1. O documento analisa o poema "Prece", que faz parte da obra "Mensagem", tratando-se de uma súplica do eu lírico a uma entidade superior pedindo ajuda para renovar os momentos de glória de Portugal.
2. Existe uma oposição entre o passado glorioso de Portugal e o presente de tristeza e declínio, no entanto o eu lírico ainda mantém a esperança de que seja possível revigorar o país.
3. A última estrofe expressa a fé do eu lírico de que Portugal ainda pode
5. O título estabelece uma relação óbvia
com o assunto do texto […]
A ligação que pode ser feita entre o título
e o assunto do texto é que este poema é
uma oração dirigida a Deus […]
8. 1.
O poema «Prece», que integra a
segunda parte de Mensagem, «Mar
Português», corresponde a uma súplica do
sujeito poético a uma entidade superior,
um «Senhor» (v. 1), a quem pede auxílio
para que se renove «a chama do esforço»
(v. 10) que permitirá alterar a realidade
presente e conquistar momentos gloriosos,
como os que fizeram parte do passado do
povo português.
9. 2.
Existe claramente uma oposição entre
o passado e o presente, uma vez que,
naquele tempo, apesar das «tormenta(s)»
(v. 2), havia «vontade» (v. 2) e «vida» (v. 5),
mas, no presente, apenas restam «a noite»
(v. 1), o «silêncio hostil» (v. 3) e a
«saudade» (v. 4). Ainda assim, perante a
dura e triste realidade, o sujeito poético
ainda transmite a esperança num esforço
que faça rejuvenescer a pátria e reacenda
«a chama» (v. 10) da vida.
10. 3.
Na última estrofe, o sujeito poético
manifesta a sua esperança e a sua fé, pois
acredita que ainda é possível revigorar a
pátria e recuperar a grandeza perdida,
conquistando a «Distância» (v. 11), ou seja,
o ideal que outrora foi representado pela
conquista marítima e que, agora, associa
ao Quinto Império e ao orgulho de ser
português.
11. 4.
O sujeito poético utiliza a primeira
pessoa do plural («nos”, v. 3, «nós», v. 5,
«conquistemos», v. 11, e «nossa», v. 12)
para se assumir como membro de uma
coletividade. Falando e pedindo ajuda em
nome do povo português, incita também
os restantes lusitanos a realizar um
esforço comum para que se torne possível
conquistar a «Distância». Esta estratégia
linguística reforça o tom intimista do texto.
12.
13. Real > Réis
1$000 (= mil-réis) |
800$000 (= oitocentos mil-réis)
1.000$000 (= um milhão de réis = um
conto de réis)
14.
15. Relanceando as páginas iniciais (manual,
242-244; Felizmente, 15-21), comenta os
sentimentos das personagens que
intervêm relativamente a Gomes Freire.
16. O general Gomes Freire de Andrade é
percecionado pelos populares presentes, à
exceção de Vicente, como alguém merecedor de
admiração. O grupo escuta atentamente as
palavras do Antigo Soldado, para quem Gomes
Freire é um «herói», e Manuel deposita nele as
esperanças de resgate da situação de miséria em
que vivem (l. 72). Vicente, pelo contrário, deprecia
o general, não enquanto pessoa, mas como
representante da classe militar, que despreza, por
considerar que não pode, nem quer libertá-los da
vida de pobreza em que se encontram (ll. 74-85).
17.
18. Podemos dizer que Mensagem é
uma versão moderna, espiritualizada e
profética de Os Lusíadas. Porém, ao
contrário das epopeias clássicas, o
poema de Pessoa oscila entre o pendor
épico e uma dimensão marcadamente
subjetiva / instrospetiva, mais típica da
poesia lírica. Com efeito, o estilo é,
muitas vezes, o de quem escreve «à
beira-mágoa» (como se diz no único
poema do livro que não tem título) e, por
isso, o melhor modo de classificar
Mensagem é como poema épico-lírico.
19. As três partes de Mensagem
correspondem a três momentos do
Império Português: nascimento, realização
e morte. No entanto, esta última parte
supõe um ressurgimento / renascimento
(um novo império, no fundo). A figura do
Encoberto, o regressado D. Sebastião,
alude ao desastre de Alcácer Quibir, mas
simboliza sobretudo a esperança de um
novo império. O último verso do livro, «É a
hora!», exprime esse apelo à mobilização
da pátria.
20. Na primeira parte, «Brasão», temos
uma galeria das figuras da formação da
nacionalidade. Na segunda, percorrem-se
os heróis da fase da expansão; na
terceira, há mais elementos simbólicos /
proféticos do que verdadeiras
personalidades.
21. Mensagem foi publicada em 1934,
tendo Pessoa morrido em Novembro de
1935. É o único livro escrito em português
que Pessoa publicou em vida. Os vários
poemas que o constituem têm datas
diversas: por exemplo, a segunda parte,
«Mar Português», inclui textos muito
anteriores aos começos do Estado Novo
(dos textos desta segunda parte lemos em
aula o homónimo «Mar Português», «O
Infante», «Horizonte», «O Mostrengo» e
«Prece»). As datas desses poemas
22. correspondem, em geral, à época do
sidonismo, o que se pode relacionar com
o entusiasmo nacionalista que neles se
sente. Já os poemas da terceira parte
foram escritos não muito antes do
concurso a que o livro se destinava.
23.
24. Trazer a folha entregue na aula passada
com grelha para leitura de Felizmente
26. Na quinta/sexta: dissertação sobre livro
lido.
Na segunda/terça: trabalho sobre poema
de Cesário.
Recitações não começarão logo no início
da semana (logo a 26).