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Parque ModernistaParque Modernista
Gregori Warchavchik
1927-1928
“A primeira tentativa de criar um novo conceito de se projetar
uma arquitetura adaptada a região, clima e ao mesmo tempo às
antigas tradições”
ÍndiceÍndice
Introdução 04
Ficha Técnica 05
Localização 06
Foto Aérea / O entorno 07
Foto Aérea Aproximada 08
Antecedentes a construção da primeira casa modernista em São Paulo 09
O Modernismo 16
Mapa Vila Mariana 17
Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro 18
Mapa uso e ocupação do solo da Vila Mariana 20
Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes 21
Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana Vila Mariana 22
Mapa Sistema Viário 24
O Partido Arquitetônico adotado 25
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
O Projeto Original 26
Casa Modernista na ocasião da inauguração 29
Aspectos Plásticos 32
O jardim 33
A obra e o entorno 34
Casa Modernista: Patrimônio Histórico 35
O Processo de Tombamento 37
Situação da Casa Modernista (Até 2006) 38
A reforma e o projeto de restauração 45
O projeto original e a primeira reforma 50
O projeto original e a segunda reforma 52
Situação atual da Casa Modernista (Ano de 2007) 54
Conclusão : Leitura Urbana: Ontem X Hoje 68
Bibliografia 70
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Introdução
Este trabalho tem como objetivo analisar o estado de preservação e conservação de uma das primeiras
obras de expressão arquitetônica moderna do Brasil, a Casa Modernista de Gregori Warchavchik, que pode ser
considerado um dos primeiros arquitetos a utilizar este estilo em suas obras.
Ao logo das próximas páginas conheceremos a história da criação da Casa Modernista desde dados
técnicos à curiosidades. Veremos também uma análise técnica do seu estado original, dos projetos de reforma, da
situação em que se encontra atualmente e a perspectiva de uma recuperação, já que ela é considerada um marco para
a arquitetura brasileira e também um patrimônio histórico de grande valor .
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Ficha Técnica
Nome da obra: Casa Modernista (Atualmente Intitulada: Parque Modernista)
Local: Rua Santa Cruz 325, Vila Mariana, São Paulo, SP
Arquiteto: Gregori Warchavchik
Ano Construção: 1927-1928
Estrutura Principal: Auto Portantes de Tijolos de Barro.
Área Terreno: m²
Área Construção: m²
Área Jardim : 13.000 m²
Gabarito: 6,00 m
Tomb. Condephat : 1984
Tomb. IPHAN : 1986
Secretaria do Estado:
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927Localização
Rua Santa Cruz 325, Vila Mariana, São Paulo, SP
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Foto Aérea / O entorno
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Foto Aérea Aproximada
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Antecedentes a construção da primeira casa
modernista em São Paulo
Os primeiros 30 anos do século XX no Brasil
Nas primeiras três décadas deste século, o Brasil foi marcado pela hegemonia da política do café com leite.
São Paulo, o estado mais rico; Minas Gerais o estado mais populoso. O capitalismo industrial vinha sendo desenvolvido em
São Paulo pela consolidação da política republicana junto com os cafeicultores. A "Belle Époque" trazia à elite brasileira e
especialmente à elite paulistana o consumismo e a imitação do modo de vida e padrões europeus. A princípio a França
ditava a moda que vinha de Paris para as terras tropicais.
Crescia a imigração e a indústria também crescia junto. Aliás, as estrelas deste tempo eram a indústria, a
eletricidade, o cimento e o automóvel. São Paulo era uma mistura de arranha-céus recém nascidos e casarões
tradicionais; caipiras vindos do interior paulista e de outros estados contrastavam com os imigrantes; nas ruas passavam
os burgueses industriais, cafeicultores e comerciantes se misturando, dividindo o espaço das ruas movimentadas com os
proletários ou mendigos.
Entre 1900 e 1920 a população de São Paulo dobrou. Isso já era o prenúncio do que esta cidade seria uma
grande metrópole. O lucro advindo do café era aplicado em melhorias como energia elétrica, importações de máquinas,
remodelação de ruas e avenidas, construções novas, etc... Na década de 20 a recente grande metrópole já ganhava seus
contrastes, elementos representantes da miséria e herdeiros das diferenças sócio-econômicas que já eram bem
presentes. A cidade já contava com mendigos, ladrões e o número assustador prostitutas. Se formavam nesta época os
primeiros bairros operários que contrastavam com a calmaria e com a serenidade dos bairros burgueses.
Da década de 20 em diante o cinema ditava a moda que vinha especialmente das produções hollywodianas.
Isso fatalmente gerava o consumismo e a vontade de imitar a vida norte-americana. Os ricos freqüentavam o cinema, iam
ao Mappin Stores, situado na Praça Ramos de Azevedo, comprar as novidades vindas de Paris ou dos EUA, passeavam no
Automóvel Clube, no Palácio dos Campos Elíseos e iam ao teatro.
Em 1917 houve a primeira exposição industrial em São Paulo, que aconteceu no Palácio das Indústrias. O
cimento, a cerveja e os elevadores se destacavam industrial e comercialmente. O elevador era uma novidade tão
apreciada que as pessoas faziam filas nos finais de semana só para dar uma "subidinha" nos elevadores dos edifícios da
época.
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
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"Einstein recebe o Prêmio Nobel de física"; "Lançamento do primeiro número da revista Klaxon", e muito
mais. Neste momento histórico os jornais anunciavam também a Semana de Arte Moderna de 1922. Os participantes
desta semana eram intelectuais burgueses insatisfeitos com as regras e estilos parnasianos e antigos na arte e na
literatura. Eles foram buscar na Europa algo novo para revolucionar as artes no Brasil. Foram financiados pelos ricos
cafeicultores, e em suas obras expressavam um estilo novo e em alguns deles estava presente um elogio à metrópole
que surgia naquele momento. Notamos isto ao ler "Paulicéia Desvairada" de um dos grandes representantes do
modernismo Mário de Andrade. Outro grande escritor que deve ser mencionado é o jornalista Alcântara Machado,
que a partir de histórias do cotidiano escreveu uma grande obra que retrata a vida dos imigrantes nos bairro
operários "Brás, Bexiga e Barra Funda". A Semana de 22 queria igualar a produção intelectual à riqueza e
modernidade.
Semana de Arte Moderna de 1922 e o movimento modernista
A industrialização e o poder político nacionais, concentrados no eixo Rio-São Paulo, propiciaram a
modernização da arquitetura brasileira entre os anos de 1950-70, consolidando as escolas carioca e paulista.
Desde a década de 30, quando tem origem a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, a escola carioca se
torna o movimento que irradia as idéias modernistas. O arquiteto Lucio Costa é o teórico do movimento, que tem nas
figuras de Oscar Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Milton e Marcelo Roberto e Affonso Eduardo Reydi seus
maiores representantes.
A irradiação do grupo em todo o País decorre da formação universitária de muitos profissionais, cariocas
ou não, que se graduam no Rio de Janeiro e migram para diversos estados. Entre inúmeros outros arquitetos e
artistas, seguindo a tradição do movimento, Roberto Burle-Marx, Luiz Nunes, Hélio Duarte e, mais recentemente,
Acácio Gil Borsoi, Francisco de Assis Reis, João Filgueiras Lima e Severiano Mário Porto empregam os modelos e
padrões modernistas em Pernambuco, na Bahia e no Amazonas, adaptando-os simultaneamente às necessidades
tropicais.
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Para registrar tantas mudanças e os grandes acontecimentos da época, a
imprensa se torna importante e um ótimo investimento para seus donos. O jornal se
torna um essencial narrador dos acontecimentos locais e mundiais. Pegando como
exemplo os jornais de 1922 encontramos as manchetes que davam conta da
"descoberta do túmulo de Tutân Camon";
10
A tecnologia avançada do concreto armado e os materiais da região, as normas urbanas inglesas e
americanas, além das novas formas de habitação multi e unifamiliares dos espaços e equipamentos para o trabalho, o
lazer e o ensino, agregaram-se às lajes de perímetro curvo, terraços, varandas e marquises, aos brises-soleil e
cobogós (elemento vazado), para traduzir os elementos básicos e característicos da escola carioca.
As condições e as principais origens da modernidade na configuração do espaço físico-político brasileiro
foram determinadas pela importância do papel da ocupação holandesa na formação das cidades do Recife e de São
Luís, no século XVIII, e pela consolidação, no século XIX, das propostas da Missão Francesa, na cidade do Rio de
Janeiro, com as "sagas" de Grandjean de Montigny e de Pereira Passos, nos primórdios do século XX.
A produção arquitetônica brasileira desenvolveu-se sob um processo cultural complexo, e os arquitetos,
imigrantes e brasileiros, sempre contribuíram para a ruptura das formas e estilos consagrados. A arquitetura foi
expressão de progresso e instrumento para a modernização durante os períodos Colonial, Imperial e Republicano.
Contou com o apoio dos governantes - a partir de 1808, com o rei de Portugal, D. João VI, prosseguindo com os
imperadores D. Pedro I e D. Pedro II e, mais tarde, desde o ditador Getúlio Vargas até o presidente Juscelino
Kubitschek. Mereceu também o apoio de intelectuais e artistas que atuaram na Semana de Arte Moderna, em 1922,
no Salão de 31, no Cinema Novo, em 1960, e na resistência à ditadura militar, nas décadas de 70 e 80.
A criação da Academia Imperial de Belas Artes e o estabelecimento do ensino regular de arquitetura
propiciaram, em meados do século XIX, a renovação do barroco - transformado em signo rococó da fase colonial de
raiz lusa - e a implantação do formalismo oficial, com o neoclassicismo.
Em 1904, a inauguração da avenida Central, atual Rio Branco, no Rio de Janeiro, institui a técnica da
produção industrializada por meio do ecletismo. As fachadas adornadas de elementos pré-fabricados traduzem o
imaginário feérico dos imigrantes e resultam em híbridos e polifônicos estilos típicos da fase republicana inicial. Os
edifícios ecléticos exprimem a internacionalização da economia e do comércio no Brasil.
A arquitetura do século XX é inaugurada em São Paulo, em 1902, com a Vila Penteado, de Carlos Eckman,
e com a construção da Estação da Estrada de Ferro Sorocabana, em Mairinque, projetada em 1907 por Victor
Dubugras.
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A migração desses profissionais estimulou nas capitais e regiões do
Brasil a criação de instituições, cursos e escritórios de arquitetura e urbanismo, que
transferiram experiências e processos, técnicas de construção e de controle
ambiental.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Simultaneamente, o estilo neocolonial, introduzido pelo arquiteto português Ricardo Severo, expressava
as "constantes de sensibilidade" luso-ibéricas. Nesse nativismo predominavam as formas do mission style californiano
e do marajoara, enquadrado na condição de vertente do art déco. O período de transição, prolongado até a Segunda
Guerra Mundial, destaca a féerie de cenários e estilos improvisados, mas algumas experiências de transformações
estilísticas excepcionais foram construídas no Rio de Janeiro, por empreiteiros italianos, ingleses e alemães, a partir
das concepções dos arquitetos Virzi, Morales de Los Rios, Heitor de Melo, Archimedes Memória, Francisque Couchet
e Gastão Bahiana.
A hegemonia cultural e política do eixo Rio-São Paulo provocou, nessas cidades, empreendimentos
progressistas de renovação da fisionomia urbana e regional, que se expandiram para as demais regiões. A contínua
modernidade urbanística e, conseqüentemente, arquitetônica, revela-se na transferência das capitais do Piauí (para
Teresina, em 1852) e de Sergipe (para Aracaju, em 1855); na criação das cidades de Belo Horizonte (1894) e Goiânia
(1933) e nos planos pilotos de João Pessoa (1932) e Salvador (1945).
Em 1926, o urbanismo "renovador" reprisa a Paris iluminista de Haussman no projeto do francês Alfred
Agache para a remodelação e embelezamento da cidade do Rio de Janeiro. Convidado pelo governo, o urbanista
estabelece na América portuguesa o padrão clássico das capitais modernas européias.
Neste período, alguns arquitetos de renome, ao atenderem às necessidades de expansão e
importação/exportação de uma "arquitetura de renovação", colocaram o País entre os primeiros no ranking
internacional da indústria da construção civil.
As transformações da arquitetura brasileira foram determinadas pelo arquiteto russo Gregori
Warchavchik - graduado em Milão e contratado pelo grupo Simonsen para trabalhar na cidade de São Paulo, no final
da década de 20. O marco inicial destas transformações foi o projeto e a construção da Casa Modernista, seguido
pela publicação do texto-manifesto Futurismo, a condição de representante do Congresso Internacional de
Arquitetura Moderna (CIAM) e as classes de arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, ministradas sob a
direção do arquiteto Lucio Costa, com o qual estabeleceu escritório no Rio de Janeiro, entre os anos 30 e 32.
O modern style que Eckman e Dubugras ostentaram nessas e em outras
obras apresentou-se sob dupla faceta: o art nouveau e o art déco. Essas tendências do
fragmentário e descontínuo "estilo moderno" inicial, ou protomodernismo, multiplicaram
as contradições ao contrapor a técnica artesanal à racionalidade industrial da produção
em série.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
"O grupo do prédio do Ministério", composto por Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani
Vasconcelos, Jorge Moreira, Lucio Costa e Oscar Niemeyer, consolida o "período heróico" e propicia o
estabelecimento da liderança carioca de Costa e Niemeyer, que realizam, em dupla e individualmente, um roteiro
entremeado de obras-primas.
A atuação de Lucio Costa no Serviço do Patrimônio, de 1937 a 1960, é simultânea à sua condição de
mentor do prestígio internacional da arquitetura brasileira. Essa etapa se caracteriza no Rio de Janeiro pelo
atendimento às encomendas do setor privado por Marcelo e Milton Roberto e Henrique Mindlin, enquanto as do setor
público dividem os trabalhos de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e Carmen Portinho, aos quais se sucedem
Francisco Bolonha e Sérgio Bernardes. Em São Paulo, Flávio de Carvalho e outros herdeiros da tradição moderna,
como Vital Brasil, Rino Levi, Oswaldo Bratke e Vilanova Artigas, realizam obras significativas, entre elas o conjunto
da alameda Lorena, o Edifício Esther, a Residência do Arquiteto, o Hospital do Câncer e a Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo. No Recife, destacam-se Luís Nunes e Burle Marx, na década de 30, e Delfim Amorim, em 1940-50.
Outras capitais, como Salvador por exemplo, tiveram em Diógenes Rebouças e José Bina Fonyat, legítimos seguidores
da matriz formalista de base corbusiana.
À maneira de Warchavchik, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, de formação milanesa, demarca outra
tendência na transição de estilos, desde sua chegada ao Brasil em 1947. Entre 1950-80, na Bahia e em São Paulo, Bo
Bardi explorou a multiplicidade de soluções estéticas da arquitetura brasileira utilizando as fontes vernáculas e
racionalistas como referências para seus projetos de espaços culturais e de lazer. O Museu de Arte Moderna de São
Paulo, o Solar do Unhão, em Salvador, e o Sesc-Pompéia, em São Paulo, demonstram a evolução da complexidade e
singularidade da arquitetura brasileira.
A visita do arquiteto Le Corbusier, em 1929, fortalece os arquitetos
vanguardistas que atuavam em São Paulo e no Rio de Janeiro, difundindo as idéias dos
precursores modernistas Walter Gropius, Mies Van der Rohe e Frank Lloyd Wrigth.
Porém, apenas em 1936 a proposta de Le Corbusier, convidado para resolver o impasse
criado no concurso para a sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro,
define a aceitação "oficial" do modernismo, com a renovação da técnica e expressão
arquitetônicas brasileiras.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A diversidade das propostas formais desperta, no Rio de Janeiro, principalmente nas realizações dos
arquitetos Paulo Casé e Luiz Paulo Conde, várias revisões e releituras do repertório formal das fases
protomodernista e racionalista. O que acabou gerando, a partir dos anos 70, as discussões teóricas que reafirmam a
perda da unidade do pensamento arquitetônico, típica da geração dos 50. A construção de Brasília configura a
superação das limitações culturais e históricas e, no campo da arquitetura, privilegia a quebra da pretensa unidade
estética.
As reafirmações das identidades locais determinam o início da fase pós-Brasília, quando se evidenciam
as características regionais e as diferenças de materiais e técnicas construtivas. Além disso, a constatação do
conflito provocado com o adensamento dos bairros centrais das cidades estabeleceu a prioridade para a alteração
das escalas dos projetos de planejamento e desenho urbano. Paralelamente, a despreocupação com os modelos
modernistas e o cuidado com o habitat ampliaram o campo de trabalho dos arquitetos e possibilitaram o
desenvolvimento das tendências arquitetônicas pós-modernistas, tecnológicas e vernaculares. O uso do concreto
armado concorre com as estruturas metálicas; o tijolo aparente e as cerâmicas imprimem as cores tropicais na
arquitetura.
Em 1969, Lucio Costa projeta o plano piloto para a Baixada de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, onde
busca atualizar as diretrizes do urbanismo racionalista. Ao mesmo tempo, em várias cidades brasileiras, desde o sul
pratense até o norte amazônico, incluindo Minas Gerais e Brasília, desenvolvem-se arquiteturas de tendências
variadas, com a reafirmação do international style e as variações pós-modernas. Nesse período revelam-se tanto os
continuadores da tradição heróica, como Joaquim Guedes, Paulo Mendes da Rocha, Ruy Ohtake, Filgueiras Lima,
Paulo Casé e Acácio Gil Borsoi, quanto a dos revisores do movimento modernista, como Luiz Paulo Conde, Severiano
Mário Porto, Francisco de Assis Reis e Jaime Lerner e, finalmente, Sérgio Magalhães, Carlos Bratke, Hector
Viglecca e João Castro Filho, além de Éolo Maia e seus parceiros, que configuram a novíssima geração mineira,
caracterizada por constante exercício de revisão crítica a partir da absorção de valores universalistas e regionais.
Com a construção de Brasília, capital do País desde 1960, surge uma nova
etapa da arquitetura brasileira. À quebra da unidade estética inaugurada com a nova
cidade, segue-se a afirmação de identidades locais determinando o início da fase
chamada pós-Brasília. É neste período que as características regionais e as diferenças
de materiais e técnicas de construção ficam mais evidentes.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A arquitetura e o desenho urbano transformam-se em motores do desenvolvimento da cidade do Rio de
Janeiro, atraindo investimentos turísticos que espraiam por todo o litoral brasileiro os programas de recreação e
lazer.
As transformações em códigos locais das forças homogeneizadoras, dos princípios de Le Corbusier e do
funcionalismo arquitetônico, revelados na Carta de Atenas, ocorrem de maneira diversa na conhecida escola paulista de
arquitetura. Até meados de 1940, na fase inicial ou heróica do movimento modernista, a formação e o ideário estético
dos arquitetos paulistas se realizam de maneira idêntica à dos cariocas.
Os contatos e intercâmbios de idéias e trabalhos proporcionam a Lucio Costa, Gregori Warchavchik e
Flávio de Carvalho o desenvolvimento de parcerias e eventos que têm na Escola de Belas Artes seu pólo aglutinador. A
avenida São João, na área central da capital paulista, é o símbolo e a vitrine das semelhanças entre as arquiteturas do
Rio e de São Paulo.
A década de 60 - quando a capital federal do País se desloca para Brasília, os militares instalam a
ditadura militar e planeja-se a fase de expansão conhecida como "milagre econômico" - caracteriza a fase áurea da
arquitetura paulista, com a predominância das grandes estruturas de concreto aparente, sua principal marca. Oswaldo
Bratke, Roberto Cerqueira César e Rino Levi, lado a lado com arquitetos estrangeiros, entre os quais se destaca a
italiana Lina Bo Bardi, atendem à imensa demanda para a construção de apartamentos, edifícios de escritórios, cinemas
e residências da classe média e da elite paulista, formada por brasileiros de outros quadrantes, além de europeus e
asiáticos.
João Vilanova Artigas, que trabalhou com Warchavchik, em 1939, e complementou os estudos nos Estados
Unidos, é considerado o definidor da escola paulista de arquitetura. As preocupações de Vilanova Artigas com as
questões sociais refletem-se nas propostas teóricas e na produção prática.
Após a febre do concreto aparente, da completa ausência de revestimentos e do uso excessivo de
grandes vãos em estruturas metálicas nas décadas de 60 e 70, expressos admiravelmente na avenida Paulista e nos
clubes e escolas do interior, os arquitetos deram seqüência à plástica pós-modernista, estabelecendo o diálogo das
vedações revestidas em cerâmicas de cores vivas com os vazios, projetando edifícios comerciais e residências
multifamiliares que ocupam novos bairros e alteram as perspectivas das avenidas marginais.
Na década de 80 começa a reflexão sobre a questão urbana e reforça-se a
crise dos dogmas e dos padrões progressistas; dessa forma, a mescla de atividades
orienta a ocupação dos espaços e os aspectos estéticos das edificações.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927O Modernismo
Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de movimentos culturais,
escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível
encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se
antagonizam.
Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura e a música
modernas.
O movimento moderno baseou-se na idéia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura,
design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassados, e que fazia-se fundamental deixá-los de lado
e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de re-examinar cada aspecto da existência, do
comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e
possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas
realidades do século XX eram permanentes e imanentes, e que as pessoas deveriam se adaptar as suas visões-de-
mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.
A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido ela é
sinônimo de contemporâneo, embora do ponto de vista histórico-cultural, moderno e contemporâneo abrangem
contextos bastante diversos.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo
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VILA
Amarelo: Zona Exclusivamente
Residencial
Roxo: Zona
Predominantemente Industrial
Cinza: Zona Mista
Casa Modernista
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro
Área 8,60 km²
População 120.064 hab. (2004)
Densidade 13.960,93 hab./km²
Renda média R$ 3.541,62
Subprefeitura: Vila Mariana
Região / Zona Centro Sul/ Sul 
 
A Vila Mariana pode ser considerada uma das regiões mais desenvolvidas da capital paulista, e isso
comprova-se nos números. A renda média da região gira em torno de R$ 3,6 mil mensais, quase o triplo da média
municipal de cerca de R$ 1,3 mil.
Na educação os dados tornam-se ainda mais explícitos. O Ensino Fundamental foi completado por quase
80% dos moradores, e 71,34% dos moradores da região completaram o Ensino Médio, contra as médias municipais de
49,9% e 33,68%, respectivamente. Os anos de estudo por pessoa chegam a 12,30 (a média da cidade é de 7,67
anos). Por fim, o analfabetismo é reduzido a apenas 1,10% dos mais de 120 mil moradores, enquanto na cidade,
4,88% da população é considerada analfabeta. No distrito encontram-se também a Escola Superior de Propaganda e
Marketing (mais conhecida como ESPM) e a Escola de Belas Artes, as maiores referências em ensino superior na
região, que também conta com universidades não-específicas (UNIP, FMU, entre outras).
Em relação à área da saúde, existe o Hospital do Servidor Público Estadual, um megacomplexo
hospitalar que responde por quase 40% dos atendimentos dos servidores públicos estaduais. Há também instituições
para o tratamento de jovens e idosos, fator que contribui para a alta qualidade de vida do distrito. Na área de
cardologia há o hospital Dante Pazzanese. A região também sedia a Casa Hope, uma ONG dedicada a crianças com
câncer.
A economia da região é muito forte, não apenas pelo elevado nível de vida de seus moradores, mas
também por abrigar o trecho inicial da Avenida Paulista, logradouro mais importante da cidade e centro financeiro
do estado e do país. A região da avenida até aos arredores da Estação Brigadeiro do metrô pertence ao bairro do
Paraíso.  
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Mariana
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Pontos turísticos e bens tombados no Bairro além do Parque Modernista:
Casa das Rosas : A Casa das Rosas foi o último projeto de Ramos de Azevedo, realizado em 1928.
Construída em 1935 para sua filha, a casa foi concebida nos padrões do classicismo francês. Dividida em
quatro pavimentos, tem 2.845 m2 de área construída num terreno de 5.500 m2.
Nos amplos jardins, também desenhados ao gosto francês, as roseiras consagraram a Casa das Rosas.
Tombada pelo Condephaat em 1986, ela é atualmente uma Galeria de Arte vinculada à Secretaria de Estado
da Cultura.
Cinemateca Brasileira : A Cinemateca Brasileira é a instituição responsável pela preservação da produção
audiovisual brasileira. Desenvolve atividades em torno da difusão e da restauração de seu acervo, um dos
maiores da América Latina. São cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. Possui
também um amplo acervo de documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e
cartazes. A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. Ele é
formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos. São obras de ficção,
documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos
desde 1895.
A Subprefeitura de Vila Mariana tem 26,5 km² distribuídos entre seus
três distritos: Moema, Saúde e Vila Mariana. Os bairros do distrito de Moema
compreendem 9 km², enquanto o distrito de Saúde tem 8,9 km² e Vila Mariana, 8,6
km².
Região nobre da cidade, composta também pelos bairros de Moema e
Saúde, a Vila Mariana possui uma alta renda média, em torno de R$ 3,6 mil mensais,
bem acima do índice do município, que é cerca de R$ 1,3 mil.
19
USOE
DOSOLO
20
Aproveitamento, Dimensionamento
e Ocupação dos Lotes
21
Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana
Vila Mariana
22
Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana
Vila Mariana
23
MAPA
SISTE
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
O Partido Arquitetônico adotado
A solução encontrada pelo arquiteto para promover a construção de uma edificação aos moldes
modernos, pode ser observada na escolha de uma planta de formato regular, dividida em 2 pavimentos dividindo a
ala íntima da ala social.
A área social composta do terraço que circunda as salas de estar e jantar externamente, dá idéia de
comunhão entre esses ambientes, dando amplitude, não ficando o acesso a residência limitado somente por uma
única entrada social o que faz a área externa da residência se tornar independente de seu interior dando acesso a
piscina localizada ao lado esquerdo da casa.
As áreas de serviço como lavanderia e cozinha foram colocadas de forma isolada da área social central
porém está possui comunicação independente ao exterior da residência.
As áreas mais íntimas da residência encontram-se na parte superior da edificação, com a distribuição
de dormitórios ligados por um hall central que dá acesso a escada. Com destaque para os dormitórios, que possuem
um pequeno terraço para usufruto dos moradores da residência.
A composição simétrica da planta da residência de Warchavchik não difere muito de uma casa
'tradicional'. É, no fundo uma casa convencional despida de seus ornamentos.
A casa é bastante tímida do ponto de vista estrutural, espacial e estético.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
O Projeto Original
A casa é considerada simples na sua composição nos padrões atuais, a distribuição interna não traz
muitas novidades, porém para a época em que foi construída, foi dotada de características muitos inovadoras.
Programa:
Pavimento Térreo
Encontra-se nesse pavimento organizados sob forma
muito coerente os seguintes ambientes:
1 copa / cozinha
1 sala de jantar
1 pequena despensa
1 sala de estar
1 escritório
e um amplo terraço que envolve boa parte da fachada
lateral direita da edificação.
26
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927Pavimento superior
Situado no pavimento superior a fim de preservar a intimidade dos moradores da residência encontram-se
4 dormitórios
1 banheiro
1 amplo hall de circulação interna
3 terraços que atendem aos dormitórios
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Cortes Técnicos Esquemáticos
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Constitui-se basicamente de um volume
prismático, desprovido de elementos decorativos.
A composição da fachada ainda guarda
vínculos com os procedimentos de composição tradicionais,
de desenho absolutamente simétrico com a porta principal
no eixo central do conjunto.
A forma geométrica esconde, por traz de sua
aparente pureza, uma cobertura tradicional de telhas
cerâmicas, que termina numa prosaica varanda na face
lateral e posterior.
As janelas de canto assim como as demais
foram executadas em ferro, em nome da simetria, o
arquiteto colocou uma janela de canto na varanda para
esta compor com a da sala, localizada diametralmente
oposta assim como as da cozinha.
Casa Modernista na ocasião da inauguração.
As técnicas Construtivas
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A cobertura não se trata de um terraço como faz parecer a fachada, mas um telhado colonial formando
por telhas tipo canal apoiados sobre estrutura de madeira escondido pela platibanda.
Na época não havia recursos materiais e humanos para aplicação do terraço-jardim, da planta e da fachada
livres e do edifício sobre pilotis. Essas contradições deram uma aparência enganosa ao edifício, mas não diminui sua
importância na afirmação de uma estética cubista pela primeira vez implantada no Brasil.
A questão da Iluminação Natural muitas aberturas generosas promovendo a relação interior-exterior é
bem evidente nas imagens
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A residência ainda é composta de um mobiliário integrado
como ilustram as Fotos do livro de Geraldo Ferraz,
Warchavchik e a introdução da nova arquitetura no Brasil:
1925-1940
Circulação e ambientes livres inseridas na questão
da continuidade dos espaços através de simetria
e equilíbrio
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Aspectos Plásticos
A ausência de elementos decorativos era uma provocação. Assim como Adolf Loos, na
casa Steiner (1910) em Viena, havia um despojamento agressivo contrario aos floreios acadêmicos.
O próprio Warchavchik defendeu suas idéias não querendo copiar o que na Europa está
se fazendo, inspirado pelo encanto das paisagens brasileiras, "tentei criar um caráter de
arquitetura que se adaptasse a esta região, ao clima e também às antigas tradições desta terra".
Ao lado de linhas retas, nítidas, verticais e horizontais, que constituem, em forma de
cubos e planos, o principal elemento da arquitetura moderna, fez muito uso das tão decorativas e
características telhas coloniais conseguindo assim idear uma casa muito brasileira, pela sua
perfeita adaptação ao ambiente.
O jardim, de caráter tropical, em redor da casa, contém toda a riqueza das plantas
típicas brasileiras”
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927O jardim
Os jardins realizados por sua esposa,
Mina Warchavchik, são considerados pioneiros no
uso de plantas tropicais como cactos e mandacarus.
Foi elaborado no mesmo contexto que o
delineado para a arquitetura de seu marido, obras
de transição e fundação de uma nova sensibilidade.
O uso de cactáceas e espécies
tropicais pouco usuais em jardins da época conferiu
um aspecto singular ao paisagismo brasileiro. “A
fórmula, influenciada com toda certeza pela
simplificação cromática e figurativa da pintura de
Tarsila do Amaral, se mostrou bastante eficaz,
estabelecendo, a partir daí, uma identidade clara
para o desenvolvimento do paisagismo moderno”.
Jardim com grupo de cactáceas
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927A obra e o entorno
É visivelmente curioso o que pode-se notar com a observância da obra com o seu entorno, trata-se de
uma pequena área verde, passando-se quase por uma chácara em pleno centro urbano.
A residência em si situa-se ligeiramente afastada do alinhamento com o passeio público escondida entre
os arvoredos presentes, e por um grande muro de blocos de concreto, que a deixa oculta aos olhos da população.
A natureza do projeto é altamente contrastante com o que tornou a cidade após anos de
desenvolvimento. Muitas vezes a população passa cerca da área sem notar do que se trata, salvos os que percebem o
recém emplacamento da área intitulada como Parque Modernista, caracterizando uma propriedade passível de
visitas.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927Casa Modernista: Patrimônio Histórico
Ela é considerada um Patrimônio histórico porque é um bem de valor significativo para uma sociedade. Esse
valor significativo se insere em um contexto histórico muito importante da arquitetura brasileira.
Ela é o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil.
Projetada em 1927 e concluída em 1928, entre os atributos assinalados para o tombamento desta residência,
destaca-se, sem dúvida, o pioneirismo da iniciativa da construção do primeiro edifício moderno do Brasil.
Os apelos eram em direção ao aproveitamento das técnicas modernas do século XX e a orientação seguia
pelo conceito de fabricação de casas em larga escala, com o máximo de conforto, comodidade, higiene e um mínimo de
gastos a fim de atingir também as classes menos favorecidas.
Embora tanto a planta quanto a elevação correspondessem ao formalismo proposto por Le Corbusier, apenas
um dos cinco pontos da nova arquitetura por ele proposta foi possível Warchavchik utilizar: a janela horizontal. Por
outro lado Warchavchik trabalhou muito sob o aspecto plástico, usando ângulos retos, a regularidade do conjunto e dos
detalhes tanto em planta quanto em elevação. Seu esforço era em favor da apresentação de um novo estilo.
Porém com o passar do tempo e depois de anos de abandono, a degradação atingiu várias partes do edifício.
De um lado, expôs alguns aspectos anteriores à reforma sofrida em 1934 e, de outro, comprometeu vários elementos
originais especialmente executados para o edifício, tais como lambris, mobiliário integrado, caixilhos e ferragens.
Após uma longa disputa judicial, o Governo do Estado se dispõe a promover a recuperação da Casa
Modernista da Rua Santa Cruz. A iniciativa é urgente, pois o avançado estado de arruinamento que atingiu o edifício,
ameaça tornar irreversível a perda de vários componentes originais.
Assim sendo, não se trata apenas de recuperar a casa, mas o que se apresenta como questão fundamental é
o que restaurar e como fazê-lo. É imprescindível, portanto, a elaboração de um projeto de restauração, o qual, por sua
vez, somente poderá chegar a um bom resultado se for capaz de estabelecer adequadamente, a cada um dos aspectos da
restauração, o juízo de valor compatível com o significado desta obra na história da Arquitetura Moderna no Brasil.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Preservar o edifício tal como se apresenta a partir da reforma de 1934 ou incorporando as alterações
mais recentes, significaria atribuir a prevalência da biografia do arquiteto sobre o significado da obra.
Recompor alguns aspectos do edifício como, por exemplo, a fachada, imagem marcante desta obra, à qual
sempre esteve associada a sua memória na maioria das publicações, mantendo-se o restante de acordo com a situação
atual, resultaria em algo que o edifício nunca foi. Mas, pior que isso, uma tal proposta estaria em conflito com um dos
preceitos mais importantes do Movimento Moderno, isto é, que a forma externa de um edifício deve estar,
necessariamente em correspondência com seu conteúdo.Resta, portanto, examinar a última hipótese. A reversão da
casa à sua configuração original é relativamente fácil. Não se trata de recriação, pois lá estão presentes quase todos
os elementos originais. O mais difícil - porém simples diante dos recursos hoje disponíveis - é a remoção da laje do
terraço. O pavimento superior é praticamente o mesmo, tendo sofrido apenas alguns acréscimos. A iconografia
disponível é suficiente para orientar a recuperação dos elementos em seus detalhes. Prospecções dos elementos
originais poderão servir para verificar dúvidas e confirmar detalhes construtivos.
Reforça esta hipótese o fato do edifício se encontrar em estado avançado de arruinamento. O critério
proposto para o edifício se aplica, do mesmo modo, ao jardim. Tratando-se, no Brasil, da primeira obra paisagística
moderna, o jardim fronteiriço à casa deverá ser recomposto com todo o rigor. O levantamento das espécies e a
distinção entre elementos originais e acrescentados será indispensável para a recomposição de sua integridade. As
espécies estranhas à sua concepção original deverão ser removidas. As espécies originais deverão ser analisadas
quanto a sua condição fito-patológica para avaliar as possibilidades de sua conservação ou necessidade de
substituição. Os registros fotográficos disponíveis são suficientemente ricos para guiar com segurança a seleção dos
dados obtidos no levantamento.
O momento em que, finalmente, são obtidos os recursos necessários à recuperação deste importante
testemunho da arte moderna brasileira, constitui uma oportunidade excepcional para buscar o restabelecer os seus
valores em toda a sua integridade.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
O Processo de Tombamento
No final do ano de 1983, chegou ao conhecimento do CONDEPHAAT, que a assim chamada Casa
Modernista seria demolida para a realização de um empreendimento imobiliário. Ironicamente o exemplar pioneiro da
vanguarda arquitetônica brasileira seria substituído por um conjunto de edifícios denominado Palais Versailles.
Um stand de vendas tinha sido instalado e as demolições estavam para se iniciar, quando o Presidente do
CONDEPHAAT, Antônio Augusto Arantes, decidiu, ad referendum do conselho, abrir processo de tombamento, de
modo a interromper e impedir qualquer iniciativa que viesse a destruir o edifício.
A iniciativa do CONDEPHAAT não se deu isoladamente e, além da boa receptividade alcançada na
imprensa, veio de encontro ao anseio da população do bairro, que logo se mobilizou em apoio à preservação não só do
edifício como passou, a seguir, a defender a preservação de toda a área verde contida no imóvel.
Um pouco adiante, em junho do mesmo ano, foi proposta a proteção do bem cultural pelo instituto da Z8-
200 (Zona Especial de Preservação), por iniciativa do então Presidente da Câmara Marcos Mendonça, apoiado pelo
prefeito Mário Covas. A medida servia tanto para reconhecer a importância do bem cultural como vinha de encontro
aos anseios dos moradores do bairro. Na ocasião, Marcos Mendonça declarou: “...o que se pretende é que, mais tarde,
os moradores possam visitar a casa, tendo acesso aos seus jardins, podendo usufruir das instalações do parque”.
Em setembro do mesmo ano o estudo de tombamento do CONDEPHAAT já se encontrava concluído, tendo
sido relatado por Antonio Augusto Arantes, Presidente do Conselho, que propôs o tombamento não apenas do edifício
e jardim contíguo, mas de toda a área do imóvel, consagrando, dessa forma, tanto o valor histórico e artístico
da obra, como o seu valor ambiental.
As medidas de proteção se ampliaram também no âmbito federal, por iniciativa de Eduardo Kneese de
Mello. E foi a condição de exemplar de transição que levou o IPHAN a propor o tombamento não apenas da Casa da Rua
Santa Cruz, mas também de dois outros exemplares emblemáticos da obra de Warchavchik, a Casa da Rua Bahia e a
Casa da Rua Itápolis. Atuando sem a premência do risco de demolição, o IPHAN pode contemplar uma amostragem mais
ampla e coerente do papel pioneiro de Warchavchik na introdução da Arquitetura Moderna no Brasil.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A Casa Modernista mereceu o reconhecimento das três esferas do poder público em relação à sua
preservação. Não obstante, dado o tempo transcorrido, não parece que os objetivos de sua preservação tenham sido
atingidos. E as causas são várias.
Durante o transcurso de todo o processo judicial, que se estendeu por mais de dez anos, nunca foi cobrada,
por exemplo, a responsabilidade de conservação do edifício e do jardim por parte do proprietário. Considerando-se que
o objeto da iniciativa de proteção do Estado era a preservação do bem por seu valor cultural, nada mais legítimo que
exigir do proprietário a sua conservação. Em caso de omissão, o Estado poderia atuar legitimamente na sua manutenção,
deduzindo posteriormente suas despesas, caso fosse condenado, dos custos da indenização. Não houve, no entanto,
nenhuma atenção do Poder Público estadual sobre este aspecto, o que revela considerável grau de deficiência do
executivo na defesa dos interesses da sociedade.
Mas, pior que isso, no curso deste processo, entre 1989 e 1994, o CONDEPHAAT e a Secretaria da Cultura
concordaram com a cessão em comodato do imóvel, de seu proprietário para a Associação Parque Modernista. Tal
cessão, não só desobrigou o proprietário de suas responsabilidades de conservação do edifício, como resultou em
considerável agravamento de suas condições.
Não se tratou apenas da dificuldade daquela associação em arcar com os altos custos dos impostos
municipais, mas principalmente da incapacidade de impedir que o imóvel fosse por quatro vezes invadido por vândalos, o
que destruiu boa parte de seus componentes originais.
Em 1994, o Estado de São Paulo foi condenado a indenizar o proprietário, tendo obtido como única
contrapartida, a transferência do imóvel para o patrimônio estadual. Desde então, transcorreram mais de 10 anos sem
que o poder público tenha assumido a responsabilidade que lhe cabe.
A falta de atenção em relação a este bem cultural é alarmante. Em 2002 foi alocada uma verba para
serviços de emergência, cuja execução seria levada a efeito sem que houvesse um projeto de restauração. Graças a
intervenção do Instituto de Arquitetos do Brasil e ao compromisso então assumido pelo Presidente do CONDEPHAAT,
José Roberto Melhem, o problema foi contornado, tendo sido iniciadas obras preliminares de conservação. Tais obras,
porém, limitaram-se aos serviços iniciais, e não tiveram continuidade.
Situação da Casa Modernista (Até 2006)
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Um jardim cultivado, como se sabe, só se preserva se for continuamente tratado. Para tanto, é preciso
conhecê-lo e, no presente caso a única informação disponível é um levantamento fito-botânico que registra as
espécies existentes em dado momento, sem ter sido feita uma avaliação qualitativa capaz de distinguir aquilo que
possa constituir o jardim projetado. A única documentação disponível é aquela que pode ser encontrada nos
registros fotográficos, registros estes ainda pouco estudados.
Finalmente, não há uso ou destinação previstos para o edifício. A condição fundamental para a
preservação de qualquer bem arquitetônico, indispensável para a realização de um projeto de restauração, nunca foi
tratada pela Secretaria da Cultura.
Em 1991, quando já se afigurava inevitável a transferência do imóvel para o Estado de São Paulo, o
IPHAN, preocupado com a necessidade de medidas urgentes para a recuperação do imóvel, sugeriu, com o apoio da
FIESP, a criação de um Centro de Apoio à Criação Industrial, proposta não acolhida.
Mais tarde, em 1998, a Associação de Ensino de Arquitetura e Urbanismo propôs a utilização do imóvel
para abrigar uma escola de arquitetura, a ser por ela implantada.
Mais recentemente, o IPHAN voltaria a propor à Secretária da Cultura, em troca de sua restauração
do bem cultural, a sua cessão para nele instalar a sede de sua Superintendência Regional. Tais iniciativas, porém,
não foram aceitas. O edifício continua sem proposta de utilização.
Da mesma forma, apesar da vultuosa indenização paga pelo Estado de São Paulo, não há previsão no
orçamento da Secretaria da Cultura para a restauração do bem, circunstância que tem ameaçado a integridade do
objeto que deu origem a toda a ação do poder público.
Eis, pois, o lamentável estado em que se encontra a Casa Modernista, transcorridos mais de 20 anos de
seu tombamento.
Até o ano de 2004 não houve pesquisas ou levantamentos capazes de
determinar aquilo que supostamente corresponde à sua concepção original. O jardim
continua sendo tratado como área verde indiferenciada, massa de vegetação a ser
preservada em seus aspectos gerais, sem a menor consideração sobre o valor
paisagístico da assim chamada primeira obra de paisagismo modernista do Brasil.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista do terraço frontal
Vista do terraço posterior
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista lateral dos fundos
Vista da varanda posterior
Banheiro
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista do terraço posterior
Vista lateral do terraço posterior
Lado a lado a estrutura da Casa de 1928 (à direita) e o
acréscimo de 1934 (à esquerda)
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista da frente, lateral direita
Vista da marquise
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Lateral esquerda da parte frontal
Telhadocolonial formando por telhas tipo canal apoiados
sobre estrutura de madeira escondido pela platibanda.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
A reforma e o projeto de restauração
A obra da rua Santa Cruza sofreu uma pequena reforma realizada pelo próprio arquiteto em
1934. poucos anos após a construção como veremos as paginas seguintes.
A degradação atingiu várias partes do edifício. De um lado, expôs alguns aspectos anteriores à
reforma sofrida em 1934 e, de outro, comprometeu vários elementos originais especialmente executados para o
edifício, tais como lambris, mobiliário integrado, caixilhos e ferragens.
Assim sendo, não se trata apenas de recuperar a casa, mas o que se apresenta como questão
fundamental é o que restaurar e como fazê-lo. É imprescindível, portanto, a elaboração de um projeto de
restauração, o qual, por sua vez, somente poderá chegar a bom resultado se for capaz de estabelecer
adequadamente, a cada um dos aspectos da restauração, o juízo de valor compatível com o significado desta obra na
história da Arquitetura Moderna no Brasil
Para levar a efeito a preservação deste edifício temos três alternativas:
-preservá-lo tal como se encontra;
-recuperar alguns de seus aspectos originais como a fachada emblemática preservando o restante de acordo com a
situação atual;
-fazê-lo retornar à sua configuração original.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
Primeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik
Planta Pavimento Térreo
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Parque Modernista
Gregori WarchavchikPrimeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik
Planta Pavimento Superior
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
Segundo Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik
Planta Pavimento Térreo
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Parque Modernista
Gregori WarchavchikSegundo Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik
Planta Pavimento Superior
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Pavimento Térreo
Primeiro Estudo de Reforma de Gregori WarchavchiK 1934Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927
A sala de estar foi ampliada avançando sobre a varanda, no pavimento superior, o quarto principal foi
ampliado sobre o terraço existente, foi acrescentado um novo banheiro e o telhado da varanda deu lugar a uma laje,
criando um terraço à volta dos quartos. Ainda foram alterados alguns elementos construtivos, como a substituição
dos caixilhos originais de ferro por madeira e introduzida uma marquise lateral que embora esteja de acordo com as
idéias do modernismo, mais particularmente de Le Corbusier, é um corpo estranho no conjunto.
O projeto original e a primeira reforma
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Pavimento Superior
Primeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik 1934Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927
A influencia do cubismo esta presente não só na fachada, mas na questão da continuidade do espaço, a
relação exterior-interior, grandes aberturas ligadas a ampla varanda. A oposição entre o grupo de volumes
prismáticos que conformam a planta da casa em si em contraponto com o vazio continuo da varanda estava de acordo
com o principio cubista de que um objeto não deve ser apreendido a partir de uma única vista, é preciso contorna-lo
para compreende-lo na sua totalidade.
Warchavchik entendia que a questão da estética era um primeiro passo e
mesmo nesse campo, abriu concessões para tradições locais como a varanda em L e a
cobertura em telha canal aparente, ainda que nos fundos da casa, além do exuberante
jardim tropical projetado por sua esposa Mina Warchavchik.
51
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
O projeto original e a segunda reforma
Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 Segundo Estudo de Reforma de Gregori WarchavchiK 1934
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Pavimento Térreo
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 Segunda Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik 1934
Pavimento Superior
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Situação atual da Casa Modernista
(Ano de 2007)
Entrada do Parque Modernista
Cartaz na entrada do Parque com as seguintes inscrições: “
Considerado o marco da arquitetura modernista brasileira,
residência do casal Mina Klabin e Gregori Warchawchik.”
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Lareira
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Entrada
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Gregori Warchavchik
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Escada
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Gregori Warchavchik
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Entrada Social
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Gregori Warchavchik
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Sala de Estar
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Gregori Warchavchik
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Entrada de serviço
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista externa da sala de
jantar
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
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Detalhe dos armários da
cozinha
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Gregori Warchavchik
1927
Hall de acesso aos
dormitórios
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Parte da casa ainda se encontra em péssimo estado de
conservação
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista da Marquise
Detalhe da pedra mineira utilizada nos caminhos do
jardim
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
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Vista de uma parte do jardim
Piscina
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Vista da rua que dá acesso à residência
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Leitura Urbana: Ontem X Hoje
Com base nas informações tratadas ao longo deste trabalho de pesquisa, pudemos observar e concluir que
a influência do Movimento Modernista, oriunda da Arquitetura de Le Corbusier, foi uma das bases para o
desenvolvimento da Arquitetura Moderna Brasileira. Foi o marco inicial de uma nova era arquitetônica.
A arquitetura, fazendo parte de um processo de renovação, é capaz de atuar como parte da história
humana. O movimento moderno faz parte da história do nosso país, é uma marco de mudança nas artes, na literatura e
na arquitetura. Por conseqüência, a Casa Modernista, que é nosso objeto de estudo, se situa nesta história sendo o
primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil.
Sabendo da grande importância que este edifício possui, fizemos uma pesquisa sobre tudo o que engloba
sua concepção, criação e construção.
O projeto desta residência, localizada na Vila Mariana, foi feita pelo arquiteto moderno Gregori
Warchawchik, em 1927. A planta inicial era bem simples. Em 1934 ele fez uma proposta de reforma para a casa onde
foram incorporados novos elementos. Essa segunda planta era muito mais complexa do que a primeira e essa proposta
foi executada.
O projeto da casa inclui, além da residência, uma grande área de lazer, com piscina e churrasqueira, além
da jardim, feito pela esposa de Warchawchik, Mina Klabin.
É importante ressaltarmos que, embora essa casa seja o primeiro exemplar da arquitetura moderna no
Brasil, ela só possuía um dos cinco pontos considerados essenciais neste estilo arquitetônico, isso porque na época de
sua construção, não existia técnicas, nem materiais apropriados para a execução de uma residência nos moldes
modernos, então foi preciso “maquiar” a realidade, criando uma ilusão arquitetônica. O telhado por exemplo, é
escondido por uma platibanda, dando a impressão que é plano quando na verdade não é.
A residência passou por uma grande reforma em 1934, proposta pelo próprio arquiteto, Ainda hoje ela se
encontra nos mesmos moldes.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Durante anos, a residência ficou abandonada, chegou a um estado lastimável e foi até invadida por vândalos.
Há três anos atrás fizemos uma visita ao local e ele encontrava-se em péssimo estado. Ao elaboramos uma nova visita
neste ano de 2007, nos deparamos com um local em um estado de conservação muito superior. Descobrimos que a
prefeitura liberou uma verba para que pudesse ser feito uma recuperação da residência, mas apenas da residência. O
jardim ainda permanece nas mesmas condições. Porém, é importante ressaltarmos, que esta recuperação está sendo
feita sem modificar nada no projeto existente.
Embora a casa esteja em processo de recuperação e encontra-se em estado de conservação muito melhor
do que há anos atrás, ainda há muito para fazer de forma a reproduzir seu estado original. É preciso recuperar á área
externa da residência e esse é um dos pontos mais difíceis deste processo de restauro, visto que existe pouca
informação a respeito do projeto do jardim feito por Mina.
Recuperar um patrimônio histórico, que é considerado um bem importante para a humanidade, é, antes de
mais nada, possibilitar um reconhecimento do passado. É preciso resgatar as velhas técnicas e incorporar outras novas
para que cheguemos a um resultado próximo à realidade. Recuperando os exemplares de movimentos arquitetônicos
extintos, estamos mantendo viva a história do nosso povo, do nosso país.
O objetivo principal desta pesquisa é, justamente, encontrar a melhor proposta para a recuperação total da
residência. Desta forma pretendemos ser o mais fiel possível a idéia de Warchwchik para que gerações futuras possam
ter a oportunidade de reconhecer o passado como parte essencial do futuro.
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Bibliografia
Livros Consultados:
 
Quando o Brasil era moderno: guia de Arquitetura 1928-1960. Lauro Cavalcanti (org.). Rio de Janeiro: Aeroplano,
2001. P. 110.
ARGAN, G. Carlo. Arte Moderna. Companhia das Letras. São Paulo, 1992.
BRUAN, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. Editora Perspectiva. São Paulo,1997.
CLARK, R; PAUSE, M. Arquitectura: temas de composicion. 1989.
SEGRES, Roberto. Arquitetura da América Latina: o fim do milênio. São Paulo: Studio Nobel, 1991.
 
Sites Consultados
 
BANCO DE DADOS FACEPE – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco.
Arquivo do Projeto Brasil 500 Anos de Arquitetura
Vita mia, arquitetura, paisagem e urbanismo. Website Ecco - a Comunidade Italiana on line.  
www.sobreasondas.com /história_Gregori Warchavchik.htm
www.vitruvius.com.br/arquitextos/
www.galinsk.com/ Villa Savoye Poissy by Le Corbusier.htm
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spvm
http://www.arcoweb.com.br/memoria/memoria14.asp
 
 
Fotos:  
 
Fonte: Própria e Sites consultados
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Gregori Warchavchik
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Relatório de Atividades
 
1o
Carolina Biassi No
 
- Pesquisa da situação da Casa no processo de restauração.
- A situação do Edifício Atualmente e na Época da Primeira visita
- Visita ao Local, Leitura do Entorno e Viário, e Registro Fotográfico.
- A reforma e o projeto de restauração.
 
2o
Erika Garcia De Diviitis Silva No 07
 
- Captação da foto área no Google Earth
- Pesquisa sobre o Processo de Tombamento
- Pesquisa da situação da Casa no processo de restauração.
 
3o
Everton No 08
 
-Visita ao Laboratório / Biblioteca FAU-USP para recolhimento de copias xerográficas dos estudas das
propostas dos projetos de reforma 1o
e 2o
Versão.
 
 
 
71
4o
Fernanda Matos Pinho No 09
 
-Elaboração da Introdução juntamente com Luciana
-Identificação da residência nas fotos aéreas
-Levantamento do conceito Modernismo
-Análise do Partido Arquitetônico adotado
-Organização dos dados referentes ao projeto original
-Elaboração do item Casa Modernista: Patrimônio Histórico
-Elaboração da conclusão final: Casa Modernista: Ontem X Hoje (análise do trabalho completo)
-Identificação das fotos atuais na planta original de reforma
-Organização de todos os itens em seqüência na elaboração final do trabalho juntamente com Luciana
-Numeração de páginas e organização do índice
-Impressão final
5o
Flávia Basiloni No 10
 -A situação do Edifício Atualmente e na Época da Primeira visita
-Visita ao Local, Leitura do Entorno e Viário, e Registro Fotográfico.
-A reforma e o projeto de restauração.
-Visita ao Laboratório / Biblioteca FAU- USP para recolhimento de copias xerográficas dos estudas das
propostas dos projeto de reforma 1o
e 2o
Versão.
 
 
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Gregori Warchavchik
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6o
Luciana Alessandra da Paixão No 21
 
-Elaboração da Introdução
-Ficha Técnica
- Levantamento e Pesquisa dos Antecedentes a construção da primeira casa modernista em São Paulo
-Levantamento e Pesquisa dos Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro de Vila Mariana – SP.
-Levantamento de Mapas de Uso e Ocupação do Solo e Sistema Viário da área estudada.
- Levantamento do Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes da Vila Mariana
-Levantamento da Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana de Vila Mariana
-Análise e diferenciação dos Projetos Original e Proposta de Reforma
-Das Técnicas Construtivas e Materiais da época.
-Dos aspectos Plásticos.
-Reprodução de Plantas em cópias Heliográficas para papel Manteiga.
-Montagem da Estrutura do Trabalho em Tópicos em seqüência lógica.
 
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
73
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Universidade Bandeirante de São Paulo
Campus Osasco 4o ano 2007
Disciplina: Técnicas de Preservação do
Patrimônio Histórico
Professora: Sueli de Bem
Alunos:
Carolina Biassi No
Erika Garcia De Diviitis Silva No 07
Everton No 08
Fernanda Matos Pinho No 09
Flávia Basiloni No 10
Luciana Alessandra da Paixão No 21
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Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Etapas do restauro
1. Etapa
Limpeza da área externa
Colocação de placas de identificação
Identificação e proteção da vegetação existente
Recuperação e adequação da pista de caminhada
Proteção das edificações para sua preservação, como medida de segurança
Divulgação das oficinas, abertura de inscrições para oficinas de marcenaria, serralheria artística, jardinagem e
paisagismo e “pensando a recuperação do patrimônio público”
Implantação, monitoramento e avaliação das oficinas
Abertura do jardim ao público
2. Etapa
Licitação da obra e recuperação da edificação
Planejamento da oficina de restauro de brinquedos antigos
Continuidade das oficinas de marcenaria, serralheria artística, jardinagem e paisagismo e “pensando a recuperação do
patrimônio público”
2. Etapa
-Plano de captação de recursos para recuperação da edificação principal
-Definições das formas de utilização da casa em conjunto com a comunidade: museu, biblioteca, exposições etc.
-Implantação da oficina de restauro de brinquedos antigos
Parque Modernista
Gregori Warchavchik
1927
Acima algumas fotos do período de restauração da casa, onde compreenderam dentre outros serviços:
Reforma completa do telhado e da platibanda
Revestimento externo: argamassa com pintura, revestimento cerâmico
Revestimento interno: azulejos, forros, argamassa 
Pisos: cerâmicos, tacos de madeira, assoalhos de madeira do piso superior
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Projeto de Restauração da Casa Modernista-SP

  • 1. Parque ModernistaParque Modernista Gregori Warchavchik 1927-1928 “A primeira tentativa de criar um novo conceito de se projetar uma arquitetura adaptada a região, clima e ao mesmo tempo às antigas tradições”
  • 2. ÍndiceÍndice Introdução 04 Ficha Técnica 05 Localização 06 Foto Aérea / O entorno 07 Foto Aérea Aproximada 08 Antecedentes a construção da primeira casa modernista em São Paulo 09 O Modernismo 16 Mapa Vila Mariana 17 Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro 18 Mapa uso e ocupação do solo da Vila Mariana 20 Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes 21 Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana Vila Mariana 22 Mapa Sistema Viário 24 O Partido Arquitetônico adotado 25 Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927
  • 3. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 O Projeto Original 26 Casa Modernista na ocasião da inauguração 29 Aspectos Plásticos 32 O jardim 33 A obra e o entorno 34 Casa Modernista: Patrimônio Histórico 35 O Processo de Tombamento 37 Situação da Casa Modernista (Até 2006) 38 A reforma e o projeto de restauração 45 O projeto original e a primeira reforma 50 O projeto original e a segunda reforma 52 Situação atual da Casa Modernista (Ano de 2007) 54 Conclusão : Leitura Urbana: Ontem X Hoje 68 Bibliografia 70
  • 4. 4 Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Introdução Este trabalho tem como objetivo analisar o estado de preservação e conservação de uma das primeiras obras de expressão arquitetônica moderna do Brasil, a Casa Modernista de Gregori Warchavchik, que pode ser considerado um dos primeiros arquitetos a utilizar este estilo em suas obras. Ao logo das próximas páginas conheceremos a história da criação da Casa Modernista desde dados técnicos à curiosidades. Veremos também uma análise técnica do seu estado original, dos projetos de reforma, da situação em que se encontra atualmente e a perspectiva de uma recuperação, já que ela é considerada um marco para a arquitetura brasileira e também um patrimônio histórico de grande valor . 4
  • 5. Ficha Técnica Nome da obra: Casa Modernista (Atualmente Intitulada: Parque Modernista) Local: Rua Santa Cruz 325, Vila Mariana, São Paulo, SP Arquiteto: Gregori Warchavchik Ano Construção: 1927-1928 Estrutura Principal: Auto Portantes de Tijolos de Barro. Área Terreno: m² Área Construção: m² Área Jardim : 13.000 m² Gabarito: 6,00 m Tomb. Condephat : 1984 Tomb. IPHAN : 1986 Secretaria do Estado: Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 5
  • 6. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927Localização Rua Santa Cruz 325, Vila Mariana, São Paulo, SP 6
  • 9. Antecedentes a construção da primeira casa modernista em São Paulo Os primeiros 30 anos do século XX no Brasil Nas primeiras três décadas deste século, o Brasil foi marcado pela hegemonia da política do café com leite. São Paulo, o estado mais rico; Minas Gerais o estado mais populoso. O capitalismo industrial vinha sendo desenvolvido em São Paulo pela consolidação da política republicana junto com os cafeicultores. A "Belle Époque" trazia à elite brasileira e especialmente à elite paulistana o consumismo e a imitação do modo de vida e padrões europeus. A princípio a França ditava a moda que vinha de Paris para as terras tropicais. Crescia a imigração e a indústria também crescia junto. Aliás, as estrelas deste tempo eram a indústria, a eletricidade, o cimento e o automóvel. São Paulo era uma mistura de arranha-céus recém nascidos e casarões tradicionais; caipiras vindos do interior paulista e de outros estados contrastavam com os imigrantes; nas ruas passavam os burgueses industriais, cafeicultores e comerciantes se misturando, dividindo o espaço das ruas movimentadas com os proletários ou mendigos. Entre 1900 e 1920 a população de São Paulo dobrou. Isso já era o prenúncio do que esta cidade seria uma grande metrópole. O lucro advindo do café era aplicado em melhorias como energia elétrica, importações de máquinas, remodelação de ruas e avenidas, construções novas, etc... Na década de 20 a recente grande metrópole já ganhava seus contrastes, elementos representantes da miséria e herdeiros das diferenças sócio-econômicas que já eram bem presentes. A cidade já contava com mendigos, ladrões e o número assustador prostitutas. Se formavam nesta época os primeiros bairros operários que contrastavam com a calmaria e com a serenidade dos bairros burgueses. Da década de 20 em diante o cinema ditava a moda que vinha especialmente das produções hollywodianas. Isso fatalmente gerava o consumismo e a vontade de imitar a vida norte-americana. Os ricos freqüentavam o cinema, iam ao Mappin Stores, situado na Praça Ramos de Azevedo, comprar as novidades vindas de Paris ou dos EUA, passeavam no Automóvel Clube, no Palácio dos Campos Elíseos e iam ao teatro. Em 1917 houve a primeira exposição industrial em São Paulo, que aconteceu no Palácio das Indústrias. O cimento, a cerveja e os elevadores se destacavam industrial e comercialmente. O elevador era uma novidade tão apreciada que as pessoas faziam filas nos finais de semana só para dar uma "subidinha" nos elevadores dos edifícios da época. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 9
  • 10. "Einstein recebe o Prêmio Nobel de física"; "Lançamento do primeiro número da revista Klaxon", e muito mais. Neste momento histórico os jornais anunciavam também a Semana de Arte Moderna de 1922. Os participantes desta semana eram intelectuais burgueses insatisfeitos com as regras e estilos parnasianos e antigos na arte e na literatura. Eles foram buscar na Europa algo novo para revolucionar as artes no Brasil. Foram financiados pelos ricos cafeicultores, e em suas obras expressavam um estilo novo e em alguns deles estava presente um elogio à metrópole que surgia naquele momento. Notamos isto ao ler "Paulicéia Desvairada" de um dos grandes representantes do modernismo Mário de Andrade. Outro grande escritor que deve ser mencionado é o jornalista Alcântara Machado, que a partir de histórias do cotidiano escreveu uma grande obra que retrata a vida dos imigrantes nos bairro operários "Brás, Bexiga e Barra Funda". A Semana de 22 queria igualar a produção intelectual à riqueza e modernidade. Semana de Arte Moderna de 1922 e o movimento modernista A industrialização e o poder político nacionais, concentrados no eixo Rio-São Paulo, propiciaram a modernização da arquitetura brasileira entre os anos de 1950-70, consolidando as escolas carioca e paulista. Desde a década de 30, quando tem origem a Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, a escola carioca se torna o movimento que irradia as idéias modernistas. O arquiteto Lucio Costa é o teórico do movimento, que tem nas figuras de Oscar Niemeyer, Jorge Machado Moreira, Milton e Marcelo Roberto e Affonso Eduardo Reydi seus maiores representantes. A irradiação do grupo em todo o País decorre da formação universitária de muitos profissionais, cariocas ou não, que se graduam no Rio de Janeiro e migram para diversos estados. Entre inúmeros outros arquitetos e artistas, seguindo a tradição do movimento, Roberto Burle-Marx, Luiz Nunes, Hélio Duarte e, mais recentemente, Acácio Gil Borsoi, Francisco de Assis Reis, João Filgueiras Lima e Severiano Mário Porto empregam os modelos e padrões modernistas em Pernambuco, na Bahia e no Amazonas, adaptando-os simultaneamente às necessidades tropicais. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Para registrar tantas mudanças e os grandes acontecimentos da época, a imprensa se torna importante e um ótimo investimento para seus donos. O jornal se torna um essencial narrador dos acontecimentos locais e mundiais. Pegando como exemplo os jornais de 1922 encontramos as manchetes que davam conta da "descoberta do túmulo de Tutân Camon"; 10
  • 11. A tecnologia avançada do concreto armado e os materiais da região, as normas urbanas inglesas e americanas, além das novas formas de habitação multi e unifamiliares dos espaços e equipamentos para o trabalho, o lazer e o ensino, agregaram-se às lajes de perímetro curvo, terraços, varandas e marquises, aos brises-soleil e cobogós (elemento vazado), para traduzir os elementos básicos e característicos da escola carioca. As condições e as principais origens da modernidade na configuração do espaço físico-político brasileiro foram determinadas pela importância do papel da ocupação holandesa na formação das cidades do Recife e de São Luís, no século XVIII, e pela consolidação, no século XIX, das propostas da Missão Francesa, na cidade do Rio de Janeiro, com as "sagas" de Grandjean de Montigny e de Pereira Passos, nos primórdios do século XX. A produção arquitetônica brasileira desenvolveu-se sob um processo cultural complexo, e os arquitetos, imigrantes e brasileiros, sempre contribuíram para a ruptura das formas e estilos consagrados. A arquitetura foi expressão de progresso e instrumento para a modernização durante os períodos Colonial, Imperial e Republicano. Contou com o apoio dos governantes - a partir de 1808, com o rei de Portugal, D. João VI, prosseguindo com os imperadores D. Pedro I e D. Pedro II e, mais tarde, desde o ditador Getúlio Vargas até o presidente Juscelino Kubitschek. Mereceu também o apoio de intelectuais e artistas que atuaram na Semana de Arte Moderna, em 1922, no Salão de 31, no Cinema Novo, em 1960, e na resistência à ditadura militar, nas décadas de 70 e 80. A criação da Academia Imperial de Belas Artes e o estabelecimento do ensino regular de arquitetura propiciaram, em meados do século XIX, a renovação do barroco - transformado em signo rococó da fase colonial de raiz lusa - e a implantação do formalismo oficial, com o neoclassicismo. Em 1904, a inauguração da avenida Central, atual Rio Branco, no Rio de Janeiro, institui a técnica da produção industrializada por meio do ecletismo. As fachadas adornadas de elementos pré-fabricados traduzem o imaginário feérico dos imigrantes e resultam em híbridos e polifônicos estilos típicos da fase republicana inicial. Os edifícios ecléticos exprimem a internacionalização da economia e do comércio no Brasil. A arquitetura do século XX é inaugurada em São Paulo, em 1902, com a Vila Penteado, de Carlos Eckman, e com a construção da Estação da Estrada de Ferro Sorocabana, em Mairinque, projetada em 1907 por Victor Dubugras. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A migração desses profissionais estimulou nas capitais e regiões do Brasil a criação de instituições, cursos e escritórios de arquitetura e urbanismo, que transferiram experiências e processos, técnicas de construção e de controle ambiental. 11
  • 12. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Simultaneamente, o estilo neocolonial, introduzido pelo arquiteto português Ricardo Severo, expressava as "constantes de sensibilidade" luso-ibéricas. Nesse nativismo predominavam as formas do mission style californiano e do marajoara, enquadrado na condição de vertente do art déco. O período de transição, prolongado até a Segunda Guerra Mundial, destaca a féerie de cenários e estilos improvisados, mas algumas experiências de transformações estilísticas excepcionais foram construídas no Rio de Janeiro, por empreiteiros italianos, ingleses e alemães, a partir das concepções dos arquitetos Virzi, Morales de Los Rios, Heitor de Melo, Archimedes Memória, Francisque Couchet e Gastão Bahiana. A hegemonia cultural e política do eixo Rio-São Paulo provocou, nessas cidades, empreendimentos progressistas de renovação da fisionomia urbana e regional, que se expandiram para as demais regiões. A contínua modernidade urbanística e, conseqüentemente, arquitetônica, revela-se na transferência das capitais do Piauí (para Teresina, em 1852) e de Sergipe (para Aracaju, em 1855); na criação das cidades de Belo Horizonte (1894) e Goiânia (1933) e nos planos pilotos de João Pessoa (1932) e Salvador (1945). Em 1926, o urbanismo "renovador" reprisa a Paris iluminista de Haussman no projeto do francês Alfred Agache para a remodelação e embelezamento da cidade do Rio de Janeiro. Convidado pelo governo, o urbanista estabelece na América portuguesa o padrão clássico das capitais modernas européias. Neste período, alguns arquitetos de renome, ao atenderem às necessidades de expansão e importação/exportação de uma "arquitetura de renovação", colocaram o País entre os primeiros no ranking internacional da indústria da construção civil. As transformações da arquitetura brasileira foram determinadas pelo arquiteto russo Gregori Warchavchik - graduado em Milão e contratado pelo grupo Simonsen para trabalhar na cidade de São Paulo, no final da década de 20. O marco inicial destas transformações foi o projeto e a construção da Casa Modernista, seguido pela publicação do texto-manifesto Futurismo, a condição de representante do Congresso Internacional de Arquitetura Moderna (CIAM) e as classes de arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, ministradas sob a direção do arquiteto Lucio Costa, com o qual estabeleceu escritório no Rio de Janeiro, entre os anos 30 e 32. O modern style que Eckman e Dubugras ostentaram nessas e em outras obras apresentou-se sob dupla faceta: o art nouveau e o art déco. Essas tendências do fragmentário e descontínuo "estilo moderno" inicial, ou protomodernismo, multiplicaram as contradições ao contrapor a técnica artesanal à racionalidade industrial da produção em série. 12
  • 13. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 "O grupo do prédio do Ministério", composto por Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcelos, Jorge Moreira, Lucio Costa e Oscar Niemeyer, consolida o "período heróico" e propicia o estabelecimento da liderança carioca de Costa e Niemeyer, que realizam, em dupla e individualmente, um roteiro entremeado de obras-primas. A atuação de Lucio Costa no Serviço do Patrimônio, de 1937 a 1960, é simultânea à sua condição de mentor do prestígio internacional da arquitetura brasileira. Essa etapa se caracteriza no Rio de Janeiro pelo atendimento às encomendas do setor privado por Marcelo e Milton Roberto e Henrique Mindlin, enquanto as do setor público dividem os trabalhos de Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy e Carmen Portinho, aos quais se sucedem Francisco Bolonha e Sérgio Bernardes. Em São Paulo, Flávio de Carvalho e outros herdeiros da tradição moderna, como Vital Brasil, Rino Levi, Oswaldo Bratke e Vilanova Artigas, realizam obras significativas, entre elas o conjunto da alameda Lorena, o Edifício Esther, a Residência do Arquiteto, o Hospital do Câncer e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. No Recife, destacam-se Luís Nunes e Burle Marx, na década de 30, e Delfim Amorim, em 1940-50. Outras capitais, como Salvador por exemplo, tiveram em Diógenes Rebouças e José Bina Fonyat, legítimos seguidores da matriz formalista de base corbusiana. À maneira de Warchavchik, a arquiteta italiana Lina Bo Bardi, de formação milanesa, demarca outra tendência na transição de estilos, desde sua chegada ao Brasil em 1947. Entre 1950-80, na Bahia e em São Paulo, Bo Bardi explorou a multiplicidade de soluções estéticas da arquitetura brasileira utilizando as fontes vernáculas e racionalistas como referências para seus projetos de espaços culturais e de lazer. O Museu de Arte Moderna de São Paulo, o Solar do Unhão, em Salvador, e o Sesc-Pompéia, em São Paulo, demonstram a evolução da complexidade e singularidade da arquitetura brasileira. A visita do arquiteto Le Corbusier, em 1929, fortalece os arquitetos vanguardistas que atuavam em São Paulo e no Rio de Janeiro, difundindo as idéias dos precursores modernistas Walter Gropius, Mies Van der Rohe e Frank Lloyd Wrigth. Porém, apenas em 1936 a proposta de Le Corbusier, convidado para resolver o impasse criado no concurso para a sede do Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, define a aceitação "oficial" do modernismo, com a renovação da técnica e expressão arquitetônicas brasileiras. 13
  • 14. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A diversidade das propostas formais desperta, no Rio de Janeiro, principalmente nas realizações dos arquitetos Paulo Casé e Luiz Paulo Conde, várias revisões e releituras do repertório formal das fases protomodernista e racionalista. O que acabou gerando, a partir dos anos 70, as discussões teóricas que reafirmam a perda da unidade do pensamento arquitetônico, típica da geração dos 50. A construção de Brasília configura a superação das limitações culturais e históricas e, no campo da arquitetura, privilegia a quebra da pretensa unidade estética. As reafirmações das identidades locais determinam o início da fase pós-Brasília, quando se evidenciam as características regionais e as diferenças de materiais e técnicas construtivas. Além disso, a constatação do conflito provocado com o adensamento dos bairros centrais das cidades estabeleceu a prioridade para a alteração das escalas dos projetos de planejamento e desenho urbano. Paralelamente, a despreocupação com os modelos modernistas e o cuidado com o habitat ampliaram o campo de trabalho dos arquitetos e possibilitaram o desenvolvimento das tendências arquitetônicas pós-modernistas, tecnológicas e vernaculares. O uso do concreto armado concorre com as estruturas metálicas; o tijolo aparente e as cerâmicas imprimem as cores tropicais na arquitetura. Em 1969, Lucio Costa projeta o plano piloto para a Baixada de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, onde busca atualizar as diretrizes do urbanismo racionalista. Ao mesmo tempo, em várias cidades brasileiras, desde o sul pratense até o norte amazônico, incluindo Minas Gerais e Brasília, desenvolvem-se arquiteturas de tendências variadas, com a reafirmação do international style e as variações pós-modernas. Nesse período revelam-se tanto os continuadores da tradição heróica, como Joaquim Guedes, Paulo Mendes da Rocha, Ruy Ohtake, Filgueiras Lima, Paulo Casé e Acácio Gil Borsoi, quanto a dos revisores do movimento modernista, como Luiz Paulo Conde, Severiano Mário Porto, Francisco de Assis Reis e Jaime Lerner e, finalmente, Sérgio Magalhães, Carlos Bratke, Hector Viglecca e João Castro Filho, além de Éolo Maia e seus parceiros, que configuram a novíssima geração mineira, caracterizada por constante exercício de revisão crítica a partir da absorção de valores universalistas e regionais. Com a construção de Brasília, capital do País desde 1960, surge uma nova etapa da arquitetura brasileira. À quebra da unidade estética inaugurada com a nova cidade, segue-se a afirmação de identidades locais determinando o início da fase chamada pós-Brasília. É neste período que as características regionais e as diferenças de materiais e técnicas de construção ficam mais evidentes. 14
  • 15. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A arquitetura e o desenho urbano transformam-se em motores do desenvolvimento da cidade do Rio de Janeiro, atraindo investimentos turísticos que espraiam por todo o litoral brasileiro os programas de recreação e lazer. As transformações em códigos locais das forças homogeneizadoras, dos princípios de Le Corbusier e do funcionalismo arquitetônico, revelados na Carta de Atenas, ocorrem de maneira diversa na conhecida escola paulista de arquitetura. Até meados de 1940, na fase inicial ou heróica do movimento modernista, a formação e o ideário estético dos arquitetos paulistas se realizam de maneira idêntica à dos cariocas. Os contatos e intercâmbios de idéias e trabalhos proporcionam a Lucio Costa, Gregori Warchavchik e Flávio de Carvalho o desenvolvimento de parcerias e eventos que têm na Escola de Belas Artes seu pólo aglutinador. A avenida São João, na área central da capital paulista, é o símbolo e a vitrine das semelhanças entre as arquiteturas do Rio e de São Paulo. A década de 60 - quando a capital federal do País se desloca para Brasília, os militares instalam a ditadura militar e planeja-se a fase de expansão conhecida como "milagre econômico" - caracteriza a fase áurea da arquitetura paulista, com a predominância das grandes estruturas de concreto aparente, sua principal marca. Oswaldo Bratke, Roberto Cerqueira César e Rino Levi, lado a lado com arquitetos estrangeiros, entre os quais se destaca a italiana Lina Bo Bardi, atendem à imensa demanda para a construção de apartamentos, edifícios de escritórios, cinemas e residências da classe média e da elite paulista, formada por brasileiros de outros quadrantes, além de europeus e asiáticos. João Vilanova Artigas, que trabalhou com Warchavchik, em 1939, e complementou os estudos nos Estados Unidos, é considerado o definidor da escola paulista de arquitetura. As preocupações de Vilanova Artigas com as questões sociais refletem-se nas propostas teóricas e na produção prática. Após a febre do concreto aparente, da completa ausência de revestimentos e do uso excessivo de grandes vãos em estruturas metálicas nas décadas de 60 e 70, expressos admiravelmente na avenida Paulista e nos clubes e escolas do interior, os arquitetos deram seqüência à plástica pós-modernista, estabelecendo o diálogo das vedações revestidas em cerâmicas de cores vivas com os vazios, projetando edifícios comerciais e residências multifamiliares que ocupam novos bairros e alteram as perspectivas das avenidas marginais. Na década de 80 começa a reflexão sobre a questão urbana e reforça-se a crise dos dogmas e dos padrões progressistas; dessa forma, a mescla de atividades orienta a ocupação dos espaços e os aspectos estéticos das edificações. 15
  • 16. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927O Modernismo Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam. Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitetura, design, pintura, escultura e a música modernas. O movimento moderno baseou-se na idéia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassados, e que fazia-se fundamental deixá-los de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de re-examinar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e imanentes, e que as pessoas deveriam se adaptar as suas visões-de- mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo. A palavra moderno também é utilizada em contraponto ao que é ultrapassado. Neste sentido ela é sinônimo de contemporâneo, embora do ponto de vista histórico-cultural, moderno e contemporâneo abrangem contextos bastante diversos. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernismo 16
  • 17. VILA Amarelo: Zona Exclusivamente Residencial Roxo: Zona Predominantemente Industrial Cinza: Zona Mista Casa Modernista 17
  • 18. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro Área 8,60 km² População 120.064 hab. (2004) Densidade 13.960,93 hab./km² Renda média R$ 3.541,62 Subprefeitura: Vila Mariana Região / Zona Centro Sul/ Sul    A Vila Mariana pode ser considerada uma das regiões mais desenvolvidas da capital paulista, e isso comprova-se nos números. A renda média da região gira em torno de R$ 3,6 mil mensais, quase o triplo da média municipal de cerca de R$ 1,3 mil. Na educação os dados tornam-se ainda mais explícitos. O Ensino Fundamental foi completado por quase 80% dos moradores, e 71,34% dos moradores da região completaram o Ensino Médio, contra as médias municipais de 49,9% e 33,68%, respectivamente. Os anos de estudo por pessoa chegam a 12,30 (a média da cidade é de 7,67 anos). Por fim, o analfabetismo é reduzido a apenas 1,10% dos mais de 120 mil moradores, enquanto na cidade, 4,88% da população é considerada analfabeta. No distrito encontram-se também a Escola Superior de Propaganda e Marketing (mais conhecida como ESPM) e a Escola de Belas Artes, as maiores referências em ensino superior na região, que também conta com universidades não-específicas (UNIP, FMU, entre outras). Em relação à área da saúde, existe o Hospital do Servidor Público Estadual, um megacomplexo hospitalar que responde por quase 40% dos atendimentos dos servidores públicos estaduais. Há também instituições para o tratamento de jovens e idosos, fator que contribui para a alta qualidade de vida do distrito. Na área de cardologia há o hospital Dante Pazzanese. A região também sedia a Casa Hope, uma ONG dedicada a crianças com câncer. A economia da região é muito forte, não apenas pelo elevado nível de vida de seus moradores, mas também por abrigar o trecho inicial da Avenida Paulista, logradouro mais importante da cidade e centro financeiro do estado e do país. A região da avenida até aos arredores da Estação Brigadeiro do metrô pertence ao bairro do Paraíso.     http://pt.wikipedia.org/wiki/Vila_Mariana 18
  • 19. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Pontos turísticos e bens tombados no Bairro além do Parque Modernista: Casa das Rosas : A Casa das Rosas foi o último projeto de Ramos de Azevedo, realizado em 1928. Construída em 1935 para sua filha, a casa foi concebida nos padrões do classicismo francês. Dividida em quatro pavimentos, tem 2.845 m2 de área construída num terreno de 5.500 m2. Nos amplos jardins, também desenhados ao gosto francês, as roseiras consagraram a Casa das Rosas. Tombada pelo Condephaat em 1986, ela é atualmente uma Galeria de Arte vinculada à Secretaria de Estado da Cultura. Cinemateca Brasileira : A Cinemateca Brasileira é a instituição responsável pela preservação da produção audiovisual brasileira. Desenvolve atividades em torno da difusão e da restauração de seu acervo, um dos maiores da América Latina. São cerca de 200 mil rolos de filmes, entre longas, curtas e cinejornais. Possui também um amplo acervo de documentos formado por livros, revistas, roteiros originais, fotografias e cartazes. A Cinemateca Brasileira possui o maior acervo de imagens em movimento da América Latina. Ele é formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos. São obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895. A Subprefeitura de Vila Mariana tem 26,5 km² distribuídos entre seus três distritos: Moema, Saúde e Vila Mariana. Os bairros do distrito de Moema compreendem 9 km², enquanto o distrito de Saúde tem 8,9 km² e Vila Mariana, 8,6 km². Região nobre da cidade, composta também pelos bairros de Moema e Saúde, a Vila Mariana possui uma alta renda média, em torno de R$ 3,6 mil mensais, bem acima do índice do município, que é cerca de R$ 1,3 mil. 19
  • 22. Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana Vila Mariana 22
  • 23. Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana Vila Mariana 23
  • 25. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 O Partido Arquitetônico adotado A solução encontrada pelo arquiteto para promover a construção de uma edificação aos moldes modernos, pode ser observada na escolha de uma planta de formato regular, dividida em 2 pavimentos dividindo a ala íntima da ala social. A área social composta do terraço que circunda as salas de estar e jantar externamente, dá idéia de comunhão entre esses ambientes, dando amplitude, não ficando o acesso a residência limitado somente por uma única entrada social o que faz a área externa da residência se tornar independente de seu interior dando acesso a piscina localizada ao lado esquerdo da casa. As áreas de serviço como lavanderia e cozinha foram colocadas de forma isolada da área social central porém está possui comunicação independente ao exterior da residência. As áreas mais íntimas da residência encontram-se na parte superior da edificação, com a distribuição de dormitórios ligados por um hall central que dá acesso a escada. Com destaque para os dormitórios, que possuem um pequeno terraço para usufruto dos moradores da residência. A composição simétrica da planta da residência de Warchavchik não difere muito de uma casa 'tradicional'. É, no fundo uma casa convencional despida de seus ornamentos. A casa é bastante tímida do ponto de vista estrutural, espacial e estético. 25
  • 26. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 O Projeto Original A casa é considerada simples na sua composição nos padrões atuais, a distribuição interna não traz muitas novidades, porém para a época em que foi construída, foi dotada de características muitos inovadoras. Programa: Pavimento Térreo Encontra-se nesse pavimento organizados sob forma muito coerente os seguintes ambientes: 1 copa / cozinha 1 sala de jantar 1 pequena despensa 1 sala de estar 1 escritório e um amplo terraço que envolve boa parte da fachada lateral direita da edificação. 26
  • 27. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927Pavimento superior Situado no pavimento superior a fim de preservar a intimidade dos moradores da residência encontram-se 4 dormitórios 1 banheiro 1 amplo hall de circulação interna 3 terraços que atendem aos dormitórios 27
  • 29. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Constitui-se basicamente de um volume prismático, desprovido de elementos decorativos. A composição da fachada ainda guarda vínculos com os procedimentos de composição tradicionais, de desenho absolutamente simétrico com a porta principal no eixo central do conjunto. A forma geométrica esconde, por traz de sua aparente pureza, uma cobertura tradicional de telhas cerâmicas, que termina numa prosaica varanda na face lateral e posterior. As janelas de canto assim como as demais foram executadas em ferro, em nome da simetria, o arquiteto colocou uma janela de canto na varanda para esta compor com a da sala, localizada diametralmente oposta assim como as da cozinha. Casa Modernista na ocasião da inauguração. As técnicas Construtivas 29
  • 30. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A cobertura não se trata de um terraço como faz parecer a fachada, mas um telhado colonial formando por telhas tipo canal apoiados sobre estrutura de madeira escondido pela platibanda. Na época não havia recursos materiais e humanos para aplicação do terraço-jardim, da planta e da fachada livres e do edifício sobre pilotis. Essas contradições deram uma aparência enganosa ao edifício, mas não diminui sua importância na afirmação de uma estética cubista pela primeira vez implantada no Brasil. A questão da Iluminação Natural muitas aberturas generosas promovendo a relação interior-exterior é bem evidente nas imagens 30
  • 31. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A residência ainda é composta de um mobiliário integrado como ilustram as Fotos do livro de Geraldo Ferraz, Warchavchik e a introdução da nova arquitetura no Brasil: 1925-1940 Circulação e ambientes livres inseridas na questão da continuidade dos espaços através de simetria e equilíbrio 31
  • 32. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Aspectos Plásticos A ausência de elementos decorativos era uma provocação. Assim como Adolf Loos, na casa Steiner (1910) em Viena, havia um despojamento agressivo contrario aos floreios acadêmicos. O próprio Warchavchik defendeu suas idéias não querendo copiar o que na Europa está se fazendo, inspirado pelo encanto das paisagens brasileiras, "tentei criar um caráter de arquitetura que se adaptasse a esta região, ao clima e também às antigas tradições desta terra". Ao lado de linhas retas, nítidas, verticais e horizontais, que constituem, em forma de cubos e planos, o principal elemento da arquitetura moderna, fez muito uso das tão decorativas e características telhas coloniais conseguindo assim idear uma casa muito brasileira, pela sua perfeita adaptação ao ambiente. O jardim, de caráter tropical, em redor da casa, contém toda a riqueza das plantas típicas brasileiras” 32
  • 33. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927O jardim Os jardins realizados por sua esposa, Mina Warchavchik, são considerados pioneiros no uso de plantas tropicais como cactos e mandacarus. Foi elaborado no mesmo contexto que o delineado para a arquitetura de seu marido, obras de transição e fundação de uma nova sensibilidade. O uso de cactáceas e espécies tropicais pouco usuais em jardins da época conferiu um aspecto singular ao paisagismo brasileiro. “A fórmula, influenciada com toda certeza pela simplificação cromática e figurativa da pintura de Tarsila do Amaral, se mostrou bastante eficaz, estabelecendo, a partir daí, uma identidade clara para o desenvolvimento do paisagismo moderno”. Jardim com grupo de cactáceas 33
  • 34. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927A obra e o entorno É visivelmente curioso o que pode-se notar com a observância da obra com o seu entorno, trata-se de uma pequena área verde, passando-se quase por uma chácara em pleno centro urbano. A residência em si situa-se ligeiramente afastada do alinhamento com o passeio público escondida entre os arvoredos presentes, e por um grande muro de blocos de concreto, que a deixa oculta aos olhos da população. A natureza do projeto é altamente contrastante com o que tornou a cidade após anos de desenvolvimento. Muitas vezes a população passa cerca da área sem notar do que se trata, salvos os que percebem o recém emplacamento da área intitulada como Parque Modernista, caracterizando uma propriedade passível de visitas. 34
  • 35. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927Casa Modernista: Patrimônio Histórico Ela é considerada um Patrimônio histórico porque é um bem de valor significativo para uma sociedade. Esse valor significativo se insere em um contexto histórico muito importante da arquitetura brasileira. Ela é o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil. Projetada em 1927 e concluída em 1928, entre os atributos assinalados para o tombamento desta residência, destaca-se, sem dúvida, o pioneirismo da iniciativa da construção do primeiro edifício moderno do Brasil. Os apelos eram em direção ao aproveitamento das técnicas modernas do século XX e a orientação seguia pelo conceito de fabricação de casas em larga escala, com o máximo de conforto, comodidade, higiene e um mínimo de gastos a fim de atingir também as classes menos favorecidas. Embora tanto a planta quanto a elevação correspondessem ao formalismo proposto por Le Corbusier, apenas um dos cinco pontos da nova arquitetura por ele proposta foi possível Warchavchik utilizar: a janela horizontal. Por outro lado Warchavchik trabalhou muito sob o aspecto plástico, usando ângulos retos, a regularidade do conjunto e dos detalhes tanto em planta quanto em elevação. Seu esforço era em favor da apresentação de um novo estilo. Porém com o passar do tempo e depois de anos de abandono, a degradação atingiu várias partes do edifício. De um lado, expôs alguns aspectos anteriores à reforma sofrida em 1934 e, de outro, comprometeu vários elementos originais especialmente executados para o edifício, tais como lambris, mobiliário integrado, caixilhos e ferragens. Após uma longa disputa judicial, o Governo do Estado se dispõe a promover a recuperação da Casa Modernista da Rua Santa Cruz. A iniciativa é urgente, pois o avançado estado de arruinamento que atingiu o edifício, ameaça tornar irreversível a perda de vários componentes originais. Assim sendo, não se trata apenas de recuperar a casa, mas o que se apresenta como questão fundamental é o que restaurar e como fazê-lo. É imprescindível, portanto, a elaboração de um projeto de restauração, o qual, por sua vez, somente poderá chegar a um bom resultado se for capaz de estabelecer adequadamente, a cada um dos aspectos da restauração, o juízo de valor compatível com o significado desta obra na história da Arquitetura Moderna no Brasil. 35
  • 36. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Preservar o edifício tal como se apresenta a partir da reforma de 1934 ou incorporando as alterações mais recentes, significaria atribuir a prevalência da biografia do arquiteto sobre o significado da obra. Recompor alguns aspectos do edifício como, por exemplo, a fachada, imagem marcante desta obra, à qual sempre esteve associada a sua memória na maioria das publicações, mantendo-se o restante de acordo com a situação atual, resultaria em algo que o edifício nunca foi. Mas, pior que isso, uma tal proposta estaria em conflito com um dos preceitos mais importantes do Movimento Moderno, isto é, que a forma externa de um edifício deve estar, necessariamente em correspondência com seu conteúdo.Resta, portanto, examinar a última hipótese. A reversão da casa à sua configuração original é relativamente fácil. Não se trata de recriação, pois lá estão presentes quase todos os elementos originais. O mais difícil - porém simples diante dos recursos hoje disponíveis - é a remoção da laje do terraço. O pavimento superior é praticamente o mesmo, tendo sofrido apenas alguns acréscimos. A iconografia disponível é suficiente para orientar a recuperação dos elementos em seus detalhes. Prospecções dos elementos originais poderão servir para verificar dúvidas e confirmar detalhes construtivos. Reforça esta hipótese o fato do edifício se encontrar em estado avançado de arruinamento. O critério proposto para o edifício se aplica, do mesmo modo, ao jardim. Tratando-se, no Brasil, da primeira obra paisagística moderna, o jardim fronteiriço à casa deverá ser recomposto com todo o rigor. O levantamento das espécies e a distinção entre elementos originais e acrescentados será indispensável para a recomposição de sua integridade. As espécies estranhas à sua concepção original deverão ser removidas. As espécies originais deverão ser analisadas quanto a sua condição fito-patológica para avaliar as possibilidades de sua conservação ou necessidade de substituição. Os registros fotográficos disponíveis são suficientemente ricos para guiar com segurança a seleção dos dados obtidos no levantamento. O momento em que, finalmente, são obtidos os recursos necessários à recuperação deste importante testemunho da arte moderna brasileira, constitui uma oportunidade excepcional para buscar o restabelecer os seus valores em toda a sua integridade. 36
  • 37. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 O Processo de Tombamento No final do ano de 1983, chegou ao conhecimento do CONDEPHAAT, que a assim chamada Casa Modernista seria demolida para a realização de um empreendimento imobiliário. Ironicamente o exemplar pioneiro da vanguarda arquitetônica brasileira seria substituído por um conjunto de edifícios denominado Palais Versailles. Um stand de vendas tinha sido instalado e as demolições estavam para se iniciar, quando o Presidente do CONDEPHAAT, Antônio Augusto Arantes, decidiu, ad referendum do conselho, abrir processo de tombamento, de modo a interromper e impedir qualquer iniciativa que viesse a destruir o edifício. A iniciativa do CONDEPHAAT não se deu isoladamente e, além da boa receptividade alcançada na imprensa, veio de encontro ao anseio da população do bairro, que logo se mobilizou em apoio à preservação não só do edifício como passou, a seguir, a defender a preservação de toda a área verde contida no imóvel. Um pouco adiante, em junho do mesmo ano, foi proposta a proteção do bem cultural pelo instituto da Z8- 200 (Zona Especial de Preservação), por iniciativa do então Presidente da Câmara Marcos Mendonça, apoiado pelo prefeito Mário Covas. A medida servia tanto para reconhecer a importância do bem cultural como vinha de encontro aos anseios dos moradores do bairro. Na ocasião, Marcos Mendonça declarou: “...o que se pretende é que, mais tarde, os moradores possam visitar a casa, tendo acesso aos seus jardins, podendo usufruir das instalações do parque”. Em setembro do mesmo ano o estudo de tombamento do CONDEPHAAT já se encontrava concluído, tendo sido relatado por Antonio Augusto Arantes, Presidente do Conselho, que propôs o tombamento não apenas do edifício e jardim contíguo, mas de toda a área do imóvel, consagrando, dessa forma, tanto o valor histórico e artístico da obra, como o seu valor ambiental. As medidas de proteção se ampliaram também no âmbito federal, por iniciativa de Eduardo Kneese de Mello. E foi a condição de exemplar de transição que levou o IPHAN a propor o tombamento não apenas da Casa da Rua Santa Cruz, mas também de dois outros exemplares emblemáticos da obra de Warchavchik, a Casa da Rua Bahia e a Casa da Rua Itápolis. Atuando sem a premência do risco de demolição, o IPHAN pode contemplar uma amostragem mais ampla e coerente do papel pioneiro de Warchavchik na introdução da Arquitetura Moderna no Brasil. 37
  • 38. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A Casa Modernista mereceu o reconhecimento das três esferas do poder público em relação à sua preservação. Não obstante, dado o tempo transcorrido, não parece que os objetivos de sua preservação tenham sido atingidos. E as causas são várias. Durante o transcurso de todo o processo judicial, que se estendeu por mais de dez anos, nunca foi cobrada, por exemplo, a responsabilidade de conservação do edifício e do jardim por parte do proprietário. Considerando-se que o objeto da iniciativa de proteção do Estado era a preservação do bem por seu valor cultural, nada mais legítimo que exigir do proprietário a sua conservação. Em caso de omissão, o Estado poderia atuar legitimamente na sua manutenção, deduzindo posteriormente suas despesas, caso fosse condenado, dos custos da indenização. Não houve, no entanto, nenhuma atenção do Poder Público estadual sobre este aspecto, o que revela considerável grau de deficiência do executivo na defesa dos interesses da sociedade. Mas, pior que isso, no curso deste processo, entre 1989 e 1994, o CONDEPHAAT e a Secretaria da Cultura concordaram com a cessão em comodato do imóvel, de seu proprietário para a Associação Parque Modernista. Tal cessão, não só desobrigou o proprietário de suas responsabilidades de conservação do edifício, como resultou em considerável agravamento de suas condições. Não se tratou apenas da dificuldade daquela associação em arcar com os altos custos dos impostos municipais, mas principalmente da incapacidade de impedir que o imóvel fosse por quatro vezes invadido por vândalos, o que destruiu boa parte de seus componentes originais. Em 1994, o Estado de São Paulo foi condenado a indenizar o proprietário, tendo obtido como única contrapartida, a transferência do imóvel para o patrimônio estadual. Desde então, transcorreram mais de 10 anos sem que o poder público tenha assumido a responsabilidade que lhe cabe. A falta de atenção em relação a este bem cultural é alarmante. Em 2002 foi alocada uma verba para serviços de emergência, cuja execução seria levada a efeito sem que houvesse um projeto de restauração. Graças a intervenção do Instituto de Arquitetos do Brasil e ao compromisso então assumido pelo Presidente do CONDEPHAAT, José Roberto Melhem, o problema foi contornado, tendo sido iniciadas obras preliminares de conservação. Tais obras, porém, limitaram-se aos serviços iniciais, e não tiveram continuidade. Situação da Casa Modernista (Até 2006) 38
  • 39. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Um jardim cultivado, como se sabe, só se preserva se for continuamente tratado. Para tanto, é preciso conhecê-lo e, no presente caso a única informação disponível é um levantamento fito-botânico que registra as espécies existentes em dado momento, sem ter sido feita uma avaliação qualitativa capaz de distinguir aquilo que possa constituir o jardim projetado. A única documentação disponível é aquela que pode ser encontrada nos registros fotográficos, registros estes ainda pouco estudados. Finalmente, não há uso ou destinação previstos para o edifício. A condição fundamental para a preservação de qualquer bem arquitetônico, indispensável para a realização de um projeto de restauração, nunca foi tratada pela Secretaria da Cultura. Em 1991, quando já se afigurava inevitável a transferência do imóvel para o Estado de São Paulo, o IPHAN, preocupado com a necessidade de medidas urgentes para a recuperação do imóvel, sugeriu, com o apoio da FIESP, a criação de um Centro de Apoio à Criação Industrial, proposta não acolhida. Mais tarde, em 1998, a Associação de Ensino de Arquitetura e Urbanismo propôs a utilização do imóvel para abrigar uma escola de arquitetura, a ser por ela implantada. Mais recentemente, o IPHAN voltaria a propor à Secretária da Cultura, em troca de sua restauração do bem cultural, a sua cessão para nele instalar a sede de sua Superintendência Regional. Tais iniciativas, porém, não foram aceitas. O edifício continua sem proposta de utilização. Da mesma forma, apesar da vultuosa indenização paga pelo Estado de São Paulo, não há previsão no orçamento da Secretaria da Cultura para a restauração do bem, circunstância que tem ameaçado a integridade do objeto que deu origem a toda a ação do poder público. Eis, pois, o lamentável estado em que se encontra a Casa Modernista, transcorridos mais de 20 anos de seu tombamento. Até o ano de 2004 não houve pesquisas ou levantamentos capazes de determinar aquilo que supostamente corresponde à sua concepção original. O jardim continua sendo tratado como área verde indiferenciada, massa de vegetação a ser preservada em seus aspectos gerais, sem a menor consideração sobre o valor paisagístico da assim chamada primeira obra de paisagismo modernista do Brasil. 39
  • 40. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista do terraço frontal Vista do terraço posterior 40
  • 41. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista lateral dos fundos Vista da varanda posterior Banheiro 41
  • 42. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista do terraço posterior Vista lateral do terraço posterior Lado a lado a estrutura da Casa de 1928 (à direita) e o acréscimo de 1934 (à esquerda) 42
  • 43. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista da frente, lateral direita Vista da marquise 43
  • 44. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Lateral esquerda da parte frontal Telhadocolonial formando por telhas tipo canal apoiados sobre estrutura de madeira escondido pela platibanda. 44
  • 45. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 A reforma e o projeto de restauração A obra da rua Santa Cruza sofreu uma pequena reforma realizada pelo próprio arquiteto em 1934. poucos anos após a construção como veremos as paginas seguintes. A degradação atingiu várias partes do edifício. De um lado, expôs alguns aspectos anteriores à reforma sofrida em 1934 e, de outro, comprometeu vários elementos originais especialmente executados para o edifício, tais como lambris, mobiliário integrado, caixilhos e ferragens. Assim sendo, não se trata apenas de recuperar a casa, mas o que se apresenta como questão fundamental é o que restaurar e como fazê-lo. É imprescindível, portanto, a elaboração de um projeto de restauração, o qual, por sua vez, somente poderá chegar a bom resultado se for capaz de estabelecer adequadamente, a cada um dos aspectos da restauração, o juízo de valor compatível com o significado desta obra na história da Arquitetura Moderna no Brasil Para levar a efeito a preservação deste edifício temos três alternativas: -preservá-lo tal como se encontra; -recuperar alguns de seus aspectos originais como a fachada emblemática preservando o restante de acordo com a situação atual; -fazê-lo retornar à sua configuração original. 45
  • 46. Parque Modernista Gregori Warchavchik Primeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik Planta Pavimento Térreo 46
  • 47. Parque Modernista Gregori WarchavchikPrimeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik Planta Pavimento Superior 47
  • 48. Parque Modernista Gregori Warchavchik Segundo Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik Planta Pavimento Térreo 48
  • 49. Parque Modernista Gregori WarchavchikSegundo Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik Planta Pavimento Superior 49
  • 50. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Pavimento Térreo Primeiro Estudo de Reforma de Gregori WarchavchiK 1934Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 A sala de estar foi ampliada avançando sobre a varanda, no pavimento superior, o quarto principal foi ampliado sobre o terraço existente, foi acrescentado um novo banheiro e o telhado da varanda deu lugar a uma laje, criando um terraço à volta dos quartos. Ainda foram alterados alguns elementos construtivos, como a substituição dos caixilhos originais de ferro por madeira e introduzida uma marquise lateral que embora esteja de acordo com as idéias do modernismo, mais particularmente de Le Corbusier, é um corpo estranho no conjunto. O projeto original e a primeira reforma 50
  • 51. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Pavimento Superior Primeiro Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik 1934Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 A influencia do cubismo esta presente não só na fachada, mas na questão da continuidade do espaço, a relação exterior-interior, grandes aberturas ligadas a ampla varanda. A oposição entre o grupo de volumes prismáticos que conformam a planta da casa em si em contraponto com o vazio continuo da varanda estava de acordo com o principio cubista de que um objeto não deve ser apreendido a partir de uma única vista, é preciso contorna-lo para compreende-lo na sua totalidade. Warchavchik entendia que a questão da estética era um primeiro passo e mesmo nesse campo, abriu concessões para tradições locais como a varanda em L e a cobertura em telha canal aparente, ainda que nos fundos da casa, além do exuberante jardim tropical projetado por sua esposa Mina Warchavchik. 51
  • 52. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 O projeto original e a segunda reforma Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 Segundo Estudo de Reforma de Gregori WarchavchiK 1934 52 Pavimento Térreo
  • 53. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Projeto Original de Gregori Warchavchik 1927 Segunda Estudo de Reforma de Gregori Warchavchik 1934 Pavimento Superior 53
  • 54. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Situação atual da Casa Modernista (Ano de 2007) Entrada do Parque Modernista Cartaz na entrada do Parque com as seguintes inscrições: “ Considerado o marco da arquitetura modernista brasileira, residência do casal Mina Klabin e Gregori Warchawchik.” 54
  • 61. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista externa da sala de jantar 61
  • 63. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Hall de acesso aos dormitórios 63
  • 64. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Parte da casa ainda se encontra em péssimo estado de conservação 64
  • 65. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista da Marquise Detalhe da pedra mineira utilizada nos caminhos do jardim 65
  • 66. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista de uma parte do jardim Piscina 66
  • 67. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Vista da rua que dá acesso à residência 67
  • 68. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Leitura Urbana: Ontem X Hoje Com base nas informações tratadas ao longo deste trabalho de pesquisa, pudemos observar e concluir que a influência do Movimento Modernista, oriunda da Arquitetura de Le Corbusier, foi uma das bases para o desenvolvimento da Arquitetura Moderna Brasileira. Foi o marco inicial de uma nova era arquitetônica. A arquitetura, fazendo parte de um processo de renovação, é capaz de atuar como parte da história humana. O movimento moderno faz parte da história do nosso país, é uma marco de mudança nas artes, na literatura e na arquitetura. Por conseqüência, a Casa Modernista, que é nosso objeto de estudo, se situa nesta história sendo o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil. Sabendo da grande importância que este edifício possui, fizemos uma pesquisa sobre tudo o que engloba sua concepção, criação e construção. O projeto desta residência, localizada na Vila Mariana, foi feita pelo arquiteto moderno Gregori Warchawchik, em 1927. A planta inicial era bem simples. Em 1934 ele fez uma proposta de reforma para a casa onde foram incorporados novos elementos. Essa segunda planta era muito mais complexa do que a primeira e essa proposta foi executada. O projeto da casa inclui, além da residência, uma grande área de lazer, com piscina e churrasqueira, além da jardim, feito pela esposa de Warchawchik, Mina Klabin. É importante ressaltarmos que, embora essa casa seja o primeiro exemplar da arquitetura moderna no Brasil, ela só possuía um dos cinco pontos considerados essenciais neste estilo arquitetônico, isso porque na época de sua construção, não existia técnicas, nem materiais apropriados para a execução de uma residência nos moldes modernos, então foi preciso “maquiar” a realidade, criando uma ilusão arquitetônica. O telhado por exemplo, é escondido por uma platibanda, dando a impressão que é plano quando na verdade não é. A residência passou por uma grande reforma em 1934, proposta pelo próprio arquiteto, Ainda hoje ela se encontra nos mesmos moldes. 68
  • 69. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Durante anos, a residência ficou abandonada, chegou a um estado lastimável e foi até invadida por vândalos. Há três anos atrás fizemos uma visita ao local e ele encontrava-se em péssimo estado. Ao elaboramos uma nova visita neste ano de 2007, nos deparamos com um local em um estado de conservação muito superior. Descobrimos que a prefeitura liberou uma verba para que pudesse ser feito uma recuperação da residência, mas apenas da residência. O jardim ainda permanece nas mesmas condições. Porém, é importante ressaltarmos, que esta recuperação está sendo feita sem modificar nada no projeto existente. Embora a casa esteja em processo de recuperação e encontra-se em estado de conservação muito melhor do que há anos atrás, ainda há muito para fazer de forma a reproduzir seu estado original. É preciso recuperar á área externa da residência e esse é um dos pontos mais difíceis deste processo de restauro, visto que existe pouca informação a respeito do projeto do jardim feito por Mina. Recuperar um patrimônio histórico, que é considerado um bem importante para a humanidade, é, antes de mais nada, possibilitar um reconhecimento do passado. É preciso resgatar as velhas técnicas e incorporar outras novas para que cheguemos a um resultado próximo à realidade. Recuperando os exemplares de movimentos arquitetônicos extintos, estamos mantendo viva a história do nosso povo, do nosso país. O objetivo principal desta pesquisa é, justamente, encontrar a melhor proposta para a recuperação total da residência. Desta forma pretendemos ser o mais fiel possível a idéia de Warchwchik para que gerações futuras possam ter a oportunidade de reconhecer o passado como parte essencial do futuro. 69
  • 70. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Bibliografia Livros Consultados:   Quando o Brasil era moderno: guia de Arquitetura 1928-1960. Lauro Cavalcanti (org.). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001. P. 110. ARGAN, G. Carlo. Arte Moderna. Companhia das Letras. São Paulo, 1992. BRUAN, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. Editora Perspectiva. São Paulo,1997. CLARK, R; PAUSE, M. Arquitectura: temas de composicion. 1989. SEGRES, Roberto. Arquitetura da América Latina: o fim do milênio. São Paulo: Studio Nobel, 1991.   Sites Consultados   BANCO DE DADOS FACEPE – Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco. Arquivo do Projeto Brasil 500 Anos de Arquitetura Vita mia, arquitetura, paisagem e urbanismo. Website Ecco - a Comunidade Italiana on line.   www.sobreasondas.com /história_Gregori Warchavchik.htm www.vitruvius.com.br/arquitextos/ www.galinsk.com/ Villa Savoye Poissy by Le Corbusier.htm http://portal.prefeitura.sp.gov.br/subprefeituras/spvm http://www.arcoweb.com.br/memoria/memoria14.asp     Fotos:     Fonte: Própria e Sites consultados 70
  • 71. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Relatório de Atividades   1o Carolina Biassi No   - Pesquisa da situação da Casa no processo de restauração. - A situação do Edifício Atualmente e na Época da Primeira visita - Visita ao Local, Leitura do Entorno e Viário, e Registro Fotográfico. - A reforma e o projeto de restauração.   2o Erika Garcia De Diviitis Silva No 07   - Captação da foto área no Google Earth - Pesquisa sobre o Processo de Tombamento - Pesquisa da situação da Casa no processo de restauração.   3o Everton No 08   -Visita ao Laboratório / Biblioteca FAU-USP para recolhimento de copias xerográficas dos estudas das propostas dos projetos de reforma 1o e 2o Versão.       71
  • 72. 4o Fernanda Matos Pinho No 09   -Elaboração da Introdução juntamente com Luciana -Identificação da residência nas fotos aéreas -Levantamento do conceito Modernismo -Análise do Partido Arquitetônico adotado -Organização dos dados referentes ao projeto original -Elaboração do item Casa Modernista: Patrimônio Histórico -Elaboração da conclusão final: Casa Modernista: Ontem X Hoje (análise do trabalho completo) -Identificação das fotos atuais na planta original de reforma -Organização de todos os itens em seqüência na elaboração final do trabalho juntamente com Luciana -Numeração de páginas e organização do índice -Impressão final 5o Flávia Basiloni No 10  -A situação do Edifício Atualmente e na Época da Primeira visita -Visita ao Local, Leitura do Entorno e Viário, e Registro Fotográfico. -A reforma e o projeto de restauração. -Visita ao Laboratório / Biblioteca FAU- USP para recolhimento de copias xerográficas dos estudas das propostas dos projeto de reforma 1o e 2o Versão.     Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 72
  • 73. 6o Luciana Alessandra da Paixão No 21   -Elaboração da Introdução -Ficha Técnica - Levantamento e Pesquisa dos Antecedentes a construção da primeira casa modernista em São Paulo -Levantamento e Pesquisa dos Aspectos Físicos e Territoriais do Bairro de Vila Mariana – SP. -Levantamento de Mapas de Uso e Ocupação do Solo e Sistema Viário da área estudada. - Levantamento do Aproveitamento, Dimensionamento e Ocupação dos Lotes da Vila Mariana -Levantamento da Macro Zona de Estruturação e Qualificação Urbana de Vila Mariana -Análise e diferenciação dos Projetos Original e Proposta de Reforma -Das Técnicas Construtivas e Materiais da época. -Dos aspectos Plásticos. -Reprodução de Plantas em cópias Heliográficas para papel Manteiga. -Montagem da Estrutura do Trabalho em Tópicos em seqüência lógica.   Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 73
  • 74. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Universidade Bandeirante de São Paulo Campus Osasco 4o ano 2007 Disciplina: Técnicas de Preservação do Patrimônio Histórico Professora: Sueli de Bem Alunos: Carolina Biassi No Erika Garcia De Diviitis Silva No 07 Everton No 08 Fernanda Matos Pinho No 09 Flávia Basiloni No 10 Luciana Alessandra da Paixão No 21 74
  • 75. Parque Modernista Gregori Warchavchik 1927 Etapas do restauro 1. Etapa Limpeza da área externa Colocação de placas de identificação Identificação e proteção da vegetação existente Recuperação e adequação da pista de caminhada Proteção das edificações para sua preservação, como medida de segurança Divulgação das oficinas, abertura de inscrições para oficinas de marcenaria, serralheria artística, jardinagem e paisagismo e “pensando a recuperação do patrimônio público” Implantação, monitoramento e avaliação das oficinas Abertura do jardim ao público 2. Etapa Licitação da obra e recuperação da edificação Planejamento da oficina de restauro de brinquedos antigos Continuidade das oficinas de marcenaria, serralheria artística, jardinagem e paisagismo e “pensando a recuperação do patrimônio público” 2. Etapa -Plano de captação de recursos para recuperação da edificação principal -Definições das formas de utilização da casa em conjunto com a comunidade: museu, biblioteca, exposições etc. -Implantação da oficina de restauro de brinquedos antigos