bordel tinham mais chances de escapar da morte e, de acordo com a pesquisa de Sommer, quase todas as mulheres na prostituição forçada sobreviveram ao regime de terror nazista. Pouco se sabe o que aconteceu com elas ou se jamais conseguiram se recuperar da experiência traumática. A maior parte delas manteve silêncio sobre seu fardo pelo resto de suas vidas.
  • 56. • Tieko Kihara foi uma vítima de primeiro grau, segundo consta em seu documento recebido pelo governo japonês. Isso quer dizer que ela esteve há menos de 3,5 quilômetros do epicentro da explosão de Hiroshima. Na época, pouco antes da bomba cair sobre a cidade em que vivia, Tieko freqüentava o “jyogakkou”, escola só de meninas, equivalente ao colegial brasileiro. Tinha 17 anos e também trabalhava na fábrica de peças da Marinha japonesa na qual dividia a jornada de trabalho de oito horas diárias com outras duas meninas. Dividindo o tempo entre a escola e o trabalho, Tieko conseguiu passar na faculdade “Hiroshima Jyoshi Senmon Gakkou”. • A matrícula era no dia primeiro de agosto de 1945. Mal ingressou na vida acadêmica, teve de largar os estudos. No quinto dia de aula, na reunião matinal de alunos e professores no ginásio, ela viu um grande clarão. “Parecia um flash muito reluzente de câmera fotográfica, uma luz seguida por um barulho ensurdecedor. Depois veio um vento tão forte que foi destruindo as estruturas do ginásio. Acostumados com treinamentos em situações de bombardeio, todos correram para baixo de suas mesas. Mas o ginásio começou a desabar e os alunos correram para fora, desesperados. Uma amiga minha, que tinha chegado atrasada, estava sentada na parte de trás do ginásio. A vidraça estilhaçada pelo impacto da explosão perfurou o seu rosto. Todos gritavam. Ninguém sabia o que estava acontecendo. • “Parecia o fim do mundo”, relembra Tieko. Por sorte ela não sofreu ferimentos graves na queda do ginásio e levou a amiga para fazer curativos. À medida que se aproximava do hospital, ela observava mais e mais vítimas. “Muitos estavam desfigurados pelas queimaduras, com pedaços da pele do rosto e dos braços pendurados, pedindo ajuda, pedindo um gole de água”, afirma. • Quando chegou em casa, somente à noite, os pais estavam muito preocupados. Seu irmão Hiroshi ainda não tinha voltado. Ele tinha 12 anos e trabalhava quebrando casas, um serviço comum na guerra. Como os bombardeios eram freqüentes, o serviço prevenia incêndios muito grandes, pois as casas, naquela época, eram todas de madeira e grudadas umas nas outras. • “Meu irmão estava trabalhando muito perto do local onde a bomba explodiu. Suas costas e seu rosto estavam totalmente queimados. Levaram-no para o hospital, mas ele escapou de lá no dia seguinte, de manhã bem cedo. Isso porque à noite, Hiroshi ouviu os médicos conversarem sobre a possibilidade de transferir os enfermos para as ilhas próximas à costa. Isso significava que ele poderia não voltar mais. As condições médicas nas ilhas eram precárias, para ser sincera, era só uma desculpa para abrir mais vagas nos leitos dos hospitais. Na fuga, ele não agüentou caminhar de tanta dor e desmaiou. Por sorte, um professor de sua escola que passava pelo caminho o reconheceu e o trouxe até em casa. Mas infelizmente, após duas semanas, Hiroshi não resistiu e faleceu.” • Ao saber do fato, o pai enlouqueceu. O irmão mais velho já não morava mais com eles porque tinha sido recrutado para a guerra. Ela passava a maior parte do tempo fora de casa. O caçula era a esperança da família. “Após a morte de meu irmão, me mandaram para um templo budista, onde morei por alguns meses até me mudar para a casa de meus parentes, no interior. Casei aos 19 anos e me mudei para o Brasil em 1964 onde vivo até hoje”. • Tieko Kihara, 77 anos, de Hiroshima
  • 57. • “Quando a bomba explodiu, eu tinha 21 anos e era um soldado da polícia de Hiroshima. Estava a 1.300 metros do epicentro da explosão. Se meu uniforme fosse feito de um tecido menos resistente, teria morrido queimado. As lembranças que tenho daquele dia são horríveis. Pessoas com os cabelos queimados e as peles penduradas pelos dedos, agonizando de dor, pulavam no rio para tentar aliviar as queimaduras. Só que acabavam morrendo afogadas. Depois de certo tempo, o rio estava coberto por cadáveres. Muitos corpos também foram encontrados nos tanques de água da cidade, que serviam para apagar os incêndios causados pelos bombardeios. O cheiro era insuportável. Todos gritavam. Um colega meu, que esteve nos escombros do epicentro da bomba à procura de seus pais, disse que chegou um ponto onde não havia onde pisar, senão em cadáveres. “Hoje dedico minha vida para propagar a paz. Tudo que aprendi com a guerra é que ela jamais pode ser repetida. As experiências que nós passamos devem acabar com a nossa geração”, afirma Morita. Para ele, o intuito da associação não é apenas lutar pelos direitos das vítimas diretas da bomba, e, sim, representar e dar voz a todas as pessoas que de alguma forma se prejudicaram com ela. “Na época, muitas crianças se tornaram órfãos, sem ter onde morar, sem ter o que comer. E nada podia se fazer, já que a maioria das famílias não estava em condições de fornecer ajuda. Queremos reivindicar os direitos de todos que tiveram suas infâncias marcadas pelo sofrimento do gembaku. Ninguém é mais vítima que ninguém.” Morita acredita que o jeito mais eficaz de combater as atrocidades é a educação. “Até a Segunda Guerra, aprendíamos nas escolas que o Japão era o país divino. Morrer em combate pelo seu país era uma honra. Não é a toa que existiam os kamikazes. E não é a toa que ainda existem terroristas que amarram explosivos em seus corpos e se matam em nome de seu país. Tudo depende da educação que recebemos desde criança. Acredito que a paz só pode ser alcançada desta forma. A educação é a chave”. Takashi Morita, 81 anos, de Hiroshima