SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 9
Descargar para leer sin conexión
Universidade Federal de São Carlos
Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Departamento de Química

Espalhamento de Luz Estático (SLS) e Cromatografia de
Exclusão de Tamanho (SEC)

São Carlos, 13 de Dezembro de 2013
1) Espalhamento de Luz Estático (SLS):
A técnica de espalhamento de luz estático é útil na determinação de parâmetros
importantes para polímeros tais como massa molecular ponderal média e raio de giro.
Em suma, a obtenção de dados consiste em:
a) Obter luz polarizada a partir de uma fonte de luz despolarizada (luz comum) utilizando
um polarizador, ou ainda, em equipamentos mais modernos usa-se um laser.

b) A amostra é então submetida a essa luz polarizada em apenas uma direção, ou seja, é
submetida a ação e um campo elétrico, que induz a formação de um momento de
dipolo oscilante (já que o campo elétrico é oscilante).

A densidade eletrônica é deslocada ao longo do plano de polarização da radiação
incidente.
c) O momento de dipolo oscilante gera por sua vez luz, que é espalhada em todas as
direções, no caso de polímeros, nos interessa o espalhamento Rayleigh, estático.

Sendo o esquema do equipamento ilustrado por:
Detector

Disto, tiramos que a luz espalhada por uma partícula no vácuo é dada por:
(1)
Onde, Io é a intensidade de luz incidente, Is a intensidade de luz espalhada pela amostra, π =
3,14, α é a polarizabilidade e r a distância entre a amostra e o detector.
No entanto, quando falamos de polímeros, temos um sistema onde cadeias estão
imersas em um solvente, logo, tem-se uma dependência de Is com a massa molar Mw, além
disso, há efeitos de concentração e interação polímero-solvente, dada pelo segundo
coeficiente virial (A2), deve-se também levar em consideração que macromoléculas, tem
diferentes intensidades de campo elétrico ao longo de sua cadeia, diferentemente das
moléculas menores, cuja intensidade da luz espalhada é idêntica em todas as direções,
independendo de θ.

O campo elétrico é diferente em cada parte da molécula.
Devido aos diferentes campos elétricos, ocorre um efeito de interferência
intramolecular destrutiva [P(θ) – fator forma], que é maior quanto maior o ângulo de
observação, mudando assim a intensidade da luz espalhada, sendo que depende da
conformação da molécula.
Levando-se esses fatores em consideração, ficamos com a seguinte equação para
macromoléculas:

̅̅̅̅̅

̅

( ⁄ )

(2)

Onde, Rg é o raio de giro, Rθ a razão de Rayleigh do polímero, λ o comprimento de onda e θ o
ângulo observado, e ainda:
⁄

(

)

⁄

Sendo, no o índice de refração do solvente puro, N o número de Avogrado e dn/dc o parâmetro
de contraste, que desconta da medida a contribuição do solvente para o espalhamento total.
Da equação (2) então, temos que a concentração e o ângulo são variáveis
independentes, que pelo método de Zimm, quando somadas podem ser colocadas no mesmo
eixo. Podendo-se separar da seguinte forma:
a) Medindo-se em vários ângulos, traça-se uma curva Kc/Rθ, que quando cada ângulo for
extrapolado para o ângulo zero exclui o efeito do fator forma (tracejado azul), obtendose uma nova reta, de onde tira-se Mw e A2 pela extrapolação e pelo coeficiente angular
respectivamente.
b) Medindo-se várias concentrações, traça-se uma curva Kc/Rθ, que quando extrapolada
para todas as concentrações à zero, exclui-se A2 (tracejado vermelho), dando uma reta
onde o coeficiente angular nos dá Rg e a extrapolação Mw.
2) Cromatografia de Exclusão por Tamanho (SEC):
Neste tipo de cromatografia, uma solução com o polímero que se deseja analisar é
bombeada através de uma coluna recheada com um gel poroso, que não é a fase estacionária,
mas a contém. Devido às porosidades na coluna, com dimensões tais que permitam que
cadeias poliméricas menores as penetrem, faz com que exista uma separação em relação ao
tamanho das cadeias. Ao penetrarem nos poros, as cadeias menores percorrem um caminho
maior que as cadeias maiores, atrasando-se em relação a estas. Ao final da coluna de
separação, cadeias de massa molar maior serão eluídas primeiro, sendo seguidas pelas cadeias
menores. Com a escolha correta do tamanho e distribuição dos poros do gel consegue-se uma
separação contínua de massas molares da amostra polimérica desejada.
Como detectores do equipamento, podemos citar o Índice de Refração ou Ultravioleta,
sendo que ambos são proporcionais à concentração da amostra.
Primeiramente, injeta-se na coluna um padrão, do qual é obtida uma curva de
calibração, assim, quando a amostra for injetada, nos dando uma curva de sinal (proporcional
à concentração) versus volume de eluição, será possível converter esses valores em massa
molar:

Sendo que Mw é a massa molar ponderal média, onde a massa das cadeias poliméricas
é o mais importante. Assim, a massa molar de cada fração contribui de maneira ponderada
para o cálculo da média.
Do cromatograma obtido, após os ajustes para a linha de base, através de softwares
realizam-se os cálculos para as massas molares:
a)
Massa molar numérica média (Mn):
É definida como sendo a massa molar de todas as cadeias, dividida pelo número total
de cadeias, isto é, é uma massa molar que leva em conta mais fortemente o número de cadeia.
Matematicamente, tem-se:

̅

∑
∑

(3)

Nos equipamentos modernos de cromatografia de exclusão por tamanho, o cálculo da
massa molar numérica média de um polímero é feito automaticamente após a marcação da
linha de base feita pelo operador. O cálculo é realizado a partir dos dados de intensidade
versus tempo de eluição, subdividindo-se a curva de distribuição de massa molar em intervalos
de tempos pequenos o suficiente.
b) Massa molar ponderal média (Mw):
É dada pela conversão dos valores da curva de calibração, através da equação:
̅

(4)

c) Massa molar viscosimétrica média (Mv):
A viscosidade de soluções diluída é função do volume hidrodinâmico do soluto na solução
(isto é, sua massa molar), quanto maior, mais viscosa é a solução. Medidas da viscosidade de
soluções poliméricas diluídas permitem o cálculo de uma massa molar viscosimétrica média.
Matematicamente, temos a expressão abaixo onde a é uma constante que depende do
polímero, do solvente e da temperatura.

̅

[

∑

]

∑

⁄

(5)

d) Massa molar Z-média (MZ):
Quando o interesse é de se levar mais fortemente em conta a massa molar de cada
fração, usa-se a Mz.

̅

∑
∑

(6)

e) Polidispersividade:
A distribuição ponderal das várias massas molares existentes em uma amostra
polimérica é uma distribuição contínua, conhecida por Curva de Distribuição de Massa Molar.
Nela estão contidos todos os valores médios calculados das diferentes massas molares citadas
acima. Portando, partindo-se da definição de cada tipo, pode-se observar que sempre se tem a
sequencia Mn < Mv < Mw < Mz. Uma maneira simples de se conhecer quão larga ou estreita é
a curva de distribuição de massas molares é por meio da polidispersividade, ou polidispersão,
definida pela relação Mw/ Mn. Esse valor é sempre maior ou igual a um. Quando Mw = Mn,
tem-se um polímero denominado monodisperso, ou seja, todas as cadeias têm o mesmo
comprimento. Já quando a diferença entre Mw e Mn é pequena, a dispersão de massa molar é
denominada larga. Polímeros vivos possuem uma polidispersão bem estreita enquanto
polímeros ramificados apresentam-na bem larga.
Bibliografias:
Canevarolo Jr., S.V, Ciência de Polímeros: um texto para tecnólogos e engenheiros, São
Paulo, Ed: Artliber, 2002, 2°ed. Pág: 129-143.
http://www.ima.ufrj.br/~rmichel/04-aulas/IMA_aulas/metfis/06-SLS-2013-versao-paraimpressao.pdf. Acesso 09/12/2013.
http://www.ima.ufrj.br/~rmichel/04-aulas/IMA_aulas/metfis/07-GPC-2013.pdf. Acesso
11/12/2013.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

La actualidad más candente (14)

Sinais senoidais
Sinais senoidaisSinais senoidais
Sinais senoidais
 
Física1 09
Física1 09Física1 09
Física1 09
 
2013 simulacao 3 d_por_dipolos_magnéticos_henriquegasparoto_2013
2013 simulacao 3 d_por_dipolos_magnéticos_henriquegasparoto_20132013 simulacao 3 d_por_dipolos_magnéticos_henriquegasparoto_2013
2013 simulacao 3 d_por_dipolos_magnéticos_henriquegasparoto_2013
 
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestreLista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
Lista de exerc_cios_ondas_harm_nicas_f_sica_i_fabio_jorge_2_ano_3_trimestre
 
Resolução da lista 1
Resolução da lista 1Resolução da lista 1
Resolução da lista 1
 
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_svMovimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
Movimento harmonico f_sica_i_2_ano_fabio_jorge_sv
 
Lei de amper solucoes
Lei de amper solucoesLei de amper solucoes
Lei de amper solucoes
 
Ap rmn
Ap rmnAp rmn
Ap rmn
 
Capítulo 16
Capítulo 16Capítulo 16
Capítulo 16
 
Wxt
WxtWxt
Wxt
 
Corg 1ano-mcu-120229070549-phpapp02
Corg 1ano-mcu-120229070549-phpapp02Corg 1ano-mcu-120229070549-phpapp02
Corg 1ano-mcu-120229070549-phpapp02
 
RMS
RMSRMS
RMS
 
Experimento de carater quantico da luz
Experimento de carater quantico da luzExperimento de carater quantico da luz
Experimento de carater quantico da luz
 
Correntes+e+tensões+alternadas
Correntes+e+tensões+alternadasCorrentes+e+tensões+alternadas
Correntes+e+tensões+alternadas
 

Destacado (20)

P2 ppq2
P2   ppq2P2   ppq2
P2 ppq2
 
P2 pou
P2   pouP2   pou
P2 pou
 
Scan organica 1 parte 2
Scan organica 1 parte 2Scan organica 1 parte 2
Scan organica 1 parte 2
 
Condutometria relatorio
Condutometria   relatorioCondutometria   relatorio
Condutometria relatorio
 
Transicao3
Transicao3Transicao3
Transicao3
 
Quimicageral1
Quimicageral1Quimicageral1
Quimicageral1
 
P3 pou
P3   pouP3   pou
P3 pou
 
Relatorio pou 1
Relatorio pou 1Relatorio pou 1
Relatorio pou 1
 
Transicao2
Transicao2Transicao2
Transicao2
 
Potenciometria relat
Potenciometria relatPotenciometria relat
Potenciometria relat
 
Micro p1
Micro p1Micro p1
Micro p1
 
Qag1
Qag1Qag1
Qag1
 
Relatorio pou 2
Relatorio pou 2 Relatorio pou 2
Relatorio pou 2
 
Analise instrumental ii
Analise instrumental iiAnalise instrumental ii
Analise instrumental ii
 
Microbiologia p1.1
Microbiologia p1.1Microbiologia p1.1
Microbiologia p1.1
 
Relatorio pou 3
Relatorio pou 3 Relatorio pou 3
Relatorio pou 3
 
P2 ppq
P2   ppqP2   ppq
P2 ppq
 
Scan org. i
Scan org. iScan org. i
Scan org. i
 
Exerciciotransicao
ExerciciotransicaoExerciciotransicao
Exerciciotransicao
 
Ex p2 pou
Ex p2 pouEx p2 pou
Ex p2 pou
 

Similar a Polímeros trabalho 2

Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfrafel27
 
teoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinoteoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinonathykl
 
Interferometro de michelson
Interferometro de michelsonInterferometro de michelson
Interferometro de michelsonThalita Prado
 
Estudo dirigido inteiro
Estudo dirigido inteiroEstudo dirigido inteiro
Estudo dirigido inteiroLucas Caetano
 
Intro espectroscopia
Intro espectroscopiaIntro espectroscopia
Intro espectroscopiaBianca Alves
 
F128 exercicios resolvidos-cap_10_a
F128 exercicios resolvidos-cap_10_aF128 exercicios resolvidos-cap_10_a
F128 exercicios resolvidos-cap_10_aElisabete Freitas
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution17535069649
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solutionMarcosPacheco65
 
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdf
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdfConversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdf
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdfGuilhermeAmorim73
 
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.albertaratri
 
Espetroscopia γ
Espetroscopia γEspetroscopia γ
Espetroscopia γLuís Rita
 
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicasTransporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicasREGIANE APARECIDA RAGI PEREIRA
 
Física i pratica 3 (1) (1)
Física i   pratica 3 (1) (1)Física i   pratica 3 (1) (1)
Física i pratica 3 (1) (1)Babilonia Truta
 
Analise questionario
Analise questionarioAnalise questionario
Analise questionarioLucas Caetano
 
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaEspectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaWilliam Viana
 

Similar a Polímeros trabalho 2 (20)

Covest 2008 provas completas - 2ª fase
Covest 2008 provas completas - 2ª faseCovest 2008 provas completas - 2ª fase
Covest 2008 provas completas - 2ª fase
 
Serie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdfSerie-Balmer.pdf
Serie-Balmer.pdf
 
teoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinoteoria do campo cristalino
teoria do campo cristalino
 
Interferometro de michelson
Interferometro de michelsonInterferometro de michelson
Interferometro de michelson
 
Estudo dirigido inteiro
Estudo dirigido inteiroEstudo dirigido inteiro
Estudo dirigido inteiro
 
Intro espectroscopia
Intro espectroscopiaIntro espectroscopia
Intro espectroscopia
 
F128 exercicios resolvidos-cap_10_a
F128 exercicios resolvidos-cap_10_aF128 exercicios resolvidos-cap_10_a
F128 exercicios resolvidos-cap_10_a
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution
 
Exame unificado de física 2011 2 solution
Exame unificado de física 2011 2  solutionExame unificado de física 2011 2  solution
Exame unificado de física 2011 2 solution
 
Fisica 2014 tipo_b
Fisica 2014  tipo_bFisica 2014  tipo_b
Fisica 2014 tipo_b
 
Superparamagnetismo
SuperparamagnetismoSuperparamagnetismo
Superparamagnetismo
 
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdf
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdfConversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdf
Conversão de Energia_Circuitos Magnéticos.pdf
 
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.Aula 1 - Turma Inf./Ele.
Aula 1 - Turma Inf./Ele.
 
Espetroscopia γ
Espetroscopia γEspetroscopia γ
Espetroscopia γ
 
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicasTransporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
Transporte em nanoestruturas_3_algumas_consideracoes_fisicas
 
Franciane[1]
Franciane[1]Franciane[1]
Franciane[1]
 
Física i pratica 3 (1) (1)
Física i   pratica 3 (1) (1)Física i   pratica 3 (1) (1)
Física i pratica 3 (1) (1)
 
Sensor de Campo Magnético
Sensor de Campo MagnéticoSensor de Campo Magnético
Sensor de Campo Magnético
 
Analise questionario
Analise questionarioAnalise questionario
Analise questionario
 
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaEspectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
 

Polímeros trabalho 2

  • 1. Universidade Federal de São Carlos Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Química Espalhamento de Luz Estático (SLS) e Cromatografia de Exclusão de Tamanho (SEC) São Carlos, 13 de Dezembro de 2013
  • 2. 1) Espalhamento de Luz Estático (SLS): A técnica de espalhamento de luz estático é útil na determinação de parâmetros importantes para polímeros tais como massa molecular ponderal média e raio de giro. Em suma, a obtenção de dados consiste em: a) Obter luz polarizada a partir de uma fonte de luz despolarizada (luz comum) utilizando um polarizador, ou ainda, em equipamentos mais modernos usa-se um laser. b) A amostra é então submetida a essa luz polarizada em apenas uma direção, ou seja, é submetida a ação e um campo elétrico, que induz a formação de um momento de dipolo oscilante (já que o campo elétrico é oscilante). A densidade eletrônica é deslocada ao longo do plano de polarização da radiação incidente. c) O momento de dipolo oscilante gera por sua vez luz, que é espalhada em todas as direções, no caso de polímeros, nos interessa o espalhamento Rayleigh, estático. Sendo o esquema do equipamento ilustrado por:
  • 3. Detector Disto, tiramos que a luz espalhada por uma partícula no vácuo é dada por: (1) Onde, Io é a intensidade de luz incidente, Is a intensidade de luz espalhada pela amostra, π = 3,14, α é a polarizabilidade e r a distância entre a amostra e o detector. No entanto, quando falamos de polímeros, temos um sistema onde cadeias estão imersas em um solvente, logo, tem-se uma dependência de Is com a massa molar Mw, além disso, há efeitos de concentração e interação polímero-solvente, dada pelo segundo coeficiente virial (A2), deve-se também levar em consideração que macromoléculas, tem diferentes intensidades de campo elétrico ao longo de sua cadeia, diferentemente das moléculas menores, cuja intensidade da luz espalhada é idêntica em todas as direções, independendo de θ. O campo elétrico é diferente em cada parte da molécula. Devido aos diferentes campos elétricos, ocorre um efeito de interferência intramolecular destrutiva [P(θ) – fator forma], que é maior quanto maior o ângulo de observação, mudando assim a intensidade da luz espalhada, sendo que depende da conformação da molécula.
  • 4. Levando-se esses fatores em consideração, ficamos com a seguinte equação para macromoléculas: ̅̅̅̅̅ ̅ ( ⁄ ) (2) Onde, Rg é o raio de giro, Rθ a razão de Rayleigh do polímero, λ o comprimento de onda e θ o ângulo observado, e ainda: ⁄ ( ) ⁄ Sendo, no o índice de refração do solvente puro, N o número de Avogrado e dn/dc o parâmetro de contraste, que desconta da medida a contribuição do solvente para o espalhamento total. Da equação (2) então, temos que a concentração e o ângulo são variáveis independentes, que pelo método de Zimm, quando somadas podem ser colocadas no mesmo eixo. Podendo-se separar da seguinte forma: a) Medindo-se em vários ângulos, traça-se uma curva Kc/Rθ, que quando cada ângulo for extrapolado para o ângulo zero exclui o efeito do fator forma (tracejado azul), obtendose uma nova reta, de onde tira-se Mw e A2 pela extrapolação e pelo coeficiente angular respectivamente. b) Medindo-se várias concentrações, traça-se uma curva Kc/Rθ, que quando extrapolada para todas as concentrações à zero, exclui-se A2 (tracejado vermelho), dando uma reta onde o coeficiente angular nos dá Rg e a extrapolação Mw.
  • 5. 2) Cromatografia de Exclusão por Tamanho (SEC): Neste tipo de cromatografia, uma solução com o polímero que se deseja analisar é bombeada através de uma coluna recheada com um gel poroso, que não é a fase estacionária, mas a contém. Devido às porosidades na coluna, com dimensões tais que permitam que cadeias poliméricas menores as penetrem, faz com que exista uma separação em relação ao tamanho das cadeias. Ao penetrarem nos poros, as cadeias menores percorrem um caminho maior que as cadeias maiores, atrasando-se em relação a estas. Ao final da coluna de separação, cadeias de massa molar maior serão eluídas primeiro, sendo seguidas pelas cadeias menores. Com a escolha correta do tamanho e distribuição dos poros do gel consegue-se uma separação contínua de massas molares da amostra polimérica desejada. Como detectores do equipamento, podemos citar o Índice de Refração ou Ultravioleta, sendo que ambos são proporcionais à concentração da amostra.
  • 6. Primeiramente, injeta-se na coluna um padrão, do qual é obtida uma curva de calibração, assim, quando a amostra for injetada, nos dando uma curva de sinal (proporcional à concentração) versus volume de eluição, será possível converter esses valores em massa molar: Sendo que Mw é a massa molar ponderal média, onde a massa das cadeias poliméricas é o mais importante. Assim, a massa molar de cada fração contribui de maneira ponderada para o cálculo da média. Do cromatograma obtido, após os ajustes para a linha de base, através de softwares realizam-se os cálculos para as massas molares: a) Massa molar numérica média (Mn): É definida como sendo a massa molar de todas as cadeias, dividida pelo número total de cadeias, isto é, é uma massa molar que leva em conta mais fortemente o número de cadeia. Matematicamente, tem-se: ̅ ∑ ∑ (3) Nos equipamentos modernos de cromatografia de exclusão por tamanho, o cálculo da massa molar numérica média de um polímero é feito automaticamente após a marcação da linha de base feita pelo operador. O cálculo é realizado a partir dos dados de intensidade versus tempo de eluição, subdividindo-se a curva de distribuição de massa molar em intervalos de tempos pequenos o suficiente. b) Massa molar ponderal média (Mw): É dada pela conversão dos valores da curva de calibração, através da equação:
  • 7. ̅ (4) c) Massa molar viscosimétrica média (Mv): A viscosidade de soluções diluída é função do volume hidrodinâmico do soluto na solução (isto é, sua massa molar), quanto maior, mais viscosa é a solução. Medidas da viscosidade de soluções poliméricas diluídas permitem o cálculo de uma massa molar viscosimétrica média. Matematicamente, temos a expressão abaixo onde a é uma constante que depende do polímero, do solvente e da temperatura. ̅ [ ∑ ] ∑ ⁄ (5) d) Massa molar Z-média (MZ): Quando o interesse é de se levar mais fortemente em conta a massa molar de cada fração, usa-se a Mz. ̅ ∑ ∑ (6) e) Polidispersividade: A distribuição ponderal das várias massas molares existentes em uma amostra polimérica é uma distribuição contínua, conhecida por Curva de Distribuição de Massa Molar. Nela estão contidos todos os valores médios calculados das diferentes massas molares citadas acima. Portando, partindo-se da definição de cada tipo, pode-se observar que sempre se tem a sequencia Mn < Mv < Mw < Mz. Uma maneira simples de se conhecer quão larga ou estreita é a curva de distribuição de massas molares é por meio da polidispersividade, ou polidispersão, definida pela relação Mw/ Mn. Esse valor é sempre maior ou igual a um. Quando Mw = Mn, tem-se um polímero denominado monodisperso, ou seja, todas as cadeias têm o mesmo comprimento. Já quando a diferença entre Mw e Mn é pequena, a dispersão de massa molar é
  • 8. denominada larga. Polímeros vivos possuem uma polidispersão bem estreita enquanto polímeros ramificados apresentam-na bem larga.
  • 9. Bibliografias: Canevarolo Jr., S.V, Ciência de Polímeros: um texto para tecnólogos e engenheiros, São Paulo, Ed: Artliber, 2002, 2°ed. Pág: 129-143. http://www.ima.ufrj.br/~rmichel/04-aulas/IMA_aulas/metfis/06-SLS-2013-versao-paraimpressao.pdf. Acesso 09/12/2013. http://www.ima.ufrj.br/~rmichel/04-aulas/IMA_aulas/metfis/07-GPC-2013.pdf. Acesso 11/12/2013.