1. UNIP – Universidade Paulista – Campus Vergueiro
Faculdade de Letras
Licenciatura em Línguas Portuguesa e Inglesa
CAROLLINA TORRES– B67JCB-0
JULIETTE MILLIAU – B5887E – 5
MARCEL DIAS LÚCIO – B84782-4
MARCELINO FRANÇA – B6597D – 1
MARCELO BIRRER FUJISAKI – B6827J - 2
VICTOR HUGO CRISTO– B96561-4
O ensino/aprendizagem da língua materna,
e as diversas modalidades e variantes da língua portuguesa.
São Paulo 2013
2. A Próclise
Como veremos, existe até hoje muito preconceito em relação ao uso brasileiro do português, e
em especial na gramática. Aqui, comparamos diferentes abordagens na educação online da
colocação pronominal, mas exemplos não faltariam, como a construção do gerúndio, similar
não só em sua formula: verbo estar + verbos de conjugação terminando em “ando”, “endo” e
“indo”, ao inglês, como também em suas situações de uso. Portanto, a nossa, é uma língua
com suas próprias característica e normas, que evoluiu a sua própria maneira, a “tupiniquim”.
A Próclise na língua portuguesa do Brasil
Apesar de seu uso estar difundido, ao ponto de já ser considerado uma das características da
variação da língua portuguesa falada no Brasil, o uso da próclise no início de períodos ainda é
considerada um crime contra a língua. Ela já começa a ser aceita como uso coloquial na fala
ou na escrita de representação da mesma, como na comunicação digital interpessoal por
exemplo: SMS.
Mas olhando a comunicação mais monitorada, nomenclatura usada para mídias em geral, pelo
autor Marcos Bagno, em seu livro “A Norma Oculta”, o seu uso é encontrado a todo
momento, em jornais, revistas e meios de comunicação em geral.
A seguir, alguns exemplos de como ainda se ensina o uso da próclise e com exceção do
ultimo artigo, esse, escrito pela professora Sandra Ceraldi Carrasco, uma ex-aluna da UNIP, a
maioria não menciona o seu uso no português brasileiro, apenas o critica.
Observem o trecho da música “Me Dê Motivo” de Tim Maia
Me dê motivo, para ir embora
Estou vendo a hora, de te perder
Me dê motivo, vai ser agora
Estou indo embora, o que fazer?
Estou indo embora, não faz sentido
Ficar contigo, melhor assim
E é nessa hora, que o homem chora
A dor é forte, demais pra mim.
3. Coluna: O cotidiano da língua
Alguns casos de próclise
Próclise é a colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as,
lhes) antes do verbo.
Na língua portuguesa usada no Brasil, pode-se usar próclise sempre, com uma única exceção:
no inicio de frases.
É, portanto, proibido iniciar frase com pronome obliquo átono.
As frases seguintes são, portanto, inadequadas à língua culta:
Me decepcionei com ela.
Me dê motivo para ir embora.
Lhe solicitei algumas informações.
Retirado em 03/11/2013 da pag.:
http://www.gramaticaonline.com.br/texto/1080/Alguns_casos_de_próclise
Autoria: Prof. Dílson Catarino, 2013
Dicas de Português
Sérgio Nogueira
Hoje veremos mais alguns casos polêmicos sobre a correta colocação dos pronomes átonos.
ME TORNAREI ou TORNAREI-ME ou TORNAR-ME-EI o líder do grupo?
4. Segundo a tradição da normal culta, o certo é: “TORNAR-ME-EI o líder do grupo. “ME
TORNAREI” deve ser evitado em textos formais ( = pronome átono no início da frase);
“TORNAREI-ME” é inaceitável ( = ênclise de verbo no FUTURO está sempre errada).
Quando o verbo está no FUTURO do Presente ou do Pretérito do Indicativo, podemos usar o
pronome átono em MESÓCLISE:
“Encontrar-NOS-emos na próxima semana.”
“Realizar-SE-ia hoje a reunião.” …
…RESUMINDO:
1. Em textos formais, evite começar frase por pronome átono;
2. Prefira, sempre que possível, a próclise;
3. Após o infinitivo, a ênclise está sempre correta;
4. A mesóclise só é possível quando o verbo está no futuro do indicativo;
5. A ênclise de verbo no futuro ou no particípio está sempre errada;
6. Em locuções verbais, prefira a próclise do verbo principal (= solto entre
os verbos).
Retirado em 03/11/2013 da pag.:
http://g1.globo.com/platb/portugues/2007/10/
Autoria: qua, 31/10/07 por Sérgio Nogueira | categoria Dicas
Yahoo! Answers
PORQUE DEVEMOS UTILIZAR A PRÓCLISE NO INÍCIO DA FRASE E SÃO
CONDENADAS AS FORMAS TE AMO EM DETRIMENTO DA AMO-TE
A explicação é lingüística. Convencionou-se proibir o "te amo", ou seja, não é possível iniciar
a frase com pronome oblíquo pois a língua portuguesa falada em Portugal possui vogais mais
fechadas e soam muito fracas ou surdas quando determinadas vogais do fim da palavra
anterior encontram vogais na palavra posterior causando uma união das duas palavras soando
5. como se fossem apenas uma.
O encontro da vogal "e" (no pronome "te") e da vogal "a" (no verbo "amo") criaria um
oclusão dificultosa na comunicação em Portugal, soaria algo como "tamo" com a letra "t" bem
fraca.
Como a Língua Portuguesa falada no Brasil herdou a regra criada em Portugal, a gramática
normativa condena o uso de "te amo"
Retirado em 03/11/2013 da pag.:
http://answers.yahoo.com/question/index?qid=20060828035227AAN1vgZ
Autoria: Dita Parlo
DICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Nesta edição, a professora Sandra Ceraldi Carrasco dá dicas sobre o uso da colocação
pronominal, tópico muito requisitado em concursos públicos. Acompanhe as explicações da
especialista e sucesso em seus estudos!
A colocação pronominal, na Língua Portuguesa, refere-se à posição que os pronomes pessoais
oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo. As posições clíticas de pronomes
oblíquos átonos são: próclise, ênclise e mesóclise.
Próclise: pronome + verbo. Ex.: Eu os vi ontem.
Ênclise: verbo + pronome. Ex.: Vi-os ontem.
Mesóclise: início do verbo + pronome + terminação verbal. Ex.: Ver-nos-emos
mais tarde.
Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos
futuro do presente (fará, dirá, verá) e futuro do pretérito (faria, diria, veria), permitem também
ênclise. Somente os tempos futuro do presente e futuro do pretérito permitem mesóclise.
6. O português falado no Brasil e em Portugal é diferente quanto às preferências por posições
clíticas.
No
Brasil,
opta-se
sempre
por
próclise
independente
da
posição
do
grupo/sintagma/locução verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal, dependendo da
posição do grupo verbal na oração, opta-se ou não pela próclise. Veja:
No Brasil:
Me dê atenção.
Te amo.
Em Portugal:
Dê-me atenção.
Amo-te.
As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no
colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala
(mensagens instantâneas e de celular, por exemplo), as posições clíticas da escrita no Brasil
são as mesmas do português falado em Portugal. Então entenda:
Português falado no Brasil coloquialmente: sempre se usa próclise.
Português falado em Portugal e normatizado por regras: nunca se usa próclise no início do
período; nunca se usa próclise após pausa/vírgula; usa-se sempre próclise após atratores.
Observação: não deve ser usada no início de oração ou período. Apesar disso, o uso da próclise
é generalizado no Brasil, de modo que na fala popular é comum o uso inclusive no início de
oração. Ex.: *Se faz justiça com as próprias mãos naquele lugar.
Retirado em 03/11/2013 da pag.:
http://jcconcursos.uol.com.br/Concursos/Noticiario/artigo-concursos-portugues-prof-sandra45100
Autoria: Sandra Ceraldi Carrasco, Terça-feira, 21 de agosto de 2012
7. Conclusão
O livro, A norma oculta: língua & poder na sociedade brasileira (2003), de Marcos Bagno
retoma a questão do preconceito lingüístico e social, já abordado no livro com o mesmo nome
“Preconceito linguístico: o que é, como se faz (1999)”.
Basicamente, com um trocadilho entre norma culta e norma oculta, ele nos aponta para duas
questões: o uso da língua como instrumento de poder e o preconceito social e econômico no
uso do mesmo.
O autor começa, questionando o sentido das nomenclaturas usadas no julgamento dos
conceitos de: certo e errado, válido e inválido, de prestigio e popular, o seu peso semântico e
social, pois há quem dita e quem segue, as regras e convenções sociais. Então, quem tem o
poder de ditar as regras, teoricamente tem o poder de usá-las como bem quiser, direito este
negado aos outros usuários das mesmas regras, seja quanto a leis ou a língua.
Portanto, educadores, devem ter consciência desses fatos e lutar para não se esquecerem
deles, se acomodando e não se importando em ficar repetindo o que esta escrito em um livro
didático qualquer. Deve-se refletir muito sobre isso e partilhar com os outros, para que o
ensino da nossa língua, seja finalmente, encarado com seriedade, assumindo todas as
responsabilidades, geradas nesse processo, na formação de uma sociedade e de uma
identidade cultural, coisa até hoje negada a todos os brasileiros.