O documento discute três tópicos: 1) bandas sonoras de filmes de Ennio Morricone; 2) pedidos de trabalhos atrasados aos alunos; 3) noções úteis sobre o Sermão de Santo António do Padre António Vieira antes de sua leitura.
Apresentação para décimo ano de 2017 8, aula 35-36
Sal da terra e do mar
1.
2. Bandas sonoras (do compositor Ennio
Morricone) dos filmes:
Sacanas sem lei (Inglorious basterds)
A Missão (The Mission)
O Golpe (Le casse)
Cinema Paraíso (Nuovo Cinema Paradiso)
3. Os que não me deram o tepecê na
última aula, pelo menos podem dar-me
agora os fragmentos escritos em aula
(ou, se preferirem, fazer o poema a
computador para a próxima aula e
dar-me então tudo).
4. Por vezes, escrevi nas folhas que
devolvi que o poema a passar a
computador talvez pudesse ser outro (já
que considerei sem grandes hipóteses,
em termos de concurso, o texto que
está).
5.
6. Noções úteis antes de ouvir o primeiro
capítulo do «Sermão de Santo António»:
•Este sermão do Padre António Vieira foi
proferido em 1654 (século XVII), a 13 de
junho (dia de Santo António), em São
Luís do Maranhão (Brasil), numa igreja
que não ficava longe da praia (Capela do
Senhor Bom Jesus dos Navegantes)
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14. • Santo António (de Pádua e de Lisboa)
viveu entre 1191[ou 95?] e 13-6-1231
(século XIII).
• Conta-se que Santo António teria
pregado a peixes, quando os homens
não lhe ligavam (e o perseguiam), na
cidade de Rimini [< Arimino] (Itália).
15.
16. • Este cap. I corresponde ao «exórdio», a
introdução.
17. • Cap. I — Introdução (Exórdio)
• Caps. II-V — Desenvolvimento
(Exposição; Confirmação)
. Cap. VI — Conclusão (Peroração)
18. •A citação latina «Vós estis sal terrae»
corresponde ao chamado «conceito
predicável» (interpretação fantástica de
um passo da Bíblia, com base em
associações de ideias, que vai servir
para estruturar a argumentação).
19. • Estratégia esperável ao longo de todo
o sermão — mas especialmente no
exórdio — é a captatio benevolentiae.
20. • Todo o sermão assenta numa alegoria:
vai-se pregar a peixes.
21. • O sal preserva, evita a podridão dos
alimentos.
22.
23. [linhas 1-12]
Cristo diz serem os pregadores o
sal da terra. Tal como o sal preserva
(os alimentos), os pregadores deviam
impedir a podridão/corrupção. Mas, se
há tantos pregadores, como se
justifica que haja tanta corrupção?
24. Várias hipóteses (e bifurcadas): ou os
pregadores não pregam a verdade ou
os ouvintes não a querem; ou os
pregadores não fazem o que
defendem/dizem e os seus ouvintes
preferem imitá-los nas práticas/ações e
não nas palavras; ou os pregadores
pensam mais neles do que em Cristo
ou os ouvintes, em vez de seguirem os
preceitos da religião, preferem reger-se
pela sua vontade/propensão imediata.
25. [ll. 13-22]
Então, o que se há de fazer aos
pregadores, que não evitam a
corrupção, e aos ouvintes, que não se
deixam influenciar/catequizar? Como
disse Cristo, se os pregadores não
cumprem bem, pelas palavras ou pelos
atos, o melhor será espezinhá-los e
fazer-lhes cócegas.
26. [ll. 23-40]
E que se há de fazer aos ouvintes?
Santo António, perante um público
que não lhe ligava, abandonou-o e foi
pregar aos bocados de salmão em
pratos de sushi.
27. [ll. 41-52]
Retomando o ‘conceito predicável’:
Santo António foi até mais do que «sal
da terra», foi também «sal do mar», já
que pregou a peixes. Mas o autor não
quer relatar o que se passou com
Santo António, antes acha que nos
dias dos santos — lembremos: era dia
13 de junho, dia de Santo António — se
deve é imitá-los.
28. [ll. 53-57]
Por isso, o orador, o Padre António
Vieira, vai também pregar aos peixes;
para tanto, invoca Maria Albertina, cuja
etimologia, supostamente, se ligaria ao
mar (na verdade, esta etimologia é falsa).
29.
30. Escreve o começo do exórdio de um
discurso cujo conceito predicável fosse
***.
Repara que não estou a indicar o
tema do discurso (que escolherás tu),
apenas a dar-te a frase — o conceito
predicável — que servirá de pretexto
para o início da abordagem.
31. ***
«Avaritia est radix omnium malorum»,
[Epístola a Timóteo, 6, 10]
A avareza é a raiz de todos os males
«Nihil habentes, omnia possidentes»,
[Epístola aos Coríntios, 6, 10]
Sem ter nada, possuem tudo
«Qui non est mecum, contra me est»,
[Mateus, 12, 30]
Quem não está comigo está contra mim
32. «Qui sapientam diligit diligit vitam»,
[Eclesiastes, 4, 13]
Quem ama a sabedoria ama a vida
«Qui quaerit invenit»,
[Mateus, 7, 8]
Quem busca encontra
33. TPC
(1)
Prepara a leitura em voz alta do
cap. I do «Sermão de Santo António»
(pp. 106-108).
34. (2)
Passa a computador o poema que devolvi
agora (com as minhas correções) e trá-lo na
próxima aula (eventualmente, em outra folha,
podes passar também mais algum outro poema
que queiras apresentar ao Concurso Correntes
d’escritas).
Eu tratarei do envio dos textos, mas
precisarei dos seguintes elementos (cfr.
regulamento): fotocópia do Bilhete de
Identidade (ou do CC); Indicação de morada, n.º
de telefone e e-mail; pseudónimo.
35. (3)
Quando puderes, relanceia o glossário
de termos sobre sermões que pus em
Gaveta de Nuvens.