Este documento discute as bem-aventuranças ensinadas por Jesus no Sermão da Montanha e no Sermão da Planície. Ele explica que as aflições na vida podem ter causas atuais ou anteriores. Causas atuais incluem consequências de erros próprios, enquanto causas anteriores se referem a expiação de faltas cometidas em vidas passadas, de acordo com a doutrina da reencarnação. O documento também discute como as provas da vida ajudam no progresso espiritual.
3. 1 – Bem-aventurados os que
choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão fartos.
Bem-aventurados os que padecem
perseguição por amor da justiça,
porque deles é o Reino dos Céus. (Mateus,
V: 5, 6 e 10).
4. 2 – Bem-aventurados
vós, os pobres, porque vosso é o
Reino de Deus. Bem-aventurados
os que agora tendes fome,
porque sereis fartos. Bem-
aventurados vós, que agora
chorais, porque rireis. (Lucas, VI: 20 e
21)
5. Mas ai de vós, ricos,
porque tendes no fundo a vossa
consolação. Ai de vós, os que
estais fartos, porque tereis fome.
Ai de vós, os que agora rides,
porque gemereis e chorareis.
(Lucas, VI: 24 e 25).
7. As bem-aventuranças são declarações de
bênçãos pronunciadas por Jesus no
início do Sermão da Montanha.
são os ensinamentos que, de acordo com
o Evangelho segundo
Mateus, Jesus pregou no Sermão da
Montanha, e, que de acordo com
o Evangelho segundo Lucas, Jesus pregou
no Sermão da Planície, para ensinar e
revelar aos homens a
verdadeira felicidade.
8. A palavra grega traduzida por "bem-
aventurado" significa "bem-estar e
prosperidade espiritual".
Cada bem-aventurança consiste de duas partes:
uma condição e um resultado.
1 - Aqueles que experimentam a primeira parte
de uma bem-aventurança (os pobres, os que
choram, os mansos, os com fome de justiça, os
misericordiosos, os puros, os pacíficos e os
perseguidos)
9. Cada bem-aventurança consiste de
duas partes:
uma condição e um resultado.
também experimentarão a segunda
parte da bem-aventurança (reino dos
céus, conforto, herdarão a terra,
saciados, misericórdia, verão a Deus,
chamados filhos de Deus, herdarão o
reino dos céus).
10. condição e resultado.
Em quase todos casos, as frases são
familiares ao Velho Testamento, mas o
sermão de Jesus as eleva à condição de um
novo ensinamento.
No conjunto, as bem-aventuranças
apresentam um novo conjunto de ideais, com
foco no amor e humildade, ecoando
ensinamentos de espiritualidade e
compaixão.
12. As compensações que Jesus promete
aos aflitos da Terra só podem
realizar-se na vida futura. Sem a
certeza do porvir, essas máximas
seriam um contrassenso, ou mais
ainda, seriam um engodo.
Mesmo com essa certeza,
compreende-se dificilmente a
utilidade de sofrer para ser feliz. Diz-
se que é para haver mais mérito.
13. Mas então se pergunta por que
uns sofrem mais do que outros;
por que uns nascem na miséria e
outros na opulência, sem nada
terem feito para justificar essa
posição; por que para uns nada dá
certo, enquanto para outros tudo
parece sorrir?
14. Mas o que ainda menos se
compreende é ver os bens e os males
tão desigualmente distribuídos entre
o vício e a virtude; ver homens
virtuosos sofrer ao lado de malvados
que prosperam. A fé no futuro pode
consolar e proporcionar paciência,
mas não explica essas anomalias,
que parecem desmentir a justiça de
Deus.
15. Entretanto, desde que se
admite a existência de Deus,
não é possível concebê-lo sem
suas perfeições. Ele deve ser
todo poderoso, todo justiça,
todo bondade, pois sem isso
não seria Deus.
16. E se Deus é
soberanamente justo
e bom, não pode agir
por capricho ou com
parcialidade.
17. As vicissitudes da vida têm, pois, uma
causa, e como Deus é justo, essa causa
deve ser justa. Eis do que todos devem
compenetrar-se.
Deus encaminhou os homens na
compreensão dessa causa pelos ensinos
de Jesus, e hoje, considerando-os
suficientemente maduros para
compreendê-la, revela-a por completo
através do Espiritismo, ou seja, pela voz
dos Espíritos.
19. As vicissitudes da vida são de duas
espécies, ou, se quisermos, tem duas
origens bem diversas, que importa
distinguir: umas têm sua causa na vida
presente; e a outra, fora desta vida.
20. Remontando à fonte dos males
terrenos, reconhece-se que muitos são
as consequências naturais do caráter e
da conduta daqueles que os sofrem.
Quantos homens caem por sua própria
culpa!
21. Quantos são vítimas de sua
imprevidência, de seu orgulho e de sua
ambição! Quantas pessoas arruinadas
por falta de ordem, de perseverança,
por mau comportamento ou por terem
limitado os seus desejos!
22. Quantas uniões infelizes, porque
resultaram dos cálculos do interesse
ou da vaidade, nada tendo com isso o
coração!
23. Quantos pais infelizes com os filhos, por
não terem combatido as suas más
tendências desde o princípio.
24. A quem, portanto, devem todas essas
aflições, senão a si mesmos? O homem é,
assim, num grande número de casos o
autor de seus próprios infortúnios
25. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha
mais simples, e menos humilhante para
a sua vaidade, acusar a sorte, a
Providência, a falta de oportunidade,
sua má estrela, enquanto, na verdade,
sua má estrela é a sua própria incúria.
27. Mas se há males, nesta vida, de que o
homem é a própria causa, há também
outros que, pelo menos em aparência, são
estranhos à sua vontade e parecem
golpeá-lo por fatalidade.
Assim, por exemplo:
28. A perda de entes queridos e
dos que sustentam a
família.
32. E ainda as doenças de nascença,
sobretudo aquelas que tiram aos
infelizes a possibilidade de ganhar a
vida pelo trabalho: as deformidades, a
idiota, a imbecilidade etc.
33. Entretanto, em virtude do axioma de
que todo efeito tem uma
causa, essas misérias são efeitos
que devem ter a sua causa, e desde
que se admita a existência de um
Deus justo, essa causa deve
ser justa.
34. Ora a causa sendo
sempre anterior ao
efeito, e desde que não
se encontra na vida atual,
é que pertence a uma
existência precedente.
36. Por outro lado, Deus não podendo
punir pelo bem o que se fez, nem
pelo mal que não se fez, se somos
punidos, é que fizemos o mal. E se
não fizemos o mal nesta vida, é que
o fizemos em outra. Esta é uma
alternativa a que não podemos
escapar, e na qual a lógica nos diz de
que lado está à justiça de Deus.
37. O homem não é, portanto,
punido sempre, ou
completamente punido, na
sua existência presente,
mas jamais escapa às
consequências de suas
faltas.
38. A prosperidade do mau é
apenas momentânea, e se
ele não expia hoje, expiará
amanhã, pois aquele que
sofre está sendo
submetido à expiação do
seu próprio passado.
39. A desgraça que, à primeira
vista, parece imerecida,
tem portanto a sua razão
de ser, e aquele que sofre
pode sempre dizer:
“Perdoai-me, Senhor,
porque eu pequei”..
40. Os sofrimentos produzidos
por causas anteriores são
sempre, como os
decorrentes de causas
atuais, uma consequência
natural da própria falta
cometida.
41. Quer dizer que, em
virtude de uma rigorosa
justiça distributiva, o
homem sofre aquilo que
fez os outros sofrerem.
42. Se ele foi duro e
desumano, poderá ser,
por sua vez, tratado
com dureza e
desumanidade.