16. Fuga
Quem me dera já ter doado tudo
Roupas, bens, qualquer lembrança
E guardando apenas a esperança
Sair da vida silencioso e mudo
Deixar aqui fantasmas e argumentos
Renascer em alguma estrela pálida
Recomeçar alguma história cálida
Sem os destroços dos meus sentimentos
Quem me dera haver cortado o laço
Do apego, e sem deixar um traço
Ressurgir em algum mar de calmaria
Quem me dera ao menos por um dia
Em um extremo ato de ousadia
Dar a mim mesmo minha alforria