O documento descreve os primeiros anos da República no Brasil, marcados por instabilidade política e econômica. Os militares proclamaram a República mas divergiam sobre o modelo a adotar, enquanto grupos monarquistas ainda apoiavam o retorno da monarquia. A primeira Constituição de 1891 inspirou-se nos EUA, mas o governo sofreu crise com a renúncia de Deodoro da Fonseca e a Revolta da Armada contra Floriano Peixoto, dando início a um período conturbado.
1. Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria Estadual de Educação
Colégio Estadual Leopoldina da Silveira
Colégio Estadual Nicarágua
HISTÓRIA
Professor Luiz Valentim
2. Aula III – 3ª Série – Ensino Médio
República da Espada
3. E agora?
Aos militares coube, além de
proclamar a República no Brasil,
orientar a formulação das
diretrizes do novo governo e a
construção dos símbolos que, a
partir de agora, representariam o
Estado brasileiro.
4. Qual Modelo Adotar?
Dentre os republicanos civis, principalmente
paulistas, mineiros e gaúchos, havia grande
interesse em adotar o federalismo e o
liberalismo inspirado no modelo norte-
americano.
5. Qual Modelo Adotar?
Já os militares, sobretudo aqueles adeptos do
positivismo, assim como alguns civis,
desejavam um governo mais centralizado. Os
positivistas defendiam até mesmo uma
ditadura republicana, que por meio da ordem
levaria o país ao progresso.
6. Somos Todos Republicanos?
Enquanto o exército se dividia entre os que
apoiavam Deodoro e os que seguiam Floriano
Peixoto, vice-chefe do governo provisório, havia
ainda uma terceira corrente, positivista, que era
liderada por Benjamin Constant. Lembrando o
grupo mais radical da Revolução Francesa,
militares e civis positivistas que apoiavam de
maneira exaltada o modelo republicano e se
opunham totalmente à volta da Monarquia,
passaram a ser chamados jacobinos.
7. Somos Todos Republicanos?
Tal posicionamento tornava-se necessário
porque grupos monarquistas ainda desejavam
o retorno do antigo sistema, e nisto tinham a
simpatia da Marinha, que sempre teve fortes
ligações com o Império.
8. República dos Estados Unidos do Brasil
Embora os militares, na figura de Deodoro da
Fonseca, tenham conseguido manter a bandeira o
mais próximo possível do pavilhão imperial, o
modelo de Estado declarado pela Assembléia
Nacional Constituinte na Carta promulgada em
fevereiro de 1891 inspirava-se claramente nos
Estados Unidos da América. O Brasil se tornava
uma República presidencialista, laica, federativa e
liberal. O voto seria aberto e limitado aos homens
alfabetizados maiores de 25 anos, excetuando-se
soldados e religiosos.
9. E começa a República...
Após quinze meses de governo provisório, o Brasil
teve eleito, ainda que de maneira indireta, como
seus primeiros presidente e vice-presidente os
mesmos que já governavam o país
provisoriamente: os marechais Deodoro da
Fonseca e Floriano Peixoto.
10. O Encilhamento
Objetivando intensificar a industrialização e o
crescimento econômico do Brasil, o governo
autorizou alguns bancos a emprestar dinheiro a
todos aqueles que desejassem abrir uma empresa.
Ainda que, para isto, fosse necessário emitir uma
enorme quantidade de papel-moeda, tarefa esta que
poderia ser realizada pelos próprios bancos. Gerou-
se então um enorme crescimento no número de
empresas, ainda que muitas delas jamais tenham
saído do papel, apesar de terem suas ações
negociadas na bolsa de valores.
11. O Encilhamento
O nome pelo qual foi batizada a política
econômica inaugurada nos primeiros anos da
República também pode ser usado para
nomear o ato de pôr arreios em um cavalo.
Todavia, se no equino os arreios são postos
para mantê-lo sob maior controle, a política
econômica não foi chamada de encilhamento
pelo mesmo motivo. Mas porque, segundo se
dizia na época, investir na bolsa de valores,
naquele momento, era como apostar nas
corridas de cavalo.
12. O Encilhamento
Como resultado, ao invés de crescimento
econômico, tivemos uma das maiores crises de
nossa história. Especulação financeira,
investidores perdendo dinheiro, inflação e
desvalorização da moeda.
13. Crise Política
Além da crise econômica,
vivenciamos também uma crise
política logo nos primeiros anos da
República. Desconfiado dos
políticos, Deodoro e seu grupo
pretendiam centralizar o poder
executivo limitando a autonomia
dos estados. Criticado pela
imprensa e combatido pelas elites
liberais, logo o presidente entrou
em confronto com o Congresso
Nacional.
14. Crise Política
Tendo fechado o Congresso e
decretado estado de sítio,
Deodoro perdeu também o apoio
dos militares que apoiavam
Floriano. A Marinha, assim como
as diversas lideranças civis,
também não concordou com o
golpe e logo reagiu. Sem apoio
político, civil ou militar, o primeiro
presidente do Brasil renunciou no
dia 23 de novembro de 1891, oito
meses após ser eleito.
15. Floriano, a Armada e os Federalistas
A troca de presidentes não solucionou a crise, e
pode-se dizer mesmo que, pelo contrário, a
intensificou. Segundo a Constituição, o vice-
presidente só poderia assumir o mandato caso o
presidente houvesse completado, no mínimo, dois
anos de governo. Como Deodoro renunciou oito
meses após ser eleito, novas eleições deveriam ser
convocadas, mas os partidários de Floriano diziam
que tal regra só valeria para o próximo presidente.
Assim Floriano alcançou o apoio das elites paulistas
do PRP, incomodadas com a instabilidade do
governo, e prendeu treze generais que contestavam
sua posse e exigiam novas eleições.
16. Floriano, a Armada e os Federalistas
Embora o presidente tenha conquistado o apoio
dos republicanos paulistas, de importantes setores
do exército e da população do Rio de Janeiro, que o
chamava de “Marechal de Ferro”, o outro ramo das
forças armadas manteve-se em oposição ao seu
governo. Em 6 de setembro de 1893, buscando
repetir a manobra que derrubara Deodoro, oficiais
da Armada (Marinha de Guerra) posicionaram seus
navios na baía de Guanabara e bombardearam as
cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Tinha início
a Revolta da Armada.
17. Floriano, a Armada e os Federalistas
Após seis meses de revolta, sem munição,
alimentos e água, e sem o apoio da população, que
encontrava-se sob constante chuva de balas de
canhão, parte dos revoltosos pediu asilo político
em Portugal. O restante seguiu para o sul do país,
onde juntaram-se aos maragatos, que a um ano
lutavam contra os partidários de Floriano Peixoto
no Rio Grande do Sul.
18. Federalistas e Republicanos
Enquanto, na capital federal, o alvo dos
oposicionista era o próprio presidente, no Rio
Grande do Sul a oposição era feita contra seus
partidários. Sendo batizada com o nome de um
dos partidos envolvidos, a Revolução Federalista
punha em lados opostos, mais do que grupos
políticos, diferentes concepções de governo.
19. Maragatos e Pica-paus
De um lado o Partido Republicano Rio-Grandense, liderado
pelo positivista Júlio de Castilhos e fortalecido pelo apoio
presidencial, defendia o presidencialismo e a autonomia
para os estados. De outro o Partido Federalista, apesar do
nome, pregava o parlamentarismo e a predominância da
União Federativa sobre o poder estadual. Logo o conflito
espalhou-se para Santa Catarina e Paraná e em 1895, com
cerca de 11 mil pessoas mortas, tem fim um dos conflitos
mais sangrentos do Brasil com a vitória dos pica-paus
republicanos sobre os maragatos federalistas.
20. Civis no Poder
Findando seu governo em meio a revoltas, mas
com apoio de amplos setores da população,
como as elites do Partido Republicano Paulista,
os jacobinos, na capital, e o Congresso
Nacional, Floriano Peixoto, no aniversário de
cinco anos da República, passou a faixa
presidencial para o paulista Prudente de
Morais, primeiro presidente civil do Brasil.
22. Quem Quer Votar?
Voto Secreto X Voto Aberto
Voto Condicional X Voto Universal
Voto Facultativo X Voto Obrigatório
Voto Nulo X Voto Válido
Além de instituir o voto aberto e limitado a homens
alfabetizados maiores de 25 anos, a 1ª Constituição
republicana definiu que o primeiro presidente do
Brasil deveria ser escolhido em eleições indiretas.
Após pesquisar acerca de cada uma das modalidades
de voto listadas acima, desenvolva um texto
justificando, segundo a sua preferência, a vantagem
de uma das modalidades frente a sua modalidade
oposta. Em um único texto, defenda as quatro
modalidades escolhidas.
23.
24. Bibliografia
• VAINFAS, Ronaldo; FARIA, Sheila
de Castro; FERREIRA, Jorge;
SANTOS, Georgina. História: o
mundo por um fio: do século XX
ao XXI. Vol. 3. São Paulo: Saraiva,
2010.