O soneto questiona sobre o paradeiro da alma após o corpo adormecer e se abandonar. A alma poderia estar compartilhando sentimentos reprimidos com um amor distante que ilude e magoa, mas não mata? Ou estará a alma pensando em amor e sexo, ou escondendo-se com medo sobre o peito de um grande amor, cansada da vida?

1. Soneto: Alma minha
Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro
Música: La cumparsita

2. Aonde vai a minha alma se adormeço

3. E deixa o corpo inerte abandonado?

4. Com quem partilha o sentimento represado

5. Com quem, se nunca deixa o endereço?

6. Será que tem um amor loquaz distante

7. Desses que o nó da compulsão desata

8. Que ilude, queima, fere, mas não mata

9. E a vida inteira diz não ser bastante?

10. Pensará no amor, buscará sexo?

11. Meu Deus, porventura haverá nexo

12. Nessas elucubrações que faço?

13. Quem sabe não se esconda com receios

14. Quando queria estar por sobre os seios

15. De um grande amor, morta de cansaço?

16. Alma minha
Aonde vai a minha alma se adormeço
E deixa o corpo inerte abandonado?
Com quem partilha o sentimento represado
Com quem, se nunca deixa o endereço?
Será que tem um amor loquaz distante
Desses que o nó da compulsão desata
Que ilude, queima, fere, mas não mata
E a vida inteira diz não ser bastante?
Pensará no amor, buscará sexo?
Meu Deus, porventura haverá nexo
Nessas elucubrações que faço?
Quem sabe não se esconda com receios
Quando queria estar por sobre os seios
De um grande amor, morta de cansaço?

17. Formatação: o caçador de imagens