O documento discute a importância das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) na Igreja Católica. Ele fornece informações sobre formação de animadores, a identidade das CEBs, a evangelização de crianças e jovens e o protagonismo dos leigos.
1. CEBs - Informação e Formação para animadores 1
Formação e Informação para animadores
Lá vem o Trem das CEBs...Lá vem o Trem das CEBs...
Diocese de São José dos Campos - SP - Informativo das CEBs - Ano VI - Novembro de 2010 - Nº 62
Vivemos em um novo tempo, em que a Igreja do Brasil e da América Latina, motivada pelo Documento de Aparecida e
pelo Documento Conclusivo do nosso I Sínodo Diocesano nos aponta novos direcionamentos na ação evangelizadora
para assumirmos o compromisso de nos tornarmos discípulos(as) missionários(as) a serviço do Reino de Deus.
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Palavra do Assessor
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Rede de Comunidades
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Identidade das CEBs
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Mártires
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Aconteceu
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Irá Acontecer
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Encontro Celebrativo das CEBs
:: ÍNDICE ::
Foto:BernadeteMota
2. CEBs - Informação e Formação para animadores2
PALAVRA DO ASSESSOR
“Ai de vós[...]porque pagais o dízi-
mo[...], mas deixais de lado a justiça e o
amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso,
sem deixar de lado aquilo” (Lc 11, 42).
Esta frase do Evangelho,
a meu ver, é a que mais
nos ilumina na ques-
tão do dízimo. Nada de
entregar o dízimo sem
praticar a justiça e o
amor, e nada de deixar
de lado o dízimo, pois
as duas coisas devem
andar juntas.
Somente entregar
o dízimo sem se preo-
cupar com o projeto de
Deus e com os seme-
lhantes seria uma “reli-
gião estéril”. Por outro
DÍZIMO: ATITUDE QUE LIBERTA!
lado, o dízimo é expressão de liberdade
diante dos bens materiais, morais e espi-
rituais.
Numa sociedade que a economia
é mais importante do
que o social, que o di-
nheiro (financeiro) está
acima do ser humano,
não cabe a prática do
dízimo. Libertar-se dos
apegos é caminho de
vida mais feliz, seja na
dimensão pessoal, seja
na social/comunitária.
Dízimo é atitude de
gratidão a Deus que dis-
tribui seus bens a todos,
e de solidariedade com
os outros, na promoção
humana e na evange-
lização. Construir uma sociedade mais
fraterna, que partilha o que se tem e o
que se é, é fruto de pessoas comprome-
tidas com os valores que duram. Aqui ex-
perimentamos a necessidade de sermos
irmãos, praticando o dízimo.
O primeiro passo para uma pessoa
ser dizimista é ter a oportunidade de en-
volvimento real com a comunidade de
fé. Esta experiência a marcará profunda-
mente, levando-a à perseverança neste
jeito de ser Igreja que partilha. Tudo o
mais que poderemos fazer (promoções,
conscientização, divulgação) pouco sig-
nificará diante da experiência de ser co-
munidade.
Envolva as pessoas na comunidade
que, naturalmente, ela será dizimista.
Quando apenas ouvimos (teorias), nossa
vida parece não fazer parte daquilo.
Mas quando experimentamos algo,
marca nossa vida. Sejamos dizimistas e
praticantes da justiça.
Um forte abraço!
Pe. Ronildo - Assessor
O Evangelho de Lucas 1, 68-80 nos
diz que o trabalho educativo de Deus
começa com uma visita. “Deus visita seu
povo”. É uma visita cheia de misericórdia
e ternura, sendo ela uma visita educati-
va que descobre a força e as capacidades
das pessoas. Esta também é uma visita
missionária que desperta e envia missio-
nários e missionárias. A visita de Deus é
salvadora, dá sentido à vida.
O encontro nas casas é a visita de
Deus nas famílias. Toda semana Ele visita
uma família, refletindo e rezando a Pala-
vra de Deus. Nesta visita as pessoas, em
clima de família, conversam motivadas
por um texto bíblico. Neste encontro as
pessoas se sentem à vontade e se en-
trosam, aumentando a amizade o que
favorece o crescimento da auto-estima e
reforça a comunidade e a solidariedade.
O encontro nas casas, sendo Deus vi-
sitando seu povo, aos poucos desperta as
pessoas para a missão por meio do gosto
e da intimidade com a Palavra de Deus.
Os participantes dos grupos se transfor-
mam em visitadores de Deus, buscando
visitar outras pessoas. Com esse trabalho
de “vista de Deus”, o grupo de CEB revela
a face de Deus para as famílias. Assim,
as famílias são seduzidas por Deus e se
comprometem com Ele.
Fonte: Movimento Boa Nova
Igreja nas casas é Deus
visitando as famílias
20 de Novembro dia da Conciência negra DINAMIZANDO O ENCONTRO DE COMUNIDADE
Igualdade Racial é respeitar a sua
identidade e criar oportunidades
O Dia da Consciência Negra é uma
data para a reflexão de todos nós bra-
sileiros. Durante o período da escravi-
dão, os negros sofreram
inúmeras injustiças. E ás
custas do seu sofrimento
nas senzalas, nos campos
e nas cidades, foi erguido
tudo o que havia no Brasil
daquela época. Os negros
resistiram de diversas for-
mas, nas muitas revoltas,
fugas e com a formação
de quilombos em várias
partes do país. Assim, sur-
giu o Quilombo dos Pal-
mares e o seu sonho de
liberdade, que teve como
principal líder Zumbi.
Veio a Abolição em
1888, o Brasil mudou e hoje é uma das
maiores economias do mundo. No entan-
to, os negros continuaram em situação
de desigualdade, ocupando as funções
menos qualificadas no mercado de traba-
lho, sem acesso às terras ancestralmente
ocupadas no campo, e na condição de
maiores agentes e vítimas da violência
nas periferias das grandes cidades. Sua
luta, inspirada em Zumbi e em outros
heróis negros que tombaram ao longo do
caminho, precisava con-
tinuar.
Zumbi foi morto
em 20 de novembro de
1695, e seu corpo foi
exibido em praça públi-
ca para semear o medo
entre os escravos e im-
pedir novas revoltas e
fugas. Mas o efeito foi
oposto, despertando
em muitos a consciência
de que era preciso lutar
contra a escravidão e
as desigualdades, como
Zumbi ousou fazer. A
memória deste herói na-
cional, no Dia da Consciência Negra, nos
compromete com a construção de uma
sociedade na qual todos tenham não
apenas a igualdade formal dos direitos,
mas a igualdade real das oportunidades.
Fonte : http://www.diadaconscien-
cianegra.com.br/
Foto: Bernadete Mota
Foto: DivulgaçãoFoto: Divulgação
3. CEBs - Informação e Formação para animadores 3
FORMAÇÃO PARA ANIMADORES (AS) DE COMUNIDADE
REDE DE COMUNIDADES
A Igreja de Nazaré
As pequenas comunidades eclesiais
são a “grande notícia” de Belém, “para
vocês e para o povo”. Nasceu a Igreja de
Jesus. Nenhum outro agrupamento pode
substituir essa Igreja entre nós. Como
pode ainda ter grupos que não são ho-
mogêneos, misântropos e ecletizados?
Não tem um homem, uma mulher, um
adolescente, um bebê. Será que são um
estorvo?
Todo o Cristo teve que ser primeiro
muito rejeitado, só assim bem conce-
bido, formado em cada gestação, bem
nascido, crescido em pequenos, aos 12 e
pelos 30...
Quantas Igrejas falidas, por não acei-
tar esta Maria, este José e este Deus de
fraldas! A Comunidade Eclesial de Base é
a Igreja Doméstica. É a pedrinha do so-
nho de Nabucodonozor (Dt.2,34).
É a brisa mansa do sonho de Elias:
(Dt.2,34). É esta a pedra preciosa que faz
vender tudo. É a porta estreita. Quem
entra por outra é ladrão. Aí se é conhe-
cido a voz. Quem está nessa não segue
estranhos. Quantos ainda põem mil
obstáculos!É difícil! “Para Deus nada é
impossível”.
A Igreja Corpo vivo
A pequena comunidade, quando con-
cebida, nasce e cresce como uma criança.
Quantos cuidados! Não é longo pronta...
A Igreja REDE, não suporta alguém vago e
sozinho, mesmo quem diz muito religio-
so. Uma pessoa assim é muito triste. Um
grupo isolado uniformizado é pior ainda.
Pode existir ainda uma Igreja só de
crianças, outra só de mulheres, homens
ou jovens? Cada grupo deve sentir se
pode cantar “SOMOS A IGREJA VIVA...”
Pode até existir Padres, Bispos e Freiras
dessa Igreja! Como “a fé sem obra é mor-
ta”, uma Igreja sem comunidade é morta.
Dizem alguns: “basta ter o Espírito
Comunitário”. Numa igreja comunidade
qualquer Espírito sem forma, não passa
de um fantasma.
Igreja Encarnada
A Pequena Comunidade Eclesial é
prática da compreensão, compromisso e
engajamento de comunidade; nunca será
possível sem os NOVOS MINISTÉRIOS,
que não constam nos antigos.
Todos devem ser conservados, sem
graduações e chefias. Nessa Igreja Mi-
nisterial, cada Ministério tem o seu es-
pecífico, mas todos devem estar a par de
tudo. Esta Igreja é como outra Virgem
de Nazaré, todos escutam, aceitam,
concebem e dão a luz a Jesus. É a En-
carnação Permanente. Todos se sen-
tem bem, mesmo sabendo que nunca
estão prontos.
Deve admitir como natural que
um membro se inscreva em outra co-
munidade como seu lugar mais certo.
Toda comunidade está sempre aberta
a novos membros afins de perto e de
longe, católicos e outros.
Todos devem sentir o valor da per-
tença, logo distinguem de qualquer
outro agrupamento, como Associa-
ções e movimentos. “OLHA LÁ COMO
ELES ESTÃO BEM” (At2,47).
Fonte - Livro: Rede de Comunidades
Pe. Righi – 7º Edição
Bernadete Mota - Equipe Diocesana
de Comunicação das CEBs
Em nosso encontros nas comunidades
devemos dar atenção especial às crian-
ças e aos jovens, promovendo momentos
de apresentações nas celebrações e mis-
sas de setor, afim de incluir os mesmos e
suas famílias. Assim, estaremos Evange-
Evangelização das crianças
e dos jovens
CEBINHAS
lizando os jovens, as crianças e as suas
familias, para que se encontrem consigo
e com o Senhor, bem como despertá-los
para a situação atual do mundo, levando-
os a assumir sua responsabilidade cristã
como os primeiros protagonistas.
Foto: Divulgação Foto: Bernadete Mota
“As CEBs têm sido escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos
com sua fé, discípulos e missionários do Senhor”. (DA 178).
4. CEBs - Informação e Formação para animadores4
ESPAÇO ANIMADOR
IDENTIDADE DAS CEBs
A celebração do Dia do Leigo, que
coincide com a solenidade de Cristo Rei,
apresenta-se como ocasião privilegiada
para um olhar mais atento ao Documen-
to Conclusivo do I Sínodo Diocesano, no
que diz respeito aos leigos e leigas. Nesta
reflexão, a olhar os leigos, no Documento
Conclusivo, em sua relação com as Co-
munidades Eclesiais de Base (CEBs). Faço
isso para evitar o perigo de olharmos
somente aquilo que nos interessa mais
diretamente, deixando passar desperce-
bida a riqueza que há em todo o Docu-
mento.
No Documento, há preciosas afir-
mações acerca das CEBs, ainda que não
sejam tão numerosas. Deter-nos apenas
nelas geraria a possibilidade de avançar
pouco. Olhar de maneira mais ampla
para o Documento Conclusivo fará com
que as CEBs avancem mais naquilo que já
são e naquilo que continuam chamadas
a ser.
Vejamos alguns exemplos:
Quando o n. 46 fala da reestrutura-
ção da Pastoral Vocacional com maior
envolvimento dos leigos, isso certamente
AS CEBs E O PROTAGONISMO DOS LEIGOS E LEIGAS
também serve para as CEBs, indicando
que elas devem ser espaço de despertar
participação, compromisso, lideranças de
outros leigos e leigas para a comunidade.
O n. 78, fala do protagonismo dos
leigos, convidando
os batizados a as-
sumir sem medo
o trabalho evan-
gelizador em favor
dos irmãos, como
verdadeira missão.
Que lugar pode ser
melhor para isso
senão nas CEBs,
realizadas, essen-
cialmente, pelos
leigos?
No n. 86, o Do-
cumento Conclusi-
vo fala que o mun-
do contemporâneo
com suas “novi-
dades” nos desa-
fia. Exemplos dessas novidades seriam
os casais em segunda união, as famílias
com membros dependentes de drogas e
outros. Para esses casos as CEBs devem
ser lugar de acolhimento e abertura de
caminho para tais pessoas e, jamais, de
julgamentos baseados em “achismos”,
conforme se lê no citado parágrafo. Papel
fundamental nesse acolhimento exerce-
rão os leigos e leigas, membros das pe-
quenas comunidades de base.
Quando lemos nos nn. 106-111 sobre
o revigoramento missionário de nossa
Diocese, isso serve também para as CEBs,
que devem ter sentido missionário, indo
sempre ao encontro das pessoas! Uma
boa sugestão para isso seria a de realizar
as reuniões, especialmente em períodos
marcantes como, por exemplo, na pre-
paração para o Natal (novena), nas casas
das famílias que não participam. Nova-
mente é o leigo que se coloca em ação.
Como podemos ver, todo o Docu-
mento Conclusivo do Sínodo pode ser
indicativo de novos caminhos para a
mesma missão que somos chamados a
realizar em novos tempos. Isso vale de
modo especial para os leigos e leigas que
fazem parte e estão à frente das peque-
nas comunidades que estão na base de
nossas paróquias.
Sem medo de errar poderíamos afir-
mar que quando os leigos agem, a Igreja
cumpre sua missão.
Que as CEBs não fiquem fora dessa.
Pe. Edinei Evaldo Batista
Coordenador Diocesano de Pastoral
8h30 com a oração da manhã numa das
casas do setor, após a oração, os missio-
nários e missionárias tomam o café ofere-
cido pela comunidade e saem em missão
de casa em casa. A Pastoral da Saúde, em
duas equipes, uma com o padre Rogério
outra com o padre Alexandro visitam os
doentes. Os padres atendem confissão e
ministram a unção dos enfermos.
Participei no período da tarde. Fui ao
setor 2 das CEBs, onde fomos recebidos
na casa do Sr. Luís e após as orações da
tarde, com participação dos padres Rogé-
rio Felix, Alexsandro e Jaime, saímos em
No dia 13 de outubro, participei das
Santas Missões Populares que aconte-
cem na Paróquia Coração de Jesus em
São José dos Campos. Nessa data a comu-
nidade estava acolhendo o Pe. Jaime C.
Patias, missionário do Instituto Consolata
e diretor da Revista Missões. Na Paró-
quia Coração de Jesus, as Santas Missões
são realizadas no setor das CEBs, todas
as quartas-feiras com a participação dos
animadores (as), os missionários (as), da
Pastoral da Saúde e dos padres Pe. Ro-
gério Félix Machado e Pe. Alexsandro de
Brito Ramos. As atividades têm início às
VISITA MISSIONÁRIA
missão.
Acompanhei a visitação conduzida
por Luiz Marinho e José Menino. Foi
uma experiência muito rica onde tive a
possibilidade de conhecer um pouco da
realidade da comunidade. Terminada a
visitação, retornamos à casa do Sr. Luiz,
onde tomamos um lanche e fizemos a
oração de despedida dos missionários,
pois eles voltaram para o setor de origem
onde acontecem os encontros das CEBs,
participam em suas comunidades.
Às 18h teve Adoração ao Santíssimo
Sacramento em uma das casas, confissão
em outra casa e numa terceira casa, en-
cerramos o dia com a Santa Missa com os
padres Rogério e Jaime.
Uma celebração muito gratificante,
participativa e com homilia de dois pa-
dres. Após a Missa teve uma confrater-
nização realizada pela comunidade, para
todos os participantes. Foi uma experiên-
cia muito boa que vivenciei na partilha da
Missão, isso tudo porque a comunidade
disse o seu SIM a exemplo de Maria.
Maria Matsutacke - Equipe
Diocesana de Comunicação das CEBs
Foto: Bernadete Mota
Fotos: Bernadete Mota
5. CEBs - Informação e Formação para animadores 5
I - Missão
A origem da Missão se encontra em
Deus que confia seu Plano de salvação em
Jesus no Espírito Santo. Partimos do batis-
mo de Jesus. Ele marca uma passagem da
vida oculta em Nazaré para a sua atividade
missionária. Nele, Jesus recebe o Espírito
Santoparaquepossadarinícioàsuamissão
(Mt 3, 13-17). Depois, numa sinagoga em
Nazaré, Ele apresenta o seu programa mis-
sionário citando o profeta Isaías (Is 40) “O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque
ele me ungiu para evangelizar os pobres;
enviou-me para proclamar a liberdade aos
cativoseaoscegosarecuperaçãodavista...”
(Lc 4, 18-20).
Na sua Missão, Jesus revela um Deus
cheio de compaixão e misericórdia, que
ama e cuida, cura, restabelece a vida, com
ternura. São essas ações de Jesus que defi-
nem a sua Missão evangelizadora - transfor-
madora.
Jesus escolhe e chama discípulos para
estar com ele, formar comunidade na uni-
dade com o Pai e o Espírito (cf. Mc 3,13) e
para os enviar até os confins da terra. Eles
recebem do Mestre a ordem de continuar
a mesma obra como Igreja, comunidade de
discípulos vocacionada para a Missão. Os
queacolhemoEvangelhoreúnem-seemco-
munidade e, pelo batismo assumem a Mis-
são de Jesus (At 2, 41). Nesse sentido, quem
entra em contato com Jesus e aceita a sua
mensagem, não pode guardá-la para si.
A ordem é: Ide, pregai a Boa nova a toda
a criatura (Mt 28), a todos os povos e cultu-
ras de todos os tempos. A Igreja sabe que as
palavrasdeCristo–Eudevoanunciara
Boa Nova do Reino de Deus – torna-se
agora sua missão. São Paulo conscien-
te deste dever chega a afirmar: é um
dever que me incumbe, e aí de mim,
se eu não pregasse (1Cor 9,16).
Com muita razão o Papa Paulo VI,
na Encíclica Evangelii Nuntinadi afir-
ma:
“Evangelizar constitui, de fato, a
graça e a vocação própria da Igreja,
a sua mais profunda identidade. Ela
existe para evangelizar” (EN 13). Assim, a
comunidade cristã nunca pode permanecer
fechada em si mesma, dentro das suas fron-
teiras.
Recentemente a Conferência de Apa-
recida (maio de 2007) deu novo impulso
à Igreja presente no Continente ao pedir
esforços para que se colocasse em “estado
permanente de Missão” apostando em ini-
ciativas na formação e animação missioná-
ria de suas comunidades. A expressão “dis-
cípulos missionários” passa a ser utilizada
com muita freqüência nos documentos, pla-
nos pastorais e projetos de evangelização. O
DocumentodeApareciapedeuma“Conver-
sãopastoralerenovaçãomissionáriadasco-
munidades”(7.2.)“...Nenhumacomunidade
deve isentar-se de entrar decididamente,
com todas as forças, nos processos constan-
tes de renovação missionária e de abando-
nar as ultrapassadas estruturas que já não
favorecem a transmissão da fé”. (DA 365).
Nessa perspectiva destacam-se os princípios
teológicos, sobretudo, eclesiológicos, que
devem iluminar a renovação e a conversão
pastoral da Igreja particular, das paróquias e
Comunidades Eclesiais de Base e suas estru-
turas pastorais e missionárias:
1) A origem da Missão;
2) O Reino de Deus, presente na pessoa de
Jesus Cristo;
3) O Espírito Santo, protagonista da Missão;
4) Jaime - A Igreja “discípulas missionária
Jaime Carlos Patias, imc, - Diretor da revista Missões.
Fonte: Congresso Missionário - Dourados - MS.
MISSÃO, PEQUENAS COMUNIDADES E CEBs
Mártires: Os Testemunhos mais autênticos da fé cristã!
“Vocês serão minhas testemunhas”
(At 18). Conforme os Atos dos Apóstolos,
antes de sua ascensão foi assim que Je-
sus definiu a missão de seus discípulos e
discípulas. Desde então, ser discípulo/a
(cristão/ã) é antes de tudo assumir a
tarefa de ser testemunha do Cristo e do
Reino de Deus. Em grego, o termo “teste-
munho” se traduz por martyria. Desde os
primeiros séculos da Igreja, chamaram-se
mártires as pessoas que deram testemu-
nho do Evangelho do Reino de Deus ou
da pessoa de Jesus Cristo com o sacrifício
da própria vida. Nos Atos dos Apóstolos,
está escrito que o sangue de Estevão deu
testemunho (At 22,20). O Apocalipse
recorda que a testemunha fiel do Pai, o
“mártir por excelência”, é o próprio Cris-
to. Este, “tendo amado aos seus que es-
tavam no mundo, amou-os até o fim(Jo
13,1), isto é, até onde o amor pode nos
levar: até o martírio.
Afirma Orígenes (+ 254): “O nome
de mártir, a comunidade cristã reservou
para aqueles que deram testemunho da
fé em Cristo derramando seu sangue”.
O mártir, sem a menor dúvida, é a
mais alta identificação com Cristo que
afirmou: “Bem-aventurados sois vós
quando vos insultarem, vos perseguirem
e, mentindo, disserem todo tipo de mal
contra vós por causa de mim. Grande será
a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,11-
12).
As primeiras
co m u n i d a d e s
cristãs viam, nos
irmãos que do-
avam a vida, um
estímulo à per-
severança e no-
vos intercessores
junto ao Senhor.
Seus túmulos se
tornavam locais
de oração e de
veneração. Os mártires eram o orgulho
da fé cristã.
IGREJA DE MÁRTIRES
A glória da Igreja são seus mártires:
homens, mulheres, jovens e crianças que
a tal ponto amaram a Jesus que não lhes
importou sofrer ou morrer. A persegui-
ção que o Império romano moveu aos
cristãos, durante 300 anos, não os atemo-
rizou ou diminuiu-lhes o número. Tertu-
liano, grande teólogo, chegou a dizer: “O
sangue dos mártires é semente de novos
cristãos”. (Confissões). Houve quem se
atemorizasse e cedesse no momento da
perseguição, pois nem todos receberam
a graça e a força
para enfrentar o
martírio. O mar-
tírio era uma pro-
va imensa, pois
supunha imen-
sos sofrimentos,
angústias, tortu-
ra, decapitação,
mutilação, ser
entregue a ani-
mais ferozes nos
circos, ser quei-
mado, enfim, ser levado à morte física.
A teologia, mesmo a mais tradicional,
está de acordo ao resumir: O mártir é tes-
temunha, não porque sofre, mas porque
leva em si, de maneira crível, a notícia
da salvação. O testemunho consiste em
tornar presente a realidade do fato. Ela
é anamnese (memorial). Independente-
mente se a pessoa é religiosa ou não, o
fato de que a pessoa deu a vida pela cau-
sa da justiça a situa no número dos bem-
aventurados do Cristo. A pessoa mártir é
uma espécie de exegese viva de Jesus. É
um comentário vivo do Evangelho.
Na celebração do Jubileu do ano
2000, o papa João Paulo II proclamou
como mártires da fé várias pessoas de
outras Igrejas (como o pastor Martin-Lu-
ther King) e até de outras religiões (como
Mahatma Gandhi). Cada um de nós tam-
bém conheceu e conhece pessoas, anôni-
mas ou não, que dão a vida pela justiça,
pela paz e pelo amor. “Então, rodeados
de uma nuvem tão densa de testemu-
nhas, despreendemo-nos de toda carga
e pecado que nos aprisiona e corramos
com perseverança a corrida que nos es-
pera, com os olhos fixos naquele que
iniciou e realizou a fé: Jesus Cristo” (Hb
12,1-2)
Mártires do Reino, essa “nuvem de
testemunhas” nos obriga e nos convoca
para a vivência e a promoção das causas
humanas maiores, que são também cau-
sas do Reino de Deus.
Fonte: Oficio dos Mártires da Caminhada
Latino-Americana e PIME
“Gente simples fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes consegue mudanças extraordinárias”. Provérbio africano, citado por Dom Moacyr Grechi, arcebis-
po de Porto Velho, no 12º Intereclesial das CEBs. Esse provérbio mostra a força missionária dos simples a quem Deus revela seus mistérios (cf. Mt 15,25) e ilumina a nossa
reflexão sobre a Missão das Comunidades Eclesiais diante dos desafios da caminhada. Juntos faremos coisas grandes!
6. CEBs - Informação e Formação para animadores6
ACONTECEUNOVENA DE NATAL 2010
No dia 16 de 2010 foi realizada a
avaliação anual da CEBs no Centro de
Pastoral do Santuário São Judas. O en-
contro aconteceu das 8h às 16h aber-
tura foi orado encontro do subsidio Pa-
lavra de Deus no Meio do Povo e logo
após Marco Aurélio de Souza (eleito
deputado estadual em 03/10) minis-
trou uma palestra sobre liderança, ba-
seada no livro John. C Maxwell - o livro
de ouro da liderança.
Marco Aurélio (eleito deputado es-
tadual em 03/10) ressaltou a dificulda-
de em se encontrar bons líderes na so-
ciedade e na comunidade, sendo isso a
causa de alguns líderes estarem sobre-
carregados. O líder é sempre o último
em situações difíceis. Ele deve dar prio-
ridade aos liderados, assim como fez o
líder dos mineradores no Chile que foi o
último a sair da mina no dia do resgate.
“Os melhores líderes são aqueles
que sabem ouvir, que aprendem com
as críticas, ouvem a opinião das pessoas
que compõem a sua equipe e está sem-
pre estudando para continuar lideran-
do. As batalhas mais importantes são
travadas no nosso interior. Qualquer
decisão difícil será questionada e criti-
cada; a decisão mais difícil é a interna,
sendo que a decisão mais difícil distin-
gue o líder”, explicou Marco Aurélio.
Após a palestra todos refletiram so-
bre o ver e o julgar de suas lideranças.
Na parte da tarde, Padre Ronildo falou
sobre o agir à luz do Sínodo Diocesano,
preparando o Calendário de 2011.
Maria de Fátima Silva
vice-coordenadora diocesana
Paróquia São Vicente de Paulo.
Foto: Maria Matsutacke
Fotos: Maria Matsutacke
Todos os anos, muitas comunidades,
paróquias organizam e realizam a Nove-
na de Natal elaborada pela equipe dioce-
sana das CEBs. Durante nove noites, as
pessoas reúnem-se nas casas, acolhem,
conversam, oram, cantam, ouvem e co-
mentam um texto
bíblico, relacionam
com a vida, com
seus inúmeros pro-
blemas. Em algu-
mas comunidades
às vezes, leva-se a
imagem do Meni-
no Jesus de casa
em casa, ou vai-se
montando o presé-
pio ao longo da no-
vena. O final da no-
vena costuma ser
festiva, reunindo às
vezes vários grupos
de uma mesmo se-
tor ou comunidade.
Para uma Nove-
na de Natal litúrgi-
ca, popular, ligando
fé e vida.
Este ano (2010) foram feitos na Grá-
fica 40.000 livretos da novena de Natal,
imaginem que lá na sua rua quando você
estiver reunido em sua comunidade exis-
tem 40.000 pessoas rezando com você
em toda a diocese, mais as pessoas que
baixam o livreto da novena de Natal no
Blog das CEBs, de outras dioceses e até
mesmo em outro país.
Este ano teremos como símbolo da
Novena a Bandeira da Paz, cada comuni-
dade deverá providenciar uma bandeira
branca de tamanho médio, de tecido ou
de TNT, para que
nela os participan-
tes escrevam seus
nomes durante a
novena. Ela deverá
percorrer todas as
casas onde for rea-
lizada a novena.
Nos encontros
nas casas ou na ce-
lebração final, suge-
rimos fazer a entro-
nização da bandeira
por uma família,
uma criança, um
portador de neces-
sidade especial ou
um idoso... usar a
criatividade.
Enquanto não
chega às paróquias
o livreto da novena
de Natal, os animadores (as) poderão
baixar o livreto da novena de Natal no
Blog das CEBs, já está disponivel no end:
http://tremdascebs.blogspot.com para
download.
Equipe de comunicação das CEBs
Dia 19/10, celebrando o mês missio-
nário e a missionariedade das CEBs, foi
orado o Terço Luminoso, na Comunida-
de Nossa Senhora das Graças - Paróquia
São Bento, com participação de repre-
sentantes de todas comunidades.
TERÇO LUMINOSO
Lançamento da Agenda
LATINO-AMERICANA Mundial 2011
“Que Deus? Que religião?”
Dia: 04/12/2010 às 19h
Local: Auditório da Secretaria de Educação
Rua Lamartine Delamare nº 69 - centro - Jacareí
Avaliação de 2010
e Planejamento de 2011
7. CEBs - Informação e Formação para animadores 7
São José dos Campos, 28 de outubro de 2010
Caro Padre, olá!
Venho por esta convidá-lo para prestigiar com sua presença nosso XXII Encontro
Celebrativo, que as CEBs Diocesanas estão preparando para toda a Comunidade.
Este evento acontecerá no dia 28 de novembro, do corrente ano. O local é muito
conhecido: pátio do Santuário Coração de Jesus, no Bosque dos Eucaliptos (SJCam-
pos), mesmo local que acontece a Festa nas Colinas.
Veja abaixo a programação geral, para a qual chamo à atenção para a Celebração
Eucarística (que tal concelebrar?) e churrasco (que tal almoçar conosco?):
08h00 – Café da manhã
08h30 – Acolhida
09h00 – Missa
10h30 – Animação
11h00 – Atividades
11h30 – Animação
12h00 – Churrasco
Partedatarde:forró,bingo,recreaçãocomcrianças(ealgodãodoce)eoutrosmais...
16h00 – Encerramento do Encontro Celebrativo
Na expectativa de muitos animadores presentes e contando com sua presença e
com sua motivação para com a Comunidade Paroquial, desejo felicidades!
Pe. Ronildo Aparecido da Rosa
Assessor Diocesano das CEBs
XXII Encontro
Celebrativo das
CEBs Diocese de
São José dos
Campos – SP
“CEBs, Missionárias
do Reino DE DEUS”
CARTA AOS PADRES MEMÓRIA DOS ENCONTROS CELEBRATIVOS
IRÁ ACONTECER!
ORDENAÇÃO
PRESBITERAL
PRIMEIRA MISSA
Data: 11/12/2010 às 9h
Local: Paróquia Maria Auxiliadora
dos Cristãos
Ginásio de Esportes D. de Oliveira
Av. Takeo Ota - Pq. meial Lua - Jacareí
Data: 12/12/2010 às 19h
Local: Paróquia Maria Auxiliadora
dos Cristãos
Ginásio de Esportes D. de Oliveira
Av. Takeo Ota - Pq. Meia Lua - Jacareí
2005
2006
2007
2008
2009
Fotos: Bernadete Mota / Maria Matsutacke
8. CEBs - Informação e Formação para animadores8
Sugestões, críticas, artigos, envie para Bernadete.
Av. Ouro Fino, 1.840 - Bosque dos Eucalíptos CEP 12.233-401 - S. J. Campos - SP
E-mail do informativo: tremdascebs@diocesesjc.org.brEsperamos seu contato!
Fale com a Redação...
Expediente: Publicação Mensal das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Diocese de São José dos Campos – Diretor: Dom Moacir Silva – Diretor Técnico:
Pe.Ronildo Aparecido da Rosa - Jornalista Responsável: Ana Lúcia Zombardi - Mtb 28496 – Equipe de Comunicação: Coordenador: Luis Mario Marinho - Inte-
grantes: Celso Corrêa e Maria Aparecida Matsutacke - Colaboradora: Madalena das Graças Mota - Diagramação: Maria Bernadete de Paula Mota Oliveira - Cor-
reção: Sandra Memari Trava - Revisão: Pe. Ronildo - Arte Final, Editoração e Impressão: Katú Editora Gráfica - Tiragem: 6.200 Exemplares
Nosso XXII Encontro Celebrativo 2010
está chegando! Junte-se em caminhada
para o pátio da Igreja Matriz e Santuário
da Paróquia Coração de Jesus, no Bosque
dos Eucalíptos (SJCampos), e formemos
este grande trem das CEBs.
O que nos move é o Espírito de Deus.
Nosso alimento é sua Palavra (que é Ele
mesmo).
Nossa razão é a Eucaristia (Aliança re-
novada pela humanidade).
Nossa missão é fazer acontecer o Rei-
no.
Nosso Guia é Jesus Cristo.
E nossa alegria é receber de Deus Pai
o dom da perseverança...
Dia 28 de Novembro
Leve seu vizinho, seus talheres, cane-
ca e prato, seu entusiasmo e sua presença
física!
Adquira seu convite com a coordena-
ção paroquial das CEBs.
Até lá!
Pe. Ronildo
POVO DE DEUS
A CAMINHO!!!
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Novos vídeos no canal das CEBs
• Formação com o Pe. Rogério Felix Machado
“A Renovação Missionária da Paróquia”.
• Formação com o Pe. Edinei
“Ecos do Sínodo Diocesano”.
• Novos vídeos das Cebinhas
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