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MITO E RAZÃO
A passagem do mito à Filosofia
Definições importantes e
basilares (tarefa aula anterior)
• Ideologia: ideias próprias de certos grupos sociais e políticos. Por um lado, pode atuar como uma forma de
consciência da realidade, mas uma consciência parcial e ilusória, que se baseia na criação de conceitos e
preconceitos como instrumentos de dominação. Nesse caso, seus traços gerais são:
• Anterioridade: a ideologia predetermina o pensamento e a ação, desprezando a história e a prática na qual
cada pessoa se insere, vive e produz;
• Generalização: produz consenso coletivo, senso comum em torno de certas teses e valores. O “bem de
alguns” é difundido como se fosse “bem comum”.
• Lacuna: a ideologia desenvolve uma lógica montada para ocultar e silenciar em vez de revelar, falsear em vez
de esclarecer.
• Por outro lado, a ideologia pode se prestar à orientação da vida prática dos indivíduos, ou seja, de fornecer a
base para a resolução dos problemas práticos da vida em sociedade.
• Alienação: palavra que vem do latim alienare, tonar algo alheio a alguém. Em termos filosóficos, alienação é o
processo pelo qual os atos de uma pessoa são dirigidos por outros e se transformam em uma força estranha
colocada em posição superior e contrária a quem produziu (de acordo com o pensamento de Karl Marx).
O que perguntavam os primeiros
filósofos?
• Por que os seres nascem e morrem?
• Por que os semelhantes dão origem aos semelhantes, de uma
árvore nasce outra árvore, de um cão nasce outro cão, de uma
mulher nasce uma criança?
• Por que tudo muda? A criança se torna adulta, amadurece,
envelhece e desaparece?
• Por que a doença invade os corpos, rouba-lhes a cor, a força?
• Sem dúvida, a religião, as tradições e os mitos explicavam
todas essas coisas, mas suas explicações já não satisfaziam
aos que interrogavam sobre as causas da mudança, da
permanência, da repetição, da desaparição e do
ressurgimento de todos os seres. Havia perdido força
explicativa, não convenciam nem satisfaziam a quem desejava
conhecer a verdade sobre o mundo.
O que é um mito?
• Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma
coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das
plantas, dos animais, do fogo, da água etc.).
• A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois
verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma
coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar,
anunciar, nomear, designar).
Homero e Hesíodo e sua importância para a
evolução do pensamento na GréciaAntiga
• Homero (800 a.C -701 a.C) e Hesíodo (750 a.C - 650 a.C)
foram dois grandes poetas gregos da idade arcaica. Ambos
narraram obras importantes para o pensamento mítico que
influenciaram na formação da sociedade e cultura grega da
época.
• Teogonia (em grego theos, deus + genea, origem) Narrada por
Hesíodo, a teogonia é um poema mitológico para a origem dos
deuses. O poema se constitui no mito cosmogônico (descrição da
origem do mundo) dos gregos, que se desenvolve com geração
sucessiva dos deuses, e na parte final, com o envolvimento
destes com os homens originando assim os heróis.
• Ilíada: narrada por Homero, a Ilíada é um poema mitológico que
narra a famosa guerra de Troia, que influenciou fortemente a
cultura clássica.
• Odisseia: narrada por Homero, é um dos principais poemas
mitológicos, que narra em uma sequência a Ilíada, o desfecho da
batalha de Troia.
Quem narra o mito?
• O poeta-rapsodo. Quem é ele? Por que tem autoridade?
• Acredita-se que o poeta é um escolhido dos deuses, que
lhe mostram os acontecimentos passados e permitem
que ele veja a origem de todos os seres e de todas as
coisas para que possa transmiti-la aos ouvintes. Sua
palavra - o mito – é sagrada porque vem de uma
revelação divina. O mito é, pois, incontestável e
inquestionável.
Saber mítico x pensamento
racional
• Saber mítico: alegórico acredita-se nele ou não,
conforme a própria vontade, mediante um ato de fé, caso
pareça belo ou verossímil.
• Pensamento racional: logos (λόγος) argumentação
que pretende convencer.
• MITO DE ÉDIPO, utilizado pelo dramaturgo Sófocles: reflexão
sobre as questões da culpa e da responsabilidade dos
homens perante as normas e tabus (Freud).
• Leitura: página 81 (unidade 2 / capítulo 5).
A Filosofianascedeumatransformaçãogradualdos
mitosou deumarupturaradicalcomosmitos?
• Duas foram as respostas dadas.
• A primeira delas foi dada nos fins do século XIX e
começo do século XX, quando reinava um grande
otimismo sobre os poderes científicos e capacidades
técnicas do homem. Dizia-se, então, que a Filosofia
nasceu por uma ruptura radical com os mitos, sendo a
primeira explicação científica da realidade produzida
pelo Ocidente.
• A segunda resposta foi dada a partir de meados do
século XX, quando os estudos dos antropólogos e dos
historiadores mostraram a importância dos mitos na
organização social e cultural das sociedades e como os
mitos estão profundamente entranhados nos modos de
pensar e de sentir de uma sociedade.
A Filosofianascedeumatransformaçãogradualdos
mitosou deumarupturaradicalcomosmitos?
• Por isso, dizia-se que os gregos, como qualquer outro
povo, acreditavam em seus mitos e que a Filosofia
nasceu, vagarosa e gradualmente, do interior dos
próprios mitos, como uma racionalização deles.
• Atualmente consideram-se as duas respostas
exageradas e afirma-se que a Filosofia, percebendo as
contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e
racionalizando as narrativas míticas, transformando-as
numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e
diferente.
Quais são as diferenças entre
Filosofia e mito?
• Podemos apontar três como as mais importantes:
• 1. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou
tinham sido no passado imemorial, longínquo e
fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo
existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao
contrário, se preocupa em explicar como e por que, no
passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade
do tempo), as coisas são como são;
• 2. O mito narrava a origem através de genealogias e
rivalidades ou alianças entre forças divinas
sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia,
ao contrário, explica a produção natural das coisas por
elementos e causas naturais e impessoais.
Quais são as diferenças
entre Filosofia e mito?
• O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu,
mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os
astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos
casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A Filosofia explica o
surgimento desses seres por composição, combinação e
separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou
água, terra, fogo e ar.
• 3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e
o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios
da narrativa mítica, como também porque a confiança e a
crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A
Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e
coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja
coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da
explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é
a mesma em todos os seres humanos.
• Tarefa:
a) Atividades do capítulo 1: De 1 a 4 (p. 24)
b) Atividades do capítulo 2: De 1 a 8. (p.55)

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  • 1. MITO E RAZÃO A passagem do mito à Filosofia
  • 2. Definições importantes e basilares (tarefa aula anterior) • Ideologia: ideias próprias de certos grupos sociais e políticos. Por um lado, pode atuar como uma forma de consciência da realidade, mas uma consciência parcial e ilusória, que se baseia na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de dominação. Nesse caso, seus traços gerais são: • Anterioridade: a ideologia predetermina o pensamento e a ação, desprezando a história e a prática na qual cada pessoa se insere, vive e produz; • Generalização: produz consenso coletivo, senso comum em torno de certas teses e valores. O “bem de alguns” é difundido como se fosse “bem comum”. • Lacuna: a ideologia desenvolve uma lógica montada para ocultar e silenciar em vez de revelar, falsear em vez de esclarecer. • Por outro lado, a ideologia pode se prestar à orientação da vida prática dos indivíduos, ou seja, de fornecer a base para a resolução dos problemas práticos da vida em sociedade. • Alienação: palavra que vem do latim alienare, tonar algo alheio a alguém. Em termos filosóficos, alienação é o processo pelo qual os atos de uma pessoa são dirigidos por outros e se transformam em uma força estranha colocada em posição superior e contrária a quem produziu (de acordo com o pensamento de Karl Marx).
  • 3. O que perguntavam os primeiros filósofos? • Por que os seres nascem e morrem? • Por que os semelhantes dão origem aos semelhantes, de uma árvore nasce outra árvore, de um cão nasce outro cão, de uma mulher nasce uma criança? • Por que tudo muda? A criança se torna adulta, amadurece, envelhece e desaparece? • Por que a doença invade os corpos, rouba-lhes a cor, a força? • Sem dúvida, a religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas coisas, mas suas explicações já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas da mudança, da permanência, da repetição, da desaparição e do ressurgimento de todos os seres. Havia perdido força explicativa, não convenciam nem satisfaziam a quem desejava conhecer a verdade sobre o mundo.
  • 4. O que é um mito? • Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água etc.). • A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar).
  • 5. Homero e Hesíodo e sua importância para a evolução do pensamento na GréciaAntiga • Homero (800 a.C -701 a.C) e Hesíodo (750 a.C - 650 a.C) foram dois grandes poetas gregos da idade arcaica. Ambos narraram obras importantes para o pensamento mítico que influenciaram na formação da sociedade e cultura grega da época. • Teogonia (em grego theos, deus + genea, origem) Narrada por Hesíodo, a teogonia é um poema mitológico para a origem dos deuses. O poema se constitui no mito cosmogônico (descrição da origem do mundo) dos gregos, que se desenvolve com geração sucessiva dos deuses, e na parte final, com o envolvimento destes com os homens originando assim os heróis. • Ilíada: narrada por Homero, a Ilíada é um poema mitológico que narra a famosa guerra de Troia, que influenciou fortemente a cultura clássica. • Odisseia: narrada por Homero, é um dos principais poemas mitológicos, que narra em uma sequência a Ilíada, o desfecho da batalha de Troia.
  • 6. Quem narra o mito? • O poeta-rapsodo. Quem é ele? Por que tem autoridade? • Acredita-se que o poeta é um escolhido dos deuses, que lhe mostram os acontecimentos passados e permitem que ele veja a origem de todos os seres e de todas as coisas para que possa transmiti-la aos ouvintes. Sua palavra - o mito – é sagrada porque vem de uma revelação divina. O mito é, pois, incontestável e inquestionável.
  • 7. Saber mítico x pensamento racional • Saber mítico: alegórico acredita-se nele ou não, conforme a própria vontade, mediante um ato de fé, caso pareça belo ou verossímil. • Pensamento racional: logos (λόγος) argumentação que pretende convencer. • MITO DE ÉDIPO, utilizado pelo dramaturgo Sófocles: reflexão sobre as questões da culpa e da responsabilidade dos homens perante as normas e tabus (Freud). • Leitura: página 81 (unidade 2 / capítulo 5).
  • 8. A Filosofianascedeumatransformaçãogradualdos mitosou deumarupturaradicalcomosmitos? • Duas foram as respostas dadas. • A primeira delas foi dada nos fins do século XIX e começo do século XX, quando reinava um grande otimismo sobre os poderes científicos e capacidades técnicas do homem. Dizia-se, então, que a Filosofia nasceu por uma ruptura radical com os mitos, sendo a primeira explicação científica da realidade produzida pelo Ocidente. • A segunda resposta foi dada a partir de meados do século XX, quando os estudos dos antropólogos e dos historiadores mostraram a importância dos mitos na organização social e cultural das sociedades e como os mitos estão profundamente entranhados nos modos de pensar e de sentir de uma sociedade.
  • 9. A Filosofianascedeumatransformaçãogradualdos mitosou deumarupturaradicalcomosmitos? • Por isso, dizia-se que os gregos, como qualquer outro povo, acreditavam em seus mitos e que a Filosofia nasceu, vagarosa e gradualmente, do interior dos próprios mitos, como uma racionalização deles. • Atualmente consideram-se as duas respostas exageradas e afirma-se que a Filosofia, percebendo as contradições e limitações dos mitos, foi reformulando e racionalizando as narrativas míticas, transformando-as numa outra coisa, numa explicação inteiramente nova e diferente.
  • 10. Quais são as diferenças entre Filosofia e mito? • Podemos apontar três como as mais importantes: • 1. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são; • 2. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais.
  • 11. Quais são as diferenças entre Filosofia e mito? • O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar. • 3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.
  • 12. • Tarefa: a) Atividades do capítulo 1: De 1 a 4 (p. 24) b) Atividades do capítulo 2: De 1 a 8. (p.55)