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MÓDULO I 
 Introdução ao Biodigestor 
 Caracterização dos Resíduos
A pesquisa sobre 
fontes alternativas de 
energias tem se 
intensificado em todo 
planeta, visando 
diminuir a poluição 
ambiental.
Os dejetos de animais 
têm se tornado um 
norte para as 
pesquisas no intuito de 
proteger o meio 
ambiente da poluição e 
melhorar a qualidade 
de vida com os 
benefícios obtidos do 
tratamento dos dejetos.
1. INTRODUÇÃO AO BIODIGESTOR 
 Conceitos 
Estrutura destinada a conter a 
biomassa e seu produto: o 
BIOGÁS. 
BIODIGESTOR 
O biodigestor não produz o biogás, mas 
proporciona condições adequadas para que as 
bactérias metanogênicas atuem sobre a 
biomassa para produção desse combustível.
HÁ DOIS TIPOS DE SISTEMAS: 
• Contínuo 
• Descontínuo
Contínuo 
• Mais difundido; 
• Se adapta à maioria das biomassas; 
• Cargas diárias ou periódicas; 
• Descarrega o biofertilizante de forma contínua.
Descontínuo 
• Específico para biomassas de decomposição 
lenta; 
• Recebe a carga total, retendo-a até terminar o 
processo de biodigestão; 
• Ao término do processo, o biodigestor é totalmente 
esvaziado. 
• Para novo processo, o biodigestor deve ser 
recarregado.
O sistema mais 
difundido é o sistema 
contínuo, cujos 
modelos mais 
conhecidos são o 
chinês e o indiano, que 
são muito utilizados no 
Brasil. 
(Coldebella, 2006)
 Princípios de Funcionamento 
BIODIGESTÃO AERÓBIA 
O processo envolve a oxidação direta de matéria 
orgânica e de matéria celular biodegradável. 
 É realizada por diferentes grupos de micro-organismos.
Nos estágios iniciais, os micro-organismos se 
reproduzem a uma taxa de crescimento 
populacional logarítmica. 
Progride a oxidação da matéria orgânica e a taxa de 
crescimento começa a diminuir. 
Fontes de carbono orgânico disponível se tornam 
limitantes, reduzindo a taxa de consumo de oxigênio.
BIODIGESTÃO ANAERÓBIA 
Biogás e 
Biofertilizante 
Matéria 
Orgânica 
Bactérias anaeróbias 
estritas e facultativas 
decomposição 
complexa 
Pode-se converter uma grande quantidade de 
resíduos, em subprodutos úteis. 
Mais de 90% da energia disponível por 
oxidação direta se transforma em metano.
• Promove a geração do biogás; 
• Permite a reciclagem do efluente; 
• Alternativa para o tratamento de resíduos; 
• Permite a redução do potencial poluidor e dos 
riscos sanitários dos dejetos.
Modelo Indiano
Modelo Chinês
Modelo Canadense 
• Modelo tipo horizontal; 
• Caixa de carga em alvenaria e com a largura maior 
que a profundidade; 
Grande producã̧o 
de biogás 
Área maior de 
exposicã̧o ao sol 
• Amplamente difundido: é hoje a tecnologia mais 
utilizada; 
• O biogás pode ser enviado para um gasômetro 
separado.
• Embora apresente a vantagem de ser de fácil 
construção, possui menor durabilidade.
A localização do biodigestor é de grande 
importância, uma vez que irá afetar o sucesso 
ou a falha da operação do sistema. 
• Deve estar pelo menos de 30 a 50 metros de 
qualquer fonte de água para evitar a possibilidade 
de contaminação; 
• Deve estar localizado preferencialmente em área 
protegida de ventos frios e onde a temperatura 
permanece relativamente estável, tentando receber 
o máximo de energia solar.
2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS 
Natureza e Bioquímica da Composição da Biomassa 
Fermentação 
metanogênica 
Resíduos orgânicos de 
origem vegetal, animal, 
agroindustrial e doméstico. 
• As características bioquímicas devem permitir o 
desenvolvimento e a atividade microbiana 
anaeróbica.
Processo Microbiológico 
Requer não apenas fontes de carbono e 
nitrogênio, mas também devem estar 
presentes um certo equilíbrio de minerais. 
Substâncias 
com alto teor 
de lignina 
Não são diretamente utilizáveis; 
devem ser submetidos a 
tratamentos prévios.
Esterco animal 
A degradação dependerá 
principalmente do tipo de animal e 
do alimento que tenham recebido.
• As fontes de carbono mais utilizadas pelos micro-organismos 
são os carboidratos e compostos 
orgânicos, especialmente hexoses, que são 
degradadas por uma única via. 
CARBONO: Fonte de energia para as bactérias; 
NITROGÊNIO: Componente essencial para a formação 
de novas células bacterianas.
MÓDULO II 
Histórico da Produção de Biogás 
Fundamentos Bioquímicos Para 
Produção de Biogás
3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS 
• Há relatos que o biogás já era conhecido há muito 
tempo, pois a producã̧o do mesmo a partir de 
resíduos organ̂icos é um processo extremamente 
antigo; 
• Comprovacõ̧es históricas mostram que a primeira 
instalaca̧õ de biodigestores surgiu na segunda 
metade do século XIX; 
• Alessandro Volta: pesquisador italiano descobre o 
gás metano, resultado da decomposicã̧o de restos 
vegetais em ambientes confinados;
• Em 1939 foi criado na cidade de Kampur, na Índia, 
o Institute Gobár Gás: criação da primeira usina 
de gás de esterco. 
• Esse trabalho pioneiro permitiu a construcã̧o de 
quase meio milhão de biodigestores na Índia. 
• A utilizacã̧o do biogás na Índia, como fonte de 
energia, motivou a China a adotar tal tecnologia a 
partir de 1958. 
• Em 1972, a China já possuía aproximadamente 7,2 
milhões de biodigestores em atividade.
• Crise energética em 1973: a implantação de 
biodigestores passou a ser interessante para países 
ricos e de terceiro mundo. 
• Guerra fria: Devido a questões militares, surgiu 
interesse pelo uso de biodigestores. A China temeu 
que um ataque nuclear impedisse toda e qualquer 
atividade econom̂ica; 
• Foram desenvolvidos na época dois modelos 
diferentes de biodigestor: o modelo chineŝ e o 
modelo indiano.
• NOS DIAS ATUAIS… 
• O governo chineŝ considerou viável aperfeico̧ar as 
técnicas rudimentares de cultivo do solo, com os 
biodigestores ocupando papel de destaque; 
• No caso da Índia, a fome e a falta de combustíveis 
fósseis é que motivaram o desenvolvimento da 
tecnologia dos biodigestores. 
• Logo, os chineses priorizam o biofertilizante para 
producã̧o dos alimentos necessários a sua naca̧õ 
populosa e indianos focam no biogás para cobrir o 
imenso déficit de energia.
NO BRASIL… 
Estudos envolvendo o uso de biodigestores têm sido 
utilizados em duas principais vertentes: 
• Tratamento de efluentes; 
• Uso energético do biogás. 
Existe uma terceira vertente importante relacionada 
ao uso do efluente para melhorar a fertilidade de solo 
e, com isso, aumentar a sustentabilidade do sistema 
produtivo.
4. FUNDAMENTOS BIOQUÍMICOS PARA 
PRODUÇÃO DE BIOGÁS 
Hidrólise 
• As enzimas produzidas pelas bactérias 
transformam polímeros, como amido e proteínas, 
em monômeros, como açúcares e aminoácidos.
Acidogênese 
• Na acidogênese, esses monômeros são 
transformados em ácidos graxos voláteis (AGV), 
como ácido butírico e ácido propiônico. 
Material 
orgânico 
simples 
Ácidos 
orgânicos 
simples
Acetogênese 
• Na acetogênese, esses ácidos graxos voláteis 
são transformados em ácido acético, gás 
carbônico e hidrogênio gasoso. 
Ácidos graxos 
voláteis 
CO2 
H2 
Ácido acético
Metanogênese 
O Ácido acético é transformado em metano e gás 
carbônico pelas bactérias metanogênicas 
acetoclásticas e o gás carbônico e o hidrogênio são 
combinados, formando metano, pelas bactérias 
metanogênicas hidrogenotróficas. 
Acetato 
CO2 
H2 
METANO
 Micro-organismos envolvidos em cada 
etapa de digestão anaeróbia 
• Os micro-organismos envolvidos no processo 
variará dependendo dos materiais a serem 
degradados. 
• Álcoois, ácidos graxos, e os anéis aromáticos 
podem ser degradados pela respiração 
anaeróbica. 
E. coli
Bactérias envolvidas na hidrólise 
• Bacteroides 
• Lactobacillus 
• Propionibacterium 
• Sphingomonas 
• Sporobacterium 
• Megasphaera 
• Bifidobacterium 
Lactobacillus sp 
Gêneros:
Bactérias envolvidas na acidogênese: 
Paenibacillus 
Ruminococcus 
Presentes em todas as fases, 
Archaeas 
mas são dominantes na acidogênica.
Bactérias envolvidas na acetogênese: 
• Estas bactérias só podem sobreviver em simbiose 
com o gênero que consome hidrogênio; 
• As bactérias acetogênicas redutoras de sulfato são 
capazes de degradar o lactato e o etanol, mas não 
são capazes de degradar os ácidos graxos e 
compostos aromáticos.
Bactérias envolvidas em metanogênese: 
As bactérias metanogênicas aparecem na segunda 
fase da fermentação, porém, a quantidade aumenta 
fase metanogênica. 
Principais espécies: 
• Methanosarcina 
• Methanobacterium 
• Methanospirillum hungatii
Fatores que Afetam a Produção de 
Biogás 
• Temperatura 
• Tempo de Retenção Hidráulica 
• Teor de Sólidos 
• Concentração de nutrientes 
• Concentrações de sólidos voláteis 
• Substâncias tóxicas 
• pH
Temperatura 
• A temperatura de operação do digestor, é 
considerado um dos principais parâmetros, devido 
à grande influência deste fator na taxa de digestão 
anaeróbia. 
• A velocidade da reação depende da velocidade de 
crescimento dos micro-organismos envolvidos, que 
por sua vez dependem da temperatura. 
Aumento da 
temperatura 
Velocidade de 
crescimento de 
micro-organismos 
é acelerada 
Aumento da 
produção 
de biogás
• As variações bruscas de temperatura no digestor 
pode desencadear a desestabilização do processo. 
• Existem três intervalos de temperatura em que se 
pode trabalhar com micro-organismos anaeróbicos: 
Psicrófilos (abaixo de 25 oC) 
Mesófilos (25 a 45 oC) 
Termófilos (entre 45 e 65 oC)
 Tempo de Retenção Hidráulica (TRH) 
• É o tempo necessário para a mistura ser 
digerida no digestor. 
• Ocorre quando a produção de gás é máxima, 
definindo o ponto de melhor qualidade do biogás 
no processo de biodigestão anaeróbia.
• O tempo de retenção é determinado, num processo 
contínuo, pela relação entre volume do biodigestor 
e o volume diário de carga introduzida. 
• Usualmente, o TRH dura de 30 a 45 dias. 
• Em algumas situações é possível a existência do 
biogás logo na primeira semana.
 Teor de Sólido Total 
• Material residual que fica em uma cápsula após 
secagem até peso constante em estufa em 
temperatura elevada (105oC); 
• Falta de água: pode provocar entupimento na 
tubulação; 
• Excesso de água: pode atrapalhar o processo da 
hidrólise, pois é exigida uma elevada carga de 
biomassa para que a mesma se processe 
adequadamente.
 Concentração de Nutrientes 
• São necessários macro e micronutrientes do 
processo anaeróbio para a síntese de nova de 
biomassa; 
• Deve existir uma relação carbono/nitrogênio mantida 
entre 20:1 e 30:1. 
EXCESSO DE NITROGÊNIO: pode levar a redução da 
produção de biogás, podendo ter como produto final 
compostos nitrogenados como a amônia ( NH3).
 Concentrações de Sólidos Voláteis (SV) 
• É a porção de sólidos totais que é liberada de uma 
amostra, volatilizando-se quando aquecida até 
peso constante a 600oC. 
• Os SV contêm 
componentes 
orgânicos, que, 
teoricamente, 
deveriam ser 
convertidos em 
metano.
Substâncias Tóxicas 
Uso de desinfetantes, 
antibióticos e bactericidas 
Podem “contaminar” o esterco, 
afetando as bactérias envolvidas 
no processo.
Características do Biogás 
• O metano é altamente combustível e inflamável, 
produzindo chama azul-clara e queimando em CO2 
e H2O. 
• Possui alto poder calorífero. 
Composição do biogás: 
Fonte: LA FARGE (1979), APPUD COLDEBELLA (2006)
• A qualidade do biogás depende da quantidade de 
metano na mistura, ou seja, quanto maior for a 
quantidade de metano, melhor será o biogás em 
termos energéticos. 
• O Biogás com um teor de metano entre 50 e 80%, 
terá um poder calorífico entre 4,95 e 7,92 kWh/m . 
• A produção inicial do biodigestor contém muito 
dióxido de carbono (CO2), sendo totalmente inviável 
sua imediata utilização.
 Capacidade de Geração de Biogás em 
Função de Diferentes Resíduos 
• A geração de biogás depende da característica do 
resíduo, que é o substrato para o crescimento dos 
micro-organismos. 
• A dieta dos animais e sistema digestório, 
interferem na distinção dos resíduos quanto à 
potencialidade de produção de biogás.
MÓDULO III 
Viabilidade Econômica dos 
Biodigestores
5. VIABILIDADE ECONÔMICA SEGUNDO 
COLDEBELLA, 2006. 
Propriedade 1: 
• 130 bovinos em regime de confinamento; 
• Biodigestor com 7 x 40 x 3 m de largura, 
comprimento e profundidade, respectivamente; 
• O sistema aproveita toda água de lavagem da sala de 
ordenha e do barracão de confinamento; 
• O biofertilizante é utilizado para fertirrigacã̧o; 
• O biogaś é utilizado para producã̧o de energia 
elétrica, por meio de um conjunto motor-gerador 
instalado na propriedade.
Propriedade 2: 
• 1.000 matrizes; 
• Os dejetos são conduzidos a um biodigestor com 
10,5 x 55 x 4,5m de largura, comprimento e 
profundidade, respectivamente; 
• Biofertilizante é utilizado para fertirrigação; 
• Para a produção de energia elétrica, é usado o 
biogás.
Produção de biogás a partir de resíduos pecuários 
SV – sólidos voláteis; 1 – chorume diluído com águas de lavagem; 2 – chorume 
não diluído e sem material constituinte das camas dos animais, diluições podem 
variar entre 1:0,5 e 1:7, palha para cama entre 1 a 3 kg/animal/dia. 
(Fonte: Coldebella, 2006)
O sistema de cultivo e a quantidade de 
animais determinam a capacidade de 
produção de biogás. 
127,4 m3/biogás/dia 
• Propriedade 1: 
130 
Vacas 
0,980 m3/animal/dia 
de biogás 
• Propriedade 2: 
933 m3/biogás/dia 
1000 
Porcas 
0,933 m3/animal/dia 
de biogás
1 m3 de biogás equivale a 6,5 kWh 
Eficiência (%) = (energia produzida kWh/m3 / 6,5 kWh/m3) * 100 
• A energia produzida kWh/m3 é obtida convertendo-se 
a potência gerada em HP para kWh. Com essa 
conversão calcula-se a produção de energia em 
kWh/m3. 
1HP equivale a 0,746 kW
O gasômetro é conectado ao motor-gerador 
ou motor-bomba, que permanece 
em funcionamento até que o biogás seja 
totalmente consumido. 
A implantação do biodigestor equivale a, 
aproximadamente, R$ 200,00/suíno e do 
conjunto motor-gerador cerca de R$ 
A implantação do biodigestor equivale a, 
aproximadamente, R$ 200,00/suíno e do 
conjunto motor-gerador cerca de R$ 
440,00/kW. 
440,00/kW.
 Conjunto Motor-gerador 
Motor originalmente a gasolina/diesel 
adaptado para o biogás 
acoplado 
Gerador de energia elétrica 
Equipado com um quadro de comando para 
monitorar o seu funcionamento.
Motor-gerador
 O Conjunto Motor-bomba 
Motor originalmente a gasolina/diesel, 
convertido para o biogás 
acoplado 
Bomba d’água acionada 
por um motor elétrico 
Utilizado para o bombeamento dos 
efluentes líquidos (biofertilizante)
Motor-bomba
• O tempo de retorno do investimento está em 
função do tempo de operação do 
equipamento, quanto menor for o tempo de 
operação, maior será o custo da energia 
elétrica. 
Propriedade 1 2,5h/dia 
Propriedade 2 10h/dia
Propriedade 1 
• Implantação do biodigestor: R$ 50.000,00 
• Motor-gerador: R$ 20.000,00 
• Produção de 44 kWh de energia elétrica 
Propriedade 2 
• Implantação do biodigestor: R$ 100.000,00 
• Motor-gerador: R$ 20.000,00 
• Produção de 36kWh de energia elétrica
 Custo da eletricidade (MWh) para a propriedade 1 
(bovinocultura), de acordo com o tempo de 
amortização e o tempo de operação do gerador:
 Custo da eletricidade (MWh) para a propriedade 2 
(suinocultura), de acordo com o tempo de 
amortização e tempo de operação do gerador:
• O tempo de retorno deste investimento está 
relacionado com o valor pago pelo produtor por kWh 
à concessionária de energia elétrica. 
• Quanto maior for o tempo diário de operacã̧o do 
sistema, menor será o tempo de retorno do 
investimento. 
• Para propriedades rurais o custo cobrado gira em 
torno de R$ 300,00/MWh.
 Tempo de retorno do investimento para a 
propriedade 1.
 Tempo de retorno do investimento para a 
propriedade 2.
Somando-se a produção de 
energia elétrica à economia 
gerada pelo uso do biogás com o 
sistema de bombeamento para 
irrigação, reduz o tempo de 
retorno do investimento.
 Cogeração de Energia Elétrica 
• É a produção combinada de calor e eletricidade; 
• Para o motor-gerador, a eficiência de conversão 
em energia elétrica é relativamente reduzida; 
• A eficiência varia entre 25% e 38%, em relação à 
energia inicial presente no biogás; 
• Geralmente, os motores a diesel apresentam 
rendimentos de 3 a 5 pontos percentuais a mais 
que os motores operados a gás.
CCaassoo ddee SSuucceessssoo
MÓDULO IV 
Análises do Processo 
Biofertilizante
6. ANÁLISES DO PROCESSO 
Teor de Sólido Total 
Material 
orgânico 
Água 
Sólidos totais 
Secagem até 
peso constante 
A mobilidade das bactérias metanogênicas no substrato 
é limitada à medida que aumenta o teor de sólidos e, 
portanto, podem afetar a eficiência e produção de gás.
Teor de Sólidos Não Voláteis 
• É o resíduo inorgânico que permanece após a queima 
da matéria orgânica; 
• Obtidos por calcinação.
Teor de Sólidos Voláteis 
Sólidos 
Totais 
Sólidos 
Voláteis - = 
Sólidos 
Totais 
Fixos 
• A dosagem é realizada para caracterização da 
matéria biodegradável utilizando-se uma mufla. 
• Quanto maior a quantidade 
de matéria biodegradável, 
maior é o potencial de 
produção do biogás.
Sólidos Sedimentáveis 
• Representam os sólidos presentes na amostra que 
podem ser removidos por decantação. 
• Teste volumétrico.
Análises Físico-químicas 
• pH 
• Alcalinidade 
• Acidez 
• Temperatura 
• DBO 
• DQO 
• Amônia 
• Amônio 
• Nitrito 
• Nitrato 
• Cálcio 
• Fósforo 
• Magnésio 
• Potássio
pH 
• Processo anaeróbio é adversamente afetado por 
pequenas mudanças nos níveis de pH; 
• Organismos metanogênicos são mais susceptíveis. 
Ideal entre 5,5 e 6,5 
Bactérias 
acidogênicas 
Bactérias 
metanogênicas Ideal entre 7,8 e 8,2
 Alcalinidade e Acidez 
Método Titulométrico 
 Temperatura do 
Biogás 
Medição de temperatura deve 
ser realizada diariamente com 
auxílio de um termômetro 
diretamente do gasômetro.
 DBO e DQO 
Demanda Bioquímica 
de Oxigênio 
Oxigênio consumido (mg L-1) 
após oxidação biológica. 
Demanda Química 
de Oxigênio 
Oxigênio consumido (mg L-1) 
após oxidação química.
 Análise de Nutrientes 
• Análises laboratoriais de amônia, amônio, nitrito, 
nitrato, cálcio, fósforo, magnésio e potássio. 
Fotômetro de Bancada Multiparâmetro
Análises Microbiológicas 
• Avaliação quantitativa da recuperação bacteriana após cultura 
seletiva das amostras do afluente (carga inicial) e efluentes do 
biodigestor.
EMB
BE com Azida
Com a análise quantitativa, verificou-se 
a diminuição das populações 
bacterianas no decorrer da digestão 
anaeróbia. Este resultado indica a 
eliminação das bactérias patogênicas 
dos resíduos, o que permite a redução 
do potencial poluidor e dos riscos 
sanitários dos dejetos.
 Análise de Biogás 
• Composição média do biogás ao longo do tempo; 
Análise em cromatografia gasosa do biogás produzido a 
partir de dejetos bovinos.
7. BIOFERTILIZANTES 
 Conceito 
Matéria orgânica rica em 
elementos minerais. 
Possui grande capacidade de recuperar os solos 
degradados!
Composição Básica do Biofertilizante 
Macro e Micronutrientes 
Nitrogênio Enxofre Molibdênio 
Fósforo Sódio Boro 
Potássio Ferro Cobre 
Cálcio Cloro Zinco 
Magnésio Sílica Manganês 
A composição varia de acordo com a 
matéria-prima a ser fermentada.
Ação do Biofertilizante no Solo 
Corretor de acidez (pH = 7,5) 
Dificulta a multiplicacão de ̧ fungos não benéficos. 
• Mantém os sais minerais em formas aproveitáveis 
pelas plantas, evitando que esses sais sejam 
levados pelas águas; 
• Melhora a estrutura e a 
textura, deixando-o mais 
fácil de ser trabalhado e 
facilitando a penetracã̧o 
das raízes.
• Dá firmeza ao solo, de modo que resistam 
à ação desagregadora da água; 
• Deixa a terra com estrutura mais porosa, permitindo 
maior penetração do ar; 
• Favorece a multiplicação 
das bactérias, fixando o 
nitrogênio atmosférico; 
• Aumenta a produtividade 
e reduz o perigo de 
infestações nas lavouras.
8. VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 Vantagens da tecnologia da biodigestão: 
• Requer menos espaço que aterros sanitários e 
compostagem; 
• Diminui o volume de resíduo a ser descartado; 
• Reduz o problema de saneamento ambiental com 
o aproveitamente de dejetos animais e vegetais; 
• Produção de biofertilizante.
• Reduz significativamente a quantidade emitida de 
metano na atmosfera; 
• Constitui uma fonte de renda para propriedades 
rurais; 
• Geração de créditos de 
carbono.
Produtividade 
• Aumento de forragem 
• Redução de custos 
energéticos 
Meio 
Ambiente 
Saúde 
• Preservação da 
vegetação local 
• Melhoria da 
qualidade do solo 
• Melhoria da 
qualidade do ar no 
ambiente doméstico 
• Melhoria das 
condições sanitárias 
Fonte: adaptado de Instituto WINROCK, (2008)
 Desvantagens da tecnologia da biodigestão: 
• Variabilidade da produção de biogás em função do 
clima. 
• A quantidade de energia gerada pelo biogás não é 
constante; 
• Formação de gás sulfídrico, aumentando custos de 
manutenção devido à corrosão. 
• Custo de investimento inicial 
e de manutenção; 
• Período de retorno do investimento 
varia com a tecnologia disponível.
Obrigado! 
marcelo.otenio@embrapa.br 
(32) 3311-7400

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Introdução ao Biodigestor e Produção de Biogás

  • 1. MÓDULO I  Introdução ao Biodigestor  Caracterização dos Resíduos
  • 2. A pesquisa sobre fontes alternativas de energias tem se intensificado em todo planeta, visando diminuir a poluição ambiental.
  • 3. Os dejetos de animais têm se tornado um norte para as pesquisas no intuito de proteger o meio ambiente da poluição e melhorar a qualidade de vida com os benefícios obtidos do tratamento dos dejetos.
  • 4. 1. INTRODUÇÃO AO BIODIGESTOR  Conceitos Estrutura destinada a conter a biomassa e seu produto: o BIOGÁS. BIODIGESTOR O biodigestor não produz o biogás, mas proporciona condições adequadas para que as bactérias metanogênicas atuem sobre a biomassa para produção desse combustível.
  • 5.
  • 6. HÁ DOIS TIPOS DE SISTEMAS: • Contínuo • Descontínuo
  • 7. Contínuo • Mais difundido; • Se adapta à maioria das biomassas; • Cargas diárias ou periódicas; • Descarrega o biofertilizante de forma contínua.
  • 8. Descontínuo • Específico para biomassas de decomposição lenta; • Recebe a carga total, retendo-a até terminar o processo de biodigestão; • Ao término do processo, o biodigestor é totalmente esvaziado. • Para novo processo, o biodigestor deve ser recarregado.
  • 9. O sistema mais difundido é o sistema contínuo, cujos modelos mais conhecidos são o chinês e o indiano, que são muito utilizados no Brasil. (Coldebella, 2006)
  • 10.  Princípios de Funcionamento BIODIGESTÃO AERÓBIA O processo envolve a oxidação direta de matéria orgânica e de matéria celular biodegradável.  É realizada por diferentes grupos de micro-organismos.
  • 11. Nos estágios iniciais, os micro-organismos se reproduzem a uma taxa de crescimento populacional logarítmica. Progride a oxidação da matéria orgânica e a taxa de crescimento começa a diminuir. Fontes de carbono orgânico disponível se tornam limitantes, reduzindo a taxa de consumo de oxigênio.
  • 12. BIODIGESTÃO ANAERÓBIA Biogás e Biofertilizante Matéria Orgânica Bactérias anaeróbias estritas e facultativas decomposição complexa Pode-se converter uma grande quantidade de resíduos, em subprodutos úteis. Mais de 90% da energia disponível por oxidação direta se transforma em metano.
  • 13. • Promove a geração do biogás; • Permite a reciclagem do efluente; • Alternativa para o tratamento de resíduos; • Permite a redução do potencial poluidor e dos riscos sanitários dos dejetos.
  • 14.
  • 17. Modelo Canadense • Modelo tipo horizontal; • Caixa de carga em alvenaria e com a largura maior que a profundidade; Grande producã̧o de biogás Área maior de exposicã̧o ao sol • Amplamente difundido: é hoje a tecnologia mais utilizada; • O biogás pode ser enviado para um gasômetro separado.
  • 18. • Embora apresente a vantagem de ser de fácil construção, possui menor durabilidade.
  • 19. A localização do biodigestor é de grande importância, uma vez que irá afetar o sucesso ou a falha da operação do sistema. • Deve estar pelo menos de 30 a 50 metros de qualquer fonte de água para evitar a possibilidade de contaminação; • Deve estar localizado preferencialmente em área protegida de ventos frios e onde a temperatura permanece relativamente estável, tentando receber o máximo de energia solar.
  • 20. 2. CARACTERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS Natureza e Bioquímica da Composição da Biomassa Fermentação metanogênica Resíduos orgânicos de origem vegetal, animal, agroindustrial e doméstico. • As características bioquímicas devem permitir o desenvolvimento e a atividade microbiana anaeróbica.
  • 21. Processo Microbiológico Requer não apenas fontes de carbono e nitrogênio, mas também devem estar presentes um certo equilíbrio de minerais. Substâncias com alto teor de lignina Não são diretamente utilizáveis; devem ser submetidos a tratamentos prévios.
  • 22. Esterco animal A degradação dependerá principalmente do tipo de animal e do alimento que tenham recebido.
  • 23. • As fontes de carbono mais utilizadas pelos micro-organismos são os carboidratos e compostos orgânicos, especialmente hexoses, que são degradadas por uma única via. CARBONO: Fonte de energia para as bactérias; NITROGÊNIO: Componente essencial para a formação de novas células bacterianas.
  • 24.
  • 25. MÓDULO II Histórico da Produção de Biogás Fundamentos Bioquímicos Para Produção de Biogás
  • 26. 3. HISTÓRICO DA PRODUÇÃO DE BIOGÁS • Há relatos que o biogás já era conhecido há muito tempo, pois a producã̧o do mesmo a partir de resíduos organ̂icos é um processo extremamente antigo; • Comprovacõ̧es históricas mostram que a primeira instalaca̧õ de biodigestores surgiu na segunda metade do século XIX; • Alessandro Volta: pesquisador italiano descobre o gás metano, resultado da decomposicã̧o de restos vegetais em ambientes confinados;
  • 27. • Em 1939 foi criado na cidade de Kampur, na Índia, o Institute Gobár Gás: criação da primeira usina de gás de esterco. • Esse trabalho pioneiro permitiu a construcã̧o de quase meio milhão de biodigestores na Índia. • A utilizacã̧o do biogás na Índia, como fonte de energia, motivou a China a adotar tal tecnologia a partir de 1958. • Em 1972, a China já possuía aproximadamente 7,2 milhões de biodigestores em atividade.
  • 28. • Crise energética em 1973: a implantação de biodigestores passou a ser interessante para países ricos e de terceiro mundo. • Guerra fria: Devido a questões militares, surgiu interesse pelo uso de biodigestores. A China temeu que um ataque nuclear impedisse toda e qualquer atividade econom̂ica; • Foram desenvolvidos na época dois modelos diferentes de biodigestor: o modelo chineŝ e o modelo indiano.
  • 29. • NOS DIAS ATUAIS… • O governo chineŝ considerou viável aperfeico̧ar as técnicas rudimentares de cultivo do solo, com os biodigestores ocupando papel de destaque; • No caso da Índia, a fome e a falta de combustíveis fósseis é que motivaram o desenvolvimento da tecnologia dos biodigestores. • Logo, os chineses priorizam o biofertilizante para producã̧o dos alimentos necessários a sua naca̧õ populosa e indianos focam no biogás para cobrir o imenso déficit de energia.
  • 30. NO BRASIL… Estudos envolvendo o uso de biodigestores têm sido utilizados em duas principais vertentes: • Tratamento de efluentes; • Uso energético do biogás. Existe uma terceira vertente importante relacionada ao uso do efluente para melhorar a fertilidade de solo e, com isso, aumentar a sustentabilidade do sistema produtivo.
  • 31. 4. FUNDAMENTOS BIOQUÍMICOS PARA PRODUÇÃO DE BIOGÁS Hidrólise • As enzimas produzidas pelas bactérias transformam polímeros, como amido e proteínas, em monômeros, como açúcares e aminoácidos.
  • 32. Acidogênese • Na acidogênese, esses monômeros são transformados em ácidos graxos voláteis (AGV), como ácido butírico e ácido propiônico. Material orgânico simples Ácidos orgânicos simples
  • 33. Acetogênese • Na acetogênese, esses ácidos graxos voláteis são transformados em ácido acético, gás carbônico e hidrogênio gasoso. Ácidos graxos voláteis CO2 H2 Ácido acético
  • 34. Metanogênese O Ácido acético é transformado em metano e gás carbônico pelas bactérias metanogênicas acetoclásticas e o gás carbônico e o hidrogênio são combinados, formando metano, pelas bactérias metanogênicas hidrogenotróficas. Acetato CO2 H2 METANO
  • 35.
  • 36.  Micro-organismos envolvidos em cada etapa de digestão anaeróbia • Os micro-organismos envolvidos no processo variará dependendo dos materiais a serem degradados. • Álcoois, ácidos graxos, e os anéis aromáticos podem ser degradados pela respiração anaeróbica. E. coli
  • 37. Bactérias envolvidas na hidrólise • Bacteroides • Lactobacillus • Propionibacterium • Sphingomonas • Sporobacterium • Megasphaera • Bifidobacterium Lactobacillus sp Gêneros:
  • 38. Bactérias envolvidas na acidogênese: Paenibacillus Ruminococcus Presentes em todas as fases, Archaeas mas são dominantes na acidogênica.
  • 39. Bactérias envolvidas na acetogênese: • Estas bactérias só podem sobreviver em simbiose com o gênero que consome hidrogênio; • As bactérias acetogênicas redutoras de sulfato são capazes de degradar o lactato e o etanol, mas não são capazes de degradar os ácidos graxos e compostos aromáticos.
  • 40. Bactérias envolvidas em metanogênese: As bactérias metanogênicas aparecem na segunda fase da fermentação, porém, a quantidade aumenta fase metanogênica. Principais espécies: • Methanosarcina • Methanobacterium • Methanospirillum hungatii
  • 41. Fatores que Afetam a Produção de Biogás • Temperatura • Tempo de Retenção Hidráulica • Teor de Sólidos • Concentração de nutrientes • Concentrações de sólidos voláteis • Substâncias tóxicas • pH
  • 42. Temperatura • A temperatura de operação do digestor, é considerado um dos principais parâmetros, devido à grande influência deste fator na taxa de digestão anaeróbia. • A velocidade da reação depende da velocidade de crescimento dos micro-organismos envolvidos, que por sua vez dependem da temperatura. Aumento da temperatura Velocidade de crescimento de micro-organismos é acelerada Aumento da produção de biogás
  • 43. • As variações bruscas de temperatura no digestor pode desencadear a desestabilização do processo. • Existem três intervalos de temperatura em que se pode trabalhar com micro-organismos anaeróbicos: Psicrófilos (abaixo de 25 oC) Mesófilos (25 a 45 oC) Termófilos (entre 45 e 65 oC)
  • 44.  Tempo de Retenção Hidráulica (TRH) • É o tempo necessário para a mistura ser digerida no digestor. • Ocorre quando a produção de gás é máxima, definindo o ponto de melhor qualidade do biogás no processo de biodigestão anaeróbia.
  • 45. • O tempo de retenção é determinado, num processo contínuo, pela relação entre volume do biodigestor e o volume diário de carga introduzida. • Usualmente, o TRH dura de 30 a 45 dias. • Em algumas situações é possível a existência do biogás logo na primeira semana.
  • 46.  Teor de Sólido Total • Material residual que fica em uma cápsula após secagem até peso constante em estufa em temperatura elevada (105oC); • Falta de água: pode provocar entupimento na tubulação; • Excesso de água: pode atrapalhar o processo da hidrólise, pois é exigida uma elevada carga de biomassa para que a mesma se processe adequadamente.
  • 47.  Concentração de Nutrientes • São necessários macro e micronutrientes do processo anaeróbio para a síntese de nova de biomassa; • Deve existir uma relação carbono/nitrogênio mantida entre 20:1 e 30:1. EXCESSO DE NITROGÊNIO: pode levar a redução da produção de biogás, podendo ter como produto final compostos nitrogenados como a amônia ( NH3).
  • 48.  Concentrações de Sólidos Voláteis (SV) • É a porção de sólidos totais que é liberada de uma amostra, volatilizando-se quando aquecida até peso constante a 600oC. • Os SV contêm componentes orgânicos, que, teoricamente, deveriam ser convertidos em metano.
  • 49. Substâncias Tóxicas Uso de desinfetantes, antibióticos e bactericidas Podem “contaminar” o esterco, afetando as bactérias envolvidas no processo.
  • 50. Características do Biogás • O metano é altamente combustível e inflamável, produzindo chama azul-clara e queimando em CO2 e H2O. • Possui alto poder calorífero. Composição do biogás: Fonte: LA FARGE (1979), APPUD COLDEBELLA (2006)
  • 51. • A qualidade do biogás depende da quantidade de metano na mistura, ou seja, quanto maior for a quantidade de metano, melhor será o biogás em termos energéticos. • O Biogás com um teor de metano entre 50 e 80%, terá um poder calorífico entre 4,95 e 7,92 kWh/m . • A produção inicial do biodigestor contém muito dióxido de carbono (CO2), sendo totalmente inviável sua imediata utilização.
  • 52.  Capacidade de Geração de Biogás em Função de Diferentes Resíduos • A geração de biogás depende da característica do resíduo, que é o substrato para o crescimento dos micro-organismos. • A dieta dos animais e sistema digestório, interferem na distinção dos resíduos quanto à potencialidade de produção de biogás.
  • 53.
  • 54. MÓDULO III Viabilidade Econômica dos Biodigestores
  • 55. 5. VIABILIDADE ECONÔMICA SEGUNDO COLDEBELLA, 2006. Propriedade 1: • 130 bovinos em regime de confinamento; • Biodigestor com 7 x 40 x 3 m de largura, comprimento e profundidade, respectivamente; • O sistema aproveita toda água de lavagem da sala de ordenha e do barracão de confinamento; • O biofertilizante é utilizado para fertirrigacã̧o; • O biogaś é utilizado para producã̧o de energia elétrica, por meio de um conjunto motor-gerador instalado na propriedade.
  • 56. Propriedade 2: • 1.000 matrizes; • Os dejetos são conduzidos a um biodigestor com 10,5 x 55 x 4,5m de largura, comprimento e profundidade, respectivamente; • Biofertilizante é utilizado para fertirrigação; • Para a produção de energia elétrica, é usado o biogás.
  • 57. Produção de biogás a partir de resíduos pecuários SV – sólidos voláteis; 1 – chorume diluído com águas de lavagem; 2 – chorume não diluído e sem material constituinte das camas dos animais, diluições podem variar entre 1:0,5 e 1:7, palha para cama entre 1 a 3 kg/animal/dia. (Fonte: Coldebella, 2006)
  • 58. O sistema de cultivo e a quantidade de animais determinam a capacidade de produção de biogás. 127,4 m3/biogás/dia • Propriedade 1: 130 Vacas 0,980 m3/animal/dia de biogás • Propriedade 2: 933 m3/biogás/dia 1000 Porcas 0,933 m3/animal/dia de biogás
  • 59. 1 m3 de biogás equivale a 6,5 kWh Eficiência (%) = (energia produzida kWh/m3 / 6,5 kWh/m3) * 100 • A energia produzida kWh/m3 é obtida convertendo-se a potência gerada em HP para kWh. Com essa conversão calcula-se a produção de energia em kWh/m3. 1HP equivale a 0,746 kW
  • 60.
  • 61. O gasômetro é conectado ao motor-gerador ou motor-bomba, que permanece em funcionamento até que o biogás seja totalmente consumido. A implantação do biodigestor equivale a, aproximadamente, R$ 200,00/suíno e do conjunto motor-gerador cerca de R$ A implantação do biodigestor equivale a, aproximadamente, R$ 200,00/suíno e do conjunto motor-gerador cerca de R$ 440,00/kW. 440,00/kW.
  • 62.  Conjunto Motor-gerador Motor originalmente a gasolina/diesel adaptado para o biogás acoplado Gerador de energia elétrica Equipado com um quadro de comando para monitorar o seu funcionamento.
  • 64.  O Conjunto Motor-bomba Motor originalmente a gasolina/diesel, convertido para o biogás acoplado Bomba d’água acionada por um motor elétrico Utilizado para o bombeamento dos efluentes líquidos (biofertilizante)
  • 66. • O tempo de retorno do investimento está em função do tempo de operação do equipamento, quanto menor for o tempo de operação, maior será o custo da energia elétrica. Propriedade 1 2,5h/dia Propriedade 2 10h/dia
  • 67. Propriedade 1 • Implantação do biodigestor: R$ 50.000,00 • Motor-gerador: R$ 20.000,00 • Produção de 44 kWh de energia elétrica Propriedade 2 • Implantação do biodigestor: R$ 100.000,00 • Motor-gerador: R$ 20.000,00 • Produção de 36kWh de energia elétrica
  • 68.  Custo da eletricidade (MWh) para a propriedade 1 (bovinocultura), de acordo com o tempo de amortização e o tempo de operação do gerador:
  • 69.  Custo da eletricidade (MWh) para a propriedade 2 (suinocultura), de acordo com o tempo de amortização e tempo de operação do gerador:
  • 70. • O tempo de retorno deste investimento está relacionado com o valor pago pelo produtor por kWh à concessionária de energia elétrica. • Quanto maior for o tempo diário de operacã̧o do sistema, menor será o tempo de retorno do investimento. • Para propriedades rurais o custo cobrado gira em torno de R$ 300,00/MWh.
  • 71.  Tempo de retorno do investimento para a propriedade 1.
  • 72.  Tempo de retorno do investimento para a propriedade 2.
  • 73. Somando-se a produção de energia elétrica à economia gerada pelo uso do biogás com o sistema de bombeamento para irrigação, reduz o tempo de retorno do investimento.
  • 74.  Cogeração de Energia Elétrica • É a produção combinada de calor e eletricidade; • Para o motor-gerador, a eficiência de conversão em energia elétrica é relativamente reduzida; • A eficiência varia entre 25% e 38%, em relação à energia inicial presente no biogás; • Geralmente, os motores a diesel apresentam rendimentos de 3 a 5 pontos percentuais a mais que os motores operados a gás.
  • 76.
  • 77.
  • 78. MÓDULO IV Análises do Processo Biofertilizante
  • 79. 6. ANÁLISES DO PROCESSO Teor de Sólido Total Material orgânico Água Sólidos totais Secagem até peso constante A mobilidade das bactérias metanogênicas no substrato é limitada à medida que aumenta o teor de sólidos e, portanto, podem afetar a eficiência e produção de gás.
  • 80. Teor de Sólidos Não Voláteis • É o resíduo inorgânico que permanece após a queima da matéria orgânica; • Obtidos por calcinação.
  • 81. Teor de Sólidos Voláteis Sólidos Totais Sólidos Voláteis - = Sólidos Totais Fixos • A dosagem é realizada para caracterização da matéria biodegradável utilizando-se uma mufla. • Quanto maior a quantidade de matéria biodegradável, maior é o potencial de produção do biogás.
  • 82. Sólidos Sedimentáveis • Representam os sólidos presentes na amostra que podem ser removidos por decantação. • Teste volumétrico.
  • 83. Análises Físico-químicas • pH • Alcalinidade • Acidez • Temperatura • DBO • DQO • Amônia • Amônio • Nitrito • Nitrato • Cálcio • Fósforo • Magnésio • Potássio
  • 84. pH • Processo anaeróbio é adversamente afetado por pequenas mudanças nos níveis de pH; • Organismos metanogênicos são mais susceptíveis. Ideal entre 5,5 e 6,5 Bactérias acidogênicas Bactérias metanogênicas Ideal entre 7,8 e 8,2
  • 85.  Alcalinidade e Acidez Método Titulométrico  Temperatura do Biogás Medição de temperatura deve ser realizada diariamente com auxílio de um termômetro diretamente do gasômetro.
  • 86.  DBO e DQO Demanda Bioquímica de Oxigênio Oxigênio consumido (mg L-1) após oxidação biológica. Demanda Química de Oxigênio Oxigênio consumido (mg L-1) após oxidação química.
  • 87.  Análise de Nutrientes • Análises laboratoriais de amônia, amônio, nitrito, nitrato, cálcio, fósforo, magnésio e potássio. Fotômetro de Bancada Multiparâmetro
  • 88. Análises Microbiológicas • Avaliação quantitativa da recuperação bacteriana após cultura seletiva das amostras do afluente (carga inicial) e efluentes do biodigestor.
  • 89. EMB
  • 91. Com a análise quantitativa, verificou-se a diminuição das populações bacterianas no decorrer da digestão anaeróbia. Este resultado indica a eliminação das bactérias patogênicas dos resíduos, o que permite a redução do potencial poluidor e dos riscos sanitários dos dejetos.
  • 92.  Análise de Biogás • Composição média do biogás ao longo do tempo; Análise em cromatografia gasosa do biogás produzido a partir de dejetos bovinos.
  • 93. 7. BIOFERTILIZANTES  Conceito Matéria orgânica rica em elementos minerais. Possui grande capacidade de recuperar os solos degradados!
  • 94. Composição Básica do Biofertilizante Macro e Micronutrientes Nitrogênio Enxofre Molibdênio Fósforo Sódio Boro Potássio Ferro Cobre Cálcio Cloro Zinco Magnésio Sílica Manganês A composição varia de acordo com a matéria-prima a ser fermentada.
  • 95. Ação do Biofertilizante no Solo Corretor de acidez (pH = 7,5) Dificulta a multiplicacão de ̧ fungos não benéficos. • Mantém os sais minerais em formas aproveitáveis pelas plantas, evitando que esses sais sejam levados pelas águas; • Melhora a estrutura e a textura, deixando-o mais fácil de ser trabalhado e facilitando a penetracã̧o das raízes.
  • 96. • Dá firmeza ao solo, de modo que resistam à ação desagregadora da água; • Deixa a terra com estrutura mais porosa, permitindo maior penetração do ar; • Favorece a multiplicação das bactérias, fixando o nitrogênio atmosférico; • Aumenta a produtividade e reduz o perigo de infestações nas lavouras.
  • 97. 8. VANTAGENS E DESVANTAGENS  Vantagens da tecnologia da biodigestão: • Requer menos espaço que aterros sanitários e compostagem; • Diminui o volume de resíduo a ser descartado; • Reduz o problema de saneamento ambiental com o aproveitamente de dejetos animais e vegetais; • Produção de biofertilizante.
  • 98. • Reduz significativamente a quantidade emitida de metano na atmosfera; • Constitui uma fonte de renda para propriedades rurais; • Geração de créditos de carbono.
  • 99. Produtividade • Aumento de forragem • Redução de custos energéticos Meio Ambiente Saúde • Preservação da vegetação local • Melhoria da qualidade do solo • Melhoria da qualidade do ar no ambiente doméstico • Melhoria das condições sanitárias Fonte: adaptado de Instituto WINROCK, (2008)
  • 100.  Desvantagens da tecnologia da biodigestão: • Variabilidade da produção de biogás em função do clima. • A quantidade de energia gerada pelo biogás não é constante; • Formação de gás sulfídrico, aumentando custos de manutenção devido à corrosão. • Custo de investimento inicial e de manutenção; • Período de retorno do investimento varia com a tecnologia disponível.
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  • 102.