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E.E Prof.ª Irene Dias RibeiroE.E Prof.ª Irene Dias Ribeiro
Disciplina: Língua PortuguesaDisciplina: Língua Portuguesa
Gustavo Ferreira BaleeiroGustavo Ferreira Baleeiro
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Memórias de um SargentoMemórias de um Sargento
De MilíciasDe Milícias
Manuel AntônioManuel Antônio
3. Manuel Almeida (1831-1861) foi escritor eManuel Almeida (1831-1861) foi escritor e
médico brasileiro. Autormédico brasileiro. Autor dede um único romanceum único romance
"Memórias de um Sargento de Milícias". Fez"Memórias de um Sargento de Milícias". Fez
parte de geração romântica. Patrono da cadeiraparte de geração romântica. Patrono da cadeira
nº28 da Academia Brasileira de Letra. Manuelnº28 da Academia Brasileira de Letra. Manuel
Almeida (1831-1861) nasceu no Rio de JaneiroAlmeida (1831-1861) nasceu no Rio de Janeiro
no dia 17 de novembro de 1831. Filho dosno dia 17 de novembro de 1831. Filho dos
portugueses Antônio de Almeida e Josefinaportugueses Antônio de Almeida e Josefina
Maria de Almeida. Ficou órfão de pai com 10Maria de Almeida. Ficou órfão de pai com 10
anos de idade. Concluiu o curso de medicinaanos de idade. Concluiu o curso de medicina
em 1855, mas não exerceu a profissão,em 1855, mas não exerceu a profissão,
dedicando-se ao jornalismo.dedicando-se ao jornalismo.
Biografia do autorBiografia do autor
4. Foi redator e revisor do jornal Correio Mercantil,Foi redator e revisor do jornal Correio Mercantil,
onde em 1852 publicava semanalmente emonde em 1852 publicava semanalmente em
fascículos e que depois formaria o seu únicofascículos e que depois formaria o seu único
romance "Memórias de um Sargento de Milícias".romance "Memórias de um Sargento de Milícias".
Começou a fazer sucesso entre os leitoresComeçou a fazer sucesso entre os leitores
cariocas mas, o autor se escondia atrás docariocas mas, o autor se escondia atrás do
pseudônimo "Um brasileiro". "Memórias de umpseudônimo "Um brasileiro". "Memórias de um
Sargento de Milícias" conta a vida do povo, queSargento de Milícias" conta a vida do povo, que
vivia nas casas simples do Rio de Janeiro. Ovivia nas casas simples do Rio de Janeiro. O
romance relata as peripécias de Leonardo, seusromance relata as peripécias de Leonardo, seus
casos com Luisinha, com quem acaba se casandocasos com Luisinha, com quem acaba se casando
no final. Publicado em 1853, em livro, passou ano final. Publicado em 1853, em livro, passou a
ocupar um lugar especial na história doocupar um lugar especial na história do
romantismo brasileiro.
5. Foi nomeado diretor da TipografiaFoi nomeado diretor da Tipografia
Nacional, tornou-se amigo e protetor doNacional, tornou-se amigo e protetor do
funcionário Machado de Assis. Disposto afuncionário Machado de Assis. Disposto a
entrar para a política, dirigiu-se de vapor aentrar para a política, dirigiu-se de vapor a
Campos, estado do Rio, quando houve oCampos, estado do Rio, quando houve o
naufrágio, perto de Macaé. Disse o críticonaufrágio, perto de Macaé. Disse o crítico
José Veríssimo, no século XIX "NaufragouJosé Veríssimo, no século XIX "Naufragou
com ele a maior esperança da literaturacom ele a maior esperança da literatura
brasileira".brasileira".
Manuel Antônio de Almeida morreu no diaManuel Antônio de Almeida morreu no dia
28 de novembro de 1861.28 de novembro de 1861.
6. Uma obra de transição para o Realismo. O livro contaUma obra de transição para o Realismo. O livro conta
a história do jovem Leonardo, filho de pais separadosa história do jovem Leonardo, filho de pais separados
que é criado pelo padrinho barbeiro, sendo uma pesteque é criado pelo padrinho barbeiro, sendo uma peste
tanto criança quanto mais velho. No começo indicadotanto criança quanto mais velho. No começo indicado
para ser clérigo, sua rejeição a Igreja lhe leva a vadiar.para ser clérigo, sua rejeição a Igreja lhe leva a vadiar.
Na companhia do padrinho na casa de D. MariaNa companhia do padrinho na casa de D. Maria
conhece Luisinha, por quem se apaixona. Luisinha noconhece Luisinha, por quem se apaixona. Luisinha no
entanto se casa com um espertalhão de nome Joséentanto se casa com um espertalhão de nome José
Manoel. Quando o padrinho morre ele volta a morarManoel. Quando o padrinho morre ele volta a morar
com o pai, mas por pouco tempo porque este ocom o pai, mas por pouco tempo porque este o
expulsa de casa por causa de seus desentendimentosexpulsa de casa por causa de seus desentendimentos
com a madrasta.com a madrasta.
resumo do enredoresumo do enredo
7. Vai morar na casa de um amigo dos tempos que era sacristão (oVai morar na casa de um amigo dos tempos que era sacristão (o
tio queria lhe preparar para a vida clerical) e conhece Vidinha,tio queria lhe preparar para a vida clerical) e conhece Vidinha,
por quem se apaixona. Após muitas intrigas feitas pelospor quem se apaixona. Após muitas intrigas feitas pelos
pretendentes de Vidinha, sai desta casa também e é nomeadopretendentes de Vidinha, sai desta casa também e é nomeado
pelo major Vidigal, figura policial constante na obra, soldado.pelo major Vidigal, figura policial constante na obra, soldado.
Não param por aí suas diabruras e ofensas e sabotagens com oNão param por aí suas diabruras e ofensas e sabotagens com o
major lhe garantem a cadeia. A madrinha e a tia de Luisinhamajor lhe garantem a cadeia. A madrinha e a tia de Luisinha
intercedem em seu favor e este não é só liberto, masintercedem em seu favor e este não é só liberto, mas
promovido a sargento. Logo após isto morre José Manoel epromovido a sargento. Logo após isto morre José Manoel e
reata o namoro com Luisinha. Transferido para as Milícias,reata o namoro com Luisinha. Transferido para as Milícias,
casa-se com ela. A obra toda é um verdadeiro marco para acasa-se com ela. A obra toda é um verdadeiro marco para a
transição para o Realismo: os personagens não são idealizados,transição para o Realismo: os personagens não são idealizados,
o amor não é supervalorizado e idealizado (e muito menos sãoo amor não é supervalorizado e idealizado (e muito menos são
as volúveis mulheres), o herói está longe de perfeito existe umaas volúveis mulheres), o herói está longe de perfeito existe uma
certa comicidade incomum nos romances da época.certa comicidade incomum nos romances da época.
8. Em Memórias de um sargentoEm Memórias de um sargento
de milícias, os personagensde milícias, os personagens
são planos, ou seja, eles nãosão planos, ou seja, eles não
mudam seu comportamentomudam seu comportamento
no desenrolar da história.no desenrolar da história.
Ex:Ex: "Um grito de espanto,"Um grito de espanto,
acompanhado de umaacompanhado de uma
gargalhada estrondosa dosgargalhada estrondosa dos
granadeiros, interrompeu ogranadeiros, interrompeu o
major. Descoberta a cara domajor. Descoberta a cara do
morto, reconheceu-se ser ele omorto, reconheceu-se ser ele o
PersonagensPersonagens
9.
LEONARDOLEONARDO –– protagonista que garante unidade à protagonista que garante unidade à
narrativa. narrativa. O sargento de milíciasO sargento de milícias a que se refere o título da a que se refere o título da
obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse
cargo somente nas últimas páginas do livro. cargo somente nas últimas páginas do livro.
LEONARDO-PATACALEONARDO-PATACA – – pai de Leonardo, um meirinho pai de Leonardo, um meirinho
(oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em (oficial de Justiça) que fora vendedor de roupas em
Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria
das Hortaliças, o que resultará no nascimento de das Hortaliças, o que resultará no nascimento de
Leonardo.Leonardo.
MARIA DAS HORTALIÇASMARIA DAS HORTALIÇAS – mãe de Leonardo, uma – mãe de Leonardo, uma
saloia (camponesa) muito namoradeira, que saloia (camponesa) muito namoradeira, que
abandona o filho para ficar com outro homem. abandona o filho para ficar com outro homem.
10. O COMPADRE (OU PADRINHO)O COMPADRE (OU PADRINHO) – é dono de uma – é dono de uma
barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais barbearia e toma a guarda de Leonardo após os pais
abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai
para ele. para ele.
A COMADRE (OU MADRINHA)A COMADRE (OU MADRINHA) – mulher gorda e– mulher gorda e
bonachona, apresentada como ingênua,bonachona, apresentada como ingênua,
frequentadora assídua de missas e festas religiosas.frequentadora assídua de missas e festas religiosas.
MAJOR VIDIGALMAJOR VIDIGAL – homem alto, não muito gordo, – homem alto, não muito gordo,
com ares de moleirão. Apesar do aspecto com ares de moleirão. Apesar do aspecto
pachorrento, era quem impunha a lei de modo pachorrento, era quem impunha a lei de modo
enérgico e centralizado. enérgico e centralizado.
11. MARIA REGALADAMARIA REGALADA - um antigo amor de Vidigal. - um antigo amor de Vidigal.
Ajuda a Comadre e a D. Maria a libertar Leonardo Ajuda a Comadre e a D. Maria a libertar Leonardo
da cadeia.da cadeia.
DONA MARIADONA MARIA – mulher idosa e muito gorda, não – mulher idosa e muito gorda, não
era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era era bonita, mas tinha aspecto bem-cuidado. Era
rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o
vício das demandas (disputas judiciais). Tem a vício das demandas (disputas judiciais). Tem a
guarda da Lusinha.guarda da Lusinha.
LUISINHALUISINHA – sobrinha de dona Maria. Seu aspecto, – sobrinha de dona Maria. Seu aspecto,
inicialmente sem graça, se transforma inicialmente sem graça, se transforma
gradualmente, até se tornar uma rapariga gradualmente, até se tornar uma rapariga
encantadora. encantadora.
12. VIDINHAVIDINHA – mulata de 18 a 20 anos, muito bonita, que – mulata de 18 a 20 anos, muito bonita, que
atrai as atenções de Leonardo.atrai as atenções de Leonardo.
MESTRE-DE-REZAMESTRE-DE-REZA – Homem que ensina escravos a – Homem que ensina escravos a
rezar. Ajuda José Manuel.rezar. Ajuda José Manuel.
JOSÉ MANUELJOSÉ MANUEL - salafrário e calculista, casa-se com - salafrário e calculista, casa-se com
Luisinha por dinheiro e morre.Luisinha por dinheiro e morre.
CHIQUINHACHIQUINHA - casa-se com Leonardo Pataca. Arranja - casa-se com Leonardo Pataca. Arranja
muitas brigas com Leonardo(filho), quando este mora muitas brigas com Leonardo(filho), quando este mora
com seu pai. É filha da Comadrecom seu pai. É filha da Comadre
Há ainda outros, que não tem muita importância,Há ainda outros, que não tem muita importância,
comocomo: Toma-largura: Toma-largura, sua, sua esposaesposa. Os. Os primosprimos, a, a mãemãe,,
irmãsirmãs ee tiatia de Vidinha. Osde Vidinha. Os granadeirosgranadeiros ee TomasTomas amigoamigo
de Leonardo. Ede Leonardo. E TeotônioTeotônio..
14. O espaço físico apresentado na obra é o meio O espaço físico apresentado na obra é o meio
urbano brasileiro do século XIX. A história se passa urbano brasileiro do século XIX. A história se passa
no Rio de Janeiro, e descreve seus principais pontos, no Rio de Janeiro, e descreve seus principais pontos,
como igrejas, principais ruas, mas descreve também como igrejas, principais ruas, mas descreve também
pontos bem à margem da sociedade, como pontos bem à margem da sociedade, como
acampamentos de ciganos e bares.acampamentos de ciganos e bares.
ExEx: : Era o Tempo do rei .. Uma das quatro esquinas que Era o Tempo do rei .. Uma das quatro esquinas que
formam as ruas do Ouvidor e da quitanda .formam as ruas do Ouvidor e da quitanda .
Ex: Ex: Formavam um dos extremos da formidável cadeia Formavam um dos extremos da formidável cadeia
judiciaria que envolvida todo o Rio de Janeiro no tempo em judiciaria que envolvida todo o Rio de Janeiro no tempo em
que a demanda era entre nós um elemento de vida.que a demanda era entre nós um elemento de vida.
Ex:Ex: Igreja da Sé aonde Maria faz o batizado de seu filho ..Igreja da Sé aonde Maria faz o batizado de seu filho ..
eSpAÇoeSpAÇo
15. O foco narrativo é em terceira pessoa, com um narradorO foco narrativo é em terceira pessoa, com um narrador
onisciente, que interfere no texto, faz obser-vações eonisciente, que interfere no texto, faz obser-vações e
busca contato com o leitor (tentativa de diálogo).busca contato com o leitor (tentativa de diálogo).
Existe dinamismo e ação em todo o decorrer daExiste dinamismo e ação em todo o decorrer da
história.história.
Ao final da obra, o que impera é a ordem sobre aAo final da obra, o que impera é a ordem sobre a
desordem, fechando-se o processo de carna-valização.desordem, fechando-se o processo de carna-valização.
Forma-se, no todo, um grande painel do Rio de Ja-nei-roForma-se, no todo, um grande painel do Rio de Ja-nei-ro
na época enfocada. A crítica social pode ser sentida nona época enfocada. A crítica social pode ser sentida no
desen-volvimento da trama.desen-volvimento da trama.
Leonardo foi o precursor de Macunaíma, o qual sóLeonardo foi o precursor de Macunaíma, o qual só
Foco NArrATivoFoco NArrATivo
16. O leitor, que sem dúvida sabe muito bem de quantoO leitor, que sem dúvida sabe muito bem de quanto
eram nossos pais centres, devotos e temente a Deuseram nossos pais centres, devotos e temente a Deus
se admirara talvez de ler que houve razões policiaisse admirara talvez de ler que houve razões policiais
para a extinção de um oratório.para a extinção de um oratório.
““Pois enganava-se redondamente quem tal julgasse:Pois enganava-se redondamente quem tal julgasse:
pensava em coisa muito mais agradável; pensava empensava em coisa muito mais agradável; pensava em
Luizinha. Pensando nela não podia, é verdade, abster-Luizinha. Pensando nela não podia, é verdade, abster-
se de ver surgir diante dos olhos o terrível Josése de ver surgir diante dos olhos o terrível José
Manuel.”Manuel.”
Começou ele pela origem do pequeno; remontou àComeçou ele pela origem do pequeno; remontou à
pisadela ao beliscão com que a Maria e o Leonardopisadela ao beliscão com que a Maria e o Leonardo
Tinham começado o seu namoro na viagem a LisboaTinham começado o seu namoro na viagem a Lisboa
ao Rio de Janeiro.ao Rio de Janeiro.
17. Memórias de um sargento de milíciasMemórias de um sargento de milícias foi escrito em foi escrito em
forma de folhetim (os capítulos eram publicados em forma de folhetim (os capítulos eram publicados em
sequência nos jornais da época, o que prendia o leitor, sequência nos jornais da época, o que prendia o leitor,
pois deixava um suspense em relação ao capítulo pois deixava um suspense em relação ao capítulo
posterior). Essa característica é utilizada atualmente em posterior). Essa característica é utilizada atualmente em
novelas, como um resquício do folhetim, com a finalidade novelas, como um resquício do folhetim, com a finalidade
de colocar o telespectador em suspense.de colocar o telespectador em suspense.
““Um grito de espanto, acompanhado de umaUm grito de espanto, acompanhado de uma
gargalhada estrondosa dos granadeiros,gargalhada estrondosa dos granadeiros,
interrompeu o major. Descoberta a cara do morto,interrompeu o major. Descoberta a cara do morto,
reconheceu-se ser ele o nosso amigo Leonardo!...”reconheceu-se ser ele o nosso amigo Leonardo!...”
EstiloEstilo
18. Trata-se de um romance de costumes que Trata-se de um romance de costumes que
retrata as camadas populares do Rio de retrata as camadas populares do Rio de
Janeiro na época de D.João VI, com suas Janeiro na época de D.João VI, com suas
festas religiosas os ajustes matrimoniais, festas religiosas os ajustes matrimoniais,
além de expor os hábitos pouco inocentes do além de expor os hábitos pouco inocentes do
clero.clero.
Ex:Ex: Isso Exasperou o Leonardo; aIsso Exasperou o Leonardo; a
lembrança do amor aumentou-lhe alembrança do amor aumentou-lhe a
dor da traição, e o ciúmes e a raiva dedor da traição, e o ciúmes e a raiva de
que se achava possuídoque se achava possuído
transbordaram em socos sobre atransbordaram em socos sobre a
Maria, que depois de uma tentativaMaria, que depois de uma tentativa
inútil de resistência desatou a correr,inútil de resistência desatou a correr,
VErossimilhançaVErossimilhança
19. racionalizações ideológicasracionalizações ideológicas
presentes na literatura brasileira:presentes na literatura brasileira:
indianismo, nacionalismo, grandezaindianismo, nacionalismo, grandeza
de sofrimento, redenção pela dorde sofrimento, redenção pela dor
etc.etc.
Memórias de um Sargento deMemórias de um Sargento de
Milícias: Obra RomânticaMilícias: Obra Romântica
“Era no tempo do rei” em que se“Era no tempo do rei” em que se
passa a história das Memórias depassa a história das Memórias de
um Sargento de Milícias. No livro oum Sargento de Milícias. No livro o
leitor vê a fuga de um sargento paraleitor vê a fuga de um sargento para
as suas memórias pelos olhos doas suas memórias pelos olhos do
narrador. O próprio título denota anarrador. O próprio título denota a
moVimEnto litEráriomoVimEnto litErário
20. A história contem muitos elementos realistas – mas seu A história contem muitos elementos realistas – mas seu
autor, Manuel Antônio de Almeida a escreveu durante autor, Manuel Antônio de Almeida a escreveu durante
a época romântica. Será que o livro é um romance a época romântica. Será que o livro é um romance
disfarçado como obra realista? Sim. Mesmo que as disfarçado como obra realista? Sim. Mesmo que as
memórias do sargento sejam realistas, deve se memórias do sargento sejam realistas, deve se
considerar a obra também romântico por vários considerar a obra também romântico por vários
motivos, tais como a fuga do exagero do romantismo, a motivos, tais como a fuga do exagero do romantismo, a
valorização da malandragem e o verdadeiro amor.valorização da malandragem e o verdadeiro amor.
Ex: Ex: Os três filhos da primeira eram trêsOs três filhos da primeira eram três
formidáveis rapagões de 20 anos para cima,formidáveis rapagões de 20 anos para cima,
empregados todos no Trem; as três filhas daempregados todos no Trem; as três filhas da
segunda eram Três raparigas desempregadas,segunda eram Três raparigas desempregadas,
orçando pela mesma idade dos primos, e bonitaorçando pela mesma idade dos primos, e bonita
cada uma no seu gênero.cada uma no seu gênero.
22. BB) ) Ausência de personagens idealizadas e de Ausência de personagens idealizadas e de
análise psicológica:análise psicológica:
o romance prefere focalizar os costumes, hábitos o romance prefere focalizar os costumes, hábitos
e cacoetes das pessoas de camadas sociais e cacoetes das pessoas de camadas sociais
inferiores, numa construção mais realista da inferiores, numa construção mais realista da
sociedade suburbana do início do século XIX.sociedade suburbana do início do século XIX.
Ex:Ex:Uma das quatro esquinas que formam as ruasUma das quatro esquinas que formam as ruas
do Ouvidor e da Quitanda, cortando-sedo Ouvidor e da Quitanda, cortando-se
mutuamente, chama-se nesse tempo - O cantomutuamente, chama-se nesse tempo - O canto
dos meirinhos.dos meirinhos.
23. C) Presença do humorismo, do ridículo e do burlesco: o
tom geral da obra segue a tendência da gozação,
marcado que está pela construção de personagens que
tendem para o caricatural, para o mais absoluto ridículo.
A essa tendência chamamos carnavalização.
Ex: Umas vezes sentado na loja divertia-se em
fazer caretas aos fregueses quando estes se
estavam barbeando.
D) Presença da ironia.
Ex: Entre, Homem ... Basta de criançadas ... o
passado .. passado.
25. F) Presença de digressões: a narrativa não segue a
ordem linear dos fatos, é episódica e, não raro, foge
da história para comentar fatos paralelos ou para dar
explicações sobre o próprio livro.
Ex: Entretanto, para a admiração do leitor, fique-se
sabendo que este homem tinha por oficia a das
fortuna. Naquele tempo acreditava-se muito nessas
coisas, e uma sorte de respeito supersficioso era
atributado aos que exerciam semelhante profissão.
26. GG)) Presença do narrador intruso, Presença do narrador intruso, que oque o
tempo todo se intromete para dartempo todo se intromete para dar
explicações, analisar fatos ou personagens eexplicações, analisar fatos ou personagens e
conversar com o leitor.conversar com o leitor.
ExEx:: -Não tem sentimentos, digo-lho, e-Não tem sentimentos, digo-lho, e
ninguém me dá de desdizer.ninguém me dá de desdizer.
-Vamos ver que diabo de historia e esta,-Vamos ver que diabo de historia e esta,
bradou uma voz de estender.bradou uma voz de estender.
Era o Toma-largura que, achando-se em casaEra o Toma-largura que, achando-se em casa
na quela ocasião, e tendo ouvido as duasna quela ocasião, e tendo ouvido as duas
primeiras apóstrofes de Vidinha, chegavaprimeiras apóstrofes de Vidinha, chegava
para dar fé que se passava.para dar fé que se passava.
27. H) Presença do leitor incluso, com quem o
narrador procura estabelecer conversação: 'Pôr
estas palavras vê-se que ele suspeitaria alguma
coisa; e saiba o leitor que suspeitara a verdade'.
Ex:Ex: Agora devemos dar ao leitorAgora devemos dar ao leitor
conhecimento da nova gente, no meio daconhecimento da nova gente, no meio da
qual se acha o nosso Leonardoqual se acha o nosso Leonardo.
A obra deixa transparecer a presença de diversas
figuras de linguagem, bem como, hipérboles,
comparações, metáforas, perífrases, trocadilhos,
metonímias, linguagens forenses, sarcasmos,
barbarismos, etc...
28. Nota-se que, apesar de romântico, ao longo da trama Nota-se que, apesar de romântico, ao longo da trama
vários aspectos do movimento são criticados, e vários aspectos do movimento são criticados, e
diversas vezes satirizados. O livro foge à diversas diversas vezes satirizados. O livro foge à diversas
características do estilo romântico, o relacionamento características do estilo romântico, o relacionamento
amoroso não é idealizado, Leonardo não se mostra amoroso não é idealizado, Leonardo não se mostra
corajoso e íntegro, como nos padrões do herói corajoso e íntegro, como nos padrões do herói
romântico. Mostra-se vagabundo, irresponsável, um romântico. Mostra-se vagabundo, irresponsável, um
anti-herói. Ele não é um vilão, mas não representa um anti-herói. Ele não é um vilão, mas não representa um
modelo de comportamento; é uma pessoa comum. O modelo de comportamento; é uma pessoa comum. O
final da história, fugindo do estilo romântico já final da história, fugindo do estilo romântico já
conhecido com tragédias, Leonardo e Luizinha se conhecido com tragédias, Leonardo e Luizinha se
casam e vivem felizes para sempre.casam e vivem felizes para sempre.
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