1. AULA 1- Sociologia Econômica
MERCADO E FATORES SOCIAIS
GARCIA-PARPET, Marie France. A construção social de um
mercado perfeito: o caso de Fontaines-en-sologne. Sociedade e
Agricultura. 20. Abril 2003. 5-44
Docente: Profa. Dra. Marina de Souza
Sartore
Faculdade de Ciências Sociais
Universidade Federal de Goiás - UFG
3. AULA 1- Sociologia Econômica
MERCADO E FATORES SOCIAIS
MERCADO PERFEITO?
Que capitais foram necessários,
sobretudo para a aquisição do
ATOMICIDADE computador e para a construção do
galpão?
HOMOGENEIDADE
Que agentes contribuíram materialmente
FLUIDEZ para o surgimento desse mercado e
imposição de suas regras de
TRANSPARÊNCIA funcionamento?
Qual o caráter da rede
Quais são as características comercial assim constituída?
econômicas e sociais de seus Em que medida sua existência
está em continuidade ou
utilizadores, vendedores e
representa uma ruptura em
compradores? relação aos canais
anteriormente existentes?
5. AULA 1- Sociologia Econômica
MERCADO E FATORES SOCIAIS
Constata-se assim que a criação do mercado de Fontaines-en-Sologne
é mais próxima de uma “invenção social” devida ao trabalho de alguns
indivíduos interessados, por diferentes razões, em mudanças das
correlações de força entre agricultores e comerciantes do que à
aparição espontânea de um mecanismo liberador de energias
econômicas que se imporia graças à racionalidade e à eficácia de seus
processos. Como esse mercado implicou em ruptura com práticas
correntes, sua criação não só representou um custo em investimentos
materiais e psicológicos e um trabalho político para convencer os
parceiros econômicos a aderirem como também supôs confronto com
os expedidores para que aceitassem participar desse mercado. Não
foi, portanto, um simples desenvolvimento de relações mercantis já
existentes, produto de um mecanismo que se aperfeiçoaria na medida
em que ocorressem interações entre parceiros comerciais: as práticas
constitutivas desse mercado não são práticas mercantis.
6. AULA 1- Sociologia Econômica
MERCADO E FATORES SOCIAIS
CONCLUSÕES
1) Surgimento de novas relações sociais e novas formas de
identidade
2) Surgimento de novas fontes de poder e prestígio
3) Criou um modelo de referência para aqueles que não participam
do mercado
4) Ganhou status simbólico: Feiras Anuais, Artigos na Imprensa;
Reconhecimento da qualidade
As variáveis sociais não podem mais ser consideradas como um
resíduo e causa das imperfeições da realidade em relação ao
modelo; ao contrário, elas permitem explicar a implantação do
mercado e suas práticas constitutivas.
Notas del editor
1) ATOMICIDADE: Cada agente econômico age como se os preços fossem dados, ou seja, nenhum dos vendedores ou compradores é forte o bastante para poder exercer uma influência perceptível sobre os preços; Em um mercado com muitos compradores e vendedores, ninguém é capaz de influenciar significativamente o preço. É o contrário do monopólio. A saída ou entrada do indivíduo não possibilita que ele determine o preço de maneira geral possibilitando que forças maiores como a do equilíbrio da oferta e da demanda atuem. Preço é um dado fixado e no caso do mercado fica evidente pelo uso de outras cotações para determinar o preço mínimo e máximo. 2) HOMOGENEIDADE: O produto é homogêneo, quer dizer, tem o mesmo uso social, e é identificável independentemente de seu vendedor (são frescos e tem boa aparência externa) 3) FLUIDEZ: O mercado é fluido: a entrada ou saída dos trocadores potenciais é livre (tanto do lado da oferta pois os produtores podem ligar para a sua casa pedindo que a colheita seja parada ou do lado da demanda pois o comprador pode telefonar pedindo outro automóvel para ajudar a carregar o estoque comprado). 4) TRANSPARÊNCIA: O mercado é transparente: os agentes econômicos dispõem de um conhecimento perfeito de quantidades, qualidades e preços dos produtos ofertados naquele momento. Sim. Mas, O fato de não ser realista não impede que sirva como um modelo de boa previsão dos fenômenos reais. Mas não é dessa defasagem que estamos falando.
Antes de 1920/30, a produção era familiar. 1970- Os produtores não sabiam o valor da venda; Desacreditavam no Mercado. O bom corretor é aquele que fixa os preços, que mantém contato com mandatários que pagam bem e que desembaraçam o produtor, vendendo a sua produção. Papel insignificante do sindicato. 1980- 75% da produção de “morangos de mesa” era vendida pelos produtores: a) a “corretores” (pequenos comerciantes locais que trabalhavam mediante uma comissão, drenando a produção para os mandatários de Rungis, muitas vezes praticavam a agricultura e/ou tinham uma venda ou um bar); b) a “expedidores” (comerciantes locais de mais vulto que os “corretores”, que trabalhavam mediante comissão com os mandatários de Rungis e sobretudo aqueles que operavam com capital próprio); c) a mandatários (comerciantes sediados em Rungis). SINDICATO: reunião entre expeditores e produtores. ( 13 mandamentos o que garantiu que o registrassem com a marca macarron de qualidade). Assim, homogeneidade é resultado da ação do sindicatos”Nós lutamos pelo rótulo Fraise em Sologne”. 1979- A criação do mercado foi o resultado do encontro realizado entre um assessor econômico da Câmara Regional de Agricultura (com alto capital escolar) e alguns agricultores de Sologne com interesses comuns quanto à instalação desse novo modo de comercialização. Quem eram eles? (Agricultores Modernizadores) -Maiores Produtores; -Na faixa entre 45-55 anos; -Modernização para a manutenção do negócio; -Manter os filhos na terra. -Liderança pelo excelência profissional Contatos no exterior da região o que facilitava o aprendizado de técnicas de produção de morango o que criou horizontes para que eles saíssem do status de zona desfavorecida. - Cargos em Associações importantes Reação dos Expeditores. Viagens/ Palestras de Sensibilização.