1. A teoria do desenvolvimento econômico de Schumpeter enfatiza o papel do empreendedor e da inovação no processo dinâmico e descontínuo de desenvolvimento capitalista.
2. Schumpeter reconhece a influência de fatores sociais, culturais e institucionais no desenvolvimento econômico, ao contrário dos economistas neoclássicos que enxergavam o processo de forma mais estreita.
3. Sua teoria procura explicar a variação econômica ao longo do tempo, ao invés de assumir
Projeto do Curso - Engenharia de Produção Mecânica
Artigo Schumpeter
1. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE SCHUMPETER:
UMA REVISÃO CRÍTICA1
Luiz Moricochi2
José Sidnei Gonçalves3
1 - INTRODUÇÃO discordâncias pessoais ou intelectuaisquot; (SWEEZY,
1962).
Joseph A. Schumpeter nasceu em 1883 na Schumpeter era considerado como um dos
Áustria. Doutorou-se em Viena em 1906, em 1907 quatro maiores economistas de sua época e por isso,
conheceu Marshall e Keynes, em 1927 foi professor com exceção de Imperialismo e Classes Sociais,
nas universidades de Cenati e Gras em seu país, as- todas as demais obras eram bem conhecidas. Segun-
sim como ministro das Finanças; em 1925 foi para a do SWEEZY (1962), três são as razões principais
Universidade de Bonn, Alemanha, na época uma das pelas quais Imperialismo e Classes Sociais não era
mais importantes da Europa. Em 1932 foi convidado conhecida: 1) a sociologia anglo-americana não tinha
para lecionar em Harvard onde permaneceu até a sua interesse por assuntos como imperialismo e classes
morte em 1950 (SWEEZY, 1962). sociais; 2) devido à divisão estanque das Ciências
Segundo o próprio Schumpeter suas prin- Sociais, Schumpeter era considerado um economista
cipais obras são: The Theory of Economic Develop- que dificilmente teria algo de importante e profun-
ment, publicada em 1912, na qual estão inseridas as do para dizer em assuntos dos domínios da Sociolo-
idéias básicas de seu pensamento econômico; Busi- gia. Esse trabalho era, portanto, considerado uma incur-
ness Cycles (1939), na qual faz uma análise históri- são em terreno alheio, sem nenhuma relação com seus
ca, teórica e estatística do processo capitalista; principais escritos sobre desenvolvimento e ciclos
Capitalism, Socialism and Democracy (1942); Impe- econômicos; e 3) por culpa do próprio Schumpeter que
rialismo e Classes Sociais (1919); e História da Aná- raramente mencionava esse trabalho, sendo até desco-
lise Econômica (3 volumes) (1964). nhecido pela maioria de seus alunos.
Fundador, juntamente com Irving Fisher, Foi somente a partir de 1942 com a publi-
de uma Sociedade de Econometria e conselheiro de cação de Capitalismo, Socialismo e Democracia que
Clube de alunos que concluíram o curso de Econo- se começou a aceitar Schumpeter também como
mia, sobre ele escreveu Sweezy, seu ex-aluno e críti- cientista social no sentido amplo do termo. Todavia,
co: quot;era um mestre que estimulava sempre as idéias pelas suas próprias palavras, a sociologia parece ter
contrárias, para evitar a complacência de seus ouvin- ocupado uma posição secundária em relação a outros
tes... nunca evidenciou a mais leve inclinação de interesses e passou, conseqüentemente, a fazer parte
julgar os alunos ou colegas pela proporção em que de seus planos não realizados até a sua morte.
concordava com ele. Keynesianos e Marxistas eram O pensamento econômico de Schumpeter
igualmente bem recebidos em seu círculo. Não lhe parece ter sido bastante influenciado por Marx e
importava o que pensávamos desde que pensásse- pelas descobertas que marcaram época na história
mos. E todos que fossem afeitos às coisas do pensa- econômica. De Marx parece ter herdado a visão di-
mento podiam contar com seu apoio à despeito de nâmica do processo de desenvolvimento, embora no
1
Recebido em 28/06/94. Liberado para publicação em 11/08/94.
2
Engenheiro Agrônomo, MS, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola.
3
Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto de Economia Agrícola.
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
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campo ideológico poucos foram os que se opuseram relevantes no processo de produção. Essa dificuldade
ao marxismo com a mesma firmeza de Schumpeter, aumenta ao se tentar determinar as causas das varia-
já que para analisar o processo econômico, usava ções entre os diferentes fatores produtivos. É que
instrumentos que se baseavam nos de economistas quando se tenta essa determinação, confronta-se
neoclássicos principalmente em Walras com sua invariavelmente com uma gama enorme de forças
teoria do equilíbrio geral. Por outro lado, as grandes sociais, políticas e econômicas, as quais não podem
descobertas como a máquina a vapor, o automóvel e ser ordenadas segundo uma hierarquia de causa e
a estrada de ferro, com seus efeitos diretos e indire- efeito, já que essas forças acham-se inter-relaciona-
tos, também teriam exercido grande influência em das.
Schumpeter. Essas dificuldades eram reconhecidas por
Schumpeter tem concepções próprias em esses economistas tradicionais. Mesmo assim, não
relação a alguns pontos da análise econômica, que o houve preocupação por parte deles em formular uma
distinguem dos demais neoclássicos, como, por e- teoria quot;geralquot; de desenvolvimento. Em vez disso,
xemplo, a questão da soberania do consumidor, dos concentraram-se em um pequeno número de variá-
determinantes do investimento e poupança (juros, veis para a determinação da taxa de desenvolvimento.
lucros, salários), etc. Todavia, o que mais o distingue Dessa forma, consideravam como dadas, quer explí-
de seus colegas neoclássicos é a sua visão mais quot;ge- cita ou implicitamente, certas condições referentes à
ralquot; do processo de desenvolvimento, bem como o natureza de outras forças que afetam o desenvolvi-
fato de ter sido o primeiro neoclássico a tentar uma mento. Obviamente, esse tipo de colocação implica
explicação para o processo da variação econômica. em que a generalidade de suas análises depende da
Por essas formulações revolucionárias o pensamento validez dessas condições supostas.
schumpeteriano tem enorme contemporaneidade, o Quem, realmente, se preocupou com dili-
que mostra a importância de suas reflexões para pro- gência em formular uma teoria verdadeiramente geral
curar compreender os movimentos da modernidade. de desenvolvimento foi Marx que chegou a incluir
Este último ponto configura-se no objetivo deste em seu modelo inclusive as manifestações culturais.
trabalho de revisão crítica. Nesse contexto, Schumpeter é considerado um eco-
nomista razoavelmente quot;geralquot;. Ele não tenta explicar
todo o desenvolvimento econômico, mas somente aque-
2 - VISÃO SCHUMPETERIANA DO DESEN- le que se verifica no sistema capitalista. Em seu livro,
VOLVIMENTO quot;Teoria do Desenvolvimento Econômicoquot;, ele diz:
quot;Devido a essa dependência fundamental do aspecto
Alguém disse com ironia que quot;o desenvol- econômico de coisas sobre tudo mais, não é possível
vimento econômico é um tópico por demais impor- explicar uma mudança econômica através somente de
tante para ser deixado exclusivamente aos economis- condições econômicas prévias. Isso porque o estado
tasquot;. É uma crítica, sem dúvida, à posição assumida econômico de um povo não emerge simplesmente de
pelos economistas tradicionais (clássicos e neoclássi- condições econômicas anteriores, mas somente de toda
cos) que consideram apenas as determinantes imedia- situação anterior...quot; (SCHUMPETER, 1957).
tas da produção de uma economia, a saber: a) o nível Schumpeter caracteriza o processo de pro-
tecnológico; b) quantidade e qualidade da força de dução quot;como uma combinação de forças produtivas
trabalho; c) quantidade e composição do estoque de que incluem coisas em parte materiais e em parte
capitais; e d) natureza das condições dos recursos imateriaisquot;. No nível material, têm-se os fatores ori-
naturais. Dentro, portanto, dessa perspectiva, o ritmo ginais da produção, isto é, terra e trabalho de onde
de desenvolvimento depende do grau de utilização e procedem todos os bens. As forças imateriais seriam
da taxa de aumento desses vários tipos de fatores quot;fatos técnicosquot; e quot;fatos de organização socialquot; ou
produtivos. Entre as dificuldades que surgem dessa meio ambiente sócio-cultural. Mais especificamente,
posição está o problema da quantificação de muitas o meio ambiente sócio-cultural representaria todo o
características dos fatores produtivos, considerados complexo social, cultural e institucional da socieda-
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
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de. Do ponto de vista econômico, esse quot;meio ambien- deixada em aberto pela teoria do equilíbrio econômi-
tequot; especifica as regras dos jogos institucionais que co geral, a qual considerava imutáveis as técnicas de
devem ser observadas na alocação e distribuição. Isso produção e as preferências dos consumidores. Nessas
indica, por exemplo, se a economia é principalmente condições o sistema não poderia deixar de evoluir
competitiva ou monopolista, capitalista ou socialista, para um estado estacionário no qual o único aumento
etc...quot; (ADELMAN, 1972). que se verificava era de natureza quantitativa em
Para esse mesmo autor, a função de produ- decorrência de um aumento da população e da dispo-
ção de Schumpeter poderia ser escrita da seguinte nibilidade de trabalho. Schumpeter, todavia, foi uma
forma: Y = f (K, N, L, S, U). Nessa expressão, Y exceção entre os neoclássicos de sua época. Como
seria a produção, K representaria quot;os meios de pro- diz SWEEZY (1962), quot;uma leitura cuidadosa de suas
dução produzidosquot; e não a sua noção de capitalquot;; N obras revela com clareza que o objetivo nada mais é
seria os recursos naturais; L, a força de trabalho. Por do que expor inteiramente a anatomia da variação
sua vez, S e U representariam as principais forças que numa sociedade capitalistaquot;.
condicionam a produtividade dos fatores K, N e L. Antes de explicar o mecanismo da variação
Assim S seria o fundo de conhecimento aplicado da econômica, é preciso visualizar primeiro o que S-
sociedade e U representaria o meio ambiente sócio- chumpeter chama de quot;empresárioquot;, quot;inovaçãoquot; e
cultural em que opera a economia, ou seja, o impacto quot;capitalquot;. O quot;empresárioquot; é o que promove inovações
das transformações sociais, culturais e institucionais no processo produtivo. É um tipo puro, em abstração
sobre a produtividade da economia. É dessa forma o quanto ao seu ambiente econômico, podendo ser
reconhecimento explícito de que a taxa de produção isolado e analisado independentemente das conse-
de uma economia não é um fenômeno puramente qüências de suas próprias ações, capaz de vencer as
econômico. Permite, pois, ao economista discutir o resistências psicológicas e sociais que o impedem de
impacto de alterações nos sistemas de valores subja- realizar coisas novas. Esse tipo de indivíduo que não
centes da sociedade, mudança no modo de organiza- deve ser confundido com o gerente ou inventor (em-
ção da comunidade, modificações nas instituições bora possa ser também gerente e/ou inventor) é im-
tradicionais, etc. (ADELMAN, 1972). portante para Schumpeter devido a sua concepção
Para Schumpeter esses cinco fatores não dinâmica do processo. Contrariamente, ao pensamen-
teriam os mesmos efeitos sobre a produção: os três to neoclássico de que o desenvolvimento é um pro-
primeiros termos seriam para Schumpeter os quot;com- cesso gradual e harmonioso, no mundo schumpeteri-
ponentes de crescimentoquot; que apresentam não so- ano ele se processa quot;aos saltosquot;, de forma desarmoni-
mente uma variação contínua no sentido matemático osa, onde prevalece um elevado grau de riscos de
como também que essa variação ocorre a uma taxa incertezas. Assim, a ação de investir não é tarefa para
que se modifica lentamente. Os dois últimos fatores, um homem comum. É preciso que se tenha nestas con-
S e U, são os quot;componentes de desenvolvimentoquot; dições um tipo de indivíduo especial, isto é, o empresá-
que são responsáveis pelos quot;saltosquot; e quot;repentesquot; que rio, talentoso e motivado, que seja capaz de perceber as
se verificam no sistema econômico, sendo, portanto, oportunidades de realizar negócios rentáveis.
os fatores mais importantes na concepção Schumpe- O empresário não seria motivado, apenas
teriana de desenvolvimento econômico. pelo desejo de lucro: quot;antes de tudo, há o sonho e a
vontade de fundar um reino particular, geralmente,
embora não necessariamente, uma dinastia também
3 - O MECANISMO DA VARIAÇÃO ECONÔ- ...Depois há o desejo de conquistar; o impulso de
MICA lutar, para provar a si mesmo que é superior aos ou-
tros, ter sucesso, não pelos frutos que podem daí
Como foi visto, os economistas neoclássi- advir, mas pelo sucesso em si... Finalmente há a ale-
cos, tanto os anteriores quanto os conteporâneos de gria de criar, de realizar as coisas, ou simplesmente
Schumpeter, não encaravam diretamente o problema de exercitar sua energia e engenhosidadequot; (SCHU-
do desenvolvimento econômico. Essa questão era MPETER, 1957).
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Nesse aspecto também é fundamental a desempenha, no sistema schumpeteriano, o mesmo
diferença pela concepção schumpeteriana entre quot;em- papel que uma autoridade planificadora desempenha
presáriosquot; e quot;capitalistasquot;. Todos os empresários numa economia centralizada: nesta economia, através
seriam capitalistas mas não necessariamente a recí- de uma ordem da autoridade, os recursos são desvia-
proca seria verdadeira. A concepção de empresário dos do emprego corrente para novas formas de utili-
fica destinada na teoria de Schumpeter ao ajuste que zação e na economia capitalista o crédito nas mãos
rompe com o quot;fluxo circularquot; e dessa maneira pro- do empresário permite que o mesmo utilize para seus
move o avanço do processo de desenvolvimento. fins parte da riqueza do sistema.
Embora movido pela busca de reprodução de seu No modelo schumpeteriano o papel reser-
capital obtendo lucro, esse empresário tem a visão de vado ao crédito representa um nítido desvio das tradi-
enviá-lo mais além da estagnação depois do fluxo ções clássicas e neoclássicas. Para os economistas
circular no qual os simples capitalistas atuam numa tradicionais o aspecto quot;realquot; da economia era analisa-
postura visivelmente conservadora. No pensamento do pressupondo-se uma oferta monetária determinada
schumpteriano, a presença de empresários no seio da ou uma oferta que respondia de forma passiva às
classe capitalista é fundamental ao desenvolvimento mudanças que se observam na produção de bens e
econômico pois estes têm sempre em perspectiva a serviços de modo que o nível geral dos preços per-
busca da inovação. manecia constante. Para eles o dinheiro não tinha
Para Schumpeter, quot;inovaçãoquot; significa quot;fazer papel significativo e independente na determinação das
as coisas diferentemente no reino da vida econômicaquot;. variáveis reais do sistema. Somente após estudar essas
As inovações podem ocorrer da seguinte forma: forças atuantes no sistema é que eles introduziam varia-
a) introdução de um novo bem não familiar ções na oferta monetária. Assim, suas análises apenas
aos consumidores ou então de nova qualidade de um explicavam como essas variações na oferta monetária
certo bem; afetavam o nível geral dos preços na economia, igno-
b) introdução de um novo método de pro- rando por completo seus efeitos sobre as variáveis reais
dução - método ainda não experimentado dentro de básicas. Só depois que Keynes publicou em 1936 sua
certo ramo produtivo, mas que não precisa obriga- quot;Teoria Geralquot; é que a maioria dos economistas concor-
toriamente derivar de qualquer descoberta científica; dou que havia tomado uma posição errônea quanto a
c) abertura de um novo mercado, ou seja, essa questão. Todavia, Schumpeter já no começo do
um mercado em que o produto de determinada indús- século sentia esta falta de adequação.
tria nunca tivera acesso antes, independente deste Visto os conceitos de empresário, inova-
mercado ter ou não existido anteriormente; ção e capital, pode-se considerar o mecanismo de
d) descoberta de uma nova fonte de matéria variação econômica propriamente. O ponto de par-
prima ou de produtos semi-acabados, também, inde- tida de Schumpeter é uma economia que se encontra
pendente desta fonte ter existido ou não anteriormente; e em equilíbrio, semelhante ao equilíbrio walsariano;
e) reorganização de uma indústria qual- a economia encontra-se num estado também cha-
quer, como a criação ou a ruptura de uma posição de mado de quot;estacionárioquot;, que se caracteriza pela
um monopólio. ausência da variação (ou desenvolvimento) embora
Finalmente, quot;capitalquot; não é o estoque de não necessariamente o crescimento. O sistema eco-
bens reais de uma comunidade, mas sim,uma reserva nômico nesse estado é também chamado de quot;fluxo-
monetária que capacita ao empresário ter o quot;poder de circularquot;, pois é uma repetição constante de um
controlequot; sobre os fatores de produção, deslocando-se ciclo sempre idêntico a si mesmo. A produção se
dos velhos empregos e canalizando-os para os novos caracteriza por uma atividade de pura rotina: as
usos que a inovação exige. É quot;aquela soma de meios empresas produzem sempre os mesmos tipos e
de pagamento que está disponível a qualquer momen- quantidades de bens; os fatores são combinados
to a ser transferido aos empresáriosquot;. Esses recursos sempre da mesma forma.
de capital são conseguidos nos bancos criadores de O início do processo de desenvolvimento
crédito. Segundo NAPOLEONI (1973), o crédito se inicia com a ruptura do quot;fluxo circularquot; e isso se
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
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verifica precisamente no lado da produção com a ais do auge do processo essas elevações de preços
alteração dos velhos sistemas de produção. É aqui realmente se verificam, porém, uma vez que o pro-
que entra em cena o empresário com as característi- cesso de quot;destruição criadoraquot; passa a frear a onda
cas já mencionadas. As oportunidades para a introdu- primária, esses investimentos secundários sofrem um
ção de inovações são percebidas pelo empresário, o colapso, provocando assim um forte movimento
qual recorre ao sistema bancário criadores de crédito descendente e acumulativo da atividade econômica,
que financia as inovações, fazendo quot;uma incursão na caracterizando a depressão em larga escala. Schum-
corrente circularquot;4. Os inovadores são logo seguidos peter acreditava que teoricamente era possível que o
por outros inovadores e o equilíbrio estacionário é sistema jamais se recuperasse. Todavia, o caso geral,
rompido. Os preços e as rendas monetárias se elevam era uma volta ao equilíbrio e ao pleno emprego antes
quando o gasto empresarial se infiltra no sistema que ocorresse muito tempo. Uma vez restabelecido o
econômico. equilíbrio, o palco estaria preparado para novas ativi-
O excesso de inovações que surge determi- dades empresariais e, portanto, a uma repetição do
na, então, o aparecimento do que Schumpeter cha- ciclo.
mou de processo de quot;destruição criadoraquot;: as velhas O novo ponto de equilíbrio encontra-se
empresas verificam que seus mercados foram destruí- numa posição mais elevada do que aquela em que se
dos ou reduzidos pelo aparecimento de produtos encontraria inicialmente, pelo aumento, em termos
competitivos vendidos a preços menores. Assim, reais, tanto da renda nacional como da renda per
essas empresas ou vão à bancarrota ou são obrigadas capita; além do mais, todos os grupos funcionais de
a aceitar posição de menor importância no mercado. renda da sociedade se beneficiariam. Para FURTA-
A economia tende então a entrar em recessão, com DO (1961) a teoria de Schumpeter é complemento à
declínio da atividade inovadora. Essa recessão é in- teoria do equilíbrio geral de Marshal, ao estabelecer
tensificada mais ainda com a necessidade de resgate que o novo ponto de equilíbrio se atinge numa posi-
dos empréstimos bancários que forçam os preços e a ção mais elevada, através de bruscas modificações, já
renda monetária a caírem. Todavia, os efeitos da que para Marshal o deslocamento do sistema se veri-
destruição criadora e a queda dos preços e rendas fica no mesmo plano. Na teoria schumpeteriana o
monetárias, decorrentes da necessidade de resgate lucro apareceria da passagem do sistema de um plano
dos empréstimos, não são suficientes para provocar para outro através das inovações.
uma depressão em larga escala e, portanto, antes Como se conclui, para Schumpeter, os
que transcorra muito tempo o clima pode se tornar ciclos econômicos não são um aspecto acessório do
propício para novas atividades empresariais. desenvolvimento no sistema capitalista, mas uma
O que é então responsável pela depressão condição sine qua non para que o desenvolvimento
em larga escala? Segundo Schumpeter é a cessação se manifeste. Segundo ele, o período compreendido
das atividades na onda secundária. Quando são inje- entre o momento em que se introduz uma inovação e
tados recursos na economia para financiamento das o momento em que ela começa a produzir mercado-
inovações, os preços se elevam e quando há expecta- rias que caem no mercado varia com a natureza da
tivas de inflação, aumentam os gastos dos consumi- própria inovação, daí a existência de ciclos de peri-
dores, encorajando as firmas antigas a realizarem odicidades diferentes. Schumpeter cita três tipos
também investimentos na expectativa de os preços de ciclos: o primeiro, chamado de quot;ondas longasquot;
continuarem subindo. Em termos quantitativos, esse (ou ciclo de Kondratieff) tem um período variável
investimento imitativo pode ser maior do que o in- de 54 a 60 anos (destes, o primeiro verificado
vestimento para inovação e é também financiado por historicamente vai de 1783 a 1842 e o segundo de
empresários bancários. Pois bem, nos estágios inici- 1842 a 1897); o segundo tipo de ciclo tem duração
de 9 a 10 anos (ciclos de Juglar); e, finalmente, o
4Poder-se-ia pensar que as inovações fossem financiadas não terceiro tipo com duração de 40 meses (ciclo de
mediante o crédito, mas através da poupança. No estado Kitchin).
estacionário schumpeteriano, no entanto, não há poupança.
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
6. 32
4 - DESTINO DO CAPITALISMO e operários, são realizados entre a quot;gerência de ne-
gócioquot; e a quot;gerência de uniãoquot;.
Como Marx, Schumpeter, também pre- c) Aniquilamento do Grupo que Protegia o Capi-
conizava a destruição do capitalismo. Para talismo na Esfera Política
Schumpeter, o próprio sucesso do capitalismo Sabe-se que paralelamente ao apare-
acaba no final não só solapando as instituições cimento do capitalismo surgia também a Monarquia
que o protegiam, mas também contribuindo para a como forma de governo, após dominar a aristocracia
emergência da civilização socialista (SCHUMPE- latifundiária no período compreendido entre os sécu-
TER, 1961). As causas da autodestruição do capi- los XVI e XVIII. Esses monarcas apoiaram politi-
talismo seriam: camente o aparecimento dos industriais e comer-
a) A Função Empresarial com o Tempo fica Obsole- ciantes em troca do apoio econômico. À medida que
ta esses industriais e comerciantes foram se tornando
Após vencer as resistências iniciais, as mais poderosos e suas atitudes racionalistas infil-
inovações tornam-se uma atividade rotineira. As trando-se em todos os setores da atividade humana,
funções inovadoras passam então a ser desempenha- eles conseguiram se apoderar do poder político e
das não só por um empresário individual, mas tor- implantaram amplas reformas baseadas em seu
nam-se funções despersonalizadas e rotineiras leva- comportamento racionalista. Para Schumpeter, toda-
das a efeito por uma burocracia de especialistas e via, esse grupo não estava capacitado para governar:
diretores bem treinados dentro das grandes unidades quot;não há, seguramente, nenhum indício de qualquer
produtoras. Tanto a comercialização quanto a admi- encanto místico emanando deles (o industrial e co-
nistração são realizadas por processos automáticos merciante) que é o que realmente importa para a
bem estabelecidos. Os consumidores estão condi- liderança. Os meios racionais são insuficientes para
cionados a novos bens, aceitando-se como fatos tratar com êxito os problemas políticos nacionais e
consumados. Os empresários no sentido schumpete- internacionais com que se defrontam constantemen-
riano de diretores únicos e individuais vêem usurpa- te os governantes.
dos sua função econômica. Sem um papel econômi- d) O Capitalismo Cria uma Classe de Intelectuais-
co, o empresário e toda classe burguesa, que tam- Descontentes que Constantemente Hostiliza a
bém depende da atividade empresarial, perdem a sua Ordem Social Vigente
função social. Esses intelectuais encontram no capita-
b) Destruição das Instituições Capitalistas Básicas lismo um ambiente mais propício para exercer a sua
que são a Propriedade Privada e a Liberdade de profissão que é a crítica - crítica a pessoas, a aconte-
Contrato cimentos correntes, às classes e instituições. O fato
Os fundamentos básicos das instituições se agrava mais, pois, com o correr do tempo esse
capitalistas - propriedade privada e liberdade de número se eleva tanto e os intelectuais não encon-
contrato - são enfraquecidos e até destruídos nas tram assim oportunidades de emprego suficientes
grandes unidades empresariais. Nessas grandes em- em termos de seu preparo e aspirações. Essa classe
presas o papel do proprietário é freqüentemente de intelectuais descontentes lidera também uma
realizado por um grupo de gerentes profissionais e outra criação do sistema capitalista que é o movi-
assalariados e o específico interesse de propriedade mento trabalhista. O resultado dessa interação é a
é substituído por grandes e pequenos acionistas. decomposição da estrutura política em que se assen-
Nessa situação, o grupo de direção tende a adotar ta o capitalismo.
uma atividade de empregado e não se identifica com e) Desintegração da Família Burguesa
os interesses dos acionistas; estes, por sua vez, estão O espírito racionalista rompe os valores
divorciados da direção ativa perdendo as atitudes familiares e também leva a uma tendência de se
essenciais de interesse de propriedade. Há também o constituir famílias menores, com a conseqüente ten-
enfraquecimento da liberdade de contrato, isto é, os dência de diminuir a acumulação, fator essencial
acordos ao invés de serem diretos entre proprietários para a sobrevivência do capitalismo.
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
7. 33
5 - CRÍTICAS À TEORIA DE SCHUMPETER capitalista industrial (Schumpeter estudou mais a
sociedade capitalista) é um fenômeno que tem suas
MEIER & BALDWIN (1968) e BARAN características próprias que a diferenciam de qual-
& SWEEZY (1966) criticam o fato de Schumpeter quer outra sociedade.
considerar as inovações como a principal causa das Para FURTADO (1961) a teoria de
crises. MEIER & BALDWIN (1968) consideram a Schumpeter seria mais uma teoria do lucro do que
explicação de Schumpeter inadequada e argumen- uma explicação do progresso econômico. Schumpe-
tam que nos últimos anos têm ocorrido inovações ter ao afirmar que o crescimento é gradual enquanto
que, quantitativamente, talvez tenham sido mais que o desenvolvimento se faz por saltos, dá uma
importantes do que as inovações que, ocorreram nos idéia um pouco vaga do desenvolvimento. É mais
últimos 200 anos, e que parecem ter contribuído uma teoria do lucro porque explica que o mesmo
para a formação do pensamento Schumpeteriano. aparece no deslocamento do sistema de um plano
No entanto, o impacto econômico foi bem menor, para o outro através das inovações. Por outro lado,
porque as empresas modernas são bem maiores e não é muito claro o conceito de quot;novas combinações
subdivididas em várias unidades econômicas que ou inovaçõesquot;, uma vez que considera uma situação
conseguem assim amortecer os efeitos destruidores de monopólio como uma quot;nova combinaçãoquot;. Por-
da inovação. tanto, não é um conceito envolvendo necessariamen-
BARAW & SWEEZY (1966) também te a idéia de redução de custos, aumento de produti-
afirmam que no capitalismo monopolista existe vidade, inovação tecnológica, etc. Ademais, segun-
pouco da quot;destruição criadoraquot; de Schumpeter: quot;... do a crítica furtadeana, o empresário schumpeteria-
no capitalismo monopolista o ritmo pelo qual as no, ao contrário de outros personagens que se bene-
novas técnicas substituirão as velhas será mais lento ficiam também de elevadas rendas, está sempre
do que a teoria econômica tradicional nos leva a ligado ao processo produtivo. Toda sua vida, pública
supor ... há muito pouco da destruição criadoraquot; que e privada, está marcada por este fato; suas energias e
Schumpeter considera a principal força dinâmica da inteligência são canalizadas para o problema da
economia capitalistaquot;. produção. Sendo assim, por que não partir da obser-
SOLO (1951) não concorda com a afirma- vação corrente que mostra o empresário organizador
ção de Schumpeter de que a firma que não inova não da produção como um indivíduo que tem um lucro
sobrevive. Isso nem sempre é verdade. A inovação em perspectiva? À medida em que se eleva a renda
pode ser considerada como apenas um dos esforços do empresário, os gastos em consumo passam a ser
da firma para sobreviver. Há casos, todavia, em que um elemento totalmente secundário, independente
uma firma que está inovando é deslocada por outra das flutuações dos níveis de renda. À essa altura o
que não inova, mas que dispõe de maior poderio grande problema do empresário passa a ser onde
econômico ou capacidade e habilidade de venda. aplicar suas rendas que se elevam anualmente
Assim, para SOLO (1951), a concepção de Mar- (FURTADO, 1961).
shall, segundo a qual quot;uma firma para sobreviver, Também a inovação não seria necessaria-
luta com todas as armas ofensivas de que dispõe mente fruto do espírito empresarial como sugere
parece ser mais pertinente do que a ênfase dada por Schumpeter. Pode ser, ao invés disso, o resultado
Schumpeter à inovaçãoquot;. dos esforços da empresa no sentido de encontrar
Outra crítica da visão schumpeteriana é aplicações para os recursos que se lhes acumulam
formulada por FURTADO (1961). Para ele existe automaticamente. Um exemplo seria o caso de,
uma falsa universalidade na teoria de Schumpeter. É dentro de certos limites, a produtividade aumentar e
rejeitado o espírito de empresa como uma categoria os custos se reduzirem simplesmente com o aumen-
abstrata, independendo do tempo e de toda ordem to na escala de produção. Não se exigiu nenhum
institucional. Para Schumpeter o empresário seria espírito inovador de um empresário. O aumento de
fenômeno de todas as organizações sociais, da socia- produtividade foi uma decorrência natural da acu-
lista à tribal. O desenvolvimento de uma sociedade mulação de capital. Para Celso Furtado, embora
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
8. 34
reconhecendo que as inovações schumpeterianas possível acumular, mas também há fortes motivos
constituem elemento dinâmico do processo de de- para fazê-lo e, dessa forma, tanto os excedentes
senvolvimento, a espinha dorsal desse processo não como a acumulação estão continuamente fazendo
está na inovação e sim na acumulação de capital. pressão no sentido de variação econômica.
Argumenta, por exemplo, que para a introdução de Interessante é que SWEEZY (1962) não
um tear automático se requer a convergência de afirma que para produzir a variação não é necessária
determinadas condições, que possam justificar eco- a presença de um empresário do tipo schumpeteria-
nomicamente o seu uso. No caso em questão, é ne- no para vencer as resistências à inovação. quot;Não se
cessário que o salário tenha atingido determinado pode negar que tais resistências existam, mas numa
nível, o que pressupõe para a economia como um estrutura capitalista as pressões para inovar são mai-
todo um certo avanço no grau de acumulação de ores do que as pressões para não inovar e assim na
capital (FURTADO, 1961). maioria das vezes o inovador típico passa a ser um
De todas as críticas a Schumpeter, as de instrumento das relações sociais em que se acha
SWEEZY (1962) parecem ser as mais consistentes. inserido o que é forçado a inovar sob pena de ser
Enquanto os demais se limitaram a criticar as con- eliminadoquot;.
clusões, Sweezy foi ao centro da questão, ao fazer a
crítica ao quot;fluxo circularquot; de Schumpeter, ponto de
partida de sua teoria. No quot;fluxo circularquot; está ausen- 6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS: CONTEMPO-
te o fator de variação. E o mais importante é que RANEIDADE DA TEORIA SCHUMPETE-
nesse quot;fluxoquot; não existe a classe de capitalistas. A RIANA
sociedade está dividida em apenas duas classes que
são os donos da terra e os demais, sendo que todos A análise das transformações atuais da
têm acesso igualmente ao capital. Ninguém tem sociedade capitalista traz à tona uma série de ques-
interesse em acumular riqueza. Tudo o que é produ- tões tratadas na teoria schumpeteriana do desenvol-
zido é consumido, nada restando para poupança e vimento econômico. O primeiro ponto diz respeito à
acumulação. A riqueza por si não permite acesso à derrocada do quot;socialismo realquot; concebido como o
classe superior que é a dos donos de terra, já que a sistema de economia planificada do bloco da extinta
mesma é um bem hereditário. Além do mais, no União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
quot;fluxoquot; a taxa de juros é zero e, portanto, o valor da (URSS). Nesse aspecto os liberais poderiam argu-
terra seria infinito. Ora, se não há interesse por parte mentar que Schumpeter teria se equivocado profun-
de ninguém em poupar é perfeitamente válida para damente ao propugnar pela superioridade do socia-
Sweezy a idéia de Schumpeter de retirar do quot;fluxoquot; lismo sobre o capitalismo. Entretanto, nada indica
a acumulação. Assim, o empresário schumpeteriano que a derrocada do socialismo seja definitiva mas
passaria a ser a causa mais importante da variação e apenas que o modelo adotado estava eivado de in-
a acumulação seria uma conseqüência. congruências, e da mesma maneira não há como
O ponto de vista alternativo para SWE- afirmar categoricamente que o triunfo do capitalis-
EZY (1962) seria partir também de um sistema mo seja definitivo e o modelo de sociedade imutá-
econômico estacionário, mas que além dos donos da vel. Por outro lado, Schumpeter referia-se a uma
terra e trabalhadores exista também a classe dos realidade na qual reinaria a ausência de empreende-
capitalistas. Numa economia assim, em que os capi- dores e nada indica que isso tenha se manifestado,
talistas é que têm o controle exclusivo sobre os mei- daí não estarem compostos os pré-requisitos para a
os de produção, existe um forte motivo para acumu- crise do capitalismo na acepção schumpeteriana.
lar riqueza. O prestígio social já não é mais o mono- Exatamente pela ação desses empresários
pólio de quem tem a terra, mas também daqueles no processo de irradiação da 3ª Revolução Industri-
que têm riqueza acumulada que lhes permite inclu- al, provocando mudanças em vários ramos da ativi-
sive ter acesso à classe dos donos de terra. Assim, dade econômica, a teoria schumpeteriana ganha
nesta economia existe não só excedentes dos quais é contemporaneidade. As inovações tecnológicas
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.
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como a informática embarcada e a biotecnologia FURTADO, Celso. Desenvolvimento e subde-
problematizam o padrão tecnológico vigente, provo- senvolvimento. Rio de Janeiro, Fundo de Cul-
cando reorganizações produtivas profundas nas tura, 1961. 272p.
plantas industriais e na agropecuária, recolocando o
problema da escala e problematizando a standariza- MEIER, Gerald M. & BALDWIN, Robert E. De-
ção fordista, levando ao extremo a diferenciação de senvolvimento econômico: teoria histórica,
produtos. Mais que isso, inovações gerenciais asso- política. São Paulo, Mestre Jou, 1968. 766p.
ciadas a um sistema financeiro em ampla expansão,
inundando os mercados de novos papéis, ampliam o NAPOLEONI, Cláudio. A teoria econômica no
universo das transformações das empresas e, desse século XX. Rio de Janeiro, Presença, 1973.
modo, magnificam as ponderações de que as novas
formas superam as velhas num movimento de quot;des- SCHUMPETER, Joseph A. The theory of eco-
truição criadoraquot;. Se não houverem outras razões nomic development. Cambridge, Harvard
para recolocar a leitura de Schumpeter na ordem do University. 1957.
dia das discussões econômicas, essas já representam
o suficiente. . Imperialismo e classes sociais. Rio de
Janeiro, Zahar, 1961.
LITERATURA CITADA
SOLO, Carolyn S. Inovation in the capitalist proc-
ADELMAN, Irma. Teorias do desenvolvimento ess: a critique of the Schumpeterian the-
econômico. São Paulo, Forense, 1972. ory. Quarterly Journal of Economics, Lon-
dres, 65(3):417-428, Ago. 1951.
BARAN, Paul A. & SWEEZY, Paul M. Capita-
lismo monopolista. Rio de Janeiro, Zahar, SWEEZY, Paul. Teóricos e teorias da econo-
1966. mia. Rio de Janeiro, Zahar, 1962.
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE SCHUMPETER: UMA REVISÃO CRÍTICA
SINOPSE: O trabalho procura realizar uma revisão da teoria de Schumpeter destacando as principais
contribuições desse autor à teoria econômica, mostrando sua visão de desenvolvimento econômico notadamente
para análise do processo de inovação tecnológica. Em seguida, apresenta as principais e mais consistentes críticas
às formulações schumpeterianas e, para finalizar, dá-se realce à contemporaneidade de suas idéias.
Palavras-chave: Schumpeter, desenvolvimento econômico, tecnologia.
SCHUMPETER'S ECONOMIC THEORY OF DEVELOPMENT: A CRITICAL REVISION
ABSTRACT - This study review Schumpeter's theory emphasizing the more relevant contributions to economic
theory, showing it's economic development sight; notably to the analysis of the technical inovation process. It also
introduces main and more consistent critiques to Schumpeterian prescriptions and finishes emphasizing the
contemporaneousness of his theory.
Key-words: Schumpeter, economic development, tecnology.
Informações Econômicas, SP, v.24, n.8, ago. 1994.